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Cesariana: Indicações e Procedimento

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Nathália Machado – Tut 01 – MedFTC 22.1 
 
Cesariana
Introdução 
Se trata de um procedimento cirúrgico 
que exige uma série de cuidados para a 
sua realização. Por apresentar riscos 
maternos e fetais, sua indicação será 
para situações onde os benefícios 
superam esses riscos. 
Pode ser realizada por indicação médica, 
devido às condições da saúde materna 
e/ou fetal ou por solicitação materna. 
É o procedimento cirúrgico mais 
realizado no mundo. 
As melhorias nas técnicas anestésicas, na 
antibioticoprofilaxia e na técnica 
cirúrgica, tornaram o procedimento de 
baixo risco, o que estimula sua 
indicação. 
Obesidade: não é indicativo de cesárea 
Adolescência: não é indicação, mas 
pode se tornar caso paciente muito 
jovem. 
Pós-datismo: a indicação é de indução 
de parto, mas não necessariamente 
cesárea. 
Macrossomia: é indicado cesárea. 
Idade > 40 anos: não é indicação, mas 
a depender do caso, pode indicar. 
Herpes genital ativo: é indicação de 
cesárea 
Feto pequeno para a idade 
gestacional: não é indicado, mas se 
restrição do crescimento (percentil < 3) 
com alteração importante ao doppler, 
pode ser indicado. 
HIV: será indicado cesárea se carga viral 
detectável. 
HTLV: pode ser normal ou cesárea. 
HAS/DM: não é indicação formal de 
cesárea. 
Descolamento prematuro de placenta 
com feto vivo: indicado cesárea, mas se 
for nascer em até 20 minutos, pode 
realizar o parto vaginal. 
Placenta prévia: indicado cesárea. 
Prematuridade: apenas de < 1.500g 
com apresentação não cefálica. 
Desejo materno: indicado a partir de 39 
semanas com assinatura de termo de 
consentimento. 
 
 
 
 
 
Nathália Machado – Tut 01 – MedFTC 22.1 
 
Indicações consolidadas: 
• Cicatriz uterina prévia corporal 
• Situação fetal transversa 
• Herpes genital ativo 
• Prolapso de cordão 
• Morte materna com feto vivo 
• Falha imediata da ressuscitação 
na PCR materna 
• Desproporção cefalopélvica 
• Vasa prévia 
• Ruptura uterina 
• Apresentação pélvica (eletiva) 
• Gemelar com o primeiro não 
cefálico 
• Gemelar monoamniótico 
• Acretismo placentário 
Indicações relativas 
• Macrossomia fetal 
• Descolamento prematuro de 
placenta 
• Gemelar com 3 ou + fetos 
• CTG categoria III 
• Diástole zero ou reversa na 
artéria umbilical 
• Alteração de ducto venoso 
• Apresentação cefálica defletida 
• Vaginismo 
• Duas ou + cesárias prévias 
• HIV + com CV desconhecida ou 
> 1000 
• Aloimunização 
• Psicopatias 
• Iminência de rotura uterina 
Pré-operatório - eletiva 
 Jejum de pelo menos 8h; 
 Avaliação pré-anestésica (raqui); 
 Se risco de sangramento, 
reservar bolsa de sangue; 
 Avaliação de especialista, se 
necessário; 
 Testes laboratoriais: grupo 
sanguíneo, fator Rh e sorologias; 
 Banho pré-operatório; 
 ATB profilaxia 60 min antes: 
cefazolina 2g EV dose única; 
 Cateterismo vesical, se 
necessário, pode ser evitado em 
paciente baixo risco; 
 Tricotomia logo antes da 
cirurgia; 
 Monitorização. 
Boas práticas: 
 Acompanhante 24h; 
 Músicas, luzes baixas, ambiente 
silencioso; 
 Contato pele a pele; 
 Não utilizar arco cirúrgico, 
permitir que a mãe e o 
acompanhante assistam o 
nascimento; 
 Evitar sedação materna; 
 Manter braços e mamas livres de 
eletrodos; 
 Amamentar na 1ª hora. 
cirurgia 
1. Parturiente sob anestesia em 
decúbito dorsal; 
2. Sondagem vesical com sonda 
Foley, se necessário; 
3. Antissepsia vaginal com 
clorexidina não alcoólica para 
pacientes com RPM ou em TP; 
4. Degermação + antissepsia com 
clorexidina alcóolica do centro 
para a periferia; 
5. Incisão vertical ou horizontal, 
geralmente horizontal; 
 
Nathália Machado – Tut 01 – MedFTC 22.1 
 
6. Incisão por planos: pele, 
subcutâneo, aponeurose, 
músculo, peritônio parietal, 
peritônio visceral, útero, bolsa; 
7. Extração fetal manual; 
8. Clampeamento oportuno do 
cordão. Precoce se sensibilização 
Rh, parto gemelar, HIV, restrição 
do crescimento fetal - RCF, 
prematuros, má vitalidade do 
RN; 
9. Dequitação; 
10. Revisão da placenta e cavidade 
uterina; 
11. Fechar por planos; 
12. Curativo. 
 
Dos tipos de incisão, a Pfannenstiel é a 
mais utilizada. 
 
A incisão deve ser por planos, na camada 
muscular afastar os músculos reto-
abdominais e evitar a transecção. 
No peritônio realizar dissecção romba 
com os dedos. 
 
A técnica é transversa segmentar (B), 
mas pode ser realizada verticalmente 
(A). 
 
A extração fetal deve ser realizada 
insinuando os dedos entre a sínfise 
púbica e a cabeça fetal, realizar elevação 
e flexão trazendo o occipto em direção a 
histerotomia. 
 
Em seguida realizar a tração 
transabdominal. 
 
Nathália Machado – Tut 01 – MedFTC 22.1 
 
 
Realizar o clampeamento tardio do 
cordão, quando possível. 
A extração placentária deve ser realizada 
com a tração controlada do cordão e, 
após isso, fazer a curagem uterina. 
Após a limpeza da cavidade uterina, 
realizar a histerorrafia com sutura 
contínua, limpeza da cavidade 
abdominal, avaliação de anexos e 
síntese por planos. 
 
O peritônio não deve ser fechado, os 
músculos são aproximados e a sutura 
intradérmica pode ser realizada, mas 
preferir pontos separados se alto risco 
de infecção ou hemorragia. 
Profilaxia de HPP: 
Ocitocina EV: 
- Ataque 5UI em infusão lenta por 3 
minutos 
- Manutenção 20UI diluídas em 500ml 
de SF 0,9% a 125ml/h por 4-12h em BIC. 
Adicionar misoprostol 600mcg VO se 
alto risco de HPP. 
Cuidados pós-operatórios: 
 Deita líquida após 2h e branda 
após 4h; 
 Uso de ocitocina profilática; 
 Analgesia; 
 Uterotônicos; 
 Retirada de sonda vesical o mais 
breve possível (até 6h pós parto); 
 Estimular deambulação e 
amamentação precoces; 
 Checar uso de medicações 
utilizadas previamente pela 
paciente e a necessidade de 
profilaxia para fenômenos 
tromboembólicos. 
 Retirada de curativo 24h pós 
parto; 
 Retirada de pontos 7 dias pós 
parto, podendo permanecer por 
mais tempo se paciente com 
fatores de risco para 
complicações, como obesas e 
diabéticas; 
 Avaliar profilaxia de TEV; 
 Alta 36-48h após o 
procedimento. 
complicações

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