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Igualdade de Gênero e Empoderamento Feminino

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:CCUMENTOS TÊMÁT|COS - NaÇôes Ltnidas no tsrasii
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IGUALDADE DE GÊNERO
Alcançar a igualdade de gênero e
empoderar todas as mulheres e meninâs
Palavras-chave
lgualdade de Gênero; Empoderamento de Mulheres e l\ileninas; Direitos das Mulheres.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS); ODS 5.
a
Principais conceitos
os objetivos de Desenvorvimento sustentáver (oDS) são o resurtado do processo de
illl?gão: revisão e aprimoramento dos Objeiivos'de Desenvolvimento Oo UieniÀ(\rurvr). Foram construidos no âmbito das Naçóes Unidas e assumídos cOmocompromisso pêlos Estados 
_ 
Membros dessa orgânização, bem como p"i ãir"i.ã,outras entÍdades do âmbito público e também do â-mbito órivado.
o objetivo de Desenvorvimento sustentáver 5 - Atcançar a lguardade de Gênero eEmpoderar todas as Murheres e Meninas, dá continuioàd"e e apiofunda o compromissãcom.a construção da igualdade de gênero e com os direitos de todâs as,nürr,ér".-ã
meninas, desdobrando-se em nove. metas (ver anexo para rista compreta aã *át"risendo três relativas à sua implementaÇão.
O Glossário de Termos do Obietivo de Desenvolvimento Sustentá vel 51 , elaborado peloSistema ONU no Brasil , destaca como conceitos centrai s a esse ODS
Disponíver em:< http://wwwbr.undp.org/contenubrazir/pt/home,/ribrary/ods/grossario-do-ods-5.htmr>
56
)
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I
I
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I
a Acesso à propriedade e controlê sobre a terra e outrãs formas de propriedâde,
serviços financeiros, herança e os recursos naturaiso Casamento infantil ou precoce/prematuro. Casamentos forçados
a Dirêitos Reprodutivos. Empoderamento das Mulheresa Exploraçâo sêxual e de outros tipos. Formâs de discriminação contra a mulhera Formas de violência contra mulherêso Gênero
. lgualdade de Gêneroa Í\ríenines
. Mutilação genital femininaa Participação plena ê efetiva das mulheres e igualdade de oportunidades para a
liderança.
a Plataforma de Açáo de pequim. Políticas de proteção Sociala Programa de Ação da Conferência lnternacional sobre população e
Desenvolvimênto.
o Responsabilidade compartilhada dentro do lar e da famíliaa Saúde sexual e reprodutiva. Tecnologias de lnformaçâo e Comunicação (TlC)a Todos os níveis de tomada de decisãoa Trabalho de assistêncía e doméstico não remuneradoa Tráfico de pessoas"
--
Dados e fatos importantes sobre o ODS 5 no BrasilC conteúdo do ODS 5 rec,,
*';;*t1.nft,ff *q,I*ffiáç,}d,'üu[,, j",,,"**,]lffi
Âlém destas, destacam_se também:r' As- Convenções
S:'#:T,.::üflfi '1Í,"',."::["3,:'Trffi ::,xf '[H:fl?.:*fg"":::
,, A ConvenÇão oe
,$ld*;**:ls;í*****r*ffi t*i.Hr?,h,f §r' Os documentos n
pera cEpnl. ' êsultantes das conferências Regionais da Murher promovidas
ffi"'' *ril*ft:1t*É"qí*á:d',.*rní;g;s
ffi *;:i*üfr*fliffiitfrl:fu ffi ,,Hf ,ffi .x":."ffi
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o conceder titularidade OJ
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I
benefícios sociais, contribuem para dar visibilidade a esta agenda, ainda que as
evidências existentes apontêm para a necessidade de complementá-las com ações que
promovam a transformação de papeis trâdicionâis e desiguais de gênero2.
No que tange à política representativa, a meta 5.5 dos ODS, "Garantir a participação
plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para a liderança em
todos os nívêis dê tomada de decisão na vida política, econômica ê públicã" é um
avanço em relação aos ODM, por não se concentrar apenas na participaçâo de
mulheres em parlamentos nacionais, mas por clamar pela garantia da participação plena
e efetiva em todos os níveis da vida política, econômica e social3.
Ainda assim, o Brasil tem uma das menores paÉicipâções femininas em todo o mundoa.
A Lei no. 9.504/í 997, que estabelece normas para as eleiçôes, foi alterada em 2009
pela Lei no" 12.034, que prevê, entre outros, a promoção e difusão da participação
política de mulheres pelos partidos. Com a mudança, cada partido ou coligaçâo passou
a ter a obrigação legal de preencher o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de
70% (setenta por cento) para candidaturas dê cada sexo para cargos escolhidos pelo
sistema proporcional (Cámara dos Deputados, Câmara Legislativa, Assembleias
Legislativas e Câmaras Municipais). Apesar das normas existentes, apenas em 2010
uma decisão do Tribunâl Superior Eleitoral (TSE) passou a exigir dos partidos o
cumprimento da cota mínima para mulheres nas candidaturas.
Circunstâncias nacionais em relação ao ODS 5
A implementação dâs mêtâs referentes ao ODS 5 parte de importântês conquistas e
avanços já promovidos pelo Estado Brasileiro. Por outro lado, responde a desafios que
permanecem como obstáculos à garantia plena dos direitos das mulheres e meninas no
país. Condensamos abaixo alguns dos principais desaflos do Estado Brasileiro para a
implementação desse Objetivo.
