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DIREITOS HUMANOS E SEGURANÇA PÚBLICA 
 
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Sumário 
 
NOSSA HISTÓRIA ......................................................................................... 2 
1 – INTRODUÇÃO ...................................................................................... 3 
2-CONCEITOS ........................................................................................... 5 
3-HISTÓRICO DOS DIREITOS HUMANOS ............................................... 7 
3.1- Origem histórica dos direitos humanos: cristianismo............................ 7 
3.2- Dimensões ou gerações dos direitos humanos .................................... 8 
3.3- Origem histórica dos direitos humanos ................................................ 9 
4-INCORPORAÇÃO DOS TRATADOS DE DIREITOS HUMANOS NO 
BRASIL ............................................................................................................... 11 
5-DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA ..................................................... 13 
6- A SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL ................................................ 14 
6.1- Conflito social entre direitos humanos e segurança pública ............... 16 
7- FORTALECIMENTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE PREVENÇÃO 
COM PARTICIPAÇÃO POPULAR ...................................................................... 19 
8- REFORMA DO SISTEMA PENITENCIÁRIO ........................................ 20 
9-REFERÊNCIAS ..................................................................................... 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
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NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 – INTRODUÇÃO 
 
A consciência dos direitos humanos faz parte do processo que conduz à emancipação 
das pessoas perante o seu contexto social. Tal processo também está interligado ao 
conceito de cidadania, que se encontra em construção permanente em razão do seu 
caráter histórico, incorporando continuamente novos valores e conquistas. 
Um princípio importante ao se falar de Direitos Humanos é o da dignidade da pessoa 
humana, que merece grande destaque visto ser um atributo humano sentido e criado 
pelo homem; por ele desenvolvido e estudado, existindo desde os primórdios da 
humanidade, mas só nos últimos anos percebido por completo. Entretanto, apesar de 
que o ser humano quando começou a viver em sociedades rudimentares organizadas 
pela honra, a honradez e a nobreza já se eram respeitadas por todos do grupo o 
processo inicial deste princípio, o que não era percebido e entendido concretamente, 
mas geravam destaque a alguns membros. 
O postulado da dignidade da pessoa humana sempre existiu acoplado à existência 
humana, se hoje, ainda, algumas culturas não o reconhecem como tal, isso não 
impede que, fora do conhecimento de cada cultura, esse conceito já não estivesse 
presente na consciência humana. A Constituição Federal de 1988 traz como 
 
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fundamentos da República Federativa do Brasil e consequentemente, do Estado 
Democrático de Direito, a dignidade da pessoa humana. 
Direitos Humanos correspondem a liberdades e garantias as quais todos têm direito 
e que se fazem necessários para uma vida digna. São inerentes a todos os seres 
humanos, de forma a respeitar diferenças de crença, de raça, de cultura, de posição 
política e social. Por isso são ditos universais, ou seja, não precisam ser 
conquistados, pois sua única condição é a de ser humano. São também inalienáveis 
e irrenunciáveis, por se tratar de direitos fundamentais que devem estar sempre à 
disposição de quem deles precisar. Uma outra característica importante é sua 
indivisibilidade, já que devem estar todos integrados, inter-relacionados. Essa 
integração se faz necessária uma vez que a efetivação de um desses direitos – os 
civis, por exemplo – depende da efetivação de outro – os sociais -, de maneira a gerar 
relação de interdependência. 
Por último, é importante frisar que os direitos humanos são imunes ao retrocesso, 
para que assim não possam ser reduzidos ou prejudicados por outras normas, 
conforme expresso no §4ºart. 60 da Constituição Federal Brasileira, uma cláusula 
pétrea expressa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2-CONCEITOS 
 
Antes de apresentar uma conceituação sobre o tema, importante se faz realizar 
algumas diferenciações sobre o que é direito do homem, direitos fundamentais e 
direitos humanos. É comum que as pessoas tratem esses termos indistintamente; 
contudo, eles são diferentes. Façamos um paralelo do direito à vida nas três 
definições para melhor compreensão do tema: 
 
