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Emissões Otoacústicas Revisão da Anatomofisiologia Orelha externa Formada: Pavilhão auricular e MAE (meato acústico externo) • Pavilhão: coletas as ondas sonoras e dirigi-las para MAE. • MAE: proteção (cera) e ressonância sonora (a onda sonora chega na membrana timpânica ela ressona e transfere a energia mecânica para a orelha média). Orelha média Faz o limite com a orelha externa através da membrana timpânica que está em contato com três ossículos articulados entre si (martelo, bigorna e estribo). Função: de amplificar o sinal acústico que chega de fora (ar) para dentro da cóclea (cheio de líquido). A partir do sistema de amplificação acústica: 1) Efeitos das áreas: propagar a pressão sonora de uma superfície maior (tímpano) para uma bem menor (janela oval). Como o tímpano é muito maior do que a janela oval, a pressão sonora é distribuída de forma uniforme pela superfície do tímpano. Quando a vibração é transmitida para a janela oval, a mesma quantidade de pressão é concentrada em uma área muito menor, o que aumenta a pressão sonora. O que permite que nosso ouvido interno detecte os sons com mais eficiência. 2) Sistema de alavancas ósseas formadas pelos três ossículos Os ossículos atuam como um sistema de alavanca, com o martelo atuando como alavanca de entrada, a bigorna como alavanca de saída e o estribo como ponto de apoio. Esse sistema permite que uma força maior seja aplicada ao estribo, resultando em uma maior amplificação do som. Combinando essas duas propriedades a pressão sonora pode ser aumentado na ordem de 22 vezes = aumento de 30 dB Uma observação ao músculos: • M. tensor do tímpano → inervado pelo Trigêmio (V) e liga-se ao cabo do MARTELO. • M. do estribo→ inervado pelo facial (VII) e liga-se à cabeça do ESTRIBO e quando de contrai puxa o estribo contra a janela oval. Quando a orelha recebe sons de grande intensidade esses músculos se contraem, aumentando a resistência a transmissão de sons graves, havendo uma queda de aproximadamente 30 dB se devido à maior rigidez ossicular → Mecanismo de proteção Orelha Interna Partes: • Labirinto ósseo (vestíbulo, canais semicirculares e cóclea): dá suporte ao labirinto membranoso. • Labirinto membranoso (utrículo, sáculo, ductos semicirculares e ducto coclear): - O utrículo e o sáculo fornecem informação sobre a posição da cabeça. - Os ductos semicirculares fornecem informação sobre os movimentos da cabeça. - O ducto coclear(que contém o órgão de Corti) fornece informação sobre a audição. Tonotopia coclear Uma organização espacial dos sons no ouvido interno, na cóclea, baseada na frequência do som. A cóclea é enrolada em forma de espiral e dividida em três rampas (vestibular, média e timpânica), separadas por duas membranas, a membrana basilar e a membrana vestibular de Reissner. A membrana basilar é estreita e espessa na base da cóclea, onde as frequências mais altas são detectadas, e se torna mais larga e flexível em direção ao ápice da cóclea, onde as frequências mais baixas são detectadas. As células ciliadas dentro do órgão de Corti são responsáveis pela detecção das vibrações sonoras e estão organizadas de forma tonotópica ao longo da membrana basilar. As células ciliadas próximas à base da cóclea são sensíveis a frequências mais altas, enquanto as células ciliadas próximas ao ápice são sensíveis a frequências mais baixas. Em resumo... Som passa pelo MAE → Orelha Média →Sofre amplificação → Cóclea Movimento do estribo na janela oval → Movimenta os líquidos da OI→ Movimenta Membrana Basilar→ Contração das CCE → Aproximação da Membrana Tectorial até as CCI→ Despolarização dos neurônios na porção distal do nervo coclear, que envia sinais ao cérebro para interpretação. Fisiologia Coclear Dois Mecanismos: • Onda Viajante (Teoria de Von Békésy) Som captado pelo sistema tímpano ossicular → Vibrações no estribo → essas vibrações são transmitidas pela perilinfa da escala vestibular → se propagam em direção à rampa timpânica