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FUNDAMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco UNIFATECIE Unidade 1 Rua Getúlio Vargas, 333, Centro, Paranavaí-PR (44) 3045 9898 UNIFATECIE Unidade 2 Rua Candido Berthier Fortes, 2177, Centro Paranavaí-PR (44) 3045 9898 UNIFATECIE Unidade 3 Rua Pernambuco, 1.169, Centro, Paranavaí- PR (44) 3045 9898 UNIFATECIE Unidade 4 BR-376, KM 102, Saída para Nova Londrina Paranavaí-PR (44) 3045 9898 www.unifatecie.edu.br/site As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site ShutterStock. Diretor Geral Gilmar de Oliveira Diretor de Ensino e Pós-Graduação Daniel de Lima Diretor Administrativo Eduardo Santini Coordenador NEAD - Núcleo de Educação à Distância Jorge Luiz Garcia Van Dal Coordenador do Núcleo de Pesquisa Victor Biazon Secretário Acadêmico Tiago Pereira da Silva Projeto Gráfico e Editoração André Dudatt Revisão Textual Beatriz Longen Rohling Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante Geovane Vinícius da Broi Maciel Kauê Berto Web Designer Thiago Azenha FICHA CATALOGRÁFICA UNIFATECIE - CENTRO UNIVERSITÁRIO EAD. Fundamentos de Gestão Ambiental. Sônia Maria Crivelli Mataruco Paranavaí - PR.: Fatecie, 2018. 121 p. Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Zineide Pereira da Silva. PALAVRA DA DIREÇÃO Prezado Acadêmico(a), É com muita satisfação que inauguramos um novo mundo de oportunidades e expansão de nossa instituição que extrapolam os limites físicos e permite por meio da tecnologias digitais que o processo ensino educação ocorra de formas ainda mais dinâmicas e em consonância com o estilo de vida da sociedade contemporânea. Empregamos agora no Ensino a Distância toda a dedicação e recursos para oferecer a você a mesma qualidade e excelência que virou a marca de nosso grupo educacional ao longo de nossa história. Queremos lembrar a você querido aluno, que a UniFatecie nasceu do sonho de um grupo de professores em contribuir com a sociedade por meio da educação. Motivados pelo desafio de empreender, tornaram o sonho realidade com a autorização da UniFatecie no ano de 2007. Desde o princípio a UniFatecie parte da crença no sonho coletivo de construção de uma sociedade mais democrática e com oportunidades para todos, onde a educação prepara para a cidadania de qualidade. Toda dedicação que a comunidade acadêmica teve ao longo de nossa história foi reconhecido ao conquistarmos por duas vezes consecutivas o título de Faculdade Número 1 do Paraná. Um feito inédito para Paranavaí e toda região noroeste. No ranking, divulgado pelo MEC em 2014 e 2015, a UniFatecie foi destaque como a faculdade melhor avaliada em todo o estado. Posição veiculada em nível nacional pela Revista Exame e Folha de São paulo, apontando a UniFatecie como a 1ª colocada no Paraná. Essas e outras conquistas que obtivemos ao longo dos nossos 10 anos de história tem como base a proposta global da UniFatecie, que consiste em criar um ambiente voltado para uma abordagem multidisciplinar, crítica e re lexiva, onde se desenvolvem as atividades ensino, pesquisa e extensão. Para isso, a UniFatecie conta com um corpo docente composto, em sua maioria, por professores com mestrado e doutorado e com ampla experiência pro issional nas mais diversas áreas do mercado e da educação. Seja bem-vindo! Direção UniFatecie. A U T O R Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco Mestre na área de Educação pela Unespar Campus de Paranavaí - 2015-2016. Graduação em Licenciatura em Matemática na Universidade Filadélfia de Londrina - Unifil - concluída em 2014; Graduação em Tecnologia em Gestão Ambiental pela Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná - Fatecie (2009). Graduada em bacharelado Administração pela Faculdade Estadual de Educação Ciências e Letras de Paranavaí (1992); Pós- graduada em Marketing e Gestão de pessoas pela Faculdade Estadual de Educação Ciências e Letras de Paranavaí; Pós- graduada em Psicopedagogia institucional pela Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná - Fatecie; Pós- graduada em auditoria e certificação ambiental pela Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná - Fatecie; Atualmente é Gestora ambiental da Companhia de Saneamento do Paraná - Sanepar e professora e coordenadora de curso na Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná - Fatecie, atuando principalmente nos seguintes temas: gerenciamento ambiental, sustentabilidade ambiental, poluição e resíduos, gestão de águas, saneamento, agronegócio, Educação ambiental, gestão de negócios ambientais, administração de materiais e patrimônio. Lattes: http://lattes.cnpq.br/0836891204233076 APRESENTAÇÃO Caros aluno(a) seja muito bem-vindo(a) a leitura do livro que utilizaremos na disciplina de Fundamentos de Gestão Ambiental. Este livro foi carinhosamente planejado para que você possa ter conhecimento geral dos principais assuntos introdutórios da gestão ambiental. Este conteúdo servirá de base para compreensão dos temas abordados, com o objetivo é levá-lo a ter consciência dos problemas ambientais e perceber que antes de qualquer ação, é preciso pensar na vida do nosso planeta e o futuro das gerações futuras. Para facilitar os estudos dividido este material em oito unidades de acordo com os temas e suas relações entre si. A disciplina “Fundamentos da Gestão Am- biental”, apresenta assuntos ligados a administração do meio ambiente e como os profissionais engajados nesta área poderão atual no mercado de trabalho. Desta forma abordaremos no primeiro capítulo as inter-relações ecológicas, conceitos de ecologia, ecossistemas, e como as informações geradas pelos es- tudos da ecologia permite ao homem planejar suas ações evitando a destruição da natureza, possibilitando um futuro melhor para a humanidade. O segundo capítulo apresenta a introdução e a evolução do processo de de- gradação ambiental no Brasil, analisando os impactos decorrentes da produção industrial e do desmatamento e as alternativas para mitigar tais impactos. Traz informações e abordagens de como intensificar as oportunidades para melhor conservar o ambiente e para a escolha de alternativas para resolução de pro- blemas socioambientais, tanto para as presentes como para as futuras gera- ções. Na terceira unidade, abordaremos a tão falada sustentabilidade e sua relação com o desenvolvimento sustentável. Enfatizaremos a diferença entre desenvol- vimento e crescimento, conceituando-os e mostrando o papel da sociedade, do governo e das empresas, na busca por um mundo mais sustentável em todas as suas dimensões: ambiental, social e econômico. Na quarta unidade demonstraremos os objetivos definidos pela ONU para o de- senvolvimento sustentável, que trazem metas que devem der ser implementa- dos por todos os países até 2030. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentá- vel propõe diversos assuntos de elevada importância para a humanidade a fim de transformar a vida no planeta. Na quinta unidade apresentaremos como Produção Mais Limpa pode ser uma estratégia de redução do uso dos recursos naturais em prol do alcance desen- volvimento sustentável e diminui os desperdícios, e isso implica em maior efici- ência no processo industrial, e menores investimentos para soluções de proble- mas ambientais. Na sexta unidade retratará a utilização dos indicadores ambientais como instru- mentos para a sociedade avaliar sua própria evolução. No contexto ambiental, indicadores são parâmetros representativos, que pode ser entendido como a representação de um conjunto de dados, informações e conhecimentos acerca de determinado fenômeno urbano/ambiental. Na sétima unidade, enfatizaremos a importância da educação e da conserva- ção dos recursos hídricos para desenvolver de forma sustentável. Mostrando principais conceitos que permitam a você estudante refletir nos fundamentos da educação ambiental, partindo da definição de educação e de ambiente. Na oitava unidade levaremos você a perceber que o desenvolvimentosusten- tável não é um estado permanente de equilíbrio, mas sim de mudanças quanto ao acesso aos recursos e quanto à distribuição de custos e benefícios, contro- lar e destinar de forma inadequadas os resíduos sólidos podem causar inúme- ras consequências negativas a economia ao setor social e ambiental. E bus- camos demonstrar a importância da destinação correta dos resíduos gerados nas atividades diárias para a conservação da qualidade dos recursos hídricos existentes no planeta. Assim a partir dos estudos destes capítulos possamos cuidar do meio ambien- te, utilizando mecanismos que permitam proteção ambiental assegurando a qualidade de vida das pessoas e principalmente a conservação dos recursos hídricos do solo e da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da sociedade, entendendo que é da nature- za que retiramos nossos alimentos e garantimos nossa sobrevivência. Mostran- do que é possível desenvolver de forma sustentável. Professora Me. Sônia maria Crivelli Mataruco Bom estudo e que a partir dessa leitura você possa ser uma agente em defesa do meio ambiente. SUMÁRIO CAPÍTULO 1 08 | As inter-relações ecológicas e o desenvolvimento sustentável. CAPÍTULO 2 18 | Introdução da relação de depredação do ser humano sobre o meio ambiente. CAPÍTULO 3 38 | Desenvolvimento e Sustentabilidade. CAPÍTULO 4 53 | Meio Ambiente e Sociedade. CAPÍTULO 5 67 | Produção Mais Limpa - Caminho para o Desenvolvimento Sustentável. CAPÍTULO 6 79 | Indicadores de Sustentabilidade. CAPÍTULO 7 93 | Educação Ambiental para a Sustentabilidade dos Recursos Hídricos. CAPÍTULO 8 105 | Saneamento Ambiental, Fonte de Sustentabilidade dos Recursos Naturais para o Desenvolvimento. PÁGINA 8 CAPÍTULO 1 AS INTER-RELAÇÕESECOLÓGICAS E ODESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL PLANO DE ESTUDOS E OBJETIVOS DA UNIDADE I Demonstrar como os processos ecológicos são responsáveis pelo bom fun- cionamento dos ambientes naturais e como é alterado por ações antrópicas. Apresentar os conceitos vitais necessários para que o homem possa trabalhar respeitando a natureza e proporcione equilíbrio do ecossistema, sabendo que este depende das ações diárias realizadas pelo homem. Professor Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco Objetivos de Aprendizagem: • Conceituar e contextualizar ecologia; • Compreender os tipos de relações ecológicas; • Entender a importância de cada ser vivo para o planeta; • Compreender que a destruição de qualquer espécie afeta diretamente a nossa vida; • Entender as inter-relações existentes entre os organismos da natureza, para busca de equilíbrio ambiental. Plano de Estudo: • Conceitos e Definições de ecologia; • Campos de estudo da ecologia; • Breve histórico da ecologia e das relações ecológicas; • Fatores que influenciaram a relação homem x natureza; • Como a Ecologia distribui os seres vivos no planeta Terra. PÁGINA 9 INTRODUÇÃO A natureza é sábia, e através dos seus exemplos ensina ao homem como deve proceder para estabelecer uma relação harmoniosa e saudável com o meio em que vive. O homem necessita da natureza, para extrair os recursos naturais, entretanto na maioria das vezes utiliza-se de técnicas de manejo inadequadas, não pre- servando ou não promovendo meios para que haja reposição destes recursos de forma que possa suprir à atual e a futura geração. Diante dessa preocupação com o meio ambiente e com os impactos da ação do homem na natureza, os estudos elaborados têm apontado que as consequ- ências das extinções prematuras de espécies, causadas pelo homem, incidem diretamente sobre seus habitats e também sobre a qualidade de vida das popu- lações. Assim o conhecimento das inter-relações entre os organismos existentes é fa- tor primordial para a boa relação homem-natureza. Quando a sociedade analisa os problemas ambientais existentes, e busca co- nhecer a forma como os organismos se relacionam entre si, dá um grande pas- so que conduz ao desenvolvimento sustentável, pois os organismos da Terra não vivem isolados, interagem uns com os outros e com o meio ambiente. 1. AS INTER-RELAÇÕES ECOLÓGICAS E O DESENVOLVIMENTO SUS- TENTÁVEL. 1.1 Conceitos Básicos da Ecologia e Níveis de Organização Preservar o meio ambiente é fundamental para manter a saúde do planeta e de todos os seres vivos que moram nele. Os seres humanos só conseguem sobreviver graças à natureza. Afinal, usamos os animais e plantas para nos ali- mentar, água para beber e tomar banho, e muitos outros recursos que nem per- cebemos. A ecologia é a ciência que estuda as relações entre os seres vivos e os meios onde vivem. A palavra deriva do grego oikos, que significa lugar onde se vive, ou seja, meio ambiente. Para melhor compreensão do mundo vivo, são usados os níveis de organiza- ção. A ecologia moderna usa como base de estudo os ecossistemas, mas estu- da também os organismos. PÁGINA 10 Os Níveis de organização da vida em um ecossistema: Espécie: organismos com características genéticas semelhantes. Com isso, o cruzamento de indivíduos da mesma espécie geram descendentes férteis. Exemplos: caranguejos, ursos, pau-brasil, etc; População: termo que designa o conjunto de organismos da mesma espécie. Inicialmente usado para grupos humanos, depois ampliados para qualquer or- ganismo. Exemplo: grupo de peixes-palhaço; Comunidade: conjunto das populações que vivem numa mesma região. Tam- bém chamado de “Comunidade Biológica”, “Biocenose” ou “Biótopo”. Exemplo: aves, insetos e plantas de uma região; Biocenose: são as diversas espécies que vivem em determinado local e intera- gem entre si; Biótopo: corresponde a uma parte do habitat. É uma área com condições am- bientais específicas que permitem a vida de determinadas espécies. Exemplo: trecho de uma floresta ou de uma lagoa; Ecossistema: conjunto de comunidades que interagem entre si e com o am- biente. Formado pela interação de biocenoses e biótopos. Exemplos: pode ser uma lagoa, uma floresta ou até um aquário; Bioma: reunião de ecossistemas com características próprias de diversidade biológica e condições ambientais. Exemplos: a Mata Atlântica, o Cerrado e a Amazônia são alguns dos biomas brasileiros; Biosfera: conjunto de todos os ecossistemas das diferentes regiões do plane- ta. É a reunião de toda a biodiversidade existente na Terra. Nesse contexto existem interações entre as comunidades bióticas que com- põem um ecossistema são chamadas de “Interações Biológicas” ou “Rela- ções Ecológicas” e determinam relações dos seres vivos entre si e o meio em que habitam para sobreviverem e se reproduzirem. 1.1.1 Relações entre os Seres Vivos Esta comunidade, formada por todos os indivíduos que fazem parte de um de- terminado ecossistema, possui diversas formas de interações entre os seres que a constituem, geralmente relacionadas à obtenção de alimento, abrigo, proteção, reprodução, etc. PÁGINA 11 As relações ecológicas podem ser classificadas Segundo o nível de interdepen- dência: Intraespecíficas ou Homotípicas: para seres da mesma espécie. Interespecíficas ou Heterotípicas: para seres de espécies diferentes. E segundo os benefícios ou prejuízos que apresentam: Relações Harmônicas: quando a resultada da associação entre as espécies é positiva, na qual um ou os dois são beneficiados sem o prejuízo de nenhum deles. Relações Desarmônicas: quando o resultado desta relação for negativo, ou seja, se houver prejuízos para uma ou ambas as espécies envolvidas. Ao deixar de observar essas relações podemos extinguir espécies ou deixá-las em vias de extinção, interfere-se na cadeia alimentar, afetando as predadoras daquelas, que passarão a ter dificuldades para arranjar alimentos, bem com as suas presas naturais, que terão desenvolvimento desenfreado. Isso constitui um ciclo vicioso de desequilíbrio ambiental que chegará às espécies da flora, que também sofrerão com o desequilíbrio, tanto de predadores naturais quanto de espécies polinizadoras.Preservar os animais, portanto, não é só uma questão ecológica e cultural. A interferência da destruição e extinção prematura de espécies da fauna incide diretamente na vegetação e, por consequência, em todo o bioma, afetando também os rios e cursos d’água e a qualidade do ar, além das populações que estão economicamente ligadas à pesca, à caça ou ao extrativismo. Fonte: Conceitos básicos da ecologia e níveis de organização. Disponível em: http://educacao. uol.com.br/disciplinas/biologia/relacoes-ecologicas-os-tipos-de-relacionamento-entre-os-seres- -vivos.htm. Acesso 10 abr.2018. 1.1.1.1 A importância das inter-relações ecológicas Conhecer e compreender as inter-relações existentes entre os inúmeros seres vivos existentes na terra é fundamental para a sobrevivência e desenvolvimen- to da espécie humana. As relações ecológicas se particularizam pela forma de interação que os se- res vivos mantêm entre si sendo categorizadas de acordo com os benefícios e/ ou prejuízos que trazem aos organismos. A espécie humana construiu desde sua origem, uma relação ímpar com a natureza para suprir suas necessidades. PÁGINA 12 Essa convivência necessita ser harmoniosa e organizada. Antunes (2002) diz que a história tem demonstrado que o homem consegue, durante um período, viver isolado, mas não durante toda a sua existência, pois o homem é, por sua natureza, animal social e político, vivendo em multidão, ainda mais que todos os outros animais, o que se evidencia pela natural neces- sidade. Portanto, é na sociedade que o homem encontra condições favoráveis para o seu desenvolvimento. Os organismos estabelecem relações mútuas entre si e com o ambiente físico, baseado nas interações que ocorrem no mundo natural. O entendimento dos diferentes fenômenos que englobam es- sas relações e interações entre seres vivos (incluindo o ho- mem) e os componentes abióticos é amplamente discutido à luz de teorias ecológicas. O ambiente é alterado, físico e qui- micamente, pela maneira como os indivíduos realizam suas atividades. Também as interações entre organismos, têm influ- ência na vida de outros seres, da mesma espécie e de espé- cies diferentes. (BEGON, 2007, p. 223). Na natureza os seres vivos mantêm entre si vários tipos de interações ecológi- cas que podem ser consideradas como sendo harmônicas ou positivas e desar- mônicas ou negativas. As interações harmônicas ou positivas são aquelas em que não há prejuízo para as espécies participantes e vantagem para, pelo menos, uma delas. As interações desarmônicas ou negativas são aquelas no qual pelo menos uma das espécies participantes é prejudicada, podendo existir benefício para uma delas. Com a exploração de determinado conjunto de recursos, cada espécie define o seu nicho ecológico, também entendido como o papel desempenhado por esta espécie no ecossistema. Se não existissem competidores, predadores e parasitas em seu ambiente, uma espécie seria capaz de viver sob maior amplitude de condições ambien- tais (seu nicho fundamental) do que faria na presença de outras espécies que a afetam negativamente (seu nicho realizado). Por outro lado, a presença de espécies benéficas pode aumentar a gama de condições em que uma espécie consegue sobreviver. Dentro de cada um dos tipos de interações mencionados acima, ainda pode- mos classificá-las em interações intraespecíficas e interespecíficas, conforme ocorre entre indivíduos da mesma espécie ou entre espécies diferentes respec- PÁGINA 13 tivamente, conforme tabela abaixo que mostra os principais tipos de interações ecológicas possíveis de ocorrer entre organismos de duas espécies. Essas relações ecológicas são muito importantes, pois garantem a sobrevivên- cia dos diferentes seres vivos e ajudam no combate da densidade populacio- nal, de modo que favorecem o equilíbrio ecológico. Para Leripio (2001), ecossistema é o conjunto formado pelo meio ambiente, pe- los seres que aí vivem e pela dependência recíproca. É a unidade fundamental da ecologia. São exemplos de ecossistemas: uma floresta, uma lagoa, uma campina, um aquário, etc. Quando não se consegue repor os recursos, ou quando sua reposição é me- nor que o consumo considera-se que este recurso é limitado. A abundância ou escassez influencia a distribuição das espécies e no desenvolvimento de uma sociedade. Por exemplo, uma pequena quantidade de água doce em um deter- minado ambiente poderá limitar o interesse de investimentos na área. Relações Interações Harmônicas Interações Desarmônicas Intra Específica Colônia (+)Sociedade (+) Competição. Principais tipos de interações ecológicas entre os seres vivos (-) Inter Específica Mutualismo (+ +) Cooperação (+ +) Comensalismo (+0) Inquilismo (+0) Epifitismo (+ 0) Competição (- -) Parasitismo (+ -) Predatismo (+ -) Amensalismo (+ -) Tabela 01 -1principais tipos de interações ecológicas possíveis de ocorrer entre organismos de duas espécies. Disponível em: http://biomania.com.br/artigo/interacoes-ecologicas. Acesso em 10 abr. 2018. Essa relação de escassez e/ou abundância nos leva a refletir sobre como se dá o equilíbrio ecológico que consiste na relação entre os organismos vivos entre si com o ecossistema, assegurando a sobrevivência das espécies, bem como a preservação dos recursos naturais. A sociedade que apresentar um ecossistema perturbado e não buscar um equi- líbrio ecológico receberá cedo ou tarde resposta pelos seus atos, pois e impor- tante ressaltar que a espécie humana não é só a que mais contribui para esse desequilíbrio, mas também, é a mais atingida pelas alterações ambientais. 1 * O sinal (+) indica vantagem para a espécie, o sinal (-) indica prejuízo para a espécie, e o sinal (0) indica que a espécie não é beneficiada nem prejudicada. PÁGINA 14 SAIBA MAIS Vale lembrar que o ecossistema com sua capacidade de resiliência tende a re- verter naturalmente um quadro de desequilíbrio, no entanto, nem sempre isso é possível, ou o tempo necessário para que o equilíbrio ecológico seja estabe- lecido novamente é muito grande, o que pode causar outras alterações ainda mais graves, pois para se garantir equilíbrio ambiental, basta proteger o ecos- sistema. Os ecossistemas são sistemas equilibrados e cada espécie viva tem o seu pa- pel no funcionamento do ecossistema que pertence. Para Leripio (2001) a existência da cobertura vegetal e diversidade genética da flora local, depende diretamente da ação de alguns integrantes da Fauna Silvestre, tendo os insetos voadores e pássaros como maiores protagonistas dessas ações, pois com suas estratégias de obtenção de alimento em busca do néctar das flores, procede a polinização, carregando involuntariamente os grãos de pólen em seus corpos e permitindo que esses grãos fecundem flores de outras árvores da mesma espécie em áreas diferentes. O autor citado complemente que as aves e mamíferos frugívoros são conside- rados os “plantadores da mata”, pois se alimentam dos frutos nativos e procede a dispersão das sementes pelas fezes em todas as áreas de sua existência. O controle populacional é outra importante função dos animais silvestres na natu- reza, pois eles integram uma cadeia alimentar bem organizada, onde os con- sumidores primários dependem da flora em equilíbrio para sobreviverem pois são animais herbívoros e servem de alimento para os consumidores secundá- rios (algumas espécies de serpentes, corujas e mamíferos carnívoros de médio porte) que por sua vez são predados pelos consumidores terciários ou os cha- mados “animais topo de cadeia” representados pelas aves de rapina, répteis e mamíferos carnívoros de grande porte. Que os animais cumprem um papel muito importante para o equilíbrio do pla- neta, pois, são os principais responsáveis pela respiração, fenômeno capaz de equilibrar a fotossíntese. A fotossíntese precisa de luz solar, água e gás carbô- nico para produzir açúcares. Os animais, ao respirarem, quebram essas molé- culas e absorvem a energia armazenada, liberando a água e o gáscarbônico novamente (fundamental para a vida vegetal). E, embora as plantas também respirem, sua liberação de gás carbônico é mais lenta. Em um ambiente sem animais haveria uma forte tendência ao gás carbônico se fixar nas plantas, in- terrompendo a fotossíntese e aumentando o efeito estufa produzido pela cama- da de gás carbônico. Fonte: Conceitos básicos da ecologia e níveis de organização. Disponível em: http://educa- cao.uol.com.br/disciplinas/biologia/relacoes-ecologicas-os-tipos-de-relacionamento-entre-os-se- res-vivos.htm. Adaptado. Acesso 22 abr.2018 PÁGINA 15 REFLITA As plantas e os animais são essenciais para a manutenção da vida na Terra. As plantas fazem, entre outras coisas, a fotossíntese, absorvendo gás carbô- nico e liberando oxigênio. Os animais são agentes polinizadores, garantindo a germinação de novas árvores. Um beneficia ao outro, e todos são beneficiados. Por isso é tão importante à proteção ambiental. Você consegue imaginar este planeta sem plantas e animais? Por que é importante cuidar dos animais e do meio ambiente? Talvez você nunca tenha pensado a respeito disso, no entanto os animais estão sempre presentes em nosso cotidiano e muitas vezes não da- mos conta de sua presença. Se estendermos essa pergunta ao universo eco- lógico, vamos perceber que sem os animais habitando o planeta Terra a vida simplesmente iria se extinguir. Fonte: Por que é importante cuidar dos animais e do meio ambiente. Disponível em: https:// www.lbv.org/por-que-e-importante-cuidar-dos-animais-e-do-meio-ambiente. Adaptado. Acesso 22 abr.2018 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os problemas ambientais desencadeiam uma série de questionamentos sobre suas causas e consequências. Essas causas e consequências afetam a rela- ção entre os homens e deles com a natureza. O ser humano deve observar os exemplos da natureza e ter a consciência de que a biosfera tem limites e que estes devem ser respeitados. Sendo necessá- rio repensar práticas, costumes e padrões de consumo e tecnologias emprega- das, pois com os paradigmas atuais, não haverá planeta suficiente para manter a sociedade com a inclusão que ainda precisa ser feita. Desta maneira, diante da intensa degradação da natureza, medidas urgentes devem ser tomadas por todos a benefício do homem e do próprio meio ambien- te a fim de minimizar os impactos negativos que tem levado os recursos natu- rais e a escassez em nome da melhoria da qualidade de vida. Estamos cada vez mais questionando o atual modelo de desenvolvimento, por isso entendemos a necessidade de termos um olhar para o passado compreen- der a natureza e aplicar este conhecimento a benefício do homem e da própria natureza. Segundo Lerípio (2001, p. 2), a relação meio ambiente e desenvolvimento deve deixar de ser conflitante para tornar-se uma relação de parceria. O ponto chave da questão passa a ser a necessidade de uma convivência pacífica entre a boa qualidade do meio ambiente e o desenvolvimento econômico. REFERÊNCIAS ANTUNES, Ricardo L. C. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. 6. ed. São Paulo: Boitempo, 2002. BEGON, Michael, Colin R. Townsende Jonh L. Hasper.Tradução Adriano San- ches Ecologia de Indivíduos a Ecossistemas. 4ªEdição. Artmed Editora. Por- to Alegre, 2007. LERIPIO, Alexandre de Ávila. Apostila de Gestão da Qualidade Ambiental. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. UFSC, 2001. LEITURA COMPLEMENTAR Olhando o passado e o futuro: revendo pressupostos sobre as inter- -relações pessoa-ambiente. http://www.scielo.br/scielo.php?pi- d=S1413-294X2003000200003&script=sci_arttext.Acesso em: 28.abr.2018 http://www.vomtmgotgmocmdomrofmrofmocmkmkv. Acesso em: 28.abr.2018 http://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/relacoes-ecologicas-os-tipos-de- -relacionamento-entre-os-seres-vivos.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em 29. Abr 2018 http://biomania.com.br/artigo/interacoes-ecologicas. Acesso em 29. Abr 2018 VÍDEO COMPLEMENTARES SUGERIDO Relações Ecológicas: https://www.youtube.com/watch?v=SZbMnJ99q3U Relações Ecológicas. https://www.youtube.com/watch?v=SZbMnJ99q3U&t=5s Relações Ecológicas https://www.youtube.com/watch?v=SB5jkiM4R8g PÁGINA 18 CAPÍTULO 2 INTRODUÇÃO DA RELAÇÃO DE DEPREDAÇÃO DO SER HUMANO SOBRE O MEIO AMBIENTE PLANO DE ESTUDOS E OBJETIVOS DA UNIDADE I Apresentar a evolução do processo de degradação ambiental, analisando os impactos decorrentes da produção industrial e as alternativas para mitigar tais impactos. Gerar informações e abordagens de como intensificar as oportunida- des para melhor conservar o ambiente e para a escolha de alternativas para resolução de problemas socioambientais, tanto para as presentes como para as futuras gerações. Despertar a consciência ambiental das pessoas para a ne- cessidade de uma preservação ambiental. Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco Objetivos de Aprendizagem: • Compreender os processos e as causas do desmatamento; • Compreender os pontos positivos e negativos da industrialização; • Estabelecer a importância socioeconômica dessa relação para a sustentabilidade; • Refletir sobre os impactos ambientais decorrentes da produção industrial e as alternativas para mitigar tais impactos. Plano de Estudo: • Causas do desmatamento e as Perdas da biodiversidade; • Êxodo rural; • Causas da Industrialização; • Poluição ambiental devido industrialização. PÁGINA 19 INTRODUÇÃO A interferência desordenada humana no meio ambiente é a grande causadora da perda da biodiversidade mundial. Desta forma a importância de preservar as plantas e os animais têm sido cada vez mais discutida na atualidade. Plantas e animais têm sido exterminados de maneira muito rápida pela ação humana. As matas e florestas são de extrema importância para o equilíbrio ecológico do planeta Terra e para o bom funcionamento climático. Desta forma dentre as principais causas da perda de biodiversidade, destacam- se a destruição de habitat, a introdução de espécies exóticas e uso exagerado de recursos naturais. A biodiversidade é ameaçada pela introdução de espécies exóticas. Ao inse- rirmos uma espécie nova em um ambiente que não é o seu, ela pode competir com as outras, predar fortemente algumas espécies, reproduzir-se exagerada- mente e até mesmo provocar doenças. Percebe-se, portanto, que essa ação pode provocar a destruição de algumas espécies, afetando diretamente o equi- líbrio daquele ecossistema. Consequentemente posterior a estes fatos no Brasil, o desenvolvimento de ati- vidades industriais gerou diversos problemas para a economia, com destaque para o encarecimento dos alimentos e o agravamento do problema de escas- sez de mão de obra. 1. INTRODUÇÃO DA RELAÇÃO DE DEPREDAÇÃO DO SER HUMANO SO- BRE O MEIO AMBIENTE 1.1 Degradação ambiental causada pelo desmatamento Se voltássemos na história, perceberíamos que o homem sempre estabele- ceu uma relação de dominação com a natureza, e com o passar dos tempos, cada geração viveu em realidades sociais e culturais diferentes. No entanto, a descrição dos relatos de um passado distante pode favorecer o enriquecimento dos argumentos nas discussões e reflexões sobre a relação sociedade natu- reza no tempo e no espaço buscando impedir a devastação de toda forma de vida no planeta. Por volta de 1966, no governo criou uma política de incentivos fiscais em nome do desenvolvimento econômico. Na época os agricultores para terem direito de receber o incentivo financeiro para plantar e adquirir equipamentos necessita- vam assumir compromisso de desmatar. PÁGINA 20 O governo entendia que para desenvolver havia necessidade de desmatamen- to para expansão de atividades produtivas e maior obtenção de solo para a agropecuária, uso das árvores na indústria madeireira e a especulação imobi- liária. Após anos de incentivos à produção e à ocupação de terras, os sinais de des- truição ficam mais claros. Em 1978, a área desmatada chegou a 14 milhões de hectares. Esse processo de desmatamento trouxeprejuízos ambientais e so- cioeconômicos muito significativos como: • A ocorrência de desequilíbrios climáticos com diminuição das chuvas de- vido à alteração das áreas de mata e do clima, causando grandes perío- dos de estiagem, e redução da umidade relativa do ar, pois com a remo- ção das folhagens há uma queda da regulação da temperatura ambien- tal, deixando-a mais alta e instável; • Perda de biodiversidade da fauna e flora nativas e com isso, o equilíbrio ecológico pode tornar-se ameaçado; • Degradação de mananciais ao remover a proteção das nascentes e pre- judicar a impermeabilização do solo em torno da água; • O esgotamento dos solos com a intensificação de processos de erosão e desertificação. Além dos problemas anteriormente citados, para a sociedade o desmatamento ainda traz diversos prejuízos como o enfraquecimento do ecoturismo, diminui- ção das possibilidades de pesquisas para a área de fármaco, perda qualidade da água, aumento da resistência a doenças e pragas na agricultura que pro- vém muitas vezes do cruzamento entre espécies nativas próximas. Segundo Castro (2005), a exploração de madeiras no Brasil foi responsável pelo desaparecimento de espécies de árvores e animais que perderam seu ha- bitat. Para Margulis (2003) a pecuária constitui a principal atividade responsável pela maior parte do desmatamento. Nesse sentido, Castro (2007) complementa que uma das principais soluções a serem adotadas para a preservação do meio ambiente seria a implantação de políticas que visem o desenvolvimento sustentável, através do fortalecimento do comércio de carbono. O desmatamento, também chamado de desflorestamento, nas florestas brasi- leiras começou no instante da chegada dos portugueses ao nosso país, no ano de 1500. Interessados no lucro com a venda do pau-brasil na Europa, os por- PÁGINA 21 tugueses iniciaram a exploração da Mata Atlântica. As caravelas portuguesas partiam do litoral brasileiro, carregadas de toras de Pau-Brasil para serem ven-didas no mercado europeu. Enquanto a madeira era utilizada para a confecção de móveis e instrumentos musicais, a seiva avermelhada do pau-brasil era usa-da para tingir tecidos. Desde então, o desmatamento em nosso país foi uma constante. Depois da Mata Atlântica, foi a vez da Floresta Amazônica sofrer as consequências da derrubada ilegal de árvores. Em busca de madeiras de lei como o mogno, por exemplo, empresas madeireiras instalaram-se na região amazônica para fazer a exploração ilegal. Embora os casos da Floresta Amazônica e da Mata Atlânti- ca sejam os mais problemáticos, o desmatamento ocorre nos quatro cantos do país. Além da derrubada predatória para fins econômicos, outras ormas de atuação do ser humano tem provocado o desmatamento. A derrubada de matas tem ocorrido também nas chamadas frentes agrícolas. Para aumentar a quantidade de áreas para a agricultura, muitos fazendeiros derrubam quilômetros de árvo- res para o plantio. O crescimento das cidades também tem provocado a diminuição das áreas ver- des. O crescimento populacional e o desenvolvimento das indústrias deman- dam áreas amplas nas cidades e arredores. Áreas enormes de matas são derrubadas para a construção de condomínios residenciais e polos industriais. Rodovias também seguem neste sentido. Cruzando os quatro cantos do país, estes projetos rodoviários provocam a derrubada de grandes faixas de florestas. Outro problema sério, que provoca a destruição do verde, são as queimadas e incêndios florestais. Muitos deles ocorrem por motivos econômicos. Proibidos de queimar matas protegidas por lei, muitos fazendeiros provocam estes incêndios para ampliar as áreas para a criação de gado ou para o cultivo. Também ocorrem incêndios por pura irresponsabilidade de motoristas. Bombeiros afirmam que muitos in- cêndios têm como causa inicial as pontas de cigarros jogadas nas beiradas das rodovias. PÁGINA 22 Gráfico 01: Desmatamento da Amazônia Legal (1988- 201) Inpe (Instituto Nacional Pes- quisas Espaciais). Disponível em: Inpe (Instituto Nacional Pesquisas Espaciais). Acesso 20 abr.2018. Segundo dados do relatório de organizações como Greenpeace (2017) O des- matamento da floresta amazônica no Brasil é contínuo, mas o tamanho das áreas afetadas vive uma rotina de altos e baixos nas últimas duas décadas. A prática na região já teve crescimento de 29% (entre 2012 e 2013), bem como reduções de até 42% (entre 2008 e 2009). Complementando segundo Curi (2011) a evolução do impacto humano so- bre o meio ambiente. Pré-história e antiguidade O ser humano não contava com técnicas aprimoradas para manipular o meio ambiente, o que reduzia seu impacto ambiental no ecossistema local, a popula- ção mundial ainda era pequena. Idade Média e Idade Moderna A agricultura era a atividade econômica predominante. Embora promovesse o desmatamento das florestas nativas, o impacto ambiental do homem ainda não tinha atingido seu ápice. Revolução Industrial em diante O poder de manipulação da natureza atinge seu potencial máximo, transfor- mando por completo o meio ambiente e produzindo impactos profundos e irre- versíveis. PÁGINA 23 SAIBA MAIS Que a biodiversidade refere-se à quantidade de variedade biológica animal e vegetal existente em um ecossistema e que automaticamente constitui a bios- fera. A biodiversidade se desenvolve a partir da inter-relação entre os seres vivos, seja animal ou vegetal, mais os elementos naturais indispensáveis ao desen- volvimento da vida, como sol, água, ar, somente como isso pode haver a proli- feração de todo e qualquer tipo de vida. Exemplos da ação do homem e suas consequências na biodiversidade do pla- neta: • Eliminação ou alteração do habitat pelo homem - é o principal fator da diminuição da biodiversidade. A retirada desordenada da camada de vegetação nativa para construção de casas ou para atividade agrope- cuária altera o meio ambiente. Em média, 90% das espécies extintas acabaram em consequência da destruição de seu habitat; • Superexploração comercial - ameaça muitas espécies marinhas e al- guns animais terrestres; • Poluição das águas, solo e ar - estressam os ecossistemas e matam os organismos; • Introdução de espécies exóticas - ameaçam os locais por predação, competição ou alteração do habitat natural. Fonte: A biodiversidade. Disponível em: http://www.tomdamata.org.br/mata/causasperda. asp. Acesso 10 abr. 2018. PÁGINA 24 REFLITA Hoje, no mundo todo, as crianças e os adolescentes representam 31% da po- pulação. Eles estão crescendo num mundo mais acelerado do que aquele vivido por quem hoje possui uma idade superior aos 70 anos, por exemplo. As informações chegam de forma global mais rapidamente, e não se pode supor que eles não saibam dos perigos que corre o planeta Terra. Em ritmo igual- mente acelerado, o desmatamento prossegue, colocando em risco todas as chances que terão de transformar o mundo para melhor Fonte: Meio ambiente. Disponível em> .https://www.lbv.org/por-que-e-importante-cuidar-dos- -animais-e-do-meio-ambiente Adaptado. Acesso 22 abr.2018 1.1.1 Industrialização e seus efeitos No Brasil somente no final do século XIX e começo do século XX que grandes fazendeiros de São Paulo que enriqueceram com o café, começaram a investir no setor industrial de forma significativa, havendo desta forma grande investi- mento no desenvolvimento industrial nas grandes cidades da região Sudeste. Além do capital interno investido pelos cafeicultores, houve a abertura da eco- nomia com incentivos fiscais para o capital internacional e muitas nações euro- péias investiram seu capital na produção agrícola, na urbanização e no extra- tivismo de riquezas naturais no Brasil. Diversas multinacionais principalmente montadoras de veículos, construíram grandes fábricas em cidades como São Paulo, São Bernardo do Campo, Guarulhos, Santo André, Diadema, Belo Hori- zonte e Rio de Janeiro. Segundo SILVA (2013, p.166) no século XX, o processo de industrialização e a mecanizaçãoda agricultura muitos trabalhadores rurais migraram para as cidades atraídos em busca de trabalho nas fábricas e melhores salários, e o re- sultado disso foi o êxodo rural do Nordeste para o Sudes- te do país. Os migrantes nordestinos fugitivos da seca do Nordeste e do desemprego foram em busca de trabalho e melhores condições de vida nas grandes cidades do Su- deste. Com a industrialização as cidades consolidaram ainda mais seu poder, concen- traram um número ainda maior de habitantes. Fortaleceram o papel na condu- ção da vida social das nações. PÁGINA 25 Esse fato acabou por gerar certo conforto para os empresários que tinham a sua disposição grande massa de trabalhadores ou mão de obra que poderiam trabalhar por um preço irrisório, intensificando a exploração humana por parte dos detentores emergentes dos novos meios de produção. Vale ressaltar que agregado a Revolução Industrial ocorreu também uma Re- volução Agrícola. A utilização de novos métodos agrícolas, rotação de safras, sementes selecionadas e o surgimento de novos equipamentos agrícolas, pro- duziram um extraordinário aumento na produção de alimentos. Grandes proprietários rurais passaram a investir na tecnologia de produção agrícola, fato que levou a agricultura ter como fonte principal do progresso téc- nico a mecanização e o desenvolvimento de produtos químicos e biológicos, optando pela monocultura, ou seja, uma área de cultivo muito grande com uma mesma espécie. Outro fato relacionado à migração interna ou ao êxodo rural ocorreu com a construção de Brasília, no final da década de 1950. Muitos migrantes do Norte e Nordeste do país foram em busca de empregos na região central do país, principalmente na construção civil. As cidades satélites de Brasília cresceram desordenadamente, causando vários problemas sociais, que persistem até os dias de hoje. Com o advento da revolução industrial tornou-se possível adaptar à máquina a ferramenta antes empunhada pelo homem. A máquina pode, agora, executar trabalhos anteriormente executados de forma manual. A habilidade manual dei- xa de ser necessária; o trabalhador hábil, especializado, criativo, nos padrões anteriores, deixa de ter importância. A atividade do operário passa a ser a de vigiar e acompanhar as operações executadas pela máquina. Este processo estendeu-se com força durante as décadas de 70 e 80, entre- tanto como as cidades não ofereciam infraestrutura adequada aos migrantes, passam a residir em habitações sem boas condições como favelas e cortiços. Como os empregos não eram suficientes para todos, e como agravante a gran- de maioria dos imigrantes não possuíam qualificação necessária para o traba- lho especificado, muitos deles partiam para o mercado de trabalho informal, e outros acabavam incorporando à grande massa dos mendigos. Outro problema causado pela revolução industrial e consequentemente pelo do êxodo rural foi o agrupamento de pessoas na mesma área (urbana), aumentan- do a violência, principalmente nos bairros de periferia. Como são bairros caren- tes sem hospitais e escolas, as populações destes locais acabaram sofrendo com o atendimento destes serviços. Escolas com excesso de alunos por sala de aula e hospitais superlotados foram e são as consequências deste fato. PÁGINA 26 Os municípios rurais também acabam sendo afetados pelo êxodo rural. Com a diminuição da população local, diminui a arrecadação de impostos, a produção agrícola decresce e muitos municípios acabam entrando em crise. Há casos de municípios que deixam de existir quando todos os habitantes deixam a região. Desta forma a disponibilidade de pessoas nas áreas rurais vem diminuin- do constantemente nos últimos anos chegando a taxas de urbanização de até 94% em alguns estados da região sul e sudeste do Brasil, de acordo com dados do IBGE. Ou seja, de cada 100 habitantes, apenas 6 ainda vivem em áreas rurais nestas regiões. Além disso, à distância entre o campo e as cidades vem se encurtando e o acesso às tecnologias tem se tornado a cada dia mais evidente. De acordo com dados da ONU, em 2050, 60% da população mundial residi- rá nas cidades, realidade muito diferente da década de 50, quando para cada 2 moradores da zona rural, existia aproximadamente 1 morador das cidades, conforme demonstra o gráfico abaixo. Gráfico 02: Êxodo rural no mundo, 1950 - 2030. Fonte: ONU, 2012 Entretanto, os efeitos da Revolução Industriais no Brasil foram positivos em muitos aspectos, pois ocorreu um enorme aumento da produtividade, em fun- ção da utilização dos equipamentos mecânicos, da energia a vapor e, poste- riormente, da eletricidade, que passaram a substituir a força animal. PÁGINA 27 “O processo de urbanização influiu positivamente em al- guns indicadores nacionais, no decorrer do século XX. Os principais exemplos foram a queda da mortalidade infantil (que passou da taxa de 150 mortes para cada mil nascidos vivos em 1940 para 29,6 em 2000), o aumento da expec- tativa de vida (40,7 anos de vida média em 1940 para 70,5 em 2000), a queda da taxa de fertilidade (6,16 filhos por mulher em idade fértil em 1940 para 2,38 em 2000) e o ní- vel de escolaridade (55,9% de analfabetos em 1940 para 13,6% em 2000). Foi notável também a ampliação do sa- neamento e a ampliação da coleta de lixo domiciliar, mas apesar da melhora referida alguns desses indicadores ain- da deixam muito a desejar.” (MARICATO, 2005, p. 01) Segundo Hobsbawm (1986), a Revolução Industrial foi provedora de conforto e transformações sociais para aquelas classes em que ocorreram as menores alte-rações na sua forma de vida. Paralelamente, elas receberam os maiores benefícios materiais decorrentes desse processo. Esta classe social, tampouco percebeu que estava perturbando a classe operá- ria com este novo modo de produção. Que a classe média e os que aspiravam esta condição social ficaram satisfeitos com as transformações ocorridas. Para aqueles que eram pobres, a Revolução Industrial destruiu hábitos de vida sem que fosse oferecida uma nova condição social. Foi à própria desagrega- ção social. Era o nascimento de uma sociedade industrial, cujo a maioria tinha como úni- ca fonte de renda, o salário. Diferentemente, a sociedade pré-industrial detinha suas terras e oficinas artesanais, que de algum modo, suplementava a renda obtida no trabalho fabril. Relacionado à questão ambiental um dos aspectos negativos é que a revolu- ção industrial trouxe aumento da poluição do ar e dos rios, pois muitas indus- triais passaram a jogar produtos químicos e lixo em rios e córregos. Uso de mão de obra infantil (na primeira etapa da industrialização). A industrialização trouxe um mundo de consumo, que convive com a miséria social, com o desprezo e a falta das condições mínimas, muitas vezes, de so- brevivência. O Brasil possui uma grande quantidade de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. Assim, por representar um país subdesenvolvido emergente, a pobre- za no Brasil apresenta elevados patamares. PÁGINA 28 Na observação de José Bengoa (1996): “pobreza é um conceito difícil de definir, mas que todo mundo entende quando se o menciona. Talvez porque cada qual, cada indivíduo sabe perfeitamente o que seria para ele e sua família uma situação de pobreza. Para um poderia ser não comer; para outro, vestir-se pobremente, para um terceiro, baixar seu nível de vida habitual. São muito imprecisas, portanto, as definições habituais sobre a pobreza. Fala-se que a ‘pobreza absoluta’ seria aquela em que a pessoa não pode alimentar-se com o mínimo sufi- ciente para sua manutenção fisiológica. Para Falcão e Costa, 2014, p. 51 no livro (Brasil sem miséria) a pobreza é en- tendida atende por diversos nomes: “insuficiência de renda; acesso precário à água, energia elétrica, saúde e moradia; baixa escolaridade; inseguran- ça alimentar e nutricional; formas precárias de inserção no mundo do trabalho, entre outros. As diversas característi- cas que traduzem as distintas manifestaçõesda pobreza têm expressão no território e assim se pode afirmar que a miséria tem nome, endereço, cor e sexo e, embora a renda também seja um indicador de pobreza, trata-se de um me- canismo insuficiente para medir o bem-estar. A pobreza se manifesta, sobretudo, em privação do bem-estar. Com isto, afirmamos que a pobreza é um fenômeno multidimensio- nal e, portanto, requer também indicadores não monetários para seu dimensionamento. No ano de 2011 foi anunciada a linha de extrema pobreza oficial do Plano Bra- sil sem miséria: renda familiar per capita de R$ 70 reais – posteriormente atua- lizada, em 2014, para R$ 77 reais per capita. A linha de extrema pobreza foi estabelecida com base em parâmetros interna- cionais, como a linha do Banco Mundial de US$ 1,25 por dia. Segundo dados oficiais do Ministério de Desenvolvimento de Combate à fome, existiam no Brasil até o ano de 2012 cerca de 16,27 milhões de pessoas em condição de “extrema pobreza”, ou seja, com uma renda familiar mensal abaixo dos R$70,00 por pessoa. O gráfico abaixo mostra a evolução da desigualdade de renda no Brasil desde 1976. A medida adotada é o Coeficiente de GINI1, tido como padrão internacio- 1 Desenvolvido pelo matemático italiano Corrado Gini, o Coeficiente de Gini é um parâmetro internacional usado para medir a desigualdade de distribuição de renda entre os países. PÁGINA 29 nal para mensurar a desigualdade de renda. Gráfico 03: Evolução da desigualdade de renda no Brasil desde 1976. Fonte: www.ipea.gov.br. IPEA (Instituto de Pesquisa e Estatística Aplicada) Quanto menor o Coeficiente de GINI, menor é a desigualdade de renda dentro de um país. Para que as pessoas melhorem de vida, e o abismo entre ricos e pobres diminua, a renda das famílias mais pobres precisam crescer. Mas nada disso é possível se um país não desenvolver como um todo. Devido a algumas políticas de combate à desigualdade social promovida nos últimos anos, a desigualdade social no Brasil vem caindo, chegando em 2012 a níveis de 1960. Em 2015, o coeficiente de desigualdade no Brasil atingiu 0,514. (Pnad, 2015). Vale lembrar que ultrapassar esse valor não significa abandonar a pobreza por completo, mas somente a pobreza extrema. PÁGINA 30 Figura 01: Desigualdade de renda no mundo. Fonte: Banco Mundial (2014). De acordo com o artigo 3º da Constituição Federal para a erradicação da po- breza e das desigualdades, objetivo fundamental da República constitucionali- zado é necessário modificar-se os padrões de relações culturais e econômicas que as provocam e que aprofundam a exclusão, inclusive as sustentadas pela atividade estatal na implementação de políticas públicas, na formulação de leis e no julgamento das demandas levadas aos tribunais, como: I. construir uma sociedade livre, justa e solidária; II. garantir o desenvolvimento nacional; III. erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades so- ciais e regionais; IV. promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Complementando, a Declaração e o Programa de Ação de Viena traz expressa- mente que “a existência de situações generalizadas de extrema pobreza inibe o pleno e efetivo exercício dos direitos humanos” (I - 14). Afirma, também, que: PÁGINA 31 “a pobreza extrema e a exclusão social constituem uma violação da dignidade humana e que devem ser tomadas medidas urgentes para o conhecimento maior do proble- ma da pobreza extrema e de suas causas, particularmen- te aquelas relacionadas ao problema do desenvolvimento, visando a promover os direitos das camadas mais pobres, pôr fim à extrema pobreza e à exclusão social e promover uma melhor distribuição dos frutos do progresso social. É essencial que os Estados estimulem a participação das camadas mais pobres nas decisões adotadas em relação às suas comunidades, à promoção dos direitos humanos e aos esforços para combater a pobreza extrema”. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, mais de 30% das mortes que acontecem todos os dias estão relacionadas às causas da pobreza extrema, como fome, diarreia, pneumonia e tuberculose. Morre-se por doenças que po- deriam ser prevenidas e curadas com custo muito baixo. Famílias que estão na linha da pobreza extrema convivem com um enorme so- frimento diário. E podem estar em uma situação duplamente difícil ao verem suas crianças doentes e capturadas em um ciclo vicioso: miséria, internação, reinternação e até morte. Como ressalta o Informe de Desenvolvimento Humano 2000 do PNUD, “a er- radicação da pobreza constitui uma tarefa importante dos direitos humanos no século XXI. Um nível decente de vida, nutrição suficiente, atenção à saúde, educação, trabalho e proteção contra as calamidades não são simplesmente metas do desenvolvimento, são também direitos humanos”. A miséria traz ainda consequências como a violência, as drogas e a criminali- dade, baixo desempenho nas escolas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define violência como o uso de força física ou poder, por ameaça ou na prática, contra si próprio, outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade, que resulte ou possa resultar em sofrimento, morte, dano psicológico, desenvolvimento prejudicado ou privação. Essa defini- ção agrega a intencionalidade à prática do ato violento propriamente dito, des- considerando o efeito produzido No tocante as drogas, seu uso causa problemas irreparáveis a saúde das pes- soas, e para sua produção muitas vezes causa desmatamento e perda de bio- diversidade. Além disso, é comum que o cultivo dessas plantas devido queima- das das plantações, que ocorrem antes da polícia chegar às regiões de plantio. A poluição também pode ser gerada durante o processo de secagem das fo- lhas de tabaco, feito em estufas que requerem a queima de madeira, nem sem- PÁGINA 32 SAIBA MAIS pre proveniente de reflorestamento. O problema do descarte inadequado englo- ba praticamente todas as drogas de origem química, com ênfase às bitucas de cigarro. São consumidos cerca de 140 milhões de cigarros por ano no Brasil. O mau hábito de descartar bitucas no chão leva a contaminação pelo perigoso acetato de chumbo e nicotina, e outras cerca de 50 substâncias comprovadamente cancerígenas a rios e mares. Desta forma não difícil de compreender a relação existente entre a ação do homem e o aumento do número de doenças. O impacto negativo do ho- mem no ambiente tem relação direta com a saúde, uma vez que necessitamos dos componentes do meio ambiente para a nossa sobrevivência. É impossível sobreviver sem acesso à água e ao ar, por exemplo. Se esses elementos estão comprometidos, nossa saúde também ficará. Que ao longo do tempo, as sociedades pré-industriais e industriais passaram por sucessivos estágios de transformação, o que gerou diretas consequências sobre os tipos de produção de mercadorias e a forma de inserção destas no mercado. Fase pré-industrial (artesanal): a fase da atividade artesanal – isto é, quando essa prática era o modo de produção predominante – estendeu-se desde a An- tiguidade até o século XVII. A produção era individual e centrada na figura do artesão, que atuava desde o início do processo produtivo até, por vezes, a co- mercialização de seus produtos. Fase manufatureira: as primeiras indústrias pautavam-se na manufatura, ou seja, no trabalho manual. Essa fase estendeu-se durante o século XVII até meados do século XVIII, quando se iniciou, na Inglaterra, o processo de Re- volução Industrial. Utilizava-se o trabalho manual e máquinas simples com a inauguração do processo de divisão de tarefas e a formação das classes traba- lhadoras (os assalariados) e as patronais (os patrões). Fase maquinofatureira ou industrial: podemos dizer que a fase industrial pro- priamente dita ocorreu após o início da I Revolução Industrial com a invenção de maquinários capazes de intensificar a produção e empregar um maior nú- mero de trabalhadores, além de produzirem novose variados tipos de merca- dorias. Com o tempo, essa atividade aperfeiçoou-se com a Segunda e Terceira Revoluções Industriais. PÁGINA 33 REFLITA Fase pós-industrial: embora não haja consenso sobre esse termo, a fase pós- industrial seria aquela em que as indústrias, embora ainda muito importantes, deixam de desempenhar um papel central no cerne das sociedades em uma etapa recente. A principal característica, nesse caso, é o deslocamento do em- prego para o setor terciário (comércio e serviços), em um fenômeno que os economistas chamam de terciarização da economia. Fonte: sociedades pré-industriais e industriais. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/ geografia/industrializacao-seus-efeitos.htm . Acesso: 22 abr .2018 A pobreza extrema e a exclusão social constituem uma violação da dignida- de humana. Ninguém quer ser estigmatizado com a definição de carência; que não tem renda suficiente para sua manutenção. Ao aceitar a pobreza e assumi- -la seria o mesmo que desistir de lutar. Entretanto segundo um dado oficial do Ministério de Desenvolvimento de Combate à fome - 2012, existiam no Brasil até esse ano cerca de 16,27 milhões de pessoas em condição de “extrema po- breza”, ou seja, com uma renda familiar mensal abaixo dos R$70,00 por pes- soa. Em 2011 foi anunciada a linha de extrema pobreza oficial do Plano Brasil sem Miséria: renda familiar per capita de R$ 70 reais – posteriormente atualiza- da, em maio de 2014, para R$ 77 reais per capita. A linha de extrema pobreza foi estabelecida com base em parâmetros internacionais, como a linha do Ban- co Mundial de US$ 1,25 por dia. PÁGINA 34 CONSIDERAÇÕES FINAIS As florestas são imprescindíveis para a manutenção dos recursos hídricos para abastecimento das cidades, onde vive a maioria da população. O desmatamen- to incontrolado e insano está causando a desertificação e levará atalmente ao desabastecimento de água e à formação de solo improdutivo para a produção de alimentos. A natureza trabalha e produz na forma cíclica, mostrando o cami- nho para a atuação do homem. Todos os tipos de plantas sejam as rasteiras, os arbustos, as árvores ou as flores, têm uma importância indispensável para a nossa qualidade de vida. As plantas nutrem os solos e ajudam a produzir alimentos e água. Suas folhas ser- vem como adubos para a terra e tornam a natureza rica e viva. Desta maneira, diante da intensa degradação da natureza, medidas urgentes devem ser tomadas por todos a benefício do homem e do próprio meio ambien- te a fim de minimizar os impactos negativos que tem levado os recursos natu- rais e a escassez em nome da melhoria da qualidade de vida. DESTAQUES DO CAPÍTULO 1. Revolução industrial no Brasil e as consequências para o ambiente; 2. Êxodo rural e o desequilíbrio ambiental causado pela urbanização; 3. Inicio do processo de degradação ambiental no Brasil com objetivo de desenvolver. REFERÊNCIAS ANTUNES, Ricardo L. C. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. 6. ed. São Paulo: Boitempo, 2002. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. O Brasil sem miséria / organizadores: Tereza Campello, Tiago Falcão, Patricia Vieira da Costa. – Brasília: MDS, 2014. 848 p. : gráfs, mapas, tabs. CASTRO, E. Dinâmica socioeconômica e desmatamento na Amazônia. No- vos Cadernos NAEA, v. 8, n. 2, p. 5-39, Pará: dez. 2005. [Links] CASTRO, M. H. M. Amazônia: Soberania e Desenvolvimento Sustentável. Brasília: Confea, 2007. 120p. – (Pensar Brasil). [Links] CURI, D. Gestão ambiental. Pearson Education do Brasil. São Paulo, 2011. Hobsbawm, Eric J. Da Revolução Industrial Inglesa ao imperialismo. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1986. LERIPIO, Alexandre de Ávila. Apostila de Gestão da Qualidade Ambiental. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. UFSC, 2001. MARGULIS, S. Causas do Desmatamento da Amazônia Brasileira. Banco Mundial – Brasília: julho, 2003. [Links] MARICATO, Ermínia. Questão Fundiária Urbana no Brasil e o Ministério das Cidades. 2005. Disponível em: usp.Br. SILVA, Angela Corrêa da (Org.). Geografia: contextos e redes. São Paulo: Moderna, 2013. LEITURA COMPLEMENTAR Conheça o Novo Código Florestal Brasileiro na íntegra e algumas de suas peculiaridades discutidas por diferentes autores acessando os links: <http://www.planalto.gov.br/civil_03/_ato2011-2014/2012/lei/L12651 compilado.htm>Acesso em: 28.abr.2018 <http://codigoflorestal.sistemafaep.org.br/wp-content/uploads/2012/11/novo- codigoflorestal.pdf>Acesso em: 28.abr.2018 <http://www.aci-scs.org.br/uploads/conteudo/386/NOVO%20CODIGO%20 FLORESTAL%20-%20RESUMO.pdf>. Acesso em: 28.abr.2018 http://www.vomtmgotgmocmdomrofmrofmocmkmkv. Acesso em: 28.abr.2018 http://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/relacoes-ecologicas-os-tipos-de- relacionamento-entre-os-seres-vivos.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em 29. Abr 2018 http://biomania.com.br/artigo/interacoes-ecologicas. Acesso em 29. Abr 2018. O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO E SEUS IMPACTOS NO MEIO AMBIENTE URBANO - http://www.google.com.br/ KEwiJo_2b89DaAhWBg5AKHRr1A5wQFggvMAE&url=http%3A%2F%2Fwww. ceap.br%2Fmaterial%2FMAT2004201302831. pdf&usg=AOvVaw1CfCfQbtoMSOh7rZ_2xRUF PÁGINA 37 VÍDEO COMPLEMENTARES SUGERIDO Documentário Mata Atlântica - Paulo Rufino- Produção Casa de Cinema RBMA Reserva da Biosfera da Mata Atlântica http://int.search.myway.com/search/video.jhtml?n=783A119B&p2=%5EY6% 5Exdm063%5ES22307%5Ebr&pg=video&pn=1&ptb=E06F8736-A110-45D0- 8CC8-2E2CA8381A75&qs=&searchfor=desmatamento+or igem+&si=CNr- V4r_7i9UCFQkGkQod9RsGsg&ss=sub&st=tab&tpr=sbt&trs=wtt vídeo exibido na Record News falando sobre o desmatamento na Amazônia e em como a região Sudeste colabora com isso. http://int.search.myway.com/search/video.jhtml?n=783A119B&p2=%5EY6% 5Exdm063%5ES22307%5Ebr&pg=video&pn=1&ptb=E06F8736-A110-45D0- 8CC8-2E2CA8381A75&qs=&searchfor=desmatamento+or igem+&si=CNr- V4r_7i9UCFQkGkQod9RsGsg&ss=sub&st=tab&tpr=sbt&trs=wtt PÁGINA 38 CAPÍTULO 3 DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE PLANO DE ESTUDOS E OBJETIVOS DA UNIDADE III Compreender a diferença entre crescimento e desenvolvimento, e a necessida- de de antes de qualquer planejamento e ação para o desenvolvimento deve -se pensar na sustentabilidade econômica, social e ambiental. Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco Objetivos de Aprendizagem: Que esta unidade possa contribuir de forma significante na compreensão do conceito de desenvolvimento assim como a transição para sustetabilidade, en- tendendo o que as dimensões e os objetivos do desenvolvimento sustentável proporcionam para uma sociedade. E mais do que isso, que a sustentabilidade possa tornar uma prática diária proporcionando melhoria de qualidade da vida do homem e de todos os seres vivos na Terra e ao mesmo tempo respeitando a capacidade de produção dos ecossistemas nos quais vivemos. Plano de Estudo: • Compreender as contradições entre o atual modelo de desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente; • Compreender as três visões predominantes sobre a questão: desenvol- vimento, preservação e conservação; • Conhecer os conceitos essenciais da questão: recursos renováveis e não-renováveis, desenvolvimento sustentável. PÁGINA 39 INTRODUÇÃO Após conhecermos as relações existentes entre os seres vivos na natureza, e compreendermos o início do processo degradatório do meio ambiente no Bra- sil, chegamos o momento de entender que o planeta Terra começa a pedir so- corro, e não podemos mais ter as mesmas atitudes que tínhamos no passado. Para (SALES, 2013, p.62) os sistemas biológicos são inerentemente sustentá- veis, pois quando o equilíbrio entre os sistemas biológicos é perturbado esses se comportam de maneira a restaurá-lo. A sustentabilidade deve ser concebida como a capacidade de manutenção e conservação da vida. Um processo de desenvolvimento em constante adapta- ção da sociedade na busca por qualidade de vida, incluindo a satisfação de suas necessidades básicase de ampliação de suas liberdades e potencialida- des. O conceito de desenvolvimento com sustentabilidade pressupõe o atendimento das necessidades não apenas atuais, mas também, das futuras gerações te- rem recursos naturais em quantidade e qualidade necessária. Satisfazer a ne- cessidades da geração atual e futura sem exaurir os recursos naturais não é ta- refa fácil, porém imprescindível para a própria manutenção da espécie humana no planeta Terra. Para desenvolver de forma sustentável uma sociedade necessita exercer ativi- dades com planejamento e o reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. Desenvolvimento não deve ser confundido apenas com crescimento econômi- co, pois este, em princípio, depende do consumo crescente de energia e re- cursos naturais. O desenvolvimento nestas bases é insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende. Desta forma espera-se que o aluno compreenda que desenvolvimento significa produzir, propondo em suas atividades projetos, soluções e tecnologias susten- táveis, capazes de reduzir ou eliminar os impactos ambientais causados pelo homem na exploração dos recursos naturais, procurando harmonia entre os ob- jetivos de desenvolvimento econômico, social e a conservação ambiental. PÁGINA 40 1. DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 1.1- Conceito De Desenvolvimento Sustentável O ser humano desde a sua existência busca transformar os recursos naturais a seu favor, pois desenvolver, transformar, progredir faz parte da sua natureza. Entretanto ao longo da história o próprio conceito de desenvolvimento tem so- frido diversas alterações. Quando falávamos em crescimento econômico entendíamos que estávamos desenvolvendo, e nem se quer imaginávamos que uma simples palavra como desenvolvimento pudesse significar tanto para uma nação como para o meio ambiente. Dizer que uma nação cresceu, significa q ue e la r ealmente e sta progredindo, avançando, mas não necessariamente significa que está desenvolvendo, pois desenvolvimento engloba crescer além do aspecto geográfico, econômico, mas também social, dando condições dignas para que a população possa ter mora- dia, alimento, saúde, lazer, educação, etc. Importante ressaltar que o aspecto ambiental nem era comentado, neste conceito de desenvolvimento implantado. Entre os indicadores de mensuração do crescimento econômico, está o Pro- duto Interno Bruto (PIB, que pode ser definido como “o valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos em um país em um dado período de tempo” (SALES, 2013, p.62) nos setores de agropecuária, serviços e indústria. Dessa forma, quando comparado o PIB de um ano e este é superior ao ante- rior, houve crescimento do país, o oposto, recessão. (PASSOS, 2012). Já o conceito de Desenvolvimento Econômico está relacionado à melhoria do bem- estar da população. PÁGINA 41 Furtado (1983, p.90) distingue os conceitos de crescimento e desenvolvimento da seguinte forma: “Assim, o conceito de desenvolvimento compreende a idéia de crescimento, superando-a. Com efeito: ele se re- fere ao crescimento de um conjunto de estrutura comple- xa. Essa complexidade estrutural não é uma questão de nível tecnológico. Na verdade, ela traduz a diversidade das formas sociais e econômicas engendrada pela divisão do trabalho social. Porque deve satisfazer às múltiplas neces- sidades de uma coletividade é que o conjunto econômico nacional apresenta sua grande complexidade de estrutura. Esta sofre a ação permanente de uma multiplicidade de fa- tores sociais e institucionais que escapam à análise eco- nômica corrente [...] O conceito de crescimento deve ser reservado para exprimir a expansão da produção real no quadro de um subconjunto econômico. Esse crescimento não implica, necessariamente, modificações nas funções de produção, isto é, na forma em que se combinam os fa- tores no setor produtivo em questão”. Com a definição dada pelo autor constata-se que o crescimento econômico nem sempre garante o desenvolvimento, ou seja, mesmo que haja crescimento na geração de riqueza se esta não for distribuída de forma justa, não necessa- riamente trará melhorias na qualidade de vida da população em geral. Para Sachs (2004, p.13): “... os objetivos do desenvolvimento vão bem além da mera multiplicação da riqueza material. O crescimento é uma condição necessária, mas de forma alguma suficiente (muito menos é um objetivo em si mesmo), para se alcan- çar à meta de uma vida melhor, mais feliz e mais completa para todos”. Para Sachs (2004, p.13) o termo desenvolvimento sustentável abrange oito di- mensões da sustentabilidade, pois somente se considera desenvolvimento sus- tentável quando há o atendimento de todas as dimensões: ambiental, econômi- ca, social, cultural, espacial, psicológica, política nacional e internacional. Brasileiro (2006, p.88) aponta que: “embora tenha ocorrido uma evolução so- bre o conceito nas últimas décadas, a atual busca pelo desenvolvimento con- tinua primando pelo crescimento econômico, em primeiro plano, continuando a negligenciar a distribuição desigual das riquezas; o agravamento da pobreza e exclusão social; a precarização das relações de trabalho; e o esgotamento dos recursos naturais’”. Já o termo “desenvolvimento sustentável” surgiu a partir de estudos da Organi- zação das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas. Nasceu com a inten- PÁGINA 42 REFLITA ção de dar uma resposta para a humanidade diante da crise social e ambiental pela qual o mundo passava. O Conceito de desenvolvimento sustentável, conforme o Relatório de Brun- dtland1 de 1991 pressupõe um modelo de desenvolvimento que “atenda às ne- cessidades da atual geração, sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades”. Desenvolvimento sustentá- vel traz melhoria na qualidade de vida de todos os habitantes do mundo sem aumentar o uso de recursos naturais além da capacidade da Terra. A construção do conceito de desenvolvimento sustentável continuou durante a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, da ONU, realizada em Joanesburgo, África do Sul, em 2002. Garantir a sustentabilidade do meio ambiente é garantir, antes de qualquer coi- sa, que a fome, a pobreza e a miséria estarão afastadas definitivamente e, com isso, terminará a dura realidade que força as pessoas a praticar a exploração predatória dos recursos disponíveis em determinadas áreas. Pois só com uma situação de vida regular, os habitantes de uma determinada região poderão tor- nar-se permeáveis as “novas idéias”. Assim, será que estamos próximos de uma sociedade que realmente possui um desenvolvimento sustentável e vive com sustentabilidade? Fonte: Promoção da sustentabilidade. Disponível em: http://www.atitudessustentaveis.com.br/ conscientizacao/desenvolvimento-sustentabilidade-meio-ambiente/. Acesso 08.abr.2018. 1.1.1 AS DIMENSÕES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL A Declaração de Joanesburgo estabelece que o desenvolvimento sustentável se baseia em três pilares: desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental, Conforme demonstrado abaixo na figura 01. 1 Relatório Brundtland é o documento intitulado Nosso Futuro Comum (Our Common Future), publicado em 1987. PÁGINA 43 Figura 01: Desenho esquemático relacionando parâmetros para se alcançar o desenvolvimento sustentável. Disponível em: Revista Visões 4ª Edição, Nº4, Volume 1 - Jan/Jun 2008. Acesso em: 18 abri. 2018. Segundo dados publicados em 2004 pela Revista Economia e Desenvolvimen- to, n° 16, (Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, Joanesburgo 2002), o desenvolvimento sustentável pode requerer ações distintas em cada região do mundo, os esforços para construir um modo de vida verdadeiramente sustentável requer a integração entre: • Crescimento e Equidade Econômica – Lançar os olhos para todas as nações de forma que possam estar integradas promovendo um crescimento responsável. Saber usaros recursos do planeta de forma eficiente, visando um mercado competitivo que busque a internacionalização de custos ambientais. Assim, a sustentabilidade seria alcançada pela racionalização econômica local, nacional e planetária. Para se implementar a sustentabilidade necessário seria a racio- nalização econômica local e nacional (RATTNER, 1999). • Conservação de Recursos Naturais e do Meio Ambiente – Buscar redu- zir o consumo de recursos, e diminuir a poluição e conservar os habitats naturais. • Desenvolvimento Social – buscar a igualdade de condições, de acesso a bens, da boa qualidade dos serviços necessários para uma vida digna, em que as pessoas possam ter emprego, alimento, educação, energia, serviço de saúde, água e saneamento, respeito aos seus direitos trabalhistas e as suas diversidades culturais. PÁGINA 44 Complementando Ignacy Sachs, citando (MONTIBELLER-FILHO, 2004) enten- de que para atingirmos a sustentabilidade do ecodesenvolvimento precisamos contemplar cinco dimensões: a. Sustentabilidade social: o processo deve se dar de maneira que reduza substancialmente as diferenças sociais. b. Sustentabilidade econômica: define-se por uma “alocação e gestão mais eficientes dos recursos e por um fluxo regular do investimento público e privado”. A eficiência econômica deve ser medida, sobretudo em termos de critérios macrossociais. c. Sustentabilidade ecológica: compreende o uso dos potenciais inerentes aos variados ecossistemas compatíveis com sua mínima deterioração. d. Sustentabilidade espacial/geográfica: pressupõe evitar a excessiva con- centração geográfica de populações, de atividades e do poder. Busca uma relação mais equilibrada cidade/campo. e. Sustentabilidade cultural: significa traduzir o “conceito normativo de eco- desenvolvimento em uma pluralidade de soluções particulares, que res- peitem as especificidades de cada ecossistema, de cada cultura e de cada local”. f. Entretanto, SEM (2000, p.18) concorda com todas as dimensões ante- riormente citadas e complementa que é necessário incorporar entre elas o fim da pobreza, da tirania, da carência de oportunidades econômicas e o fim da negligência dos serviços públicos, da intolerância ou interferên- cia excessiva de Estados repressivos. PÁGINA 45 E segundo o Relatório da Comissão Brundtland, uma série de medidas deve ser tomada pelos países para promover o desenvolvimento sustentável. Entre elas: • limitação do crescimento populacional; • garantia de recursos básicos (água, alimentos, energia) a longo prazo; • preservação da biodiversidade e dos ecossistemas; • diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias com uso de fontes energéticas renováveis; • aumento da produção industrial nos países não-industrializados com base em tecnologias ecologicamente adaptadas; • controle da urbanização desordenada e integração entre campo e cida- des menores; • atendimento das necessidades básicas (saúde, escola, moradia). Já em âmbito internacional, as metas propostas pelo Relatório da Comissão Brundtland estabelecem: • adoção da estratégia de desenvolvimento sustentável pelas organiza- ções de desenvolvimento (órgãos e instituições internacionais de finan- ciamento); • proteção dos ecossistemas supra-nacionais como a Antarctica, oceanos, etc, pela comunidade internacional; • banimento das guerras; • implantação de um programa de desenvolvimento sustentável pela Or- ganização das Nações Unidas (ONU). Algumas outras medidas para a implantação de um programa minimamente adequado de desenvolvimento sustentável são: • uso de novos materiais na construção; • reestruturação da distribuição de zonas residenciais e industriais; • aproveitamento e consumo de fontes alternativas de energia, como a so- lar, a eólica e a geotérmica; • reciclagem de materiais reaproveitáveis; • consumo racional de água e de alimentos; • redução do uso de produtos químicos prejudiciais à saúde na produção de alimentos. PÁGINA 46 REFLITA SAIBA MAIS Com o desenvolvimento das atividades industriais vieram grandes impactos ambientais e isso não é nenhum segredo. O ritmo acelerado dessas ativida- des impede que o meio ambiente tenha tempo necessário para se recuperar do consumo dos seus recursos pelo homem e dos resíduos gerados por eles. Para tentar diminuir esse impacto, vários estudos e discussões vêm