1. Empoderamento Econômico
Enfrêntar as desigualdades relacionadas à divisâo de tarefas domésticas e de
cuidados. As mulheres despendem em mêdia 23,8 horas semanais nessas
atividades, contra 10,4 horas semanais por partê dos homens5. Apenas 20,3% das
mulhêrês acima de 16 anos com filhoslas pêquênos dispõem de acesso à creche
para todos/as eles/as6. Somente 23,3a/o das crianças entre 0 a 3 anos têm acesso à
escola integral ou creche, percentual que declina para 8,50/o nas áreas ruraisT, e o
déficit de vagas em crechês chêgâ a 2,5 milhóês8.
2 IPC-IG, IPEA. Bolsâ Família e relagóes de gênero: o que indicam as pesquisas nacionais, Research Brief,
55, agosto de 2016.
3 A Agenda 2030 e a Agendã Regional de Gênero: Sinergiâs para a igualdadê na Amérlca Latina e o Carjbe.
cEPAL,2017.
a Dados da União Parlamentária lntêrnacioaal (UtP) de 2015 indicâram que, dê um conjunto de 190 países,
o Brasil ocupava a 116" posiÉo em um ranking de igualdade na repÍesentaçáo política.
5 IBGE. Pesguisa Na cional de Amosta por Domícílio (PNAD) - 2013. Brasília: IBGE, 2015.
6 BRASIL. SPM. Relatório Anual Socioeconõmíco da Mulher. Brusilia SPM, 2015.
7 IBGE. Pesquisa Na cional de Amostra por Domicílio (PNAD) - 2013. Brasilia; IBGE, 2015.8 Obsêrvatório do PNE. Metas do PNE: 1 - Educação lnfantil. Disponível em:
http://www.obseÍvatoriodopnê.org.br/metas-pne/1 -educacao-inÍantil
58
i
As desigualdades de gênero e raça continuam a pautar a inserção das mulheres no
mundo do trabalho remunerado. Em 20í4, 57% das brasileiras participavam do
mercado de trabalho, no qual receberam 7 4,5o/o do rendimento dos homens. A texa
de desocupação atingiu 6,9% no ano em questão, quando as mulheres
corresponderam a 56,70/o dos/as desocupados/as. O rendimento das mulheres
negras é o menor para os grupos PoPu lacionais de acordo com sêxo e raçalcor, e
equivale a cerca de 40% do rendimento dos homens brancose- Observa-se ainda a
permanência da segmentação ocupaci onal por sexo, com as mulheres alocadâs
sobretudo na prestação de serviços, e a discriminação das mulheres no acesso a
cargos de chefia. O documento 'A Aqenda 2030 e a Aoenda Reoional de Gênero
Sinerqias oara a rquâ ade na Améri ce Latina e o Caribe"lo aponta que, no atual
contexto de decrescimento econômico e incêrtezâs na região, as taxas de Pobreza
estão aumentando e as desigualdades de gênero se aprofundando. De acordo com
estimativas da OIT (2016), o maior aumento do desemprego diz respeito às
mulheres, que conesponde a uma taxa de quasê 10Yo (9 '3Yo).
Apenas 30% das trabalhadoras domésticas possui carteira assinada - um indicativo
de que a efetiva implementação da nova legislação para o trabalho doméstico
permanece como um desafio. À baixa remuneraçáo é outro fator que contribui para
acentuar as desigualdades de gênero e raça no país: o rendimento médio da
categoria não alcánça sequer um salário mínimo11.
Nas eleições realizadas em 2014 houve um aumento da participação de mulheres
que conõorreram ao Congres§o Nacional: lotam 7 .437 candidatas, contra 5 056 no
pleito de 2010. contudo, a proporção de candidatas femininas ficou abaixo do
mínimo de 30% estipulado pela legislação eleitoral. Na Câmara dos Deputados,
apenas 51 dos 513 cargosem disputa foram ocupados por mulheres, o que
representa cerca de 107o das vagas. No Senado, de um totâl de 81 eleitos/as'
somente 13 são mulheresl2 (160/o).
Apenas 1 mulher foi eleita para os 27 governos estaduais ê do Distrito Federal no
plãito ae 2014. O número de parlamentares mulheres eleitâs pâra câm911
estaduais e distrital diminuiu 14,89% em relação à legislatura anterior, com 11,33%
(120) das vagas, apenas, conquistadas por candidatasl3.
iii. o relatório lobal de 2016 dos ODS 1a indica que, em média, as mulheres detêm
baixo percentual é menor
r mulherês no parlamento
região, atrás apenas do
o
23olo dos assentos parlamentarês em todo o mundo. Este
ainda no Brasil, onde a proporção de postos ocupados po
nacional e de 9.9%, o segundo menor percentual dâ
Belizel5
, CALIXTRE, Alêxandre: VAZ, Fábio (orgs.). PNAD 2014 * Breves ânálises. /PEÁ - Nota Técnica, n 22'
2015.
6ÀnSenOa 2O3O e a Agênda Rêgional dê Gênero: Sinergias para a iguâldade na America Latina e o
Caribe. CEPAL, 2017.
,r CALIXTRE, Àlexandre: VAZ, Fábio (orgs.). PNAD 20í4 - Brevês análises. /PÊÁ - Nota Técníca, n 22,
2015.
12 TSE, 2014.
13 TSE; 2014.
1a SDG Report 2016.
15 AnuaÍio Estadistico de América Latinâ y el Caribe 201ô. CEPAL, 2017'
iii.
