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Sustentabilidade e Responsabilidade Social (UniFatecie)

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Tiago Bruno

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Ferramentas de estudo

Questões resolvidas

2. DEGRADAÇÃO AMBIENTAL CAUSADA PELO DESMATAMENTO

Por volta de 1966, o governo criou uma política de incentivos fiscais em nome do desenvolvimento econômico e os agricultores para terem direito de receber o incentivo financeiro para plantar e adquirir equipamentos necessitavam assumir compromisso de desmatar. Após anos de incentivos à produção e à ocupação de terras, os sinais de destruição ficam mais claros. Em 1978, a área desmatada chegou a 14 milhões de hectares. Esse processo de desmatamento trouxe prejuízos ambientais e socioeconômicos muito significativos como:

● A ocorrência de desequilíbrios climáticos com diminuição das chuvas devido à alteração das áreas de mata e do clima, causando grandes períodos de estiagem, e redução da umidade relativa do ar, pois com a remoção das folhagens há uma queda da regulação da temperatura ambiental, deixando-a mais alta e instável; Perda de biodiversidade da fauna e flora nativas e com isso, o equilíbrio ecológico pode tornar-se ameaçado; Degradação de mananciais ao remover a proteção das nascentes e prejudicar a impermeabilização do solo em torno da água; O esgotamento dos solos com a intensificação de processos de erosão e desertificação.

Além dos problemas anteriormente citados, para a sociedade o desmatamento ainda traz diversos prejuízos como o enfraquecimento do ecoturismo, diminuição das possibilidades de pesquisas para a área de fármaco, perda qualidade da água, aumento da resistência a doenças e pragas na agricultura que provém muitas vezes do cruzamento entre espécies nativas próximas.

Segundo Castro (2005), a exploração de madeiras no Brasil foi responsável pelo desaparecimento de espécies de árvores e animais que perderam seu habitat.

Para Margulis (2003) a pecuária constitui a principal atividade responsável pela maior parte do desmatamento.

A redução dos tamanhos das florestas naturais em todo o mundo tem ocorrido como resultado, principalmente, de incêndios, corte de árvores para propósitos comerciais, devastação de terras para utilização da agropecuária, ou até fenômenos naturais.

O desmatamento pode causar diversos impactos para o meio ambiente, como:
Degradação de habitat, erosão, perda da biodiversidade, modificação do clima


Quais são os objetivos do desenvolvimento sustentável?
Erradicação da pobreza
Fome zero e agricultura sustentável
Saúde e bem estar
Educação de qualidade
Igualdade de gênero
Água potável e saneamento
Energia acessível e limpa
Trabalho decente e crescimento econômico
Indústria, inovação e infra-estrutura
Redução das desigualdades
Cidades e comunidades sustentáveis
Consumo e produção responsáveis

As práticas educativas ambientais devem proporcionar mudanças de hábitos, atitudes e práticas sociais. Sendo assim, qual é o papel da Educação Ambiental?


a) Contribuir para a conscientização das pessoas sobre a importância de ter atitudes sustentáveis.
b) Estabelecer limites de emissão para fontes poluidoras prioritárias.
c) Definir padrões de qualidade do ar.

1. O SIGNIFICADO DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
Conforme Philippi Junior, Sampaio e Fernandes (2017) são exemplos de conceitos (ou práticas) relacionados à Sustentabilidade Empresarial:
● Avaliação do Ciclo de Vida.
● Cadeia de Suprimentos Verde.
● Logística Reversa.
● Produção + limpa e produção enxuta.


A Sustentabilidade Empresarial é um conjunto de práticas relacionadas ao fluxo e à transformação de bens, desde a extração de suas matérias-primas até a entrega do produto ao consumidor.
A Avaliação do Ciclo de Vida é uma técnica empregada para avaliar o desempenho ambiental de um produto no seu ciclo de fabricação.
A Cadeia de Suprimentos Verde pode ser entendida como um conjunto de, no mínimo, duas entidades envolvidas nos fluxos ascendentes e descendentes de produtos.
A Logística Reversa é uma das especializações da Logística Empresarial que planeja, opera e controla o fluxo, e as informações logísticas correspondentes.

Exemplo de aplicação da pirâmide de Carroll.

Segundo o texto, o que é ecologia urbana?

Ecologia urbana é uma nova área de estudos ambientais que procura entender os sistemas naturais dentro das áreas urbanas.
Ecologia urbana lida com as interações de plantas, animais e de seres humanos em áreas urbanas.
Ecologia urbana estuda apenas a vida selvagem encontrada nas cidades para entender até que ponto esses recursos são afetados pela poluição, urbanização e outras formas de pressão.
a) Apenas a afirmativa I está correta.
b) Apenas a afirmativa II está correta.
c) Apenas a afirmativa III está correta.
d) As afirmativas I e II estão corretas.
e) As afirmativas I, II e III estão corretas.

O que é o projeto Sustentável atual?

O projeto Sustentável atual exige o pensar globalmente, e atuar regionalmente e viver localmente.
O projeto Sustentável atual exige o pensar localmente, e atuar regionalmente e viver globalmente.
O projeto Sustentável atual exige o pensar regionalmente, e atuar globalmente e viver localmente.
a) Apenas a afirmativa I está correta.
b) Apenas a afirmativa II está correta.
c) Apenas a afirmativa III está correta.
d) As afirmativas I e II estão corretas.
e) As afirmativas I, II e III estão corretas.

O que é paisagem?

Paisagem é tudo aquilo que se vê.
A paisagem existe em função do processo histórico diferenciado, embora coexistindo com o instante atual.
A paisagem não é o espaço, mas apenas o momento; é uma parte, mas não a totalidade.
A paisagem em si não possui vida própria, embora ela seja importante, é o resultado dos modos de produção e os momentos desses modos de produção.
Todas as afirmativas estão corretas.
a) Apenas a afirmativa I está correta.
b) Apenas a afirmativa II está correta.
c) Apenas a afirmativa III está correta.
d) As afirmativas I, II e IV estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.

O que é o Zoneamento Ecológico-Econômico?

O Zoneamento Ecológico-Econômico é um conjunto de normas de uso em função das características bióticas, geológicas, urbanísticas, agropastoris, extrativistas e culturais locais.
O Zoneamento Ecológico-Econômico é um conjunto de normas de uso em função das características econômicas, políticas e culturais locais.
O Zoneamento Ecológico-Econômico é um conjunto de normas de uso em função das características urbanísticas, agropastoris, extrativistas e culturais locais.
O Zoneamento Ecológico-Econômico é um conjunto de normas de uso em função das características bióticas, geológicas e urbanísticas locais.
O Zoneamento Ecológico-Econômico não é mencionado no texto.
a) Apenas a afirmativa I está correta.
b) Apenas a afirmativa II está correta.
c) Apenas a afirmativa III está correta.
d) Apenas a afirmativa IV está correta.
e) A afirmativa I e IV estão corretas.

O que é gestão ambiental?

Gestão ambiental surge como uma resposta aos problemas ambientais que fazem parte da agenda de diferentes segmentos sociais, buscando prevenir ou minimizar os problemas decorrentes de uma forma de desenvolvimento denominada insustentável.
Gestão ambiental visa apenas a diminuição dos gastos de energia que os sustenta, o seu grau de entropia, assim como os riscos e impactos ambientais, sem prejudicar ou suprimir outros seres da cadeia ecológica da qual o homem faz parte, mantendo a biodiversidade dos ecossistemas.
Gestão ambiental visa apenas a preservação de oportunidades para as gerações futuras, a fim de sustentar o nosso ambiente global e melhorar a qualidade de vida em nossos assentamentos humanos.
Gestão ambiental visa apenas a proteção e aumento da biodiversidade nas cidades.
Todas as afirmativas estão corretas.
a) Apenas a afirmativa I está correta.
b) Apenas a afirmativa II está correta.
c) Apenas a afirmativa III está correta.
d) Apenas a afirmativa IV está correta.
e) Todas as afirmativas estão corretas.

1. IMPORTÂNCIA E USO DOS INDICADORES AMBIENTAIS

A construção de um modelo de desenvolvimento econômico e em harmonia com a capacidade de suporte dos sistemas naturais faz com que os agentes responsáveis por sua concepção necessitem de um amplo levantamento de dados e informações representativas das diversas dimensões envolvidas nos processos produtivos, bem como da condução de investigações que possibilitem um melhor entendimento da gestão ambiental. Desta forma o uso de indicadores de sustentabilidade ambiental cresceu bastante, pois esta ferramenta funciona como instrumento utilizado para monitorar o desenvolvimento sustentável, os quais são responsáveis por capturar tendências para informar os agentes de decisão, orientar o desenvolvimento e o monitoramento de políticas e estratégias dentro das empresas.

Os indicadores têm como função diagnosticar a saúde do ecossistema e fornecer uma ferramenta para monitorar condições e mudanças ambientais ao longo do tempo.

O IBGE estabeleceu 63 indicadores organizados em quatro dimensões: ambiental, social, econômica (micro e macro); e institucional - compreendem a estrutura e funcionamento das instituições incluindo instituições clássicas; organizações não governamentais (ONG) e empresas, segundo o marco ordenador do Livro Azul proposto em 2001 pela Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS), das Nações Unidas.

De acordo com a classificação de 1993 da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), os indicadores ambientais podem ser sistematizados pelo modelo Pressão-Estado-Resposta (PER) que assenta em três grupos indicadores: Os indicadores de Pressão descrevem pressões das atividades humanas sobre o meio ambiente e que se traduzem por alterações na qualidade do ambiente e qualidade e quantidade dos recursos naturais; indicadores de emissão de contaminantes, eficiência tecnológica, intervenção no território e de impacto ambiental; Os indicadores de Estado refletem a qualidade do ambiente num dado horizonte espaço/tempo; são os indicadores de sensibilidade, de risco e de qualidade ambiental; Os indicadores de Resposta avaliam as respostas da sociedade às alterações e preocupações ambientais, bem como à adesão a programas e/ou implementação de medidas em prol do ambiente; podem ser incluídos neste grupo os indicadores de adesão social, de sensibilização e de atividades de grupos sociais importantes.

A seguir apresenta-se na figura 1, a estrutura conceptual do modelo PER da OCDE:


What is the purpose of the ACV (Life Cycle Assessment)?

Quantify the impacts of a product from cradle to grave.
Evaluate the environmental aspects and potential impacts associated with a product.
Provide information on the inputs and outputs of a product throughout its life cycle.
Assess the environmental performance of an organization.
a) Only I and II are correct.
b) Only II and III are correct.
c) Only I, II, and III are correct.
d) Only II, III, and IV are correct.

What is the approval mentioned in the text?


Aprovação da Estrutura Regimental e do Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Confiança do Ministério do Meio Ambiente.
Aprovação da Política Nacional do Meio Ambiente.
Aprovação da Resolução CONAMA nº 357.

Material
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Questões resolvidas

2. DEGRADAÇÃO AMBIENTAL CAUSADA PELO DESMATAMENTO

Por volta de 1966, o governo criou uma política de incentivos fiscais em nome do desenvolvimento econômico e os agricultores para terem direito de receber o incentivo financeiro para plantar e adquirir equipamentos necessitavam assumir compromisso de desmatar. Após anos de incentivos à produção e à ocupação de terras, os sinais de destruição ficam mais claros. Em 1978, a área desmatada chegou a 14 milhões de hectares. Esse processo de desmatamento trouxe prejuízos ambientais e socioeconômicos muito significativos como:

● A ocorrência de desequilíbrios climáticos com diminuição das chuvas devido à alteração das áreas de mata e do clima, causando grandes períodos de estiagem, e redução da umidade relativa do ar, pois com a remoção das folhagens há uma queda da regulação da temperatura ambiental, deixando-a mais alta e instável; Perda de biodiversidade da fauna e flora nativas e com isso, o equilíbrio ecológico pode tornar-se ameaçado; Degradação de mananciais ao remover a proteção das nascentes e prejudicar a impermeabilização do solo em torno da água; O esgotamento dos solos com a intensificação de processos de erosão e desertificação.

Além dos problemas anteriormente citados, para a sociedade o desmatamento ainda traz diversos prejuízos como o enfraquecimento do ecoturismo, diminuição das possibilidades de pesquisas para a área de fármaco, perda qualidade da água, aumento da resistência a doenças e pragas na agricultura que provém muitas vezes do cruzamento entre espécies nativas próximas.

Segundo Castro (2005), a exploração de madeiras no Brasil foi responsável pelo desaparecimento de espécies de árvores e animais que perderam seu habitat.

Para Margulis (2003) a pecuária constitui a principal atividade responsável pela maior parte do desmatamento.

A redução dos tamanhos das florestas naturais em todo o mundo tem ocorrido como resultado, principalmente, de incêndios, corte de árvores para propósitos comerciais, devastação de terras para utilização da agropecuária, ou até fenômenos naturais.