sendo rea- lizados há mais de duas décadas pelos países, principalmente no que diz res- peito ao desenvolvimento sustentável. Isso trouxe algumas melhorias ao longo dos anos, mas muito ainda tem que ser feito diante desse problema global vi- sando atitudes mais sustentáveis. Desenvolvimento sustentável e sustentabili- dade, esses dois termos por muitas vezes se confundem, mas têm significados distintos. Fonte: desenvolvimento das atividades industriais. Adaptado. Disponível em: <http://www. teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/sustentabilidade-e-desenvolvimento-sustentavel- -conheca-a-diferenca>. Acesso em: 20 mar.2018. Sustentabilidade é a capacidade de se sustentar, de se manter. Já o desenvol- vimento sustentável pode ser entendido como desenvolvimento que satisfaz as necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das ge- rações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades. Esses termos foram inicialmente discutidos na Conferência de Estocolmo (1972) e vem sendo discutido nas últimas décadas, mas foi na World Commis-sion on Environment and Development (WCED, 1987) que se tornou conhecido e posteriormente popular na Eco 92. O termo sustentável tem sentido amplo, sendo um adjetivo derivado do verbo latino sustentare, que significa o que pode ser mantido, que pode ser perpetua- do, estando implícito o fator tempo. O termo desenvolvimento sustentável foi divulgado no informativo nosso futuro comum (WCED, 1987) o qual cita também três fatores das quais o desenvolvi- mento sustentável depende completamente: PÁGINA 47 a. um alto valor deve ser dado aos recursos naturais, á biodiversidade bio- lógica e á purificação da água e do ar, promovida pelo meio ambiente natural; b. pessoas devem descobrir e trocar informações sobre novas tecnologias que resultem em mais trabalho, aperfeiçoem o uso de recursos naturais renováveis e aumentem a produção de alimentos; c. igualdade e justiça devem ser promovidas entre todas as pessoas e ge- rações para reduzir a pobreza, a violência e construir melhores comuni- dades; d. Esses três fatores podem ser resumidos no tripé do desenvolvimento: Eficiência (sustentabilidade econômica); equidade (sustentabilidade so- cial) e conservação (sustentabilidade ambiental). No Southern African Perspectives (1997) foram reunidas outros seis aspectos do desenvolvimento sustentável: a. ênfase na interdependência entre desenvolvimento e a conservação de recursos; b. um horizonte de longo tempo; c. a natureza multidimensional do conceito que implica na dificuldade para conciliar interesses governamentais e instituições acadêmicas; d. incorpora externalidades ambientais (no tempo, no espaço, de um setor para outro, de uma população para outra) tratando-as como problemas não resolvidos; e. possui enfoque participativo; f. defende uma estreita relação entre pesquisa e política; g. conceitualização de desenvolvimento sustentável se baseia, grande par- te, das inúmeras tentativas de enfrentar os erros, deficiências e injusti- ças do sistema industrializado imposto no período pós-guerra. E a sustentabilidade: O desenvolvimento sustentável é o que promove a sus- tentabilidade. Os planos de desenvolvimento sustentável buscam a sustentabi- lidade de duas maneiras: a. Sustentabilidade tecnológica - são planos baseados na crença de que a tecnologia pode expandir os limites das atividades econômicas e solu- cionar a escassez de recursos, compensando danos ambientais. Esses planos baseiam-se na inovação tecnológica acoplada a um sistema de avaliação que reflete o verdadeiro custo de uso e disponibilização dos recursos naturais, e são desenvolvidosem resposta ao inevitável cresci- mento da população humana, a urgente necessidade de mais trabalho e PÁGINA 48 ao desejo de melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os economis- tas referem-se a sustentabilidade tecnológica como uma fraca sustenta- bilidade, pois é alcançada pela manutenção ou perpetuação do estoque de capital total, ou seja, dos serviços e bens que satisfaçam as necessi- dades e desejos humanos. b. Sustentabilidade ecológica - são os planos que se fundamentam nos avanços do conhecimento ecológico e de proteção ambiental, requeren- do níveis reduzidos ou estáveis de crescimento populacional e de uso dos recursos naturais, para manter as atividades humanas dentro dos limites impostos pelo meio ambiente. Isso significa viver dentro da capa- cidade de suporte do meio ou sustentação ecológica, cujo os sistemas naturais norteiam o modelo de desenvolvimento econômico, como por exemplo: resíduos da construção civil torna-se matéria prima para outras atividades; uso dos recursos naturais a taxas renováveis, sem exceder a capacidade natural de purificação da água e do ar. A sustentabilidade é promovida pelo desenvolvimento sustentável, é determi- nada pelo anseio de condições sociais e econômicas tais como altos níveis de participação da população e baixos níveis de desemprego. Sustentabilidade é um processo que envolvem várias vertentes precisando ain- da de muitos debates em todos os níveis da sociedade buscando: a. reconhecer a necessidade de reduzir seu excesso de consumo em be- nefício daqueles que não possuem condições de consumir o mínimo ne- cessário; b. a mudança do modo de vida, privilegiando a redução ou eliminação de insumos não renováveis; c. reciclagem em geral; d. a educação ambiental em todas as suas facetas; e. a conservação dos recursos hídricos, florestais e solos. Ações como essa ajudam a não passar pela dificuldade da escassez de re- cursos que é uma ameaça eminente já para as gerações presentes. Cada um fazer sua parte, tentar pensar mais coletivamente e se conscientizar de que fa- zemos parte do meio ambiente e o que fazemos com ele prejudicamos a nós mesmos, já são primeiros passos em direção ao desenvolvimento sustentável. Fonte: Sustentabilidade é a capacidade de se sustentar. Disponível em: <http://pontobiologia. com.br/o-que-e-sustentabilidade-e-desenvolvimento-sustentavel/>. Acesso em: 20 mar.2018. PÁGINA 49 CONSIDERAÇÕES FINAIS O consumismo exige cada vez mais a exploração dos recursos naturais e mi- nerais do planeta. E para amenizarmos esta situação, precisamos pensar na sustentabilidade am- biental, sem esquecer dos demais setores da sociedade, envolvendo o lado econômico, político, educacional e a saúde, pois ser sustentável proporcionara melhoria de qualidade de vida. Para que a sociedade possa consumir, atender suas necessidades sem exau- rir os recursos naturais, as empresas devem desenvolver produtos ecologica- mente corretos e com materiais que não agridem o meio ambiente. Sustentabilidade envolve diversas escolhas de uma sociedade como mudanças de paradigmas, de atitudes pessoais, compreendendo que é um esforço indi- vidual partindo para um esforço e envolvimento de toda a sociedade, exigindo uma nova forma de produzir sem degradar o meio ambiente. É desenvolver um planejamento em longo prazo pautado nas pessoas, no meio ambiente e na sobrevivência econômica de um local ou do planeta como um todo, com posturas firmes e estratégicas para diminuir os riscos ambientais e garantir o equilíbrio que ambiental Desenvolver projetos que alie produção e preservação ambiental, com uso de tecnologia adaptada a esse preceito e que sejam colocados como prioridade a cooperação e parceria tendo como fundamento o ambiente, o interesse social, o respeito à cultura de cada povo, à política e à democracia. Ser sustentável é não devem interferir nos ciclos naturais em que se baseiam tudo o que a resiliência do planeta permite e, ao mesmo tempo, não devem empobrecer seu capital natural, que será transmitida às gerações futuras. (Alves, 2015) Na maioria dos países emergentes, a questão do desenvolvimento sustentável tem caminhado de forma lenta. Embora haja um despertar da consciência am- biental, muitas empresas ainda buscam somente o lucro, deixando de lado as questões ambientais e sociais. É preciso que haja relações de parceria e coo- peração entre todas as nações para que todos os objetivos do desenvolvimento sustentável se tornem realidade. REFERÊNCIAS ALVES, José Eustáquio Diniz. Os 70 anos da ONU e a agenda global para o segundo quindênio (2015-2030) do século XXI. Rev. bras. estud. popul. [online]. 2015, vol.32, n.3, pp. 587-598. http://www.scielo.br/pdf/rbepop/ v32n3/0102-3098-rbepop-32-03-0587.pdf BRASIL, Ministério das Cidades, Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Plano Nacional de Saneamento Básico: Mais Saúde com Qualidade de Vida e Cidadania. HELLER, L. (coord.). 1. ed. Brasília: 2013, 173 p. BRASILEIRO, Maria Helena Martins. A organização social e produtiva como estratégia e fortalecimento do capital social em destinos turísticos. In Cadernos de análise regional. Programa de pós-graduação em desenvolvimento regional e urbano da Universidade de Salvador. Ano 9, v.5, nº1. Salvador: Universidade Salvador – UNIFACS, 2006. CMMAD - COMISSÃO MUNDIAL SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro Comum, 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1991 FURTADO, Celso. Teoria e Política do Desenvolvimento Econômico. 8ª ed. São Paulo: Ed. Nacional, 1983. MONTIBELLER FILHO, G. O mito do desenvolvimento Sustentável: meio ambiente e custos sociais no moderno sistema produtor de mercadorias. Florianópolis: Ed. Da UFCS, 2004. PASSOS, G.A.;. Análise Estatística Da Evolução Do Produto Interno Bruto Da Indústria Da Construção Civil Brasileira Utilizando Regressão Linear Simples. Revista GEINTEC: Gestão, Inovação e Tecnologias. São Cristóvão/SE – 2012. Vol. 2/n.5/ p.505-514. Disponível em:< http://www.revistageintec.net/portal/ index.php/revista/article/view/74/153 >. Acesso em: 12 abr. 2018. RATTNER, Henrique. Sustentabilidade: uma visão humanista. In: Ambiente e Sociedade, jul/dec. 1999, n. 5, p. 233-240. SACHS, Ignacy. Desenvolvimento: includente, sustentável, sustentado. Rio de Janeiro: Garamond, 2004. PÁGINA 51 SALES, A.P. Felicidade Interna Bruta: Aplicação e Discussão no Contexto de Cidades de Porte Médio Brasileiras. Revista CADE: Contabilidade, Administração, Direio e Economica. Mackenzie vol. 12 n. 1, 2013. LEITURA COMPLEMENTAR Leitura do texto Ambiente e economia: da Conferência de Estocolmo ao conceito de desenvolvimento sustentável.... - Veja mais em http:// educacao.uol.com.br/planos-de-aula/medio/geografia-ambiente-e-economia. htm?cmpid=copiaecola. Acesso 10 abr.2018. <http://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/sustentabilidade-e- desenvolvimento-sustentavel-conheca-a-diferenca>.Acesso 10 abr.2018. http://www.wwf.org.br/informacoes/questoes_ambientais/desenvolvimento_ sustentavel/. Acesso 10 abr.2018. http://ambiente.hsw.uol.com.br/desenvolvimento-sustentavel.htm. Acesso 10 abr.2018. http://planetasustentavel.abril.com.br/download/painel_inicial_casa_ sustentavel.pdf . Acesso 10 abr.2018. VÍDEO COMPLEMENTAR SUGERIDO Compreendendo as dimensões do desenvolvimento sustentável. Disponível em: http://int.search.myway.com/search/video.jht m l ? n = 7 8 3 A 1 1 9 B & p 2 = % 5 E Y 6 % 5 E x d m 0 6 3 % 5 E S 2 2 3 0 7 % 5 E b r & p g = v i d e o & p n = 1 & p t b = E 0 6 F 8 7 3 6 - A 11 0 - 4 5 D 0 - 8 C C 8 - 2 E 2 C A 8 3 8 1 A 7 5 & q s = & s e a r c h f o r = d e s e n v o l v i m e n t o + s u s t e n t % C 3 % - A1vel+&si=CNrV4r_7i9UCFQkGkQod9RsGsg&ss=sub&st=tab&tpr=sbt&trs=wtt. Acesso 09 abr.2018. O que é essa tal de sustentabilidade? Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=tBr6GvbeJvo. Acesso 09 abr.2018. Chuva Ácida - Efeito Estufa - Camada de Ozônio. Disponível em:https://www.youtube.com/watch?v=EBMy6zgGg_M.Acesso 09 abr.2018. PÁGINA 53 CAPÍTULO 4 MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE PLANO DE ESTUDOS E OBJETIVOS DA UNIDADE IV Conhecer os objetivos definidos pela ONU para o desenvolvimento sustentável, que trazem metas que devem der ser implementados por todos os países até 2030. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propõe diversos assuntos de elevada importância para a humanidade a fim de transformar a vida no pla- neta. Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco Objetivos de Aprendizagem: Levar a compreensão da importância de buscar integrar as dimensões, am- bientais, transformando os atuais padrões de desenvolvimento em um novo modelo que além de preservar os recursos naturais possa reduzir a pobreza, as desigualdades de renda e de gênero, a exclusão social, promova a paz, a segurança alimentar, o uso eficiente dos recursos, dentre outros desafios co- muns que os países enfrentam. Plano de Estudo: • Compreender os objetivos e as metas desenvolvimento sustentável (ODS) e seus benefícios para nossa sociedade; • Pensar em alternativas para promover o desenvolvimento sustentável em situações do cotidiano. PÁGINA 54 INTRODUÇÃO Os Objetivos para o Desenvolvimento do Milênio, foram formulados no ano de 2015, com objetivo de conciliar economia, ecologia e direitos humanos. Esses objetivos foram propostos durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), onde seus 193 Estados-membros aprovaram, por unanimidade, uma nova agenda global para os próximos quinze anos, baseada em 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS),subdivididos em 169 metas concretas que serão monitoradas por 300 indicadores. Para aprovação desses objetivos a ONU contou também a colaboração de diversos stakehol- ders e consultas em mais de 100 países. A proposta da ONU, não é apenas combater a fome e proteger o meio ambien- te, mas também incluem temas então ausentes como energia limpa, cidades sustentáveis, consumo e produção responsáveis, reduzir as diferenças entre homens e mulheres, igualdade de gênero e raça, entre outros. A Agenda 2030 deve ser amplamente discutida no meio acadêmico pelo fato de influenciar significativamente todos os seguimentos empresariais, os tomado-res de decisão, sejam eles formuladores de políticas públicas governamentais ou do setor privado. O mundo passa por um momento de transformações que devem nos levar a um novo modelo de desenvolvimento, social e ambientalmente mais adequado às necessidades humanas, e cujo sucesso só se alcançará se todos, tanto indi- vidual como coletivamente, seja nas corporações ou nos governos, se propuse- rem a fazer de forma diferente aquilo que está ao alcance de suas ações. PÁGINA 55 1. MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE 1.1 OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Para a Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD, 1991) os objetivos que derivam do conceito de desenvolvimento sustentável estão relacionados com o processo de crescimento da cidade e objetiva a con- servação do uso racional dos recursos naturais incorporados às atividades pro- dutivas. Entre esses objetivos estão: • Crescimento renovável; • Mudança de qualidade do crescimento; • Satisfação das necessidades essenciais por emprego, água, energia, ali-mento e saneamento básico; • Garantia de um nível sustentável da população; • Conservação e proteção da base de recursos; • Reorientação da tecnologia e do gerenciamento de risco. De acordo com o Guia sobre Desenvolvimento Sustentável, no ano de 2016 entrou em vigor a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) intitu- lada “Transformar o nosso mundo: Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentá- vel”. Para Alves (2015), “a concepção dos cinco P’s é eloquente, pois estabelece cinco prioridades equidistantes, projetadas dentro de um círculo, cujo centro é um pentágono, representando o “desenvolvimento sustentável”. No topo do de- senho estão colocadas as Pessoas (erradicação da pobreza), no nível interme- diário estão o Planeta (recursos naturais e clima) e a Prosperidade (bem-estar humano) e, na base do círculo, estão a Paz (sociedades pacíficas, justas e in- clusivas) e as Parcerias (governança global sólida). Os cincos componentes por sua vez sustentam o acordo com o estabelecido nos 17 objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS). Os temas definidos como ODS são muitos, mas basicamente têm um ponto em comum: tornar o desenvolvimento humano mais seguro e garantir condições de vida adequadas sob o ponto de vista social, ambiental e econômico. No coração da agenda 2030 estão cinco Eixos de atuação para o Desenvolvi- mento Sustentável, (5Ps da sustentabilidade), sendo: pessoas, prosperidade, paz, parcerias e planeta, conforme demonstrado na figura 01: PÁGINA 56 Figura 01: Os cinco P’s da Agenda 2030. Disponível - http://www.agenda2030.com.br/ . Acesso 18 mai.2018. Encontrar as interdependências entre os dezessete objetivos nos ajuda a en- contrar as raízes dos problemas e criar soluções sustentáveis de longo prazo. O objetivo de uma agenda é sempre, em primeiro lugar, organizar os temas e facilitar o entendimento das pessoas para, em seguida, mobilizar, engajar e convocar à ação. O desejo da Organização das Nações Unidas - ONU com estabelecimento dessa agenda é levar todos os países a aspirar o desenvolvi- mento, mas não a qualquer custo, em prejuízo de pessoas e do planeta. Para a ONU, “é fundamental que a agenda seja “sustentável”, isto é, equilibre novas respostas e soluções econômicas, ambientais e sociais, algo que ape- nas será possível se cada indivíduo, e cada uma das instituições (governos, empresas, organizações da sociedade civil) mudem atitudes e comportamentos na direção de um jeito melhor de viver no planeta no século 21”. Para melhor entendimento os Objetivos DO Desenvolvimento sustentável (ODS) significam: 1.1.1 Erradicação da pobreza: “Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares”: Para a ONU, este constitui o maior desafio entre todos para o atendimento do desenvolvimento sustentável. A ONU demonstra muita preocupação com o assunto e entende que um dos PÁGINA 57 caminhos para solucionar este sério problema é o estabelecimento parcerias que viabilizem a mobilização de recursos para a criação de programas e políti- cas que erradiquem a pobreza em todos os sentidos. Esses programas devem oferecer as populações vulneráveis condições míni- mas de sobrevivência e seja possível reduzir à metade a proporção de pessoas que vivem em situação de pobreza. Estabelecer parcerias e programas, não significa fornecer cestas básicas, pois não resolverá a situação. É preciso oferecer condições para que o cidadão te- nha possibilidade de se autossustentar por meio de um trabalho e uma remu- neração digna. 1.1.1.1 Fome zero e agricultura sustentável: “Acabar com a fome, alcan- çar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável”: Segundo a ONU, existem mais de 500 milhões de pessoas em situação de desnutrição no planeta. A meta do segundo objetivo do desenvolvimento sus- tentável é que, até 2030, os países desenvolvam programas e políticas que possam dobrar a produtividade dos pequenos agricultores, incluindo mulheres e povos indígenas, de modo a aumentar a renda de suas famílias. Esperamos que sejam realmente estabelecidos programas para este fim, que mostre a importância de produzir de forma sustentável, respeitando o meio am- biente, ou seja, produzir mais alimento na mesma área e não provocar ainda mais desmatamentos. De todo alimento produzido no mundo, mais de um terço é desperdiçado cus- tando aproximadamente US$750 bilhões à economia global anualmente. Entretanto, as perdas não se limitam apenas a esfera econômica, mas também de outros insumos que foram necessários para a produção, como a água, ener- gia e trabalho, emitindo ainda gases estufa ao longo do processo. (FAO – Sta- tistical Pocketbook 2015: world food and agriculture – Rome, 2015). A Declaração deRoma (1996) cita outras possíveis causas para a deficiência no sistema de distribuição e a consequente insegurança alimentar. Dentre elas estão conflitos, terrorismo, corrupção, mudanças climáticas, degradação do meio ambiente e a pobreza, citada anteriormente como sendo a principal raiz do problema de acessibilidade a alimentos no mundo. A declaração afirma ainda que nenhum ser humano em estado de fome terá preocupação com o meio ambiente. PÁGINA 58 1.1.1.1.1 Saúde e bem estar: “Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades”: As metas da Agenda 2030 estão não apenas a redução da mortalidade neona- tal, da obesidade e a erradicação de doenças como o HIV, a tuberculose e a malária, mas também a conscientização quanto ao uso de álcool e drogas e o esclarecimento cada vez maior em torno da saúde mental e da importância do bem-estar psicológico e físico. Fonte: http://www.agenda2030.com.br/ Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde pode ser definida como “um estado de completo bem-es- tar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidades”. Sendo assim, não basta apenas estar sem nenhuma doença, é necessário es- tar bem consigo mesmo e com o corpo, sem sentir dores ou até mesmo triste- za. 1.1.1.1.1.1 Educação de qualidade: “Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”: Este objetivo trata de todos os níveis educacionais, desde a primeira infância até a vida adulta, e tem como de suas metas garantir que a educação seja vi- ável para todas e todos, sem discriminação de gênero. Isso é importante pelo fato de que as meninas são as principais prejudicadas em seu desenvolvimen- to educacional, pois, em comparação aos meninos, a educação delas costu- ma ficar em segundo plano. Além disso, muitas são obrigadas a abandonar os estudos em função de casamentos e gestações precoces. Fonte: http://www. agenda2030.com.br/ Relacionado a este fato Philippi Jr et al (2002, p. 42) fala da importância da educação para o desenvolvimento sustentável: Falta evidentemente mais educação: educação do empre- sário, para que não despeje o resíduo industrial nos rios; educação dos investidores imobiliários, para que respeitem as leis de zoneamento e orientem os projetos de modo a preservar a qualidade de vida do povo; educação dos co- merciantes, para que não se estabeleçam onde a lei não permite e comprovem a conivência de autoridades públi- cas para a continuação de suas práticas ilegais, educação do político, para que não venda leis e decisões adminis- trativas, para que não estimule nem acoberte ilegalida- des, para que não faça barganhas contra os interesses do povo; educação do povo, para que tome consciência de PÁGINA 59 que cada situação danosa para o meio ambiente é uma agressão aos seus direitos comunitários e agressão aos di- reitos de cada um. 1.1.1.1.1.1.1 Igualdade de gênero: “Alcançar a igualdade de gênero e em- poderar todas as mulheres e meninas”: Objetiva erradicação de todas as formas de violência contra meninas e mulhe- res, uma das metas da Agenda 2030 é viabilizar que meninas e mulheres re- cebam os mesmos incentivos e oportunidades educacionais, profissionais e de participação política que meninos e homens, bem como o igual acesso a servi- ços de saúde e segurança. Fonte: http://www.agenda2030.com.br/ 1.1.1.1.1.1.1.1 Água potável e saneamento: “Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos”: Saneamento básico como o próprio nome já diz, é muito básico para que todas as pessoas não tenham acesso. A Agenda 2030 prevê como meta uma gestão mais responsável dos recursos hídricos, incluindo a implementação de saneamento básico em todas as regi- ões vulneráveis e a proteção dos ecossistemas relacionados à água, como rios e florestas. Fonte: http://www.agenda2030.com.br/ O gráfico abaixo traz as principais metas para saneamento básico no Brasil, que é fornecer água tratada a 99 % da população, esgoto sanitário a 93% e di- minuir as perdas de água tratada para 31%. PÁGINA 60 Gráfico 01. Principais metas para saneamento básico no Brasil. Fonte: Pano Nacional de Sa- neamento Básico – Plansab 2013. 1.1.1.1.1.1.1.1.1 Energia acessível e limpa: “Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia, para todos”: Mais do que oferecer acesso à energia a todas as pessoas, é garantir que a energia fornecida também seja limpa e barata, para que não haja prejuízos ao meio ambiente durante a sua produção e também e dificuldades de acesso pelas pessoas de baixa renda e em situação de vulnerabilidade. Fonte: http:// www.agenda2030.com.br/ No Setor Elétrico Brasileiro, o ano de 2016 foi marcado pela entrada de fonte solar fotovoltaica (FV) no Balanço Energético Nacional. O Brasil possui um quadro de dependência energética da geração das hidrelé- tricas e essa é uma questão que traz inúmeras complicações para o sistema de energia brasileiro. De acordo com o último Balanço Energético Nacional, realizado pelo Ministé- rio de Minas e Energia, em 2016, a geração hidráulica corresponde a 64% da Matriz Elétrica Brasileira, e ainda segundo o documento, pelo terceiro ano con- secutivo, houve redução da oferta de energia hidráulica, devido às condições hidrológicas desfavoráveis. 