2. Empoderamento Político e Representatividade
i.
ii.
l
Em termos gerais, a escolarização feminina é maior do que a masculina.Contudo, as disparidades entre.mutheres ;;;;rô; da cidade. regionais eraciais são ainda marcantes: mulheres ,rr"i.-.;;;;;:eir meaia. 5.6 anos; asmutheres das resiões centr:+s-L;-e s;j;-.tããIllüri, 
", ,"oir, e,3 anos,:::ll1iT"gi" de 6,i anos para as mutheres da região Nordeste; as mutheres
:ffi::,.:.trom 
menos enos do que as or"n.r" pãiàãdas as resiões e faixas
Apesar dos importantes avanços das p-olíticas de ações afirmativas, as mulheresnegras estâo ainda em menor propoçáo no ensino superiàr Oo que a populaçãobranca: apenas 12,Bo/o das rr,',iriái-r"siÃ;#;:[H ao ensino superior,conka 23,ayo dos/as brancoslas,r. nrnoã ti" ,ã" r.,"rÀ'oroos oficiais nessesentido, mulheres lésbicas.
rambém,j.r'.*i,",*ü,iãl'*§:o"§[, jffi i;',§'l;',"X,"".'J:",",,Tff ãrá§enfrentando dís_criminação dentro e, fora b" à."J". ã-uriversioaoes, por contade sua orienração sexuat e/ou identidade àL;ã;;;". - " '
No ensino superior. as mulheres estão em maior proporção nos cursosreferentes a Educação, Humanidades s*L.;. c".rij"ã'ndo este contexto, em2012, o Comirê CEDAW recomendou ao Brasit ";;;;il 
j; 
medidas para mudaras normas e atitudes tradicionais, u", 
"oró ". [ãLãl org"ni="cionais dasescolas que militam contra a livre escolha Oas mLninãs-Oe prosseguirem emáreas de estudo não tradicionais, p".ti.úià*ãni" ;;;";. tecnotógicasrs.
Conforme destaca o Artigo 10c da CEDAW, ,,â eliminação de todo conceitoestereotipado dos papéis mascurino e feminino em rooosis níveis e em todasas formas de ensino, mediantê o. estímulo à educação *Lta 
", outros tipos delducag"fo eue contribuam para atcançar est obj.tí;; 
", 
;; particutâr, mediantea modificação dos livros e programas escolares e adaptação dos métodos deensino".
4, Saúde
:ô IBGE, PEsqut'sa Nacional de AmostnJ' IBGE PesquÍ,sa Nacional de Amostn
por Domicitio (pNAD) - 201i. Brasítia tScE, 2Oí5por Domicílio (pNAD) - 2013. Brasítia: |BGE, 2015
Os avanços conquistados Dela. ampliação dos serviços e do escopo das poÍÍticaspúbticas esbarram em obsiácuros á il;üãÀ;;i"*nã'u n" insuficiência de suacoberrura. o acesso aos métodos !;.ti:àJàãiirJJ, 11]"1ço, de saúde e outrasintervenções a que as murheres tem oireito muità;;;=;'ã restrito. Estima-se que ademanda não-atendída por contracepÇâo ."lr-;;'L-;i9 oy.9 e 7.7o/o. atingindoaproximadamente entre 3,5 e +,z.mirn'oàs oãárrnãr#;'"n'"m orsso. dados de 2006- ano em que foí conduzida a úrtima pesquisa úacionár'd" D"rogrrfia e saúde
i3 IBGE Censo Demogríáfico 2010. Rio de Janeiro, IBGE, 2011' CEDAWC/B RA/CO/7. para 25 (c)2cFonte: Naçõês Unidas, Deparhmênto dê Assuntos EconDisponível êm n m ê
ômicos ê Sociais/Divisão dê popu lação (201S)
tio m mil lan odNrulhêres com necessidadês não satisfe itas sâo aquelâs que foram fecundadas, mas que náo êstâvamusando contraceptivo s no momento da pesquisâ, e que não querêm mais Íilhos
ulhêres unidas
próximo filho. Os dados pertencem às m
60
com parceiro
ou querem poslergar o
3. Educação
iji.
iv
i.
)
)
)
(PNDS) no país - apontam que 28,2o/o dos nascimentos nos cinco anos anteriores à
pesquisa não haviam sido planejados para aquele momento, e que 17o/o haviam sido
indesejados2l. Observou-se uma demanda não-atendida por contracepção maior
entre mulheres com baixo nivel de escolaridade, entre as negras e entre as
residentes no Norte e Nordeste.
Por sua vez, a realização de exames e de tratâmento do câncer de mama pela rede
pública de saúde tem se expandido gradativamenie. Mesmo assim, o diagnóstico
tardio é ainda um problema, e contribui parâ que a doença seja a primêira cãusa de
morte por câncer na população feminína, com .i 2,66 óbitos por 1 00.000 mutheres em
20132r.
De acordo com dados de mortalidade materna de 201 1, a razáo era de 63,9 mortes
por í00 mil nascidos/as vivos/as. Quando introduzido o recorte por raça/cor, as
disparidades são evidentes: em 201 1, a taxa de mortalidade materna erâ de 6g,g
para mufheres negras e de 50,6 para mulheres brancas; em2A12,62,g% das mortes
maternas foram de mulheres negras23, percentual superior à sua participação na
populaçâo feminina (50%) no país.
A assistência dos serviços de saúde durante o pré-natal e no parto é também
diferenciada por râçalcor, em desfavor das mulheres negras e indígenas. por
exemplo, as mulheres negras recebem anestesia no momento do parto com menor
frequência do que as brancas; procedímentos obrigatórios para consulta pré-natal
sâo.menos reallzados para mulheres negras do que brancas; mulheres negras
recebem menos informaçóes sobre gravidez e parto nos serviços de saúde do que
as brancas; mulheres indígenas têm mais frequentemente partos prematuros24 2s 26.