O desmatamento pode causar diversos impactos para o meio ambiente, como:
Degradação de habitat, erosão, perda da biodiversidade, modificação do clima


Quais são os objetivos do desenvolvimento sustentável?
Erradicação da pobreza
Fome zero e agricultura sustentável
Saúde e bem estar
Educação de qualidade
Igualdade de gênero
Água potável e saneamento
Energia acessível e limpa
Trabalho decente e crescimento econômico
Indústria, inovação e infra-estrutura
Redução das desigualdades
Cidades e comunidades sustentáveis
Consumo e produção responsáveis

As práticas educativas ambientais devem proporcionar mudanças de hábitos, atitudes e práticas sociais. Sendo assim, qual é o papel da Educação Ambiental?


a) Contribuir para a conscientização das pessoas sobre a importância de ter atitudes sustentáveis.
b) Estabelecer limites de emissão para fontes poluidoras prioritárias.
c) Definir padrões de qualidade do ar.

1. O SIGNIFICADO DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
Conforme Philippi Junior, Sampaio e Fernandes (2017) são exemplos de conceitos (ou práticas) relacionados à Sustentabilidade Empresarial:
● Avaliação do Ciclo de Vida.
● Cadeia de Suprimentos Verde.
● Logística Reversa.
● Produção + limpa e produção enxuta.


A Sustentabilidade Empresarial é um conjunto de práticas relacionadas ao fluxo e à transformação de bens, desde a extração de suas matérias-primas até a entrega do produto ao consumidor.
A Avaliação do Ciclo de Vida é uma técnica empregada para avaliar o desempenho ambiental de um produto no seu ciclo de fabricação.
A Cadeia de Suprimentos Verde pode ser entendida como um conjunto de, no mínimo, duas entidades envolvidas nos fluxos ascendentes e descendentes de produtos.
A Logística Reversa é uma das especializações da Logística Empresarial que planeja, opera e controla o fluxo, e as informações logísticas correspondentes.

Exemplo de aplicação da pirâmide de Carroll.

Segundo o texto, o que é ecologia urbana?

Ecologia urbana é uma nova área de estudos ambientais que procura entender os sistemas naturais dentro das áreas urbanas.
Ecologia urbana lida com as interações de plantas, animais e de seres humanos em áreas urbanas.
Ecologia urbana estuda apenas a vida selvagem encontrada nas cidades para entender até que ponto esses recursos são afetados pela poluição, urbanização e outras formas de pressão.
a) Apenas a afirmativa I está correta.
b) Apenas a afirmativa II está correta.
c) Apenas a afirmativa III está correta.
d) As afirmativas I e II estão corretas.
e) As afirmativas I, II e III estão corretas.

O que é o projeto Sustentável atual?

O projeto Sustentável atual exige o pensar globalmente, e atuar regionalmente e viver localmente.
O projeto Sustentável atual exige o pensar localmente, e atuar regionalmente e viver globalmente.
O projeto Sustentável atual exige o pensar regionalmente, e atuar globalmente e viver localmente.
a) Apenas a afirmativa I está correta.
b) Apenas a afirmativa II está correta.
c) Apenas a afirmativa III está correta.
d) As afirmativas I e II estão corretas.
e) As afirmativas I, II e III estão corretas.

O que é paisagem?

Paisagem é tudo aquilo que se vê.
A paisagem existe em função do processo histórico diferenciado, embora coexistindo com o instante atual.
A paisagem não é o espaço, mas apenas o momento; é uma parte, mas não a totalidade.
A paisagem em si não possui vida própria, embora ela seja importante, é o resultado dos modos de produção e os momentos desses modos de produção.
Todas as afirmativas estão corretas.
a) Apenas a afirmativa I está correta.
b) Apenas a afirmativa II está correta.
c) Apenas a afirmativa III está correta.
d) As afirmativas I, II e IV estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.

O que é o Zoneamento Ecológico-Econômico?

O Zoneamento Ecológico-Econômico é um conjunto de normas de uso em função das características bióticas, geológicas, urbanísticas, agropastoris, extrativistas e culturais locais.
O Zoneamento Ecológico-Econômico é um conjunto de normas de uso em função das características econômicas, políticas e culturais locais.
O Zoneamento Ecológico-Econômico é um conjunto de normas de uso em função das características urbanísticas, agropastoris, extrativistas e culturais locais.
O Zoneamento Ecológico-Econômico é um conjunto de normas de uso em função das características bióticas, geológicas e urbanísticas locais.
O Zoneamento Ecológico-Econômico não é mencionado no texto.
a) Apenas a afirmativa I está correta.
b) Apenas a afirmativa II está correta.
c) Apenas a afirmativa III está correta.
d) Apenas a afirmativa IV está correta.
e) A afirmativa I e IV estão corretas.

O que é gestão ambiental?

Gestão ambiental surge como uma resposta aos problemas ambientais que fazem parte da agenda de diferentes segmentos sociais, buscando prevenir ou minimizar os problemas decorrentes de uma forma de desenvolvimento denominada insustentável.
Gestão ambiental visa apenas a diminuição dos gastos de energia que os sustenta, o seu grau de entropia, assim como os riscos e impactos ambientais, sem prejudicar ou suprimir outros seres da cadeia ecológica da qual o homem faz parte, mantendo a biodiversidade dos ecossistemas.
Gestão ambiental visa apenas a preservação de oportunidades para as gerações futuras, a fim de sustentar o nosso ambiente global e melhorar a qualidade de vida em nossos assentamentos humanos.
Gestão ambiental visa apenas a proteção e aumento da biodiversidade nas cidades.
Todas as afirmativas estão corretas.
a) Apenas a afirmativa I está correta.
b) Apenas a afirmativa II está correta.
c) Apenas a afirmativa III está correta.
d) Apenas a afirmativa IV está correta.
e) Todas as afirmativas estão corretas.

1. IMPORTÂNCIA E USO DOS INDICADORES AMBIENTAIS

A construção de um modelo de desenvolvimento econômico e em harmonia com a capacidade de suporte dos sistemas naturais faz com que os agentes responsáveis por sua concepção necessitem de um amplo levantamento de dados e informações representativas das diversas dimensões envolvidas nos processos produtivos, bem como da condução de investigações que possibilitem um melhor entendimento da gestão ambiental. Desta forma o uso de indicadores de sustentabilidade ambiental cresceu bastante, pois esta ferramenta funciona como instrumento utilizado para monitorar o desenvolvimento sustentável, os quais são responsáveis por capturar tendências para informar os agentes de decisão, orientar o desenvolvimento e o monitoramento de políticas e estratégias dentro das empresas.

Os indicadores têm como função diagnosticar a saúde do ecossistema e fornecer uma ferramenta para monitorar condições e mudanças ambientais ao longo do tempo.

O IBGE estabeleceu 63 indicadores organizados em quatro dimensões: ambiental, social, econômica (micro e macro); e institucional - compreendem a estrutura e funcionamento das instituições incluindo instituições clássicas; organizações não governamentais (ONG) e empresas, segundo o marco ordenador do Livro Azul proposto em 2001 pela Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS), das Nações Unidas.

De acordo com a classificação de 1993 da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), os indicadores ambientais podem ser sistematizados pelo modelo Pressão-Estado-Resposta (PER) que assenta em três grupos indicadores: Os indicadores de Pressão descrevem pressões das atividades humanas sobre o meio ambiente e que se traduzem por alterações na qualidade do ambiente e qualidade e quantidade dos recursos naturais; indicadores de emissão de contaminantes, eficiência tecnológica, intervenção no território e de impacto ambiental; Os indicadores de Estado refletem a qualidade do ambiente num dado horizonte espaço/tempo; são os indicadores de sensibilidade, de risco e de qualidade ambiental; Os indicadores de Resposta avaliam as respostas da sociedade às alterações e preocupações ambientais, bem como à adesão a programas e/ou implementação de medidas em prol do ambiente; podem ser incluídos neste grupo os indicadores de adesão social, de sensibilização e de atividades de grupos sociais importantes.

A seguir apresenta-se na figura 1, a estrutura conceptual do modelo PER da OCDE:


What is the purpose of the ACV (Life Cycle Assessment)?

Quantify the impacts of a product from cradle to grave.
Evaluate the environmental aspects and potential impacts associated with a product.
Provide information on the inputs and outputs of a product throughout its life cycle.
Assess the environmental performance of an organization.
a) Only I and II are correct.
b) Only II and III are correct.
c) Only I, II, and III are correct.
d) Only II, III, and IV are correct.

What is the approval mentioned in the text?


Aprovação da Estrutura Regimental e do Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Confiança do Ministério do Meio Ambiente.
Aprovação da Política Nacional do Meio Ambiente.
Aprovação da Resolução CONAMA nº 357.