1.1.1.1.1.1.1.1.1.1 Trabalho descente e crescimento econômico: “Promo- ver o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, empre- go pleno e produtivo, e trabalho decente para todos”: Para garantir emprego principalmente para os jovens sem formação, a agenda estimula o empreendedorismo, criatividade e inovação, e incentivar a formali- zação e o crescimento das micros, pequenas e médias empresas, inclusive por meio do acesso a serviços financeiros”.Fonte: http://www.agenda2030.com.br/ 1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1 Indústria, novação e infra-estrutura: “Promover o cres- cimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos”: Buscar incentivar os países para promover as pesquisas científicas, dar condi- ções para as pessoas ter acesso à internet e assim tenham conhecimento de todas às novidades tecnológicas de produção, e os países menos desenvolvi- dos possam crescer na sua capacidade produtiva de forma que garanta susten- tabilidade. Fonte: http://www.agenda2030.com.br/ PÁGINA 61 1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1 Redução das desigualdades: “Reduzir a desigualda- de dentro dos países e entre eles”: Reduzir desigualdades é mais do que promover uma melhor distribuição de renda dentro das nações ou de romper com os privilégios comerciais de na- ções ricas em relação às mais pobres, mas também estreitar os laços entre as pessoas que ocupam os territórios do planeta, sejam elas nativas ou imigran- tes. A xenofobia é um problema grave, causador de diversas violências, e que faz com que várias pessoas se vejam marginalizadas e com menos oportuni- dades somente por serem de um território ou etnia diferente. Fonte: http://www. agenda2030.com.br/. 1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1 Cidades e comunidades sustentáveis: “Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles”: É visível a urbanidade do mundo, e essa situação ocasiona diversos problemas ambientais como: doenças, impermeabilização do solo, acumulo de lixo, polui- ção atmosférica, dos recursos hídricos, etc.. 1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1 Consumo e produção responsáveis: “Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis”: Com o consumismo e exaustão dos recursos naturais, teremos não apenas fal- ta de água, mas também com a falta de outros recursos, como alimentos, mi- nerais, energia, etc. Nesse caso a agenda estimula a redução da geração de resíduos e reutilização e reciclagem. Fonte http://www.agenda2030.com.br/. 1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1 Ação contra mudança global do clima: “Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos”:Apesar da diminuição do aumento do buraco na camada de ozônio, ainda es- tamos cada vez mais aumentando o desmatamento a poluição do ar, que são fatores que influenciam diretamente no aquecimento do planeta. As metas da Agenda 2030 é aumentar os investimentos dos países no desenvolvimento de tecnologias que permitam reduzir o desgaste do planeta. http://www.agen- da2030.com.br/. PÁGINA 62 1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1 Vida na água: “Conservar e usar sustentavel- mente os oceanos, os mares e os recursos marinhos para o desenvolvi- mento sustentável”: De acordo com a ONU, há 13 mil pedaços de plástico em cada quilômetro qua- drado do oceano. Uma das metas da agenda para este objetivo é aumentar a conscientização quanto à poluição dos oceanos. E prevê para 2030 o fim de todas as práticas ilegais de pescaria que prejudicam o ecossistema marinho. Fonte: http://www.agenda2030.com.br/. 1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1 Vida terrestre: Proteger, recuperar e promo- ver o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma susten- tável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degrada- ção da terra, e deter a perda de biodiversidade. Com o aumento dos desastres ambientais diversas regiões do planeta, como vazamentos de substâncias químicas, rompimento de barragens, incêndios, a Agenda 2030 tem como meta aumentar a mobilização para reverter as conse- quências dessas degradações e também para prevenir novos desastres. Fonte: http://www.agenda2030.com.br/. 1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1 Paz, justiça e instituições eficazes: Pro- mover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento susten- tável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis. A Agenda prevê que os países combatam a corrupção, a impunidade, as práti- cas abusivas e discriminatórias, a tortura, bem como todas as formas de restri- ção das liberdades individuais. Fonte: http://www.agenda2030.com.br/. 1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1.1Parcerias e meios de implementação: Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável Para que todos esses objetivos se tornem realidade, é importante que haja re- lações de parceria e cooperação entre as nações. Por isso, uma das metas da Agenda 2030 é que os países em melhores condições financeiras ajudem os “países em desenvolvimento a alcançar a sustentabilidade da dívida de lon- go prazo, por meio de políticas coordenadas destinadas a promover o financia- mento, a redução e a reestruturação da dívida, conforme apropriado, e tratar da dívida externa dos países pobres altamente endividados para reduzir o supe- rendividamento. Fonte: http://www.agenda2030.com.br/. PÁGINA 63 SAIBA MAIS REFLITA Em volta da Terra há uma frágil camada de um gás chamado ozônio (O3), que protege animais, plantas e seres humanos dos raios ultravioleta emitidos pelo Sol. Na superfície terrestre, o ozônio contribui para agravar a poluição do ar das cidades e a chuva ácida. Mas, nas alturas da estratosfera (entre 25 e 30 km acima da superfície), é um filtro a favor da vida. Sem ele, os raios ultravio- leta poderiam aniquilar todas as formas de vida no planeta. Na atmosfera, a presença da radiação ultravioleta desencadeia um processo natural que leva à contínua formação e fragmentação do ozônio, como na imagem abaixo: Fonte:O buraco na camada de ozônio. Disponível em: https://www.portalsaofrancisco.com.br/ meio-ambiente/buraco-na-camada-de-ozonio. Acesso 02 abr.2018. O porquê de os alimentos produzidos, apesar de suficientes, não suprem a po- pulação mundial? A mudança climática, os conflitos e a crise econômica mundial são as principais causas do aumento da fome? Leia mais: https://oglobo.globo.com/mundo/fome-no-mundo-aumenta-pela-pri- meira-vez-em-mais-de-10-anos-21827589. Acesso 09 abr.2018. PÁGINA 64 CONSIDERAÇÕES FINAIS A agenda 2030 sinaliza a compreensão por todos de que a humanidade pode e deve fazer escolhas por trajetórias tecnológicas, sociais, econômicas que ma- ximizem os ganhos para as Pessoas e para o Planeta, visando a Prosperidade e a Paz, de forma colaborativa, por meio de Parcerias. A agenda mostra a necessidade em reduzir a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reutilização e pensar na imensa oportunida- de para trabalhar em parcerias. Importante ressaltar que cerca de 5 a 20 milhões de pessoas falecem por ano por causa da fome e muitas delas são crianças e alterar essa situação significa buscar mudanças no estilo de vida da sociedade. A própria Constituição de 1988 em seu Preâmbulo, trata da erradicação da po- breza e da marginalização, mas, infelizmente, temos ainda “um longo caminho a percorrer. Garantir o alimento para todos, superar a miséria e a fome, exige mais que es- forço, e sim comprometimento de todos os agentes públicos e privados, aten- dendo às exigências e a busca da sustentabilidade social. DESTAQUES DO CAPÍTULO 1. Objetivos do desenvolvimento sustentável; 2. Combate a fome e a pobreza; 3. Fontes de energias renováveis. REFERÊNCIAS ALVES, José Eustáquio Diniz. Os 70 anos da ONU e a agenda global para o segundo quindênio (2015-2030) do século XXI. Rev. bras. estud. popul. [online]. 2015, vol.32, n.3, pp. 587-598. http://www.scielo.br/pdf/rbepop/ v32n3/0102-3098-rbepop-32-03-0587.pdf BRASIL, Ministério das Cidades, Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Plano Nacional de Saneamento Básico: Mais Saúde com Qualidade de Vida e Cidadania. HELLER, L. (coord.). 1. ed. Brasília: 2013, 173 p. CMMAD - COMISSÃO MUNDIAL SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro Comum, 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1991 PHILIPPI JR., Caffé, A., ROMÉRO, (ed.). Meio ambiente, direito e cidadania. São Paulo: Signus Editora, 2002. PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO-PNUD. Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Disponível em:<http://www.pnud. org.br/odm.aspx >. Acesso em: 13 abr.2018. LEITURA COMPLEMENTAR Material complementar ODS : http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_desenvsust/ODSportugues12fev2016. pdf. Acesso 09 abr.2018. Fonte de pesquisa: http://www.unmultimedia.org/radio/portuguese/conheca- os-novos-objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel/. Acesso 09 abr.2018. Novas propostas para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), Ecodebate, RJ, 18/07/2014 http://www.ecodebate.com.br/2014/07/18/novas- propostas-para-os-objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel-ods-artigo-de- jose-eustaquio-diniz-alves/. Acesso 09 abr.2018. Agenda 2030 . Disponível em: http://www.agenda2030.com.br/. Acesso 09 abr.2018. Agenda 2030 . Disponível em: http://www.pnud.org.br/arquivos/relatorio_sintese_ods.pdf. Acesso 09 abr.2018. VÍDEO COMPLEMENTAR SUGERIDO Conheça os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável – https://www. youtube.com/watch?v=_3ejiX6AvLY. Acesso 09 abr.2018. O que é essa tal de sustentabilidade? https://www.youtube.com/ watch?v=tBr6GvbeJvo. Acesso 09 abr.2018. PÁGINA 67 CAPÍTULO 5 PRODUÇÃO MAIS LIMPA – CAMINHO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL PLANO DE ESTUDOS E OBJETIVOS DA UNIDADE V Apresentar como a Produção Mais Limpa pode ser uma estratégia de redução do uso dos recursos naturais em prol do alcance desenvolvimento sustentável. Demonstrar que a Produção Mais Limpa diminui os desperdícios, e isso implica em maior eficiência no processo industrial, e menores investimentos para solu- ções de problemas ambientais. Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco Objetivos de Aprendizagem: Compreender a que empresas com inserção no mercado internacional enfren- tam maior pressão dos acionistas, consumidores e agentes financeiros para a melhoraria do desempenho ambiental das suas atividades, refletindo em uma nova postura empresarial, transformando os atuais padrões de desenvolvimen- to em um novo modelo com sustentabilidade. As mudanças ocorridas na forma delidar com as questões ambientais se refletem diretamente na estratégia de negócio adotada pela empresa, que se constitui em encontrar nichos de merca- do apropriados, satisfazer as necessidades dos consumidores, pesquisar no- vas aplicações tecnológicas, obter vantagens competitivas. Plano de Estudo: • Conceitos de Produção Mais Limpa (P +L) e Produção Limpa(PL); • Produzir de forma limpa, buscando mecanismos para reduzir poluição na fonte. PÁGINA 68 INTRODUÇÃO O longo da história da humanidade é perceptível que tanto a produção industrial quanto agrícola comprometeu a sustentabilidade do planeta. Entretanto, no atual cenário socioeconômico globalizado de constante preocupa- ção relacionada ao aspecto “interação indústria e meio ambiente”, a sociedade tem cobrado dos empresários desses segmentos estratégias que visem o de- senvolvimento, porém de forma sustentável dentro do conceito “ecologicamente correto”. Produzir sem agredir o meio ambiente, não gerando resíduo, e caso não tenha como não os gerar, que a empresa possua mecanismos para minimizar sua geração, e praticar a reciclagem dos materiais que sobram do processo na pro- dução. Figueiredo (2004), afirma que a sociedade está cada vez mais, tomando cons- ciência de que a variável ambiental diz respeito a todos, e não somente a um segmento ou uma parcela da população, e desta forma passou a exigir da in- dústria a adoção das melhores técnicas, e não apenas atender a determinados padrões ambientais. E dentre essas estratégias destaca-se a denominada “Produção mais Limpa” (P+L) que tem como desafio apresentar mecanismos que aumente a eficiência no uso das matérias-primas, principalmente a água e energia. Nesse sentido Layrargues (2000, p. 59), acrescenta que trabalhar de forma “eco- logicamente correta” adotando processo de Produção Mais Limpa vem sendo um quesito crucial para as instituições em todo o mundo. Com esse objetivo neste capítulo abordaremos o que vêm a ser a (P+L) Produção Mais Limpa, a diferença entre (PL e P+L), com ênfase na Produção Mais Limpa, as características e objetivos da Produção Mais Limpa, sua importância no contexto so- cioeconômico atual, os benefícios da sua aplicabilidade nos setores nacionais respon- sáveis pelo desenvolvimento, a ecoeficiência e a importância do estabelecimento de indicadores que sejam capazes de mensurar o grau de sustentabilidade do processo produtivo. Mostraremos também que embora muitas organizações tenham buscado apri- morar-se e produzir respeitando os limites da natureza, muitas outras só assim o fazem de forma coercitiva pelo poder público, que através de taxas, multas ou in- centivos fiscais que forçam as corporações a exercer essas políticas ambientais. PÁGINA 69 1. PRODUÇÃO LIMPA Durante muito tempo dentro do processo de produção e exploração dos recur- sos naturais, os termos “Produção Mais Limpa” e “Ecoeficiência” não tinham um reconhecimento estratégico merecido, sendo frequentemente estigmatizados como tecnologias ambientais. Entretanto, tendo em vista a constante busca por soluções que minimizem ou eliminem os impactos ambientais gerados pela exploração humana, a “Produção Mais Limpa” e “Ecoeficiência” tornou-se uma constante cobrança da sociedade junto aos produtores rurais e empresários da indústria. Barbieri (2011) complementa que a criação de modelos e/ou metodologias es- pecíficas pautadas na Produção Mais Limpa (P+L) e ecoeficiência, que sejam capazes de reduzir a poluição do ar, do solo, e das águas e aumentar a susten- tabilidade ambiental nas atividades realizadas pelas indústrias, têm se tornado cada vez mais eminente. Vale ressaltar que há uma diferença significativa entre os conceitos de Produção Limpa (PL) e Produção Mais Limpa (P+L). A diferença entre os dois termos são os resultados para a sustentabilidade em- presarial. Produção Mais Limpa e ecoeficiência implicam em reduzir o impacto ambiental do processo produtivo. Já a Produção Limpa busca implantar um processo real- mente limpo. Furtado (2000) Segundo Lerípio (2001, p. 24), para entender a diferença entre PL e P+L “é ne- cessário reconhecer a dificuldade de conceber o sistema de produção absoluta- mente isento de riscos e resíduos”. Assim, o surgimento da Produção Limpa (PL), um programa desenvolvido antes da P+L, com princípios e definições que objetiva um sistema produtivo saudável, que se preocupa com a limpeza, a preservação e o bem-estar do meio ambiente. Entretanto a maioria das empresas tem implantado metodologias de Produção Mais Limpa com o intuito de reduzir seu impacto sobre o ambiente. Lerípio (2001, p. 43) afirma que os princípios da PL surgiram nos anos 80, sendo que esta era uma campanha para mudança da política utilizada pelas indústrias da época. Para a Fundação Vanzolini (1998, p.1) empresas que queiram caracterizar-se como portadora de um processo produtivo “limpo” deve implementar: PÁGINA 70 a. um sistema de produção industrial que incorpore a variável ambiental em todas as fases produtivas, tendo como foco principal à prevenção na ge- ração de resíduos; b. ser autossustentável em fontes renováveis de matéria-prima; c. reduzir o consumo de água e energia; d. prevenir a geração de resíduos tóxicos e perigosos na fonte de produção; e. reutilização e reaproveitamento de materiais por reciclagem de maneira atóxica e energia eficiente; f. gerar produtos de vida útil longa, seguros e atóxicos, para o homem e meio ambiente, cujos restos (incluindo embalagens) tenham reaproveita- mento atóxico; g. reciclagem (na planta industrial ou fora dela) de maneira atóxica como alternativa para as opções de manejo ambiental representada por incine- ração e despejo em aterros. 1.1 princípios básicos da Produção mais Limpa Na visão de Furtado (2000, p. 97-102) para atingir o desenvolvimento susten- tável e uma produção que possa ser considerada “limpa” deve basear-se em quatro princípios básicos: a. Princípio da precaução1: a ausência da certeza científica formal, a existên- cia de um risco de um dano sério ou irreversível requer a implementação de medidas que possam prever este dano. Evitar doenças irreversíveis para os trabalhadores e danos irreparáveis para o planeta. Significa ter cuidado e estar ciente e estabelecer uma relação respeitosa e funcional do homem com a natureza; b. Princípio da prevenção: Uma dada atividade apresenta riscos de dano ao meio ambiente, tal atividade não poderá ser desenvolvida; justamente porque, caso ocorra qualquer dano ambiental, sua reparação é pratica- mente impossível. Fundamenta-se em substituir o controle de poluição pela prevenção da geração de resíduos na fonte, evitando a geração de emissões perigosas para o ambiente e o homem, em vez de remediar os efeitos de tais emissões; c. Princípio do controle democrático: pressupõem o acesso a informações sobre questões que dizem respeito à segurança e uso de processos e produtos, para todas as partes interessadas, inclusive as emissões e re- gistros de poluentes, planos de redução de uso de produtos tóxicos e dados sobre componentes perigosos de produtos. -1 O princípio da precaução deve ser visto como um princípio que antecede a prevenção, pois sua preocupação não é evitar o dano ambiental, mas, antes disso, pretende evitar qualquer risco de dano ao meio ambiente. PÁGINA 71 Informar a todos, do trabalhador até o consumidor, incluindo também a comunidade dos arredores, sobre a implicação da existência de determinados processos na região. d. Princípio da integração: Avaliar o ciclo de vida do produto, dentro de uma visão holística do sistema. Os materiais devem ser avaliados quan- to ao tempo de vida que apresentam na natureza e seus impactos. Prin- cípio da integração ambiental reconhece o caráter transversal do am- biente e a necessidade de todas as políticas públicas, planos, progra- mas ou atividades que possam causar impacto adverso no meio natural. Porém, em 1989, com a preocupação de um desenvolvimento sustentávele com a finalidade de buscar prevenção da poluição ambiental, surge a Produção Mais Limpa (P+L), uma proposta mais acessível sob a perspectiva de sua apli- cabilidade junto às organizações produtivas. No ano de 1989, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNU-MA), United Nations Enviromental Program (UNEP), introduziu o conceito de P+L para definir a aplicação contínua de uma estratégia ambiental preventiva e integrada que envolvesse processos, produtos e serviços, de maneira que se previssem ou reduzissem os riscos de curto ou longo prazo para o ser humano e o meio ambiente (SEIFFERT, 2009). Para Seiffert (2009 o modelo de gestão P+L é baseado na abordagem preven- tiva aplicada a processos, produtos e serviços para minimizar os impactos so- bre o meio ambiente adota os seguintes procedimentos: 1. quanto aos processos de produção – conservação de materiais, água e energia; eliminação de materiais tóxicos e perigosos; redução da quan- tidade e toxidade de todas as emissões e resíduos, na fonte, durante a manufatura; 2. quanto aos produtos – reduzir os impactos negativos ao longo do ciclo de vida do produto, desde a extração das matérias-primas até a sua dis- posição final, por meio de um design adequado de produtos; e redução do impacto ambiental e para saúde humana, durante todo o ciclo, da ex- tração da matéria-prima, manufatura, consumo/uso e na disposição/des- carte final; 3. Quando falamos em (P+L) relacionado a produtos, necessariamente precisamos pensar em “design ecológico”, usando preferencialmente, matérias-primas menos agressivas, renováveis, de extração não danosa ao meio ambiente e que possam ser recicladas ou reaproveitadas e re- duzir o impacto do produto desde a matéria-prima até a destinação final; PÁGINA 72 4. c) quanto aos serviços – incorporar as preocupações ambientais no pro- jeto e fornecimento de serviços. Importante o entendimento que a prevenção da poluição deve atuar tanto sobre pro- dutos quanto nos processos produtivos e nos serviços para minimizar a geração de resíduos, diminuir a poluição, através da utilização de mecanismos, máquinas e equi- pamentos eficientes, com capacidade para poupar matéria-prima e energia em todas as fases dos processos. Segundo Lerípio (2001, p. 24), a P+L, é uma metodologia desenvolvida com o intuito de promover mudanças na estrutura das organizações com o objetivo básico de que estas sejam o mais eficiente possível em termos de produção sustentável ecologica- mente correta. Ainda complementando Lerípio (2001, p. 24) diz que implantar a P+L significa a aplica- ção contínua de uma estratégia ambiental preventiva e integrada aos processos, pro- dutos e serviços, a fim de aumentar a eficiência no uso de matérias primas, água e energia e reduzir os riscos para os homens e o meio ambiente. 1.1.1 Implantação de um programa de P+L De acordo com a abordagem estabelecida pelo Centro Nacional de Tecnologias Limpas (2000), para a implantação de um programa de P+L deve-se seguir uma metodologia de abordagem e operacionalização, conforme a figura 1. Figura1 - metodologia de abordagem e operacionalização para implantação P+L. Disponível em: Centro Nacional de Tecnologias Limpas (2000). Acesso 20 mai.2018 PÁGINA 73 Segundo Dozol (2002), as ferramentas que a metodologia oferece são usadas desde o diagnóstico inicial até o relatório final. A implementação considera todos os dados levantados no balanço de massa, análise de pressões externas, capacidade resolutiva dos problemas, análise de viabilidade econômica e possibilidades de ganhos ambien-tais e econômicos. Diversas estratégias são utilizadas visando a P+L e a minimização de resíduos, conforme ilustrado na figura 02. Figura 2: Níveis de aplicação da produção mais limpa. Disponível em: Centro Nacional de Tecnologias Limpas (2000). Acesso 21 mai. 2018 A P+L tem como objetivo agir sempre no nível 1 a fim de evitar a geração de resíduos e emissões. Porém nos processos produtivos existem os resíduos que não podem ser evitados, estes devem ser preferencialmente, reintegrados ao processo de produção (nível 2). Quando os resíduos não podem ser reintegrados, ou seja, reciclados internamente, busca-se a reciclagem externa (nível 3). Quanto mais próximo à raiz do problema e quanto menor os ciclos, as ações serão mais eficientes. A introdução das técni-cas de P+L em um processo produtivo tem em vista metas ambientais, econômicas e tecnológicas. Nesse sentido Valle (1995, p. 48), relata que a estratégia da P+L visa prevenir a geração de resíduos, em primeiro lugar, e ainda minimizar o uso de matérias primas, entretanto, tem a finalidade não só de minimizar desperdícios, mas também visa o aumento da competitividade. PÁGINA 74 Segundo Lora (2000, p. 16) a P+L deve ser voltada para a minimização de resí- duos na fonte, e essa redução traz vários benefícios para a empresa e o meio ambiente como: a. o controle de resíduos na fonte reduz custos de produção devido à utili- zação mais eficiente das matérias-primas e da energia, bem como cus- tos de tratamento; b. a prevenção de resíduos, diferentemente do tratamento de resíduos, im- plica em benefício econômico, tornando-a mais atrativa para as empre- sas; c. melhoria da imagem ambiental; imagem de empresa responsável e sé- ria, comprometida com o ambiente, a qual está inserida e como também com seus stakeholders; d. maior facilidade em cumprir as novas leis e regulamentos ambientais, o que implica em um novo segmento de mercado; e. economia com transporte e armazenamento; f. redução com gastos em prêmios de seguros; g. diminuição de gastos com segurança e proteção à saúde. Assim, dentro da metodologia de implantação da P+L, emprega-se a redução na fonte nos casos em que é possível eliminar a geração de impactos, e somente nos casos onde essa eliminação não é possível emprega-se as técnicas de fim de tubo como a reciclagem, mas antes, deve ser considerada a possibilidade de retornar os resíduos para o processo. Desta orma temos o desafio de evitar danos ao meio ambiente e buscarmos alternativas para a minimização de resíduos, na fonte como o uso de produtos que permitem a reciclagem. PÁGINA 75 SAIBA MAIS A implementação de um programa de minimização de despejos geralmente se- gue uma seqüência do tipo: redução na fonte, reciclagem e tratamento. A se- guir, são listadas as etapas utilizadas num gerenciamento hierárquico integrado e as definições geralmente aceitas dessas etapas. Redução na fonte - trata-se da redução ou eliminação da geração de despe- jos na fonte, dentro de um dado processo. Medidas de redução podem incluir: sistemas de tratamento locais, modificações de processo, substituição de maté- rias-primas ou melhorias na sua pureza, ações de controle, manutenção e ins- peção periódica e práticas de gerenciamento ambiental. A redução na fonte, portanto, implica em qualquer ação que reduza a quantida- de de despejos gerados por um dado processo. O objetivo é reduzir a poluição na fonte, isto é, antes que eles sejam produzidos e lançados no meio ambiente em suas formas sólidas, líquidas e gasosas. Os rejeitos que sobram, pois, ne- nhum processo é cento por cento eficiente, são captados, tratados e dispostos por meio de tecnologias de controle da poluição do tipo end-of-pipe. End-of-pipe é uma tecnologia utilizada para o tratamento e o controle dos resí-duos no final do processo produtivo, conhecido como fim-de-tubo. Fonte: Redução na fonte. Disponível em: https://www.qsp.org.br/biblioteca/ minimizacao.shtml. Acesso: 08 maio.2018. PÁGINA 76 REFLITA 1 - A Produção Mais Limpa é uma das principais variáveis do Desenvolvimento Sustentável e acaba criando maior conscientização entre as pessoas e traz uma nova visão para os ganhos alcançados para o meio ambiente e para a sociedade. Tecnologias ou produções mais limpas implicam na aplicação contínua de uma estratégia integral de proteção ambiental para processos e produtos, de modo a reduzir os riscospara os seres humanos e o meio ambiente, ou, em outras palavras, significa produzir produtos sem criar impactos ambientais? Fonte: A Produção Mais Limpa. Disponível em: e:\ead maringa\internet\20988-78447-1-pb (2). pdf estudo de caso.pdf. Acesso: 08 maio.2018. 