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MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE INFECÇÕES RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À SAÚDE

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1 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 2
1. MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE INFECÇÕES RELACIONADA À 
ASSISTÊNCIA À SAÚDE ..................................................................................................... 3
2. Medidas de Prevenção de Pneumonia Relacionada à Assistência à Saúde .... 4
2.1 Fatores de risco para pneumonia relacionada à assistência à saúde .............. 8
2.2 Medidas gerais para prevenção de IRAS ......................................................... 9
2.3 Medidas específicas recomendadas para prevenção de pneumonia ...........11
3. prevenção de infecção do trato urinário em pacientes com cateterismo vesical 
de demora (CVD) no ambiente hospitalar ...........................................................................19
4.1. Principais medidas relacionadas à técnica do cateterismo vesical para 
prevenção de ITU ............................................................................................................20
4.2 Cuidados de enfermagem na manutenção do cateter vesical .........................21
4. Medidas de Prevenção de Infecção da Corrente Sanguínea RELACIONADA AO 
CATETER VENOSO CENTRAL ..........................................................................................22
5.1 Recomendações para cateter periférico ..........................................................25
5. Medidas de Prevenção de Infecção Cirúrgica..................................................30
6. Avaliação do sítio cirúrgico: condutas de enfermagem ....................................34
7.1 Avaliação do sítio cirúrgico ..............................................................................35
7.2 Avaliação do sítio cirúrgico durante a fase inflamatória ...................................36
6.3 Avaliação do sítio cirúrgico durante a fase proliferativa ................................37
7.3 Avaliação do sítio cirúrgico durante a fase de remodelação ...........................38
6.4 Cuidados com feridas ...................................................................................38
7.7 Técnica curativo oclusivo: acesso venoso central ...........................................44
7. Técnica para Antissepsia Cirúrgica das Mãos com Produto Alcoólico – OMS.46
8. REFERÊNCIAS ...............................................................................................49
 
 
2 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da 
sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se 
levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que 
seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a 
pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a 
mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo
de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe 
convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e 
prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1. MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE INFECÇÕES RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À 
SAÚDE 
 
 Fonte: milliyet.com.tr 
 
O Ministério da Saúde define as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde 
(IRAS) como aquelas adquiridas após a admissão do paciente no hospital e que se manifeste 
durante a internação ou após a alta, quando esta puder ser relacionada com a internação ou 
procedimentos hospitalares. Essas infecções refletem uma problemática que atinge a saúde 
em níveis mundiais, pois são relacionadas às altas taxas de morbimortalidade, aumento no 
período de hospitalização e nos custos para o sistema de saúde. O desafio para a prevenção 
de danos aos usuários dos serviços de saúde e prejuízos associados aos cuidados 
decorrentes de processos ou estruturas da assistência é cada vez maior, fazendo-se 
necessária a atualização de protocolos específicos de critérios diagnósticos e medidas de 
prevenção para a redução das IRAS (DORESTE et al., 2019). 
 A identificação, prevenção e controle dessas infecções representam fundamentos 
para a intervenção sobre o risco em serviços de saúde, antes que o dano alcance o paciente. 
Salienta-se que as infecções são manifestações suscetíveis em Unidades de Terapia 
Intensiva (UTI) devido à gravidade do paciente, maior diversidade microbiana e maior 
exposição a procedimentos invasivos. Entre os pacientes que são hospitalizados, 
mais de 10% são expostos temporariamente, ao Cateterismo Vesical de Demora (CVD), e a 
utilização na UTI é indicada na maioria das vezes para avaliação do débito urinário e a 
pacientes comatosos e sedados (DORESTE et al., 2019). 
 
4 
 
2. MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE PNEUMONIA RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À 
SAÚDE 
 
 Fonte: enfermagemnovidade.wordpress.com 
 
Os dados epidemiológicos sobre a pneumonia relacionada à assistência à saúde nos 
hospitais brasileiros ainda são imprecisos. No Brasil existem alguns dados epidemiológicos 
sobre as pneumonias associadas a ventilação mecânica (VM). Porém, não são dados 
nacionais. A notificação de pneumonia associada a VM ocorridas nas UTIs brasileiras, 
tornou-se obrigatória a partir deste ano de 2017, o que possibilitará a publicação dos dados 
epidemiológicos nacionais sobre esse agravo a partir de 2018 (AGÊNCIA NACIONAL DE 
VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017). 
Dados do Estado de São Paulo, de 2015, mostraram que a média da densidade de 
incidência de pneumonia associada à ventilação mecânica – PAV, foi de 9,87 casos por 
1.000 dias de uso de ventilador em UTI adulto, sendo diferente para UTIs de hospital de 
ensino, com 13,40 casos por 1.000 ventilador-dia e UTIs de hospitais privados com 6,56 
casos de PAV sendo que 41,17% dos pacientes da UTI adulto utilizavam VM. As taxas de 
pneumonia associadas à ventilação mecânica - PAV podem variar de acordo com a 
população de pacientes e os métodos diagnósticos disponíveis (AGÊNCIA NACIONAL DE 
VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017). 
 Mas vários estudos demonstram que a incidência desta infecção aumenta com a 
duração da VM e apontam taxas de ataque de aproximadamente 3% por dia durante os 
primeiros cinco dias de ventilação e depois 2% para cada dia subsequente. A mortalidade 
global nos episódios de pneumonia associada à VM varia de 20 a 60%, refletindo em grande 
 
5 
 
parte a severidade da doença de base destes pacientes, a falência de órgãos e 
especificidades da população estudada e do agente etiológico envolvido. Estimativas da 
mortalidade atribuída a esta infecção variam nos diferentes estudos, mas aproximadamente 
33% dos pacientes com PAV morrem em decorrência direta desta infecção. A patogênese 
da pneumonia relacionada à assistência à saúde envolve a interação entre patógeno, 
hospedeiro e variáveis epidemiológicas que facilitam esta dinâmica. Vários mecanismos 
contribuem para a ocorrência destas infecções, porém o papel de cada um destes fatores 
permanece controverso, podendo variar de acordo com a população envolvida e o agente 
etiológico. 
 
 Fonte: Adaptado de: Craven DE et al.;2007 
 
A pneumonia relacionada à assistência à saúde é principalmente de origem aspirativa. 
A principal fonte são as secreções das vias aéreas superiores, seguida pela inoculação 
 
6 
 
exógena de material contaminado ou pelo refluxo do trato gastrintestinal. Estas aspiraçõessão, mais comumente, microaspirações silenciosas, raramente há macro aspirações, que 
quando acontecem trazem um quadro de insuficiência respiratória grave e rapidamente 
progressiva. Raramente a pneumonia é ocasionada pela disseminação hematogênica a 
partir de um foco infeccioso à distância. Os pacientes internados e, especialmente, os 
pacientes em ventilação mecânica são um grupo de risco aumentado para pneumonia 
(AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017). 
 Este risco maior deve-se essencialmente a três fatores: 1 - diminuição das defesas 
do paciente; 2 - risco elevado de ter as vias aéreas inoculadas com grande quantidade de 
material contaminado; 3 - presença de microrganismos mais agressivos e resistentes aos 
antimicrobianos no ambiente, superfícies próximas, materiais dessa forma colonizando o 
próprio paciente. A diminuição da defesa pulmonar pode estar relacionada a várias causas 
e estas podem ocorrer isoladamente ou em associação. Dentre estas causas destacam-se: 
a presença de doença de base, tais como: neoplasias, doença pulmonares agudas ou 
crônicas, doenças autoimunes, o uso de drogas imunossupressoras (corticosteroides, 
quimioterapia) e o uso de próteses traqueais (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA 
SANITÁRIA, 2017). 
O risco elevado de ter as vias aéreas inoculadas com grande quantidade de material 
contaminado exerce um papel central na fisiopatologia da pneumonia relacionada à 
assistência à saúde. Este risco aumentado pode também estar associado a inúmeros 
motivos, que podem acontecer isoladamente ou, mais frequentemente, associados. Podem 
ser citados como exemplos o rebaixamento do nível de consciência, causado por drogas ou 
pela doença de base, que pode predispor a aspiração e a retenção de secreção das vias 
aéreas superiores, na região acima do balonete do tubo traqueal (AGÊNCIA NACIONAL DE 
VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017). 
Esta retenção de material oriundo das vias aéreas superiores e coletado acima do 
balonete, penetra pela traqueia quando o balonete é desinflado ou atravessando o espaço 
entre o balonete e a parede da traqueia. Pode também ocorrer a inoculação de material 
contaminado pela traqueia por meio de nebulizações, inalações ou aspirações traqueais 
realizadas com material contaminado. Em pacientes em ventilação mecânica e umidificação 
com água aquecida pode haver acúmulo de água condensada no circuito do ventilador e 
está água acumulada e contaminada pelo contato com o circuito do ventilador, pode, por 
meio da manipulação descuidada, penetrar na traqueia do paciente (AGÊNCIA NACIONAL 
DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017). 
 
7 
 
Cabe também ressaltar que em pacientes idosos, com doenças neurológicas ou
musculares, há alteração do padrão normal de deglutição, o que predispõe a aspiração. 
Como a principal razão da pneumonia relacionada à assistência à saúde é a aspiração e 
como estes pacientes, habitualmente encontram-se restritos ao leito, as pneumonias 
hospitalares desenvolvem-se nos lobos inferiores e nos segmentos posteriores destes 
(AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017). 
Após a aspiração, o material contaminado impacta em brônquios de pequeno calibre 
e expande-se para o espaço alveolar ao redor, causando histopatologicamente uma 
broncopneumonia. Como podem acontecer aspirações em momentos diferentes, um 
paciente pode ter mais de um foco de pneumonia e até mesmo com microrganismos 
diferentes. Nos locais onde há a coleta sistemática dos indicadores relacionados a esta 
infecção, a incidência de PAV tem diminuído após a introdução de medidas preventivas, o 
que indica que a PAV e provavelmente a pneumonia não associada à ventilação mecânica, 
são complicações evitáveis (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017). 
 