Prévia do material em texto

Sustentabilidade e 
Responsabilidade 
Social
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco.
EduFatecie
E D I T O R A
Reitor
Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino 
Prof. Ms. Daniel de Lima
Diretor Financeiro
Prof. Eduardo Luiz 
Campano Santini
Diretor Administrativo 
Prof. Ms. Renato Valença Correia
Secretário Acadêmico 
Tiago Pereira da Silva
Coord. de Ensino, Pesquisa e 
Extensão - CONPEX
Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
Coordenação Adjunta de Ensino 
Prof.ª Dra. Nelma Sgarbosa 
Roman de Araújo
Coordenação Adjunta de 
Pesquisa 
Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme
Coordenação Adjunta de 
Extensão 
Prof. Esp. Heider Jeferson 
Gonçalves 
Coordenador NEAD - Núcleo de 
Educação a Distância 
Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
Web Designer
Thiago Azenha
Revisão Textual
Kauê Berto
Projeto Gráfico, Design
e Diagramação
André Dudatt
UNIFATECIE Unidade 1 
Rua Getúlio Vargas, 333, 
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 2 
Rua Candido Berthier Fortes, 
2177, Centro Paranavaí-PR 
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 3 
Rua Pernambuco, 1.169, 
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 4 
BR-376 , km 102, 
Saída para Nova Londrina 
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
www.unifatecie.edu.br/site/
As imagens utilizadas neste 
livro foram obtidas a partir do 
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2021 by Editora EduFatecie 
Copyright do Texto © 2021 Os autores 
Copyright © Edição 2021 Editora EduFatecie
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva 
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o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a 
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Editor-Adjunto 
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Oliveira
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Santos
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fica e Gramatical
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Design e 
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editora-edufatecie
edufatecie@fatecie.edu.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP 
M425s Mataruco, Sônia Maria Crivelli 
 Sustentabilidade e responsabilidade social / Sônia Maria 
 Crivelli Mataruco. Paranavaí: EduFatecie, 2021. 
 157 p. : il. Color. 
 ISBN 978-65-87911-44-1 
1. Desenvolvimento sustentável. 2. Proteção ambiental. 3.
Responsabilidade social da empresa. I. Faculdade de Tecnologia
e Ciências do Norte do Paraná - UniFatecie. II. Núcleo de
Educação a Distância. III. Título.
 CDD : 23 ed. 337.7 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 
AUTORA
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco 
● Mestre	na	área	de	Educação	pela	Unespar	Campus	de	Paranavaí	-	2015-2016.
● Graduação	em	Licenciatura	em	Matemática	na	Universidade	Filadélfia	de	Lon-
drina	-	Unifil	-	concluída	em	2014;
● Graduação	em	Tecnologia	em	Gestão	Ambiental	pela	Faculdade	de	Tecnologia
e	Ciências	do	Norte	do	Paraná		-	Fatecie	(2009).
● Graduada	em	bacharelado	Administração	pela	Faculdade	Estadual	de	Educa-
ção	Ciências	e	Letras	de	Paranavaí	(1992);
● Pós-	graduada	em	Marketing	e	Gestão	de	pessoas	pela	Faculdade	Estadual	de
Educação	Ciências	e	Letras	de	Paranavaí;
● Pós-	graduada	em	Psicopedagogia	institucional	pela	Faculdade	de	Tecnologia	e
Ciências	do	Norte	do	Paraná		-	Fatecie;
● Pós-	graduada	em	auditoria	e	certificação	ambiental	pela	Faculdade	de	Tecno-
logia	e	Ciências	do	Norte	do	Paraná		-	Fatecie;
Atualmente	é	Gestora	ambiental	da	Companhia	de	Saneamento	do	Paraná	-	Sa-
nepar	e	professora	e	coordenadora	de	curso	na	Faculdade	de	Tecnologia	e	Ciências	do	
Norte	do	Paraná		-	Fatecie,	atuando	principalmente	nos	seguintes	temas:	gerenciamento	
ambiental,	recursos	hídricos	e	hidrologia,	sustentabilidade	ambiental,	responsabilidade	so-
cioambiental,	poluição	e	resíduos,	gestão	de	águas,	saneamento,	agronegócio,	Educação	
ambiental,	gestão	de	negócios	ambientais,	fundamentos	de	marketing	e	administração	de	
materiais	e	patrimônio.	
http://lattes.cnpq.br/0836891204233076
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Caro	aluno	(a)	seja	muito	bem-vindo	(a)	a	leitura	do	livro	que	utilizaremos	na	disci-
plina	Sustentabilidade	e	responsabilidade	social.
Este	 livro	 foi	 carinhosamente	 planejado	 para	 que	 você	 possa	 ter	 conhecimento	
geral	dos	principais	assuntos	sobre	a	gestão	do	meio	ambiente.
Este	conteúdo	servirá	de	base	para	compreensão	dos	 temas	abordados,	com	o	
objetivo	de	 levá-lo	a	ter	consciência	dos	problemas	ambientais	e	perceber	que	antes	de	
qualquer	ação,	é	preciso	pensar	na	sustentabilidade	do	nosso	planeta	para	o	futuro	das	
gerações	futuras.	
Para	facilitar	os	estudos	dividimos	este	material	em	quatro	unidades	de	acordo	com	
os	temas	e	suas	relações	entre	si.	A	disciplina	“Sustentabilidade	e	Responsabilidade	Social”,	
apresenta	assuntos	ligados	ao	meio	ambiente,	observando	construções	consideradas	pela	
ONU	como	sustentáveis	que	utilizam	recursos	sofisticados	e	abundantes	em	suas	regiões,	
e	que	possa	servir	de	modelos	para	os	profissionais	engajados	nesta	área.
Desta	forma,	na	primeira	unidade	demonstraremos	como	os	processos	ecológicos	
são	responsáveis	pelo	bom	funcionamento	dos	ambientes	naturais	e	como	é	alterado	por	
ações	antrópicas.	Apresentaremos	os	conceitos	vitais	necessários	para	que	o	homem	possa	
trabalhar	respeitando	a	natureza	e	proporcione	equilíbrio	do	ecossistema,	sabendo	que	este	
depende	das	ações	diárias	realizadas	pelo	homem.	Como	o	desmatamento	e	a	revolução	
industrial	contribuíram	para	a	insustentabilidade	do	planeta	e	acentuação	da	poluição.
Abordaremos	a	tão	falada	sustentabilidade	e	sua	relação	com	o	desenvolvimento.	
Enfatizaremos	a	diferença	entre	desenvolvimento	e	crescimento,	conceituando-os	e	mos-
trando	o	papel	da	sociedade,	do	governo	e	das	empresas,	na	busca	por	um	mundo	mais	
sustentável	em	todas	as	suas	dimensões:	ambiental,	social	e	econômico.	
Assim,	finalizaremos	a	primeira	unidade	com	o	tema	meio	ambiente	e	sociedade,	
explanaremos	os	objetivos	definidos	pela	ONU	para	o	desenvolvimento	sustentável,	que	
trazem	metas	que	deverão	ser	implementados	por	todos	os	países	até	2030.	Os	Objetivos	
de	Desenvolvimento	Sustentável	propõe	diversos	assuntos	de	elevada	importância	para	a	
humanidade	a	fim	de	transformar	a	vida	no	planeta.	
Prosseguindo,	na	Unidade	II,	cujo	título	é:	Responsabilidade	Social,	será	discorrido	
sobre	o	tema	Sustentabilidade	Empresarial,	nessa	perspectiva	será	apresentado	o	signi-
ficado	 de	Sustentabilidade	Empresarial	 e	 serão	 vistos	 outros	 conceitos	 relacionados	 ao	
desenvolvimento	e	sustentabilidade.
A	Unidade	II	ainda		versará	sobre	a	Gestão	Ambiental	Empresarial,	nesta	perspec-
tiva,	os	tópicos	que	serão	abordados	serão:	abordagens	e	modelos	de	Gestão	Ambiental	
Empresarial;	Responsabilidade	social	corporativa	(contexto	teórico	para	a	sua	compreen-
são);	e	Histórico	e	abordagens	sobre	tecnologias	de	gestão	socioambiental,		as	políticas	
ambientais	e	outros	temas	pertinentes.
Na	terceira	unidade	intitulada	Ecologia	urbana	e	rural,	demonstraremos	que	a	cons-
trução	de	uma	cidade	depende	dos	diferentes	agentes	envolvidos.	O	seu	planejamento	deve	
ter	como	princípio	norteador	uma	postura	ética,	comprometida	a	dar	condições	políticas	e	
econômicas,	priorizando	a	manutenção	dos	processos	ecológicos.	A	melhoria	do	bem-estar	
dos	habitantes	está	na	correta	gestão	ambiental	que	tem	como	princípios	a	necessidade	de	
garantir	a	atividade	socioeconômica	e	a	qualidade	ambiental	urbana,	compartimentalizando	
o território	produtivo	e	evitando	os	processos	de	degradação	em	áreas	menos	desprovidas
de	 recursos	 no	meio	 urbano.	Demonstraremosalguns	 exemplos	 de	 como	 projetar	 uma
edificação	 através	 do	 informe	 publicado	 pela	ONU,	 onde	 relata	 as	 necessidades	 de	 se
desenvolver	 infraestruturas	sustentáveis	nas	cidades	 “inteligentes”	e	como	estas	 trazem
benefícios	econômicos	e	ambientais.
A	quarta	unidade	retratará	a	utilização	dos	indicadores	ambientais	como	instrumen-
tos	para	a	sociedade	avaliar	sua	própria	evolução.	No	contexto	ambiental,	indicadores	são	
parâmetros	representativos,	que	pode	ser	entendido	como	a	representação	de	um	conjunto	
de	dados,	informações	e	conhecimentos	acerca	de	determinado	fenômeno	urbano/ambiental.
Faremos	breve	relato	da	importância	das	certificações	ambientais	nas	edificações	
e	o	papel	da	certificação	ambiental	na	construção	civil,	fazendo	uso	das	duas	certificações	
ambientais	mais	 utilizadas	 na	 construção	 civil	 brasileira,	 o	 LEED	 (Leadership	 in	Energy	
and	Environmental	Design)	e	o	Processo	AQUA	(Alta	Qualidade	Ambiental).	Enfatizaremos	
que	construção	sustentável	é	aquela	projetada	para	respeitar	o	meio	ambiente,	seguindo	
os	princípios	da	sustentabilidade	e	garantindo	o	bem-estar	dos	moradores.	Necessita	da	
utilização	consciente	de	materiais,	prezar	pela	economia	de	luz	e	energia,	reciclagem	de	
lixo	e	pela	produção	de	alimentos	orgânicos.	
Assim	a	partir	dos	estudos	destes	capítulos	possamos	cuidar	do	meio	ambiente,	
utilizando	mecanismos	que	permitam	proteção	ambiental	assegurando	a	qualidade	de	vida	
das	pessoas	e	principalmente	a	conservação	dos	recursos	hídricos	do	solo	e	da	biodiver-
sidade,	garantindo	o	desenvolvimento	sustentável	e	a	melhoria	das	condições	de	vida	da	
sociedade,	entendendo	que	é	da	natureza	que	retiramos	nossos	alimentos	e	garantimos	
nossa	sobrevivência.	Mostrando	que	é	possível	desenvolver	de	forma	sustentável.
Professora	Me.	Sônia	Maria	Crivelli	Mataruco	
Bom estudo e que a partir dessa leitura você possa ser um
 agente em defesa do meio ambiente.
SUMÁRIO
UNIDADE	I	...................................................................................................... 4
Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e 
Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
UNIDADE	II	................................................................................................... 35
Responsabilidade Social
UNIDADE	III	.................................................................................................. 65
Ecologia Urbana e Ecologia Rural
UNIDADE	IV	.................................................................................................. 99
Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
4
Plano de Estudo:
● Conceitos	Básicos	da	Ecologia	e	a	importância	das	Inter-relações	Ecológicas
● Degradação	ambiental	causada	pelo	desmatamento
● Industrialização	e	seus	efeitos
● Conceito	de	desenvolvimento	sustentável
● As	dimensões	do	desenvolvimento	sustentável
● Objetivos	do	desenvolvimento	sustentável