2 - A Ecoeficiência é vista como um processo de uma organização, que dire- ciona os investimentos e o desenvolvimento de tecnologias para gerar valor ao acionista, para minimizar o consumo de recursos e ainda eliminar o desperdí- cio e a poluição. Portanto, negócios ecoeficientes reduzem o desperdício e ob- têm mais lucros. Desta forma será mais fácil para uma empresa conseguir acionistas quando mostra que sua tecnologia é ecoeficiente e não polui? CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da atual situação ambiental vivida, torna-se urgente a adoção de meto- dologias para produzir de forma mais limpa pelas empresas e pelos países, no intuito de prevenir a geração de resíduos e minimizar o uso de recursos natu- rais. Adotar P+L é antecipar-se aos problemas ambientais e maximizar a eficiência produtiva através da otimização do uso de materiais, como consequência, tem- -se a redução de cargas poluidoras. Desta forma, o desafio da humanidade para as próximas décadas é reduzir o ritmo de crescimento da população e fazer uma drástica mudança no modo de produção e consumo da sociedade. As atividades antrópicas não podem ultra- passar a capacidade de regeneração do Planeta. No ritmo atual, estamos ca- minhando para o fim da espécie humana, pois, com certeza, com o passar do tempo a natureza com sua grande capacidade de Resiliência florescerá nova- mente. Espera-se que após a leitura deste capítulo o aluno seja capaz de compreen- der e implantar em suas atividades mecanismos capazes de conduzir o proces- so de Produção Mais Limpa e sustentável. REFERÊNCIAS BARBIERI, J. C. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instru- mentos. São Paulo: Saraiva, 2011. CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS. Manual 5: implantação de programas de produção mais limpa. Porto Alegre, 2000. DOZOL, I. de S. Meio ambiente: estratégias para o desenvolvimento susten- tável na indústria. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE INDUSTRIALIZAÇÃO DE CARNES, 4., 2002, Chapecó. Anais... Chapecó: [s.n.], 2002. p. 30-37. FIGUEIREDO, V. F. Produção mais limpa nas pequenas e microempresas: ele- mentos inibidores. In: XXIV Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2004, Florianópolis.Anais do XXIV ENEGEP, 2004. FURTADO, J. S. Atitude ambiental sustentável na Construção Civil: ecobuilding & pro- dução limpa. São Paulo: Programa de Produção Limpa, Fundação Vanzolini, Departa- mento de Engenharia de Produção e Escola Politécnica, USP, 2000. LAYRARGUES, P. A empresa “verde” no Brasil: mudança ou apropriação ideoló- gica? Ciência Hoje, Rio de Janeiro, 27 (158): 56-59, 2000. LERÍPIO, A. Gaia: um método de gerenciamento de aspectos e impactos ambientais. 2001. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001. LORA, E. Prevenção e controle da poluição no setor energético industrial de transpor- te. Brasília: ANEEL, 2000. SEIFFERT, M. E. B. Gestão ambiental: instrumentos, esferas de ação e educação ambiental. São Paulo: Atlas, 2009. VALLE. C. E. Qualidade ambiental: como ser competitivo protegendo o meio am- biente. São Paulo: Pioneira, 1995. LEITURA COMPLEMENTAR https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/especiais/pegada_ecologica/historico/. Acesso 20 junh.2018. http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1168. Acesso 20 junh.2018. A RELAÇÃO DA PEGADA ECOLÓGICA COM O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL / CÁLCULO DA PEGADA ECOLÓGICA DE TORIBATÉ1 Disponível em:http://www.seer.ufu. br/index.php/caminhosdegeografia/article/viewFile/15931/8991.Acesso 20 junh.2018. http://www.ecoeco.org.br/conteudo/publicacoes/encontros/vii_en/mesa3/trabalhos/a_ pegada_ecologica_breve_panorama.pdf. Acesso 20 junh.2018. PÁGINA 79 CAPÍTULO 6 INDICADORES DESUSTENTABILIDADE PLANO DE ESTUDOS E OBJETIVOS DA UNIDADE VI A importância dos indicadores ambientais está associada à sua utilização como instrumentos para a sociedade avaliar sua própria evolução. No contexto am- biental, indicadores são parâmetros representativos, que pode ser entendido como a representação de um conjunto de dados, informações e conhecimentos acerca de determinado fenômeno urbano/ambiental. Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco Objetivos de Aprendizagem: Associar à utilização dos indicadores ambientais como um instrumento que a sociedade terá para avaliar seu progresso, sua evolução ou ainda um instru- mento de planejamento e gestão dos espaços urbanos e rurais propiciando um melhor aproveitamento dos recursos naturais e também para indicação de me- didas preventivas de degradação ambiental e consequentes prejuízos econômi- cos para a sua reparação. Plano de Estudo: • Compreender a importância de estabelecer comparações e apontar as mudanças ocorridas em termos de desempenho ambiental; • Entender que o gerenciamento ambiental, envolve atuações relaciona- das a poluição do meio ambiente; conservação de recursos (reciclagem / re-uso) e saúde e segurança das pessoas; • Estabelecer metas e indicadores ambientais, palpáveis, relevantes, con- sistentes e passível de ser monitorado; • Entender a importância dos indicadores re letirem parâmetros de susten- tabilidade; • Observar a capacidade de autodepuração do planeta. PÁGINA 80 INTRODUÇÃO A globalização ocasionou a abertura de mercados internacionais, e tornou a concorrência mais acirrada entre as empresas que se viram obrigadas a se aperfeiçoar e procurar novas alternativas que propiciem melhores desempe- nhos para mensurar a sustentabilidade do desenvolvimento, observando a par- tir de diferentes abordagens a necessidade de um conhecimento mais aprofun- dado dos diferentes sistemas de indicadores de sustentabilidade e de sua utili- zação. Neste sentido para Gallopin (1996), os indicadores mais desejados são aqueles que resumam ou simplifiquem as informações relevantes, façam com que cer- tos fenômenos que ocorrem na realidade se tornem mais aparentes; aspecto esse que é particularmente importante na gestão ambiental. Nessa área, espe- cificamente, é necessário que sejam quantificadas, mensuradas e comunicadas as ações relevantes. A emergência da temática ambiental está fortemente re- lacionada à falta de percepção da ligação existente entre ação humana e suas principais consequências. Importante ressaltar que os indicadores devem ser observados a partir de suas funções de avaliação das condições e tendências; efetuação da comparação entre lugares e situações; avaliação das condições e tendências em relação às metas e objetivos; prover informações de advertência e antecipar futuras condi- ções e tendências. O objetivo principal dos indicadores é o de agregar e quantificar informações de uma maneira que sua significância fique mais aparente. Os indicadores simplifi- cam as informações sobre fenômenos complexos tentando, com isso, melhorar o processo de comunicação. PÁGINA 81 1. MODELOS DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE O desenvolvimento sustentável não se consegue do dia para a noite. Desen- volver em uma empresa um processo produtivo dentro dos padrões de P+L re- quer o estabelecimento de indicadores que possam mensurar o desempenho em matéria de sustentabilidade. Os indicadores de sustentabilidade são escolhidos segundo diferentes modelos de relações entre os componentes da “trindade” representada pelas dimensões econômica, social e ambiental. Entretanto o IBGE estabeleceu 63 indicadores organizados em quatro dimen- sões: ambiental, social, econômica (micro e macro); e institucional - compreen- dem a estrutura e funcionamento das instituições incluindo instituições clássi- cas; organizações não governamentais (ONG) e empresas, segundo o marco ordenador do Livro Azul proposto em 2001 pela Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS), das Nações Unidas.De acordo com a classificação de 1993 da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), os indicadores ambientais podem ser sistematizados pelo modelo Pressão-Estado-Resposta (PER) que assenta em três grupos indicadores: A seguir apresenta-se na figura 3, a estrutura concep- tual do modelo PER da OCDE: Figura 1: estrutura conceptual do modelo Pressão-Estado-Resposta - PER da OCDE Disponí- vel em : MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Painel Nacional de Indicadores ambientais 2012: referencial teórico, composição e síntese dos indicadores da versão-piloto. Brasília: MMA, 2014. Acesso 28 mai.2018. PÁGINA 82 Os indicadores de Pressão descrevem pressões das atividades humanas sobre o meio ambiente e que se traduzem por alterações na qualidade do ambiente e qualidade e quantidade dos recursos naturais; indicadores de emissão de con- taminantes, eficiência tecnológica, intervenção no território e de impacto am- biental; Os indicadores de Estado refletem a qualidade do ambiente num dado horizon- te espaço/ tempo; são os indicadores de sensibilidade, de risco e de qualidade ambiental; Os indicadores de Resposta avaliam as respostas da sociedade às alterações e preocupações ambientais, bem como à adesão a programas e/ou implemen- tação de medidas em prol do ambiente; podem ser incluídos neste grupo os in- dicadores de adesão social, de sensibilização e de atividades de grupos sociais importantes. Desta forma, segundo a OCDE, para formular um bom indicador deve-se ca- racterizá-lo com os seguintes requisitos, conforme descrito no quadro 1: Quadro 1 – Requisitos para um bom indicador. Adaptado de OCDE(2002 apud MAGALHÃES 2004) Ministério de Planejamento; 2010. Assim, a relevância para formulação de políticas deve ser representativa, de fácil compreensão e comparável; A Consistência deve ser bem apoiado em termos técnicos e científicos e de consenso internacional; A mensurabilidade deve ser facilmente mensurável e passível de ser monitora- do regularmente a um custo não excessivo. PÁGINA 83 1.1 – Os Indicadores segundo a Norma ISO 14.000 Os Indicadores segundo a Norma ISO 14.000, que representa uma das mais significativas contribuições para a atividade industrial humana foi a Gestão pela Qualidade Total – GQT (Campos, 1992), logo estendida aos setores terciário e primário, bem como suas variantes, representados pelas Normas ISO série 9000 e ISO série 14000. A Norma ISO 14031 trata especificamente da Avaliação de Desempenho Am- biental (ISO, 2004). Ela recomenda o uso do modelo PDCA1, proveniente da GQT, e oferece metodologias para determinação de indicadores para avaliar o desempenho ambiental, organizados em dois grupos principais: 1. Grupo A: indicadores de desempenho ambiental, subdivididos em: • Indicadores de desempenho de gestão (IDG): implantação de po- líticas e de programas; conformidades; desempenho financeiro; relações com a comunidade; • Indicadores de desempenho operacional (IDO): quantidade de materiais utilizados nos processos; quantidade de energia utili- zada nos processos; serviços de suporte às operações da insti- tuição; infra-estrutura e equipamentos utilizados pela instituição; fornecedores e clientes; produtos; serviços executados pela em- presa; resíduos da produção; emissões. 2. Grupo B: Indicadores de condições ambientais - locais ou regionais (ICA); ar, água, solo; flora, fauna; seres humanos, comunidade; estética, cultura e heranças para próximas gerações. Os indicadores integram o estágio “Check” (Controle) do ciclo PDCA e são absolutamente essenciais para a Gestão da Qualidade. Os indicadores e os índices servem como: • Suporte para tomada de decisões, ajudando os gestores na atri- buição de fundos, alocação de recursos naturais e determinação de prioridades; • Comparação de condições em diferentes locais ou áreas geográ- ficas; • Informação sobre o nível de cumprimento das normas ou critérios legais; • Séries de dados para detectar tendências no tempo e no espaço; • Aplicações em desenvolvimentos científicos servindo nomea- 1 O Ciclo PDCA compõe-se de quatro estágios: Plan (planejar) – Do (fazer) – Check (controlar) - Act (aperfeiçoar) PÁGINA 84 damente de alerta para a necessidade de investigação científica mais aprofundada; • Informação ao público sobre os processos de desenvolvimento sustentável. Os indicadores de desempenho ambiental podem ser muito úteis para diferentes stakeholders como: 1. Dar respaldo para autoridades públicas sobre as emissões de poluentes para o solo, ar e água; 2. Dar respaldo para as comunidades envolventes sobre os níveis de ruído junto da empresa; 3. Dar respaldo aos clientes sobre o percentual de fornecedores avaliados ambientalmente; 4. Dar respaldo para os trabalhadores sobre o número anual de horas de formação ambiental; 5. Dar respaldo para instituições financeiras sobre o percentual de investi- mentos em tecnologia de produção mais limpa; 6. Dar respaldo para ONG sobre as compras de produtos ambientalmen-te adequados; A definição de indicadores ambientais requer o conhecimento de como a em- presa impacta o meio ambiente, e esse índice é detectado através do mapea- mento dos principais impactos ambientais que a organização causa, quais são as suas principais emissões, prevendo a quantificação do impacto como sua intensidade se é crítico, moderado ou fraco. Implica ainda em conhecer o que o concorrente esta fazendo usando indicado- res comparativos de suas práticas organizacionais com as de outras empresas. Benchmarking (comparações com referenciais) é uma prática aceita e difundi-da na área da Qualidade. E quais são os objetivos da empresa. Os indicadores devem levar à escolha de objetivos e metas factíveis e mensuráveis; desta maneira, um critério formal deve estar desenvolvido para selecionar objetivos e metas. PÁGINA 85 SAIBA MAIS REFLITA Para maior aprofundamento no assunto: Indicadores - http://www.azores.gov.pt/NR/rdonlyres/4354C312-AF0D-49E8-B- 310-591F282E50B3/434676/07Avaliacaoeacompanhamento_web.pdf. Acesso 20 jun.2018 É possível gerenciar o que não se pode medir? E pode-se medir o que não se consegue definir? Pode-se definir o que não entende? 1.1.1 A relação do indicador - pegada ecológica com o desenvolvimento sustentável Diante de tantos questionamentos pela sociedade, perante o grande processo de degradação e exploração dos recursos naturais, oriundos do consumismo humano, na década de 90, os especialistas William Rees e Mathis Wackerna- gel, se reuniram e começaram a pesquisar formas de medir a dimensão cres- cente das pegadas que deixamos no planeta. Com a publicação do livro Pegada Ecológica, os dois cientistas apresentaram ao mundo um novo conceito que pudesse levar cada indivíduo primeiro conhe- cer seu consumo para depois entender a necessidade de reduzir o impacto causado por ele na Terra, objetivando um sistema mais sustentabilidade. Para Leite e Viana (2001) a Pegada Ecológica é um indicador de sustentabili- dade, uma metodologia de contabilidade ambiental utilizada para medir a pres- são do impacto do homem sobre a Terra, que permite calcular a área de terre- no produtivo em hectares globais (gha), necessários para sustentar o estilo de vida das pessoas no mundo, o que inclui a cidade e a casa onde se mora, os móveis, as roupas, o transporte, comida, atividades realizadas nas horas de la- zer, os produtos que consome. Neste cálculo são contabilizados vários aspectos econômicos e ambientais como: • Área arável usada para produzir alimentos para a população; • Área usada em pastagens; • Área usada para urbanização; • Área verde que deve ser disponibilizada para a absorção do CO2 produ- PÁGINA 86 zido pelas atividades; • Área de florestas para fornecer recursos naturais, principalmente madei- ra. Desta forma Pegada Ecológica é um indicador que estima a demanda ou a exi- gência humana sobre o meio ambiente, considerando-se o nível de atividade para atender ao padrão de consumo atual (com a tecnologiaatual). É de certa forma, uma maneira de medir o fluxo de ativos ambientais de que necessita- mos para sustentar nosso padrão de consumo. A biocapacidade do planeta é um indicador que reflete a regeneração (natural) do meio ambiente, é medida também em hectare global. É a capacidade que o planeta apresenta em absorver os resíduos gerados, produzir novos recursos naturais úteis, e avaliar o montante de terra e água, biologicamente produtivo, para prover bens e serviços do ecossistema à demanda humana por consumo, sendo equivalente à capacidade regenerativa da natureza. A figura 4 demonstra a razão entre a pegada ecológica e a biocapacidade do planeta. Figura 04: Razão entre a pegada ecológica e a biocapacidade do planeta. Disponível em: ht- tps://financasfaceis.files.wordpress.com/2012/07/razao_pegada_ecologica_2012.png. Acesso 02 jun.2018. Uma razão entre pegada ecológica e biocapacidade do planeta igual a 1 indica que a exigência humana sobre os recursos do meio ambiente é resposta na sua totalidade pelo planeta, devido à capacidade natural de regeneração. Se PÁGINA 87 for maior que 1, a razão indica que a demanda humana é superior à capacida- de do planeta de se recuperar e, se for menor que 1, indica que o planeta se recupera mais rapidamente Para o WWF-Brasil, a Pegada Ecológica consiste não apenas em um indicador que garante uma nova forma de se trabalhar as questões ambientais, mas é também uma ferramenta de leitura e interpretação da realidade, pela qual po- deremos enxergar, ao mesmo tempo, problemas conhecidos, como desigual- dade e injustiça, e, ainda, a construção de novos caminhos para solucioná-los, por meio de uma distribuição mais equilibrada dos recursos naturais, que se inicia também pelas atitudes de cada indivíduo. No ano de 2010 a WWF publicou o relatório Planeta Vivo (Living Planet) 2010, que mostra o crescimento da Pegada Ecológica mundial e a diminuição da bio- diversidade. O relatório traz uma triste realidade, e nenhuma novidade, que a humanidade duplicou a demanda dos recursos naturais, e se continuar nesse ritmo cres- cente de exploração dos recursos naturais, em 2030 será preciso dois planetas para satisfazer os níveis anuais dentro do padrão de produção e consumo an- tropogênico. Ainda segundo o relatório da WWF, os dez países com maior Pegada Ecoló- gica per capita são: Emirados Árabes Unidos, Catar, Dinamarca, Bélgica, Es-tados Unidos, Estônia, Canadá, Austrália, Kuwait e Irlanda. O Brasil ocupa a 56º posição neste ranking. Os 32 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), são responsáveis por quase 40% da Pegada Ecológica mundial. Segundo dados do relatório o carbono é o principal culpado pelo aumento da Pegada Ecológica e pelo aquecimento global. Pegada de carbono mede a quantidade total das emissões de gases do efeito estufa causada diretamente e indiretamente por uma pessoa, organização, evento ou produto. A Pegada de carbono aumentou de forma assustadora e multiplicou-se por onze nos últimos 50 anos. Isso significa que hoje o carbono é responsável por mais da metade da Pegada Ecológica mundial. Torna-se urgente abandonar a queima de combustíveis fósseis (carvão, petró- leo, gás) e fazer uma transição para a economia de baixo carbono e de ener- gias renováveis e limpas. PÁGINA 88 SAIBA MAIS REFLITA Os países do BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China – possuem uma população maior e uma Pegada Ecológica menor. Contudo, o acelerado crescimento eco- nômico destes 4 países está comprometendo as condições ambientais, já se vislumbrando uma pegada ecológica maior dos BRICs do que dos países de- senvolvidos, em um futuro próximo. Em relação à biodiversidade, o relatório mostra que, em algumas áreas tempe- radas, houve uma recuperação promissora de populações de espécies, graças, em parte, ao aumento dos esforços de conservação da natureza e a um melhor controle da poluição e do lixo. No entanto, nas áreas tropicais, houve uma que- da de quase 70% nas populações aquáticas (água doce), sendo que esse per- centual corresponde ao maior declínio já mensurado em quaisquer espécies, em áreas terrestres ou nos oceanos. Fonte: Relatório Planeta Vivo 2010. Disponível em: www.wwf.org.br/?26162/Relatório -Planeta -Vivo -2010. Acesso 27 jul.2018. Complemento: A Pegada de carbono mede o potencial de aquecimento global. Disponível em: http://blog.enciclo.com.br/10-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-pegada-de-carbono/. Acesso 27 jul.2018. 1- O Brasil possui uma alta biocapacidade, mas as mudanças nos hábitos de consumo da população brasileira e a demanda crescente por produtos agríco- las têm pressionado os recursos naturais. O crescimento populacional tem au- mentado a Pegada Ecológica e reduzido a biodiversidade do país. Entretanto, temos pela frente um grande desafio que é o de crescer sem esgotar nossos recursos naturais. Podemos evitar o colapso? Fonte: Biocapacidade. Adaptado. Disponível em: https://www.ecodebate.com.br/2010/10/19/ pegada-ecologica-e-biodiversidade-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/. Acesso 10 jun.2018. PÁGINA 89 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os indicadores de sustentabilidade servem para mensurar as ações relaciona- das ao desenvolvimento sustentável e constituem uma base útil à tomada de decisão em todos os níveis. Os indicadores constituem importantes parâmetros para orientar a gestão e o planejamento de políticas e ações que podem ser desenvolvidas. Os indicadores são capazes de expressar e comunicar, de maneira simples e objetiva, as características essenciais (como ocorrência, magnitude e evolu- ção, entre outros aspectos) e o significado (como os efeitos e a importância socioambiental) desse fenômeno aos tomadores de decisão e à sociedade em geral. Sua adoção envolve a perspectiva de ser utilizado no acompanhamento de cada fenômeno urbano/ambiental ao longo do tempo, no sentido de avaliar o progresso ou retrocesso em relação ao meio ambiente. Os indicadores de sustentabilidade constituem um sistema de sinais que per- mitem aos países avaliar seu progresso em gestão ambiental a respeito do desenvolvimento sustentável. Os indicadores ambientais, assim como os eco- nômicos e sociais, permitem que se compare uma base comum de informação selecionada e processada, o que facilita a objetividade nos processos de deci- são, seu ordenamento, geração e enriquecimento mediante o fortalecimento da participação dos cidadãos (QUIROGA, 2005). REFERÊNCIAS BARBIERI, J. C. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instru- mentos. São Paulo: Saraiva, 2011. CAMPOS, V.F. T.Q.C – Controle de Qualidade Total (no estilo Japonês). Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni. Escola de Engenharia, 1992. CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS. Manual 5: implantação de programas de produção mais limpa. Porto Alegre, 2000. DOZOL, I. de S. Meio ambiente: estratégias para o desenvolvimento sus- tentável na indústria. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE INDUSTRIALIZA- ÇÃO DE CARNES, 4., 2002, Chapecó. Anais... Chapecó: [s.n.], 2002. p. 30-37. FIGUEIREDO, V. F. Produção mais limpa nas pequenas e microempresas: elementos inibidores. In: XXIV Encontro Nacional de Engenharia de Produ- ção, 2004, Florianópolis.Anais do XXIV ENEGEP, 2004. FURTADO, J. S. Atitude ambiental sustentável na Construção Civil: eco- building & produção limpa. São Paulo: Programa de Produção Limpa, Funda- ção Vanzolini, Departamento de Engenharia de Produção e Escola Politécnica, USP, 2000. GREENPEACE. Greenpeace report. O que é produção limpa. 2007. Dispo- nível em: <www.greenpeace.org.br/toxicos/pdf/producao_limpa.doc>. Acesso em: 03 abr. 2018. LAYRARGUES, P. A empresa “verde” no Brasil: mudança ou apropriação ideológica? 