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TEMA 2 CORPO DE DELITO Aula III- Pontos Relevantes I

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DIREITO PENAL E 
PROCESSO PENAL 
APLICADOS 
 
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MÓDULO 4: 
PARTES E PROVAS NO 
PROCESSO PENAL 
TEMA 2- CORPO DE DELITO 
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Aula III- Pontos Relevantes – I 
 
 TEXTO 
PROVA PERICIAL PODE SER INDEFERIDA? 
 
Como já vimos, dispõe o art. 158, CPP, que o exame de corpo de delito é obrigatório, 
razão pela qual no art. 184, CPP é expresso que o indeferimento de perícia não poderá 
recair no exame de corpo de delito. Contudo, as demais perícias podem ser indeferidas, 
desde que a perícia requerida não seja “necessária ao esclarecimento da verdade”. 
 
“Muitas outras perícias são realizadas na fase de investigação, sempre 
com o objetivo de demonstrar a presença ou ausência de fatos e de 
dados relevantes à apreciação da matéria criminal submetida ao juiz. 
Há prova pericial sobre coisas, instrumentos, maquinários, papéis ou 
qualquer material que possa trazer algum significado para a 
compreensão dos elementos de prova colhidos na ação penal, ainda 
que não se caracterizem como objeto material da conduta delituosa, 
isto é, ainda quando não tenham suportado a ação física do agente.”1 
 
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça tem precedentes sobre o 
indeferimento da perícia, com a ressalva legal, desde que não seja exame de corpo de 
delito. 
 
A lei, nunca é demais consignar, é expressão ao excluir da possibilidade de 
indeferimento o exame de corpo de delito: 
 
 
1 Pacelli e Fischer, 2013, p. 386 
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Art. 184. CPP. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial 
negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da 
verdade. 
 
O juiz só deverá indeferir as perícias requeridas, desde que não sejam exame de corpo 
de delito, se manifestamente for desnecessária, sob o risco de cometer cerceamento 
de defesa, caso tenha sido requerida pela defesa. 
 
Pacelli e Fischer ensinam que é preciso cautela do juiz no exercício do poder de 
indeferir as perícias: 
 
“É preciso, contudo, certa cautela em relação a tais faculdades ou 
poderes judiciais. (...) O exame que se reserva ao magistrado é de 
apreciação sumária da pertinência funcional do meio de prova 
indicado, na perspectiva da natureza dos fatos a serem por ele (meio) 
comprovados.”2 
 
JUIZ ESTÁ VINCULADO AO LAUDO? 
 
Estabelece o art. 182, CPP, que o juiz não está adstrito ao laudo pericial. Trata-se de 
consequência do sistema do livre convencimento ou persuasão racional. Contudo, o 
juiz deverá fundamentar a decisão de não acolher a conclusão do perito, com base dos 
demais elementos do conjunto probatório. 
 
Diz Nucci: 
 
“(...) é natural que, pelo sistema do livre convencimento motivado ou 
da persuasão racional, adotado pelo Código, possa o magistrado 
 
2 Pacelli e Fischer, 2013, p. 386 
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decidir a matéria que lhe é apresentada de acordo com sua convicção, 
analisando e avaliando a prova sem qualquer freio ou método 
previamente imposto pela lei. Seu dever é fundamentar a decisão, 
dando-lhe, pois, respaldo constitucional.”3 
 
Por conseguinte, lecionam Pacelli e Fischer: 
 
“(...) o juiz, validamente, pode examinar a qualidade intrínseca (e, é 
claro, extrínseca) do laudo, e, não se convencendo do acerto ou da 
capacidade probatória das conclusões ali lançadas, pode e deve 
determinar a elaboração de outro laudo pericial.”4 
 
Com a admissão da figura do assistente técnico, há maior chance de 
rejeição da perícia, pois o assistente, ordinariamente fará uma crítica 
ao laudo pericial. 
 