 
 Fonte: /br.freepik.com 
 
 O presente manual da Anvisa” por Essa é uma revisão da publicação de 2010 – 
Medidas de Prevenção de Infecção do Trato Respiratório da Anvisa. Pautada em evidências 
científicas publicadas na literatura e resultado de reuniões técnicas realizadas pelo um grupo 
de trabalho formado por profissionais especialistas na área de prevenção e controle de 
infecção, terapia intensiva e representantes da Associação de Medicina Intensiva Brasileira 
– AMIB, Sociedade Brasileira de Infectologia - SBI, Associação Brasileira de Controle de 
Infecção Hospitalar – ABIH e Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia- SBPT. Após 
 
8 
 
discussão das propostas formuladas pelo Grupo de Trabalho, as orientações aqui 
apresentadas e revisadas foram submetidas pela Anvisa à consulta restrita de outros 
profissionais de saúde com conhecimentos na área de prevenção e controle de infecção, 
terapia intensiva, bem como sociedades/associações científicas relacionadas ao tema 
(AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017). 
2.1 Fatores de risco para pneumonia relacionada à assistência à saúde 
Os fatores de risco para pneumonia relacionada à assistência à saúde podem ser 
agrupados em quatro categorias: 
1. Fatores que aumentam a colonização da orofaringe e estômago por 
microrganismos (administração de agentes antimicrobianos, admissão em UTI ou presença 
de doença pulmonar crônica de base); 
2. Condições que favorecem aspiração do trato respiratório ou refluxo do trato 
gastrintestinal (intubação endotraqueal ou intubações subsequentes; utilização de sonda 
nasogástrica; posição supina; coma; procedimentos cirúrgicos envolvendo cabeça, pescoço, 
tórax e abdome superior; imobilização devido a trauma ou outra doença); 
3. Condições que requerem uso prolongado de ventilação mecânica com exposição 
potencial a dispositivos respiratórios e contato com mãos contaminadas ou colonizadas, 
principalmente de profissionais da área da saúde; 
4. Fatores do hospedeiro como: extremos de idade, desnutrição, condições de base 
graves, incluindo imunossupressão. 
Estas categorias, especialmente as três primeiras, incluem os fatores de risco 
considerados modificáveis, que constituem o alvo das medidas preventivas. Diversos 
estudos foram conduzidos com base nesses fatores de risco para identificar as principais 
medidas de prevenção das pneumonias relacionadas à assistência à saúde, principalmente 
aquelas associadas a ventilação mecânica. A seguir serão apresentadas as medidas de 
prevenção desse agravo, que estarão divididas em: 1 - As medidas gerais 2 - As medidas 
específicas recomendadas para prevenção de pneumonia e 3 - Outras medidas de 
prevenção (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017). 
 
9 
 
2.2 Medidas gerais para prevenção de IRAS 
Nas ações de prevenção e controle das IRAS estabelecer prioridades é fundamental. 
O estabelecimento de políticas e a padronização da implantação e manutenção de 
dispositivos invasivos devem ser priorizados. O acompanhamento da execução de 
procedimentos deve ser proposto, além da adoção de indicadores de resultado e avaliação 
criteriosa da estrutura. Existindo boas condições de estrutura, é mais provável que se 
obtenha um processo adequado e um resultado mais favorável. A vigilância epidemiológica 
das IRAS, tem como um dos principais objetivos prover informações que possam ser 
utilizadas pela instituição para promover melhoria contínua, direcionando estratégias de 
prevenção e controle de infecções (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 
2017). 
 
 
 Fonte: helioprint.com.br 
 
O principal objetivo da vigilância epidemiológica das IRAS é fornecer, às instituições, 
informações para o aprimoramento contínuo das estratégias de prevenção e controle das 
infecções. Conhecer dados endêmicos de IRAS, identificar possíveis surtos epidemiológicos 
e traçar ou propor estratégias de prevenção e controle de infecção, são os resultados 
esperados. De acordo com diversos estudos, é fortemente recomendado realizar a vigilância 
de PAV com definições padronizadasem UTI, assim como calcular taxas de PAV, dar retorno 
destes índices para a equipe de saúde e, sobretudo, associar estas taxas com as medidas 
de prevenção pertinentes (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017). 
 
10 
 
Este indicador pode tornar-se um importante aliado na avaliação da qualidade da 
assistência. Para tanto, a vigilância deve ser efetuada por equipe treinada com conceitos de 
epidemiologia e critérios definidos de pneumonia. Os treinamentos devem ser planejados 
em conjunto com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH. A área de 
treinamento ou educação continuada e a unidade de internação. Para atender as demandas 
crescentes de prevenção e controle das IRAS, os profissionais que atuam no controle das 
IRAS têm que desenvolver novas estratégias educacionais de acordo com práticas 
baseadas em evidências e que se adaptem às necessidades de aprendizagem de seu 
público e suas instituições (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017). 
O treinamento da equipe multiprofissional que presta assistência aos pacientes em 
ventilação mecânica é fundamental e tem impacto direto nas taxas de PAV. As estratégias 
devem ser de preferência, multimodais, ou seja, envolvendo metodologias variadas: 
treinamento por meio de aula presencial, e-learning, aula prática e com simulações, 
discussão da prática à beira do leito, feedback de indicadores com discussão de medidas 
preventivas e outros. Além de uma equipe bem treinada, é fundamental manter uma rotina 
de visitas multidisciplinares com a participação dos profissionais envolvidos diretamente na 
assistência aos pacientes internados na UTI, bem como dos profissionais da CCIH 
(AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017). 
Estas visitas à beira do leito proporcionam a identificação de não conformidades dos 
processos assistenciais, auxiliam o gerenciamento de medidas de prevenção e facilitam o 
relacionamento entre os profissionais. A higiene das mãos (HM) deve fazer parte de todas 
as campanhas educativas, tanto fortalecendo os conceitos da periodicidade como da 
técnica. A utilização de preparação alcoólica para as mãos deve ser estimulada em todas as 
áreas do serviço de saúde, principalmente no ponto de assistência/tratamento. Para realizar 
a HM pode ser utilizado produto alcoólico rotineiramente ou água e sabonete líquido, caso 
as mãos estiverem visivelmente sujas (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 
2017). 
 Para uma eficaz HM, a técnica empregada e a duração do procedimento são 
essenciais, além disto, antes de iniciar a técnica, é necessário retirar adornos como anéis, 
pulseiras e relógios, pois estes podem dificultar a remoção dos microrganismos ou acumulá-
los nas mãos. Atualmente, todos os serviços de saúde do país devem se adequar à 
RDC/ANVISA nº 42/ 2010, que determina a obrigatoriedade da disponibilização de 
preparação alcoólica para fricção antisséptica das mãos nos pontos de assistência e 
tratamento; em local visível e de fácil acesso. O objetivo é que os profissionais de saúde não 
 
11 
 
precisem deixar o local de assistência e tratamento para higienizar as mãos (AGÊNCIA 
NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017). 
2.3 Medidas específicas recomendadas para prevenção de pneumonia 
Manter decúbito elevado (30- 45°) 
 A VM está associada a altas taxas de pneumonia, pois o tubo endotraqueal inibe 
mecanismos de defesa importantes do trato respiratório superior, contribui com a 
produção e acúmulo de secreções da orofaringe, inibe mecanismos de tosse efetivos e 
pode ser uma fonte de infecção. A colonização da orofaringe e estômago com 
microrganismos patogênicos parece preceder o desenvolvimento da pneumonia 
associada à ventilação mecânica. A utilização de bloqueadores dos receptores de 
histamina para prevenção de úlcera gástrica altera o pH do suco gástrico, o que facilita 
a colonização por microrganismos patogênicos, além da presença da sonda 
nasogástrica que facilita o refluxo das bactérias do estômago (AGÊNCIA NACIONAL DE 
VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017). 
 
 
 Fonte: shutterstock.com.br 
 
 Por estas razões, parece lógico que o posicionamento inadequado do paciente possa 
impactar no surgimento da pneumonia. Além disto, o posicionamento do paciente em 
decúbito elevado pode favorecer também a ventilação espontânea. Não há dados 
suficientes para afirmar que a recomendação de manter pacientes com a cabeceira 
elevada em 30 a 45˚ tenha impacto significativo na redução da PAV ou mortalidade 
 
12 
 
(qualidade de evidência II, segundo a publicação da Society for Healthcare Epidemiology 
of América and Cambridge University – SHEA de 2014) (AGÊNCIA NACIONAL DE 
VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017). 
 Porém, em função de ser uma medida simples, de fácil aplicabilidade, com baixo risco 
de complicação, nenhum custo e um benefício potencial, no último compêndio de 
estratégias de prevenção de PAV, publicado pelo SHEA em 2014, esta medida, 
classificada como uma medida básica foi recomendada. Ainda não está claro também, 
se a elevação do decúbito apenas a 30° é suficiente, mas parece ser mais aceitável para 
pacientes com menor grau de sedação e possibilita maior adesão ao posicionamento 
adequado (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017). 
 A utilização do decúbito elevado diminui a incidência de PAV especialmente em 
pacientes recebendo nutrição enteral. Outra razão para o acréscimo desta intervenção 
é a melhoria dos parâmetros ventilatórios em comparação com a posição supina. Por 
exemplo, os pacientes nesta posição apresentam um maior volume corrente quando 
ventilados com pressão de suporte e redução no esforço muscular e na taxa de 
atelectasia (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017). 
 Segundo o IHI, inúmeras dicas podem ser seguidas para facilitar a implantação desta 
intervenção, a exemplo destas, está a inclusão da intervenção na folha de controle da 
enfermagem e o estimulo à notificação clínica caso a cama pareça não estar na posição 
adequada. A eficácia de decúbito elevado na prevenção de PAV em crianças não foi 
estabelecida. Foglia et al. (2007) replicou um estudo caso-controle de pneumonia em 
adultos. Em crianças essa intervenção não encontrou diferença significativa decorrente 
do posicionamento da cabeceira em relação a prevenção de pneumonia. Além disso, 
demonstrou ser difícil manter bebês e crianças pequenas nesta posição (AGÊNCIA 
NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017). 
Adequar diariamente o nível de sedação e o teste de respiração espontânea 
 A utilização da menor dose possível de sedação e a avaliação da prontidão do 
paciente para a desintubação tem sido correlacionada com a redução do tempo de 
ventilação mecânica e, consequentemente, a uma redução na taxa de PAV. A escolha 
dos tipos de fármacos, intensidade e duração da sedação estão associadas com o risco 
aumentado das taxas de eventos, que incluem: delírio, imobilidade, infecção, eventos 
associados à VM, tempo prolongado de ventilação mecânica, aumento do tempo de 
internação e morte (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017). 
 