“Direitos do Homem: são aqueles direitos jus naturais, que já estão com o 
homem pela simples condição de ser ele homem, de ser ele pessoa humana, 
por ter nascido. O ser humano, portanto, já nasce com esses direitos, são 
inatos e independentes de qualquer condição ou positivação na ordem interna 
ou externa. Ex.: Direito à vida, que é inato ao ser humano. 
Direitos Fundamentais: São o conjunto de normas, princípios, prerrogativas, 
deveres e institutos, inerentes à soberania popular, que garantem convivência 
pacífica, digna, livre e igualitária, independentemente de credo, raça, origem, 
cor, condição econômica ou status social. São aqueles direitos mais 
importantes ao ser humano, que estão positivados no ordenamento jurídico 
interno. Sem os direitos fundamentais, o homem não vive, não convive, e, em 
alguns casos, não sobrevive”. Ex.: A previsão do direito à vida na 
Constituição. 
Direitos Humanos: São aqueles direitos positivados e protegidos na esfera 
internacional por tratados, pactos, acordos ou cartas. Ex.: Proteção à vida no 
Pacto de San José da Costa Rica.”(BULOS, 2011) 
 
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Portanto vamos a uma conceituação geral de Direito Humanos, sendo este universal 
e inclusivo, já que são necessários para todos e cada uma das pessoas, tanto na 
parte individual como na coletividade, no marco da situação histórica, temporal e 
cultural que rodeia a convivência dos seres humanos. Por tanto, o modo de realização 
dos Direitos Humanos depende da situação social, política e cultural dos grupos 
humanos que os exercem, defendem e reivindicam. Os direitos humanos são tudo o 
que necessitamos para poder viver dignamente. 
Tudo o que as pessoas e coletivos requerem para desenvolver-se plenamente, como 
uma alimentação digna, educação de qualidade, saúde, trabalho, um meio ambiente 
são, respeito à integridade física e psicológica, liberdade de expressão, de credo, de 
ir e vir. Os Direitos Humanos representam também instrumentos que promovem o 
respeito à dignidade dos seres humanos através da exigência da satisfação dessas 
necessidades básicas. 
Sendo um dever estatal reconhecer e garantir os Direitos Humanos, para isso é que 
muitos se encontram consagrados em normas jurídicas nacionais, como a 
Constituição como garantia dos indivíduose as todas as leis que derivam dela 
promovendo as garantias individuais dos cidadãos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3-HISTÓRICO DOS DIREITOS HUMANOS 
3.1- Origem histórica dos direitos humanos: cristianismo 
 
 
 
 
 
 
 
 
Através de estudos científicos pode-se afirmar que os direitos humanos tem sua 
origem no Cristianismo, com seu nascimento na antiga Palestina, onde estava situado 
o Estado de Israel. 
A mensagem de Jesus Cristo, conforme vemos em Mateus 22: 36-40, pode ser 
resumida em dois mandamentos: 
 Amar a Deus sobre todas as coisas; 
 Amar o próximo com a si mesmo. 
 
 
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Pois bem, o primeiro mandamento já havia sido dado por Deus a Moisés no Monte 
Sinai e este mandamento não seria difícil de ser atendido. O segundo mandamento, 
agora dado por Jesus, o Filho de Deus, foi que causou espanto em sua época, pois 
amar a Deus entende-se por agradável, mas amar o próximo, ainda mais quando o 
próximo nos faz algum mal é que seria difícil. Jesus ensinou ainda que deveríamos 
“orar e amar nossos inimigos” (Mateus 5: 44). 
 
O contexto histórico em que Jesus começou a pregar era de completa dominação de 
Israel pelos romanos. Sendo que Pilatos era o governador romano de toda aquela 
região. Assim, para um judeu orar e amar seus inimigos, como por exemplo, um 
cidadão romano, seu inimigo máximo, ocupante de suas terras e opressor do povo, 
seria algo completamente impossível aos olhos humanos. 
Desse forma, o respeito pelo próximo é o respeito pelos direitos dos seres humanos. 
Não podemos fazer o mal ao próximo, pois os homens foram feitos a imagem e 
semelhança de Deus. Assim, o ensinamento cristão de amor ao próximo é o 
fundamento histórico dos direitos humanos. 
 
3.2- Dimensões ou gerações dos direitos humanos 
 
 Atualmente na doutrina pátria existe um grande debate acerca da evolução histórica 
dos direitos humanos fundamentais em gerações de direito, sendo que uma parte da 
doutrina abandou o termo geração, para adotar a expressão dimensão, com o 
argumento de que geração pressupõe a superação da geração anterior. O que não 
ocorre com os direitos fundamentais, pois todas as gerações seguintes não superam 
a anterior, mas as complementam, por isso é preferido o uso de “dimensão”. Não se 
mostra tão importante tal discussão formal, ou seja, qual nomenclatura utilizar, pois o 
que importa é o conteúdo material. Pedro Lenza (2017) apresenta a seguinte 
classificação: 
“a) Direitos humanos de 1ª geração: referem-se às liberdades públicas e 
aos direitos políticos, ou seja, direitos civis e políticos a traduzirem o valor de 
 