Nesse sentido, a opinião de Pacelli e Fischer: 
 
“No entanto, e agora, a partir da possibilidade de apresentação de 
laudos pelos assistentes técnicos, pode o magistrado, ao exame dos 
demais elementos de prova, julgar insuficiente o laudo oficial, 
sobretudo quando as conclusões do expert contrariarem as evidências 
do conjunto até então apurado. As hipóteses mais visíveis seria a de 
omissão, de obscuridade e, principalmente, de contradições nos 
laudos, não esclarecidas por ocasião da audiência de instrução (art. 
159, CPP).”5 
 
 
3 Nucci, 2013, p. 425 
4 Pacelli e Fischer, 2013, p. 383 
5 Pacelli e Fischer, 2013, p. 383 
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TRÁFICO DE DROGAS 
 
No caso de tráfico de drogas, o exame de corpo de delito, o chamado laudo 
toxicológico (exemplo: o pó branco encontrado com o acusado é cocaína?), se o laudo 
atestar que a substância não é droga, o juiz não poderá condenar. No máximo, se 
houver razão, poderá determinar outra perícia. 
 
É o que preceitua Nucci: 
 
“(...) em se tratando de um laudo toxilógico, comprovando que o 
material apreendido não é substância entorpecente, não pode o juiz 
rejeitá-lo, condenando o réu. Trata-se de prova indispensável para a 
materialidade da infração penal, de forma que, no máximo, pode o juiz, 
não concordando com a conclusão da perícia, determinar a realização 
de outra, mas não deve substituir-se ao experto.”6 
 
EXAME DE INSANIDADE MENTAL 
 
Para atestar a imputabilidade (art. 26, CP), será feito o exame de insanidade mental. O 
Código Penal adotou o sistema biopsicológico, no qual para a consideração da 
inimputabilidade, deve ser analisado um aspecto biológico (doença mental ou 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado) e outro psicológico (inteiramente 
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento). Segundo o entendimento de Nucci, o juiz jamais poderá deixar de 
acolher o laudo, no que se refere ao aspecto biológico, mas será livre para decidir se 
no momento da ação o réu era incapaz ou não. 
 
“Não pode fazê-lo, pois o Código Penal (art. 26) adota o sistema 
biopsicológico, exigindo que haja dupla avaliação para a situação de 
 
6 Nucci, 2013, p. 425 
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inimputabilidade, isto é, o perito atesta a parte biológica, 
demonstrando que o réu tem uma doença mental, enquanto o juiz 
avalia a parte psicológica, analisando se a doença se manifestava à 
época do crime, oque poderá fazer pela colheita das demais provas.”7 
 
ASSISTENTE TÉCNICO 
 
Inovação da lei 11.690/2008, que introduziu no CPP, os §§ 3º, 4º e 7º, do art. 159, 
permitindo a figura do assistente técnico que é um técnico contratado pela parte, para 
a elaboração de um parecer técnico. Poderá ser indicado pelo Ministério Público ou 
pelo querelante, na ação penal privada, pelo assistente de acusação, pela defesa ou, 
até mesmo, “pelo ofendido, ainda que não habilitado (como assistente de acusação)”8. 
O assistente poderá, ainda, prestar esclarecimentos em audiência. Seu papel será, 
principalmente, fazer uma análise crítica do laudo do perito oficial. 
 
Trata-se de inovação importante, que permite a dialética sobre o laudo pericial, como 
acentuam Pacelli e Fischer: 
 
“Uma coisa é questionar o laudo oficial no âmbito das argumentações 
genéricas da defesa. Outra, muito diferente, é poder apresentar 
quesitação para ser respondida pelos peritos, acompanhada de aludo 
técnico em sentido diverso.”9 
 
Qualquer que seja o entendimento, o juiz deverá valorar o parecer do assistente 
técnico, seja para acolher ou rejeitar a opinião do assistente. 
 
7 Nucci, 2013, p. 425 
8 Pacelli e Fischer, 2013, p. 368 
9 Pacelli e Fischer, 2013, p. 368 
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PERÍCIA EM ARMA DE FOGO – ROUBO MAJORADO 
 