13 
 
 A diminuição do nível de sedação, que deve ser buscada diariamente, e do tempo de 
sedação podem contribuir para um menor tempo de intubação e possivelmente com 
menor mortalidade. Já a interrupção diária da sedação pode apresentar alguns riscos, 
como por exemplo, a desintubação acidental. O aumento do nível de dor e ansiedade 
levam a possibilidade de assincronia com a ventilação, o que pode gerar períodos de 
dessaturação. Deve ser realizado diariamente o questionamento sobre a necessidade 
do suporte respiratório com VM invasiva (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA 
SANITÁRIA, 2017). 
 A avaliação das causas que levaram ao uso da prótese mecânica e a situação do 
paciente podem sinalizar se há condições para a submetê-lo ao teste de respiração 
espontânea. A adequação do nível de sedaçãopode contribuir para a suspensão dos 
sedativos, melhor avaliação da presença de dor e para a suspensão dos opióides 
utilizados para analgesia, contribuindo assim, para aumentar as chances do colocar o 
paciente em teste de respiração espontânea. Estas ações contribuem para o maior 
sucesso na retirada de prótese ventilatória. É importante implantar um protocolo de 
avaliação diária da sedação, avaliar a prontidão neurológica para desintubação, e ainda
incluir precauções para evitar a desintubação acidental, tais como maior monitorização 
e vigilância, avaliação diária multidisciplinar e implementação de uma escala, a fim de 
evitar o aumento da sedação (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 
2017). 
 
 
 
 Fonte: cdn.multiscreensite.com 
 
 
14 
 
Aspirar a secreção subglótica rotineiramente 
 A presença do tubo endotraqueal em pacientes sob ventilação mecânica contribui 
para o desenvolvimento de pneumonia. O tubo endotraqueal facilita a colonização 
bacteriana da árvore traqueobrônquica e predispõe aspiração da secreção contaminada 
pela diminuição do reflexo de tosse, acúmulo de secreção acima do balonete (espaço 
subglótico) e a própria contaminação do tubo. A utilização da cânula oro traqueal, com 
um sistema de aspiração de secreção subglótica contínua ou intermitente, é 
recomendada para pacientes que irão permanecer sob VM acima de 48h ou 72h. Essa 
medida reduz a PAV, o tempo de ventilação mecânica, a internação em UTI e está 
associada a menor utilização de antibióticos (qualidade da evidência II segundo a 
publicação da SHEA de 2014). Não há indicação de troca de tubo para proceder a 
aspiração contínua (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017). 
Fazer a higiene oral com antissépticos 
 A importância dos cuidados bucais em pacientes sob terapia intensiva tem sido alvo 
de inúmeras investigações e os resultados alertam para a necessidade de se 
implementar diretrizes adequadas e seguras. Na última publicação do SHEA de 2014, a 
utilização de clorexidine 0,12% para higiene oral foi classificada como medida de efeito 
moderado. Apesar disso, esta medida faz parte do “bundle” do IHI e quando aplicada em
conjunto com outras medidas, parece ter um efeito positivo para redução de PAV 
(AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017). 
Fazer uso criterioso de bloqueadores neuromusculares 
 Diversos estudos descreveram a utilização de bloqueadores neuromusculares (BNM) 
para facilitar a VM. A maioria é limitada a estudos de casos, pequenos estudos 
prospectivos randomizados e estudos duplo-cegos, inclusos uma variedade de pacientes 
criticamente doentes no qual o BNM, foram utilizados com objetivo de evitar dissincronia 
ventilatória, parada de esforços respiratórios espontâneos e movimentos musculares, 
além de melhorar a troca gasosa e facilitar a ventilação mecânica com relação inversa. 
Os BNM estão indicados para a intubação endotraqueal e durante a VM a fim de eliminar 
o assincronismo com o respirador em pacientes com insuficiência respiratória grave ou 
para reduzir o risco de desintubação acidental devido à via aérea instável (AGÊNCIA 
NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017). 
 Deve-se utilizar de BNM preferencialmente nas primeiras 48 h nos quadros de 
Síndrome de Angústia Respiratória Aguda - SARA com relação PaO2/FiO2 < 120 para 
manter a VM controlada. A utilização de bloqueio neuromuscular está condicionada a 
 
15 
 
uma sedação profunda e a monitorização adequada do nível de consciência e do 
bloqueio neuromuscular. Há apenas um estudo que demonstrou o benefício do uso de 
BNM (cisatracúrio), por isso deve ser utilizado apenas este fármaco, sendo que os outros 
ainda precisam ser testados (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017). 
 As estratégias otimizadas para administração e monitoramento dos BNM ainda 
necessitam ser mais bem estudadas. Complicações associadas ao uso de BNM em UTI 
podem ser: a perda da capacidade de despertar diário; risco de desconexão do ventilador 
ou das vias aéreas; efeitos cardiovasculares ou autonômicos (ex.: vagolíticos); redução 
do fluxo linfático; lesão de pele, nervos periféricos, córnea entre outros. Uso criterioso 
de BNM está limitado às indicações clínicas específicas como asma grave e síndrome 
compartimental abdominal (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017). 
Cuidados com o circuito do ventilador 
 A troca do circuito respiratório deve ser realizada apenas se o mesmo estiver 
visivelmente sujo ou com mau funcionamento. Esta recomendação é classificada como 
qualidade da evidência I, pela SHEA. Portanto, não é recomendada a troca rotineira 
deste dispositivo. Não há recomendações específicas em relação ao tempo que o 
circuito pode ficar montado, aguardando a internação do paciente. Na prática, as 
instituições descrevem uma rotina preocupando em reduzir os riscos de contaminação 
dos circuitos; por exemplo: no momento do preparo do leito/box, conectar o circuito 
respiratório no ventilador e proceder o teste do equipamento; depois disto, embalar o 
mesmo no próprio saco plástico que acondicionava o circuito, identificar com fita adesiva 
(limpo e testado - datar e assinar). Para que este circuito esteja seguro para uso, é 
fundamental que esteja acondicionado (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA 
SANITÁRIA, 2017). 
Indicação e cuidados com os umidificadores 
 Umidificadores passivos ou filtros trocadores de calor e umidade - Heat and Moisture 
Exchangers (HME) ganharam ampla aceitação nos cuidados da prática clínica. No 
entanto, não existe nenhum consenso sobre sua superioridade em termos de prevenção
de PAV, tempo de internação e mortalidade, em comparação com umidificadores ativos 
(umidificadores aquecidos). A preferência do sistema passivo de umidificação das vias 
respiratórias em pacientes mecanicamente ventilados é devido à facilidade de manuseio 
e pela ausência de condensados nos circuitos, além do relativo baixo custo (AGÊNCIA 
NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017). 
 
16 
 
 Os umidificadores aquecidos podem ser a preferência em pacientes com grande 
volume de secreções respiratórias, hemoptise abundante, ou naqueles com maior 
suscetibilidade à atelectasias, porém, a água e condensados formados são possíveis 
fontes de microrganismos. Deve-se utilizar fluido estéril para nebulização. Substituir o 
sistema de umidificação quando em mau funcionamento ou visivelmente contaminado. 
Recomenda-se a troca dos umidificadores passivos a partir de 48 horas, podendo ser 
utilizado no máximo até 7 dias (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 
2017). 
 
 Fonte: atualizarevista.com.br 
 
Indicação e cuidados com o sistema de aspiração 
 Em relação ao sistema de aspiração de secreções das vias respiratórias de pacientes 
mecanicamente ventilados, não existe diferença na incidência de pneumonia associada 
à ventilação mecânica quando comparados aos sistemas de sucção aberto ou fechado. 
Existe uma possível vantagem do sistema fechado em relação à manutenção da pressão 
positiva das vias aéreas. Além disso, este tipo de sistema de aspiração pode ser útil em 
pacientes infectados com patógenos multirresistentes ou Mycobacterium tuberculosis 
reduzindo o contato do profissional com secreções ou aerossóis contaminados 
(AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2016). 
 O sistema de aspiração fechado reduz a possibilidade de contaminação ambiental, 
diminuiu custos e podem permanecer por um período indefinido, sem impacto no risco 
de PAV. Embora não previna a ocorrência de PAV, minimiza períodos de hipoxemia 
ocasionados pela despressurização das vias aéreas quando o paciente é desconectado 
do ventilador. Recomenda-se a troca do sistema fechado de aspiração a cada 72 horas 
 
17 
 
ou quando houver sujidade ou mau funcionamento (AGÊNCIA NACIONAL DEVIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2016). 
 
