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O SE U AT LA S DE FI NI TI VO D E AN AT OM IA D O SI ST EM A M ÚS CU LO ES QU EL ÉT IC O ����������������������� ����������������������� ������������������ Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 Dados internacionais De Catalogação (CIP) Gozzi, Rogério Guia de Anatomia Palpatória, o seu atlas definitivo de anatomia do sistema musculoesquelético, 2022. ISBN: 978-65-00-41318-2 1. Fisiologia Humana, Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 Anatomia humana é sem dúvida a maior das ciências. A partir do conhecimento anatômico, criamos tudo ao nosso redor. Vamos pensar! Tudo criado pelo homem tem relação com anatomia. Desde uma placa de rua até um avião, ou mesmo esse teclado de computador que estou utilizando. Divulgar essa ciência é extremamente nobre. Estou diante de um convite desafiador de enfrentar o prefácio deste magnífico e inédito livro. Seu criador, Rogério Gozzi, pode ser considerado um dos maiores anatomistas dos tempos modernos. Com imenso conhecimento anatômico, grande qualidade didática, grande desenhista que, com sua inteligência e criatividade, apresenta um livro com conteúdo inédito e com uma aplicabilidade enorme. O Guia de Anatomia Palpatória traz uma nova visão sobre corpo humano e tem uma finalidade prática para inúmeras especialidades médicas e afins. Didático, simples e objetivo, leitura obrigatória para enriquecer o conhecimento anatômico. Dr. Gilson Barreto é Anatomista Médico, Inventor, Escritor, membro da academia campinense de letras e principalmente um grande Professor e amigo PREFÁCIO Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 ÍNDICE 1. Dorso .8 1.1 Passo a passo da palpação do trapézio superior .11 2.1 Passo a passo da palpação da região frontal .29 3.1 Passo a passo da palpação do plano mediano do pescoço .49 4.1 Passo a passo da palpação da parede torácica .68 4.4 Passo a passo da palpação da parede ântero-lateral do abdômen .74 1.2 Passo a passo para diferenciar C7 e T1 .13 2.2 Passo a passo da palpação da região maxilar .31 3.2 Passo a passo da palpação da a. carótida .51 4.2 Passo a passo da palpação dos espaços intercostais e focos de ausculta cardíaca .70 4.5 Regiões abdominais .76 1.3 Passo a passo da palpação do trapézio médio e inferior 1.4 Passo a passo da palpação dos músculos iliocostais lombares .14 .20 2.3 Passo a passo da palpação da região mandibular .33 3.3 Passo a passo da palpação do trígono posterior do pescoço .54 4.3 Passo a passo da palpação do diafragma .72 1.5 Passo a passo da palpação dos músculos longuíssimos torácicos .21 2.4 Anatomia funcional do músculo platisma .34 2.5 Pontos de palpação da articulação têmporo-mandibular (ATM) .35 1. Sessão treine seu conhecimento .25 2. Sessão treine seu conhecimento .43 3. Sessão treine seu conhecimento .62 4. Sessão treine seu conhecimento .80 2. Face .26 3. Pescoço .45 4. Tórax e parede abdominal .63 Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 ANATOMIA FÁCIL .5 ÍNDICE 5. Membros superiores .81 6. Membros inferiores .116 7. Referências .163 5.1 Passo a passo da palpação do ombro .85 6.1 Passo a passo da palpação do quadril posterior (região glútea) .121 5.2 Passo a passo da palpação da axila .88 6.2 Passo a passo da palpação do quadril (ântero-lateral) .130 5.3 Passo a passo da palpação do cotovelo .98 6.3 Passo a passo da palpação do joelho anterior (patela) .134 5.4 Passo a passo da palpação do punho (parte dorsal) .101 6.4 Passo a passo da palpação do joelho anterior (interlinha articular) .137 5.5 Passo a passo da palpação do punho (tabaqueira anatômica) .103 6.5 Passo a passo da palpação do joelho posterior .140 5.5 Passo a passo da palpação do punho (parte palmar) .106 6.6 Passo a passo da palpação do tornozelo e pé .147 5. Sessão treine seu conhecimento .114 6. Sessão treine seu conhecimento .162 Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 ANATOMIA FÁCIL .7 Como este livro foi desenvolvido para você estudar anatomia palpatória de forma descomplicada, e muito simples, siga sempre as cores! Nas páginas azuis você vai encontrar informações sobre os músculos (origem, inserção, inervação e ações) e/ou de estruturas importantes (ossos, cartilagens, tendões, etc). Nas páginas verdes você encontrará o passo a passo para identificar os músculos e realizar a palpação de forma objetiva. As páginas amarelas trazem curiosidades. Nas páginas vermelhas você vai aprender a fazer correlações clínicas baseadas nos músculos estudados e nas técnicas de palpação aprendidas. Bons estudos! POR ONDE EU COMEÇO? Comece por aqui, ouça meu recado especial de boas-vindas. Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 CAPÍTULO I DORSO AT LA S D E A NA TO M IA PA LP AT ÓR IALicensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 ANATOMIA FÁCIL .9 A palpação da região dorsal do tronco, chamada, no contexto prático, de ’Dorso’, requer habilidade para que você consiga identificar as principais alterações dessa região e, principalmente, se essas alterações estão relacionadas com a musculatura superficial do dorso. Também por meio da palpação é possível verificar se as alterações estão ocorrendo em camadas musculares mais profundas. Evidentemente, para que você desenvolva essa habilidade é necessário muita, mas muita prática! Desse modo, é evidente que a habilidade manual só é conquistada no contexto prático. Por isso, não perca tempo e PRATIQUE! Neste capítulo, você terá em mãos um passo a passo para obter sucesso na palpação e avaliação da região dorsal, desde a palpação dos processos espinhosos vertebrais até a identificação de pontos-gatilho nas diferentes camadas musculares dessa região. Pelo fato de o dorso ser uma região muito complexa, do ponto de vista musculoesquelético, temos que traçar uma estratégia para compreender sua parte prática palpatória. De que modo é possível tornar essa região mais simples de se estudar? Como todas as outras, dividindo-as em grupos (por músculos), e em camadas (por profundidade). Por exemplo, tenho certeza de que quando uma pessoa procura você com dores na região do pescoço e ombro, é natural que pense no Trapézio como causador. Em seguida você começa a tratá-los sem resultados expressivos! Como conclusão, temos um diagnóstico errado e o paciente sem sucesso no tratamento, por não ter encontrado a origem real do problema. É a respeito disso que discutiremos neste capítulo! INTRODUÇÃO Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO I - DORSO .10.10 TRAPÉZIO O Trapézio é o músculo mais superficial da porção superior do dorso. Por se tratar de um músculo largo, em formato quadrangular (possui a forma geométrica de trapézio, daí o seu nome), é fino (portanto não é necessária muita pressão para palpá-lo) e dividido em 3 porções: ORIGENS INSERÇÕES INERVAÇÃO AÇÕES • Linha nucal superior • Protuberância occipital externa • Ligamento nucal • Processos espinhosos das vértebras C7 a T12 • Terço acromial da clavícula • Acrômio • Espinha da escápula • Nervo Acessório (XI) • Elevação, depressão e retração do ombro • Extensão e inclinação lateral do pescoço • Trapézio Superior: corresponde à sua porção cervical e possui fibras descendentes (fibras que descem da origem para a inserção) • Trapézio Médio: corresponde à sua porção localizada na transição cervicotorácica e torácica alta, e possui fibras transversais (fibras que se dispõem transversalmente da origem para a inserção) • Trapézio Inferior: corresponde à sua porção torácica baixa e possui fibras ascendentes (fibras que sobem da origem para a inserção) Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com- 411.265.802-87 ANATOMIA FÁCIL .11.11 O que você vai palpar nesta região: • Trapézio superior (fibras descendentes) • Linha nucal superior • Ligamento nucal • Protuberância occipital externa • Processo espinhoso da vértebra C7 • Processo espinhoso da vértebra T1 1. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DO TRAPÉZIO SUPERIOR Palpar a linha nucal superior Palpar o ligamento nucal, desde a protuberância occipital externa até a vértebra C7 Até aqui você já identificou todos os pontos de origem do trapézio superior 01 02 Identificar os pontos ósseos de origem do trapézio superior 03 04 Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO I - DORSO .12.12 Deslize seus dedos, a partir desses pontos, em direção ao ombro, onde temos a inserção do trapézio 05 06 Durante essa palpação, identifique a presença de pontos-gatilho no trapézio superior, que podem estar ativos, gerando dor local, que pode causar o incômodo referido. 1. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DO TRAPÉZIO SUPERIOR Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 ANATOMIA FÁCIL .13.13 2. PASSO A PASSO PARA DIFERENCIAR C7 E T1 Diferenciar os processos espinhosos de C7 e T1* *Para diferenciar C7 de T1, peça para a pessoa fazer flexão do pescoço até o queixo encostar no peito. Olhe para os processos espinhosos proeminentes e palpe o primeiro de cima para baixo. Em seguida, peça para a pessoa fazer uma extensão do pescoço. Se a vértebra se mover e sumir do seu dedo, é a vértebra C7. Palpe o processo espinhoso abaixo e, se durante o movimento de flexo-extensão esse processo espinhoso permanecer em seu dedo, imóvel, será a vértebra T1. Algumas pessoas podem ter a vértebra C6 proeminente, também. Dessa maneira, repita essa operação até encontrar a última vértebra móvel de cima para baixo (C7), e a primeira vértebra imóvel (T1) 01 Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO I - DORSO .14.14 3. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DO TRAPÉZIO MÉDIO E INFERIOR 01 03 02 04 A partir da identificação do processo espinhoso de T1, desça pela coluna torácica, marcando todos os processos espinhosos até T12, onde ocorre a última origem do Trapézio inferior Deslize seus dedos no sentido transversal até o acrômio e a espinha da escápula, e tente identificar pontos- gatilho nessas fibras do Trapézio Médio Em média, do processo espinhoso de C7 até aproximadamente o processo espinhoso de T5, você terá as origens do Trapézio Médio. Dos processos espinhosos de T6 a T12, você terá a origem do Trapézio Inferior. Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 ANATOMIA FÁCIL .15.15 O que você vai palpar nesta região: • Trapézio médio • Trapézio inferior • Processo espinhoso da vértebra C7 • Processo espinhoso da vértebra T1 • Diferença entre C7 e T1 • Processos espinhosos das vértebras torácicas Deslize seus dedos para cima, no sentido oblíquo em direção à parte medial da espinha da escápula, e identifique pontos-gatilho no Trapézio Inferior 05 3. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DO TRAPÉZIO MÉDIO E INFERIOR Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO I - DORSO .16 O trapézio é uma forma geométrica de quatro lados (quadrilátero). Existem vários tipos de trapézios, porém, o que faz com que um quadrilátero seja chamado de trapézio é a presença de dois lados paralelos e dois lados não paralelos, chamados de lados oblíquos. Os ângulos formados no músculo trapézio se dão na linha nucal superior e protuberância occipital externa (ângulo superior); no acrômio (ombro), formando os ângulos laterais; e no processo espinhoso de T12, formando o ângulo inferior. Os lados superiores do trapézio são formados pelas fibras do trapézio superior; os lados inferiores do trapézio são formados pelas fibras do trapézio superior. O trapézio médio não forma lados. Por que o trapézio tem esse nome? Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 ANATOMIA FÁCIL .17.17 O músculo trapézio é um músculo muito grande e largo, porém, no que diz respeito à profundidade, é relativamente fino. Por ter muitos pontos de origens e de inserções, participa de muitos movimentos na região cervical, no ombro e na coluna torácica. Em tese, quanto maior a quantidade de movimentos e articulações mobilizadas por um músculo, maior a chance desse tecido sofrer uma sobrecarga, ocasionando possíveis contraturas, seguidas da formação de pontos-gatilho, que podem, ou não, ser dolorosos. Uma das condições mais frequentes atribuídas ao Trapézio é a dor de cabeça de origem cervical, tecnicamente chamada de Cefaléia Cervicogênica ou Cefaléia Tensional. Como o Trapézio Superior tem suas origens na base do crânio (praticamente toda a extensão da linha nucal superior), tem relação com um músculo que se projeta para o topo do crânio, o músculo Epicrânio (através de seu ventre occipital). O músculo Epicrânio fica ancorado em uma membrana chamada aponeurose Epicrânia (antiga gálea aponeurótica), localizada no topo do crânio. Esta aponeurose se insere sobre o ventre Frontal do músculo Epicrânio, na testa. Portanto, quando o Trapézio está contraturado, traciona a aponeurose Epicrânia até a testa, e a sensação que a pessoa tem é de que há um peso nos ombros e pescoço, associado a uma pressão no topo da cabeça e ao redor dos olhos. Preste atenção nesses sintomas sempre que for avaliar o Trapézio! CORRELAÇÕES CLÍNICAS REFERENTES AO MÚSCULO TRAPÉZIO Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO I - DORSO .18.18 MÚSCULOS PARAVERTEBRAIS (GRUPO ERETOR DA ESPINHA OU GRUPO EXTENSOR DA COLUNA) Os músculos paravertebrais talvez sejam os músculos do seu corpo que têm a maior variação em sua nomenclatura. São músculos de camadas mais profundas da coluna vertebral, onde há uma estreita relação anatômica, pois são os principais músculos que fazem a extensão da coluna vertebral, mantendo-a ereta. Sendo assim, são os músculos que, no imaginário popular, mantém a “espinha ereta”. Diversos são os nomes dados a esse grupo muscular. Por isso, não confunda, pois todas as vezes que você ouvir os nomes abaixo, o significado será o mesmo : músculos Paravertebrais. • Grupo Eretor da Espinha (GEE) • Grupo Extensor da Coluna (GEC)* • Músculos próprios do dorso • Músculos intrínsecos do dorso • Músculos Autóctones do dorso Muito embora a lista seja longa, todos são sinônimos de músculos Paravertebrais! Anatomia dos músculos Paravertebrais Os músculos Paravertebrais compreendem 3 grupos musculares principais: 1. Iliocostais (lombares, torácicos e cervicais) 2. Longuíssimos do dorso (torácicos, cervicais e da cabeça) 3. Espinais (torácicos, cervicais e da cabeça) Pelo fato de serem músculos extensores da coluna vertebral, e em razão de ficarmos na posição bípede, esses músculos ficam contraídos o tempo todo enquanto estamos em pé. É natural que entrem em contratura e sejam uma grande fonte de dores nas costas e de inúmeros pontos gatilho, geralmente negligenciados pelos Fisioterapeutas, principalmente por não entenderem muito bem a anatomia desse grupo muscular e atribuírem a presença de dores originadas nesses músculos a músculos mais superficiais, como o Trapézio, por exemplo. *Este é o nome que determina a função deste grupo muscular, facilitando seu aprendizado. Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 ANATOMIA FÁCIL .19.19 São músculos que se estendem da pelve até o crânio. Realmente, é um longo caminho! Pelo fato de os paravertebrais serem 3 grupos musculares principais (iliocostais, longuíssimos e espinais), se distribuem em 3 colunas paralelas à coluna vertebral, da seguinte forma: • Coluna lateral: Nesta coluna, temos os músculosIliocostais, se estendendo desde o osso ilíaco até as costelas (daí o nome iliocostais), e das costelas até a coluna cervical; • Coluna intermediária: É nesta coluna que temos os músculos Longuíssimos, se estendendo do sacro e vértebras lombares até a coluna torácica (o mais longo deles, o longuíssimo torácico, é o maior músculo do seu corpo, junto do sartório, daí o nome longuíssimo), e da coluna torácica até o pescoço e cabeça; • Coluna medial: Aqui, temos os músculos Espinais, que têm este nome por terem suas origens nos processos espinhosos inferiores e inserções nos processos espinhosos superiores, portanto, são músculos que ficam colados à coluna vertebral. MÚSCULOS PARAVERTEBRAIS (GRUPO ERETOR DA ESPINHA OU GRUPO EXTENSOR DA COLUNA) Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO I - DORSO .20.20 4. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DOS MÚSCULOS ILIOCOSTAIS LOMBARES: 01 03 02 04 Identificar os pontos ósseos de origem do Iliocostal Lombar Deslize seus dedos a partir desses pontos até as costelas inferiores, onde teremos as inserções inferiores desse músculo. Palpar a porção posterior da crista ilíaca até a espinha ilíaca póstero-superior (EIPS), que são os pontos de origem deste músculo Os iliocostais lombares, junto dos longuíssimos torácicos, formam aquelas elevações laterais à coluna vertebral, facilmente palpáveis. Apresentam diversos pontos-gatilho que podem originar dores lombares, tanto localizadas quanto dores referidas para a região glútea e posterior de coxa O que você vai palpar nesta região: • Crista ilíaca • Espinha ilíaca póstero-superior • Costelas inferiores • Mm. iliocostais lombares Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 ANATOMIA FÁCIL .21.21 01 02 Identificar os pontos ósseos de origem do Longuíssimo Torácico Palpar o sacro e processos espinhosos lombares, que são os pontos de origem deste músculo 5. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DOS MÚSCULOS LONGUÍSSIMOS TORÁCICOS: Deslize seus dedos a partir destes pontos até as primeiras costelas, medialmente ao músculo Iliocostal Lombar 03 Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO I - DORSO .22.22 04 Os Longuíssimos Torácicos, junto dos iliocostais lombares, formam aquelas elevações laterais à coluna vertebral. São, portanto, pontos de interesse de palpação lombar quando a pessoa apresenta dor lombar local, podendo apresentar a dor referida na região glútea e posterior de coxa 5. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DOS MÚSCULOS LONGUÍSSIMOS TORÁCICOS: O que você vai palpar nesta região: • Osso Sacro • Processos espinhosos das vértebras lombares • Costelas • M. Longuíssimo torácico O nome “Paravertebral” significa literalmente “paralelo à coluna vertebral”, pois como você viu neste capítulo, estes grupos musculares se dispõem em 3 colunas paralelas às vertebras. Isso favorece a estabilidade e mobilidade da coluna, “vértebra por vértebra”, o que permite um movimento harmônico de cada vértebra, uma sobre a outra, assim como sua estabilidade, impedindo movimentos rotacionais e de extensão muito amplos, de forma a evitar lesões discais difusas. Músculos mais profundos e colados nas vértebras, como os Multífidus, agem como se fossem um barbante enrolado nas vértebras, aumentando ainda mais a sua estabilidade rotacional. Os Multífidus também estão paralelos à coluna vertebral, desde o sacro até a vértebra C2. Dessa maneira, temos ideia do longo comprimento desses músculos. Por que chamamos estes músculos de Paravertebrais? Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 ANATOMIA FÁCIL .23.23 Do ponto de vista clínico, os músculos paravertebrais mais associados a dores músculo esqueléticas e fontes de pontos- gatilho são o iliocostal lombar e o longuíssimo torácico, ambos em sua porção lombar no ponto de passagem entre a pelve e as costelas. Como são músculos do grupo extensor, estão constantemente contraídos, principalmente quando estamos em pé, o que os sobrecarregam caso não sejam devidamente fortalecidos para suportar tanto pessoas acima do peso quanto pessoas que trabalham em pé por períodos prolongados. A maior parte das pessoas que apresentam dores lombares de origem muscular estão com estes dois músculos acometidos (iliocostal lombar e o longuíssimo torácico), o que faz gerar fortes dores lombares durante a movimentação dessa região, com sintomas bem característicos e específicos de problemas musculares: a fisgada e a pontada nas regiões laterais da coluna lombar, onde esses músculos ficam originados e ancorados. Esse tipo de dor localizada na coluna lombar de origem muscular é chamado ‘Lombalgia’. Eventualmente, pode também haver a famosa dor referida (dor muscular que anda para outro local) para a região glútea e posterior da coxa, chamada genericamente de ‘Lombociatalgia’. Mesmo tendo esse nome, não há necessariamente o comprometimento do nervo ciático. Se for apenas fisgada, pontada e queimação, o problema é muscular. Se além desses sintomas, houver também formigamento e dormência em dermátomos atribuídos a raízes do nervo ciático (L4 a S3), pode haver alguma compressão do nervo ciático em seu trajeto. Portanto, fique atento aos sintomas. CORRELAÇÕES CLÍNICAS REFERENTES AOS MÚSCULOS PARAVERTEBRAIS Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO I - DORSO .24 RESUMÃO - DORSO • Origem, inserção, ação e inervação dos principais músculos que têm correlações clínicas com dores nas costas, pescoço e cabeça. • São eles: todas as porções do trapézio, o iliocostal lombar e o longuíssimo torácico. • Temos mais de 30 músculos no dorso, porém estes são os mais frequentemente afetados. O que é importante saber sobre os músculos do dorso? • Por que o músculo trapézio tem este nome? • Por que os músculos do grupo extensor da coluna vertebral são chamados de paravertebrais? As curiosidades te ajudam na fixação dos conteúdos. Pensa rápido e me responde: 1. Identifique e marque as origens dos músculos a serem avaliados. 2. Identifique e marque os pontos de inserção destes músculos. 3. Trace uma linha imaginária sobre o trajeto do músculo desde a origem até a sua inserção. 4. Palpe este trajeto e verifique se corresponde aos locais de dor do seu paciente e presença de pontos gatilho. Para facilitar a palpação, lembre-se: #Trapézio • Cervicalgias • Cervicobraquialgias • Cefaléias tensionais #Paravertebrais • Lombalgias • Lombociatalgias • Dorsalgias Correlações clínicas: Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .25 ANATOMIA FÁCIL SESSÃO TREINE SEU CONHECIMENTO A massa muscular lombar baixa, que forma uma elevação bilateral, tendo a coluna lombar como a parte central e mais baixa, é formada pelos músculos paravertebrais do grupo eretor da espinha. Geralmente, se apresentam muito tensos à palpação, não necessariamente dolorosos. Os músculos que formam esse volume são: Ao palpar o segmento cérvico-torácico, é importante que você saiba diferenciar a última vértebra cervical e a primeira vértebra torácica através da palpação. Ao movimentar o pescoço em flexo-extensão, palpando os processos espinhosos desse segmento, qual vértebra é fixa e qual é móvel, respectivamente? A porção palpável inferior do M. Trapézio tem origem nos processos espinhosos torácicos inferiores, e suas fibras são: A.) Semi-espinais e Iliocostais lombares B.) Espinais e Longuíssimo torácico C.) Iliocostais lombares e Longuíssimos torácicos D.) Iliocostais torácicos e Longuíssimos lombares E.) Semi-espinais lombares e espinais torácicos A.) T1 e C7 B.) C7 e T1 C.) C6 e C7 D.) C7 e T1 E.) T2 e T1 A.) Descendentes B.) Transversais C.) Ascendentes D.) Longitudinais Questão 1 - C.); Questão 2 - A.); Questão 3 - C.); GABARITO Licensedto ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 AT LA S D E A NA TO M IA PA LP AT ÓR IA CAPÍTULO II FACE Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .27 ANATOMIA FÁCIL A face, do ponto de vista músculo-esquelético, possui características próprias em relação à sua musculatura e inervação. Os músculos da face, em sua maioria, são responsáveis pelas expressões faciais pelo fato de terem seus músculos inseridos na pele, conceito fundamental para o conhecimento de anatomia voltado a cirurgias, terapias estéticas e reabilitações de paralisias faciais e cirurgias faciais. Neste capítulo vamos aprofundar os conceitos de palpação de estruturas ósteo- músculo-articulares da face, para que você consiga determinar os pontos chave para uma boa avaliação funcional dos músculos da face e direcionar sua terapia de reabilitação de forma mais assertiva. Para facilitar sua compreensão a respeito dos músculos da face é necessário dividí-los em 3 grupos: • Músculos da expressão facial • Músculos da mastigação • Músculos dos movimentos dos olhos Quando os dividimos em grupos, conseguimos entender melhor o comportamento das sequelas decorrentes de lesões neurológicas que podem acometer cada um dos grupos musculares da face, que apresentam sintomas bem característicos e diferenciados, sendo muito fácil identificar e avaliar a diferença entre uma paralisia do nervo facial e uma lesão do nervo trigêmeo. INTRODUÇÃO Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .28 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO II - FACE .28 Os músculos da face estão divididos em 3 grupos bem definidos, tanto do ponto de vista funcional quanto em relação às suas inervações: São os músculos responsáveis pelas nossas expressões faciais (alegria, medo, tristeza, susto, dentre outras expressões), e o que permite essa gama de expressões é o fato de esses músculos terem suas origens nos ossos da face e, diferentemente da maior parte dos músculos esqueléticos, terem suas inserções na pele da face e até em outros músculos. Esses tipos de músculos são chamados de músculos cutâneos. No total, temos 31 músculos relacionados às expressões faciais, distribuidos da seguinte forma: • 2 na calvária (topo da cabeça) • 3 no supercílio • 2 orbiculares • 4 nasais • 8 nos lábios (superior e inferior) • 1 na bochecha • 1 no pescoço • 10 na orelha 1. Músculos da calvária: Occipital e frontal unidos pela aponeurose epicrânea 2. Músculos do supercílio: Prócero, depressor do supercílio e corrugador 3. Músculos orbiculares: Orbicular dos olhos e orbicular da boca 4. Músculos nasais: Nasal (parte alar e parte transversa), depressor do septo nasal e elevador do lábio superior e da asa do nariz 5. Músculos dos lábios (superior e inferior): Elevador do lábio superior, elevador do ângulo da boca, zigomático menor, zigomático maior, risório, depressor do ângulo da boca, depressor do lábio inferior e mentual 6. Músculo da bochecha: Bucinador 7. Músculo cutâneo do pescoço: Platisma 8. Músculos da orelha: Auricular superior, auricular anterior, auricular posterior, temporoparietal, m. maior da hélice, m. menor da hélice, m. transverso da orelha, m. oblíquo da orelha, m. trágico (do trágus) e m. antitrágico (do antitrágus) Todos estes músculos são inervados pelo nervo Facial, e, por este motivo, quando uma pessoa apresenta paralisia facial, dependendo do tipo de paralisia, parte ou todos estes músculos não se movimentam em uma hemiface ou em um quadrante da face, como veremos adiante nas correlações clínicas. Músculos da expressão ou mímica facial • Músculos da expressão ou mímica facial • Músculos da mastigação • Músculos extrínsecos dos olhos DISTRIBUIÇÃO DOS MÚSCULOS DA FACE Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .29 ANATOMIA FÁCIL .29 1. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DA REGIÃO FRONTAL 01 02 04 03 Identificar 3 pontos ósseos: a eminência frontal (testa), o arco supraciliar (supercílios) e a glabela (espaço entre os supercílios) Ao palpar a testa e movimentar a pele para cima e para baixo, ocorre o movimento do ventre frontal do músculo epicrânio Ao palpar a borda medial da orbita próximo ao supercílio, você palpará o músculo depressor do supercílio Ao palpar o arco supraciliar e movimentar os supercílio, você está palpando o músculo corrugador do supercílio Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .30 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO II - FACE .30 1. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DA REGIÃO FRONTAL 06 05 Durante essa palpação, peça para a pessoa realizar movimentos de enrugar a testa e aproximar os supercílios, como se estivesse fazendo cara de brava, para verificar se esses músculos contraem igualmente entre ambos os lados. Na paralisia de Bell, a pessoa não consegue fechar os olhos e movimentar esta musculatura, e você observará assimetria entre o lado direito e o esquerdo Ao palpar a região da glabela, você movimentará o músculo prócero O que você vai palpar nesta região: • Osso frontal • Glabela • Ventre frontal do m. Epicrânio • M. depressor do supercílio • M. corrugador do supercílio • M. prócero Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .31 ANATOMIA FÁCIL .31 2. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DA REGIÃO MAXILAR 01 03 02 Identificar os seguintes pontos ósseos: osso nasal, região maxilar e arco zigomático Para palpar os músculos zigomáticos maior e menor, sua referência é o arco zigomático, onde estes músculos estão originados. A partir do arco zigomático, deslize seus dedos no sentido medial oblíquo até o lábio superior (zigomático menor) e a comissura labial (zigomático maior) Os músculos que realizam a elevação do lábio superior e sorriso ficam ancorados no maxilar abaixo da órbita, onde você palpa os músculos levantador da asa do nariz e do lábio superior e, ao lado dele, o músculo levantador do lábio superior na região maxilar e próxima ao nariz, seguindo uma linha reta longitudinal até o lábio superior. Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .32 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO II - FACE .32 2. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DA REGIÃO MAXILAR 05 04 A bochecha, propriamente dita, é um músculo, o bucinador. Utilizando uma luva de procedimento, peça para a pessoa abrir a boca, coloque o polegar sobre a bochecha e o indicador por dentro da boca, pince a bochecha. Esse é o músculo da bochecha No meio da bochecha, temos a origem do m. risório, que segue em sentido transversal até a comissura labial. Faça a seguinte medida para encontrá-lo e palpá-lo: encontre o m. masseter, pedindo para a pessoa mastigar, e faça uma linha transversal até a comissura O que você vai palpar nesta região: • Osso maxilar • Osso nasal • Arco zigomático • Cartilagem nasal • M. levantador da asa do nariz e do lábio superior • M. levantador do lábio superior • M. zigomático menor • M. zigomático maior • M. risório • M. Bucinador Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .33 ANATOMIA FÁCIL .33 3. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DA REGIÃO MANDIBULAR 01 03 05 02 04 Identificar o corpo da mandíbula e seu ponto mais anterior, o mento (queixo) Ao palpar o mento, logo sobre ele, você está palpando o m. mentual Lateralmente ao m. depressor do lábio inferior, você palpa o músculo depressor do ângulo da boca, traçando uma linha longitudinal da região média do corpo da mandíbula, subindo até a comissura labial. Os músculos que realizam a depressão do lábio inferior estão posicionados nesta região No corpo da mandíbula, logo ao lado do m. mentual, você palpa o m. depressor do lábio inferior. O que você vai palpar nesta região: • Mandíbula: Corpo e mento (queixo) • M. mentual • M. depressor do lábio inferior • M. depressor do ângulo da boca Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com- 411.265.802-87 .34 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO II - FACE .34 03 04 Ao pinçar a pele anterior do pescoço com os dedos indicador e médio, você verifica que esta pele é bem fina e o platisma está preso a ela Peça para a pessoa forçar o lábio inferior para baixo e o canto da boca; observe que o pescoço se torna enrugado, formando estrias entre a mandíbula e a clavícula, essas estrias são as fibras do m. Platisma 4. ANATOMIA FUNCIONAL DO MÚSCULO PLATISMA 02 01 O platisma é um músculo cutâneo que se estende da pele do queixo até as regiões peitoral e deltóidea Identifique a região anterior do pescoço e o corpo da mandíbula O que você vai palpar nesta região: • Corpo da mandíbula • Pescoço superficial • Clavícula • Porção clavicular do m. peitoral maior • Porção anterior do deltóide • M. platisma Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .35 ANATOMIA FÁCIL .35 5. PONTOS DE PALPAÇÃO DA ARTICULAÇÃO TÊMPORO-MANDIBULAR (ATM) 01 02 04 03 A melhor referência para a palpação da ATM é a orelha, pela sua relação com a articulação. Identifique o meato acústico externo (antigo ouvido externo) Identifique o trágus, coloque seu dedo indicador sobre ele e peça para a pessoa abrir e fechar a boca e fazer lateralização da mandíbula. A estrutura que se move sobre seu dedo é a ATM Logo à frente do meato acústico temos uma cartilagem da orelha chamada “trágus” Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .36 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO II - FACE .36 05 Uma segunda abordagem da ATM pode ser feita através do meato acústico externo 5. PONTOS DE PALPAÇÃO DA ARTICULAÇÃO TÊMPORO-MANDIBULAR (ATM) 06 Coloque uma luva de procedimento, introduza seu dedo mínimo na entrada do meato acústico externo da pessoa sem exercer pressão e peça para ela abrir e fechar a boca e fazer lateralização da mandíbula. A estrutura que se move sobre seu dedo é a ATM O que você vai palpar nesta região: • Meato acústico externo • Trágus • Articulação Têmporo-Mandibular (ATM) Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .37 ANATOMIA FÁCIL .37 DISTRIBUIÇÃO DOS MÚSCULOS DA FACE Temos 4 músculos relacionados exclusivamente à mastigação: 1. Temporal 2. Masseter 3. Pterigóideo medial 4. Pterigóideo lateral Diferentemente dos músculos da expressão facial, que são músculos cutâneos, os músculos da mastigação ficam agrupados dessa forma por estarem ancorados na mandíbula, onde geram alavanca para a abertura e fechamento da boca durante a mastigação. Portanto, têm características comuns aos demais músculos esqueléticos e movimentam a articulação têmporo-mandibular (ATM), única articulação móvel do crânio. Todos esses músculos são inervados pelo nervo Trigêmeo através de seu ramo mandibular e por se tratar de um nervo misto. Sua porção motora é responsável pela inervação destes 4 músculos e sua porção sensitiva é a responsável pela inervação da face (pele, ossos, dentes, cavidade nasal e globo ocular). As dores neuropáticas decorrentes de problemas nesse nervo geram a chamada neuralgia do Trigêmio, uma forte dor por toda a face, que já foi classificada no passado como a mais intensa dor que o ser humano já sentiu. Músculos da mastigação Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .38 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO II - FACE .38 DISTRIBUIÇÃO DOS MÚSCULOS DA FACE O globo ocular fica no interior da cavidade orbital. Nesta região temos 7 músculos, sendo 1 para a abertura da pálpebra superior (levantador da pálpebra superior) e 6 músculos ancorados ao globo ocular, gerando movimentos dos olhos em todas as direções, são eles: 1. Reto superior dos olhos 2. Reto inferior dos olhos 3. Reto medial dos olhos 4. Reto lateral dos olhos 5. Oblíquo superior dos olhos 6. Oblíquo inferior dos olhos A inervação desses músculos é feita através de 3 nervos cranianos, da seguinte forma: • Nervo oculomotor (III): é o principal nervo relacionado ao movimento dos olhos, pois inerva a maior parte dos músculos do globo ocular. Ele inerva o levantador da pálpebra superior, o reto superior, o reto inferior, o reto medial e o oblíquo inferior dos olhos. • Nervo troclear (IV): inerva apenas o músculo oblíquo superior dos olhos e tem este nome porque o músculo oblíquo superior atravessa uma polia no canto súpero- medial da cavidade orbital chamada tróclea, que serve de alavanca a este músculo e dá nome ao nervo IV. • Nervo abducente (VI): inerva apenas o músculo reto lateral dos olhos, que é responsável pelos movimentos laterais dos olhos. A síndrome de Duane pode causar estrabismo, em decorrência do desenvolvimento anormal desse nervo, limitando o movimento lateral de um dos olhos. Músculos extrínsecos dos olhos Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .39 ANATOMIA FÁCIL .39 CORRELAÇÕES CLÍNICAS REFERENTES À FACE O nervo Facial (VII) inerva todos os músculos da expressão facial, portanto, é o principal nervo relacionado à mímica ou à expressão facial, e, quando ele é acometido por processos patológicos, temos a chamada paralisia facial, que pode ser central ou periférica. Apesar de ser um nervo misto, suas sequelas são predominantemente motoras por inervar quase todos os músculos da cabeça, porém, do ponto de vista sensitivo, ele é responsável pelo paladar dos 2/3 anteriores da língua, sendo a perda de paladar também uma sequela de paralisia facial, todavia, menos frequente. O nervo facial apresenta 5 ramos anteriores que emergem na face e inervam os mm. da expressão facial: • Temporal • Zigomático • Bucal • Marginal mandibular • Cervical São várias as causas de paralisias faciais, dentre elas: Idiopática; Traumática; Infecciosa; Neoplásica e Congênita. De acordo com o comprometimento neurológico, a paralisia facial é dividida em 2 tipos: a central e a periférica. Nervo Facial (VII) CORRELAÇÕES CLÍNICAS REFERENTES À FACE Na paralisia facial central, o nervo facial é compromentido em sua origem na ponte e, geralmente, ocorre como sequela de um acidente vascular encefálico (AVE). Ao contrário do que as pessoas imaginam, a sequela motora decorrente da paralisia facial central apresenta menor área de comprometimento motor se comparada com a paralisia facial periférica. Na central, a pessoa apresenta perda de movimentos no quadrante inferior da face contralateral à lesão, resultando em desvio da boca e dificuldade de falar e se alimentar. Não há comprometimento dos movimentos da testa e de fechamento dos olhos porque o terço superior da face recebe inervação motora de ambos os lados do tronco encefálico. Se a lesão na ponte acometer também o nervo abducente (VI), o que é raro, as sequelas motoras dessa paralisia central podem ser confundidas com uma paralisia periférica, pois haverá alteração nos movimentos dos olhos, que podem confundir o examinador. Paralisia Facial Central Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .40 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO II - FACE .40 CORRELAÇÕES CLÍNICAS REFERENTES À FACE Quando falamos sobre intensidade de dor, é muito comum o relato de que a mais forte dor existente comprovada por estudos clínicos é a dor derivada do comprometimento do nervo Trigêmio, uma forte dor na face que beira o insuportável, a qual os pacientes referem que preferem a morte ao conviverem com uma dor tão intensa. Evidentemente, nos dias atuais, temos diversos tratamentos clínicos e medicamentosos que amenizam os seus sintomas. Não que a dor do n. Trigêmio seja mais intensa que outras, pois a dor é subjetiva e temos diversos fatores de variação entre indivíduos mais ou menos tolerantes à dor, o problema é a área de inervação desse nervo : toda a face óssea e cutânea, olhos, cavidade nasal e dentes. De acordo com a IASP (Associação Internacional para o Estudo da Dor), existem 7 tipos de dores: 1.Dor crônica 2. Dor do câncer 3. Dor pós-operatória 4. Dor neuropática 5. Cefaléia crônica e dor orofacial 6. Dor visceral 7. Dor músculo-esquelética A neuralgia do trigêmio é classificada no item 5 como dor orofacial, tamanha sua relevância e frequência como dor crônica a ser estudada. Porém, como se trata de uma dor de origem neurológia, é também uma dor neuropática. Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .41 ANATOMIA FÁCIL O nome Trigêmio ou Trigêmeo tem origem do latim “Tres”, três, e “Geminus”, gêmeo, duplo. O quinto par (V) de nervos cranianos foi descrito por Gabrielle Falloppio e Johann Meckel, e foi chamado nervo trifacial por François Chaussier. O nome atual foi dado por Jacob Winslow, por causa de suas três divisões: • V1 - Nervo oftálmico • V2 - Nervo maxilar • V3 - Nervo mandibular O bucinador é o músculo que forma a sua bochecha. Esse nome vem do latim “Buccinare”, que significa soar a corneta. Nos cerimoniais imperiais romanos o “Buccinatorius” era o arauto que tocava a trombeta, chamada “buccina”, para chamar a atenção dos participantes da cerimônia. Esses arautos, quando bem treinados, assim como trompetistas e músicos de instrumentos de sopro, tinham as bochechas bem desenvolvidas e, talvez por este motivo, os anatomistas associaram as bochechas ao sopro das trombetas, dando esse nome ao músculo. Como a tradução para o português ficou sendo buzina, esse músculo é o “buzinador”. Por que o nervo trigêmeo tem este nome? O que é um músculo “bucinador”? Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .42 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO II - FACE RESUMÃO - FACE • Origem, inserção, ação e inervação dos principais músculos que têm correlações clínicas com paralisia facial e a dor do nervo trigêmeo. • Também é importante conhecer os pontos de palpação da articulação têmporo- mandibular (ATM). O que é importante saber sobre os músculos da face? • Por que nervo Trigêmeo tem este nome? • O que é um músculo “bucinador”? As curiosidades te ajudam na fixação dos conteúdos. Pense rápido e me responda: 1. Identifique e marque as origens dos músculos a serem avaliados. 2. identifique e marque os pontos de inserção desses músculos. 3. Trace uma linha imaginária sobre o trajeto do músculo, desde a origem até a sua inserção. 4. Palpe esse trajeto e verifique se corresponde aos locais de dor ou paralisia de seu paciente 5. Conheça todos os ramos dos nervos facial e do trigêmeo. Para facilitar a palpação, lembre-se: • Paralisia facial (central e periférica) • Sinal de Bell • Neuralgia do Trigêmeo (V) Correlações clínicas: Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .43 ANATOMIA FÁCIL SESSÃO TREINE SEU CONHECIMENTO Ao palpar a região maxilar da face, temos a presença de músculos responsáveis pela expressão facial e de um coxim gorduroso subcutâneo, que favorece a estética facial e protege feixes neurovasculares. Quais grupos musculares da expressão facial são palpáveis na região maxilar e são frequentemente manipulados em terapias estéticas? O osso frontal do crânio, apesar de ser facilmente palpável, apresenta uma fina camada muscular representada pelo ventre frontal do epicrânio, responsável pelo enrugamento da testa e elevação da sobrancelha. Ao palpar este músculo e movimentar a pele frontal no sentido crânio-caudal, você consegue verificar as ações desse músculo movimentando a sobrancelha para cima. Isso ocorre com todos os músculos da expressão facial, ao manipulá-los você verifica as expressões faciais derivadas desses músculos, sendo uma base importante na reabilitação pós paralisia facial. A observação das expressões faciais ao manipular esses músculos ocorre por quê? A.) Levantador do lábio superior e do ângulo da boca, zigomáticos (maior e menor) e porção marginal inferior do orbicular da boca B.) Depressor do lábio superior e do ângulo da boca, mentual e porção marginal superior do orbicular da boca C.) Depressor do lábio inferior e do ângulo da boca, porção frontal do epicrânio e porção marginal inferior do orbicular da boca D.) Levantador do lábio inferior e do ângulo da boca, zigomáticos (maior e menor) e platisma E.) Levantador do lábio superior e do ângulo da boca, zigomáticos (maior e menor) e porção marginal superior do orbicular da boca A.) Porque são músculos estriados esqueléticos com as mesmas características dos músculos dos membros B.) Porque são músculos cutâneos C.) Por estimulação indireta do nervo trigêmeo D.) Porque são músculos estriados esqueléticos com as mesmas características dos músculos do esqueleto axial E.) Porque são músculos lisos, mais sensíveis à palpação Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .44 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO II - FACE SESSÃO TREINE SEU CONHECIMENTO A paralisia facial periférica (paralisia de Bell) é uma das paralisias faciais mais comuns e apresenta variadas causas. O sinal de Bell caracteriza-se pela dificuldade de o paciente fechar o olho no quadrante afetado pela paralisia, porém, o globo ocular continua se movimentando normalmente. Quais ramos do nervo facial são afetados na paralisia de Bell, para que o paciente não consiga fechar os olhos? A.) Temporal e bucal B.) Bucal e zigomático C.) Auricular posterior e temporal D.) Orbicular superior e inferior E.) Temporal e zigomático Questão 1 - E.); Questão 2 - B.); Questão 3 - E.); GABARITO Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 AT LA S D E A NA TO M IA PA LP AT ÓR IA CAPÍTULO III PESCOÇO Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .46 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO III - PESCOÇO O pescoço é uma das regiões mais complexas e detalhadas do corpo humano, e, para que esta parte seja melhor compreendida, temos que organizá-la em pequenas partes, pois no pescoço temos a ligação entre a cabeça e o tórax, através de ossos (vértebras cervicais), músculos, artérias, veias, nervos, medula espinal e linfonodos, além da glândula tireóide e elementos vitais, como a traquéia e o esôfago. É muita complexidade, mas ao organizarmos nossa palpação sobre cada grupo muscular do pescoço, o entendimento dessa região fica facilitado. Neste capítulo vamos aprender como encontrar as principais estruturas palpáveis no pescoço, que serão importantes para o diagnóstico de cervicalgias, cervicobraquialgias e cefaléias, como fazer a palpação do pulso carotídeo e a palpação da glândula tireóide para avaliação de sua morfologia e consistência. O pescoço, apesar de complexo, tem suas particularidades para um melhor entendimento da palpação de suas estruturas. Para facilitar nossa palpação, dividimos o pescoço em diversos triângulos (ou trígonos), pois os músculos, ossos e outras estruturas do pescoço em determinadas posições, quando os observamos, têm a forma geométrica de triângulos, e em cada um dos triângulo encontramos as estruturas a serem avaliadas por meio da palpação. Neste capítulo daremos ênfase a 3 trígonos: • o trígono carotídeo • o trígono anterior • o trígono posterior INTRODUÇÃO Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .47 ANATOMIA FÁCIL .47 ORGANIZAÇÃO DOS MÚSCULOS DO PESCOÇO O pescoço é um importante elo de ligação entre a cabeça e o tórax. Através do pescoço temos a passagem da coluna cervical, medula espinal, nervos, vasos sanguíneos, traquéia, esôfago e outras estruturas vitais para nossa sobrevivência. Para proteger essas estruturas e realizar movimentos no pescoço, temos diversos músculos que ficam divididos em 6 grupos: • Anterior • Lateral • Posterior • Supra-hióideo • Infra-hióideo • Pré-vertebral A divisão em grupos dos músculos do pescoço facilita a compreensão, localização e palpação, tanto dos músculos isolados quanto dos grupos musculares e das estruturas que atravessam cada região do pescoço.Além disso, tanto os músculos quanto outras estruturas do pescoço, quando se encontram, tendem a ter o formato geométrico de triângulos (os trígonos cervicais), o que nos orientará para a palpação da artéria carótida, do plexo braquial, da glândula tireóide, dentre outras estruturas a serem palpadas nos vários compartimentos do pescoço. Veja nas próximas imagens os trígonos cervicais e as estruturas palpáveis nessas regiões. Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .48 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO III - PESCOÇO .48 ORGANIZAÇÃO DOS MÚSCULOS DO PESCOÇO 1. A região anterior do pescoço é recoberta por um músculo cutâneo já estudado na parte de músculos da expressão facial, o Platisma. 2. Na região lateral do pescoço, encontramos os músculos Esternocleidomastóide, os Escalenos (anterior, médio e posterior) e o Levantador da escápula 3. A parte posterior do pescoço apresenta músculos superficiais, os Esplênios (da cabeça e do pescoço) e, mais profundamente na base do crânio, os músculos suboccipitais (retos e oblíquos da cabeça) 4. Os músculos supra-hióideos são músculos que ficam ancorados à porção superior do osso hióide e formam o assoalho da boca. São 4 os músculos supra-hióideos: o digástrico, o estilo-hióideo, o milo-hióideo e o genio-hióideo 5. Os músculos infra-hióideos ficam ancorados inferiormente ao osso hióide e também são 4: o esterno-hióideo, o esterno-tireóideo, o tireo-hióideo e omo-hióideo 6. Os músculos pré-vertebrais ficam posicionados anteriormente às vértebras cervicais, daí o nome pré-vertebral. Por serem muito profundos, representam um grupo de músculos não palpáveis. Temos 2 músculos pré-vertebrais, o longo da cabeça e o longo do pescoço. Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .49 ANATOMIA FÁCIL .49 1. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DO PLANO MEDIANO DO PESCOÇO 01 03 05 02 04 Definir o plano mediano pré- traqueal e traçar uma linha entre o assoalho da boca e o manúbrio esternal Descendo cerca de 2 cm, temos a palpação da cartilagem tireóide (pomo de Adão), que, em muitas pessoas, é bem desenvolvida e visível Descendo cerca de 2 cm abaixo da proeminência laríngea, escorregando seu dedo pela linha mediana, você irá sentir uma depressão, onde temos a membrana cricotireóidea Identificar o osso hióide como o ponto de partida da palpação dessa região A parte anterior da cartilagem tireóide é pontuda e palpável. O nome dessa parte pontuda do pomo de Adão é proeminência laríngea. 