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Aula 2 - Aspectos epidemiológicos da doença Cardiovascular

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ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA 
DOENÇA CARDIOVASCULAR
FISIOTERAPIA CARDIOVASCULAR
Profª. Elisiane Tonon Marques
• Doenças Cardiovasculares (DCV): principal causa de mortalidade desde a década de 60 
(IAM e AVE), no mundo e no Brasil
• Início século XX:
- DCV – < 10% das mortes no mundo
• Peste e fome
- Predominância de desnutrição e doenças infecciosas (DCV < 10%)
• Pandemias
- Aperfeiçoamentos (nutrição e saúde pública) - ↓ taxas de mortalidade (DCV – 10 a 
35%)
Fisioterapia Cardiovascular
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA DOENÇA CARDIOVASCULAR
• Doenças provocadas pelo homem e degenerativas
- ↑ingestão calórica e gordurosa
- ↓atividade física
(DCV – 35 a 65%)
• Doenças degenerativas tardias
- DCV e o câncer - principais causas de morbidade e mortalidade
- melhor tratamento e prevenção - evitar mortes
• Programa de Saúde da Família (1994): importante iniciativa da estratégia nacional para
reduzir a mortalidade por DCV com base na atenção primária à saúde, cobrindo quase
123 milhões de indivíduos (63% da população brasileira) em 2015.
(Estatística Cardiovascular – Brasil 2020) https://doi.org/10.36660/abc.20200812
Fisioterapia Cardiovascular
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA DOENÇA CARDIOVASCULAR
https://doi.org/10.36660/abc.20200812
Fisioterapia Cardiovascular
Fisioterapia Cardiovascular
Fisioterapia Cardiovascular
Fisioterapia Cardiovascular
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MODIFICÁVEIS NÃO MODIFICÁVEIS
Tabagismo Idade
Dislipidemia Sexo
Sobrepeso e Obesidade Hereditariedade
Diabetes Mellitus
Sedentarismo
Hipertensão Arterial Sistêmica
Menopausa
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FATORES DE RISCO CORONARIANO
• Síndrome metabólica
- agrupamento de fatores de risco
- caracterizada pela presença de três ou mais das seguintes alterações:
*obesidade central – circunferência abdominal > (88) 80cm (mulheres) e
> (102) 94cm (homens)
*pressão arterial alta – ≥ 130/85mmHg
*glicemia de jejum > 100mg/dL
*triglicérides > 150mg/dL
*lipoproteína de densidade alta (HDL) – colesterol baixo < 40mg/dL
(homens) e < 50mg/dL (mulheres)
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FATORES DE RISCO CORONARIANO
Fisioterapia Cardiovascular
1) Tabagismo:
- É a mais importante causa isolada de morte
- 4.500 substâncias químicas liberadas pela queima do cigarro -
nicotina - principal substância psicoativa
- nicotina chega ao cérebro (5 a 10s) e em 1 min é absorvida e liberada 
após 40 a 60 min
- nicotina provoca alterações hemodinâmicas: 
↑FC
↑DC 
↑trabalho do coração 
FATORES DE RISCO CORONARIANO
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• Ocorre também:
- vasoconstrição periférica - ↑ PAS e PAD
- alterações do mecanismo de coagulação, aumento da
adesividade e agregação plaquetária e viscosidade sanguínea,
favorecendo a ocorrência de trombose intravascular
- formação da carboxihemoglobina, diminui a taxa de SatO2,
provocando lesões do endotélio e da camada subendotelial,
proporcionando uma maior permeabilidade dos lipídeos
FATORES DE RISCO CORONARIANO
Fisioterapia Cardiovascular
FUMANTE NÃO FUMANTE
Estima-se que haja 1 bilhão de fumantes no
mundo e que entre 2025 e 2030, sete milhões
de pessoas no mundo morrerão devido ao uso
de tabaco
FATORES DE RISCO CORONARIANO
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2) Dislipidemia
- Hiperlipidemia - é o aumento dos níveis de lipídeos ou lipoproteínas no sangue
- lipídeos – funções:
*formação e a manutenção das membranas celulares
*síntese dos hormônios esteróides e da vitamina D
*liberação e/ou armazenamento de energia
*possibilitar a solubilidade dos colesterol e triglicerídeos no interior das
lipoproteínas
FATORES DE RISCO CORONARIANO
Fisioterapia Cardiovascular
• Colesterol - lipídeo transportado no sangue em combinação química com certas
proteínas – lipoproteínas
• Complexos lipoproteicos
- > proteína e < lipídeos - mais densos
- > lipídeos e < proteínas - menos densos
• LDL – densidade baixa – (inferiores a 159 (160) mg/dl)
• HDL – densidade alta – (superiores a 40 (35) mg/dl)
FATORES DE RISCO CORONARIANO
Fisioterapia Cardiovascular
http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=&url=http://gambira.org/saude-e-bem-estar/colesterol-alto-sintomas-e-tratamento/&ei=kUD_VLH2JfWKsQTvpoBI&bvm=bv.87611401,d.cWc&psig=AFQjCNFFCRfZ3-Y_1nOjCh6SwSL91O3Vsg&ust=1426100753933369
• HDL - responsável pela remoção do colesterol das paredes das artérias para ser
novamente metabolizado pelo fígado
• Tratamento
- Mudanças nos hábitos de vida
• Benefícios dos exercícios
- ↓ ricos de trombose
- ↑ HDL e ↓ VLDL e LDL
- afeta a distribuição e a lipólise no tecido adiposo
FATORES DE RISCO CORONARIANO
Fisioterapia Cardiovascular
Fisioterapia Cardiovascular
FATORES DE RISCO CORONARIANO
• Complicação: 
ATEROGÊNESE – formação de placas de ateromas
- a cada 1% de elevação no colesterol, o risco para DAC aumenta de 1 a 2 %
- a redução de cada mg/dL no HDL, o risco para DAC aumenta em 2 a 3%
Placa de 
ateroma
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http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.eupossocuidar.com.br/imagens/colesterol_cap1_direita.jpg&imgrefurl=http://www.eupossocuidar.com.br/colesterol/capitulo_2.aspx&h=220&w=328&tbnid=oLQyWhKx2rRb6M:&zoom=1&docid=pREH6Ag3OuaRKM&hl=pt-BR&ei=kUD_VLH2JfWKsQTvpoBI&tbm=isch&ved=0CFgQMygdMB0
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.cerem.med.br/userfiles/image/placa.jpg&imgrefurl=http://zozoxo.com/tag/dislipidemia-dieta&h=281&w=398&tbnid=qqngzlK4jvmXJM:&zoom=1&docid=XhwO4_ZrGDi_rM&hl=pt-BR&ei=kUD_VLH2JfWKsQTvpoBI&tbm=isch&ved=0CFkQMygeMB4
3) Obesidade
Definida como o acúmulo excessivo de gordura corpórea, suficiente para colocar
a saúde em risco
• Índice de Massa Corpórea (IMC):
- peso em Kg dividido pelo quadrado da altura
IMC = P
A2
FATORES DE RISCO CORONARIANO
Fisioterapia Cardiovascular
CATEGORIA IMC
Abaixo do peso
Peso normal
Sobrepeso
Obeso
Severamente obeso
< 20
20 – 24,9
25 – 29,9
30 – 39,9
≥ 40
IMC (Kg/m2) 20 – 25 25 – 30 30 – 35 35 – 40 > 40
Classe 0 I II III IV
Risco Cardiovascular Muito baixo Baixo Moderado Alto Muito alto
FATORES DE RISCO CORONARIANO
Fisioterapia Cardiovascular
• Padrões de obesidade
- hipertrófica
- hiperplásica
• Quanto à distribuição
- ginoide ou periférica
- androide ou central
ANDRÓIDE GINÓIDE
FATORES DE RISCO CORONARIANO
Fisioterapia Cardiovascular
• Principais alterações na obesidade:
- insuficiência cardíaca direita desencadeada pela apneia do sono
- renais: maior reabsorção de sódio
• O exercício e a obesidade
- ↓ lipogênese
- ↓ células adiposas
- desloca ácidos graxos livres e glicose - tecido muscular
• Efeitos do exercício
- ↓ peso moderado
- > oxidação de ácidos graxos
- ↑ HDL e ↓ LDL
FATORES DE RISCO CORONARIANO
Fisioterapia Cardiovascular
• Tipos de exercícios
- observar dificuldade e a falta de aptidão física
- programação individualizada
- exercícios aeróbicos e de resistência
- 50 min – 3 a 5 vezes por semana
- intensidade leve a moderada (benefícios sobre a DAC)
- início – mínimo de150min/semana em intensidade moderada e progrida
gradativamente para 200 a 300min/semana (redução do peso)