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liberdade. Documentos históricos (séculos XVII, XVIII e XIX): 1) Magna Carta 
de 1215, assinada pelo rei Joao sem terra;2) Paz de Westfália 
(1648);3) Habeas Corpus Act (1679);4) Bill of Rights (1688); 5) Declarações, 
seja a americana (1776) , seja a francesa (1789). 
b) Direitos humanos de 2ª geração: referem-se aos chamados direitos 
sociais, como saúde, educação, emprego entre outros. Documentos 
históricos: Constituição de Weimar (1919), na Alemanha e o Tratado de 
Versalhes, 1919. Que instituiu a OIT. 
c) Direitos humanos de 3ª geração: são os direitos relacionados à 
sociedade atual, marcada por amplos conflitos de massa, envolvendo 
o direito ambiental e também o direito do consumidor, onde esses direitos 
difusos muita das vezes sofrem violações. 
d) Direitos humanos de 4º geração: Norberto Bobbio defende que esses 
direitos estão relacionados com os avanços no campo da engenharia 
genética, ao colocarem em risco a própria existência humana, através da 
manipulação do patrimônio genético. 
e) Direitos humanos de 5ª geração: Paulo Bonavides defende essa ideia. 
Para ele, essa geração refere-se ao direito à paz mundial. A paz seria o 
objetivo da geração a qual vivemos que constantemente é ameaçada 
pelo terrorismo e pelas guerras (Portela, 2017).” (LENZA, 2017). 
 
3.3- Origem histórica dos direitos humanos 
 
O primeiro documento, mais específico sobre direitos humanos foi a Declaração de 
Direitos da Virgínia (1776), no entendimento de Fábio Konder Comparato, “a 
característica mais notável da Declaração de Independência dos Estados Unidos 
reside no fato de ser ela o primeiro documento a afirmar os princípios democráticos, 
na história política moderna”. 
 
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O doutrinador e mestre em direito Helder Baruff, bem define esse histórico período de 
evolução dos direitos humanos da seguinte maneira: 
“Após a 1ª Guerra Mundial (1914-1918), sob a inspiração do Reino Unido, da 
França e dos Estados Unidos da América, confirma-se o “Tratado de 
Versalhes” (1919), onde se inseria a “Sociedade das Nações”, com o intuito 
de estabelecer uma paz mundial duradoura, ideal que viria a fracassar 
temporariamente com a eclosão da segunda edição do conflito (1939-1945). 
Após o fim da segunda grande Guerra, os vitoriosos e seus aliados decidiram 
apostar no mesmo ideal e assim estabelecer um foro definitivo para a 
discussão de interesses comuns, através de uma organização capaz de 
promover, exigir e garantir a coexistência pacifica de seus membros através 
de uma paz duradoura, daí resultando a criação da “Organização das Nações 
Unidas - ONU”, englobando progressivamente uma significativa quantidade 
de Estados membros, que atualmente, tem uma adesão praticamente 
universal.” (BARUFF, 2006). 
Em 1948 foi aprovada a “Declaração Universal dos Direitos Humanos”, se 
constituindo no elenco dos direitos fundamentais básicos que tem o ser humano como 
objeto da atenção e da proteção da comunidade internacional e que deve ser vista 
dentro do seu contexto histórico de vitória de um modelo que despontava sua 
supremacia universal após a segunda guerra mundial. O reconhecimento é geral de 
que a criação das “Organização das Nações Unidas” e a “Declaração Universal dos 
Direitos Humanos” se constituíram em eixos primordiais na defesa e proteção aos 
Direitos Humanos, bem como no combate as suas violações. O Brasil firmou sua 
adesão incondicional à “Declaração Universal dos Direitos Humanos” na mesma data 
de sua proclamação, assumindo integralmente os compromissos nela contidos. 
Reafirmando os princípios contidos na “Declaração Francesa dos Direitos do Homem 
e do Cidadão”, estabeleceu uma obrigatoriedade contratual universal, sem causar 
uma situação de inferioridade jurídica internacional a qualquer Estado. 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, síntese jurídica que pretende exercer 
a tutela dos direitos fundamentais do homem, principalmente contra os cometimentos 
arbitrários por parte do Estado, se revela um estatuto privilegiado que alinha os 
tradicionalmente chamados direitos e garantias individuais, em seguida 
contemplando os direitos difusos e coletivos. 
 