● Controle	da	qualidade	ambiental	–	solo,	água	e	ar
● Educação	ambiental
Objetivos da Aprendizagem:
● Apresentar	os	conceitos	vitais	necessários	para	trabalhar	respeitando	a	natureza	de	forma	a
proporcionar	equilíbrio	ao	ecossistema,	sabendo	que	este		depende		das	ações	diárias	realizadas	
pelo	homem.	
● Compreender	a	diferença	entre	crescimento	e	desenvolvimento,	e	a	importância	do	planeja-
mento	para	desenvolver	dentro	dos	quesitos		econômicos,	sociais	e	ambientais.	
● Conhecer	os	objetivos	definidos	pela	ONU	para	o	desenvolvimento	sustentável,	que	trazem
metas	que	devem	ser	implementadas	por	todos	os	países	até	2030.	
UNIDADE I
Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, 
Desenvolvimento e Sustentabilidade - 
Meio Ambiente e Sociedade
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco
5UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
INTRODUÇÃO
A	natureza	é	 sábia,	 é	utilizada	como	 fonte	de	matéria-prima	para	a	extração	dos	
recursos	 naturais.	 Infelizmente,	 para	 essa	 extração	 o	 homem	muitas	 vezes	 utiliza-se	 de	
técnicas	de	manejo	inadequadas,	não	preservando	ou	não	promovendo	meios	para	que	haja	
reposição	desses	recursos	de	forma	que	possa	suprir	a	atual	e	a	futura	geração.	Desta	forma	
nesta	unidade	falaremos	sobre	os	campos	de	estudo	da	ecologia;	faremos	um	breve	histórico	
da	ecologia	e	das	relações	ecológicas	e	os	 fatores	que	 influenciaram	a	relação	homem	x	
natureza;	compreender	as	três	visões	predominantes	sobre	a	questão:	desenvolvimento,	pre-
servação	e	conservação;	conhecer	os	conceitos	essenciais	da	questão:	recursos	renováveis	
e	não-renováveis,	desenvolvimento	sustentável.	Os	objetivos	e	as	metas	desenvolvimento	
sustentável	(ODS)	e	seus	benefícios	para	nossa	sociedade	e	pensar	em	alternativas	para	
promover	o	desenvolvimento	sustentável	em	situações	do	cotidiano.
O	entendimento	desses	conceitos,	o	conhecimento	da	forma	como	os	organismos	
se	relacionam	entre	si,	que	não	vivem	isolados,	interagem	uns	com	os	outros	e	com	o	meio	
ambiente,	são	essenciais	para	que	a	sociedade	possa	analisar	os	problemas	ambientais	
existentes	e	buscar	conduzir	suas	ações	de	forma	sustentável.	
Contribuindo,	(SALES,	2013,	p.	62)	relata	que	os	sistemas	biológicos	são	ineren-
temente	sustentáveis,	pois	quando	o	equilíbrio	entre	os	sistemas	biológicos	é	perturbado	
esses	se	comportam	de	maneira	a	restaurá-lo.
O	Relatório	Brundtland	(1987)	-	intitulado	Nosso	Futuro	Comum	-	destaca:	“O	de-
senvolvimento	sustentável	só	será	alcançado	quando	as	atividades	humanas	atenderem	
às	necessidades	do	presente	 sem	comprometer	a	possibilidade	de	as	gerações	 futuras	
atenderem	às	suas	próprias	necessidades”.	
Num	 contexto	 geral	 a	 sustentabilidade	 deve	 ser	 concebida	 como	 a	 capacidade	
de	manutenção	e	conservação	da	vida.	Um	processo	de	desenvolvimento	em	constante	
adaptação	da	sociedade	na	busca	por	qualidade	de	vida,	 incluindo	a	satisfação	de	suas	
necessidades	básicas	e	a	ampliação	de	suas	liberdades	e	potencialidades.	
O	 conceito	 de	 desenvolvimento	 com	 sustentabilidade	 pressupõe	 o	 atendimento	
das	necessidades	não	apenas	atuais,	mas	também,	das	futuras	gerações	terem	recursos	
naturais	em	quantidade	e	qualidade	necessária.	Satisfazer	as	necessidades	da	geração	
6UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
atual	e	futura	sem	exaurir	os	recursos	naturais	não	é	tarefa	fácil,	porém	imprescindível	para	
a	própria	manutenção	da	espécie	humana	no	planeta	Terra.	
Para	desenvolver	de	forma	sustentável	uma	sociedade	necessita	exercer	atividades	
com	planejamento	e	o	reconhecimento	de	que	os	recursos	naturais	são	finitos.
Assim	os	Objetivos	para	o	Desenvolvimento	do	Milênio,	foram	formulados	no	ano	
de	2015,	com	objetivo	de	conciliar	economia,	ecologia	e	direitos	humanos.	
Esses	objetivos	foram		propostos	durante	a	Assembleia	Geral	da	Organização	das	
Nações	Unidas	(ONU,	2015),	onde	seus	193	Estados-membros	aprovaram,	por	unanimi-
dade,	uma	nova	agenda	global	para	os	próximos	quinze	anos,	baseada	em	17	Objetivos	
de	Desenvolvimento	Sustentável	(ODS),	subdivididos	em	169	metas	concretas	que	serão	
monitoradas	por	300	indicadores.	Para	aprovação	desses	objetivos	a	ONU	contou	também	
a	colaboração	de	diversos	stakeholders	e	consultas	em	mais	de	100	países.
A	proposta	da	ONU,	não	é	apenas	combater	a	fome	e	proteger	o	meio	ambiente,	
mas	também	incluem	temas	então	ausentes	como	energia	limpa,	cidades	sustentáveis,	con-
sumo	e	produção	responsáveis,	reduzir	as	diferenças	entre	homens	e	mulheres,	igualdade	
de	gênero	e	raça,	entre	outros.	A		Agenda	2030	deve	ser	amplamente	discutida	no	meio	
acadêmico	pelo	fato	de	influenciar		significativamente	todos	os	segmentos	empresariais,	os	
tomadores	de	decisão,	sejam	eles	formuladores	de	políticas	públicas	governamentais	ou	
do	setor	privado.	
7UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
1. CONCEITOS BÁSICOS DA ECOLOGIA E A IMPORTÂNCIADAS INTER-
 RELAÇÕES ECOLÓGICAS
A	ecologia	é	uma	ciência,	que	considera	as	interações	entre	todos	os	participantes	
de	ecossistemas,	incluindo	seres	humanos	é	de	extrema	importância	para	os	seres	humanos.	
A	ecologia	é	a	ciência	que	estuda	as	relações	entre	os	seres	vivos	e	os	meios	onde	
vivem.	A	palavra	deriva	do	grego	oikos,	que	significa	lugar	onde	se	vive,	ou	seja,	meio	ambiente.	
Metzger,	(2001,	p.	105)	situa	a	ecologia	como	uma	ciência	emergente	e	que	define	
os	aspectos	do	ambiente	que	têm	influência	direta	na	saúde	humana.
O	conceito	de	funções	do	ecossistema	e	serviços	ajuda	a	descrever	os	pro-
cessos	globais	que	contribuem	para	o	nosso	bem-estar,	ajudando	a	limpar	o	
ar	que	respiramos,	a	água	que	bebemos	e	a	comida	que	comemos.	A	degra-
dação	ambiental,	muitas	vezes,	leva	a	alterações	nestes	aspectos,	levando	a	
vários	estados	de	saúde.
Temos	também	a	ecologia	de	paisagens	é	uma	nova	área	de	conhecimento	dentro	
da	ecologia,	marcada	pela	existência	de	duas	principais	abordagens:	uma	geográfica,	que	
privilegia	o	estudo	da	influência	do	homem	sobre	a	paisagem	e	a	gestão	do	território;	e	outra	
ecológica,	que	enfatiza	a	importância	do	contexto	espacial	sobre	os	processos	ecológicos,	
e	a	importância	destas	relações	em	termos	de	conservação	biológica1	.	
Os	 organismos	 estabelecem	 relações	mútuas	 entre	 si	 e	 com	o	 ambiente	 físico,	
baseado	nas	interações	que	ocorrem	no	mundo	natural.	
1	 Metzger,	 Jean	Paul.	O	 que	 é	 ecologia	 de	 paisagens	 ?	 	 Biota	Neotropica	 v1	 http://www.biotaneo-
tropica.org.br/v1n12/pt/abstract?thematic-review+BN00701122001.	 Disponível	 em:	 http://www.google.com.
br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=6&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwio8purj9ncAhUDx5AKHb-
zyAQAQFjAFegQIBRAC&url=http%3A%2F%2Fwww.biotaneotropica.org.br%2Fv1n12%2Fpt%2Ffullpaper%-
3Fbn00701122001%2Bpt&usg=AOvVaw0vCBbxMwwiYpXbXAnkptGf		Acesso	06	jan.	2021
8UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
O	entendimento	 dos	 diferentes	 fenômenos	 que	 englobam	essas	 relações	 e	
interações	entre	seres	vivos	(incluindo	o	homem)	e	os	componentes	abióticos	
é	amplamente	discutido	à	 luz	de	 teorias	ecológicas.	O	ambiente	é	alterado,	
físico	e	químicamente,	pela	maneira	como	os	indivíduos	realizam	suas	ativida-
des.	Também	as	interações	entre	organismos,	têm	influência	na	vida	de	outros	
seres,	da	mesma	espécie	e	de	espécies	diferentes.	(BEGON,	2007,	p.	223).
Na	natureza	os	seres	vivos	mantêm	entre	si	vários	tipos	de	interações	ecológicas	que	
podem	ser	consideradas	como	sendo	harmônicas	ou	positivas	e	desarmônicas	ou	negativas.	
As	interações	harmônicas	ou	positivas	são	aquelas	onde	não	há	prejuízo	para	as	
espécies	participantes	e	vantagem	para,	pelo	menos,	uma	delas.
As	interações	desarmônicas	ou	negativas	são	aquelas	onde	pelo	menos	uma	das	
espécies	participantes	é	prejudicada,	podendo	existir	benefício	para	uma	delas.
Com	a	exploração	de	determinado	conjunto	de	 recursos,	 cada	espécie	define	o	
seu	nicho	ecológico,	também	entendido	como	o	papel	desempenhado	por	esta	espécie	no	
ecossistema.	
Se	não	existissem	competidores,	predadores	e	parasitas	em	seu	ambiente,	uma	
espécie	seria	capaz	de	viver	sob	maior	amplitude	de	condições	ambientais	(seu	nicho	fun-
damental)	do	que	faria	na	presença	de	outras	espécies	que	a	afetam	negativamente	(seu	
nicho	realizado).	Por	outro	lado,	a	presença	de	espécies	benéficas	pode	aumentar	a	gama	
de	condições	em	que	uma	espécie	consegue	sobreviver.
Dentro	de	cada	um	dos	tipos	de	interações	mencionados	acima,	ainda	podemos	
classificá-las	em	interações	intraespecíficas	e	interespecíficas,	conforme	ocorre	entre	indi-
víduos	da	mesma	espécie	ou	entre	espécies	diferentes	respectivamente,	conforme	tabela	
abaixo	que	mostra	os	principais	tipos	de	interações	ecológicas	possíveis	de	ocorrer	entre	
organismos	de	duas	espécies.
Para	Lerípio	(2001),	ecossistema	é	o	conjunto	formado	pelo	meio	ambiente,	pelos	
seres	que	aí	vivem	e	pela	dependência	recíproca.	É	a	unidade	fundamental	da	ecologia.	
9UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
2. DEGRADAÇÃO AMBIENTAL CAUSADA PELO DESMATAMENTO
Por	volta	de	1966,	o	governo	criou	uma	política	de	incentivos	fiscais	em	nome	do	
desenvolvimento	 econômico	 e	 os	 agricultores	 para	 terem	 direito	 de	 receber	 o	 incentivo	
financeiro	 para	 plantar	 e	 adquirir	 equipamentos	 necessitavam	 assumir	 compromisso	 de	
desmatar.	Após	anos	de	incentivos	à	produção	e	à	ocupação	de	terras,	os	sinais	de	des-
truição	ficam	mais	claros.	Em	1978,	a	área	desmatada	chegou	a	14	milhões	de	hectares.	
Esse	 processo	 de	 desmatamento	 trouxe	 prejuízos	 ambientais	 e	 socioeconômicos	muito	
significativos	como:
● A	ocorrência	de	desequilíbrios	climáticos	com	diminuição	das	chuvas	devido	à
alteração	das	áreas	de	mata	e	do	clima,	causando	grandes	períodos	de	estiagem,	e	redução	
da	umidade	relativa	do	ar,	pois	com	a	remoção	das	folhagens	há	uma	queda	da	regulação	
da	temperatura	ambiental,	deixando-a	mais	alta	e	instável;	Perda	de	biodiversidade	da	fau-
na	e	flora	nativas	e	com	isso,	o	equilíbrio	ecológico	pode	tornar-se	ameaçado;	Degradação	
de	mananciais	ao	remover	a	proteção	das	nascentes	e	prejudicar	a	impermeabilização	do	
solo	em	torno	da	água;	O	esgotamento	dos	solos	com	a	 intensificação	de	processos	de	
erosão	e	desertificação.
Além	 dos	 problemas	 anteriormente	 citados,	 para	 a	 sociedade	 o	 desmatamento	
ainda	traz	diversos	prejuízos	como	o	enfraquecimento	do	ecoturismo,	diminuição	das	pos-
sibilidades	de	pesquisas	para	a	área	de	fármaco,	perda	qualidade	da	água,	aumento	da	
10UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
resistência	a	doenças	e	pragas	na	agricultura	que	provém	muitas	vezes	do	cruzamento	
entre	espécies	nativas	próximas.
Segundo	Castro	(2005),	a	exploração	de	madeiras	no	Brasil	foi	responsável	pelo	