FATORES DE RISCO CORONARIANO
Fisioterapia Cardiovascular
4) Diabetes Mellitus
Distúrbio metabólico caracterizado pela hiperglicemia, a qual é o resultado de
defeitos na ação da insulina, na secreção de insulina ou em ambos
- pâncreas - ilhotas de Langerhans - constituídas pelas células β (responsáveis
pela produção de insulina) e pelas células α (secretam glucagon)
- insulina e glucagon - efeitos regulatórios opostos na homeostase da glicose
FATORES DE RISCO CORONARIANO
Fisioterapia Cardiovascular
• Jejum
- ↓ níveis de insulina
- ↑ níveis de glucagon
- facilitam a gliconeogênese hepática e a glicogenólise, evitando assim a hipoglicemia
• Após refeição
- ↑ níveis de insulina
- ↓ níveis de glucagon
- em resposta à carga de glicose
- insulina promove a captação de glicose e a utilização da mesma nos tecidos
•Valores da glicose sanguínea - 70 a 120 mg/dL (sem estar em jejum)
FATORES DE RISCO CORONARIANO
Fisioterapia Cardiovascular
• Classificação atual
- baseada na etiologia e não no tipo de tratamento
• Classificação da OMS e ADA: inclui 4 classes clínicas
1) DM tipo 1
- destruição das células β e uma deficiência absoluta de insulina
- 5% a 10% dos casos
- afeta pacientes mais jovens (< 20 anos)
FATORES DE RISCO CORONARIANO
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2) DM tipo 2
- combinação da resistência periférica à insulina e à resposta secretória
inadequada das células β pancreáticas
- 85% a 90% dos pacientes e a grande maioria desses indivíduos são obesos
- riscos de desenvolver DM2 - ↑ idade, obesidade e falta de exercícios físicos
3) Outros tipos específicos de DM
4) DMG (gestacional)
FATORES DE RISCO CORONARIANO
Fisioterapia Cardiovascular
• Um dos procedimentos diagnósticos usados são a medida da glicose no
soro ou plasma após jejum de 8 a 12 horas (curva glicêmica)
Categoria jejum 2h após 75g de glicose
(mg/dL) (mg/dL)
Glicemia normal < 100 < 140
Tolerância à glicose ≥ 100 - < 126 140 - < 200
Diabetes mellitus ≥ 126 ≥ 200
FATORES DE RISCO CORONARIANO
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FATORES DE RISCO 
CORONARIANO
• Complicações mais frequentes do 
Diabetes Mellitus:
- oftalmológicas (retinopatia)
- renais: a proteinúria pode acarretar lesão
glomerular e dos vasos, o que leva à 
insuficiência renal crônica e pode provocar
hipertensão
- neuropatias periféricas: caracterizadas por 
dor, fraqueza e alterações dos reflexos
- arteriopatias
- hipoglicemia (glicemia < 50mg/dL)
- cetoacidose (acidose metabólica)
- pé diabético
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.endocrinonews.com/wp-content/uploads/2013/06/retinopatiadiabetica.jpg&imgrefurl=http://www.endocrinonews.com/tag/diabetes-mellitus/&h=263&w=350&tbnid=2eRGZAt1S6feUM:&zoom=1&docid=Cw19Kp4SLLDFhM&hl=pt-BR&ei=JUP_VLH-NeLLsAT1o4GgBA&tbm=isch&ved=0CFUQMygjMCM
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.scielo.br/img/revistas/abd/v82n1/n01a14fig03.jpg&imgrefurl=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962007000100014&h=409&w=401&tbnid=p2b8QtgyCVOLRM:&zoom=1&docid=iJ9YKLCkC1RqRM&hl=pt-BR&ei=JUP_VLH-NeLLsAT1o4GgBA&tbm=isch&ved=0CFYQMygkMCQ
• Adaptações fisiológicas ao exercício:
- fontes de energia:
Inicialmente há a utilização anaeróbica do glicogênio muscular
Após ocorre produção hepática de glicose por via da glicogenólise e da
gliconeogênese
Exercício físico moderado – utilização de carboidratos (supre cerca de 50%
da quantidade de energia necessária)
Exercício físico por tempo prolongado – ativação da lipase com
consequente lipólise (utilização dos ácidos graxos do tecido adiposo)
FATORES DE RISCO CORONARIANO
Fisioterapia Cardiovascular
