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TEMA 2 CORPO DE DELITO Aula 02 Espécies

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Aula 02 – Espécies
 
Exame de corpo de delito direto e indireto
Dispõe o art. 158, CPP, que “será indispensável o exame de corpo de delito, direto 
ou indireto”. 
O exame de corpo de delito direto é a perícia que recai diretamente nos vestígios 
do crime, como o feito no cadáver (autópsia) ou no ferimento ou no local de extração de 
minérios (art. 21, Lei 7.805/89).
Já o exame de corpo de delito indireto tem suscitado uma confusão na doutrina. 
Em razão do art. 167, CPP, há quem sustente, como Tourinho e Magalhães Noronha, que 
exame de corpo de delito indireto é a prova testemunhal, que pode suprir a falta do exame 
de corpo de delito direto nos vestígios do crime, em razão de seu desaparecimento. 
É o que diz Tourinho Filho:
Às vezes, por razões várias, os peritos não podem proceder ao exame, por-
quanto os vestígios desapareceram. Nesse caso, em face da absoluta im-
possibilidade de ser feito o exame direito, permite-se que a prova testemu-
nhal possa suprir-lhe a falta — é o que se denomina exame indireto de corpo 
de delito. É preciso que as testemunhas compareçam perante a Autoridade 
Policial ou judicial e declarem o que viram, e, tendo em vista o que disseram, 
a Autoridade deve ter por suprido o exame direto. (Tourinho, 2009, pp. 532-
533)
Não nos parece esse o entendimento correto. Fazendo uma análise sistemática 
dos dois artigos, o entendimento prevalente é outro. 
Vejamos:
Art. 158.   Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame 
de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do 
acusado.
Art. 167.  Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desa-
parecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Comparando os dois artigos, a melhor interpretação é a de que há duas espécies de 
exame de corpo de delito e que quando for impossível qualquer um deles, haverá a possibi-
lidade de que sua falta seja suprida pela prova testemunhal.
Diz Nucci, que “exame de corpo de delito é sempre produzido por peritos, de manei-
ra direta ou indireta”, ou seja, prova testemunhal não é exame de corpo de delito indireto. 
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5 Provas e Parte no Processo Penal
Para Pacelli e Fischer, também não se confunde o exame de corpo de delito indireto 
com prova testemunhal: 
Há na doutrina nacional certa confusão quando se analisam as disposições 
do art. 167 do CPP, na parte em que estabelece a possibilidade de a pro-
va testemunhal suprir o exame pericial quando houverem desaparecido os 
vestígios. Costuma-se afirmar que também ali haveria o exame de corpo de 
delito indireto.
Equívoco manifesto, data vênia. A prova testemunhal é exatamente isso: 
prova testemunhal. Exame de corpo de delito indireto, ao contrário, é prova 
pericial , ou, prova técnica, a exigir a participação de profissional qualificado, 
com conhecimentos específicos sobre a matéria.” (Pacelli e Fischer, 2014, 
p. 361)
No mesmo sentido é a opinião de Gustavo Badaró:
Mesmo quando os vestígios desaparecem, é possível que os peritos, com 
base em seus conhecimentos técnicos, científicos ou artísticos, opinem à 
vista dos elementos que disponham, por exemplo, depoimentos, filmes, fo-
tografias, objetos encontrados etc. Haveria, neste caso, um exame de corpo 
de delito indireto.
De outro lado, é possível que não haja qualquer outro vestígio e somente 
testemunhas comprovem a materialidade do crime (CPP, art. 167). Neste 
caso, não haverá laudo indireto nem opinião dos peritos. A prova será ape-
nas testemunhal. (Badaró, 2016, p. 442)
O que diferencia é que no exame de corpo de delito indireto a perícia recai em ves-
tígios secundários do crime, como prontuário médico, exame de imagem, receita médica, 
comprovantes de remédios etc. Em tais casos será feita uma perícia baseada nesses docu-
mentos que podem comprovar a existência do crime. 
Assim, é possível dizer que há uma ordem a ser seguida:
1º Exame de corpo de delito direto
2º Exame de corpo de delito indireto
3º Prova testemunhal
Impossível o exame de corpo de delito direto, por desaparecimento dos vestígios, 
deverá ser feito o indireto. Apenas quando for impossível os dois, poderá a prova testemu-
nhal suprir a falta do exame de corpo de delito. 