desaparecimento	de	espécies	de	árvores	e	animais	que	perderam	seu	habitat.
Para	Margulis	 (2003)	 a	 pecuária	 constitui	 a	 principal	 atividade	 responsável	 pela	
maior	parte	do	desmatamento.	
A	 redução	 dos	 tamanhos	 das	 florestas	 naturais	 em	 todo	 o	mundo	 tem	 ocorrido	
como	resultado,	principalmente,	de	incêndios,	corte	de	árvores	para	propósitos	comerciais,	
devastação	de	terras	para	utilização	da	agropecuária,	ou	até	fenômenos	naturais.	
O	desmatamento	pode	causar	diversos	impactos	para	o	meio	ambiente,	como:
Degradação	 de	 habitat,	 erosão,	 perda	 da	 biodiversidade,	modificação	 do	 clima,	
impactos	sociais.
A	destruição	desses	ambientes	afeta	essas	pessoas	de	tal	modo,	aumentando	a	
sua	pobreza	e	obrigando-as,	muitas	vezes,	a	mudarem-se	para	outras	regiões,	buscando	
uma	forma	de	manter-se.
Segundo	Marcovitch,	J.;	Pinsky,V.	(2020,	p.	02)	entre	2019	e	2020:
O	desmatamento	na	Amazônia	e	as	queimadas	elevaram-se	a	níveis	expo-
nenciais,	prejudicando	seriamente	a	imagem	do	Brasil	no	exterior.	Chefes	de	
Estado	e	destacados	membros	da	comunidade	científica,	lideranças	empresa-
riais	e	dirigentes	de	organizações	da	sociedade	civil	manifestaram	sua	extre-
ma	preocupação	com	o	aumento	alarmante	das	taxas	de	desmatamento	no	
grande	bioma.	Fundos	de	 investimentos	e	coalizões	empresariais	criticaram	
veementemente	a	conduta	 institucional	que	facilitou	os	perigosos	eventos.	A	
Noruega	e	a	Alemanha,	principais	doadores	ao	Fundo	Amazônia,	registraram	
sua	insatisfação	com	a	política	ambiental	do	governo	federal.	Em	síntese,	am-
pliou-se	cada	vez	mais,	no	exterior	e	na	cena	 interna,	um	clamor	 tão	aceso	
quanto	as	labaredas	que	ameaçam	a	maior	biodiversidade	vegetal	do	mundo.	
Segundo	Fonseca	et	al.	(2020,	p.	03)	as	florestas	degradadas	na	Amazônia	Legal	
somaram	283	quilômetros	quadrados	em	julho	de	2020,	o	que	representa	um	aumento	de	
110%	em	relação	a	julho	de	2019,	quando	a	degradação	detectada	foi	de	135	quilômetros	
quadrados.	Emjulho	de	2020	a	degradação	 foi	 detectada	no	Mato	Grosso	 (78%),	Pará	
(10%),	Amazonas	(5%),	Roraima	(5%)	e	Acre	(2%).	
11UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
3. INDUSTRIALIZAÇÃO E SEUS EFEITOS
No	Brasil	 somente	no	final	 do	 século	XIX	e	 começo	do	século	XX	que	grandes	
fazendeiros	de	São	Paulo	que	enriqueceram	com	o	café,	começaram	a	 investir	no	setor	
industrial	de	forma	significativa,	havendo	desta	forma	grande	investimento	no	desenvolvi-
mento	industrial	nas	grandes	cidades	da	região	Sudeste.	Além	do	capital	interno	investido	
pelos	cafeicultores,	houve	a	abertura	da	economia	com	 incentivos	fiscais	para	o	capital	
internacional	e	muitas	nações	europeias	 investiram	seu	capital	na	produção	agrícola,	na	
urbanização	e	no	extrativismo	de	riquezas	naturais	no	Brasil.	Diversas	multinacionais,	prin-
cipalmente	montadoras	de	veículos,	construíram	grandes	fábricas	em	cidades	como	São	
Paulo,	São	Bernardo	do	Campo,	Guarulhos,	Santo	André,	Diadema,Belo	Horizonte	e	Rio	
de	Janeiro.	
Segundo	Silva	(2013,	p.	166)	no	século	XX;
No	processo	de	industrialização	e	mecanização	da	agricultura	fez	com	que	
muitos	trabalhadores	rurais	migraram	para	as	cidades	atraídos	em	busca	de	
trabalho	nas	fábricas	e	melhores	salários,	e	o	resultado	disso	foi	o	êxodo	rural	
do	Nordeste	para	o	Sudeste	do	país.	Os	migrantes	nordestinos	fugitivos	da	
seca	do	Nordeste	e	do	desemprego	foram	em	busca	de	trabalho	e	melhores	
condições	de	vida	nas	grandes	cidades	do	Sudeste.	
Agregado	 à	 Revolução	 Industrial	 ocorreu	 também	 uma	 Revolução	 Agrícola.	 A	
utilização	 de	 novos	 métodos	 agrícolas,	 rotação	 de	 safras,	 sementes	 selecionadas	 e	 o	
surgimento	de	novos	equipamentos	agrícolas,	produziram	um	extraordinário	aumento	na	
produção	de	alimentos.	Grandes	proprietários	rurais	passaram	a	investir	na	tecnologia	de	
12UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
produção	agrícola,	fato	que	levou	a	agricultura	ter	como	fonte	principal	do	progresso	técnico	
a	mecanização	e	o	desenvolvimento	de	produtos	químicos	e	biológicos,	optando	pela	mo-
nocultura,	ou	seja,	uma	área	de	cultivo	muito	grande	com	uma	mesma	espécie.	Outro	fato	
relacionado	à	migração	interna	ou	ao	êxodo	rural	ocorreu	com	a	construção	de	Brasília,	no	
final	da	década	de	1950.	Muitos	migrantes	do	Norte	e	Nordeste	do	país	foram	em	busca	de	
empregos	na	região	central	do	país,	principalmente	na	construção	civil.	As	cidades	satélites	
de	Brasília	cresceram	desordenadamente,	causando	vários	problemas	sociais,	que	persis-
tem	até	os	dias	de	hoje.	Este	processo	estendeu-se	com	força	durante	as	décadas	de	70	
e	80,	entretanto	como	as	cidades	não	ofereciam	infraestrutura	adequada	aos	migrantes,	
passam	a	residir	em	habitações	sem	boas	condições	como	favelas	e	cortiços.	
Como	os	empregos	não	eram	suficientes	para	todos,	e	como	agravante	a	grande	
maioria	dos	imigrantes	não	possuíam	qualificação	necessária	para	o	trabalho	especificado,	
muitos	deles	partiam	para	o	mercado	de	trabalho	informal,	e	outros	acabavam	incorporando	
à	grande	massa	dos	mendigos.
De	acordo	com	dados	da	ONU,	em	2050,	60%	da	população	mundial	residirá	nas	
cidades,	realidade	muito	diferente	da	década	de	50,	quando	para	cada	2	moradores	da	zona	
rural,	existia	aproximadamente	1	morador	das	cidades,	conforme	demonstra	o	gráfico	abaixo.
GRÁFICO 01: ÊXODO RURAL NO MUNDO, 1950 - 2030
Fonte:	ONU,	2012
Entretanto,	os	efeitos	da	Revolução	Industrial	no	Brasil	foram	positivos	em	muitos	
aspectos,	 pois	 ocorreu	 um	 enorme	 aumento	 da	 produtividade,	 em	 função	 da	 utilização	
dos	equipamentos	mecânicos,	da	energia	a	vapor	e,	posteriormente,	da	eletricidade,	que	
passaram	a	substituir	a	força	animal.	
13UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
O	processo	de	urbanização	influiu	positivamente	em	alguns	indicadores	na-
cionais,	 no	decorrer	do	século	XX.	Os	principais	exemplos	 foram	a	queda	
da	mortalidade	 infantil	 (que	 passou	 da	 taxa	 de	 150	mortes	 para	 cada	mil	
nascidos	vivos	em	1940	para	29,6	em	2000),	o	aumento	da	expectativa	de	
vida	(40,7	anos	de	vida	média	em	1940	para	70,5	em	2000),	a	queda	da	taxa	
de	fertilidade	(6,16	filhos	por	mulher	em	idade	fértil	em	1940	para	2,38	em	
2000)	e	o	nível	de	escolaridade	(55,9%	de	analfabetos	em	1940	para	13,6%	
em	2000).	Foi	notável	também	a	ampliação	do	saneamento	e	a	ampliação	da	
coleta	de	lixo	domiciliar,	mas	apesar	da	melhora	referida	alguns	desses	indi-
cadores	ainda	deixam	muito	a	desejar.	(MARICATO,	2005,	p.	01)
Relacionado	à	questão	ambiental,	um	dos	aspectos	negativos	é	que	a	revolução	
industrial	trouxe	aumento	da	poluição	do	ar	e	dos	rios,	pois	muitas	indústrias	passaram	a	
jogar	produtos	químicos	e	lixo	em	rios	e	córregos.	Uso	de	mão	de	obra	infantil	(na	primeira	
etapa	da	industrialização).	A	industrialização	trouxe	um	mundo	de	consumo,	que	convive	
com	a	miséria	social,	com	o	desprezo	e	a	falta	das	condições	mínimas,	muitas	vezes,	de	
sobrevivência.	O	Brasil	possui	uma	grande	quantidade	de	pessoas	vivendo	abaixo	da	linha	
da	pobreza.	Assim,	 por	 representar	 um	país	 subdesenvolvido	emergente,	 a	 pobreza	no	
Brasil	apresenta	elevados	patamares.
O	 gráfico	 abaixo	mostra	 a	 evolução	 da	 desigualdade	 de	 renda	 no	Brasil	 desde	
1976.	A	medida	adotada	é	o	Coeficiente	de	GINI2	 ,	 tido	como	padrão	 internacional	para	
mensurar	a	desigualdade	de	renda.	
Quanto	menor	o	coeficiente	de	GINI,	menor	é	a	desigualdade	de	renda	dentro	de	
um	país.	Para	que	as	pessoas	melhorem	de	vida,	e	o	abismo	entre	ricos	e	pobres	diminua,	
a	renda	das	famílias	mais	pobres	precisam	crescer.	Mas	nada	disso	é	possível	se	um	país	
não	se	desenvolver	como	um	todo.	
GRÁFICO 02: EVOLUÇÃO DA DESIGUALDADE DE RENDA NO BRASIL DESDE 1976
Fonte:	www.ipea.gov.br.		IPEA	(Instituto	de	Pesquisa	e	Estatística	Aplicada).
2	 Desenvolvido	pelo	matemático	italiano	Corrado	Gini,	o	Coeficiente	de	Gini	é	um	parâmetro	internacional	
usado	para	medir	a	desigualdade	de	distribuição	de	renda	entre	os	países.
14UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
4. CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Ao	 longo	da	história	o	próprio	conceito	de	desenvolvimento	 tem	sofrido	diversas	
alterações.	
Quando	falávamos	em	crescimento	econômico	entendíamos	que	estávamos	desen-
volvendo,	e	nem	se	quer	imaginávamos	que	uma	simples	palavra	como	desenvolvimento	
pudesse	significar	tanto	para	uma	nação	como	para	o	meio	ambiente.
Dizer	que	uma	nação	cresceu,	significa	que	ela	realmente	está	progredindo,	avan-
çando,	mas	não	necessariamente	significa	que	está	desenvolvendo,	pois	desenvolvimento	
engloba	crescer	além	do	aspecto	geográfico,	econômico,	mas	também	social,	dando	condi-
ções	dignas	para	que	a	população	possa	ter	moradia,	alimentação,	saúde,	lazer,	educação,	
etc.	Importante	ressaltar	que	o	aspecto	ambiental	nem	era	comentado,	neste	conceito	de	
desenvolvimento	implantado.
Entre	os	 indicadores	de	mensuração	do	crescimento	econômico,	está	o	Produto	
Interno	Bruto	(PIB),	que	pode	ser	definido	como	“o	valor	de	mercado	de	todos	os	bens	e	
serviços	finais	produzidos	em	um	país	em	um	dado	período	de	tempo”	(SALES,	2013,	p.	62)	
nos	setores	de	agropecuária,	serviços	e	indústria.	
Dessa	forma,	quando	comparado	o	PIB	de	um	ano	e	este	é	superior	ao	anterior,	
houve	crescimento	do	país,	o	oposto,	recessão.	(PASSOS,	2012).	Já	o	conceito	de	Desen-
volvimento	Econômico	está	relacionado	à	melhoria	do	bem-estar	da	população.
15UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
Furtado	(1983,	p.	90)	distingue	os	conceitos	de	crescimento	e	desenvolvimento	da	
seguinte	forma:
Assim,	o	conceito	de	desenvolvimento	compreende	a	ideia	de	crescimento,	
superando-a.	Com	efeito:	ele	se	refere	ao	crescimentode	um	conjunto	de	es-
trutura	complexa.	Essa	complexidade	estrutural	não	é	uma	questão	de	nível	
tecnológico.	Na	verdade,	ela	traduz	a	diversidade	das	formas	sociais	e	eco-
nômicas	engendradas	pela	divisão	do	trabalho	social.	Porque	deve	satisfazer	
às	múltiplas	necessidades	de	uma	coletividade	é	que	o	conjunto	econômico	
nacional	apresenta	sua	grande	complexidade	de	estrutura.	Esta	sofre	a	ação	
permanente	de	uma	multiplicidade	de	fatores	sociais	e	institucionais	que	es-
capam	à	análise	econômica	corrente	[...]	O	conceito	de	crescimento	deve	ser	
reservado	para	exprimir	a	expansão	da	produção	real	no	quadro	de	um	sub-
conjunto	econômico.	Esse	crescimento	não	implica,	necessariamente,	modi-
ficações	nas	funções	de	produção,	isto	é,	na	forma	em	que	se	combinam	os	
fatores	no	setor	produtivo	em	questão.
Com	a	definição	dada	pelo	autor	constata-se	que	o	crescimento	econômico	nem	
sempre	garante	o	desenvolvimento,	ou	seja,	mesmo	que	haja	crescimento	na	geração	de	
riqueza	se	esta	não	for	distribuída	de	forma	justa,	não	necessariamente	trará	melhorias	na	