• Efeitos do exercício físico regular em diabéticos
- ↓ resistência à insulina
- ↑ ação da insulina e dos hipoglicemiantes orais
- melhora da captação de glicose no período pós-exercício
- controle do peso corpóreo
- ↓ riscos cardiovasculares
- ↑ fluxo sanguíneo e circulação nos MMII, prevenindo a aterosclerose
- ↓ triglicérides e colesterol
- ↓ PA
- ↓ perda de massa óssea
- melhora da sensação de bem-estar
FATORES DE RISCO CORONARIANO
Fisioterapia Cardiovascular
• Prática de exercício físico
- diminui a necessidade de insulina e do risco cardiovascular
- o aumento da resposta à insulina no músculo esquelético dura de 12 até
24 horas após a prática de exercício físico
- alguns estudos mostram que exercícios com maior duração e intensidade
podem ter esta melhora à reposta à insulina até 72 horas. Portanto, a American
Diabetes Association (ADA) recomenda que o indivíduo não fique mais que dois
dias consecutivos sem a atividade física
FATORES DE RISCO CORONARIANO
Fisioterapia Cardiovascular
• Orientações gerais sobre a prática de exercício físico no indivíduo
diabético:
- indivíduos > 35 anos eletrocardiograma prévio
- sapatos apropriados e inspeção dos pés diariamente e após os exercícios
- horário regular, pois interfere nos níveis diários de glicemia
- recomendações da ADA:
*exercícios aeróbicos: para melhorar o controle glicêmico, manutenção de
peso e redução do risco da DAC – 150min/semana de exercícios aeróbicos de
moderada intensidade (40 a 60% do VO2máx ou 70% da frequência cardíaca)
FATORES DE RISCO CORONARIANO
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*perda de peso: exercícios aeróbicos moderados ou vigorosos – 7h/semana
*exercícios resistidos: na ausência de contraindicações, realizar 3
vezes/semana em grandes grupos musculares em três séries de 8 a 10 repetições
- evitar atividade física quando a glicose sanguínea estiver > 300mg/dL
- realizar dieta apropriada, automonitorização da glicemia e ingestão hídrica
adequada
FATORES DE RISCO CORONARIANO
Fisioterapia Cardiovascular
5) Sedentarismo
A inatividade física é reconhecidamente um fator de risco para a doença arterial
coronariana
6) Hipertensão arterial sistêmica
7) Menopausa
FATORES DE RISCO CORONARIANO
Fisioterapia Cardiovascular
• Estudos científicos confirmam - prevenção primária e secundária de DAC - ↓
mortalidade
• Atividade física aeróbica regular desempenha um importante papel na prevenção
primária e secundária das doenças cardiovasculares
• Condicionamento físico
- ↑ capacidade cardiovascular
- ↓ consumo de O2
PREVENÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA
Fisioterapia Cardiovascular
• Prevenção primária: caracterizada por um conjunto de medidas
adotadas com intuito de evitar o aparecimento de alguma doença
• Por exemplo, um indivíduo saudável, sem fator de risco para DCV que
busca na prática regular de atividade física evitar a obesidade, as
dislipidemias, a diabetes mellitus dentre outros fatores de risco para
DCV
PREVENÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA
Fisioterapia Cardiovascular
• Prevenção secundária: tem o objetivo de evitar a ocorrência de novos
eventos cardiovasculares ou evitar complicações das doenças já existentes
• Por exemplo, um homem obeso que pratica atividade física com o objetivo
de evitar um novo infarto agudo do miocárdio
• A prevenção secundária envolve mudanças comportamentais – como
modificação dos hábitos alimentares, prática regular de atividade física – e
tratamento das comorbidades já existentes
PREVENÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA
Fisioterapia Cardiovascular
Exercícios Aeróbicos

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