Questão importante é sobre a necessidade de perícia em arma de fogo, para atestar 
sua aptidão para efetuar disparos e, consequentemente, criar uma situação de perigo. 
Preliminarmente cumpre salientar que, sobreveio a promulgação da Lei n. 13.654, de 
23 de abril de 2018, que modificou o Código Penal nos dispositivos referentes aos 
crimes de furto e roubo. Essa alteração legislativa suprimiu a previsão contida no inciso 
I do § 2º, do art. 157, que apresentava hipótese de causa especial de aumento de pena 
relativa ao emprego de arma. Esta Corte possuía entendimento jurisprudencial 
consolidado reconhecendo que a previsão contida no dispositivo revogado 
abrangia não apenas armas de fogo, mas qualquer “artefato que tem por objetivo 
causar dano, permanente ou não, a seres vivos e coisas”, nos termos do art. 3º, 
inciso IX, do Decreto n. 3.665/2000. 
No entanto, a atual previsão contida no art. 157, § 2º-A, inciso I, do Código Penal, 
limita a possibilidade de aumento de pena à hipótese de a violência ser cometida 
mediante emprego de arma de fogo, assim considerado o instrumento que “(…) 
arremessa projéteis empregando a força expansiva dos gases gerados pela combustão 
de um propelente confinado em uma câmara que, normalmente, está solidária a um 
cano que tem a função de propiciar continuidade à combustão do propelente, além 
de direção e estabilidade ao projétil”, de acordo com o Decreto citado. Portanto, não 
se está diante de continuidade normativa, mas de abolitio criminis da majorante, na 
hipótese de o delito ser praticado com emprego de artefato diverso de arma de fogo. 
Na hipótese, o réu realizou a subtração fazendo uso de arma branca (faca). 
Diante desse fato, deve-se aplicar a lei nova, mais benéfica ao acusado, em 
consonância com o art. 5º, XL, da Constituição Federal, afastando-se o aumento de 1/3 
aplicado na terceira fase do cálculo da pena.( Grifo Nosso). 
Confirma a ementa do recurso especial: 
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RECURSO ESPECIAL. ROUBO MAJORADO. PRINCÍPIO DA 
CORRELAÇÃO ENTRE A DENÚNCIA E A SENTENÇA. OFENSA. NÃO 
OCORRÊNCIA. DESCRIÇÃO. ROUBO CONSUMADO. POSSE MANSA E 
PACÍFICA. DESNECESSIDADE. RECURSO PROVIDO. 
1. O acusado se defende dos fatos que lhe são atribuídos na denúncia, 
de tal sorte que o magistrado não está vinculado à qualificação jurídica 
atribuída pela acusação, tendo em vista que no momento da prolação 
da decisão repressiva, sem modificar a descrição dos fatos narrados na 
exordial, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em 
consequencia, tenha de aplicar pena mais grave, nos exatos termos do 
art. 383 do Código de Processo Penal. 
2. O princípio da correlação entre a denúncia e a sentença 
condenatória representa no sistema processual penal uma das mais 
importantes garantias ao acusado, porquanto descreve balizas para a 
prolação do édito repressivo ao dispor que deve haver precisa 
correlação entre o fato imputado ao réu e a sua responsabilidade 
penal reconhecida na sentença. 
3. A Terceira Seção desta Corte, por ocasião do julgamento do Recurso 
Especial Repetitivo n. 1.499.050/RJ, firmou entendimento segundo o 
qual “consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem, 
mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve 
tempo e em seguida a perseguição imediata ao agente e recuperação 
da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou 
desvigiada” (Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, DJe 9/11/2015). 
4. In casu, a denúncia descreve a inversão da posse da res furtiva, o 
que é suficiente para a consumação do crime, em adoção à teoria da 
amotio ou apprehensio, nos termos da Súmula n. 582 do STJ. 
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5. Extrai-se dos autos, ainda, que o delito foi praticado com emprego 
de arma branca, situação não mais abrangida pela majorante do 
roubo, cujo dispositivo de regência foi recentemente modificado pela 
Lei n. 13.654/2018, que revogou o inciso I do § 2º do art. 157 do Código 
Penal. 
6 . Diante da abolitio criminis promovida pela lei mencionada e tendo 
em vista o disposto no art. 5º, XL, da Constituição Federal, de rigor a 
aplicação da novatio legis in mellius, excluindo-se a causa de aumento 
do cálculo dosimétrico. 
7. Recurso provido para reconhecer a forma consumada do delito de 
roubo, com a concessão de ordem de habeas corpus de ofício para 
readequação da pena. 
(STJ, Quinta Turma, REsp 1519860/RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado 
em 17/05/2018). 
Sobre a jurisprudência no nosso Supremo Tribunal Federal, para o reconhecimento da 
causa de aumento de pena prevista no artigo 157, §2º, I, do Código Penal, a apreensão 
da arma de fogo e a sua submissão à perícia também se mostra desnecessária, de 
sorte que a palavra da vítima e eventuais testemunhas presenciais, segundo os 
nossos Ministros, podem demonstrar o emprego e a potencialidade lesiva do 
referido instrumento bélico. Vejamos: 
[...] II – Não se mostra necessária a apreensão e perícia da arma de 
fogo empregada no roubo para comprovar o seu potencial lesivo, 
visto que tal qualidade integra a própria natureza do artefato. III 
– A qualificadora do art. 157, § 2º, I, do Código Penal, pode ser 
evidenciada por qualquer meio de prova, em especial pela palavra da 
vítima – reduzida à impossibilidade de resistência pelo agente – ou 
pelo depoimento de testemunha presencial [...].. (BRASIL. Supremo 
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Tribunal Federal - Habeas Corpus 111959/SP.Relator: Min. Ricardo 
Lewandowski. 2ª Turma. Brasília. 07 de ago.2012). (Grifo Nosso). 
 