qualidade	de	vida	da	população	em	geral.
Para	Sachs	(2004,	p.	13):
...	os	objetivos	do	desenvolvimento	vão	bem	além	da	mera	multiplicação	da	
riqueza	material.	O	crescimento	é	uma	condição	necessária,	mas	de	forma	al-
guma	suficiente	(muito	menos	é	um	objetivo	em	si	mesmo),	para	se	alcançar	
a	meta	de	uma	vida	melhor,	mais	feliz	e	mais	completa	para	todos.
Para	Sachs	(2004,	p.	13)	o	termo	desenvolvimento	sustentável	abrange	oito	dimen-
sões	da	sustentabilidade,	pois	somente	se	considera	desenvolvimento	sustentável	quando	
há	o	atendimento	de	todas	as	dimensões:	ambiental,	econômica,	social,	cultural,	espacial,	
psicológica,	política	nacional	e	internacional.
Brasileiro	(2006,	p.	88)	aponta	que:	“embora	tenha	ocorrido	uma	evolução	sobre	
o conceito	nas	últimas	décadas,	a	atual	busca	pelo	desenvolvimento	continua	primando
pelo	crescimento	econômico,	em	primeiro	plano,	continuando	a	negligenciar	a	distribuição
desigual	das	riquezas;	o	agravamento	da	pobreza	e	exclusão	social;	a	precarização	das
relações	de	trabalho;	e	o	esgotamento	dos	recursos	naturais’”.
Como	Sustentável	é	um	adjetivo	que	qualifica	o	substantivo	Desenvolvimento,	se-
gundo	Bellia	(1996),	não	é	quantificável,	pode-se	admitir	que	cada	um	tem	direito	de	emitir	
seu	conceito	próprio	ou	adaptá-lo	conforme	suas	necessidades	ou	interesses.	O	conceito	
proposto	pela	ONU,	pelos	seus	fóruns	específicos,	e	mais	tarde	pela	Conferência	do	Rio	de	
Janeiro	(Rio-92).	É	considerado	um	dos	conceitos,	mas	não	o	único.
16UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
Assim,	o	termo	“desenvolvimento	sustentável”	surgiu	a	partir	de	estudos	da	Organi-
zação	das	Nações	Unidas	sobre	as	mudanças	climáticas.	Nasceu	com	a	intenção	de	dar	uma	
resposta	para	a	humanidade	diante	da	crise	social	e	ambiental	pela	qual	o	mundo	passava.	
O	Conceito	de	desenvolvimento	sustentável,	conforme	o	Relatório	de	Brundtland3		
de	1991	pressupõe	um	modelo	de	desenvolvimento	que	“atenda	às	necessidades	da	atual	
geração,	sem	comprometer	a	possibilidade	das	gerações	futuras	atenderem	às	suas	pró-
prias	necessidades”.	Desenvolvimento	sustentável	traz	melhoria	na	qualidade	de	vida	de	
todos	os	habitantes	do	mundo	sem	aumentar	o	uso	de	recursos	naturais	além	da	capaci-
dade	da	Terra.
A	construção	do	conceito	de	desenvolvimento	sustentável	continuou	durante	a	Cú-
pula	Mundial	sobre	o	Desenvolvimento	Sustentável,	da	ONU,	realizada	em	Joanesburgo,	
África	do	Sul,	em	2002.
3	 Relatório	Brundtland	é	o	documento	intitulado	Nosso	Futuro	Comum	(Our Common Future),	publicado	em	1987.
17UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
5. AS DIMENSÕES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
A	Declaração	de	Joanesburgo	estabelece	que	o	desenvolvimento	sustentável	se	
baseia	 em	 três	 pilares:	 desenvolvimento	 econômico,	 desenvolvimento	 social	 e	 proteção	
ambiental,	conforme	demonstrado	abaixo	na	figura	01.
FIGURA 01: DESENHO ESQUEMÁTICO RELACIONANDO PARÂMETROS 
PARA SE ALCANÇAR O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. 
Fonte:	Disponível	em:	Revista	Visões	4ª	Edição,	Nº4,	Volume	1	-	Jan/Jun	2008.	
Acesso	em:	18	jan.	2019.	
18UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
Segundo	Mikhailova	(2004)	os	dados	publicados	em	2004	pela	Revista	Economia	
e	Desenvolvimento,	n°	16,	relata	que	o	desenvolvimento	sustentável	pode	requerer	ações	
distintas	em	cada	região	do	mundo,	os	esforços	para	construir	um	modo	de	vida	verdadei-
ramente	sustentável	requer	a	integração	entre:
● Crescimento	e	Eqüidade	Econômica	–	Lançar	os	olhos	para	todas	as	nações	de
forma	que	possam	estar	integradas	promovendo	um	crescimento	responsável.
● Saber	 usar	 os	 recursos	 do	 planeta	 de	 forma	 eficiente,	 visando	 um	mercado
competitivo	 que	 busque	 a	 internacionalização	 de	 custos	 ambientais.	Assim,	 a	 sustenta-
bilidade	seria	alcançada	pela	racionalização	econômica	local,	nacional	e	planetária.	Para	
se	 implementar	 a	 sustentabilidade	 seria	 necessária	 a	 racionalização	 econômica	 local	 e	
nacional	(RATTNER,	1999).
● Conservação	de	Recursos	Naturais	e	do	Meio	Ambiente	–	buscar	reduzir	o	con-
sumo	de	recursos	e	diminuir	a	poluição	e	conservar	os	habitats	naturais.
● Desenvolvimento	Social	–	buscar	a	igualdade	de	condições,	de	acesso	a	bens,
da	boa	qualidade	dos	serviços	necessários	para	uma	vida	digna,	onde	as	pessoas	possam	
ter	emprego,	alimentação,	educação,	energia,	serviço	de	saúde,	água	e	saneamento,	res-
peito	aos	seus	direitos	trabalhistas	e	as	suas	diversidades	culturais.
Complementando	Ignacy	Sachs,	citando	(MONTIBELLER-FILHO,	2004)	entende	que	para	
atingirmos	a	sustentabilidade	do	ecodesenvolvimento	precisamos	contemplar	cinco	dimen-
sões:
a) Sustentabilidade	social:	o	processo	deve	se	dar	de	maneira	que	reduza	substan-
cialmente	as	diferenças	sociais.
b) Sustentabilidade	 econômica:	 define-se	 por	 uma	 “alocação	 e	 gestão	mais	 efi-
cientes	dos	recursos	e	por	um	fluxo	regular	do	investimento	público	e	privado”.	A	eficiência	
econômica	deve	ser	medida,	sobretudo	em	termos	de	critérios	macrossociais.
c) Sustentabilidade	 ecológica:	 compreende	 o	 uso	 dos	 potenciais	 inerentes	 aos
variados	ecossistemas	compatíveis	com	sua	mínima	deterioração.
d) Sustentabilidade	espacial/geográfica:	pressupõe	evitar	a	excessiva	concentração
geográfica	de	populações,	de	atividades	e	do	poder.	Busca	uma	relação	mais	equilibrada	
cidade/campo.
e) Sustentabilidade	cultural:	significa	traduzir	o	“conceito	normativo	de	ecodesen-
volvimento	em	uma	pluralidade	de	soluções	particulares,	que	respeitem	as	especificidades	
de	cada	ecossistema,	de	cada	cultura	e	de	cada	local”.
19UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
Entretanto,	 Godefroid	 (2016)	 concorda	 com	 todas	 as	 dimensões	 anteriormente	
citadas	e	complementa	que	é	necessário	incorporar	entre	elas	o	fim	da	pobreza,	da	tirania,	
da	carência	de	oportunidades	econômicas	e	o	fim	da	negligência	dos	serviços	públicos,	da	
intolerância	ou	interferência	excessiva	de	Estados	repressivos.
E	segundo	o	Relatório	da	Comissão	Brundtland,	uma	série	de	medidas	devem	ser	
tomadas	pelos	países	para	promover	o	desenvolvimento	sustentável.	Entre	elas:
1. Limitação	do	crescimento	populacional;
2. garantia	de	recursos	básicos	(água,	alimentos,	energia)	a	longo	prazo;
3. Preservação	da	biodiversidade	e	dos	ecossistemas;
4. Diminuição	do	consumo	de	energia	e	desenvolvimento	de	tecnologias	com	uso
de	fontes	energéticas	renováveis;
5. Aumento	da	produção	industrial	nos	países	não-industrializados	com	base	em
tecnologias	ecologicamente	adaptadas;
6. Controle	da	urbanização	desordenada	e	integração	entre	campo	e	cidades
menores;
7. atendimento	das	necessidades	básicas	(saúde,	escola,	moradia).Já	 em	 âmbito	 internacional,	 as	 metas	 propostas	 pelo	 Relatório	 da	 Comissão
Brundtland	estabelecem:
● adoção	 da	 estratégia	 de	 desenvolvimento	 sustentável	 pelas	 organizações	 de
desenvolvimento	(órgãos	e	instituições	internacionais	de	financiamento);
● Proteção	 dos	 ecossistemas	 supra-nacionais	 como	 a	Antártica,	 oceanos,	 etc,
pela	comunidade	internacional;
● Banimento	das	guerras;
● implantação	de	um	programa	de	desenvolvimento	sustentável	pela	Organização
das	Nações	Unidas	(ONU,	2015).
Algumas	 outras	 medidas	 para	 a	 implantação	 de	 um	 programa	 minimamente	
adequado	de	desenvolvimento	sustentável	são:
● Uso	de	novos	materiais	na	construção;
● Reestruturação	da	distribuição	de	zonas	residenciais	e	industriais;
● Aproveitamento	e	consumo	de	fontes	alternativas	de	energia,	como	a	solar,
a	eólica	e	a	geotérmica;
● Reciclagem	de	materiais	reaproveitáveis;
● Consumo	racional	de	água	e	de	alimentos;
● Redução	do	uso	de	produtos	químicos	prejudiciais	à	saúde	na	produção	de	alimentos.
20UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
6. OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Para	a	Comissão	Mundial	do	Meio	Ambiente	e	Desenvolvimento	(CMMAD,	1991)	
os	objetivos	que	derivam	do	conceito	de	desenvolvimento	sustentável	estão	relacionados	
com	o	processo	de	crescimento	da	cidade	e	objetiva	a	conservação	do	uso	racional	dos	
recursos	naturais	incorporados	às	atividades	produtivas.	Entre	esses	objetivos	estão:
● Crescimento	renovável;
● Mudança	de	qualidade	do	crescimento;
● Satisfação	das	necessidades	essenciais	por	emprego,	água,	energia,	alimento
e	saneamento	básico;
● Garantia	de	um	nível	sustentável	da	população;
● Conservação	e	proteção	da	base	de	recursos;
● Reorientação	da	tecnologia	e	do	gerenciamento	de	risco;
De	acordo	com	o	Guia	sobre	Desenvolvimento	Sustentável,	no	ano	de	2016	entrou
em	vigor	a	resolução	da	Organização	das	Nações	Unidas	(ONU)	intitulada	“Transformar	o	
nosso	mundo:	Agenda	2030	de	Desenvolvimento	Sustentável”.	
Para	Alves	(2015,	p	3),	“a	concepção	dos	cinco	P	‘s	é	eloquente,	pois	estabelece	
cinco	prioridades	equidistantes,	projetadas	dentro	de	um	círculo,	cujo	centro	é	um	pentágo-
no,	representando	o	“desenvolvimento	sustentável”.	No	topo	do	desenho	estão	colocadas	
as	 Pessoas	 (erradicação	 da	 pobreza),	 no	 nível	 intermediário	 estão	 o	 Planeta	 (recursos	
21UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
naturais	e	clima)	e	a	Prosperidade	(bem-estar	humano)	e,	na	base	do	círculo,	estão	a	Paz	
(sociedades	pacíficas,	justas	e	inclusivas)	e	as	Parcerias	(governança	global	sólida).
Os	cinco	componentes	por	sua	vez	sustentam	o	acordo	com	o	estabelecido	nos	17	
objetivos	do	desenvolvimento	sustentável	(ODS).
Os	 temas	definidos	como	ODS	são	muitos,	mas	basicamente	 têm	um	ponto	em	
comum:	tornar	o	desenvolvimento	humano	mais	seguro	e	garantir	condições	de	vida	ade-
quadas	sob	o	ponto	de	vista	social,	ambiental	e	econômico.
No	coração	da	agenda	2030	estão	cinco	Eixos	de	atuação	para	o	Desenvolvimento	
Sustentável,	 (5Ps	 da	 sustentabilidade),	 sendo:	 pessoas,	 prosperidade,	 paz,	 parcerias	 e	
planeta,	conforme	demonstrado	na	figura	02:
FIGURA 02: OS CINCO P’S DA AGENDA 2030
Fonte:	Disponível	-	http://www.agenda2030.com.br/	.	Acesso	18	jan.2021.
Encontrar	as	interdependências	entre	os	dezessete	objetivos	nos	ajuda	a	encontrar	
as	raízes	dos	problemas	e	criar	soluções	sustentáveis	de	longo	prazo.
O	objetivo	de	uma	agenda	é	sempre,	em	primeiro	lugar,	organizar	os	temas	e	faci-
litar	o	entendimento	das	pessoas	para,	em	seguida,	mobilizar,	engajar	e	convocar	à	ação.	
O	desejo	da	Organização	das	Nações	Unidas	-	ONU	com	estabelecimento	dessa	agenda	é	
levar	todos	os	países	a	aspirar	o	desenvolvimento,	mas	não	a	qualquer	custo,	em	prejuízo	
de	pessoas	e	do	planeta.
Para	a	ONU,	é	fundamental	que	a	agenda	seja	“sustentável”,	isto	é,	equilibre	novas	
respostas	e	 soluções	econômicas,	 ambientais	e	 sociais,	 algo	que	apenas	será	possível	
22UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