Cadeia de custódia
O chamado pacote anticrime, a Lei 13.964/2019, inseriu os arts. 158-A a 158-F, 
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Tema 02 - Aula 02 6
criando importantes regras sobre a custódia da prova periciada. O art. 158-A define o que é 
a cadeia de custódia, o conjunto de procedimentos que tem a função de assegurar a higidez 
dos vestígios coletados para serem objeto de perícia. Para tanto, cria regras para o rastrea-
mento dos vestígios, de sua coleta no local, na vítima, sua posse, manuseio até o descarte. 
De suma importância será a preservação do local (art. 158-A, § 1º), para a detecção 
dos vestígios, que é “todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhi-
do, que se relaciona à infração penal” (art. 158-A, § 3º). 
A cadeia de custódia compreende desde o reconhecimento do material como de 
potencial interesse, seu isolamento, descrição, coleta, acondicionamento, transporte, pro-
cessamento, armazenamento e descarte (art. 158-B, incisos I a X). 
A preferência da coleta é do perito oficial (art. 158-C), que tem o conhecimento téc-
nico mais apropriado para realizar a coleta adequada. 
O recipiente deverá ser lacrado de modo a assegurar a inviolabilidade do material 
(art. 158-D, § 1º).
Os Institutos de criminalísticas deverão ter uma central de custódia, especializada 
e responsável pelo armazenamento e controle minucioso do material objeto da perícia (art. 
158-E).
Mesmo após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido à central de 
custódia e lá até o descarte (art. 158-F).
 Autópsia ou necropsia (art. 162, CPP)
Exame interno feito no cadáver (art. 162, CPP), para constatar a morte e suas causas, 
bem como outras circunstâncias como a trajetória do projétil, quantidade de perfurações. 
Deverá ser feita no prazo mínimo de 6 h, quando haverá sinais tanatológicos induvidosos. 
No caso de morte violenta, quando inviável a autópsia poderá ser feito o exame externo 
(parágrafo único), como na hipótese de morte por explosão ou esmagamento.
Art. 162.  A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo 
se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser 
feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.
Parágrafo único.    Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame 
externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quan-
do as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver 
necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância 
relevante.
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Exumação
Na hipótese em que não havia suspeita de crime no momento do sepultamento, ou 
se for necessária a complementação da autópsia, poderá ser feita a exumação, até mesmo 
por determinação da autoridade policial. 
Exumar significa desenterrar ou tirar o cadáver da sepultura. É um procedi-
mento que necessita de autorização legal, não podendo ser feito sem causa. 
(Nucci, 2016, p. 358)
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade pro-
videnciará para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a dili-
gência, da qual se lavrará auto circunstanciado.
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indicará 
o lugar da sepultura, sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de 
falta de quem indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar 
não destinado a inumações, a autoridade procederá às pesquisas necessá-
rias, o que tudo constará do auto.
Cadáveres: fotografia e esquemas
Serão fotografados na posição em que forem encontrados (art. 164, CPP), com 
todas as lesões externas e vestígios. Deverão ser feitos esquemas ou desenhos, para repre-
sentar as lesões do cadáver (art. 165, CPP).
Embora não sejam as fotografias uma prova derradeira e suficiente, elas 
contribuem para a formação da convicção das autoridades que irão ana-
lisar o inquérito. Justamente porque as fotos são importantes, incumbe à 
autoridade policial dirigir-se ao local do crime, providenciando para que nada 
seja alterado até que os peritos cheguem para fotografar o corpo tal como 
encontrado (art. 6º, I, CPP). (Nucci, 2016, p. 359)
Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem 
encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões externas e 
vestígios deixados no local do crime. 
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos, 
quando possível, juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esque-
mas ou desenhos, devidamente rubricados.
Lesões corporais (art. 168, CPP)
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Tema 02 - Aula 02 8
Caso seja leve deverá ser feito apenas um exame. Ocorrendo lesão grave ou gravís-
sima, primeiro haverá um exame logo após o crime e depois um exame complementar, cuja 
falta poderá ser suprida, por prova testemunhal (art. 168, § 3º, CPP). 
No crime de lesões corporais, art. 129, Código Penal, a materialidade e a ex-
tensão dos danos são aferidas, em regra, por meio de prova pericial médica. 