Além disso, mulheres negms, em geral, têm acesso a um menor número de consultas
pré-natal do que as mulheres brancas, ê estão sobre-representadas entre aquelas
que não têm acesso sequer a uma consulta deste tipo27. O reconhecimento destas e
outras desigualdades culminou com a criação da política Nacional de Saúde lntegral
da População Negra, em vigor desde 2009.
O ranking de cesárias no mundo é liderado pelo Brasil, com 560/o dos parlos
efetuâdos por meio de cirurgias2s. A violência nâ atenção obstétrica é relaiâda por 1
em casa 4 parturientes2e.
'l-onte
Disponi
Naçõês Unidas, Departâmento de Assuntos Econômicos ê Sociais/Divisáo de p
lation/thême/fâmilv-olannino/
opulaçáo (2015)
model.shtmlvêl em: http://www.un /en/develoDment/desa/o
Mulheres com nêcessidades não satisfeitas sáo aquelas quê foram fecundadas, mâs que náo eslâvam
usando contrâceplivos no momênlo da pesquisa, e que náo querem mais {ilhos ou querem postergar o
próximo filho. Os dados perten
22 INCA. Állas da Moftalidade. Disponível êm: https://mortalidade.incâ.gov. brlMortalidadeweb/
cem às mulherês un idas crm parceiro
23 BRA§|L. SPM. Re/aÍónb Anual Socioeconômico da Mulher. Brasília: SpM, 2O1S
24 PETRY, Sabrina. Até na hora do parto negra é discriminada. Folha de São paulo, Sâo paulo,26 de maio
dê 2002.
25 LEAL, Maria do Carmo; GAMA, Silvanâ G. N.; CUNHA, Cíntia B. Desigualdades raciais,
sociodemográÍicas e na assistência ao pré-natal e ao parto, i999-2001. Revista de s;ude púbtica, v. 39,
n. 1, pp. 100-107, 2005.
26 RODRIGUE§i Quessia P. Dêsigualdades raciais no acesso de mulheres ao cuidado pré-natal e no parto.
Dis_sertação (Mestrado) - Escola de Enfermagemi Universidâde Fêderal da Bahia. Salvador,20Og.2/ PAlxAo, Marcelo eÍ at. (orgs.r. Relatóia Anuar das Desíguatdades Raciais no Brasit; 2oog-zo1o. Rio de
Janeiro: Garamond: LAESER; lE/UFRJ, 20.lO.
28 FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Nascer no Brasl. Rio dê Janêiro: Fiocruz, 20i5.
'?e 
FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO. Mulheres brãsileiras e gênero nos espaços públicos e privados. São
Paulo: Fundação Perseu Abramo;SESC, 2010.
ô1
=
ii.
llt.
vi
v A recente epidemia de Zika Vírus desponta também como um grande desafio 
O
er"ril t"r. 
"ié 
za ue maio de 2016,7.7)3 casos notificados de microcefalia e outras
ã[erações possivelmênte associadas à infecção de .grávidas por Zika -do^1 
quais
ã.iàãLiÀo"e"tao sob investigaçáo e denke os 4.56.! já investigados,l 489^(32,640/ü
foram confirmados como 
".áoàirdo. 
à infecçâo por Zika Vírus. A incidência dos
casos de Zika concentra-se em zonas perifêricas, ondê o precário saneamento
úãiúo favorece a proliferação dâ epidemia, e afeta as mulheres
ã".ãÃp"r"t"àrrente3o. Frente âo quadro, o Alto. comissário da ONU 
para os
óireitos ttumanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, recomendou que os palses atingidos 
pela
ãpiã"riá lâià"taÁ o direito das mulheres à saúde e aos direitos sexuais e
iáúodutivJs, incluindo acesso à informação sobre modos de transmissão e serviÇos
de prevenção31-
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, a cada ano' 1 milhão de 
aborto§
"iÃd"ãitúol 
seiam realizados no àrasit, resultando, na morte de uma mulher a cada
Oois Oias, com maior risco pàra mulheies negra-s32' O SUS registra 
quase 200.mil
internações ânuais por complicaçôes nós-a!ortg]3 Aos 40 anos' mais de -um 
quinto
das mulheres das árêas urbanâs?o Biasil já realizou ao menos um aborto3a. Í\ilesmo
quando o procedimento constitui um dkeito legalmente previsto' as mulheres
én"ontr6 barreiras à sua realizaçáo. O país coÀta com 63 serviços para aborto
bg"l, ;;; qr"it ,p"n"t 37 funcionam. úuitas vezes, os/as profissionais alegam
oü"éao o"'"onsciência para não realizar o procedimento; tentam convencer as
,útnLres a seguir com a gestação; ou ainda, contrariando a legislação' -êxigem 
que
vitimas Oe vioéncia sexuãt apràsentem boleiim de ocorrência ou decisáo 
judicial -
àrà"ãã iã.trr" uma oeaarãfáo por escrito3s 36 A negação ou a obstacularizâÇâo
injustificada do acesso ao aborto nas hipótêses em que ele é garantido legalmente'
oú, ainda, do acesso a serviços de emergência. em decorrência de abortos
canaàstinos pode equiparár-sà'a tortura ou 
-maustraios3T. O aborto inseguro é,
globalmente, a terceira maior causa de morte materna 
38
APolÍticaNacionaldesaúdelntegraldeLésbicas,Gays'Bissexuais'Travestise
íràÃ"*r"i. (201 1) reconheceu ã discriminação por orientação sexual e . por
identidade de'gênero como fator que incide nà determinação social da saúde e
ãuú*inou uõa série de medidas para promover os direitos de pessoas
pertencentes a estes grupos, incluindo mulheres
iX
Comunicado de especialistas da ON U; httD; 0a .oro/bloqs ietras/?p
171830
31
32
H
sÉve x?N ID La
coMl O DE CIDADANIA E REPRODU A. Relatóio do Semínário Moftalídade 
Matema e Díreitos
umanos no 8ras,1. São Pâulo: Comissão de Cidadania e Reprodução; Center 
for Rêproductive Rights,
)
)
)
)
)
)
)
)
I
I
)
I
)
)
t
I
)
viii.