se	 cada	 indivíduo,	 e	 cada	 uma	 das	 instituições	 (governos,	 empresas,	 organizações	 da	
sociedade	civil)	mudem	atitudes	e	comportamentos	na	direção	de	um	jeito	melhor	de	viver	
no	planeta	no	século	21”.
Para	melhor	entendimento	os	Objetivos	do	Desenvolvimento	Sustentável	 	(ODS)	
significam.
1 - Erradicação da pobreza:	“Acabar	com	a	pobreza	em	todas	as	suas	formas,	em	
todos	os	lugares”.
2 - Fome zero e agricultura sustentável: “Acabar	com	a	fome,	alcançar	a	segu-
rança	alimentar	e	melhoria	da	nutrição	e	promover	a	agricultura	sustentável”.
3 - Saúde e bem estar:	 “Assegurar	uma	vida	saudável	e	promover	o	bem-estar	
para	todos,	em	todas	as	idades”.
4 - Educação de qualidade:	“Assegurar	a	educação	inclusiva	e	equitativa	de	qua-
lidade,	e	promover	oportunidades	de	aprendizagem	ao	longo	da	vida	para	todos”.
5 - Igualdade de gênero:	“Alcançar	a	igualdade	de	gênero	e	empoderar	todas	as	
mulheres	e	meninas”.
6 - Água potável e saneamento:	“Assegurar	a	disponibilidade	e	gestão	sustentável	
da	água	e	saneamento	para	todos”.
7 - Energia acessível e limpa: “Assegurar	o	acesso	confiável,	sustentável,	moder-
no	e	a	preço	acessível	à	energia,	para	todos”.
8 - Trabalho decente e crescimento econômico:	“Promover	o	crescimento	eco-
nômico	sustentado,	inclusivo	e	sustentável,	emprego	pleno	e	produtivo,	e	trabalho	decente	
para	todos.
9 - Indústria, inovação e infra-estrutura:	 “Promover	o	 crescimento	econômico	
sustentado,	 inclusivo	e	sustentável,	emprego	pleno	e	produtivo,	e	 trabalho	decente	para	
todos”.
10 - Redução das desigualdades:	“Reduzir	a	desigualdade	dentro	dos	países	e	
entre	eles”.
11 - Cidades e comunidades sustentáveis:	“Reduzir	a	desigualdade	dentro	dos	
países	e	entre	eles”.
12 - Consumo e produção responsáveis:	“Assegurar	padrões	de	produção	e	de	
consumo	sustentáveis”.
13 - Ação contra mudança global do clima: “Tomar	medidas	urgentes	para	com-
bater	a	mudança	do	clima	e	seus	impactos”.
23UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
14 - Vida na água:	“Conservar	e	usar	sustentavelmente	os	oceanos,	os	mares	e	os	
recursos	marinhos	para	o	desenvolvimento	sustentável”.
15 - Vida terrestre: Proteger,	recuperar	e	promover	o	uso	sustentável	dos	ecossis-
temas	terrestres,	gerir	de	forma	sustentável	as	florestas,	combater	a	desertificação,	deter	e	
reverter	a	degradação	da	terra,	e	deter	a	perda	de	biodiversidade.
16 - Paz, justiça e instituições eficazes: Promover	sociedades	pacíficas	e	inclu-
sivas	para	o	desenvolvimento	sustentável,	proporcionar	o	acesso	à	 justiça	para	 todos	e	
construir	instituições	eficazes,	responsáveis	e	inclusivas	em	todos	os	níveis.
17 - Parcerias e meios de implementação:	Fortalecer	os	meios	de	implementação	
e	revitalizar	a	parceria	global	para	o	desenvolvimento	sustentável
Para	que	todos	esses	objetivos	se	tornem	realidade,	é	importante	que	haja	relações	
de	parceria	e	cooperação	entre	as	nações.	Por	isso,	uma	das	metas	da	Agenda	2030	é	que	
os	países	em	melhores	condições	financeiras	ajudem	os	“países	em	desenvolvimento	a	
alcançar	a	sustentabilidade	da	dívida	de	longo	prazo,	por	meio	de	políticas	coordenadas	
destinadas	a	promover	o	financiamento,	a	redução	e	a	reestruturação	da	dívida,	conforme	
apropriado,	e	tratar	da	dívida	externa	dos	países	pobres	altamente	endividados	para	reduzir	
o superendividamento.
24UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
7. CONTROLE DA QUALIDADE AMBIENTAL – SOLO, ÁGUA E AR
A	Lei	6.938/81	foi	a	primeira	norma	brasileira	a	definir	legalmente	o	meio	ambiente.	De	
acordo	com	o	art.	3º,	I	da	referida	lei,	meio	ambiente	é	o	conjunto	de	condições,	leis,	influências	
e	interaçõesde	ordem	física,	química	e	biológica,	que	permite,	abriga	e	rege	a	vida	em	todas	as	
suas	formas.	Ademais,	em	seu	art.	2º,	I,	temos	o	meio	ambiente	como	um	patrimônio	público	a	
ser	necessariamente	assegurado	e	protegido,	tendo	em	vista	o	uso	coletivo.
Desta	forma,	considera-se,	de	maneira	geral,	que	a	qualidade	do	meio	ambiente	
constitui	fator	determinante	para	o	alcance	de	uma	melhor	qualidade	de	vida.	
Sewell	(1978,	p.	01)	define	controle	ambiental	como:
o ato	de	influenciar	as	atividades	humanas	que	afetem	a	qualidade	do	meio
físico	 do	 homem,	 especialmente	 o	 ar,	 a	 água	e	 características	 terrestres”.
Nesse	contexto,	considera-se	que	controlar	e	manter	um	elevado	padrão	de
qualidade	ambiental	constitui	um	grande	desafio,	tendo	em	vista	as	condições
atuais	de	grande	parte	das	cidades	do	mundo	contemporâneo,	principalmen-
te	àquelas	dos	países	“subdesenvolvidos”	como	o	Brasil	que	passaram	por
um	processo	de	urbanização	desenfreado	e	que	continuam	se	expandindo
de	maneira	caótica	e	desumana,	expressando,	respectivamente,	desordem
e	injustiças	sociais.
Dentro	do	contexto	de	qualidade	ambiental,	Machado	(1997,	p.	16),	relata	que	a	
importância	da		qualidade	do	solo	na	manutenção	do	ecossistema.	
	Nesse	sentido,	Motta	(2001)	diz	que	a	qualidade	do	solo	está	intimamente	ligada	
a	capacidade	de	exercer	suas	funções	na	natureza	que	são:	funcionar	como	meio	para	o	
crescimento	das	plantas;	regular	e	compartimentalizar	o	fluxo	de	água	no	ambiente;	esto-
25UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
car	e	promover	a	ciclagem	de	elementos	na	biosfera;	e	servir	como	tampão	ambiental	na	
formação,	atenuação	e	degradação	de	compostos	prejudiciais	ao	ambiente.
Para	Machado	(1997,	p.	16),	a	qualidade	do	solo	tem	efeitos	profundos	na	saúde	
e	na	produtividade	de	um	determinado	ecossistema	e	nos	ambientes	a	ele	relacionados.	
Diferentemente	do	ar	e	da	água,	para	os	quais	existem	padrões	de	qualidade,	
a	definição	e	quantificação	da	qualidade	do	solo	não	é	simples	em	decorrên-
cia	da	complexidade	dos	fatores	envolvidos	e	de	não	ser	o	solo	consumido	
diretamente	pelo	homem	e	animais.	A	qualidade	do	solo	é	aceita,	 frequen-
temente,	como	uma	característica	abstrata	que	depende,	além	de	seus	atri-
butos	 intrínsecos,	de	 fatores	externos,	como	as	práticas	de	uso	e	manejo,	
de	interações	com	o	ecossistema	e	das	prioridades	socioeconômicas	e	po-
líticas.	O	conceito	do	que	seja	um	solo	com	qualidade	depende	das	priori-
dades	previamente	estabelecidas.	Contudo,	deve	 levar	em	consideração	a	
sua	funcionalidade	múltipla	para	não	comprometer,	no	futuro,	o	desempenho	
de	algumas	de	suas	funções.	Assim,	um	determinado	tipo	de	solo	pode	ser	
considerado	com	boa	qualidade	quando	apresentar	a	capacidade,	dentro	dos	
limites	de	um	ecossistema	natural	ou	manejado,	de	manter	a	produtividade	
e	a	biodiversidade	vegetal	e	animal,	melhorar	a	qualidade	do	ar	e	da	água	
e	contribuir	para	a	habitação	e	a	saúde	humana.	(MACHADO,	1997,	p.	16).
Entretanto,	Machado	 (1997,	p.	18),	 relata	que	os	solos	são	de	vital	 importância	à	
manutenção	da	vida	na	Terra	e	possuem	cinco	papéis	básicos	ou	funções	no	nosso	ambiente:
O	solo	sustenta	o	crescimento	da	flora,	principalmente	fornecendo	a	estrutura	ne-
cessária	para	a	sua	existência.
As	características	dos	solos	determinam	o	destino	da	água	na	superfície	da	Terra,	
essencial	para	a	sobrevivência.
O	solo	desempenha	um	papel	essencial	na	reciclagem	de	nutrientes	e	no	destino	
que	se	dá	aos	corpos	de	animais	(incluindo	o	homem)	e	restos	de	plantas	que	morrem	na	
superfície	da	Terra.
O	solo	é	o	habitat,	a	casa	de	muitos	organismos.
Os	solos	são	capazes	de	fornecer	material	para	construção	de	casas	e	edifícios,	
além	de	proporcionar	a	fundação	para	essas	construções.
Segundo	a	Embrapa	(1997)	a	avaliação	quantitativa	da	qualidade	do	solo	é	funda-
mental	na	determinação	da	sustentabilidade	dos	sistemas	de	manejo	utilizados.	A	determi-
nação	de	indicadores	de	qualidade	de	solo	se	faz	necessária	para	possibilitar	a	identificação	
de	áreas	problemas	utilizadas	na	produção,	 fazer	estimativas	realistas	de	produtividade,	
monitorar	mudanças	na	qualidade	ambiental	e	auxiliar	agências	governamentais	a	formular	
e	avaliar	políticas	agrícolas	de	uso	da	terra.
Com	relação	à	água	seu	controle	tem	relação	com	o	uso	que	se	faz	dessa	água.	
Por	exemplo,	uma	água	de	qualidade	adequada	para	uso	industrial,	navegação	ou	geração	
26UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
hidrelétrica	pode	não	ter	qualidade	adequada	para	o	abastecimento	humano,	a	recreação	
ou	a	preservação	da	vida	aquática.	
Os	padrões	de	qualidade	são	fixados	por	entidades	públicas,	com	o	objetivo	de	
garantir	que	a	água	a	ser	utilizada	para	um	determinado	fim	não	contenha	impurezas	que	
venham	a	prejudicá-lo.
Existe	uma	grande	variedade	de	indicadores	que	expressam	aspectos	parciais	da	
qualidade	das	águas.	No	entanto,	 não	existe	um	 indicador	único	que	sintetize	 todas	as	
variáveis	de	qualidade	da	água.	Geralmente	são	usados	indicadores	para	usos	específicos,	
tais	como	o	abastecimento	doméstico,	a	preservação	da	vida	aquática	e	a	recreação	de	
contato	primário	(balneabilidade).
No	tocante	ao	abastecimento	público	o	controle	da	qualidade	é	feito	no	momento	
em	que	a	água	entra	na	estação,	estendendo-se	até	as	residências,	onde	existe	um	mo-
nitoramento	 através	 de	 coletas	 nas	 residências,	 escolas,	 creche	 e	 hospitais,	 realizados	
semanalmente,	 sendo	que	a	potabilidade	da	água	 tem	de	estar	de	acordo	com	a	OMS	
(Organização	Mundial	de	Saúde).
Uma	forma	de	definir	a	qualidade	das	águas	dos	mananciais	é	enquadrá-los	em	
classes,	em	 função	dos	usos	propostos	para	os	mesmos,	estabelecendo-se	critérios	ou	
condições	a	serem	atendidos.
De	acordo	com	a	RESOLUÇÃO	CONAMA	N°	357/	2005,	que	dispõe	sobre	a	classi-
ficação	dos	corpos	de	água	e	diretrizes	ambientais	para	o	seu	enquadramento,	bem	como	
estabelece	as	condições	e	padrões	de	lançamento	de	efluentes,	e	dá	outras	providências,	
os	corpos	hídricos	nacionais	são	classificados	em	nove	classes,	sendo	as	cinco	primeiras	
classes	 de	 água	 doce	 (baixa	 quantidade	 de	 sais	minerais),	 as	 duas	 seguintes	 de	 água	
salinas	 (média	quantidade	de	sais	minerais),	e	as	duas	últimas	de	águas	salobras	 (alta	
quantidade	de	sais	minerais),	(BRASIL,	2005).
Para	cada	classe	citada	acima	existem	restrições	de	uso	e	lançamento	de	efluentes,	
sendo	que	a	classe	que	mais	possui	restrições	de	uso	é	a	Classe	Especial.
No	tocante	ao	controle	de	qualidade	do	ar,	sua	gestão	envolve	medidas	mitigadoras	
que	tenham	como	base	a	definição	de	limites	permissíveis	de	concentração	dos	poluentes	
na	atmosfera,	restrição	de	emissões,	bem	como	um	melhor	desempenho	na	aplicação	dos	
instrumentos	de	comando	e	controle,	entre	eles	o	licenciamento	e	o	monitoramento.	
Em	nível	federal,	a	primeira	legislação	mais	efetiva	de	controle	da	poluição	atmos-
férica	foi	a	Portaria	do	Ministério	do	Interior	de	nº	231,	de	27	de	abril	de	1976,	que	visava	
27UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
a	estabelecer	padrões	nacionais	de	qualidade	do	ar	para	material	particulado,	dióxido	de	