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Em sua obra “A Afirmação Histórica dos Direitos Humanos”, Fábio Konder Comparato 
(2015) afirma que, pela Declaração Universal de 1948, é possível entender que tratar 
outro indivíduo ou grupo social como sendo inferior é o pecado capital contra a 
dignidade humana. Podemos dividir a importância dos direitos humanos em dois 
planos, o primeiro é o internacional afirmando que o principal documento que 
positivou os direitos humanos foi a Declaração Universal dos Direitos Humanos 
(1948) da ONU. O segundo é o interno, onde a Constituição de 1988 positivou em 
seu texto diversos direitos fundamentais. Vale ressaltar, que o rol do artigo 5º é 
exemplificativo, podendo haver ampliação desses direitos, mas nunca sua redução 
ou supressão, pois isso ofenderia diretamente os direitos e garantias individuais e 
coletivos como clausula pétrea (artigo 60, §4º, IV, CF88). Quanto à Declaração de 
Direitos da Organização das Nações Unidas entende-se que inaugurou o direito 
internacional dos direitos humanos. Fundou a concepção contemporânea destes 
direitos. 
4-INCORPORAÇÃO DOS TRATADOS DE DIREITOS HUMANOS NO 
BRASIL 
 
 A ConstituiçãoFederal Brasileira de 1988 foi marco fundamental para a 
internalização dos direitos humanos no ordenamento jurídico nacional. A dignidade 
da pessoa humana e os direitos fundamentais constituem alicerces sólidos, 
conferindo suporte axiológico a todo sistema jurídico brasileiro, passando a ser 
dotados de uma especial força expansiva, projetando-se por todo universo 
constitucional e servindo como critério interpretativo de todas as normas internas. 
Com a Constituição Federal de 1988, consta a internalização, eficácia e aplicabilidade 
dos tratados internacionais de direitos humanos, o que trouxe impacto e algumas 
consequências no plano jurídico, permitindo o particular à invocação direta dos 
direitos e liberdades internacionalmente asseguradas e proibindo condutas e atos 
violadores dos mesmos direitos, sob pena de invalidação, estabelecendo aplicação 
imediata, como bem exara a doutrinadora Flávia Piovesan: 
“... o que a Constituição brasileira de 1988 assegura é a incorporação 
automática dos tratados internacionais de direitos humanos ratificados pelo 
 
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Brasil, que detêm aplicação imediata no âmbito nacional. Desde que 
ratificados, estes tratados internacionais irradiam efeitos de plano e 
asseguram direitos direta e indiretamente exigíveis no ordenamento jurídico 
interno”. (PIOVESAN, 2017). 
 Sendo assim é de suma importância elencar as formas em que um tratado com 
matéria de direitos humanos pode ser internalizado no ordenamento jurídico 
brasileiro, quais sejam, com status Constitucional ou de emenda Constitucional, 
estabelecida através de quórum qualificado de três quintos, em dois turnos nas duas 
casas congressuais, câmara dos deputados e senado federal. 
No Brasil três documentos internacionais foram incorporados desta maneira, são eles: 
a Convenção sobre os direitos da Pessoa com Deficiência (Nova Iorque, 2007), o 
Protocolo Facultativo à Convenção sobre os direitos da Pessoa com Deficiência e o 
Tratado de Marraquexe para facilitar o acesso as obras publicadas para pessoas 
cegas (2015). Outra forma de internalização é como norma Supralegal, sendo inferior 
a Constituição e superior às demais normas do ordenamento jurídico nacional. 
Por fim, conforme entendimento jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal, os 
tratados internacionais de Direitos Humanos ingressam no ordenamento ou como 
norma Constitucional (posição da doutrina avalizada pelo Ministro Celso de Melo – 
HC 87.585 – TO, essa tese vale para os tratados vigentes no Brasil antes da EC 
45/2004) ou como Emenda Constitucional (a partir da EC 45/2004, que valem para 
os novos tratados) ou como norma Supralegal, exemplificado no voto do Ministro 
Gilmar Mendes no RE 466.343 – SP, conforme entendimento a seguir: 
“... Por conseguinte, parece mais consistente a interpretação que atribui a 
característica de supralegalidade aos tratados e convenções de direitos 
humanos. Essa tese pugna pelo argumento de que os tratados sobre direitos 
humanos seriam infraconstitucionais, porém, diante de seu caráter especial 
em relação aos demais atos normativos internacionais, também seriam 
dotados de um atributo de supralegalidade”. (MENDES, 2008). 
 