06 Seguindo a palpação abaixo da membrana cricotireóidea, você sentirá uma elevação. É a cartilagem cricóide. Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .50 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO III - PESCOÇO .50 1. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DO PLANO MEDIANO DO PESCOÇO 0807 09 Ao palpar essa região nas laterais da traquéia, abraçando a traquéia entre os dedos indicador e polegar, você irá sentir uma estrutura amolecida semelhante a uma gordura, são os lobos da glândula tireóide. Abaixo da cartilagem cricóide já iniciamos a palpação da traquéia. Na altura do 2o ou 3o anéis traqueais, temos a porção central da glândula tireóide, chamada istmo Abaixo da glândula tireóide palpamos os anéis traqueais no plano mediano até aproximadamente a incisura jugular do manúbrio esternal O que você vai palpar nesta região: • Osso hióide • Cartilagem tireóide • Cartilagem cricóide • Glândula tireóide • Traquéia (anéis) • Incisura jugular do esterno Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .51 ANATOMIA FÁCIL .51 2. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DA A. CARÓTIDA 01 02 03 Identificar o trígono carotídeo entre o esternocleidomastóide (lateralmente), o ventre superior do omo-hióide (medialmente) e o ventre posterior do digástrico (superiormente). Palpar o espaço entre esses 3 músculos, com os dedos indicador e médio, por alguns segundos até sentir o pulso carotídeo. Conte quantos pulsos a a. Carótida faz em seus dedos por 1 minuto. 1a forma: Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .52 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO III - PESCOÇO .52 2. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DA A. CARÓTIDA 04 Conte quantos pulsos a a. Carótida faz em seus dedos por 1 minuto 2a forma: 01 03 02 Palpar o bordo medial do m. Esternocleidomastóide logo abaixo da mandíbula Palpar o espaço entre o esternocleidomastóide e a cartilagem tireóide, com os dedos indicador e médio, por alguns segundos até sentir o pulso carotídeo. Identificar a cartilagem tireóide no plano mediano anterior Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .53 ANATOMIA FÁCIL .53 0201 03 Palpar o bordo anterior da porção descendente do trapézio, cerca de 5 cm acima de sua inserção na clavícula. Palpar o bordo posterior do ventre clavicular do m. Esternocleidomastóide cerca de 5 cm acima da clavícula Palpar o espaço entre esses dois músculos no trígono occipital, com os dedos indicador e médio, por alguns segundos até sentir o pulso carotídeo. Valores de referência da frequência cardíaca (pulso): • Pulso normal: entre 60 e 80 bpm (sentado em repouso) • Bradicardia: abaixo de 40 bpm • Taquicardia: acima de 100 bom 2. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DA A. CARÓTIDA 3a forma: 04 Conte quantos pulsos a a. Carótida faz em seus dedos por 1 minuto. Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .54 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO III - PESCOÇO .54 3. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DO TRÍGONO POSTERIOR DO PESCOÇO 01 02 03 Pedir para a pessoa realizar rotação lateral da cabeça para o lado direito ou esquerdo Olhe para o pescoço da pessoa e verá a formação de um triângulo entre o m. esternocleidomastóide, o trapézio e a clavícula Na parte inferior deste triângulo temos a passagem do ventre inferior do m. omo- hióide, que o divide em trígono occipital (acima do omo-hióide) e trígono omo- clavicular* (abaixo do omo-hióide) *O trígono omo-clavicular é chamado popularmente de saboneteira Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .55 ANATOMIA FÁCIL .55 3. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DO TRÍGONO POSTERIOR DO PESCOÇO 04 06 Ao palpar o trígono occipital, perceba que os músculos ali localizados são mais tensos. São os músculos escalenos, levantador da escápula, esplênios e semi-espinais (nesta sequência, de anterior para posterior) No trígono omo- clavicular* temos a palpação, principalmente dos linfonodos supra e infra-claviculares, onde geralmente é feita a drenagem linfática para os ductos torácico e linfático direito 05 Na porção ântero-inferior do trígono occipital próximo ao ventre inferior do m. omo-hióide, o tronco superior do plexo braquial é palpável O que você vai palpar nesta região: • Mm. escalenos • M. levantador da escápula • Mm. esplênios da cabeça e do pescoço • Mm. semi-espinais do pescoço • Tronco superior do plexo braquial • Linfonodos infra-claviculares • Linfonodos supra-claviculares • Linfonodos cervicais transversos Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .56 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO III - PESCOÇO Intraoperatório de cirurgia de esvaziamento cervical. Note a ausência do músculo esternocleidomastóide e secção do nervo acessório e artéria carótida externa, comprometidos pelo tumor que foi removido nesta cirurgia. Cortesia do Dr. Gilson Barreto Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .57 ANATOMIA FÁCIL .57 CORRELAÇÕES CLÍNICAS REFERENTES AO PESCOÇO As dores cervicais são multifatoriais, geralmente causadas por contraturas musculares, podendo, ou não, estar associadas a hérnias de disco com compressões de raízes nervosas cervicais ou até mesmo de compressões nos trajetos dos nervos. As dores cervicais localizadas nopescoço, sem dor referida ou irradiada para outras partes, é chamada cervicalgia (cérvix = pescoço; algia = dor). Geralmente, as cervicalgias são derivadas de contraturas musculares (trapézio, esternocleidomastóide, escalenos, esplênios ou músculos mais profundos) e seus sintomas são uma forte pontada ou fisgada local, com ou sem sensação de queimação ao alongar ou movimentar a região. As dores cervicais com dor referida ou irradiada para os membros superiores são chamadas cervicobraquialgias (cérvix = pescoço; brachi = braço; algia = dor). As cervicobraquialgias podem ter origem muscular (como as cervicalgias) ou neurológica. Quando a origem for muscular, ela terá todos os sintomas de uma cervicalgia associada à dor referida para o ombro e braço, sendo esta geralmente sensação de queimação em várias partes do braço, e raramente ultrapassam o cotovelo. Quando a origem for neurológica podemos ter a compressão das raízes nervosas diretamente na coluna vertebral por hérnias de disco ou podemos ter a compressão do plexo braquial entre os músculos escalenos (desfiladeiro interescalênico), que é chamada síndrome do desfiladeiro torácico. Estas compressões nervosas por pinçarem os nervos ou em suas raízes, ou em seus troncos, geram, além da cervicalgia, uma dor irradiada para o membro superior ipsilateral (do mesmo lado), que pode se estender até a ponta dos dedos, dependendo do nervo acometido (geralmente os nervos radial e mediano, que são os maiores nervos do membro superior). Na mão e pontas dos dedos a sensação que a pessoa pode sentir, se o problema for de origem neurológica, é: choque, formigamento, dormência, frio ou calor, dentre outras sensações. Se for na palpma da mão, fique atento para não confundir este sintoma com a síndrome do túnel do carpo. Cervicalgias/Cervicobraquialgias/Cefaléias Cervicalgia Cervicobraquialgias Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .58 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO III - PESCOÇO .58 CORRELAÇÕES CLÍNICAS REFERENTES AO PESCOÇO Bócio é o aumento anormal no volume da glândula tireóide no pescoço. Sua causa é multifatorial, porém, a falta de iodo na alimentação é o que pode causar o bócio e, consequentemente, problemas no funcionamento da tireóide, como o hipotireoidismo. É uma condição visível e facilmente palpável no plano mediano pré- traqueal e áreas adjascentes. No passado, o bócio era uma condição muito comum. A partir de 1953, o sal brasileiro é enriquecido com iodo (iodado) e, em 1974, torna-se obrigatória a adição de iodo ao sal de cozinha para consumo humano e animal, pela lei 6.150/741. 1 - https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-6150-3-dezembro-1974-357389-norma-pl.html O plexo braquial é o conjunto das raízes nervosas que se unem para formar os nervos dos membros superiores e porção proximal tóracoapendicular. As raízes nervosas que formam o plexo braquial se estendem de C5 a T1, se unem nos troncos, formam as divisões, posteriormente os fascículos e, por fim, temos os ramos terminais, que formam os principais nervos dos MMSS. Durante sua passagem, pelo pescoço e tórax, o plexo braquial pode sofrer compressões em qualquer parte de seu trajeto, porém, temos três mais frequentes: 1. Entre os músculos escaleno anterior e médio (desfiladeiro ou triângulo interescalênico) 2. Entre a 1a costela e a clavícula (espaço costoclavicular) 3. Atrás do músculo peitoral menor (espaço retropeitoral). Outra forma de compressão ocorre por costela cervical. Quando a pessoa apresenta a compressão no plexo braquial nestes pontos, vai gerar dois problemas clássicos de compressões nervosas: 1. Perda de força em uma ou mais partes dos membros superiores, que são avaliadas de acordo com os miótomos correspondentes 2. Alteração de sensibilidade em uma ou mais partes dos membros superiores, que são avaliadas através dos dermátomos correspondentes O nome dessa compressão no plexo braquial é síndrome do desfiladeiro torácico e, além do plexo braquial, podemos ter também a compressão da a. e/ou da v. sublávia, levando não somente a uma compressão nervosa, mas também a uma coompressão neurovascular. Na presença de compressão vascular, além dos sintomas acima citados, a pessoa também apresentará diminuição ou ausência de pulso, alteração de cor da pele (cianose) e alteração de temperatura crônica nas porções média e distal do membro superior (membro gelado). Bócio Compressões do plexo braquial Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .59 ANATOMIA FÁCIL .59 CORRELAÇÕES CLÍNICAS REFERENTES AO PESCOÇO A coluna cervical está sujeita a diversos tipos de lesões, dentre elas as hérnias de disco e protusões discais. Algumas verdades devem ser ditas sobre problemas discais: 1. O disco intervertebral NÃO DÓI e NÃO SANGRA: o disco intervertebral possui duas partes, a central chamada de núcleo pulposo, composta por um gel a base de água, ácido hialurônico e colágeno II, sem terminações nervosas e avascular. As partes periféricas do disco formam os anéis fibrosos, dispostos em camadas como uma cebola, e sua composição é fibrocartilagem e colágeno I. Portanto, temos um gel central envolto por fibrocartilagem, sendo que o tecido fibroso do disco possui inervação (existem muitas controvérsias sobre sua inervação), porém não o suficiente para desencadear um processo doloroso incapacitante quando rompido. Por fim, é importante saber que o disco é avascular. 