Em determinadas questões, somente a prova técnica pode sustentar a apli-
cação do tipo penal. É o que ocorre na hipótese de lesão corporal de natu-
reza grave (art. 129, § 1º, CP), cujo reconhecimento exige demonstração da 
gravidade da lesão, bem assim das eventuais incapacidade e/ou debilidades 
resultantes da ação delituosa.
(Pacelli e Fischer, 2013, p. 377)
Especificamente, no caso da lesão que cause a incapacidade para as ocupações 
habituais por mais de 30 dias (art. 129, § 1º, I, CP) deverá ser feito o exame de corpo de 
delito complementar logo que decorra o prazo de trinta dias (art. 168, § 2º, CPP)
Art. 168.   Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver 
sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da 
autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério 
Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
§ 1o  No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de 
delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.
§ 2o  Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, 
§ 1o, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, 
contado da data do crime.
§ 3o  A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova teste-
munhal.
Exame de local
Dispõe o art. 6º, I e art. 169, CPP, que é dever da autoridade de preservar o local, 
para que os peritos tirem fotos, e faça esquemas ou desenhos. Caso haja alteração do local, 
dever constar do laudo (art. 169, parágrafo único, CPP). Diz, Nucci: 
Quando ocorre uma infração penal que deixa vestígios materiais, deve a au-
toridade policial, tão logo tenha conhecimento da sua prática, determinar a 
realização do exame de corpo de delito (art. 6º, VII, CPP), que é essencial-
mente prova pericial. Não sendo feito, por qualquer razão, nessa fase, pode 
ser ordenado pelo juiz (art. 156, II, CPP). (Nucci, 2015, p. 349) 
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Art. 169.  Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infra-
ção, a autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o es-
tado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos 
com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos.                  
Parágrafo único.  Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado 
das coisas e discutirão, no relatório, as conseqüências dessas alterações na 
dinâmica dos fatos. 
Exame laboratorial (art. 170, CPP)
Nessa hipótese, diz o texto legal que os peritos guardarão material eventual nova 
perícia e farão ilustração do laudo com fotografias ou microfotografias. Pacelli e Fischer 
explicam a razão do armazenamento do material submetido a exame laboratorial:
Não bastasse a prudência inerente ao conhecimento das ciências, o acele-
rado desenvolvimento tecnológico e dos meios técnicos de avaliação peri-
cial das coisas, aliado ao risco, sempre presente, de surgimento de novas 
provas, poderá determinar o reexame de material sobre o qual já tenha sido 
emitido juízo de certeza. Por isso, a providência se justificaria mesmo se 
ausente previsão legal. (Pacelli/Fischer, 2013, pp. 378-379)
Art. 170.  Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficien-
te para a eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos 
serão ilustrados com provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos 
ou esquemas.
Perícia em furto qualificado (art. 171, CPP)
No furto qualificado (art. 155, § 4º, CP), se houver rompimento de obstáculo (I) ou 
escalada (II), deverão ser descritos os vestígios, instrumentos e meios usados. 
Leciona sobre esse tema, Nucci:
É fundamental que, existindo rompimento ou destruição de obstáculo, pos-
sam os peritos atestar tal fato, pois facilmente perceptíveis. O mesmo se 
diga do furto cometido mediante escalada, ainda que, nesta hipótese, os 
rastros do crime possam ter desaparecido ou nem ter existido. (Nucci, 2015, 
p. 362) 
Para que o juiz faça a valoração e conclua se houve rompimento de obstáculo ou 
escalada, é imprescindível a perícia: Sobre a escalada, diz Nucci que a perícia só pode ser 
substituída por prova testemunhal em situações excepcionais:
Sabe-se, por certo, que tal não se dá quando o agente salta um muro baixo, 
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sem qualquer significância para impedir-lhe a entrada, algo que a perícia tem 
condições de observar e atestar. Por isso, as testemunhas somente podem 
ser aceitas para suprir a prova pericial, no caso de escalada,quando for para 
indicar o percurso utilizado pelo agente para ingressar na residência, mas 
não será para concluir que o lugar é, de fato, sujeito à escalada, salvo se a 
casa tiver sido, por alguma razão, demolida. (Nucci, 2015, p. 362)
Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstá-
culo a subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de 
descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que meios e em 
que época presumem ter sido o fato praticado.
Incêndio (art. 173, CPP)
Se houver apuração de crime de incêndio (art. 250, CP), os peritos deverão apontar 
a causa, lugar de início, existência de perigo para vida e patrimônio alheio, extensão do dano 
e valor e demais circunstâncias.