2009.
33 SIHD/SUS.
." óiNii, óuUoru; MEDEIROS. Marcelo. Aborto no Brãsil: uma pesquisa domiciliar com técnioa 
de urna'
Ciência e Saúde Coletiva, u. '15, supl. 1,p 959-966,2010'
35 MADEIRo, Atberto Pereira; oruÉ, ó'iu"à Àerviços oe aborto legal no Brasil - um estudo nacional'
Ciência & Saúde Cotetiva, v.21. n- 2, p. 563-572 ' 2016s RocHA, Wesley B. etat. eercepçãoiJóion""ilnui" o" rurde sobre abortamento legâl Rêvista BioéÍica,
v.23, n.2, p. 387-99, 2015.
37 oHCHR. tuHRCi31l57 (20',1ô).
38 Guttmâcher lnstitúê and Worid Health Orgãnization. Facts on Induced Abortion Worldwidê 
(2012)'
62
--
l
Pesquisas sobre percepcão e.experiência de violência apontam que 40% dasmulheres brasileiras afirmam já tei sorrioál.ie."i, pãlp""n" o" um homem3e, e18% reratam sofrer ou ter sofrido ,ioren.i" áorãi,"lõ'anu" 2003 e 20.r3 0número de assassinatos de 
.mulheres ,rràntàr-àiv". Segundo o Mapa daViolência. le 20í5, o país ,"gi.trora.zoá;à-;uJl"o-rr*pono"nte a taxa de 4,8assassinatos por 100 míl mui-heres.,. 
.. - '-Yi vvi r veP
A taxa de assassinatos de mulheres brancas caiu 11,go/o (de 3,6 para 3,2 por
l -10- T,' T^r,f 
r:s brancas). p"r",i- rll.,ãL'r ã!r"" "J',"*" de assassinatoscresceu 19,S% (de 4,5 para 5,4 poll00 mif ,rf h"r!, n"irar;.",
A violência sexual é também um.problema de grande dimensão: em 2011, foramnotificados peto sistema de saúde 1r.ósi"d;;;ãJiupio no pri".
ldentidade de gênero e orientação-sexuar não raro estão dentre circunstânciasmotivadoras dê crimes. Dados áa--secrei;ri" ãá óiãiàã"Hurrno" indicam gueas travestis totarizam 5í% das vítimas de lcBn-rübr:; no paísa3 Enquanto aexpectativa de vida do brasiteíro médio fica 
", toinà Oã is "no. (lBcE), a dasmulheres trans brasireiras não passa cÍos 35«. Ainã, nJir" 
"on""rne 
à viorênciatransfóbica. vale ressaltar or9 foj?m registrados g0Z assassinatos de pessoastrans no Brasit entre ianêiro de.2oo8 
";;;;;;d"ã16: é o pais que maismata travestis, pessoás trans e transexuais45.
A inexistência de pesquisas oficiais de âmbito nacionar e a farta de uníficação deregistros administrativos ísaúde, seguã;;" -üúilr" i assistência sociar)constituem obstáculo Dara compreensão O"i oi'nÀ.i"ãs !e violência e pâra aavaliação de políticas públicas.
ll
E
5. Enfrentamento à Violência contra as Mulheres
39 FUNDAÇÁO PERSEU ABRAMC
r-lrndação Perseu Ao"r*o, ,ra", ]'or'ál'uncia 
contru a Mulher na Esfera Púbtica e Pivada. são Paulo:
'" SENADO FEDERAL VioTéncia doméstica e hmíliar contra a murher. Brusiria: senado FedeÍâr, 2015.'' wArSELFrsz. Jútio J. MaDa da vatencia zotá- iá;;;'i'r; d;";;;;;",", no Brasit. Brcsitia:Ftâcso, 201s.* wArsELFrsz. Jútio J. Maoa da viotência 201à * Há:;;,;:t;;;z';;i,i;;z:;"no Brâs/. Brasiria: Fracso, 201s."3 sDH. Rêtatório sobie viorên6is .666ii66iã íã" ir"rilí1,,.* o de 2012. Disponivet em:
ll#:rsot*qvirassldovrouúoor/,"ràiã,io-uio'ü"iulíorirl;lt"-ã"o_zorz. Acesso em 30 de maio
aá clDH Viorenciâ contra Derson⧠resgi?!â-11 gays, brsexuares. trans ê rtnersex em América. Disoonivêr+ n"",io"Ãsôoãil"áff#r;;:
20t 6-trans-murder-mon itorrns-uoãà-tãiã'"## ããili';'j}ffi
bJ
O alcance das metas referêntes ao ODS 5 depende do monitoramento dos direitos e
aprimoramento da qualidade de serviços e equipamentos públicos já existentes, de
modo a garantir que funcionem adequadamente e com equidade para todas as
mulheres. Além disso, depende também da promoção de outros avanços necessários
para combater as desigualdades de gênero no Brasil, sempre articuladas com
estratégias dê combate ao racismo ê outras formas de discriminacáo. São destacadas
algumas recomendações para supêrar esses desafios:
a A desigualdade de remuneração entre homens e mulheres é uma realidade
mundial e o Brasil não destoa desse quadro. Promover legislaçáo adequada ê
medidas ativas de enfrentamento da discriminação no ambiente de
trabalho é essencial para eliminar a brecha salarial. Aqui, somada à perspectiva
de gênero, especial atenção deve ser à questão étnico-racial. Estes grupos
frequentemente ocupam espaços pouco valorizados, estando sobre
rep.esentados em ocupaçôes informais, inseguras, de risco, estigmatizadâs e
com baixo retorno salarial. Aumentar a participação de mulheres no trabalho é
um objetivo importante, mas sê o trabalho tiver condições precárias, o
empoderamênto econômico das mulheres pode nâo ser reforçado. Além disso,
oportunidades dignas e iguais para as mulheres no mundo do trabalho
dependem substancialmente da promoçâo do equilíbrio entrê trabalho, família e
vida pessoal de forma equitativa6. É preciso avançar quanto ao combate às
desigualdades com base no gônero que permanecem pouco questionadas,
como a responsabilidade pelas tarefas domésticas e o cuidado de pessoas
dependentes, que são socialmente naturalizadas como femininas. Reconhecer
que essas responsabilidades náo são naturais das mulheres e que possuêm
caráter de ordem pública é fundamental e deve implicar no fortalecimento de um
Estado social que garanta mobilidade urbana adequada e serviços de atenção à
família e à infância, como a expansão de cobertura de creches, de forma a
permitir para mulheres e homens o uso do tempo igualitário.