2. Nem todas as pessoas que apresentam hérnias e protusões discais têm dor: Como visto anteriormente, o disco intervertebral é pouco inervado e avascular, sendo assim muitos exames de ressonância magnética mostram uma, duas ou mais hérnias e protusões em uma mesma pessoa porém sem nenhum sintoma de dor ou compressão neurológica. Segundo estudos recentes boa parte da população apresenta algum grau de alteração nos discos intervertebrais sem dor. 3. O que dói está ao redor do disco: os discos intervertebrais cervicais e de todos os segmentos vertebrais ficam apoiados nos corpos vertebrais. O único segmento da coluna vertebral que NÃO possui disco é o segmento atlanto-axial (C1-C2). Posteriormente ao corpo vertebral, no canal vertebral, temos a passagem da medula espinal. Caso haja a presença de hérnias posteriores que avancem através da membrana tecal e gordura epidural, ela irá comprimir a medula espinal, podendo gerar comprometimento neurológico no segmento acometido bilateralmente ou em apenas um lado. Caso haja a presença de hérnias laterais, teremos a compressão da raiz nervosa que atravessa o forame correspondente, gerando comprometimento neurológico no membro do mesmo lado da compressão. Vale a pena lembrar que hérnias, protusões e outras lesões discais podem gerar problemas compressivos sobre a medula ou raízes nervosas, e se essa compressão for diminuída ou completamente eliminada cirurgicamente ou através de terapias manuais, os sintomas tendem a regredir e as dores a diminuir gradativamente. Com o passar do tempo, os discos tendem a desidratar e diminuem seu volume, perdendo resistência à compressão. Se uma pessoa, porém, apresenta uma hérnia e este disco doente desidrata, o volume da hérnia também tende a diminuir. Hérnias de disco cervicais Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .60 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO III - PESCOÇO O presídio da Papuda, famoso por acomodar famosos políticos corruptos brasileiros presos, recebeu este nome porque quando começou a ser construído, em 1957, as 3 fazendas do local (Taboquinha, Papuda e Cachoeirinha) foram desapropriadas. Uma das 3 irmãs, donas da fazenda Papuda, tinha bócio. Talvez daí tenha vindo o nome da fazenda, que, posteriormente, deu lugar ao presídio. Nesta época, não era obrigatória a adição de iodo ao sal de cozinha e o bócio era uma condição muito comum no planalto central e em várias partes do Brasil. O termo cervical é derivadodo latim “Cervix”, que significa nuca, ou pescoço, e temos um outro derivado também do latim, que é “Coellum” ou “Collum”, responsável pela formação do português “Colo”, que também significa pescoço. É um termo utilizado para designar alguma região do corpo onde temos a ligação entre duas partes: Coluna Cervical: é o pescoço propriamente dito, ligação entre a cabeça e o tórax Colo do Fêmur: é o pescoço do fêmur, ligação entre a cabeça e os trocânteres. No inglês é utilizado o termo “neck”, que é pescoço. Colo do útero: é o local de ligação entre a vagina e a parte interna do útero, apresenta um orifício chamado canal cervical, pois o colo do útero é chamado também de cérvix Presídio da “Papuda“ O que significa cervical Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .61 ANATOMIA FÁCIL RESUMÃO - PESCOÇO • Principais estruturas e músculos que têm correlações clínicas com Cervicalgias, Cervicobraquialgias, Cefaléias, Bócio, Compressões do plexo braquial e Hérnias de disco cervicais. • No Plano mediano: osso hióide, Cartilagem tireóide, Cartilagem cricóide, Glândula tireóide e Traquéia (anéis). • No Trígono posterior: músculos escalenos, levantador da escápula, esplênios da cabeça e do pescoço e semi-espinais do pescoço; tronco superior do plexo braquial; Linfonodos infra-claviculares, supra-claviculares e cervicais transversos. • Locais de palpaçao do pulso carotideo. O que é importante saber sobre o pescoço? • Qual a relação do bócio com o Presídio da ‘Papuda’? • O que significa o termo cervical? As curiosidades te ajudam na fixação dos conteúdos. Pense rápido e me responda: 1. Identifique e marque as estruturas, bem como as origens dos músculos a serem avaliados. 2. Identifique e marque os pontos de inserção destes músculos. 3. Trace uma linha imaginária sobre o trajeto do músculo, desde a origem até a sua inserção, e/ou sobre a região que está sendo apalpada. 4. Palpe este trajeto e verifique se corresponde aos locais de dor do seu paciente e presença de pontos gatilho. 5. Identifique e palpe a glândula tireoide no plano mediano. 6. Identificando as estruturas que atravessam o pescoço, você é capaz de encontrar o ponto de palpação do pulso carotideo. Para facilitar a palpação, lembre-se: #Trígono posterior do pescoço • Cervicalgias • Cervicobraquialgias • Cefaléias • Compressões do plexo braquial • Hérnias de disco cervicais #Plano mediano do pescoço • Bócio Correlações clínicas: Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .62 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO III - PESCOÇO SESSÃO TREINE SEU CONHECIMENTO Ao realizar a palpação do pescoço, que é uma região muito complexa, devemos nos orientar através dos planos musculares cervicais, que apresentam a forma geométrica triangular. Como referência de palpação das estruturas da região anterior do pescoço, temos um grande triângulo (ou trígono) denominado trígono anterior do pescoço, facilmente palpável. Durante a palpação, quais são os limites lateral, medial e superior desse trígono, respectivamente? Ao se deparar com uma vítima de parada cardiorrespiratória, o profissional de saúde deve proceder a aferição dos sinais vitais. A palpação do pulso é mais precisa sempre que é feita mais próxima ao coração, de preferência em grande artérias, como a carótida comum. Ao se deparar com essa vítima, em qual local você encontra essa artéria para mensurar o pulso? Para melhor entender a anatomia muscular do pescoço, dividimos essa região em 6 grupos: anterior, lateral, posterior (suboccipital), supra-hióideo, infra-hióideo e pré-vertebral. Qual destes NÃO é palpável pela sua profundidade? A.) Trapézio, linha mediana e mandíbula B.) Esternocleidomastóide, mandíbula e linha mediana C.) Escaleno anterior, esternocleidomastóide e hióide D.) Esternocleidomastóide, linha mediana e mandíbula E.) Trapézio, esternocleidomastóide e mandíbula A.) Entre o esternocleidomastóide e a mandíbula B.) Entre o esternocleidomastóide e a traquéia C.) Entre o esternocleidomastóide e o trapézio D.) Entre o trapézio e o escaleno médio E.) B e C representam locais palpáveis do pulso carotídeo A.) Anterior B.) Lateral C.) Supra-Hióideo D.) Infra-Hióideo E.) Pré vertebral Questão 1 - D.); Questão 2 - E.); Questão 3 - E.) GABARITO Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 AT LA S D E A NA TO M IA PA LP AT ÓR IA CAPÍTULO IV TÓRAX E PAREDE ABDOMINAL Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .64 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO IV - TÓRAX E PAREDE ABDOMINAL A parede tóraco-abdominal representa a parte anterior do tronco, onde sua porção superior é a parede torácica e sua porção inferior é a parede abdominal. Ambas as paredes são revestidas por músculos geralmente de ventres largos, que realizam movimentos em diversas partes, como os ombros, a caixa torácica (movimentos respiratórios) e região tóraco-lombar. Neste capítulo, abordaremos a palpação de ambas as regiões, seus respectivos músculos, assim como as técnicas para encontrar os espaços intercostais, que são focos de ausculta cardíaca e pulmonar. A melhor forma de abordagem da parede anterior do tronco é através do conhecimento da musculatura presente, tanto no tórax quanto no abdômen e suas respectivas profundidades, para que possamos, através da palpação, localizar e diferenciar pontos de dores musculares específicas da parede tóraco-abdominal de pontos de dores abdominais viscerais profundas da cavidade abdominal. Para isso, dividimos a parede anterior (em tórácica e abdominal) e a cavidade abdominal em 9 regiões. INTRODUÇÃO Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .65 ANATOMIA FÁCIL .65 ORGANIZAÇÃO DOS MÚSCULOS DA PAREDE TÓRACO-ABDOMINAL A região anterior do tronco forma a parede tóraco-abdomino-pélvica e apresenta 3 cavidades (torácica, abdominal e pélvica) que abrigam os órgãos presentes em cada uma dessas regiões. O limite entre a cavidade torácica e a cavidade abdominal é feito pelo