 
 
 LEITURA COMPLEMENTAR 
 
Seguindo a tendência histórica de profusão da legislação penal em véspera de eleições 
como resposta da classe política aos graves problemas econômicos e sociais que 
afligem a população brasileira, foi sancionada no dia 23 de abril a Lei 13.654, que altera 
o Decreto-Lei 2.848, de 7 dezembro de 1940 (Código Penal), para dispor sobre os 
crimes de furto qualificado e de roubo quando envolvam explosivos e do crime de 
roubo praticado com emprego de arma de fogo ou do qual resulte lesão corporal 
grave; e a Lei 7.102, de 20 de junho de 1983, para obrigar instituições que 
disponibilizem caixas eletrônicos a instalar equipamentos que inutilizem cédulas de 
moeda corrente. 
A mudança do Código Penal, com o claro objetivo de coibir a onda criminosa de 
ataques a caixas eletrônicos mediante o uso de explosivos, que vem assolando o país 
nos últimos anos e aterrorizando sobremaneira as comunidades mais distantes dos 
centros urbanos, fez inserir normas incriminadoras específicas nos seus artigos 155 
— parágrafo 4º-A – A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver 
emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum; e parágrafo 7º 
– A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for de 
substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua 
fabricação, montagem ou emprego — e 157 — parágrafo 2º, VI – se a subtração for de 
substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua 
fabricação, montagem ou emprego; parágrafo 2º-A – A pena aumenta-se de 2/3 (dois 
terços): I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; II – se há 
destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato 
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análogo que cause perigo comum — para os casos em que haja o emprego de 
substâncias explosivas ou artefatos análogos, ou mesmo o emprego de arma de fogo, 
no caso do roubo, recrudescendo as penas em tais circunstâncias ou, ainda, se da 
violência resultar lesão corporal grave ou morte — artigo 157, parágrafo 3º, I - lesão 
corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; e II - morte, 
a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa, do CP. 
Por outro lado, a Lei 13.654/2018, ao dispor em seu artigo 4º sobre a revogação do 
inciso I do parágrafo 2º do artigo 157, do CP, o qual dispunha sobre a majorante da 
pena, de 1/3 até 1/2, se a violência ou ameaça fosse exercida com emprego de “arma”, 
para, em processo de continuidade típica normativa, inserir o parágrafo 2º-A, 
aumentando-se a pena do crime de roubo em 2/3, se a violência ou ameaça for 
exercida com o emprego de “arma de fogo”, conforme disposto no seu inciso I, 
entrando a novel legislação penal em vigor na data de sua publicação no DOU, o que 
se deu em 24 de abril de 2018. 
A majorante do emprego de arma no crime de roubo sempre suscitou divergência, 
tanto na doutrina quanto na jurisprudência pátria, tendo a 3ª Seção do Superior 
Tribunal de Justiça, em sessão de julgamento em 23/10/1996, editado a Súmula 174 – 
no crime de roubo, a intimidação feita com arma de brinquedo autoriza o aumento da 
pena -, para, em 24/10/2002, no julgamento do REsp 213.054-SP, proceder ao seu 
cancelamento, sob o fundamento de que a referida súmula violava vários princípios 
basilares do Direito Penal, tais como o da legalidade (artigo 5º, inciso XXXIX, da 
Constituição Federal e artigo 1º, do Código Penal), do ne bis in idem, e da 
proporcionalidade da pena. 
Ademais, a Súmula 174 perdeu o sentido com o advento da Lei 9.437, de 20/2/1997, 
que, em seu artigo 10, parágrafo 1º, inciso II, criminalizou a utilização de arma de 
brinquedo para o fim de cometer crimes. 
Remanesce, no entanto, naquele mesmo sodalício, tormentosa polêmica acerca da 
incidência ou não da referida majorante do parágrafo 2º, inciso I, do artigo 157, do CP, 
e agora transmutada para o parágrafo 2º-A, inciso I, do mesmo artigo, nos casos em 
que a “arma” não tenha sido apreendida e periciada, para fins de aferição de sua 
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capacidade vulnerante, a partir do julgamento do REsp 961.863/RS, de relatoria do 
ministro Gilson Dipp, segundo a qual a ausência de perícia na arma, quando 
impossibilitada sua realização, não afasta a causa especial de aumento prevista no 
inciso I, do parágrafo 2º, do artigo 157, do Código Penal, desde que existentes outros 
meios aptos a comprovar o seu efetivo emprego na ação delituosa. 
Para a íntegra do texto, segue o link abaixo: 
A Lei 13.654 e a majorante do emprego de arma no crime de roubo 
 