a Reconhecer e valorizar o úabalhode assistência e doméstico não remunerado,
por meio da disponibilização de serviços públicos, infraestrutura e políticas de
proteção social, bem como a promoçâo de responsabilidade compartilhada
dentro do lar e da família;
a A partir do marco da Democracia Paritária, deve-se promover oportunidades e
condições para quê as mulheres participem da vida pública e da política em
@ de igualdade com homens. Seja como gestoras públicas, seja como
dirigentes do alto escaláo dos governos, seja como ativistas de organizaçôes da
sociedade civil, de sindicatos ou como cidadãs em sua interâção com os
governos locais. Devê-se buscar equalizar a questão da ausência de mulheres
nos espaços de poder, por meio de ações afirmativas dos poderes públicos,
entendendo que é necessário dar estímulos e mais oportunidades para que as
mulheres participem da política da cidade. Legislaçáo afirmativa para favorecer
a ocupação de cargos políticos pelas mulheres e meios para sua concrêtizâção,
como destinação de orçamento, termos de financiamento de campanha e tempo
em propaganda política adequados, devem ser promovidos. Promover a
6 lLO. Women at Work. Írends 2016. httDJ ,vww.ilo
oubl/documents/Dublicatio n/wcms 457317.0dÍ
64
D5/orouDs/oublic/--dqrêDorts/*-dcomm/*-
Caminhos para a ação
I'
I
participação porítica das murhêres também requer o fortarêcimento do controlesocial que pressione e monitore o cumprimento de ações ae promoçao Oaigualdade de. gênero pêros atorês púbricos e tamüãm privados. Fortarecer asociedade civir organizada, apoiar sua sustentabiridád; organizativa e financerrae garantir espaços dê diárogo para sua incidência põíítica no desenho Àmonitoramento de poríticas é ô caminho para o coÀstante monitoramento dostemas na agenda pública para a transformação social desejada.
. 
1n:"r^.9,?:^1e1inas, e 
jovens já serem maioria em todos os níveis de ensino,arnoa extstem grandes desaÍos para, de fâlo, construirmos uma educafáãinclusiva. Para tal, âinda se faz necessário etiíin.ar as disparidades d; gà;;;
na educação e garantir a iguardade de acesso a todos os níveis de eoucãçaó À
1"1ll1c,r-q_Or9!tsionat .paã os/as mais vutneraveú,-inctuindo as p"rrá"" 
"ãÀoeTrcrencra, povos indÍgenas e as crianÇas em situação oe ,uineraoiticãàà.uuras aoordagens inclusívas são: incluir conteúdos sobre a igualOade àegênero e raça nos currículos escolares oo sisteÀa pr:otico ae 
"ori"çáá,-ã 
ti,de prevenir a viorência contra murheres e meninas'dentro e fora do ambienteescolar; promover cursos de.formação em gênero e raça para professores/as ecomunidade escolar do sistema [úbtico ãe eoucaçá; 'consiruir 
" ."inãiriinsjalaçôes Íísicas para educação, apropriadas pãiã-"ri"nç* e sensíveis àsdeficiências e ao gênero. e que proporcionem ambientes de aprendizagêm
seguros, não viorentos, incrusivos e eficazes para rodos/as; garantiriue tàããÉÀsoslas jovens e uma substancial proporção aás/aí aouttos/as, homens emulheres, estejam arfabetizados/as à tennám auquirúo o conhecimento básicode matemática; incentivar. a participação das 'mulheres nas Ciências, naComputaçáo e na Tecnologia oá t*ormaiao.
a O atual quadro de epidemia de zika acentua a necessidade de progredir nagarantia dos direitos sexuais e reprodutivos das murheres, com ampra divurgaçãode inÍormações, agiridade na assistência meaicá, áüponibírização de métodoscontraceptivos, formação de profissionais de saúde, eriminação oe uarràirãspara o acesso de adolescentes e mulheres a informaçôes i lnruro, í"rã
:?ry?""pçq", promoção da corresponsabitidade de homens no cuidâdo e nasauoe, ettminaÇão do racismo institucional, entre outras. vate lemOrar quã nóBrasil, mulheres podem intenomper a gravidez l"tàir"nt" e com assistênciamédica pela 
. 
rede pública de saúde 
"-m 
trC" .itüàf0"., quando a gravidez
acarreta em risco a sua vida; quando se tratar de graviáez decorr.nte Oeãstupro;e, conforme decisão do Supremo 
_Tribunat Fedelat (STF) em ZOtZ, quanOãsetratar de gravidez de feto anencefálico.