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça já decidiu pela impossibilidade de 
se condenar alguém por crime de incêndio se não foi feito o exame de corpo de delito direto, 
nem o indireto, sendo insuficiente “um relatório feito por um inspetor de polícia e uma certi-
dão de ocorrência do Corpo de Bombeiros”:
 PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME DE INCÊNDIO. AUSÊNCIA 
DE EXAME PERICIAL. NECESSIDADE. ARTS. 158 E 173 DO CPP. MATERIA-
LIDADE NÃO COMPROVADA. ORDEM CONCEDIDA. 1. Relativamente às 
infrações que deixam vestígios, a realização de exame pericial se mostra 
indispensável, podendo ser suprida pela prova testemunhal apenas se os 
vestígios do crime tiverem desaparecido. 2. Na hipótese, tratando-se de de-
lito de incêndio, inserido entre os que deixam vestígios, apenas poderia ter 
sido comprovada a materialidade do crime por meio de exame pericial, já 
que os vestígios não haviam desaparecido. 3. “No caso de incêndio, os peri-
tos verificarão a causa e o lugar em que houver começado, o perigo que dele 
tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do dano 
e o seu valor e as demais circunstâncias que interessarem à elucidação do 
fato” (art. 173 do CPP). 4. Ordem concedida para restabelecer a sentença 
absolutória. (STJ — 5ª Turma — HC 65.667-RS — Rel. Min. Arnaldo Este-
ves Lima — j. 7/08/2008)
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em 
que houver começado, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou para 
o patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais circuns-
tâncias que interessarem à elucidação do fato.
Exame grafotécnico ou caligráfico (art. 174, CPP)
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11 Provas e Parte no Processo Penal
Trata-se da perícia feita para a identificação se a letra pertence ao suspeito, que se 
faz com a comparação entre a letra usada no crime e qualquer documento de seu punho, re-
conhecido por ela ou judicialmente, ou documentos em arquivos públicos. Caso não exista, 
o suspeito deverá escrever o que for ditado pela autoridade.
Art. 174.  No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de 
letra, observar-se-á o seguinte:
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada 
para o ato, se for encontrada;
II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pes-
soa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu 
punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida;
III  -  a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os docu-
mentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes 
realizará a diligência, se daí não puderem ser retirados;
IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes 
os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for dita-
do. Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência 
poderá ser feita por precatória, em que se consignarão as palavras que a 
pessoa será intimada a escrever.
Exames dos instrumentos (art. 175, CPP)
Por fim, diz a lei que a perícia feita nos instrumentos do crime, deverá ser feita a ve-
rificação da natureza (arma de fogo, calibre, chave falsa etc) e a eficiência, que é a aptidão 
para o fim a que se destina. 
Art. 175.  Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a práti-
ca da infração, a fim de se Ihes verificar a natureza e a eficiência.
O projeto de lei n. 6.341/2019, mais conhecido como “pacote anticrime”, 
tende a promover alterações bastante significativas, ao menos no âmbito 
normativo, da justiça criminal. Isso, é claro, a depender das etapas subse-
quentes do respectivo processo legislativo. Mesmo porque é bem provável 
que certos temas sejam objeto de veto presidencial e, por conseguinte, re-
tornem para deliberação do Congresso Nacional.
Por ora, dentre tantas mudanças programadas, algumas têm incidência, di-
reta ou indireta, no sistema de investigação preliminar processual penal. É 
o caso, por exemplo, da cadeia de custódia da prova penal, que será objeto 
de análise nesta coluna, fazendo-se referência às pretendidas modificações 
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no CPP, as quais indicadas a seguir com numeração entre parênteses (su-
blinhados).