 
 Fonte: g1.globo.com/mg/centro-oest 
 
Monitoramento da pressão de cuff 
 A manutenção da correta pressão de cuff (Pcuff) nos pacientes submetidos à 
ventilação mecânica é essencial. Excessiva pressão pode comprometer a 
microcirculação da mucosa traqueal e causar lesões isquêmicas, porém se a pressão for 
insuficiente, pode haver dificuldade na ventilação com pressão positiva e passagem da 
secreção subglótica por entre o tubo e a traqueia (microaspiração). Recomenda-se, 
portanto, que a pressão do cuff permaneça entre 18 a 22 mmHg ou 25 a 30 cmH2O 
(quando utilizado medidor de cuff). Evitar pressões do balonete maiores que 22 mmHg 
ou 30 cmH2O AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2016). 
Cuidados com inaladores e nebulizadores 
 Cuidado com os inaladores e nebulizadores está diretamente relacionado à 
manipulação dos dispositivos e da água utilizada, que são fatores que contribuem para 
sua contaminação. Aparentemente, a utilização de água e medicamentos estéreis, a 
cada inalação e nebulização, impede a contaminação do líquido pela Legionella spp, que 
é uma das preocupações quanto à propagação de doenças. Não há uma recomendação 
específica na literatura sobre a rotina para troca destes dispositivos, quando utilizados 
pelo mesmo paciente (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2016). 
 Baseado na experiência das instituições de saúde, recomenda-se a troca a cada 24 
horas. Inaladores, nebulizadores, tendas e reservatórios devem ser submetidos a 
 
18 
 
limpeza e, no mínimo, desinfecção de nível intermediário. Recomenda-se que os 
serviços de saúde estabeleçam rotinas/ critérios de troca, manipulação e processamento 
desses produtos. Para inalação, sugere-se dar preferência às medicações em aerossol 
em dose única (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2016). 
Sonda enteral na posição gástrica ou pós-pilórica 
 O refluxo gastroesofágico pode contribuir para a aspiração de conteúdo colonizado 
para vias aéreas inferiores e consequente aumento no risco de pneumonia. Apesar 
disso, não existem fortes evidências que justifiquem a utilização da sonda na posição 
pós-pilórica, a não ser em pacientes que necessitem de posição prona para ventilação 
mecânica, pacientes queimados, pacientes com lesão cerebral grave e pressão 
intracraniana elevada. Estes pacientes se beneficiariam com o uso da sonda em posição 
pós-pilórica (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2016). 
 Processamento de produto de assistência respiratória 
 Um dos fatores que podem contribuir para a aquisição de pneumonia está associado 
ao inadequado processamento dos produtos utilizados na terapia ventilatória. Por isso é 
fundamental que esses produtos sejam processados em conformidade com as 
evidências científicas disponíveis e a normatização sanitária sobre o tema. Os produtos 
de assistência respiratória classificados como críticos, devem ser submetidos a 
esterilização após adequada limpeza. Já os produtos de assistência respiratória 
classificados como semicríticos, devem ser submetidos a limpeza e, no mínimo, 
desinfecção de nível intermediário (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 
2016). 
Outros dispositivos 
 Respirômetros, sensores de oxigênio, manuvacuômetro, ventilômetros e outros 
dispositivos devem ser limpos e desinfetados a cada paciente. A utilização de produtos 
pronto uso facilitam o cumprimento às recomendações. Os inspirômetros podem ser 
utilizados pelo mesmo paciente enquanto este possuir indicação de uso. Após isso, os 
mesmos devem ser descartados (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 
2016). 
 
19 
 
3. PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO EM PACIENTES COM 
CATETERISMO VESICAL DE DEMORA (CVD) NO AMBIENTE HOSPITALAR 
 
 Fonte: drclaudiomurta.com.br 
 
A infecção relacionada a assistência à saúde (IRAS) é qualquer processo infeccioso 
adquirido pelo paciente após sua admissão nos serviços de saúde, podendo se manifestar 
durante a internação ou após a alta, desde que esteja associada a internação ou 
procedimentos. Também são consideradas IRAS aquelas infecções que se manifestam 
antes de 72 horas de internação e podem ser relacionadas com a realização de 
procedimentos diagnósticos e/ou terapêuticos, realizado durante este período. Estudo 
realizado nos Estados Unidos identificou as infecções mais frequentes em uma unidade de 
terapia intensiva, a primeira foi a pneumonia, seguida por infecção do trato urinário (ITU) e 
infecção de corrente sanguínea, estas últimas relacionadas diretamente a manipulação de 
cateter vesical e de punção periférica respectivamente (DE JESUS, COELHO, LUZ, 2018). 
A ITU é caracterizada por um quadro infeccioso que acomete qualquer parte do 
sistema urinário como: rins, ureteres, uretra e bexiga. O cateterismo vesical é um 
procedimento invasivo, no qual se introduz um cateter vesical pelo canal uretral até a bexiga 
do paciente com a finalidade da drenagem da urina. Pode ser classificado como cateterismo 
vesical de alívio, intermitente e de demora. No Brasil a ITU é responsável por cerca de 35 a
45% de todas as infecções adquiridas no ambiente hospitalar, sendo que 80% estão 
associadas ao uso do CVD. E caracteriza-se como a segunda infecção mais frequente na 
população geral, independente da faixa etária (DE JESUS, COELHO, LUZ, 2018). 
 
20 
 
Dados epidemiológicos destacam que em média 10% dos pacientes que foram 
cateterizados apresentaram bacteriúria no momento do procedimento e dos pacientes que 
não apresentaram o problema cerca de 10% a 20% desenvolverão bacteriúria durante a 
permanência com o cateter. Através de estudos científicos, muitas modificações se fizeram 
necessárias na prática da assistência aos pacientes com cateter urinário, para diminuir as 
taxas de ITU. Medidas especialmente dirigida a técnica de inserção, ao sistema coletor, ao 
tipo de cateter, aos cuidados diários (DE JESUS, COELHO, LUZ, 2018). 
O CVD é considerado um procedimento complexo e que necessita da aplicação de 
conhecimentos científicos ao executar. Conforme a Resolução n° 450/2013, publicada em 
dezembro pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), a inserção do cateter vesical é 
função privativa do enfermeiro. A prevenção diminui as taxas de morbidade, mortalidade e 
custos no tratamento da ITU associada ao uso de CVD. Em face do contexto apresentado o 
presente estudo tem como objetivo identificar os cuidados de enfermagem para prevenção 
de ITU em pacientes submetidos ao cateterismo vesical no ambiente hospitalar (DE JESUS, 
COELHO, LUZ, 2018). 
4.1. Principais medidas relacionadas à técnica do cateterismo vesical para prevenção 
de ITU 
Embora o CVD seja realizado pelos enfermeiros verifica-se na prática que esta técnica 
apresenta condutas não padronizadas, sendo realizadas de maneiras distintas entre as 
instituições de saúde. A realização do CVD em um ambiente tranquilo e que garanta a não 
exposição do paciente, durante o procedimento, evitando exposição desnecessária e 
zelando pelo conforto é uma atribuição do enfermeiro. No que se refere a higienização das 
mãos esta etapa, muito importante para a prevenção de ITU, não foi considerada em todos 
os trabalhos. A higienização das mãos deve ser realizada antes e após a inserção do cateter 
ou manipulação do períneo para remoção dos microrganismos transitórios que residem na 
camada mais superficial da epiderme (DE JESUS, COELHO, LUZ, 2018). 
 No presente estudo a higiene íntima antes do cateterismo urinário foi citada por dois
autores como medidas importantes para diminuição da ITU associada a cateterização 
vesical. Quanto à realização da antissepsia, tal procedimento foi descrito como importante 
para a prevenção da ITU relacionada a inserção do cateter em apenas um artigo. Quanto a 
utilização de campo fenestrado estéril durante o procedimento,foi considerado relevante em 
dois trabalhos. A utilização de gel lubrificante foi citada em menos da metade dos trabalhos. 
 
21 
 
Outros aspectos que previnem a lesão da mucosa uretral e ITU associada ao procedimento 
são a escolha adequada do calibre do cateter e a garantia da insuflação do balonete com 
segurança após a visualização da drenagem de urina logo após a inserção do dispositivo 
(DE JESUS, COELHO, LUZ, 2018). 
 
 
 Fonte: pebmed.com.br 
4.2 Cuidados de enfermagem na manutenção do cateter vesical 
A medida mais eficaz que a equipe de saúde pode adotar após a inserção do cateter
é reavaliar constantemente a necessidade da permanência do cateter e mantê-lo apenas o 
tempo necessário e com a definição clara do motivo pelo qual foi solicitada. O enfermeiro 
tem uma participação ativa na avaliação para a retirada do CVD. Neste trabalho, apenas um 
autor referiu a importância da reavaliação diária da necessidade do cateter e identificar sinais 
e sintomas indicativos de ITU. A equipe de enfermagem deve estar atenta quanto ao 
posicionamento da bolsa coletora, isto foi identificado na maioria dos trabalhos deste estudo 
que ressaltaram a necessidade de se manter a bolsa coletora de urina posicionada abaixo 
do nível da bexiga do paciente e sem encostar-se a outros objetos ou no chão (DE JESUS, 
COELHO, LUZ, 2018). 
Esta informação corresponde a resultado de outro estudo que avaliou os fatores 
predisponentes para ocorrência de ITU em pacientes críticos no qual um dos critérios para 
a boa manutenção do CVD foi a observação do posicionamento da bolsa coletora abaixo do 
nível da bexiga. A higiene íntima durante a permanência do indivíduo com o CVD é uma 
medida efetiva na prevenção da ITU, nos trabalhos que citaram este aspecto relacionado ao 
 