. 
1,.1[l^"T:^rtação inregrat da Lei Maria da penha por meio de potíticaspuDIcas que garantam acesso das mulheres à segurança pública, justiça, saúdà,assistência sociar é um compromisso que deve rãr 
"i.i,*ioo 
poi ioooà o" àÀi"J
*j:liy": A especiatização requerida prru o "i"nàir"nto humanizaOo e quàrncorpore a perspectiva de gênero_ na atenção para as mulheres 
", sitrãçáo-ãàviolência, deve também eslar refretida ni co'n-',pi"ãn.ao sobre as causas daviolência como resunados da desiguardade oas'retáfãàs sociars com basê nogênero. Nesse sentido, tanto a Lei-Maria a, n"nrrà qi,ánto a Leí do Feminicídio
devem ser monitoradas em sua apricação atraves aâpiotocoros e documentosque normatizem o entendimento sobre a víolência baseada no gênero ,g;;i;
T:l-"j::l:ld*? 3os procedimentos poticiais e judiciais. tsuatriente i*íortàni"e que se1am revtstas as formas de encaminhamento das mulheres nas redes deserviços especializados.
,
)
)
I
a
o
a
Segundo ã Plâtaforma de pêquim, o mecanismo institucional para o avançodas mulheres dêve sero organismo 
""ntr"iá" "ooráãn"lao 
o" poríticas no seiodos governos e sua tarefã nrinàipá, I o";ã"o"oil=i,,n"orooraçáo de umaperspectiva da igualdade de. gênero a todas as áreas políticas, nos diversosníveis do governo. os mecaniJmái à";;;r;;tirã;",, n" mais atto escatãode governo e assumir a co^ollenaÇ3o, ;;r-ü;;""nto e a avatiação doprogresso relativo ao avenco,g? múlher e ,."nt'irãi 
" 
p.rover a participaçâodo conjunto das instituicôes dos setores prinfico, úvãjá e voluntário de formadescentratizada e transversar.. Ã-éÃ- ãã;;:" iàrJil" o,.po,. de recursosorçamentários e capacidade profissional 
"rfi"á"t"" 
'-"'
Para fundamentar e subsidiar o.. trabalho dos mecanismos institucionais depromoção de potíticas oara as m-uthere., édÃ;il;uãnç", n" produção de
1:!:s, yma vez que parte sisniftcativa à;";;t"tiri;;;ãpesquisas oficiais nãocontemplam" ou não apreseniam a"oo. .oui"-iriJ"iãiJ int"r""""ionados comrecortê de gênero, e que o país,não 
""r"tã 
iniãrÃãJâã" ãficrais sobre orientaçãosexuat e identidade de gênero tlá,_port"n1" ,rr!'rãiãã'a"rn" de informaçõesque seriam decisivas para conhecer, monitorar e. ""ons"qrenterente, enfrentarmethor as situaÇões de vulnerabiiidàà"-;-"; ;;;;irg"r. a que essaspopulaçôes estão sujeitas.
O financiamento dos ODS irá depender prioritariamente do compromisso dospróprios Estados com a atocação à" 
"";.;";;;;;;ár"ç",I"nrrr,o" no sentido doalcance preno e efetivo das métas oeiinioas jaiã-cãã""J"ni""o nacionar. Muitosdos compromissos assumidos e.m fequim 
';il f";;ü"çados por fatta deI::i::ry1t" adequado. uso oe reiràme"ã cãri;';;mentos sensíveis agenero' quê possibiritam ver como a anecadação 
" 
gári;, estão contribuindopara reduzir desisuatdades. sao tunoameniai;. ;-A6;, de Ação de AdisAbeba' documento resurrante o"- iri - à".t#,iYr""'rnt"rnr"ionar sobreFinânciamento para o Desenvolvimento, trri ãà-r"r"ià""ias especificas sobrefinanciamento para igualdade d" gen"ro 
"no"-re-;àã.'"'gã;"rno" setor privado,bancos de desenvolvimento e Naiôes uÀúà. 
-'---" - """
o A construção e o fortalecimento de parcerias ocupam lugar central na agendados ODS e responde ao Objetlvo 17: Fortalecimento dos Meios delmplementaÇão e Revitalização das Parcerias Globais para o DesenvolvimentoSustentável. A participação e o fortalecimento das organizaçôes e movimentosda sociedade civil são fundamentais para o sucesso dessa âgenda. A constru çãode parcerias com o setor privado e o fortaíeci mento das parcerias entre governofederal e governos subnacionais também são destacadas como estratégiasessenciais para o avanço da implementa ção dos ODS. Conforme destâotei aL a dos eti OS nvol men
cado pelo
Sus ntáv osgovernos locais e regionaE são essenciaís para a promoção do desênvolvimentosustentável inclusivo em seus territórios e, portanto, são parceiros fundamentaisna implementação dos ODS"
66
)
I
I
Considerações finais
O ODS 5 amplia as metas contidas no Objetivo de Desenvolvimento do Milênio 3
(ODM3): Igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres.lmporta ressaltar que
o ODS 5, além de suas metas específicas, deve dialogar e compor com os demais ODS,
uma vez que as desigualdades de gênero perpassam todos os campos da vida de
mulheres e homens, meninas e meninos. Além disso, e especialmente no contexo
brasileiro, as dimensões do racismo e das desigualdades socioeconômicas devem estar
também aÍiculadas na construçâo e na implementâçáo de respostas aos desafios que
as mêtas da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável apresenta.