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Estatísticas del médio ambiente em América Latina y el Caribe: avances y perspectivas. Chile: Cepal, 2005. Series Manuales. SEIFFERT, M. E. B. Gestão ambiental: instrumentos, esferas de ação e edu- cação ambiental. São Paulo: Atlas, 2009. UNEP/UNIDO. Independent Evaluation Cleaner Production Programme. V8 Vienna, 2008. VALLE. C. E. Qualidade ambiental: como ser competitivo protegendo o meio ambiente. São Paulo: Pioneira, 1995. LEITURA COMPLEMENTAR https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/especiais/pegada_ecologica/histori- co/. Acesso 14 jun.2018. http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1168. Acesso 14 jun.2018. http://www.seer.ufu.br/index.php/caminhosdegeografia/article/viewFi- le/15931/8991. Acesso 14 jun.2018. http://www.ecoeco.org.br/conteudo/publicacoes/encontros/vii_en/mesa3/traba- lhos/a_pegada_ecologica_breve_panorama.pdf. Acesso 14 jun.2018. Perguntas e respostas. Disponível em: https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/especiais/pe- gada_ecologica/perguntas_respostas/.Acesso 14 jun.2018. A Família das Pegadas. Disponível em: https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/es- peciais/pegada_ecologica/a_familia_das_pegadas/. Acesso 15 jun.2018 PÁGINA 93 CAPÍTULO 7 EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA A SUSTENTABILIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS Professora Mestre Sônia Maria Crivelli Mataruco Objetivos de Aprendizagem: • Conceituar e contextualizar Educação ambiental; • Compreender a política Nacional de recursos hídricos; Plano de Estudo: • Política nacional de recursos hídricos; • Política Nacional de Educação ambiental. PÁGINA 94 INTRODUÇÃO UNIDADE Nesta unidade buscaremos desenvolver os principais conceitos que permitam a você estudante refletir nos fundamentos da educação ambiental, partindo da definição de educação e de ambiente. Ainda reconhecer os diferentes concei- tos relacionados às questões de ordem ambiental e as relações que se esta- belece entre sociedade e natureza e também a evidência clara que o modo de produzir a vida em sociedade é o determinante tanto da problemática ambiental quanto social e econômica. Ao falar em atendimento das necessidades básicas da humanidade, a primeira coisa se vem em mente é o recurso natural água, que além de suprir nossas necessidades pessoais, também satisfaz aos interesses do desenvolvimento. Onde não se tem recurso hídrico com quantidade e qualidade necessária não há interesse dos empresários em fazer investimentos, pois a água é fator de desenvolvimento e condição elementar para sustentação da vida e dos ecos- sistemas. Diante de tanta grandeza e importância deste recurso natural, seu mau uso, aliado à crescente demanda, vem preocupando os responsáveis pela gestão dos recursos hídricos, em função da diminuição da disponibilidade de água lim- pa em todo o planeta. As águas cobrem 75% da superfície do planeta, dando sua forma e compondo a hidrosfera1. Diante de tanta disponibilidade de água, para preservá-la necessitamos pensar em uso racional de forma sustentável, sendo imprescindível passar pela efetividade das estratégias de educação am- biental. No livro Primavera Silenciosa, publicado em 1962, pela jornalista norte-ameri- cana Rachel Carson, denunciou a ação impactante do homem sobre o ambien- te, estimulou a discussão mundial sobre a necessidade de se proteger a natu- reza contra os humanos e promover a qualidade ambiental como pressuposto para a qualidade de vida dos homens. O livro trouxe à tona a necessidade de preocupar-se com o uso de agrotóxico na natureza e o quanto este traz prejuízos para a biodiversidade e para o recur- so água. Educação Ambiental promove qualidade de vida e a Constituição Federal do Brasil, em seu artigo 225, afirma que: “todos têm direito ao meio ambiente eco- logicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia quali- dade de vida”. 1 A hidrosfera é a camada de água da superfície terrestre que inclui desde rios, lagos e oceanos até lençóis de água subterrânea, geleiras e o vapor de água da atmosfera. É uma camada descontínua que engloba a água em todos os seus estados físicos (líquido, sólido e vapor). Aproximadamente 70,8% (97,2% de água do mar e 3% de água doce) da Terra são cobertos de água e somente 29,2% de terra PÁGINA 95 Trabalhar educação ambiental com os indivíduos significa educá-los e capaci- tá-lo para o uso sustentável dos recursos hídricos e demais recursos naturais, para a busca de alternativas de menor impacto ambiental e maior reflexão so- bre os significados dos conceitos de qualidade hídrica, qualidade ambiental, qualidade de vida e sustentabilidade, evitando que pela sua ganância desenca- deie uma série de eventos que coloque não só a sua vida em risco, mas tam- bém a vida do planeta. Neste intuito citaremos a Constituição Federal, importância da Lei de educação ambiental para a preservação dos recursos hídricos, a Política Nacional de Re- cursos Hídricos. 1. EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA A SUSTENTABILIDADE DOS RECUR- SOS HÍDRICOS A ideia da Terra ser fonte inesgotável de recursos para geração de riquezas e progresso material não deve existir mais, pois já presenciamos em muitos lu- gares que os recursos hídricos mundiais estão entrando em colapso, seja por quantidade ou qualidade. No relato de Adorno (2002) ele diz que a população tem aumentado considera- velmente e o problema desse aumento não é apenas o da falta de alimentos. Estes são e poderão ser produzidos em quantidades suficientes para abastecer o mundo. A grande questão é que temos explorado cada vez mais os recursos presentes na natureza, e as fontes de água potável do planeta vêm diminuindo ano após ano, e isso ocorre não porque a natureza não consegue prover água suficiente para todos nós; mas porque a humanidade tem o péssimo hábito de poluir e destruir sistematicamente as nascentes e as reservas de água. Atualmente encontrar o equilíbrio entre satisfação das necessidades e preser- var o meio ambiente não é uma tarefa fácil, por vários fatores como: falta de educação financeira e ambiental da população. Os seres humanos enfrentaram ao longo da sua história, inúmeras dificuldades e desafios ambientais, e para superação desses desafios, surge a educação ambiental como um caminho para promoção de mudanças de valores, senti- mentos, atitudes e, principalmente, para mostrar ao homem que ele faz parte do ecossistema, dessa forma, necessita cuidar do meio em que vive. Entretanto, é fato que o homem, em decorrência do crescimento populacional, precisou desenvolver tecnologias para melhorar o processo produtivo e assim produzir mais e consequentemente, satisfazer suas necessidades, porém não deixou de degradar, muito pelo contrário só aumentou. PÁGINA 96 Acompanhado desse avanço tecnológico, o homem também se deparou com grandes problemas ambientais em decorrência da intensificação da exploração dos recursos naturais, geração de resíduos e maior produção de agrotóxicos. Assim, surge a necessidade de buscar soluções para os problemas ambientais no intuito de garantir um futuro melhor para a humanidade. Porém, falta clareza para entender que a educação é o melhor caminho para instruir as pessoas da necessidade de preservar o meio ambiente. Para Taglieber (2004) é preciso chamar a atenção para essa problemática, mostrando que: Na atualidade,frente à problemática ambiental, a com- preensão das limitações dos ecossistemas do Planeta, a educação geral passa necessariamente pelo foco da di- mensão ambiental, isto é, para sobrevivência da humani- dade é necessário que cada coletividade tome consciência desses limites e comece a valorizar, preservar, conservar e proteger seu meio ambiente. A educação precisa enfo- car aspectos específicos da época e das necessidades ex- pressas pela coletividade atual. (TAGLIEBER, 2004, p. 14). Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (1997) reforçam que as tecnolo- gias podem ser usadas como metodologias para sensibilizar sobre determinada problemática, e dentre os conteúdos que devem ser trabalhados em sala de aula, de forma transversal e interdisciplinar, está a Educação Ambiental (EA). Consideramos que um dos grandes desafios do século XXI é conseguir que o homem utilize as tecnologias como instrumento em suas práticas, entendendo as consequências das ações humanas sobre a natureza e quais caminhos se- guir para preservar os recursos naturais necessários para sua própria sobrevi- vência. Essa preocupação com o meio ambiente é registrada na Constituição Federal de 1988, dentro do “Título VIII – Da ordem social”, o capítulo VI específico so- bre o tema, denominado “Do Meio Ambiente”, em seu art. 225. Entendendo-se por “meio ambiente” como “o conjunto de condições, leis, influências e intera- ções de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” (art. 3º, da Lei n. 6.938/81). A Constituição Federal (1988, p. 103), Art. 225, prevê que toda a coletividade tem responsabilidade na proteção do meio ambiente, visando garantir seu equi- líbrio ecológico com “qualidade de vida a todos os seres vivos”, dando susten- tação para o meio ambiente se recompor em caso de degradação. “Cabe ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as pre- sentes e futuras gerações” (art. 5º da Constituição Federal). PÁGINA 97 O § 1º, I ao VII da Constituição Federal incumbe ao poder público assegurar a efetividade do direito de: I. Preservar e restaurar os processos ecológicos essen- ciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossis- temas; II. Preservar a diversidade e a integridade do patri- mônio genético do país e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III. Definir, em todas as unidades da federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente atra- vés de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; IV. Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; V. Controlar a produção, a comercia- lização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; VI. Promover a educação ambiental em to- dos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; VII. Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoque a extinção de es- pécies ou submetam os animais à crueldade (CONSTITUI- ÇÃO FEDERAL, 1988, p. 103.). Para Leff (2001, p. 188) “O ambiente não é a ecologia, mas a complexidade do mundo”, sendo preciso “aprender um novo saber sobre o ambiente”. Leff em seu livro intitulado: Epistemologia Ambiental procura levar o leitor a uma reflexão sobre os fenômenos ambientais, mostrando que cabe a todas as pessoas buscar mudança de valores, comportamentos e estilos de vida volta- dos para a conservação dos recursos naturais para se ter qualidade de vida e deixar um ambiente ecologicamente sustentável para as futuras gerações. As práticas educativas ambientais devem proporcionar mudanças de hábitos, atitudes e práticas sociais, sendo, portanto, a Educação Ambiental o caminho para que as pessoas adquiram consciência da importância de terem atitudes sustentáveis. É inegável que a educação ambiental contribui significativamente para a proteção do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida. PÁGINA 98 Nesse sentido, Linhares e Piemonte (2010, p. 120) apontam que: Há de se promover urgente conscientização social sobre a problemática do meio ambiente visando à educação e ética ambientais, proporcionando, por consequência, uma vida mais saudável para a população mundial, que esbarra com as novas tecnologias e o crescimento demográfico, que es- tão ocorrendo sem o devido cuidado com o meio ambien- te. Imprescindível, portanto, um esforço para a educação em questões ambientais dirigidas tanto às gerações jovens como aos adultos e que se preste à devida atenção ao se- tor da população menos privilegiado, para fundamentar as bases de uma opinião pública bem informada e de uma conduta dos indivíduos, das empresas e das coletividades inspirada por sua responsabilidade sobre a proteção e me- lhoria do meio ambiente em toda sua dimensão humana. Mudança de paradigmas implica discutir valores para construir uma sociedade mais justa, que satisfaça as necessidades das gerações atuais, sem compro- meter a sobrevivência das futuras gerações. Segundo Ministério do Meio Ambiente (2011) a atuação dos educadores am- bientais nas políticas públicas de águas é portadora de um significativo poten- cial sinérgico capaz de incutir e sedimentar uma perspectiva realmente sistêmi- ca, integradora e ambiental como diferencial para qualificar a gestão dos recur- sos hídricos no país e promover a efetiva melhoria nas condições de vida das pessoas e do meio com o qual convivem. Para Medina (2001) dentre várias definições sobre o que é EA, destaca-se: a Educação Ambiental como processo [...] consiste em propiciar às pessoas uma compreensão crítica e global do ambiente, para elucidar valores e desenvolver atitudes que lhes permitam adotar uma posição consciente e participa- tiva a respeito das questões relacionadas com a conser- vação e a adequada utilização dos recursos naturais deve ter como objetivos a melhoria da qualidade de vida a elimi- nação da pobreza extrema e do consumismo desenfreado. (MEDINA, 2001, p.17). Assim, a promoção de processos continuados e permanentes de desenvol- vimento de capacidades e de Educação Ambiental para a Gestão de Águas constitui iniciativa estratégica fundamental para assegurar a sustentabilidade do crescimento da economia e a promoção do desenvolvimento sustentável. (Ministério do Meio Ambiente, 2011) Entendendo que educação ambiental é um processo que deve partir do inter- no para o externo, levando a mudanças de hábitos e comportamentos como PÁGINA 99 pequenas iniciativas no lar, escola, bairro, até alcançar uma abrangência mais ampla, que envolva uma região, estado, país, beneficiando todo o ecossistema e a humanidade, nesse processo, a família e a escola figuram como os princi- pais responsáveis por disseminar a importância dos bons hábitos e da cons- ciência ambiental. Os resultados obtidos são levados pelo resto da vida e disseminados, garan- tindo a eficácia e a construção de uma sociedade mais responsável ecologica- mente. No Brasil, com a aprovação da Lei nº 9.795/1999, que institui a Política Nacio- nal de Educação Ambiental, e dentre várias premissas, a lei afirma trata-se de um componente essencial e permanente da educação no Brasil, que deve estar presente de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal. 1.1 A Política Nacional de Educação Ambiental - PNEA (Lei 9.795/1999) A Política Nacional de Educação Ambiental - PNEA (Lei 9.795/1999) estabele- ce, como um dos objetivos estratégicos da EA, o incentivo à participação indi- vidual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-sea defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania. De forma coerente com a política das águas, a construção de uma cultura da participação, qualificada com o diálogo, mostra-se como um dos eixos centrais da PNEA. Segundo o artigo 1º da Lei 9.795/1999, entende-se por educação ambiental: os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletivi- dade constroem valores sociais, conhecimentos, habilida- des, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. (PNEA, 1999) E complementa ainda no seu artigo 5º, também como um dos seus objetivos fundamentais que a educação ambiental deve promover o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, so- ciais, econômicos, científicos, culturais e éticos. Assim, segundo Tundisi (2006), o desenvolvimento econômico e a complexida- de da organização das sociedades humanas produziram inúmeras alterações no ciclo hidrológico e na qualidade da água. Desta forma urge a promoção de PÁGINA 100 uma gestão de desenvolvimento que produza utilizando recursos hídricos de forma sustentável. A EA é um caminho para reconstruir a relação ser humano/natureza, contribuin- do para o desenvolvimento de uma consciência social e planetária. De acordo com PCN (1998), durante muitos séculos, o ser humano se imaginou no cen- tro do Universo, com a natureza à sua disposição, e apropriou-se de seus pro- cessos, alterou seus ciclos, redefiniu seus espaços, mas acabou deparando-se com uma crise ambiental que coloca em risco a vida do planeta, inclusive a humana. Entretanto, considerando que o Brasil é um país riquíssimo em recursos hídri- cos detendo mais 12% da água doce disponível no mundo e é possuidor de uma rede hidrográfica composta por seis grandes bacias: Amazonas, Tocan- tins,São Francisco, Paraná, Paraguai e Uruguai, concluímos que além da edu- cação ambiental para preservação dos recursos hídricos e garantia da susten- tabilidade, precisamos estabelecer políticas nacionais e internacionais de ge- renciamento e controle de seu uso. 1.1.1 Política Nacional de recursos hídricos, Lei nº 9.433/1997. Desta forma a política Nacional de recursos hídricos, Lei nº 9.433/1997, institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerencia- mento de Recursos Hídricos, e em seu Art. 1º apresenta os seguintes funda- mentos: I. A água é um bem de domínio público; II. A água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico; III. em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais; IV. A gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas; V. A bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Polí- tica Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos; VI. A gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades; VII. E como não poderia deixar de mencionar no seu Art. 2º traz como objetivos; VIII. Assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibi- lidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos PÁGINA 101 usos; IX. A utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o trans- porte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável; X. a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais; XI. Incentivar e promover a captação, a preservação e o aproveitamento de águas pluviais. Para suprir as necessidades atuais e futuras da humanidade, usa-se o termo sustentabilidade, seja nas dimensões ecológicas, econômicas, sociais ou políti- cas, ou seja, usar os recursos naturais de forma racional, e não agredir o meio ambiente, de forma que este possa se restabelecer e garantir a qualidade de vida das futuras gerações, compreendendo, assim, a necessidade de associar os termos “sustentabilidade” e “desenvolvimento sustentável”. CONSIDERAÇÕES FINAIS A sustentabilidade ambiental consiste em várias ações, diretas e indiretas, que buscam o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico, o bem-estar social e a preservação do meio ambiente. O consumo responsável dos recursos naturais depende de medidas, como o uso de fontes de energias limpas e renováveis (biodiesel) e o plantio de ár- vores, principalmente nas áreas degradadas, são algumas políticas adotadas para se viver em um mundo mais ecológico. No entanto, a sociedade como um todo deve participar, pois do mesmo modo que as indústrias investem em novas tecnologias para prejudicar o mínimo pos- sível a natureza, é preciso que as pessoas tenham iniciativas sustentáveis em suas casas também, como por exemplo, a reciclagem de lixo e o uso inteligen- te de água e energia. REFERÊNCIAS ADORNO, T., HORKHEIMER, M. A Dialética do Esclarecimento. Rio de Ja- neiro: Ed. Zahar, 2002. CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação. Ed. Cultrix. BRASIL. Constituição 1988. 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(Org.). Educação ambiental e compromisso social: pensamentos e ações. 1. ed. Erechim, RS: Edifapes, 2004. TUNDISI, J. G. Novas perspectivas para a gestão de recursos hídricos. Revis- ta USP, São Paulo, n.70, p.24-35, 2006. PÁGINA 104 MATERIAL COMPLEMENTAR Material complementar para leitura: Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Disponível em: http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-solidos/instrumentos-da- -politica-de-residuos/planos-municipais-de-gest%C3%A3o-integrada-de-res%- C3%ADduos-s%C3%B3lidos. Acesso: 15 jul. 2018 LEI 12.305 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS. Disponível em: http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/lei-12305-pol%C3%ADtica-nacional-de- -res%C3%ADduos-s%C3%B3lidos.Acesso: 15 jul. 2018.Acesso: 15 jul. 2018. PÁGINA 105 CAPÍTULO 8 SANEAMENTO AMBIENTAL, FONTE DE SUSTENTABILI- DADE DOS RECURSOS NATURAIS PARA O DESENVOLVIMENTO. PLANO DE ESTUDOS E OBJETIVOS DA UNIDADE VIII O objeto deste capítulo é dar ênfase na importância do saneamento ambiental e na forma como devem ser conduzidas as atividades produtivas para influen- ciar de forma positiva o desenvolvimento. Professora Mestre Sônia Maria Crivelli Mataruco Objetivos de Aprendizagem: • Conceituar saneamento ambiental; • Compreender índices de saneamento no Brasil e no mundo; • Estabelecer a importância socioeconômica; • Conceituar resíduos sólidos; • Estabelecer a importância socioeconômica; • A importância da reciclagem. Plano de Estudo: • Conceitos e Definições de Saneamento ambiental; • Campos de estudo do saneamento; • Breve histórico do saneamento básico e ambiental; • O papel social e econômico do saneamento; • Política Nacional de Resíduos Sólidos; • R’s da sustentabilidade. PÁGINA 106 INTRODUÇÃO DA UNIDADE VIII Nesta unidade buscaremos demonstrar a compreensão da importância da des- tinação correta dos resíduos gerados nas atividades diárias para a conserva- ção da qualidade dos recursos hídricos existentes no planeta. Aprender com a metodologia dos “3 Rs da sustentabilidade que a mudança no comportamen- to diário é imprescindível para o alcance do desenvolvimento que prima pela melhoria da qualidade de vida e que o alcance da sustentabilidade é tarefa de cada cidadão, que deve agir localmente para atingir uma meta global de sus- tentabilidade. Para isto demonstraremos que segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saneamento é o controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre o bem-estar físico, men- tal e social. De outra forma, pode-se dizer que saneamento caracteriza o conjunto de ações socioeconômicas que têm por objetivo alcançar Salubridade Ambiental. Com esse objetivo citaremos a Lei nº 6.938/1981, da Política Nacional de Meio Ambiente, que define meio ambiente como um conjunto de condições, leis, in- fluências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. Citaremos também a Constituição Federal, a Política Nacional de resíduos sóli- dos, Política Nacional de Meio Ambiente, saneamento ambiental e a aplicação dos “3 Rs da sustentabilidade. 1. SANEAMENTO BÁSICO FATOR DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁ- VEL DE UMA SOCIEDADE Na antiguidade, as pessoas, por falta de conhecimento, não consideravam a qualidade da água um fator restritivo, para o desenvolvimento, embora os as- pectos estéticos como aparência, sabor e odor, influenciassem na escolha das fontes de água que usariam (CAVINATTO,1992). Segundo Cavinatto (1992) não havia preocupação se a água estava livre de agentes transmissores de doenças. Não relacionavam as doenças com a fal- ta de tratamento, necessárias para retirar as impurezas e microrganismos da água, porém vale ressaltar que na época não havia tecnologias apropriadas para tratar a água e torná-la potável, ou seja, com ausência de agentes dano- sos à saúde. PÁGINA 107 Na idade antiga, os filósofos como Platão e Aristóteles, ao ver as pessoas en- terrando as fezes, jogando-as no mar ou só afastando para um local distante de suas residências, começaram a se preocupar com as questões sanitárias e diziam que as águas contaminadas com dejetos humanos poderiam trazer doenças para as pessoas, sendo importante buscar alternativas sanitárias para destinar adequadamente seus dejetos. A Índia foi um dos primeiros países a ter a preocupação em implantar uma me- todologia para realizar o tratamento da água, e os procedimentos por eles ado- tados foram orientar as pessoas a fazerem a fervura ou exposição da água ao sol. Somente no ano 1500 a.C., foram realizados os primeiros processos de decan- tação para a filtração da água pelos egípcios, usando o alumínio para remover sólidos suspensos, e o primeiro sistema de abastecimento de água foi criado na Assíria, em 691 a.C., o aqueduto de Jerwan (BAKER; TARAS, 1981). De acordo com Cavinatto (1992), no Brasil, a preocupação com saneamento estava amplamente relacionada ao surgimento e ao crescimento de cidades, que na maioria das vezes eram instaladas próximas aos rios, com objetivo de obter água para suas atividades diárias e ter facilidade para descartar seus de- jetos, não havendo nenhuma prevenção ou tratamento para evitar a contamina- ção das águas. O autor supramencionado reforça que ainda na década de 50, no Brasil, os fei- tos que os lançamentos de dejetos indevidos poderiam causar na qualidade da água eram desprezados, mas com o aumento da população agrupada em as- sentamentos, os problemas de contaminação das águas superficiais e subter- râneas acentuaram-se devido à grande quantidade de dejetos despejados dia- riamente nos rios. Complementando, de acordo com as declarações do autor sobredito, as primei- ras preocupações sanitárias relacionadas ao saneamento no Brasil ocorreram após a chegada dos colonizadores no século XVI, devido à ocorrência das pri- meiras moléstias que contaminaram os indígenas com varíola, tuberculose e sarampo, entretanto, os maiores avanços nessa área só aconteceram a partir do ano 1800, depois da vinda da família real ao Brasil. Segundo dados da OMS (2012), quase 400 mil pessoas no ano de 2011 foram internadas por diarreia no Brasil, e esse número representa uma grande parce- la dos gastos em saúde pública no país. Sem contar o grande número de leitos hospitalares que são diariamente ocupados por pessoas com problemas rela- cionados à falta de saneamento básico, vagas que poderiam estar disponíveis para pessoas com enfermidades mais graves. A falta de sistemas de sanea- mento básico é sem dúvida, um problema de saúde pública, pois pode provo- PÁGINA 108 car doenças que são transmitidas por meio hídrico ou pelo contato direto com esgoto. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, relata que: O acesso à água e ao saneamento reforça algumas velhas li- ções do desenvolvimento humano. Em média, as taxas de co- bertura em ambas as áreas crescem com o rendimento: uma maior riqueza tende a ser acompanhada por um melhor aces- so à água e ao saneamento. […] As pessoas necessitam de água potável e de saneamento para manterem a sua Saúde e dignidade. […] O fornecimento de água potável, a elimina- ção de águas residuais e a oferta de saneamento são três dos alicerces mais básicos do progresso humano. […] Mais ainda do que a água, o saneamento ressente-se de uma combina- ção de fragmentação institucional, fraco planejamento nacional e baixo estatuto político. (PNUD, 2006, p. 25). Atualmente, de acordo com dados da OMS (2012), em torno de 40% da po- pulação mundial não têm acesso ao conjunto de serviços que consistem o sa- neamento básico, sendo os países em desenvolvimento os mais afetados. A cada dez pessoas no mundo quatro delas não possuem condições mínimas de saneamento, o que acarreta em inúmeros problemas de ordem social e saúde. No Brasil, 55,5% da população não são atendidos por rede de esgoto, sendo 48,9% da área urbana e 84,2% da área rural, 66,5% dos municípios não têm esgoto, o que afeta diretamente a qualidade das águas de rios, mares e lagoas das cidades brasileiras (IBGE, 2000). Complementando, a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (IBGE, 2008), diz que houve aumento na proporção de domicílios com acesso à rede de esgoto que passaram de 33,5%, em 2000, para 44%, em 2008. Apesar dessa melhora nos índices de abastecimento, ainda são necessários muitos esforços para que a situação do saneamento básico se torne satisfatória no país, como demonstrado pelo relatório do IBGE, 2008. Porém, a porcentagem de municípios que apresentam a rede geral de esgo- to teve um aumento insignificante, passando de 52%, em 2000, para 55%, em 2008 nos municípios do Brasil, conforme se visualiza na figura 01.PÁGINA 109 Figura 01. Evolução percentual das principais variáveis de esgotamento sanitário – Brasil – 2000/ 2008. Disponível em IBGE 2008.Acesso 02 mai.2018. A ausência de investimentos no setor, e o descaso do poder público acabam comprometendo, assim, todo o ecossistema e, consequentemente, a qualida- de de vida da população, devida contato direto com esgotos lançados em lo- cais impróprios. As ações de saneamento reduzem a ocorrência de doenças e evitam danos ao ambiente, especialmente aos solos e corpos hídricos (IBGE, 2011). 1.1 Metas para o saneamento ambiental Diante das condições gerais do saneamento ambiental no Brasil, é interessante destacar a necessidade de buscar a universalização dos serviços de sanea- mento básico e de aumentar a qualidade dos mesmos, de modo a contribuir para melhorar a saúde e o bem-estar da população, e tornar o meio ambiente mais saudável. No Brasil, o acesso universal aos serviços de água e esgoto está amparado de forma implícita e explícita em várias legislações, inclusive de áreas afins, como recursos hídricos, ambiente, saúde pública, defesa do consumidor e desenvol- vimento urbano. Mostrando que o acesso aos serviços de saneamento básico é condição necessária à dignidade do ser humano e, particularmente à sua so- brevivência. A participação do indivíduo na atividade econômica e social depende de uma vida saudável, para tanto é fundamental o acesso ao saneamento básico, as- sim como à moradia, à saúde e à educação (PNUD, 2006). PÁGINA 110 É importante ressaltar que, segundo o Atlas do saneamento (IBGE 2011, p. 1, capítulo 3), o saneamento abrange aspectos que vão além do saneamento básico como: Abastecimento de água potável, a coleta, o tratamento e a dis- posição final dos esgotos e dos resíduos sólidos e gasosos, os demais serviços de limpeza urbana, a drenagem urbana, com- preende o controle ambiental de vetores e reservatórios de doenças, a disciplina da ocupação e de uso da terra e obras especializadas para proteção e melhoria das condições de vida. As consequências da contaminação do meio ambiente podem se manifestar pontualmente ou a longo prazo, podendo não somente atingir a população lo- cal, tendo em vista que a natureza não estabelece limites políticos, tampouco geográficos. Por isso, as pessoas precisam se conscientizar da problemática do setor de saneamento básico e, principalmente, conhecer os malefícios que sua falta pode ocasionar à saúde. A solução exige investimento maciço de recursos com objetivo de ampliar o acesso universal aos serviços de fornecimento de água e saneamento, além de acordos efetivos entre países para a cooperação no uso da água. Há também a necessidade de mudança nos padrões de produção e consumo, para evitar o desperdício de água nas esferas doméstica, industrial e agropecuária. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2011, que constam na figura 02, mais de 700 milhões de pessoas não têm acesso à água potável; 80% das doenças que ocorrem nos países em desenvolvimento são ocasionados pela contaminação da água; 33% da população mundial não têm acesso a banheiro com sistema de esgoto. No Brasil, o setor do saneamento necessita de mais investimentos para, então, atingir a meta estipulada de universalização das estruturas de saneamento bá- sico em todo o país até o ano de 2033. PÁGINA 111 Figura 02. População Mundial atendida com água e esgoto. Disponível em: Al- manaque Abril https://almanaque.abril.com.br/materia/um-problema-que-afeta- -a-todos.Acesso 02 mai.2018. “O saneamento é uma meta coletiva diante da importância da vida humana e da proteção ambiental, sendo dever do Estado sua promoção, constituindo-se um direito social integrante de políticas públicas e sociais” (BORJA, 2004, p. 83). Mesmo sendo um país privilegiado com a grande quantidade de recursos hí- dricos, o Brasil apresenta sérios problemas de abastecimento de água, devido ao crescimento acelerado da população e o progresso tecnológico que condu- ziram à alteração dos hábitos diários, aumentando, assim, o consumo médio diário por habitante, além da carência de saneamento na maioria das cidades brasileiras. Conforme demonstrado na figura 03, a meta estabelecida no Plano Nacional de Saneamento Básico (2013) para o ano de 2033 é atingir um atendimento a 99% da população com água tratada e 93% com coleta e tratamento de esgoto. Segundo dados da ONU (2010) a população mundial cresce aceleradamente, em 1950, éramos 2,5 bilhões de pessoas e, em 2011, sete bilhões e a esti- mativa é que passaremos a 8,3 bilhões em 2030 e a 9,3 bilhões em 2050. A quantidade de água utilizada para satisfazer essa população e o processo de produção não é mais a mesma, infelizmente se perdeu a qualidade da água por uma série de fatores como a falta de saneamento básico e o descaso com a proteção dos mananciais de abastecimento público. PÁGINA 112 Figura 03. Principais metas para saneamento básico no Brasil. Fonte: Pano Nacional de Saneamento Básico – Plansab 2013. De acordo com as estimativas de órgãos como o Instituto Trata Brasil1, isso de- manda um investimento de pelo menos 15 bilhões de reais por ano, enquanto o Estado vem investindo, em média, nove bilhões de reais. O aumento do con- sumo da água potável e dos recursos naturais cresce de forma mais rápida do que o crescimento populacional, isso nos mostra que se continuarmos agindo dessa forma, não teremos condições de atender às necessidades das futuras gerações, e não chegaremos a atingir a sustentabilidade tão almejada. Partindo dos problemas levantados, uma provável solução para a preservação dessas águas é o investimento em saneamento, principalmente no tratamento do esgo- to sanitário. Para tanto, é necessário, além de se ter dispositivos (redes) para coletar os de- jetos, dar destinação adequada, direcionando-os para estações de tratamento de esgoto e, posteriormente, devolver o efluente tratado em condições adequa- das no rio. Isso somente é possível se houver monitoramento nas Estações de Tratamento de Esgoto - ETEs, periodicamente, fazendo análise dos dados da Demanda Biológica de Oxigênio - DBO e Demanda Bioquímica de Oxigênio - DQO. Segundo Macedo (2002), um dos parâmetros muito indicados para avaliar 1 -Instituto Trata Brasil é uma OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Inte- resse Público, formado por empresas com interesse nos avanços do saneamento básico e na proteção dos recursos hídricos do país. Atua desde 2007 trabalhando para que o cidadão seja informado e reivindique a universalização do serviço mais básico, essencial para qualquer na- ção: o saneamento básico. Disponível em < http://www.tratabrasil.org.br/quem-somos>. Acesso em 02 de novembro de 2017. PÁGINA 113 a eficiência dos sistemas de tratamento e a qualidade da água é a DQO e a DBO5(220), pois avaliam o consumo de oxigênio dissolvido (em mg/L de O2), que será consumido pelos organismos na estabilização da matéria orgânica. Importante ressaltar que o tratamento dos esgotos reflete diretamente na qua- lidade da água e a falta do saneamento ambiental reflete em nível de saúde da população, sendo um dos itens que compõem o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH de um país, e é interligada à educação, pois crianças com me- lhores condições de saúde aprendem melhor. Daí advém, então, a necessidade de almejar soluções criativas para desenvolver uma relação harmônica do ho- mem com a natureza, o que implica na melhoria de qualidade de vida para to- dos. Sabe-se que o esgoto reflete na qualidade da água. Para adequar a água de diferentes mananciais aos padrões de qualidade definidos pelos órgãos de saúde e agências reguladoras, é necessário o emprego de sofisticadas tecnolo- gias, diferentes operações e processos unitários para tratá-la e atender às exi- gências do Ministério da Saúde, que é o órgão responsável por definir quais as características adequadas para que a água possa ser consumida pelos seres humanos sem causar danos à saúde. A Portarianº 2.914/2011 do Ministério da Saúde estabelece os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Segundo a Portaria nº 2.914/2011, os sistemas de abastecimento de água têm por objetivo a prestação de um serviço público fundamental para a saúde e bem-estar das populações, que consiste em satisfazer as necessidades das comunidades em termos de fornecimento de água. O processo convencional de tratamento de água emprega as seguintes etapas para sedimentação e de- sinfecção da água: coagulação; floculação; decantação; filtração para a clarifi- cação da água, seguida da correção do pH; desinfecção e fluoretação; reserva- ção e distribuição. Esse processo é compreendido pelas operações unitárias de coagulação, floculação, decantação e filtração. Os parâmetros turbidez e cor da água são reduzidos através da remoção de partículas em suspensão, coloidais e dissolvidos, com a finalidade de atender aos padrões de potabilidade exigidos pela Portaria nº. 2.914, de 12 de dezembro de 2011 (HELLER; PÁDUA, 2006; MACEDO, 2007). Para o tratamento de água, a qualidade da água bruta tem papel fundamental na definição da tecnologia empregada e na sua sustentabilidade a longo prazo. Quanto mais poluída for a fonte, mais complexo será o tratamento e mais ele- vado será o custo do produto final. (HELLER; PÁDUA, 2006; MACEDO, 2007). O capítulo 18 da “agenda 21” analisa que as atividades econômicas e sociais dependem muito do suprimento e da qualidade da água, sendo importante de- 2 CBO5, corresponde ao oxigénio consumido na degradação da matéria orgâni- ca, a uma temperatura média de 20oC durante 5 dias. PÁGINA 114 REFLITA finir métodos que possibilitem assegurar uma oferta de água na quantidade e qualidade adequada. Devem ser satisfeitas as necessidades hídricas para que o país alcance um desenvolvimento sustentável, e, ao mesmo tempo, devem ser preservadas as funções hidrológicas, biológicas e químicas dos ecossiste- mas, adaptando as atividades humanas aos limites da capacidade de absorção de seus impactos pela natureza. 1- Quanto mais poluída for à fonte de água, mais complexo será o tratamento e mais elevado será o custo do produto final. Desta forma a gestão em uma es- tação de tratamento de água deve priorizar apenas a obtenção de um produto final de boa qualidade, ou também é de vital importância a preocupação com a manutenção e preservação do ambiente onde esta se localiza? 2- O uso eficiente dos recursos hídricos requer apenas técnicas adequadas, ou depende de uma gestão nacional ou até mesmo internacional? Dê sua opinião e explique. 3- Além das doenças, a falta de saneamento causa outros prejuízos às famí- lias, como a falta do adulto ao trabalho, as crianças perdem dias de aulas, fi- cam privadas do convívio e das brincadeiras com outras crianças. Desta forma o que saneamento básico tem a ver com perdas de aula e dias de Trabalho? Fonte: base pesquisa: Reflexão sobre a realidade do saneamento. Disponível em: http://www.hipernoti- cia.com.br/artigos/reflexao-sobre-a-realidade-do-saneamento/53746. Acesso 15 jul. 2018. Saneamento traz saúde, produtividade e renda. Disponível em: ht- tps://www.saneamentobasico.com.br/saneamento-traz-saude-produti- vidade-e-renda/. Acesso 15 jul. 2018. PÁGINA 115 SAIBA MAIS A Lei Nº 6.938/1981 estabelece que a Política Nacional do Meio Ambiente no Brasil tem por objetivo: a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvol- vimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. A educação ambiental deve ser trabalhada em todos os níveis de ensino, inclu- sive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ati- va na defesa do meio ambiente; e complementa em seu artigo quarto que deve haver à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preser- vação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico. Fonte: BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm>. Acesso em: 10 abr. 2018. 1.1.1 Gerenciamento dos resíduos sólidos, garantia de sustentabilidade para as futuras gerações A crescente preocupação com a preservação dos recursos naturais e com a questão de saúde pública associada ao gerenciamento dos resíduos sólidos al- meja-se por políticas públicas que permita atingir novos patamares de cons- ciência ambiental, de tecnologia limpa e de crescimento sustentável. Nesse sentido no ano de 2010 foi sancionada Política Nacional de Resíduos Sólidos, a Lei nº 12.305, entendida como um instrumento indutor do desenvol- vimento social, econômico e ambiental. A criação da Lei busca uma gestão integrada e destinação adequada dos resí- duos sólidos gerados nas atividades humanas e estabelece como objetivos no seu artigo 7º: I. Proteção da saúde pública e da qualidade ambiental; II. Não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resí- duos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos; III. estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços; IV. adoção, desenvolvimento E aprimoramento de tecnologias limpas como forma de minimizar impactos ambientais; PÁGINA 116 V. Redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos; VI. Incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e recicla- dos; VII. Gestão integrada de resíduos sólidos; VIII.Articulação entre as diferentes esferas do poder público, e destas com o setor empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de resíduos sólidos; IX. Capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos; X. Regularidade, continuidade, funcionalidade E universalização da presta- ção dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com adoção de mecanismos gerenciais e econômicos que asse- gurem a recuperação dos custos dos serviços prestados, como forma de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira, observada a Lei nº 11.445, de 2007; XI. Prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para: • a) produtos reciclados e recicláveis; • b) bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões de consumo social e ambientalmente sustentável. XII. Integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; XIII.Estímulo à implementação da avaliação do ciclo de vida do produto; XIV. Incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao rea- proveitamento dos resíduos sólidos, incluídos a recuperação e o aproveitamento energético; XV.Estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável. Complementando Lei nº 12.305/2010 no art. 9º, descreve que na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos re- jeitos. A legislação traz ainda um tema que deve ser bastante difundido no meio em- presarial a Logística Reversa associada à gestão de resíduos sólidos, a aplica- ção de técnicas do programa de Produção Mais Limpa e programas de geren- ciamento que visam o Resíduo Zero. PÁGINA 117 Logística reversa são ações, procedimentos e meios relacionados com a coleta e restituição dos resíduos sólidos (restos, embalagens, materiais desgastados, produtos vencidos e/ou obsoletos, etc.) aos setores empresariais para reapro- veitamento em seu ciclo ou novos ciclos de produção, ou ainda, outras destina- ções ambientalmente adequadas. A logística reversa é um instrumento impor- tante de desenvolvimento econômicoe social, devendo ser operacionalizada através de cooperativas e associações de trabalhadores em reciclagem e rea- proveitamento de resíduos em parceria com os poderes públicos e os setores empresariais. É uma ferramenta relacionada diretamente com a implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos entre fabri- cantes, importadores, distribuidores, comércio, poderes públicos e consumido- res (Lei 12.305/2010, artigo 3º, incisos XII, XVII; artigo 8º, incisos III, IV e VI). A logística reversa será detalhada através de acordos setoriais e termos de compromissos das empresas e setores empresariais com os poderes públicos. As empresas também terão que elaborar planos de gerenciamentos dos seus resíduos. Os poderes públicos podem (e devem) implantar medidas de apoio à adequa- ção das empresas através de incentivos fiscais, financiamentos e créditos para a prevenção e redução de resíduos nos processos produtivos, implantação de programas de gerenciamento e estruturação da logística reversa, inclusive no desenvolvimento de sistemas de gestão empresarial voltados à capacitação de recursos humanos para a otimização no uso, reaproveitamento e reinserção de matérias primas nos ciclos de produção (Lei 12.305/2010, artigos 42-46, 55,56). A lei trata ainda da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos pro- dutos, a ser implementada de forma individualizada e encadeada, abrangendo os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos. (Toda a seção II do capítulo III da Lei 12.305) A Lei 12.305/2010 considera-se gestão integrada de resíduos sólidos o conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os problemas decorrentes do descarte de tais resíduos, de forma a se considerarem as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, sob a premis- sa do desenvolvimento sustentável. Um conceito de sustentabilidade muito aplicado visando o gerenciamento dos resíduos sólidos é o conceito dos 3 R’s que tange tanto a área ambiental quan- to a econômica e a social. PÁGINA 118 SAIBA MAIS Conforme citado anteriormente o primeiro passo para a sustentabilidade é a não geração do resíduo, porém caso sua geração seja inevitável, bus- car implantar os 3 Rs da sustentabilidade que são reduzir, reutilizar e re- ciclar. Essas três ações ajudam a minimizar o desperdício de materiais e produtos, além de poupar a natureza da extração inesgotável de recursos. Adotando estas práticas, é possível diminuir o custo de vida reduzindo gastos, além de favorecer o desenvolvimento sustentável. A política dos 3Rs da sustentabilidade: reciclar, reutilizar e reduzir é uma medi- da criada para que as pessoas diminuam a produção de lixo. É claro que essa não é a única medida de preservar a natureza, mas, com certeza, é um impor- tante passo para garantir um mundo melhor para as gerações futuras. O “Reduzir” engloba economia de todas as formas possíveis; o “Reutilizar” en- volve o reaproveitamento do produto; já o “Reciclar” remete à separação do que é e não é lixo, e ao envio de embalagens para a reciclagem. Reutilizar: Não jogue fora o que ainda pode ser utilizado – roupas, sapatos, mó- veis, bijouterias, brinquedos e livros podem ser doados; Reciclar: Faça a coleta seletiva em casa; • Encaminhe o lixo para empresas recicladoras – Garrafas de plástico, emba- lagens de produtos de limpeza e higiene, latinhas de ferro e alumínio, emba- lagens longa vida, jornais, revistas, folhetos, papéis e óleo vegetal podem ser reaproveitados; Desta forma a política dos “Rs” vem para nos mostrar que é possível sim man- ter uma sociedade sustentável, desde que a sociedade, empresas, fábricas e até o governo se unam em prol de um mundo ambientalmente mais correto e agradável para as gerações do presente e do futuro. Fonte: Projeto de Coleta Seletiva e Educação Ambiental – Comissão de Coleta Seletiva do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde de São Paulo –Reciclar SP Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/10006000105.pdf Acesso: 19. abr. 2018. PÁGINA 119 CONSIDERAÇÕES FINAIS O desenvolvimento sustentável não é um estado permanente de equilíbrio, mas sim de mudanças quanto ao acesso aos recursos e quanto à distribuição de custos e benefícios, controlar e destinar de forma inadequadas os resíduos só- lidos podem causar inúmeras consequências negativas a economia ao setor social e ambiental. Efeitos como emissão de gases de efeito estufa, degradação e contaminação do solo, poluição da água, proliferação de vetores de importância sanitária, como é o caso do Aedes aegypti (vetor da dengue), potencialização dos efeitos de enchentes nos centros urbanos, entre outros. E nesse sentido o recurso água será altamente atingido e consequentemente as pessoas e ainda devemos considerar que é responsabilidade de todos bus- car um mundo melhor. REFERÊNCIAS BAKER, M. N.; TARAS, M. J. The quest for pure water: the history of the twentieth century. 2. ed. v. 1, Denver: AWWA, 1981. BORJA, P. C. Política de saneamento, instituições financeiras internacio- nais e megaprogramas: um olhar através do Programa Bahia Azul. 2004, 400 f. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo). Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2004 BRASIL. Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Na- cional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. Brasília, DF. 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ L6938.htm>. acesso 12 abr .2018. BRASIL, Lei 11.445 de 05 de janeiro de 2007, Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências, disponível em HTTP://www.planalto.gov.br último acesso 23 abr .2018. Brasil. [Lei n. 12.305, de 2 de agosto de 2010]. Política nacional de resíduos sólidos [recurso eletrônico]. – 2. ed. – Brasília: Câmara dos Deputados, Edi- ções Câmara, 2012. 73 p. – (Série legislação; n. 81) BRASIL, Ministério das Cidades, Secretaria Nacional de Saneamento Ambien- tal. Plano Nacional de Saneamento Básico: Mais Saúde com Qualidade de Vida e Cidadania. HELLER, L. (coord.). 1. ed. Brasília: 2013, 173 p. CAVINATTO, V. M. Saneamento básico: fonte de saúde e bem-estar. São Paulo: Ed. Moderna, 1992. HELLER, L.; PÁDUA, V. L. Abastecimento de água para consumo humano. 1. ed. 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Geneva: WHO, 2011. OMS. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Celebra Año Internacional del Saneamiento. Centro de Notícias ONU. 2012. Disponível em: http://www. un.org/spanish/News/fullstorynews.asp?newsID=11275&criteria1=&criteria 2=. acesso 10 jul .2018.. Leitura complementar sugerida: Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Disponível em: http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-solidos/instrumentos-da--politica-de-residuos/planos-municipais-de-gest%C3%A3o-integrada-de-res%- C3%ADduos-s%C3%B3lidos. Acesso: 15 jul. 2018 LEI 12.305 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS. Disponível em: http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/lei-12305-pol%C3%ADtica-nacional-de- -res%C3%ADduos-s%C3%B3lidos. Acesso: 15 jul. 2018 O que é 5S. Disponível em: http://www.pdca.com.br/site/portal-5s.html. Aces- so: 15 jul.2018. Princípio dos 3 R’s. Disponível em: https://dgi.unifesp.br/ecounifesp/index. php?option=com_content&view=article&id=10&Itemid=8. Acesso: 15 jul.2018. LIXO – PROBLEMAS E SOLUÇÕES Aprenda mais sobre: tipos de lixo, destinação, poluição, doenças, regra dos 3 Rs, recicláveis, não recicláveis e compostagem. Disponível em: http://www.ib.usp. br/coletaseletiva/saudecoletiva/. Acesso: 15 jul.2018. O QUE PODE SER RECICLADO? Texto do Instituto GEA descrevendo os materiais e classificando-os em recicláveis e não-recicláveis. Disponível em http://www.institutogea.org. br/oquepodeserreciclado.html. Acesso: 15 jul.2018. L UnifatecieCENTRO UNIVERSITÁRIO EAD>))