22 
 
cuidado com o dispositivo a recomendação foi de uma vez ao dia. Em relação ao 
detalhamento desta técnica, apenas um dos autores indica o uso de sabão e água para 
realização da higiene íntima (DE JESUS, COELHO, LUZ, 2018). 
Segundo Mazzo (2014) a higienização do meato uretral deve ser realizada com água 
e sabão pelo menos uma vez ao dia, durante a realização do banho. Segundo estudo a 
higiene do períneo tem se mostrado como medida eficaz para a diminuição da incidência de 
ITU. Após a inserção de um cateter vesical de demora, deve-se manter um sistema de 
drenagem urinária fechado para minimizar os riscos de infecção. Uma possível interrupção 
do sistema leva à introdução de microrganismo. É recomendado que a bolsa de drenagem 
seja esvaziada pelo menos a cada 8 horas e caso perceba grandes eliminações esse 
intervalo deve ser reduzido, assim como deve ser assegurado que cada paciente tenha um 
recipiente separado para a medição de urina, prevenindo a contaminação cruzada (DE 
JESUS, COELHO, LUZ, 2018). 
4. MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DA CORRENTE SANGUÍNEA 
RELACIONADA AO CATETER VENOSO CENTRAL 
 
 Fonte: portalqualis.com.br 
 
As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) são definidas como uma 
condição local ou sistêmica resultante de uma reação adversa à presença de um agente 
infeccioso ou sua toxina, podendo se manifestar a partir de 48 horas após a internação. Entre 
as IRAS mais frequentes está a infecção da corrente sanguínea e constitui umas das 
complicações relacionadas ao cateter venoso central (CVC) mais frequentes, dispendiosas, 
 
23 
 
potencialmente letais, associando-se à elevada morbidade, com prolongamento do tempo 
de aumento dos custos de internação (SILVA, OLIVEIRA, 2017). 
No Brasil, dados referentes a 2015 reportam uma taxa de infecção da corrente 
sanguínea relacionada ao CVC em UTI de 5,1 para 1000 cateteres dia; na Europa, 13,3 
infecções para 1.000 cateteres dia e, nos Estados Unidos, estima-se em torno de 30.000 
novos casos dessa infecção por ano. A taxa de mortalidade por infecção relacionada ao CVC 
pode atingir até 69%. A redução das taxas de infecção requer uma abordagem global e 
multidisciplinar, incluindo intervenções comportamentais e educacionais de toda equipe 
envolvida na inserção e manutenção do CVC. O cumprimento das diretrizes é um passo 
essencial para melhoria das práticas de cuidado ao paciente em uso do CVC (SILVA, 
OLIVEIRA, 2017). 
Nesse contexto, monitorar a adesão às medidas para prevenção das infecções da 
corrente sanguínea relacionadas ao CVC dos profissionais pode ser uma estratégia que 
aponte lacunas e subsidie investimentos na melhoria das práticas assistenciais 
fundamentadas em treinamentos, educação continuada e feedback às equipes. A 
observação direta dos profissionais apontou para uma baixa adesão à higiene das mãos 
antes e após a administração de medicamentos, manipulação e troca do curativo, bem como 
no uso de luvas e desinfecção do hub, independente das fases do estudo (SILVA, OLIVEIRA, 
2017). 
A higienização das mãos é reconhecida como a prática mais efetiva na prevenção 
das IRAS. No entanto, apesar da sua importância, a adesão a essa prática permanece baixa 
nos serviços de saúde, com taxas mundiais de adesão de aproximadamente 38,7%. Alguns 
estudos também confirmam esse resultado: uma revisão sistemática que incluiu 65 estudos 
realizados em UTI, a taxa média de adesão foi de 40%. Em 446 oportunidades para 
higienização das mãos, a adesão dos profissionais em uma UTI no Brasil foi de 43,7% 
(SILVA, OLIVEIRA, 2017). 
Com o objetivo de avaliar a adesão à higienização das mãos na prevenção de 
infecção da corrente sanguínea relacionada ao CVC, foi observado que a maioria dos 
profissionais não realizou a higienização das mãos antes e após as seguintes práticas 
avaliadas: troca do sistema de infusão (89,7%), administração de medicamentos (72,9%), 
troca e realização de curativo (73,1%). Quando a prática de higiene das mãos não acontece 
adequadamente favorece a transmissão cruzada de microrganismos, principalmente em 
pacientes críticos que apresentam maior possibilidade de serem colonizados ou infectados 
(SILVA, OLIVEIRA, 2017). 
 
24 
 
O uso de luvas entre os profissionais, para a realização dos procedimentos, foi maior 
que a higiene das mãos. Em estudo que avaliou a relação do uso de luvas com a adesão à 
higiene de mãos, foi observada menor higiene das mãos quando os profissionais faziam uso 
de luvas. De forma semelhante em outro estudo, foi observado que de 1.067 oportunidades 
de higienização das mãos, essa ocorreu em apenas 14,8% antes de usar luvas e, após a 
retirada das luvas, houve um aumento para 56,6%. Desse modo, percebe-se que a 
higienização das mãos pode ser menos frequente quando o profissional faz uso (SILVA, 
OLIVEIRA, 2017). 
A adesão à desinfecção do hub antes de administrar medicamentos pelo CVC 
também foi baixa. Em um estudo que avaliou as práticas de prevenção e controle de infecção 
da corrente sanguínea, foi constatado que, de todas as medidas observadas durante a 
manipulação do cateter, a desinfecção do hub apresentou menor adesão (40%). Nos 
Estados Unidos, foi implementado um bundle de cuidados para o hub do cateter, sendo 
obtida, após sete meses de treinamento, uma adesão de 99% à desinfecção do hub antes 
da realização de medicamentos. Além disso, verificaram uma redução significativa em casos 
de sepse por Gram-negativo (SILVA, OLIVEIRA, 2017). 
 
 
 Fonte: pinterest.com 
 
Os resultados reafirmam a importância do treinamento e educação continuada da 
equipe responsável pela manipulação do cateter, principalmente em relação a desinfecção 
do hub, visto que muitos profissionais desconhecem a técnica e sua finalidade. Ressalta-se 
que, para inserção do CVC, a adesão ao preparo cirúrgico das mãos, uso da barreira máxima 
de precaução e assepsia da pele do paciente foram de 100% nos períodos pré e pós-25 
 
intervenção. Tais resultados demonstram que a equipe médica seguiu corretamente o uso 
das medidas recomendadas para prevenção das infecções da corrente sanguínea durante 
a inserção do CVC (SILVA, OLIVEIRA, 2017). 
No presente estudo, a intervenção educativa foi por meio de uma atividade lúdica com
um jogo de dados, sendo uma proposta de treinamento lúdico, justificado pelo fato de que 
os treinamentos devem ser dinâmicos e voltados, principalmente, para a sensibilização do 
profissional, com foco em normas e atitudes e não apenas na transmissão de informações. 
A educação aumenta o conhecimento, mas não necessariamente melhora a prática 
assistencial, não existindo uma associação direta de que a falta de conhecimento da equipe 
afeta o cumprimento das diretrizes (SILVA, OLIVEIRA, 2017). 
Assim, o conhecimento é diferente da prática real do cotidiano, pois as pessoas agem 
de acordo com suas intenções e percepções, inspiradas por atitudes em relação ao 
comportamento e normas subjetivas. Quanto às limitações, pode-se apontar o seguimento 
prospectivo, devido às perdas, por férias e licenças saúde, durante as etapas da coleta de 
dados. O curto período para realização do estudo foi impeditivo para executar a etapa de 
educação continuada e analisar o seu impacto em longo prazo (SILVA, OLIVEIRA, 2017). 
Reserva-se a importância das infecções primárias da corrente sanguínea (IPCS) para 
os indicadores nacionais de saúde, e a ANVISA tornou obrigatória a notificação dessas 
infecções em UTI. Pode-se, assim, a partir da compreensão da fisiopatogenia predominante, 
inferir que o evento ocorre, oportunamente, por falhas nas práticas e de medidas básicas de 
controle de infecções, uma que vez é perpetuada pelos profissionais a partir da manipulação 
inadequada. Verifica-se que, embora as medidas de prevenção da IPCS estejam 
estabelecidas, muito ainda precisa ser feito, uma vez que as evidências continuam 
apontando níveis insatisfatórios de desempenho por parte dos profissionais de saúde 
envolvidos no processo (ARAÚJO, CAVALCANTE, 2019). 
 Deve-se priorizar, assim, o cuidado seguro ao paciente internado em uma UTI voltado 
para a implantação de medidas relacionadas à prevenção de infecções, ao controle de danos 
e complicações mais graves para a redução do tempo de internação e melhoria na qualidade 
da assistência prestada (ARAÚJO, CAVALCANTE, 2019). 
5.1 Recomendações para cateter periférico 
Higienização das mãos: 
 
26 
 
 Higienização das mãos com água e sabonete líquido quando estiverem
visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e outros fluidos corporais 
(AII). 
 Usar preparação alcoólica para as mãos (60 a 80%) quando não estiverem 
visivelmente sujas (AI). 
 O uso de luvas não substitui a necessidade de higienização das mãos. No 
cuidado específico com cateteres intravasculares, a higienização das mãos 
deverá ser realizada antes e após tocar o sítio de inserção do cateter, bem 
como antes e após a inserção, remoção, manipulação ou troca de curativo (AI) 
(AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2010). 
 