O Brasil já demonstrou que contâ corÍr as capacidades e com a estrutura necessária
para lazer valer seu compromisso com a igualdade e com os direitos das mulheres e
meninas.
A experiência acumulada no campo do combate à violência contra as mulheres está
refletida no Pâcto Nacional pelo Enfrêntamento da Violência Contra as Mulheres (em
suas versões le ll) e no Programa Mulher, Viver sem Violência - resuitados de um
investimento continuado na construção de uma complexa rede organizada em êixos
(enfrentamênto, prevenÇão, assistência ê garantia de direitos). Uma rede que conta com
serviços de responsabilidade federal, estadual e municipal, de caráter especializado e
não especializado no atendimento às mulhêres, e que abrange órgáos jurídicos, da
segurança pública, da assistência social e da rede pública de saúde.
Já no campo do trabâlho das mulheres, destaca-se a experiência de negociação e
aprovação da Emenda Constitucional no.72 e pela Lei Complementar no. 15012015,
que versam sobre o trabalho doméstico remunerado. Respondendo às demandas
históricas da própria categoria, o Brasil estendeu aos/ৠtrabalhadores/as
domésticos/as os direitos constitucionalmênte garantidos para os/as demais
trabalhadores/as.
Finâlmente, me.ecem destaque os sólidos avanços do Brasil na implementação de
políticas sociais e do combate à pobreza. Entre 2012 e 2015,22 milhões de pessoas
superaram a pobreza extrema, das quais 54% (12 milhões) são mulheresaT. A
preferência dada às mulheres na titularidade do principal programa de transferência de
renda, o Programa Bolsa Familia (PBF), e das casas entregues pelo programa
habitacional Minha Casa Minha Vida, provaram-se estratégias acertadas para o
enfrentamento da pobreza aliado ao compromisso com a promoçâo da igualdade de
gênero.
Com o investimento continuado e íortalecido nas ações que já se mostraram exitosas,
e com a construção ê â implementação das novas iniciativas necessárias, o pais tem
todas as condições de chegar a 2030 com um conjunto de avanços significativos no
campo da lgualdade de Gênero e do Empoderamento das Mulheres.
I
67
=
I
17 ONU MULHERES. Mâis iguâldade para as mulheres brasileiras: caÍninhos de transÍormâçáo econÔmica
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6S
.',r]SELFjSZ Jú : _ Maoa r
=.as,rra. Flacso.20i5 
da Viorência 20ís _ Homicídio de Murheres no Brasir.
?:;::f:z;';t:'ff"",5:'i;!:s-,!1" d:oDS 5 do Grupo Ássessor das Nações unidas
f "f §:!:"";:i,,,:8":;.,1{t:ff :"WXS:yíf X*}lX:,1,"x:,,e
Junho 2O17
7A
ANEXO
Mêtas rêferentes ao ODS S: Alcançar a lgualdade dê Gênero e Empoderar todasas Mulheres e Meninas.
5 'l Acabar com todas as formas de discriminação contra todas as murheres e meninas
em toda parte;
5 2 Eliminar todas as formas de viorência contra todas as murheres e mêninas nas
esferas púbricas e privadas, incruindo o tráfico e exproração sexuar e de outros tipos;
5 3' ElÍminar todas as práticas nocivas, como os casamentos prêmaturos, forçadose decrianças e mutilações genitais feminines;
Indicadores estaberecidos pero Grupo rntêragenciar de peritos sobre os objetivos
de Desenvolvimento Sustentável (IAEG-SDGs):
o Percentual de meninas com idades entre 15_19 anos que tenham sido
submetidos a mutilaçáo/corte genitat feminino (MGF / C);o Percentual de mulheres com idade entre 20_24 anos que se casaram por
vofta dos 15 anos;
. Percentual de mulheres com idade entre 20_24 anos que se casaram por
volta dos íg anos);
S 4 Reconhecer e varorizar o trabarho de assistência e doméstico não remunerado, por
meio da disponibirizaçáo de serviços púbricos, infraestrutura e poríticas de proteção
social, bem como a promoção de responsabilidade compartilhada dentro do lar e dafamília, conforme os contextos nacionais
lndicador estaberecido pero Grupo rnteragenciar de peritos sobre os objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (IAEG-SDGs):
. Tempo gasto no trabatho doméstico e de cuidado não remunerado
5.5. Garantir a participação ptena e efêtiva das murheres e a iguardade de oportunidadespara a liderança em todos os nÍveis de tomada de decrsão na vida porítíca, econômica
e pública;
lndicador estaberecido pero Grupo rnteragenciar dê peritos sobre os objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (IAEG-SDGs):
t Percentuar de cadeiras ocupadas por murheres nos parramentos nacronais);
5'6' Assegurar o acesso universar à saúde sexuar e reprodutiva e os direitosrepÍodLdivos, como acordedo em conformidade com o progrâma de Ação daconferência lnternacionar sobre popuraçáo e Desenvo,vimento e com a prataforma deAção de Pequim e os documentos rêsultantes de suas conferências de revisáo.
Mêtas relativas à implêmentação:
71
=
S.a Realizâr reformas para das às muíheres direitos iguais aos rêcursos econômicos,0", 
.ao.rg o acesso à propriedade e controre ,oni" 
-, 
terra e outras formas depropriedade, serviços financeiros, herança e os recursos naturais, de acordo com as reisnacionais;
5 b Aumentar o uso de tecnorogias de base, em panicurar as tecnorogias de informaçãoe comunicação, para promover o empoderamênto das mulheres:
S c Adotar e fortarecer poríticas sóridas e regisração apricáver para a promoção da
:y,::l:*" 
de gênero e o empoderamento de toãas ás ,rtt 
"r"" " 
meninas em todos osnrvets.
72

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