Muito tem se falado na comunidade jurídica acerca de uma suposta 
inconstitucionalidade formal da Lei 13.654/2018, designadamente no que concerne ao 
seu artigo 4º, o qual revogou a causa de aumento de pena prevista no artigo 157, 
parágrafo 2º, inciso I, do Código Penal. Como já se sabe, o aludido diploma normativo, 
entre outras inovações inseridas no Estatuto Repressivo, introduziu o parágrafo 2º-A 
ao artigo 157 (tipo penal de roubo), aumentando a reprimenda em 2/3 quando o delito 
envolve o emprego de arma de fogo e na hipótese em que há destruição ou 
rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo 
que cause perigo comum, no cometimento da infração. 
Por outro lado, o novel diploma legal, como dito, revogou o inciso I do parágrafo 2º 
do artigo 157 do Código Penal, que aumentava em 1/3 a pena quando a violência ou 
ameaça fosse exercida com o emprego de arma (lato sensu), abrangendo, pois, todo e 
qualquer artefato possível de ser utilizado para a defesa ou ataque, seja ele próprio 
(revólver, faca, espada etc.) ou impróprio (pedra, barra de ferro, porrete etc.). 
Contudo, na aurora da vigência da novel lei, alguns estudiosos têm apontado um 
suposto vício de constitucionalidade no referido documento normativo. Aliás, o 
Tribunal de Justiça de São Paulo, em julgamento recente, declarou, incidentalmente, a 
inconstitucionalidade formal do artigo 4º da Lei 13.654/2018[1]. A ementa do julgado 
é a seguinte: 
“ROUBO SIMPLES IMPRÓPRIO TENTADO – APELAÇÃO – Pleito Ministerial de 
reconhecimento da causa de aumento do emprego de arma (branca) – Superveniência 
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https://www.conjur.com.br/2018-mai-04/fernando-martelleto-majorante-uso-arma-crime-roubo
https://www.conjur.com.br/2018-jun-09/opiniao-roubo-majorado-polemico-artigo-lei-136542018#_ftn1
 
 
 
da Lei posterior extirpando o inciso I do §2º do art. 157 do CP – RECONHECIDA a 
inconstitucionalidade formal do art. 4º da Lei nº 13.654, de 23 de abril de 2018 – 
SUSPENSO o julgamento do mérito do recurso e DETERMINAÇÃO da instauração de 
incidente de inconstitucionalidade com remessa ao Órgão Especial para apreciação, 
nos termos do art. 193 e seguintes do Regimento Interno deste E. Tribunal de Justiça” 
(Apelação Criminal com Revisão 0022570-34.2017.8.26.0050. 4ª Câmara Criminal. Rel. 
des. Edison Brandão.Data de julgamento 8/5/2018). 
Inclusive, na esteira desse entendimento, as chefias dos ministérios públicos dos 
estados de São Paulo[2], Mato Grosso do Sul[3] e Goiás[4] recomendaram aos 
membros das respectivas instituições, ainda que de maneira não vinculante, que, em 
sede de controle difuso, arguissem a inconstitucionalidade formal do preceito 
normativo que revogou a majorante prevista no artigo 157, parágrafo 2º, inciso I, do 
Código Penal, uma vez que, segundo argumentam, haveria afronta ao devido processo 
legislativo na tramitação do projeto de lei (PLS 149/2015) que resultou na promulgação 
da Lei 13.654/2018. 
Para a íntegra do texto, segue o link abaixo: 
Roubo majorado e a inconstitucionalidade formal do artigo 4º da Lei 13.654/2018 
 