 
 Fonte: rima.org.com 
 
Seleção do cateter e sítio de inserção: 
 Selecionar o cateter periférico com base no objetivo pretendido, na duração da 
terapia, na viscosidade do fluido, nos componentes do fluido e nas condições 
de acesso venoso (AII). 
 Para atender à necessidade da terapia intravenosa devem ser selecionados 
cateteres de menor calibre e comprimento de cânula. Cateteres com menor 
calibre causam menos flebite mecânica (irritação da parede da veia pela 
cânula) e menos obstrução do fluxo sanguíneo dentro da veia. Um bom fluxo 
sanguíneo, por sua vez, ajuda na distribuição dos medicamentos 
administrados e reduz o risco de flebite química (irritação da parede da veia 
por produtos químicos). Essa complicação ocorre com administração de 
 
27 
 
medicamentos irritantes ou vesicantes. É considerado um fármaco irritante 
aquele que possui pH extremo (<5 ou >9) e/ou extrema osmolaridade (>600 
mOsmol/litro) e aquele que causa necrose dos tecidos se houver 
extravasamento para fora do vaso. 
 Evitar agulha de aço para a administração de fluidos ou medicamentos que 
possam causar necrose tecidual se ocorrer extravasamento (AI). Restringir o 
uso de agulhas de aço para situações como, coleta de amostra sanguínea, 
administração de dose única ou bolus de medicamentos. 
 Em adultos, as veias de escolha para canulação periférica são as das 
superfícies dorsal e ventral dos membros superiores. As veias de membros 
inferiores não devem ser utilizadas rotineiramente devido ao risco de embolias 
e tromboflebites. Trocar o cateter inserido nos membros inferiores para um sítio 
nos membros superiores assim que possível (AI). 
 O sítio de inserção do cateter intravascular não deverá ser tocado após a 
aplicação do antisséptico, salvo quando a técnica asséptica for mantida (AI). 
 Em pacientes neonatais e pediátricos, havendo dificuldade no acesso dos 
vasos das superfícies dorsal e ventral dos membros superiores, também 
podem ser incluídas as veias da cabeça, do pescoço e de membros inferiores 
(BIII) (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2010). 
Preparo da pele: 
 Realizar fricção da pele com solução a base de álcool: gluconato de clorexidina 
0,5 a 2%, PVPI alcoólico 10% ou álcool 70% (AI); 
 Para o álcool e o gluconato de clorexidina aguarde a secagem (espontânea) 
antes da punção; 
 Para PVPI aguarde pelo menos 1,5 a 2,0 minutos antes da punção. 
 Somente uma aplicação por meio de fricção é necessária; 
 A degermação previamente à antissepsia da pele é recomendada quando 
houver necessidade de reduzir sujidade (CIII); 
 Utilizar o mesmo princípio ativo para degermação e antissepsia (CIII); 
 Utilizar luvas não estéreis para a inserção do cateter venoso periférico (AI); 
 A remoção dos pêlos, quando necessária, deverá ser realizada com 
tricotomizador elétrico ou tesouras (AI) (AGÊNCIA NACIONAL DE 
VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2010). 
 
28 
 
Estabilização: 
 Estabilizar o cateter significa preservar a integridade do acesso, prevenir o 
deslocamento do dispositivo e sua perda. 
 A cânula do cateter deverá ser estabilizada antes de se realizar o 
curativo/cobertura. 
 O sítio de inserção do cateter prevê o acesso direto à circulação e o 
produto/material que entra em contato com o sítio de inserção deverá ser 
estéril. 
 A estabilização do cateter deverá ser realizada utilizando técnica asséptica 
(AI). 
 Os produtos/materiais utilizados para a estabilização dos cateteres devem 
incluir dispositivos próprios para estabilização ou fita adesiva estéril. 
 A estabilização dos cateteres não deverá interferir no seu acesso, na 
monitorização do sítio de inserção ou impedir a infusão da terapia (AGÊNCIA 
NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2010). 
 
 
 Fonte: ufjf.br/fundamentosen.com 
 
Coberturas: 
 O propósito da cobertura é: 1) proteger o sítio de punção e minimizar a 
possibilidade de infecção por meio da interface entre a superfície do cateter e 
a pele e 2) fixar o dispositivo no local e prevenir a movimentação do dispositivo 
com dano ao vaso. 
 
29 
 
 A cobertura deve ser estéril podendo ser semi oclusiva (gaze ou fixador) ou
membrana transparente semipermeável - MTS. 
 A cobertura não deve ser trocada em intervalos pré-estabelecidos. 
 A cobertura deve ser trocada imediatamente, se houver suspeita de 
contaminação, e sempre quando úmida, solta, suja ou com a integridade 
comprometida. 
 Proteger o sítio de inserção com plástico durante o banho quando utilizada 
cobertura não impermeável (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA 
SANITÁRIA, 2010). 
Manutenção: 
Acessos vasculares devem ter sua permeabilidade mantida com cloreto de sódio 0,9% antes 
e após o uso para promover e mantero fluxo, além de prevenir a mistura de medicamentos 
e soluções, como as que seguem abaixo: 
 Sangue e seus componentes; 
 Amostra de sangue; 
 Administração de medicamentos ou soluções incompatíveis; 
 Administração de medicamentos; 
 Terapia intermitente; 
 Quando há conversão de terapia contínua para intermitente. 
 Examinar o sítio de inserção do cateter no mínimo diariamente. Por palpação 
através da cobertura para avaliar a sensibilidade e por inspeção por meio da 
cobertura de MTS em uso (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA 
SANITÁRIA, 2010). 
Remoção do cateter: 
 O cateter periférico instalado em situação de emergência com 
comprometimento da técnica asséptica deve ser trocado tão logo quanto 
possível. 
 O cateter periférico na suspeita de contaminação, complicações, mau 
funcionamento ou descontinuidade da terapia deve ser retirado. 
 Recomenda-se a troca do cateter periférico em adultos em 72 horas quando 
confeccionado com teflon e 96 horas quando confeccionado com poliuretano. 
Nas situações em que o acesso periférico é limitado, a decisão de manter o 
cateter além das 72-96 horas depende da avaliação do cateter, da integridade 
 
30 
 
da pele, da duração e do tipo da terapia prescrita e deve ser documentado nos 
registros do paciente. 
 Em pacientes neonatais e pediátricos não devem ser trocados rotineiramente 
e devem permanecer até completar a terapia intravenosa, a menos que 
indicado clinicamente (flebite ou infiltração) (AGÊNCIA NACIONAL DE 
VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2010). 
5. MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE INFECÇÃO CIRÚRGICA 
 
 Fonte: setorsaude.com.br 
 
As infecções do sítio cirúrgico (ISC) são complicações frequentes que acometem os 
pacientes que são submetidos a cirurgias correspondendo a 38% das infecções nessa 
população. No Brasil, elas têm ocupado o terceiro lugar entre o conjunto das infecções 
relacionadas à assistência à saúde (IRAS), sendo encontradas em aproximadamente 14% 
a 16% dos pacientes hospitalizados. Nos Estados Unidos, a ISC tem se mostrado em geral 
como o segundo grande grupo de IRAS que mais atingem os pacientes, podendo alcançar 
500 mil casos, ocasionando uma média de 3,7 milhões de dias extras de internação 
hospitalar, mais de 1,6 bilhão de dólares de custos extras às contas hospitalares além de 
prejuízos físicos, emocionais e financeiros para os pacientes acometidos (OLIVEIRA, GAMA, 
2015). 
A ocorrência da ISC depende dos fatores relacionados ao paciente, à equipe, mas 
fundamentalmente, da possibilidade de contaminação da ferida cirúrgica durante o 
procedimento, sendo nestes casos reconhecido que, no transoperatório, quanto mais 
 
31 
 
precoce ocorrer a contaminação microbiana, maior a chance de o paciente desenvolver uma 
ISC devido à introdução de microrganismos na cavidade aberta e manipulada. Assim, 
múltiplos fatores de risco podem contribuir para o desencadeamento da ISC, considerando 
o patógeno, o paciente e o procedimento cirúrgico (SANTANA, OLIVEIRA, 2015). 
Os aspectos associados ao patógeno incluem a carga microbiana envolvida, sua 
patogenicidade e infectividade. Aqueles relacionados ao paciente podem ser expressos 
pelos extremos de idade, doenças preexistentes, período de internação pré-operatória, 
situação nutricional, dentre outros. E, quanto ao procedimento cirúrgico, na fase 
transoperatória, podem ser descritos a remoção de pelos, preparo da área operatória, 
antissepsia das mãos do cirurgião, profilaxia antimicrobiana, técnica cirúrgica, problemas na 
oxigenação e normotermia do paciente, dentre outros (OLIVEIRA, GAMA, 2015). 
 Embora a ISC seja concebida como multifatorial, a equipe cirúrgica tem papel 
fundamental na prevenção dos fatores relacionados ao procedimento cirúrgico durante o pré 
e intraoperatórios, seja no tocante ao número de pessoas na sala de cirurgia, ao trânsito e 
à conversa excessiva de profissionais dentro da sala de operação no momento do 
procedimento cirúrgico, a movimentação das portas, ao sistema de ventilação, à decisão 
pelo momento e tipo da profilaxia antimicrobiana, a paramentação e preparo adequado da 
pele do paciente (área operatória) e das mãos da equipe cirúrgica (degermação). Assim a 
implementação adequada dessas medidas durante o pré e intraoperatórios podem interferir 
diretamente na patogênese da ISC, uma vez que contribuem para a redução/eliminação da 
transferência de microrganismos para a incisão cirúrgica, sendo este fator sine qua non para 
o desenvolvimento da infecção (OLIVEIRA, GAMA, 2015). 
Infecções em Sítio Cirúrgico (ISC) podem ser definidas como processo infeccioso que 
acomete tecido, órgãos e cavidade abordados em procedimentos cirúrgicos. São 
consideradas uma complicação intrínseca ao ato cirúrgico, sendo necessário um amplo 
empenho para mantê-las sob controle, caracterizando-se como um dos parâmetros de 
controle da qualidade do serviço prestado por uma instituição hospitalar. Consideradas uma 
das maiores fontes de morbidade e mortalidade entre os pacientes submetidos a cirurgias 
(BRASIL, 1998), Santana e Brandão (2011) descrevem-nas como um sério problema não só 
de retardo da cicatrização da ferida, como também na demora do internamento do paciente. 
A segunda infecção é mais frequente após cinco a sete dias da cirurgia, podendo ser 
limitada ao sítio cirúrgico ou afetar o paciente a nível sistêmico. Fatores distintos, com 
etiologias diversas, contribuem para o aumento da incidência de ISC: tipos de cirurgias; 
paciente queimado; cirurgias realizadas em grandes hospitais, pacientes adultos em 
 
32 
 
comparação com pediátricos; quantidade de inóculo bacteriano presente no ato cirúrgico; 
idade; doenças pré-existentes (diabetes mellitus, obesidade), período longo de 
hospitalização pré-operatória, desnutrição, assistência prestada relacionada ao 
procedimento cirúrgico como, por exemplo, a tricotomia, a presença de drenos e a técnica 
cirúrgica (SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2005). 
 