 
 
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5-DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 
 
Através de estudos científicos, pode-se afirmar que a ideia de dignidade da pessoa 
humana foi trabalhada inicialmente por Kant, para quem “o homem é um fim em si 
mesmo”, conforme ensina Ricardo Castilho (CASTILHO, 2012). 
“A dignidade da pessoa humana é um conceito extremamente abrangente, extenso, 
aberto” (ANDRADE, 2007), desta forma, existe uma grande dificuldade de se formular 
um conceito jurídico a respeito. Sua definição e delimitação são amplas, haja vista 
englobar diversas concepções e significados. Seu sentido foi sendo criado e 
compreendido historicamente como valor, que preexistiu ao homem. Nesse sentido, 
podemos afirmar que nunca houve uma época em que o homem esteve separado de 
sua dignidade, mesmo que ainda não a reconhecesse como um atributo ou como uma 
qualidade inata da pessoa. 
Trata-se, como se sabe, de um princípio aberto, mas que, em uma apertada síntese, 
pode-se dizer tratar-se de reconhecer a todos os seres humanos, pelo simples fato 
de serem humanos, alguns direitos básicos – justamente os direitos fundamentais. 
Embora não se trate de unanimidade, a doutrina majoritária, como por exemplo, 
BONAVIDES, BRANCO CUNHA JR., CANOTILHO e SARLET, concordam que “os 
direitos fundamentais nascem da dignidade humana. Dessa forma, haveria um tronco 
comum do qual derivam todos os direitos fundamentais”. 
Há que se registrar, porém, a crítica de José Joaquim Gomes Canotilho, que expressa 
seu entendimento da seguinte forma: “para quem reduzir o fundamento dos direitos 
fundamentais à dignidade humana é restringir suas possibilidades de conteúdo”. É 
certo que o conceito de dignidade humana é aberto, isto é, não admite um único 
conceito concreto e específico. 
A Constituição Federal de 1988 traz como fundamentos da República Federativa do 
Brasil e consequentemente, do Estado Democrático de Direito, a dignidade da pessoa 
humana. É o que dispõe o art. 1º, III da Constituição Federal: 
“A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
 
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Democrático de Direito e tem como fundamentos: III – a dignidade da pessoa 
humana.” 
O avanço que o Direito Constitucional apresenta atualmente é resultado, em parte, 
da afirmação dos direitos fundamentais como núcleo da proteção da dignidade da 
pessoa e da visão de que a Constituição é o local adequado para positivar normas 
asseguradoras dessas pretensões. O reconhecimento e a proteção da dignidade da 
pessoa humana pelo Direito é resultado da evolução do pensamento humano, sendo 
tal princípio como um dos fundamentos do Estado de Direito Democrático, torna-se o 
elemento referencial para a interpretação e aplicação das normas jurídicas. O ser 
humano não pode ser tratado como simples objeto, principalmente na condição de 
trabalhador, coadunando com o que está expresso no artigo 23, III, Declaração 
Universal dos Direitos Humanos de 1948: 
“Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória, que 
lhe permita e à sua família uma existência conforme com a dignidade 
humana, e completada, se possível, por todos os outros meios de proteção 
social”. 
Sendo o aludido princípio expresso também, no preâmbulo da D.U.D.H, e no 
artigo 1º: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e 
em direitos”, demonstrando efetivamente sua real importância a existência do 
ser humano. 
 
6- A SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
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 O tema é sinônimo de polêmicas e causa grande impacto social ao simples falar a 
respeito, dessa forma se faz importante destacar alguns conceitos iniciais, como o da 
segurança e segurança pública. 
De acordo com o doutrinador Guilherme Nucci: “Segurança é um termo representativo 
de conforto, bem-estar, confiança, certeza, de modo que se pode dizer: estou em 
casa, sinto-me seguro.” Nucci ainda nos exara seu entendimento sobre segurança 
pública conforme expresso abaixo: 
“A segurança pública é justamente a sensação de bem-estar de uma 
comunidade, certos os seus moradores de que terão uma vida tranquila e 
pacífica. Livre de aborrecimentos trazidos justamente pela convivência com 
outras pessoas, por isso, pública. Não há dúvida de que, no art. 144 da 
Constituição Federal, abrindo o Capítulo III do Título V (Da Defesa do Estado 
e das Instituições Democráticas), tem-se o tema Da segurança pública, 
querendo referir-se aos órgãos encarregados de assegurar à sociedade essa 
paz e bem-estar, que todos merecem no Estado Democrático de Direito. 
Pode-se sustentar que grande parte do enfoque da segurança pública 
destina-se a prevenir a ocorrência das infrações penais, mas, ainda 
insistindo,não é somente isso.” (NUCCI, 2016). 
 Para Jorge Luiz Bezerra: 
“a expressão segurança pública implica a condição de tranquilidade e paz 
social que deve ser assegurada ao povo em geral e ao indivíduo quanto a 
sua pessoa e seu patrimônio, livres de perigo e danos pela ação preventiva 
e repressiva das polícias civil (inclusive federal) e militar, que atuam no 
interesse da manutenção da ordem política social. O Poder de Polícia, que é 
exercido pelo Estado, atua de formas preventiva e repressiva não só no 
âmbito da Polícia Administrativa, quanto na Judiciária”. (BEZERRA, 2009). 
 