 LEGISLAÇÃO 
Código Penal 
 Inimputáveis 
 Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento 
mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente 
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 Redução de pena 
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https://www.conjur.com.br/2018-jun-09/opiniao-roubo-majorado-polemico-artigo-lei-136542018#_ftn3
https://www.conjur.com.br/2018-jun-09/opiniao-roubo-majorado-polemico-artigo-lei-136542018#_ftn4
https://www.conjur.com.br/2018-jun-09/opiniao-roubo-majorado-polemico-artigo-lei-136542018
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art26
 
 
 
 Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em 
virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto 
ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984). 
 Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave 
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à 
impossibilidade de resistência: 
 Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
 § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega 
violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime 
ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. 
 § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada 
pela Lei nº 13.654, de 2018) 
 I – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018) 
 II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; 
 III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal 
circunstância. 
 IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para 
outro Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) 
 V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua 
liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art24
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13654.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13654.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13654.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13654.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9426.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9426.htm#art1
 
 
 
 VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta 
ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou 
emprego. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) 
 § 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei nº 
13.654, de 2018) 
 I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de 
fogo; (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) 
 II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de 
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. (Incluído pela 
Lei nº 13.654, de 2018) 
 § 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018) 
 I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e 
multa; (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) 
 II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e 
multa. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018). 
Código de Processo Penal 
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de 
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. 
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando 
se tratar de crime que envolva: (Incluído dada pela Lei nº 13.721, de 2018) 
I - violência doméstica e familiar contra mulher; (Incluído dada pela Lei nº 13.721, de 
2018) 
II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência. (Incluído 
dada pela Lei nº 13.721, de 2018) 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13654.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13654.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13654.htm#art1
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13654.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13654.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13654.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13721.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13721.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13721.htm#art1
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Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito 
oficial, portador de diploma de curso superior. (Redação dada pela Lei nº 11.690, 
de 2008) 
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, 
portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre 
as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do 
exame. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar 
o encargo. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
§ 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação,ao ofendido, 
ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente 
técnico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
§ 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão 
dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas 
desta decisão. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
§ 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à 
perícia: (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a 
quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem 
esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, 
podendo apresentar as respostas em laudo complementar; (Incluído pela 
Lei nº 11.690, de 2008) 
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado 
pelo juiz ou ser inquiridos em audiência. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 
2008) 
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§ 6o Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à 
perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua 
guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for 
impossível a sua conservação. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento 
especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte 
indicar mais de um assistente técnico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo 
ou em parte. 
 