 Fonte: tecnicageracao.com.br 
As feridas cirúrgicas são classificadas segundo seu potencial de contaminação: 
feridas limpas têm reduzido potencial de infecção, ocorrem em tecidos estéreis; 
feridas potencialmente contaminadas afetam tecidos colonizados por flora 
microbiana controlada ou tecidos de difícil descontaminação, havendo penetração 
nos tratos digestivo ou urinário sem contaminação significativa; feridas contaminadas 
são aquelas realizadas em tecidos recentemente traumatizados e abertos,
colonizados por flora bacteriana abundante; feridas infectadas são todas as 
intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou órgão, em presença de 
processo infeccioso e/ou tecido necrótico (BRASIL, 1998. Apud (SANTANA, 
OLIVEIRA, 2015). 
 “Clinicamente, a ferida cirúrgica é considerada infectada quando existe presença de
drenagem purulenta pela cicatriz, esta pode estar associada à presença de eritema, edema, 
calor, rubor, deiscência e abscesso. Nos casos de infecções superficiais da pele, o exame 
da ferida é a principal fonte de informação”. (SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DE
SÃO PAULO, 2005). O Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) dos EUA 
recomenda que o termo “infecção do sítio cirúrgico” deve ser utilizado em substituição a
“infecção da ferida cirúrgica”, já que nem toda infecção relacionada à manipulação cirúrgica
ocorre na ferida propriamente dita, mas também em órgãos ou espaços abordados durante 
a operação, e pode desenvolver-se até 30 dias após a realização do procedimento cirúrgico 
e até um ano após, em caso de implante de prótese ou a retirada da mesma (ZILIOTTO, 
2007). 
 
33 
 
A ISC pode ser dividida em infecção incisional superficial, quando acomete apenas 
pele, tecido subcutâneo do local da incisão; em infecção incisional profunda, ao envolver 
estruturas profundas; e infecção do órgão/espaço manipulado duranteo procedimento 
cirúrgico (POVEDA, GALVÃO, HAYASHIDA, 2003). Dentre as infecções hospitalares no 
Brasil, a infecção de sítio cirúrgico (ISC) ocupa a terceira posição entre os pacientes 
hospitalizados, cerca de 14% a 16%, consumindo uma parcela considerável de recursos 
designados à assistência à saúde, os quais estariam destinados ao atendimento de novos 
pacientes no serviço hospitalar (BRASIL, 2008). 
A ISC, especialmente aquela relacionada a órgãos ou cavidades profundas, é 
importante causa de morbi-letalidade e da variação do custo do tratamento 
relacionado à necessidade da terapia antimicrobiana, ocasionais reintervenções 
cirúrgicas com aumento do tempo de permanência e ainda a possibilidade de 
exposição a patógenos multirresistentes (OLIVEIRA, CIOSAK, 2004. Apud 
SANTANA, OLIVEIRA, 2015). 
 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) elenca algumas medidas 
preventivas a serem desenvolvidas na ISC: tempo de internação pré-operatório menor que 
24 horas em cirurgias eletivas; cirurgias com antibioticoprofilaxia por tempo menor que 24 
horas; tricotomia com o uso de aparador ou tesoura no intervalo inferior a 2 horas da cirurgia; 
antibioticoprofilaxia realizada até 1 hora antes da incisão; cirurgias eletivas com preparo 
adequado do campo operatório; cirurgias cardíacas com glicemia horária abaixo de 200 
mg/dl nas primeiras 6 h do pós-operatório; normotermia durante toda a cirurgia (BRASIL, 
2009). 
 
 Fonte: enacrs.com.br 
 
 
34 
 
Quando a equipe envolvida no atendimento primário ao paciente que irá submeter-se 
ao procedimento e também aquela que irá prestar assistência durante e após o ato cirúrgico 
identificam tais medidas como possíveis fatores preventivos, além da peculiaridade de cada 
cirurgia e fatores predisponentes destas, a ocorrência da ISC como uma complicação pós-
cirúrgica diminui drasticamente. Vale ressaltar que as informações transmitidas ao paciente
sobre os cuidados necessários após a cirurgia contribuirão para a redução da mesma 
(SANTANA, OLIVEIRA, 2015). 
Diante do exposto, com o intuito de aprimorar o conhecimento acerca da temática, 
buscando evidências na literatura que possam instrumentalizar o leitor na identificação das 
ações que competem aos enfermeiros na prevenção das ISC, propôs-se o presente trabalho. 
Seu objetivo é analisar as evidências disponíveis na literatura sobre as intervenções 
prestadas por enfermeiros na prevenção de ISC em paciente cirúrgico no período pré, trans 
e pós-operatório. Serão apontados os principais fatores de risco para o desenvolvimento das 
infecções de sítio cirúrgico, com descrição das principais medidas preventivas, a fim de evitar
o aparecimento dessas infecções, determinando as ações que competem ao enfermeiro na 
prevenção das mesmas (SANTANA, OLIVEIRA, 2015). 
A prevenção da Infecção do Sítio Cirúrgico constitui um desafio para toda a equipe 
de saúde envolvida na assistência a pacientes. Avaliar os fatores predisponentes e 
de riscos e adotar medidas preventivas e educacionais para todos os sujeitos 
envolvidos, por meio de um processo de sensibilização coletiva, contribuem, de igual 
maneira, para a diminuição da ocorrência dessa complicação pós cirúrgicos 
(FERRAZ et al., 2001. Apud (SANTANA, OLIVEIRA, 2015). 
6. AVALIAÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO: CONDUTAS DE ENFERMAGEM 
 
 Fonte: apcd.org.br 
 
35 
 
Feridas agudas são aquelas que surgem subitamente e têm curta duração, sendo 
que sua cicatrização se conclui em determinado tempo de maneira controlada (Bates-
Jensen e Wethe, 1998). Desta forma, o sítio cirúrgico, outrora denominado ferida 
operatória, pode ser classificada como ferida aguda. A cicatrização do sítio cirúrgico 
pode ocorrer por três formas, quais sejam: cicatrização por primeira intenção que se 
dá através da aproximação das margens e fechamento da ferida; cicatrização por 
segunda intenção que ocorre quando o sítio cirúrgico é deixado aberto e a ferida
cicatrizará por formação de tecido de granulação e epitelização; já a cicatrização por 
terceira intenção ocorre quando a ferida é deixada aberta por um curto período de 
tempo e transcorrido este tempo as margens são aproximadas e suturadas (BATES-
JENSEN E WETHE, 1998. Apud DEALEY, 2001). 
Existem diversos fatores relacionados ao ambiente físico, aos procedimentos ao 
paciente e aos microrganismos que podem afetar a cicatrização do sítio cirúrgico decorrente 
da infecção. Contudo, controlar todos os fatores parece ser impossível e considerando que 
a detecção precoce de alterações do sítio cirúrgico no pós-operatório torna-se uma tarefa 
intrínseca do enfermeiro, por ser o profissional que maior tempo se dedica ao cuidar do 
paciente, cabe a ele avaliar rotineiramente o sítio cirúrgico de forma sistematizada. Portanto, 
o foco deste trabalho será pautado na cicatrização do sítio cirúrgico que ocorre por primeira 
intenção, bem como a necessidade de coberturas após 24 horas e a maneira de coletar 
material microbiológico do sítio cirúrgico infectado (RABHAE et al., 2000). 
7.1 Avaliação do sítio cirúrgico 
A avaliação do sítio cirúrgico envolve o exame físico da ferida e da pele adjacente a 
ela, relacionando os achados com o processo de cicatrização. O exame da ferida e da pele 
adjacente inclui a mensuração da incisão, observação do tecido da ferida com atenção a 
reepitelização, a integridade da linha de sutura, o exsudato e pele adjacente e palpação da 
incisão atentando para a deposição de colágeno. Assim, a observação e palpação da linha 
de sutura darão subsídios de como está ocorrendo o processo de cicatrização nos tecidos 
subjacentes. Bates-Jensen e Wethe (1998) colocam que no sítio cirúrgico nem sempre é 
possível observar o processo de cicatrização pelo fato da ferida estar com as bordas unidas.
Assim, a avaliação deste processo deve ser baseada no tempo. 
É importante que o enfermeiro rastreie o tempo transcorrido desde a cirurgia, pois 
desta forma, poderá comparar os achados com o que é esperado para cicatrização de uma 
ferida cirúrgica. Desta forma, conhecer os eventos esperados para cada fase do processo 
de cicatrização fundamentará o enfermeiro para avaliar o sítio cirúrgico e detectar 
precocemente as complicações (DEALEY, 2001). 
 
36 
 
7.2 Avaliação do sítio cirúrgico durante a fase inflamatória 
O processo de restauração da ferida inicia-se nas primeiras fases do processo de 
inflamação, resultando em reparo e substituição de células mortas e danificadas por células 
saudáveis, constituindo assim o tecido conjuntivo denominada cicatriz. O achado mais 
importante nos primeiros 4 dias pós-operatório é a identificação de inflamação. A incisão 
cirúrgica pode apresentar-se quente ao toque e com eritema e edema ao seu redor. Nesta 
fase é normal observar sinais inflamatórios tais como calor, eritema ou descoloração, dor e 
edema no sítio cirúrgico durante os primeiros 4 dias. No entanto pacientes com 
comprometimento do sistema imune devido à idade, a doença de base ou terapias, tais como 
uso de corticoides podem não demonstrar resposta inflamatória efetiva, não sendo 
distinguíveis os sinais inflamatórios esperados nesta fase, o que caracteriza um sinal não 
desejado (DEALEY, 2001). 
 