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 Por fim cabe expor um conceito fundamental de segurança pública que está 
expressamente elencado nos conceitos básicos do Ministério da Justiça do Governo 
Federal: 
“A Segurança Pública é uma atividade pertinente aos órgãos estatais e à 
comunidade como um todo, realizada com o fito de proteger a cidadania, 
prevenindo e controlando manifestações da criminalidade e da violência, 
efetivas ou potenciais, garantindo o exercício pleno da cidadania nos limites 
da lei.” (JUSTIÇA, 2018). 
O assunto é de grande relevância que mereceu um capítulo Constitucional (III) dentro 
do Título V – Da defesa do Estado e das Instituições Democráticas, sendo 
denominado “Da Segurança Pública” e apresenta no artigo 144, “caput” e seus 
parágrafos uma definição simples, concisa e objetiva, quanto ao seu dever, direito e 
responsabilidade, além de mencionar os órgãos que a compõem e suas respectivas 
atividades. 
A segurança pública como fica nítido não é atividade ou responsabilidade exclusiva 
das polícias federais, civis e militares. Percebe-se que trata de dever de todos, desde 
um simples cidadão que possui a autonomia de realizar uma prisão em flagrante 
delito, até os órgãos de grande relevância nacional principalmente em particular 
aqueles realmente vinculados à Justiça Criminal, como o Ministério Público, a 
Defensoria Pública e o Judiciário. 
 
 
 
6.1- Conflito social entre direitos humanos e segurança pública 
 
 
 
 
 
 
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 No contexto histórico brasileiro, percebe-se que Direitos Humanos e as Forças de 
Segurança Pública Nacional, sempre estiveram em posições opostas e que diante de 
todas as manifestações organizadas pelos militantes no período da ditadura militar 
em prol dos Direitos Humanos, os órgãos estatais responsáveis pela segurança 
coletiva ganharam um papel de vilão em relação às formas de atuação repressivas 
contra a violência crescente em um Estado Democrático de Direito. 
A utilização do poderio das forças de segurança nacional em todos os atos de 
demonstração de poder para manter um regime autoritário entre 1964 e 1985, colocou 
uma grande barreira entre a polícia e o cidadão, pois até os dias atuais a sociedade 
enxerga os agentes de segurança pública, como autores de atos de dominação e 
repressão. Com o advento da Constituição de 1988 e a democratização dos órgãos 
de segurança brasileira, o Estado propiciou a relação da política com os Direitos 
Humanos em prol da sociedade, com uma mudança no modo de agir das polícias e 
demais órgãos responsáveis por ações de segurança, ora preventiva, ora repressiva, 
onde o agente da segurança pública tenha a convicção de respeito aos valores da 
Dignidade da Pessoa Humana, baseada em hierarquia e disciplina. 
Após o fim da ditadura militar, em 1985, restou apenas o contexto histórico brasileiro 
de um abismo entre os Direitos Humanos e a atividade de segurança, constantemente 
relembrados através de relatos de violência na atividade policial, causando uma 
mancha na imagem de profissionais despreparados e mal intencionados, 
generalizando todo o corpo policial, causando dessa forma um grande estigma social. 
Atualmente é muito rotineiro encontrar argumentos dos dois lados, quando os 
discursos tornam-se radicais. Os defensores de maneira drástica dos direitos 
humanos acusam os órgãos mantenedores, em primeira linha, da segurança pública 
de violar esses direitos a pretexto de garantir a ordem pública. Parece até que seria 
uma escolha: para a sociedade ter segurança, os direitos humanos serão afastados. 
Sob outro foco, vários agentes estatais, encarregados, primariamente, da segurança 
 