músculo Diafragma. Externamente às cavidades, temos paredes ósseas e/ou musculares protegendo seus órgãos e permitindo movimentos. Sendo assim, por razões didáticas e para facilitar a palpação destas regiões, dividiremos a parede tóraco-abdominal e 3 partes: 1. Parede anterior do tórax 2. Caixa torácica 3. Parede ântero-lateral do abdômen A chamada parede anterior do tórax representa a porção mais externa da caixa torácica; os músculos presentes nesta região movimentam a articulação do ombro e auxiliam a respiração. Temos 3 músculos na parede anterior do tórax: o peitoral maior superficialmente, o peitoral menor profundamente ao peitoral maior e o serrátil anterior posicionado mais lateralmente na caixa torácica. Parede anterior do tórax Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .66 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO IV - TÓRAX E PAREDE ABDOMINAL .66 ORGANIZAÇÃO DOS MÚSCULOS DA PAREDE TÓRACO-ABDOMINAL A caixa torácica, chamada também de gradil costal, é um elemento ósteo-cartilaginoso limitado anteriormente pelo osso esterno, posteriormente pela coluna torácica e lateralmente as costelas e cartilagens costais (ligando o Esterno à coluna vertebral). Os músculos que ficam ancorados à caixa torácica são músculos respiratórios. Temos uma organização interessante destes músculos caso você tenha dúvidas ao classificar músculos desta região como inspiratórios ou expiratórios. Os músculos inspiratórios ficam posicionados mais superficialmente na caixa torácica e suas fibras se projetam de cima para baixo (da origem para a inserção). Exemplos: intercostais externos e serrátil posterior superior. Esta regra não se aplica ao diafragma! O diafragma, além de ser o principal músculo inspiratório, é uma parede muscular que separa a cavidade torácica e a cavidade abdominal. Os músculos expiratórios ficam posicionadosmais profundamente na caixa torácica e suas fibras se projetam de baixo para cima (da origem para a inserção). Exemplos: intercostais internos e serrátil posterior inferior. Caixa torácica Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .67 ANATOMIA FÁCIL .67 Os músculos abdominais propriamente ditos fazem parte da chamada parede ântero- lateral do abdômen. Esses músculos são importantes nos movimentos de expiração forçada, flexão, rotação lateral e inclinação lateral do tronco. Além de realizarem todos esses movimentos, são músculos responsáveis também pela contenção e proteção das vísceras abdominais e pela estabilização lombar, por aumentarem a pressão intra-abdominal durante sua contração. São 4 os músculos da parede ântero-lateral do abdômen: 1. Reto abdominal 2. Oblíquo externo do abdômen 3. Oblíquo interno do abdômen 4. Transverso abdominal. A parede posterior do abdômen é formada pelos músculos psoas maior, psoas menor e quadrado lombar. Parede ântero-lateral do abdômen ORGANIZAÇÃO DOS MÚSCULOS DA PAREDE TÓRACO-ABDOMINAL Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .68 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO IV - TÓRAX E PAREDE ABDOMINAL .68 1. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DA PAREDE TORÁCICA 01 02 03 Com a pessoa deitada e relaxada, peça para que ela inspire e expire normalmente. Identifique o osso esterno, a clavícula e os rebordos costais. Peça para a pessoa fazer uma abdução, então ficará com o braço de fora da maca e você identificará superficialmente o m. peitoral maior e o palpará, desde as cartilagens costais, onde se funde ao músculo reto abdominal.Essa é a porção abdominal do peitoral maior. O osso esterno é facilmente palpável na linha mediana, desde a incisura jugular até o processo xifóide. Em toda região lateral do corpo do esterno sobre as cartilagens costais você palpará a porção esternal (ou esternocostal) do m. peitoral maior, sua maior porção Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .69 ANATOMIA FÁCIL .69 04 06 05 No 1/3 esternal da clavícula, temos o local da palpação da porção clavicular do m. peitoral maior. Ainda com a pessoa com o membro em abdução para fora da maca, peça para ela fazer força em abdução acima de 120o e ofereça resistência a esse movimento. Observe a região lateral da 1o a 9o costelas e verá um músculo com formato denteado, o m. serrátil anterior. Suas fibras convergem até a região do ombro, onde temos a palpação da inserção do peitoral maior na axila, área em que temos a parte anterior da axila, sendo delimitada pela inserção do m. peitoral maior. 1. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DA PAREDE TORÁCICA O que você vai palpar nesta região: • Osso esterno • Incisura jugular • Corpo do esterno • Processo xifóide • Cartilagens costais • Clavícula 3 porções do m. peitoral maior: • Porção abdominal • Porção esternal • Porção clavicular • Bordo anterior da axila • M. Serrátil anterior Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .70 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO IV - TÓRAX E PAREDE ABDOMINAL .70 2. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DOS ESPAÇOS INTERCOSTAIS E FOCOS DE AUSCULTA CARDÍACA 01 03 02 04 Para facilitar a palpação dos espaços intercostais (EIC) peça para a pessoa fazer uma inspiração profunda com a boca, isso aumenta esses espaços. Foco aórtico: 2o EIC direito Identifique os espaços intercostais (espaços entre as costelas) entre a costela acima e abaixo da seguinte forma: 1o espaço intercostal - entre a 1o e a 2o costela; 2o espaço intercostal - entre a 2o e a 3o costela. São 11 EICs desde a 1o até a 12o costela Foco pulmonar: 2o EIC esquerdo Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .71 ANATOMIA FÁCIL .71 2. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DOS ESPAÇOS INTERCOSTAIS E FOCOS DE AUSCULTA CARDÍACA 05 06 Foco tricúspide: à esquerda do processo xifóide Foco mitral: 5o EIC esquerdo O que você vai palpar nesta região: • Costelas • Osso esterno • Espaços intercostais • Foco de ausculta aórtico • Foco de ausculta pulmonar • Foco de ausculta tricúspide • Foco de ausculta mitral Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .72 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO IV - TÓRAX E PAREDE ABDOMINAL .72 3. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DO DIAFRAGMA 01 02 03 Com a pessoa deitada e relaxada, peça para que ela inspire e expire normalmente. Peça uma inspiração profunda e identifique os rebordos costais e o processo xifóide Nos hipocôndrios direito e esquerdo, você realiza a palpação das cartilagens costais. No epigástrio, é possível palpar o processo xifóide e as cartilagens costais da 7a costela Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .73 ANATOMIA FÁCIL .73 04 05 Na parte superior dos flancos direito e esquerdo, palpamos a cartilagem das costelas falsas, é uma região onde o tórax é mais mole durante a palpação. Peça para a pessoa inspirar profundamente. Durante a expiração, coloque seus dedos sobre a porção mais interna dos rebordos costais. Este é o local da palpação das porções costais ântero-laterais do diafragma, e a pessoa pode-se queixar de uma sensação de pontada durante a palpação, portanto não faça manobras bruscas ou palpação profunda caso a pessoa apresente dor ou falta de ar, e, se isso ocorrer, pare imediatamente e trabalhe apenas a respiração. O que você vai palpar nesta região: • Hipocôndrio direito e esquerdo • Epigástrio • Processo xifóide • Rebordos costais • Cartilagens costais • M. Diafragma 3. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DO DIAFRAGMA Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .74 ATLAS DE ANATOMIA PALPATÓRIA CAPÍTULO IV - TÓRAX E PAREDE ABDOMINAL .74 4. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DA PAREDE ÂNTERO-LATERAL DO ABDÔMEN 01 Com a pessoa deitada e relaxada, peça para que ela inspire e expire normalmente. Identifique o processo xifóide na região epigástrica superior e o púbis na região hipogástrica inferior. 03 Lateralmente à linha alba, com cerca de 3 dedos de largura de cada lado, temos a palpação dos mm. retos abdominais direito e esquerdo, que se estendem dos rebordos das cartilagens costais até o púbis, onde suas fibras se tornam mais triangulares para se inserir no púbis 02 Entre o processo xifóide e o púbis, temos a palpação de toda a extensão da linha alba, com uma interrupção no umbigo 04 Nas laterais do músculo reto abdominal, com as fibras oblíquas se estendendo das costelas até a crista ilíaca, o que chamamos de fibras mão no bolso, temos o músculo mais superficial da parede lateral do abdômen, o m. oblíquo externo do abdômen. Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87 .75 ANATOMIA FÁCIL .75 4. PASSO A PASSO DA PALPAÇÃO DA PAREDE ÂNTERO-LATERAL DO ABDÔMEN 05 07 08 06 Profundamente ao m. oblíquo externo do abdômen e com as suas fibras oblíquas se estendendo da crista ilíaca até as costelas no sentido mão nos peitos, temos o m. oblíquo interno do abdômen Os músculos palpáveis diretamente na parede ântero- lateral do abdômen são o m. reto abdominal e o oblíquo externo do abdômen, desde a linha alba até a região posterior das costelas e crista ilíaca Os músculos oblíquo interno e transverso abdominal são palpáveis indiretamente e é recomendado palpá-los seguindo a direção de suas fibras, para uma palpação mais eficaz e precisa O m. mais profundo da parede lateral do abdômen tem as fibras transversais, é o m. transverso abdominal O que você vai palpar nesta região: • Processo xifóide • Crista púbica • Linha alba • M. reto abdominal • Costelas inferiores • Crista ilíaca • M. oblíquo externo do abdômen • M. oblíquo interno do abdômen • M. transverso abdominal Licensed to ROSICLEIDE REIS RAIOL - rosicraiol@hotmail.com - 411.265.802-87
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