 
 Fonte: segurancadopaciente.com.br 
 
Nesta fase ocorre, também, o processo de reepitelização. Neste tipo de ferida a nova 
epiderme é produzida rapidamente devido à presença de folículos pilosos, glândulas 
sebáceas e sudoríparas intactas, além da curta distância que as células epiteliais têm que 
percorrer para reepitalizar a ferida. O sítio cirúrgico é reepitelizado dentro de 72 horas e a 
nova epiderme promove uma barreira a microrganismos e em pequeno grau ao trauma 
externo. A força tensil da incisão é relativamente pequena não resistindo à tensão. O 
enfermeiro deve observar mudanças naincisão cirúrgica, indicando a presença do novo 
tecido epitelial. Desta forma a incisão é avaliada quanto a aproximação das bordas e cor da 
 
37 
 
linha de sutura que pode mudar de vermelho claro para rosa demonstrando a maturação do 
tecido epitelial. As margens devem apresentar-se bem alinhadas e nenhuma tensão deve 
ser observada (DEALEY, 2001). 
Outro ponto a ser avaliado pelo enfermeiro são as reações ocasionadas pelo material 
de sutura que cria pequenas lesões ao lado da incisão cirúrgica prolongando a fase 
inflamatória do sítio cirúrgico. A presença contínua de sutura promove força tensil adicional 
à ferida, mas pode também causar aumento do risco de infecção. Assim recomenda-se que 
a remoção da sutura seja feita entre o sétimo ao décimo dia levando em consideração a 
situação clínica do paciente e o local do sítio cirúrgico (DEALEY, 2001). 
6.3 Avaliação do sítio cirúrgico durante a fase proliferativa 
Nesta fase, através da palpação da incisão cirúrgica, percebe-se o processo de 
deposição de colágeno subjacente a incisão. Este novo tecido pode ser palpado e 
percebido como um halo rígido ao longo da incisão, estendendo-se aproximadamente 
um centímetro de cada lado. Este halo cicatricial deve ser palpado ao longo da incisão 
cirúrgica entre o 5º aos 9º dias pós-operatório e caso não o seja a ferida está em 
risco de desenvolver deiscência ou infecção. Outro ponto importante a ser observado 
é quanto ao exsudato, que varia, em características e quantidades, de acordo com o 
processo de cicatrização. O exsudato imediatamente após a cirurgia é sanguinolento. 
Dentro de 48 horas a drenagem do sítio cirúrgico se torna serossanguinolenta e 
posteriormente serosa (BATES-JENSEN E WETHE, 1998. Apud DEALEY, 2001). 
 Durante este curso o exsudato tende a diminuir gradualmente e caso aumente há 
indicação de retardo da cicatrização que pode ser causado por infecção. Caso ocorra 
extravasamento de exsudato após a cicatrização do sítio cirúrgico o enfermeiro deve 
suspeitar de deiscência, infecção ou formação de fístula. O enfermeiro deve observar e 
palpar o tecido subjacente a incisão a procura de edema, enduração e mudanças na cor. 
Lembrando que a presença de edema retarda o processo de cicatrização, uma vez que 
o excesso de fluidos nos tecidos age como obstáculo a angiogenese e aumentando o 
risco de isquemia. As mudanças na cor da pele podem indicar trauma ou formação de 
hematomas causados durante a cirurgia. A cor da pele poderá ser vermelha escura ou 
roxa, lembrando que a mudança da cor da pele pode indicar infecção iminente, bem 
como sinais de eritema, calor, edema e dor (DEALEY, 2001). 
 
38 
 
7.3 Avaliação do sítio cirúrgico durante a fase de remodelação 
Nesta fase a cicatrização da ferida é melhor avaliada pela cor da incisão, uma vez 
que, o tecido cicatricial é remodelado e organizado estruturalmente, a cor da cicatriz muda. 
Esta fase pode levar de 1 a 2 anos. A cor da incisão muda, gradualmente, ao longo do 
primeiro ano de vermelho claro ou rosa para uma cor acinzentada ou branca. A força tensil 
do tecido aumenta gradualmente no primeiro ano, mas somente alcança 80% da força do 
tecido original. O foco de atenção nesta fase é limitar forças no sítio cirúrgico que pode ser 
alcançado através de ensinamento do paciente quanto evitar elevar peso, curvar-se ou 
tracionar o sítio cirúrgico (DEALEY, 2001). 
 
 
 Fonte: eltonfernandes.com.br 
6.4 Cuidados com feridas 
Objetivo: 
 Proporcionar o ambiente ideal para a reparação tecidual; 
 Prevenir ou tratar infecção em local com lesão tecidual; 
 Remover corpos estranhos e tecido necrótico do leito da ferida; 
 Identificar e eliminar processos infecciosos, obliterar espaços mortos; 
 Absorver o excesso de exsudato; 
 Manter úmido o leito da ferida de cicatrização por segunda intenção 
melhorando o processo cicatricial; 
 Manter o curativo de drenos e de ferida cirúrgico com ambiente limpo e seco; 
 
39 
 
 Promover o isolamento térmico e proteger a ferida de trauma e invasão
bacteriana (POP FACENF, 2019). 
Curativo de ferida cirúrgica (ferida de primeira intenção) 
Material 
 Bandeja; 
 Mesa de Mayo; 
 Kit de curativo (pinça, espátula e/ou tesoura) ou luva estéril; 
 Gaze estéril; 
 2 Ampolas de S.F.0,9% 10ml caso a ferida seja pequena e S.F.100ml feridas 
maiores (no caso de frasco de soro, levar agulha 25/8, algodão e álcool); 
 Esparadrapo hipoalergênico ou atadura dependendo do local da ferida; 
 Saco para lixo; 
 Luva de procedimento; 
 Máscara (POP FACENF, 2019). 
Técnica: 
1. Lave as mãos conforme técnica estabelecida na instituição; 
2. Reúna o material em uma bandeja previamente higienizada (lavar com água e sabão, 
secar, limpar com algodão e álcool) e leve para o quarto do paciente; 
3. Explique o procedimento ao paciente; 
4. Colocar biombo para manter a privacidade do paciente; 
5. Posicione o paciente confortavelmente de acordo com o local da ferida; 
6. Abra o pacote de curativo de maneira a não contaminar sob a mesa de mayo, caso 
não esteja usando kit de curativo abrir gazes com cuidado para não contaminar ou usar 
o pacote da luva estéril como campo; 
7. Abra o pacote de gaze e coloque no campo do pacote de curativo; 
8. Faça antissepsia da ampola de S.F.0,9% com auxílio de algodão e álcool 70%; 
9. Calce as luvas de procedimento e remova o curativo antigo umedecendo-o com o 
auxílio de 
S.F.0,9%; 
10. Descarte as luvas; 
11. Se em uso de kit de curativo, higienize as mãos com álcool gel e calce novas luvas 
de procedimento, ou calce luvas estéreis; 
12. Limpe o leito da ferida com gaze embebida em S.F.0,9%; 
 
40 
 
13. Descarte a gaze sempre que com presença de sujidade; 
14. Limpe a borda da ferida; 
15. Seque toda a região e cubra a ferida com gaze estéril seca; 
16. Retire as luvas; 
17. Corte o esparadrapo hipoalergênico e cole metade na gaze e na pele do paciente, 
ocluindo toda a região; 
18. Descarte o lixo; 
19. Encaminhe as pinças e instrumentais para expurgo para posterior encaminhamento 
à CME; 
20. Lave a bandeja e seque; 
21. Lave as mãos; 
22. Cheque na prescrição; 
23. Registre no prontuário do paciente aspecto da ferida, presença de exsudato ou 
sangramento, sinais flogísticos (POP FACENF, 2019). 
 
 
 Fonte: jusimed.com.br 
 
Observações: 
 Limpe a ferida numa direção a partir da área menos contaminada – da incisão 
para a pele em torno. 
 Ao irrigar, permita que a solução tenha um fluxo a partir da área menos 
contaminada para a mais contaminada. 
 A ferida operatória só deve entrar em contato com água de banho após 24h. Caso 
necessário, realizar a proteção da ferida e do curativo com saco plástico. 
 
41 
 
 A troca do curativo da ferida operatória deve ser realizada diariamente (POP
FACENF, 2019). 
Retirada de pontos 
Material: 
 Pacote de curativo estéril (ou de retirada de pontos - além das pinças inclui 
tesoura); 
 Tesoura curva, ponta fina ou lâmina de bisturi; 
 Solução fisiológica a 0,9% (e solução antisséptica conforme a rotina da 
instituição); 
 Luvas de procedimento; 
 Esparadrapo s/n (POP FACENF, 2019). 
Técnica: 
1. Lavar as mãos; 
2. Preparar material; 
3. Explicar o procedimento ao paciente, poderá sentir leve desconforto; 
4. Calçar as luvas; 
5. Fazer a antissepsia do local com soro fisiológico e álcool 70%, conforme rotina da 
instituição, iniciando de uma das extremidades da incisão, sem retornar; 
6. Realizar a limpeza da pele adjacente, no sentido proximal distal, em movimento 
contínuo, sem retorno e trocando de gaze; 
7. Colocar 1 gaze IV, próxima ao local onde vai retirar os pontos; 
8. Remover cada ponto da sutura de forma alternada; 
9. Segurar e levantar suavemente o fio do ponto com o auxílio da pinça; 
10. Cortar a extremidade distante do nó; 
11. Puxar uma das pontas do

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