e ao canal coclear → Deslocamentos simultâneos das membranas do canal coclear, da membrana de Reissnner e da membrana basilar → Inicia a Onda de oscilação na base da membrana basilar→ Que se propaga em direção ao helicotrema, até uma certa extensão dela, dependendo da frequência sonora. A onda propagada, conhecida como onda viajante, tem um ponto de deflexão máxima na membrana basilar entre a origem da onda (junto ao estribo) e onde ela termina. Esse local de reflexão máxima corresponde à porção da membrana basilar que tem frequência ressonante natural para a frequência sonora correspondente. Nesse local, a membrana vibra com facilidade e a energia da onda se dissipa, fazendo a onda terminar. Para cada frequência sonora, esse máximo ocorre em áreas diferentes da membrana basilar. Quanto maior a frequência, mais próximo do estribo. Quanto menor a frequência, mais próximo do helicotrema. Isso significa que um som agudo provoca uma onda que viaja por uma distância muito pequena na membrana basilar antes de alcançar sua oscilação máxima e desaparecer, enquanto um som grave viaja ao longo de toda membrana basilar até alcançar a deflexão máxima próxima ao helicotrema. Cóclea Ativa De acordo com a teoria, a cóclea é capaz de amplificar a energia sonora através de um processo que envolve a interação de duas estruturas importantes: as células ciliadas externas e as células ciliadas internas. Essas células são responsáveis pela transdução das vibrações mecânicas em sinais elétricos que são enviados ao cérebro para serem interpretados como som. CCE Ao contrário das células ciliadas internas, que são responsáveis por codificar as informações sonoras em sinais elétricos para serem transmitidos ao cérebro, as CCE não têm capacidade de atuar como receptor coclear e, portanto, não codificam a mensagem sonora. No entanto, as CCE têm a capacidade de contração lenta e rápida. A contração rápida é modulada pela contração lenta, que é controlada pelo sistema olivo coclear medial. A contração rápida das CCE é um mecanismo ativo induzido pelo deslocamento dos estereocílios, estruturas que se projetam a partir das células ciliadas externas para dentro da escala tectória da cóclea. Quando esses estereocílios se movem, as CCE se contraem e liberam energia mecânica (som), o que resulta nas emissões otoacústicas (EOA). As EOA são sinais sonoros gerados pela cóclea em resposta a um estímulo sonoro. Quando as CCE se contraem, elas aumentam a amplitude das vibrações da membrana basilar, que é responsável por separar as diferentes frequências sonoras e permitir a discriminação auditiva. Esse mecanismo eletrobiomecânico permite que as CCE aumentem a intensidade de um estímulo sonoro em até 50 dB. As EOA podem ser medidas por meio de um equipamento chamado de otoemissões acústicas, que é usado em testes de audição. CCI • São transdutores sensoriais • Verdadeiros receptores da mensagem sonora produzindo codificação em mensagem elétrica • Possuem seletividade de frequência (assim como as fibras do nervo auditivo) Em resumo... As CCE atuam como amplificadores cocleares, aumentando a amplitude do sinal sonoro e, consequentemente, melhorando a sensibilidade auditiva. Já as CCI são responsáveis por receber e codificar as informações sonoras, convertendo as vibrações mecânicas em sinais elétricos que são transmitidos ao cérebro para a percepção auditiva. Além disso, as CCI também são importantes para a seletividade frequencial da cóclea, ou seja, para a capacidade da cóclea em separar e processar sons de diferentes frequências. Em conjunto, as CCE e CCI desempenham um papel crucial no processo de audição. Emissões Otoacústicas - EOA“Liberação de energia sonora produzida na cóclea, mas especificamente, pela atividade das CCE, que se propaga pela orelha média até o meato acústico externo” Características • São pré-neurais – bloqueio do nervo não afetam as emissões. • As CCE são as responsáveis pela geração das EOA. • Sua presença indica funcionalidade coclear. • São