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pública, acusam os defensores dos direitos humanos de interporem barreiras ao seu 
trabalho e, por isso, a ordem pública é prejudicada. Argumenta-se: “os direitos 
humanos destinam-se a pessoas honestas; servem aos agentes da lei; marginais não 
devem ter consagrados os mesmos direitos humanos”. Sobre a intensa polêmica de 
antagonismo entre os direitos humanos e a segurança pública, confira o entendimento 
de Nilo Batista: “direitos humanos são direitos que toda pessoa humana tem – 
independente do que seja, tenha, pense ou faça”. A ideia principal dos direitos 
humanos é que toda pessoa tem certos direitos que o Estado não pode tirar nem 
deixar de conceder: vida, trabalho, remuneração digna, aposentadoria, instrução, 
liberdade, manifestação de pensamento, livre associação e reunião etc. Em 
integração a este ideal estão os órgãos de segurança pública, forças do Estado para 
imposição da ordem expendida no sistema legal. 
Por fim o doutor em direito e atual desembargador do tribunal de justiça de São Paulo, 
Guilherme de Souza Nucci define que: “os direitos humanos não são uma categoria 
a parte do ordenamento. Não constituem superdireitos. São, ao contrário, tanto 
quando forem princípios, quanto na ótica de regras, normas relativas, jamais 
absolutas”. Sendo estes direitos não absolutos no ordenamento jurídico pátrio, mas 
na ótica da Declaração Universal de Direitos Humanos é importante destacar que 
existem dois princípios absolutos, invioláveis, quais sejam a tortura e escravidão. 
No plano da consolidação formal dos direitos humanos com a instauração do regime 
democrático na década de 1980, ocorreram muitos avanços em busca desse real 
desenvolvimento estatal quanto à aplicabilidade dos direitos humanos na sociedade. 
Claro que ainda é preciso ressaltar que persistem muitos obstáculos para a 
consolidação do Estado Democrático de Direito, pois as práticas arbitrárias e 
discriminatórias por agentes do Estado continuam a existir, demonstrando que a 
cidadania ainda não foi alcançada para grande parte da população, uma vez que 
determinados segmentos sociais vem sendo criminalizados diuturnamente. Dessa 
forma, o estabelecimento de um regime democrático de direito e a proteção formal 
dos direitos humanos não têm sido suficientes para conter o quadro de violência 
histórico que contamina e mancha a sociedade brasileira. 
 
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Importante destacar que muitas instituições de segurança pública nacional com o 
objetivo de mudar essa imagem social, tem se dedicado em selecionar futuros 
agentes com formações em curso superior específico na área jurídica, buscando 
assim indivíduos mais preparados no quesito conhecimento para lidar com as 
situações adversas no âmbito da segurança. Discordância existente entre a teoria e 
a prática no ambiente policial enseja a discussão da referência à prática durante a 
formação do policial. Dúvidas não há de que a formação do policial, ao longo dos 
últimos anos, recebeu as benesses da conquista democrática vivenciada pela 
população brasileira, o que veio implicar a ruptura com práticas em parte colidentes 
com alguns dos direitos e garantias fundamentais. Tal modificação repercutiu 
positivamente na formação do policial, civil e militar, possibilitando uma reflexão em 
torno de práticas ambíguas que negam as conquistas de direito do mundo 
contemporâneo, demonstrando assim um grande avanço nas forças de segurança 
pública no período posterior a promulgação da Constituição Federal cidadã de 1988. 
 Nessa perspectiva, entende-se necessária a aplicação de políticas públicas que 
impeçam as violações de direitos humanos, principalmente nos direitos a dignidade 
da pessoa humana e a cidadania,basilares para existência de um indivíduo. É notório 
que ainda vem acontecendo abusos, mas deve-se evitar que estes impeçam a 
construção de um Estado de Direito, uma sociedade livre, justa e solidária. A 
aplicação dos direitos humanos se faz essencial para a consolidação do Estado 
Democrático e a efetivação dos direitos humanos, sendo que nesse interim, tanto o 
Estado e a sociedade possuem responsabilidades necessariamente compartilhadas. 
Para tanto, o antagonismo passado entre a segurança pública e dos Direitos 
Humanos precisa ser substituído por atos de interação, no qual deve ser destacada 
a importância das forças de segurança nacional como atores de transformação, 
proteção e promoção dos direitos humanos, sempre com o apoio integral da 
sociedade. 
7- FORTALECIMENTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE PREVENÇÃO 
COM PARTICIPAÇÃO POPULAR 
 