Segundo Geraldo Prado, a cadeia de custódia representa justamente o im-
portante “dispositivo que pretende assegurar a integridade dos elementos 
probatórios”.1  Trata-se de mecanismo fundamental à regular utilização 
de uma evidencia em juízo, garantindo-se a respectiva “história cronológi-
ca”2 ou “rastreabilidade probatória”3 e, por consequência, a sua autenticida-
de e confiabilidade. Revela, no fundo, uma preocupação com “o controle da 
decisão judicial em um Estado democrático de direito” por meio de sistemas 
de controles epistêmicos.4
Código de Processo Penal
Art. 158.  Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo 
de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
 Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimen-
tos utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em 
locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reco-
nhecimento até o descarte.      (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou 
com procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestí-
gio.    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse 
para a produção da prova pericial fica responsável por sua preservação.     (Incluído pela 
Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou reco-
lhido, que se relaciona à infração penal.    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
 Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas se-
guintes etapas:     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial interesse 
para a produção da prova pericial;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e 
preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime;     (In-
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https://www.conjur.com.br/2019-dez-24/academia-policia-pacote-anticrime-cadeia-custodia-prova-penal?fbclid=IwAR0Yi7-WXVq8pu2deB2_yqcgUjhc3i8n2Tz_C46dIpown0aIWydZYdo6Gps
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https://www.conjur.com.br/2019-dez-24/academia-policia-pacote-anticrime-cadeia-custodia-prova-penal?fbclid=IwAR0Yi7-WXVq8pu2deB2_yqcgUjhc3i8n2Tz_C46dIpown0aIWydZYdo6Gps
13 Provas e Parte no Processo Penal
cluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
III - fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de 
crime ou no corpo de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por 
fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial 
produzido pelo perito responsável pelo atendimento;          (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019)       (Vigência)
IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respei-
tando suas características e natureza;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
V - acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é 
embalado de forma individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas 
e biológicas, para posterior análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou 
a coleta e o acondicionamento;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando 
as condições adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a 
garantir a manutenção de suas características originais, bem como o controle de sua 
posse;      (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
VII - recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser 
documentado com, no mínimo, informações referentes ao número de procedimento e uni-
dade de polícia judiciária relacionada, local de origem, nome de quem transportou o ves-
tígio, código de rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura 
e identificação de quem o recebeu;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
VIII - processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo 
com a metodologia adequada às suas características biológicas, físicas e químicas, a 
fim de se obter o resultado desejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por 
perito;      (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
IX - armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, 
do material a ser processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou 
transportado, com vinculação ao número do laudo correspondente;     (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019)       (Vigência)
X - descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legis-
lação vigente e, quando pertinente, mediante autorização judicial.     (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019)       (Vigência)
  Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por 
perito oficial, que dará o encaminhamento necessário para a central de custódia, mesmo 
quando for necessária a realização de exames complementares.        (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019)       (Vigência)
§ 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou processo devem ser 
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tratados como descrito nesta Lei, ficando órgão central de perícia oficial de natureza crimi-
nal responsável por detalhar a forma do seu cumprimento.     (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019)       (Vigência)
§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de quaisquer 
vestígios de locais de crime antes da liberação por parte do perito responsável, sendo 
tipificada como fraude processual a sua realização.      (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019)       (Vigência)
 Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio será determinado pela 
natureza do material.    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração indivi-
dualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o trans-
porte.    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas características, 
impedir contaminação e vazamento, ter grau de resistência adequado e espaço para regis-
tro de informações sobre seu conteúdo.  (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à análise e, mo-
tivadamente, por pessoa autorizada.     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na ficha de acompa-
nhamento de vestígio o nome e a matrícula do responsável, a data, o local, a finalidade, 
bem como as informações referentes ao novo lacre utilizado.            (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019)       (Vigência)
§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do novo recipiente.     (In-
cluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
 Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central de cus-
tódia destinada à guarda e controle dos vestígios, e sua gestão deve ser vinculada dire-
tamente ao órgão central de perícia oficial de natureza criminal.      (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019)       (Vigência)
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo, com local para 
conferência, recepção, devolução de materiais e documentos, possibilitando a seleção, a 
classificação e a distribuição de materiais, devendo ser um espaço seguro e apresentar 
condições ambientais que não interfiram nas características do vestígio.      (Incluído pela 
Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverão ser protoco-
ladas, consignando-se informações sobre a ocorrência no inquérito que a eles se relacio-
nam.      (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado deverão ser 
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identificadas e deverão ser registradas a data e a hora do acesso.     (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019)       (Vigência)
§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas as ações deverão 
ser registradas, consignando-se a identificação do responsável pela tramitação, a desti-
nação, a data e horário da ação.    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
 Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido à central de 
custódia, devendo nela permanecer.     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço ou condições de 
armazenardeterminado material, deverá a autoridade policial ou judiciária determinar as 
condições de depósito do referido material em local diverso, mediante requerimento do di-
retor do órgão central de perícia oficial de natureza criminal.      (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019)       (Vigência)
 Art. 167.  Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desapare-
cido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Art. 168.  Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido in-
completo, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial 
ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusa-
do, ou de seu defensor.