vulneráveis a agentes que danificam a cóclea ou alterações da orelha média. • Não quantifica a alteração auditiva, mas sim, sinaliza sua ocorrência. Informações importantes: a perda auditiva condutiva atrapalha na emissão Otoacústicas e alterações na tuba auditiva também. Procedimento • Não invasivo • Rápido • Objetivo - tanto na obtenção quanto na interpretação. • Pode ser realizado em qualquer faixa etária. • Simples de realizar, mas em casos de bebê que já se movimentam, são maiores é um pouco mais difícil. As EOA podem ser registradas: - Espontaneamente (ausência de estímulo acústico) - Evocada (em resposta a uma estimulação acústica leve zumbindo) →usada na clínica • Transientes • Produto de distorção EOA Espontâneas • Registradas na ausência de estímulo acústico • Observadas em 40% a 70% dos indivíduos com função auditiva periférica normal • Mais comum em neonatos • A amplitude decresce com o aumento da idade • Podem flutuar com mudanças hormonais e alterações metabólicas • *Aplicação clínica questionável EOA Evocadas • Liberação de energia em resposta a um estímulo acústico • Classificadas de acordo com o estímulo usado para evocá-las - Transiente (triagem): Estímulo acústico breve (clique de curta duração) que abrange uma gama de frequências (0,5 a 5 kHz). ✓ Audição acima de 25 dB apresentam ausência de EOAT. ✓ Intensidade de apresentação de estímulo de 70 a 84 kHz. - Produto de distorção (diagnóstico): 2 tons puros simultâneos que produzem como resposta um produto de distorção. ✓ Maior especificidade de frequência, possibilidade de avaliar frequências agudas (até 8000 kHz) ✓ Presentes em perdas auditivas sensoriosneurais de grau leve a moderado (até 50 dBNA) - Estímulo por frequência*: Sinal contínuo em frequência específica, pouco usado clinicamente. EOA – Mecanismo de captação • Captação dos sons através de sonda no MAE. • Alterações de orelha média. - Impedem a captação das EOA Exemplo: otite média Tipo de EOA Subtipo Características Vantagens Limitações Espontâneas (Registradas na ausência de estímulo acústico) N/A Observadas em 40% a 70% dos indivíduos com função auditiva periférica normal. Não é necessário um estímulo sonoro externo para obter as EOAE, o que torna o teste fácil e rápido de ser realizado; Não tem valor clínico definido, pois só ocorrem em aproximadamente 50% dos ouvintes Mais comum em neonatos. São afetadas por alterações de pressão na orelha média A amplitude decresce com o aumento da idade. Podem ser medidas mesmo em pacientes que não podem colaborar com testes de audição comportamentais, como bebês e pacientes com comprometimento cognitivo. Afetadas por ruído ou exposição a drogas ototóxicas. Podem flutuar com mudanças hormonais e alterações metabólicas Não é tão sensível quanto outros tipos de EOA, em resposta a um estímulo sonoro externo; Evocadas (Liberação de energia em resposta a um estímulo acústico) Transientes (Triagem) (Estimula todo a cóclea) Sons produzidos em resposta a um estímulo acústico breve (clique de curta duração) abrange uma gama de frequências (0,5 a 5 kHz) Amplamente utilizadas em triagens auditivas neonatais, pois é mais tolerante a ruído e movimentação ao comparado a outros testes. Audição acima de 25 dB apresentam ausência de EOAT (se tiver perda moderada já não passa, na produto de distorção passaria, se for comparar as duas nesse quesito a transiente é mais vantajosa) Estimula a cóclea como um todo e não frequências especificas. Então só vai haver o resultado das bandas e não das partes especificas. Não dano para saber quais frequências estão falhando e quais estão falhando. "Não vai dar pra saber quais frequências tem resposta e quais não tem" Intensidade de apresentação de estímulo de 70 a 84 dBNPs. Número de registros coletados: pelo menos 50 (triagem) e 250 (diagnóstico) Produto de Distorção (Diagnóstico) (ver cada frequência da cóclea) Sons produzidos em resposta a 2 tons puros apresentados simultaneamente (F1 e F2) que produzem como resposta um produto