 
20 
O combate à violência deve estar focado não apenas em ações repressivas, mas, 
sobretudo, em programas de prevenção. Nesse sentido, as evidências apontam que 
é preciso implementar, dentre outras, políticas que tenham como foco os territórios, 
os grupos populacionais e os comportamentos mais afetados pela violência . No 
caso dos territórios, é necessário traçar um diagnóstico preciso da violência e 
implementar de maneira integrada e interfederativa políticas públicas nas mais 
diversas áreas, com foco na educação, saúde, assistência social, geração de 
emprego e desenvolvimento urbano, que substituam intervenções episódicas, caras 
e potencialmente violadoras de direitos por uma permanente intervenção social do 
Estado. 
Além disso, alguns estudos apontam para uma correlação positiva entre o número de 
homicídios e indicadores educacionais como a evasão escolar, a média de horas-
aula, a média de distorção idade-série e o índice socioeconômico das famílias dos 
alunos. Nesse sentido, enfrentar situações de vulnerabilidade social na educação e 
em outros campos, ainda que não baste ou não ofereça soluções mágicas, pode 
contribuir também para o enfrentamento da violência. 
Da mesma maneira, é preciso incorporar na legislação brasileira uma obrigação de 
planejamento permanente do Estado para redução da violência, sobretudo no que diz 
respeito aos homicídios de jovens negros e pobres, as maiores vítimas da violência 
no país. É preciso mobilizar a União, Estados e Municípios, em parceria com a 
sociedade civil, para traçar diagnósticos periódicos sobre as causas da violência, o 
desempenho das políticas de segurança pública e implementação de políticas para o 
presente e o futuro. 
 
 
 
 
8- REFORMA DO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
 
 
21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O número de encarcerados no Brasil aumentou mais de 400% em 20 anos. Temos a 
terceira maior população carcerária do mundo: 711.463 internos. E ainda há um déficit 
de 354 mil vagas, apesar de entre 2018 e 2019 terem sido criadas 8.651 novas vagas. 
Enquanto a média de encarceramento mundial é de 144 presos para cada 100 mil 
habitantes, no Brasil essa taxa é de 300 presos por 100 mil habitantes. Além disso, 
40% da população carcerária é formada por presos provisórios. 
Não há qualquer evidência de que a política criminal atual esteja contribuindo com um 
combate efetivo à violência. Ao contrário, a falta de racionalidade no funcionamento 
do sistema prisional brasileiro gera efeitos nefastos. Além do domínio de facções 
criminosas, muitas unidades prisionais se tornam verdadeiras escolas do crime, em 
que pessoas acusadas de delitos pouco graves, cometidos sem a utilização de 
violência ou sem gerar danos coletivos graves, acabam sendo cooptadas por redes 
do crime organizado. 
É preciso que se compreenda que a política de encarceramento em massa, 
combinada com o total abandono dos presídios pelo poder público, não faz mal 
apenas às pessoas que se encontram presas, mas para toda a sociedade. A política 
do sensacionalismo penal permitiu que, sob a custódia do Estado, nascessem e se 
desenvolvessem facções criminosas que encontraram mão-de-obra farta e barata em 
pessoas que poderiam estar cumprindo penas alternativas, gastando menos recursos 
 
22 
do contribuinte e oferecendo mais retorno à sociedade. Foi, portanto, na omissão do 
Estado e na insistência em políticas destituídas de evidências, que o crime se 
fortaleceu. 
Essa situação caótica, em que se combinam superlotação carcerária, déficit de vagas, 
escassez de oportunidades de trabalho e educação e descumprimento reiterado dos 
requisitos legais mínimos no cumprimento da pena, não poderia gerar, aliás, outra 
coisa que não uma espiral de criminalidade, favorecendo ainda a corrupção por meio 
da criação de mercados paralelos, redes de proteção mútua e contratos 
superfaturados. 
Por tudo isso, é urgente reformar o sistema penitenciário. A falta de oportunidades 
educacionais, de trabalho e de dignidade mínima na vida intramuros só fez favorecer 
até agora a profusão de escolas do crime, chacinas e o fortalecimento da alta 
criminalidade. Por tudo isso, precisamos ampliar as possibilidades e o sistema de 
penas alternativas, combater o abuso de prisões cautelares e oferecer alternativas de 
vida às pessoas encarceradas. Hoje, ser contra essa agenda, significa fortalecer o 
crime organizado. 
Além disso, é urgente também promover a transparência, o acesso à informação e a 
participação popular no sistema carcerário. Precisamos conhecer o custo real do 
preso, tanto para que tenhamos dimensão da irracionalidade das nossas escolhas 
recentes, como para evitar que o cárcere seja mais um escape de recursos públicos 
por meio da corrupção. E, precisamos, sobretudo, fortalecer os vínculos e o controle 
da sociedade civil sobre o sistema carcerário, para coibir abusos, violações de direitos 
e permitir que as políticas sejam amplamente discutidas. 
 
 
 
 
 
 
 
23 
9-REFERÊNCIAS 
 
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