 JURISPRUDÊNCIA 
PENAL. TRÁFICO DE DROGAS. ABSOLVIÇÃO POR INSUFICIÊNCIA DE PROVAS. NÃO 
ACOLHIMENTO. MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS. DEPOIMENTO 
JUDICIAL DO POLICIAL. AUTO DE APRESENTAÇÃO E APREENSÃO. LAUDO PERICIAL 
DE SUBSTÂNCIA. PROVAS ROBUSTAS DE TRAFICÂNCIA. SENTENÇA MANTIDA. 1. 
Não há se falar em absolvição por insuficiência de provas quando o conjunto 
probatório coligido aos autos é harmônico e coeso em demonstrar a prática do 
crime de tráfico de drogas imputado ao réu, sobretudo pelo depoimento dos 
policiais e o modo de acondicionamento da droga apreendida em sua 
residência. 2. O depoimento do policial, responsável pela prisão em flagrante, é 
dotado de presunção de veracidade e merece credibilidade. Ademais, não há 
qualquer indício de que tenha ele interesse em imputar falsamente ao réu a 
prática de crime. 3. Recurso conhecido e improvido. (Grifo Nosso). 
(TJ-DF 20170110063945 DF 0003072-33.2017.8.07.0000, Relator: DEMETRIUS GOMES 
CAVALCANTI, Data de Julgamento: 09/08/2018, 3ª TURMA CRIMINAL, Data de 
Publicação: Publicado no DJE : 15/08/2018 APELAÇÃO PENAL. ESTUPRO E ESTUPRO 
DE VULNERÁVEL. INSUFICIÊNCIA DE PROVA DA MATERIALIDADE DO CRIME DE 
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ESTUPRO. LAUDO PERICIAL SEM CONCLUSÃO. INSUBSISTENTE. DEPOIMENTOS 
TESTEMUNHAIS COERENTES, INCLUSIVE DAS VÍTIMAS. QUANTUM EXCESSIVO DAS 
PENAS. INACOLHIMENTO. PENAS APLICADAS NO MÍNIMO LEGAL. IMPROVIMENTO. 
1. O laudo pericial não é elemento essencial para demonstrar a materialidade 
do crime de estupro cometido, haja vista que os crimes contra a dignidade 
sexual, por sua própria natureza, podem não deixar vestígios. Na hipótese, a 
narrativa segura e coerente da vítima com os demais elementos de prova 
carreados aos autos são suficientes para provar a existência do crime. 2. Não há 
que se falar em valoração excessiva das penas-base, uma vez que a magistrada a quo 
as fixou no mínimo legal, consubstanciada nos princípios da razoabilidade e 
proporcionalidade. 3.Recurso conhecido e improvido. Decisão unanime. 
(TJ-PA - APL: 00004350420108140017 BELÉM, Relator: MILTON AUGUSTO DE BRITO 
NOBRE, Data de Julgamento: 19/06/2012, 2ª CÂMARA CRIMINAL ISOLADA, Data de 
Publicação: 21/06/2012). (Grifo Nosso). 
PENAL. PROCESSO PENAL. ESTELIONATO. REQUERIMENTO DE APOSENTADORIA 
COM CERTIDÕES DE NASCIMENTO FALSAS. AUTORIA. NÃO DEMONSTRAÇÃO. 
PROVA INDICIÁRIA. ISOLADA. LAUDO DE EXAME DOCUMENTOSCÓPICO - 
GRAFOTÉCNICO. INEXISTÊNCIA. SENTENÇA ABSOLUTÓRIA QUE DEVE SER MANTIDA. 
1. Apesar de ter ficado comprovado que houve o requerimento de aposentadoria 
com certidões de nascimento falsas, não ficou demonstrado que a apelada foi a 
signatária das referidas certidões, ou seja, não existem provas contundentes de 
autoria, razão pela qual a manutenção da r. sentença absolutória é medida que se 
impõe. 2. A prova indiciária, por si só, não basta para um decreto condenatório, 
devendo a mesma se coadunar com demais elementos de prova colhidos em juízo 
sob o crivo do contraditório e da ampla defesa. 3. É impossível um decreto 
condenatório se inexistir um laudo de exame documentoscópico - grafotécnico 
o qual ateste que as assinaturas apostas em certidões de nascimento falsas 
partiram do punho da apelada. 4. Recurso do apelante improvido. 
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(TRF-1 - ACR: 20835 MA 2001.01.00.020835-0, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL 
HILTON QUEIROZ, Data de Julgamento: 11/10/2005, QUARTA TURMA, Data de 
Publicação: 18/11/2005 DJ p.55). (Grifo Nosso). 
 
 BIBLIOGRAFIA 
 
BADARÓ, Gustavo. Processo Penal. 4ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016. 
 
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. 4ª ed. Salvador: Ed. 
JusPodivm, 2016. 
 
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal. 12ª 
ed. São Paulo: Forense, 2015. 
 
PACELLI, Eugênio. FISCHER. Douglas. Comentários ao Código de Processo Penal 
e sua Jurisprudência. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2014. 
 
LOPES JR., Aury. Direito Processual Penal: e sua conformidade constitucional. 
9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 
 
MARQUES DA SILVA, Marco Antonio. FREITAS, Jayme Walmer de. Código de 
Processo Penal Comentado. São Paulo: Saraiva, 2012. 
 
NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal Comentado. 12ª ed. São 
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013. 
 
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Penal. 7ª ed. Salvador: Juspodvum, 2012. 
 
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e Crítica Jurisprudencial. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007. 
 
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Vol. 1. 12ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009. 
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