de distorção Maior especificidade de frequência em relação às EOAT (estimula frequência por frequência), Possibilidade de avaliar frequências agudas (até 8 kHz) Presentes em perdas auditivas sensoriosneurais de grau leve a moderado (até 50 dBNA). Isso significa que na triagem, a criança passaria mesmo apresentando uma perda auditiva de grau leve a moderado. Frequências mais utilizadas: 0,5 a 8 kHz Intensidade de apresentação do estímulo: 55 a 75 dBNPS (f2 e f1) Número de registros coletados: cerca de 300 Parâmetros EOA Transientes (EOAT) EOA Produto de Distorção (EOAPD) Coleta Estímulo Clique Dois tons puros modulados apresentados simultaneamente (F1 e F2) Resposta Por bandas – inespecífica Por frequência – específico Presença Limiares auditivos de até 25 dBNA Limiares auditivos de até 50 dBNA Espectro Frequências 0,5 a 5 kHz (estimula a cóclea como um todo) 0,5 a 8 kHz Intensidade de apresentação 70 a 84 dBNPS 55 a 75 dBNPS (F1 e F2) Número de registros Pelo menos 50 (triagem) e 250 (diagnóstico) Cerca de 300 Forma de registro ----- PD-gram – amplitude das EOA em função das frequências dos estímulos apresentados para uma intensidade constante de estímulo. (mais usada) PD razão de crescimento – amplitude das EOA em função da intensidade apresentada (resposta/crescimento), mantendo fixa a frequência dos dois tons puros. Análise Nível de Ruído < 95% < 95% Reprodutibilidade ≥ 70% Amplitude das EOAPD estáveis (±2 dB) entre pelo menos 2 coletas Relação Sinal/Ruído ≥ 6 dB ≥ 6 dB Nível de Sinal ou Amplitude Positiva* Durante exame observar: Estabilidade ≥ 70% Observar normalidade do equipamento (dentro da “faixa”) Laudo O laudo das EOAT e EOAPD deve registrar o equipamento utilizado (verificar os critérios no manual do equipamento), as orelhas testadas com a informação se houve passa ou falha, sendo normalmente, necessário resposta em 2 ou 3 de 4 ou 5 bandas de frequência para considerar “Passa” e deve conter também uma conclusão (o que sugere? Está dentro dos padrões?) e as informações do resultado (com atenção a anotar a reprodutibilidade, relação sinal/ruído, Limiares auditivos e bilateralidade ou unilateralidade). Além disso, o diagnóstico deve ser categorizado em EOA normais, EOA presentes mas alteradas ou EOA ausentes, de acordo com os critérios de nível de sinal/resposta e relação sinal/ruído e descritivo por frequência. Obs: linha vermelha indica se a relação sinal/ruído é aceitável ou não. A linha pode estar de outra cor depende do equipamento. Os achados devem ser relatados de forma clara e devem ser feitas recomendações para o acompanhamento do cliente, caso seja necessário; • O relatório deve incluir informações sobre quaisquer limitações nos dados, circunstâncias da gravação dos registros de EOA e quaisquer problemas técnicos que possam ter ocorrido durante o exame; • Os registros devem ser entregues ao cliente ou responsável juntamente com todas as informações sobre os parâmetros utilizados; • Cabe também para o procedimento de EOA registrar a necessidade de: reavaliar e quando reavaliar; realizar acompanhamento com outro procedimento; critérios de encaminhamentoao médico apropriado; acompanhamento e (re)habilitação. Tudo isso é importante para a interpretação do resultado e para auxiliar no diagnóstico e tratamento do paciente. RESUMO DIAGNÓSTICO, Categorizar os achados em: a) EOA normais: o nível do sinal/resposta estiver igual ou acima do valor de referência do equipamento e a relação sinal/ruído igual ou acima de 6 dB b) EOA presentes, mas alterada: o nível do sinal estiver abaixo do valor de referência do equipamento e a relação sinal/ruído igual ou acima de 6 dB c) EOA Ausentes: o nível do sinal estiver abaixo do valor de referência do equipamento e a relação sinal/ruído menor do que 6 dB. Laudo descritivo por frequência, exemplo: EOA normais nas frequências de XXX; EOA ausentes nas frequências de YYY; ou EOA presentes, mas alteradas nas frequências de ZZZ.
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