§ 1o  No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de delito, 
a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.
§ 2o  Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1o, 
I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data 
do crime.
§ 3o  A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal.
Art. 169.  Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a 
autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a 
chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou es-
quemas elucidativos.                   (Vide Lei nº 5.970, de 1973)
Parágrafo único.    Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das 
coisas e discutirão, no relatório, as conseqüências dessas alterações na dinâmica dos 
fatos.                     (Incluído pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
Art. 170.  Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para 
a eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados com 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L5970.htm
Tema 02 - Aula 02 16
provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos ou esquemas.
 Art. 171.  Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a 
subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, 
indicarão com que instrumentos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato 
praticado.
Art. 173.   No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que 
houver começado, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio, 
a extensão do dano e o seu valor e as demais circunstâncias que interessarem à elucida-
ção do fato.
 Art. 174.  No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra, 
observar-se-á o seguinte:
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para o 
ato, se for encontrada;
II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa 
reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre 
cuja autenticidade não houver dúvida;
III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os documentos 
que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, 
se daí não puderem ser retirados;
IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os exi-
bidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver ausente 
a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita por precatória, em que 
se consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever.
 
Art. 175.  Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da 
infração, a fim de se Ihes verificar a natureza e a eficiência.
APELAÇÃO CRIMINAL. LESÃO CORPORAL. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. PRELIMINAR. 
NULIDADE. AUSÊNCIA DE LAUDO DE EXAME DE CORPO DE DELITO. EXAME INDIRETO. RE-
JEITADA. MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS. PALAVRA DA VÍTIMA. LEGÍTIMA 
DEFESA. NÃO CONFIGURADA. 1) A ausência do exame de corpo de delito direto não impede 
que seja reconhecida a materialidade das lesões corporais sofridas pela vítima, uma vez 
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17 Provas e Parte no Processo Penal
que ele pode ser suprido por outros meios de prova, tais como a palavra da vítima, testemu-
nhas, fotografias, filmagens, atestados médicos, dentre outros. 2) Nos crimes praticados no 
contexto da Lei Maria da Penha, a jurisprudência confere ao depoimento da vítima especial 
relevância, ainda mais quando o relato é firme, coerente e corroborado por outras provas. 3) 
Segundo o art. 25 do CP, age em legítima defesa aquele que, usando moderadamente dos 
meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 
Não restando comprovada injusta agressão não é possível o reconhecimento da excludente 
de ilicitude. 4) Apelação conhecida. Preliminar Rejeitada. Recurso Desprovido.
(TJ-DF 20140510029673 DF 0002916-35.2014.8.07.0005, Relator: ANA MARIA 
AMARANTE, Data de Julgamento: 26/04/2018, 1ª TURMA CRIMINAL, Data de Publicação: 
Publicado no DJE : 03/05/2018 . Pág.: 70/77)
BADARÓ, Gustavo. Processo Penal. 4ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016. 
BRASIL. Decreto-lei nº 3.689, de 03 de outubro de 1941. Código de Processo Penal. 
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CHOUKR, Fauzi Hassan. Código de Processo Penal: Comentários Consolidados e 
Crítica Jurisprudencial. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007.
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. 4ª ed. Salvador: Ed. JusPo-
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LOPES JR., Aury. Direito Processual Penal: e sua conformidade constitucional. 9ª 
ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
MACHADO, Leonardo Marcondes. Pacote anticrime: cadeia de custódia da prova 
penal. Conjur. Disponível em: < https://www.conjur.com.br/2019-dez-24/academia-policia-
-pacote-anticrime-cadeia-custodia-prova-penal?fbclid=IwAR0Yi7-WXVq8pu2deB2_yqcgUjh-
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Tema 02 - Aula 02 18
NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal Comentado. 12ª ed. São 
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal. 12ª ed. 
São Paulo: Forense, 2015.
PACELLI, Eugênio. FISCHER. Douglas. Comentários ao Código de Processo Penal 
e sua Jurisprudência. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2014.
TÁVORA, Nestor. ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de Direito Processual Penal. 
7ª ed. Salvador: Juspodvum, 2012.
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Código de Processo Penal Comentado. Vol. 
1. 12ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
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