enxofre,	monóxido	de	carbono	e	oxidantes	fotoquímicos.
Nesse	contexto	de	demandas	 institucionais	e	normativas,	o	CONAMA,	por	meio	
da	Resolução	nº	05	de	15	de	junho	de	1989,	criou	o	Programa	Nacional	de	Controle	de	
Qualidade	do	Ar	 -	PRONAR,	com	o	 intuito	de	 “permitir	 o	desenvolvimento	econômico	e	
social	do	país	de	forma	ambientalmente	segura,	pela	limitação	dos	níveis	de	emissão	de	
poluentes	por	fontes	de	poluição	atmosférica,	com	vistas	à	melhora	da	qualidade	do	ar,	ao	
atendimento	dos	padrões	e	estabelecidos	e	o	não	comprometimento	da	qualidade	do	ar	nas	
áreas	consideradas	não	degradadas”.
Como	 medidas	 de	 curto	 prazo	 foram	 estabelecidas:a	 definição	 dos	 limites	 de	
emissão	para	 fontes	poluidoras	prioritárias;	a	definição	dos	padrões	de	qualidade	do	ar;	
o enquadramento	das	áreas	na	classificação	de	usos	pretendidos;	o	apoio	à	formulação
dos	Programas	Estaduais	de	Controle	de	Poluição	do	Ar;	a	capacitação	 laboratorial	e	a
capacitação	de	recursos	humanos.
Entretanto,	os	avanços	observados	foram	limitados,	tendo	sido	fixados	tão	somente	
limites	de	emissão	para	óleo	e	carvão.	Maiores	avanços	deram-se	quanto	à	definição	dos	
padrões	de	qualidade	do	ar.
28UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
8. EDUCAÇÃO AMBIENTAL
As	práticas	educativas	ambientais	devem	proporcionar	mudanças	de	hábitos,	ati-
tudes	e	práticas	sociais,	sendo,	portanto,	a	Educação	Ambiental	o	caminho	para	que	as	
pessoas	adquiram	consciência	da	importância	de	terem	atitudes	sustentáveis.	
É	inegável	que	a	educação	ambiental	contribui	significativamente	para	a	proteção	
do	meio	ambiente	e	a	melhoria	da	qualidade	de	vida.
Nesse	sentido,	Medina,	(2001,	p.	20)	aponta	que:
Há	 de	 se	 promover	 urgente	 conscientização	 social	 sobre	 a	 problemática	
do	meio	ambiente	visando	à	educação	e	ética	ambientais,	proporcionando,	
por	consequência,	uma	vida	mais	saudável	para	a	população	mundial,	que	
esbarra	com	as	novas	tecnologias	e	o	crescimento	demográfico,	que	estão	
ocorrendo	sem	o	devido	cuidado	com	o	meio	ambiente.	Imprescindível,	por-
tanto,	um	esforço	para	a	educação	em	questões	ambientais	dirigidas	tanto	às	
gerações	jovens	como	aos	adultos	e	que	se	preste	a	devida	atenção	ao	setor	
da	população	menos	privilegiado,	para	fundamentar	as	bases	de	uma	opinião	
pública	bem	informada	e	de	uma	conduta	dos	indivíduos,	das	empresas	e	das	
coletividades	inspirada	por	sua	responsabilidade	sobre	a	proteção	e	melhoria	
do	meio	ambiente	em	toda	sua	dimensão	humana.
Mudança	de	paradigmas	implica	discutir	valores	para	construir	uma	sociedade	mais	
justa,	que	satisfaça	as	necessidades	das	gerações	atuais,	sem	comprometer	a	sobrevivên-
cia	das	futuras	gerações.
Segundo	Ministério	do	Meio	Ambiente	(2015)	a	atuação	dos	educadores	ambientais	
nas	políticas	públicas	de	águas	é	portadora	de	um	significativo	potencial	sinérgico	capaz	de	
incutir	e	sedimentar	uma	perspectiva	realmente	sistêmica,	 integradora	e	ambiental	como	
29UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
diferencial	para	qualificar	a	gestão	dos	recursos	hídricos	no	país	e	promover	a	efetiva	me-
lhoria	nas	condições	de	vida	das	pessoas	e	do	meio	com	o	qual	convivem.
Para	Medina	(2001)	dentre	várias	definições	sobre	o	que	é	EA,	destaca-se:
a	Educação	Ambiental	como	processo	[...]	consiste	em	propiciar	às	pessoas	
uma	compreensão	crítica	e	global	do	ambiente,	para	elucidar	valores	e	de-
senvolver	atitudes	que	lhes	permitam	adotar	uma	posição	consciente	e	par-
ticipativa	a	respeito	das	questões	relacionadas	com	a	conservação	e	a	ade-
quada	utilização	dos	 recursos	naturais	deve	 ter	como	objetivos	a	melhoria	
da	 qualidade	 de	 vida	 a	 eliminação	 da	 pobreza	 extrema	e	 do	 consumismo	
desenfreado.	(MEDINA,	2001,	p.	17).
Assim,	a	promoção	de	processos	continuados	e	permanentes	de	desenvolvimento	
de	capacidades	e	de	Educação	Ambiental	para	a	Gestão	de	Águas	constitui	iniciativa	es-
tratégica	fundamental	para	assegurar	a	sustentabilidade	do	crescimento	da	economia	e	a	
promoção	do	desenvolvimento	sustentável.	(MINISTÉRIO	DO	MEIO	AMBIENTE,	2015).
Entendendo	que	educação	ambiental	é	um	processo	que	deve	partir	do	interno	para	
o externo,	levando	a	mudanças	de	hábitos	e	comportamentos	como	pequenas	iniciativas
no	lar,	escola,	bairro,	até	alcançar	uma	abrangência	mais	ampla,	que	envolva	uma	região,
estado,	país,	beneficiando	todo	o	ecossistema	e	a	humanidade,	nesse	processo,	a	família
e	a	escola	figuram	como	os	principais	responsáveis	por	disseminar	a	importância	dos	bons
hábitos	e	da	consciência	ambiental.
Os	resultados	obtidos	são	levados	pelo	resto	da	vida	e	disseminados,	garantindo	a	
eficácia	e	a	construção	de	uma	sociedade	mais	responsável	ecologicamente.
No	Brasil,	com	a	aprovação	da	Lei	nº	9.795/1999,	que	institui	a	Política	Nacional	de	
Educação	Ambiental,	e	dentre	várias	premissas,	a	lei	afirma	trata-se	de	um	componente	es-
sencial	e	permanente	da	educação	no	Brasil,	que	deve	estar	presente	de	forma	articulada,	
em	todos	os	níveis	e	modalidades	do	processo	educativo,	em	caráter	formal	e	não	formal.
A	Política	Nacional	de	Educação	Ambiental	–	PNEA	(Lei	9.795/1999)	estabelece,	
como	um	dos	objetivos	estratégicos	da	EA,	o	incentivo	à	participação	individual	e	coletiva,	
permanente	e	responsável,	na	preservação	do	equilíbrio	do	meio	ambiente,	entendendo-se	
a	defesa	da	qualidade	ambiental	como	um	valor	inseparável	do	exercício	da	cidadania.	De	
forma	coerente	com	a	política	das	águas,	a	construção	de	uma	cultura	da	participação,	
qualificada	com	o	diálogo,	mostra-se	como	um	dos	eixos	centrais	da	PNEA.	
Segundo	o	artigo	1º	da	Lei	9.795/1999,	entende-se	por	educação	ambiental:
Os	processos	por	meio	dos	quais	o	indivíduo	e	a	coletividade	constroem	va-
lores	sociais,	conhecimentos,	habilidades,	atitudes	e	competências	voltadas	
para	a	conservação	do	meio	ambiente,	bem	de	uso	comum	do	povo,	essen-
cial	à	sadia	qualidade	de	vida	e	sua	sustentabilidade.	(BRASIL,	PNEA,	1999).
E	complementa	ainda	no	seu	artigo	5º,	também	como	um	dos	seus	objetivos	funda-
mentais	que	a	educação	ambiental	deve	promover	o	desenvolvimento	de	uma	compreensão	
integrada	do	meio	ambiente	em	suas	múltiplas	e	complexas	relações,	envolvendo	aspectos	
ecológicos,	psicológicos,	legais,	políticos,	sociais,	econômicos,	científicos,	culturais	e	éticos.
30UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
SAIBA MAIS
Com	o	desenvolvimento	das	atividades	industriais	vieram	grandes	impactos	ambientais	
e	isso	não	é	nenhum	segredo.	O	ritmo	acelerado	dessas	atividades	impede	que	o	meio	
ambiente	 tenha	 tempo	necessário	para	se	 recuperar	do	consumo	dos	seus	 recursos	
pelo	homem	e	dos	resíduos	gerados	por	eles.	Para	tentar	diminuir	esse	impacto,	vários	
estudos	e	discussões	vêm	sendo	realizados	há	mais	de	duas	décadas	pelos	países,	
principalmente	no	que	diz	respeito	ao	desenvolvimento	sustentável.	Isso	trouxe	algumas	
melhorias	ao	longo	dos	anos,	mas	muito	ainda	tem	que	ser	feito	diante	desse	problema	
global	visando	atitudes	mais	sustentáveis.	Desenvolvimento	sustentável	e	sustentabi-
lidade,	esses	dois	termos	muitas	vezes	se	confundem,	mas	têm	significados	distintos.	
Fonte:	desenvolvimento	das	atividades	industriais.	Adaptado.	Disponível	em:		<http://www.teraambiental.
com.br/blog-da-tera-ambiental/sustentabilidade-e-desenvolvimento-sustentavel-conheca-a-diferenca>.	
Acesso	em:	20	jan.2021.
REFLITA
As	plantas	e	os	animais	são	essenciais	para	a	manutenção	da	vida	na	Terra.	As	plantas	
fazem,	entre	outras	coisas,	a	fotossíntese,	absorvendo	gás	carbônico	e	liberando	oxigê-
nio.	Os	animais	são	agentes	polinizadores,	garantindo	a	germinação	de	novas	árvores.	
Um	beneficia	o	outro,	e	todos	são	beneficiados.	Por	 isso	é	tão	importante	a	proteção	
ambiental.	 Você	 consegue	 imaginar	 este	 planeta	 sem	plantas	 e	 animais?	Por	 que	 é	
importante	cuidar	dos	animais	e	do	meio	ambiente?	Talvez	você	nunca	tenha	pensado	
a	respeito	disso,	no	entanto	os	animais	estão	sempre	presentes	em	nosso	cotidiano	e	
muitas	vezes	não	damos	conta	de	sua	presença.	Se	estendermos	essa	pergunta	ao	uni-
verso	ecológico,	vamos	perceber	que	sem	os	animais	habitando	o	planeta	Terra	a	vida	
simplesmente	iria	se	extinguir.	
Fonte:	Por	que	é	importante	cuidar	dos	animais	e	do	meio	ambiente.	Disponível	em:	https://www.lbv.org/
por-que-e-importante-cuidar-dos-animais-e-do-meio-ambiente.	Adaptado.	Acesso	22	jan.2021.
31UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
CONSIDERAÇÕESFINAIS
Diante	da	intensa	degradação	da	natureza,	medidas	urgentes	devem	ser	tomadas	
por	todos	a	benefício	do	homem	e	do	próprio	meio	ambiente	a	fim	de	minimizar	os	impactos	
negativos	 que	 tem	 levado	os	 recursos	 naturais	 e	 a	 escassez	 em	nome	da	melhoria	 da	
qualidade	de	vida.
Estamos	cada	vez	mais	questionando	o	atual	modelo	de	desenvolvimento,	por	isso	
entendemos	a	necessidade	de	termos	um	olhar	para	o	passado,	compreender	a	natureza	e	
aplicar	este	conhecimento	a	benefício	do	homem	e	da	própria	natureza.
	Segundo	Lerípio	(2001,	p.	2),	a	relação	meio	ambiente	e	desenvolvimento	deve	
deixar	de	ser	conflitante	para	tornar-se	uma	relação	de	parceria.	O	ponto	chave	da	questão	
passa	a	ser	a	necessidade	de	uma	convivência	pacífica	entre	a	boa	qualidade	do	meio	
ambiente	e	o	desenvolvimento	econômico.
As	 florestas	 são	 imprescindíveis	 para	a	manutenção	dos	 recursos	hídricos	para	
abastecimento	das	cidades,	onde	vive	a	maioria	da	população.	O	desmatamento	incontro-
lado	e	insano	está	causando	a	desertificação	e	levará	fatalmente	ao	desabastecimento	de	
água	e	à	formação	de	solo	improdutivo	para	a	produção	de	alimentos.	A	natureza	trabalha	
e	produz	na	forma	cíclica,	mostrando	o	caminho	para	a	atuação	do	homem.
Todos	os	tipos	de	plantas,	sejam	as	rasteiras,	os	arbustos,	as	árvores	ou	as	flores,	
têm	uma	importância	indispensável	para	a	nossa	qualidade	de	vida.	As	plantas	nutrem	os	
solos	e	ajudam	a	produzir	alimentos	e	água.	Suas	folhas	servem	como	adubos	para	a	terra	
e	tornam	a	natureza	rica	e	viva.
Ser	sustentável	não	deve	interferir	nos	ciclos	naturais	em	que	se	baseia	tudo	o	que	
a	resiliência	do	planeta	permite	e,	ao	mesmo	tempo,	não	devem	empobrecer	seu	capital	
natural,	que	será	transmitida	às	gerações	futuras.	(ALVES,	2015)
32UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
LEITURA COMPLEMENTAR
Artigo 01: Olhando	o	passado	e	o	futuro:	revendo	pressupostos	sobre	as	inter-re-
lações	pessoa-ambiente
Fonte:	Rivlin,		L.	G..	Olhando	o	passado	e	o	futuro:	revendo	pressupostos	sobre	as	
inter-relações	pessoa-ambiente.	Estud.	psicol.	 (Natal).	Vol.8	nº2.	Natal.	2003.	Disponível	
em:	 https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-294X2003000200003&script=sci_arttext.	
Acesso	em:	31	jan	2021.
RESUMO
Este	artigo	examina	alguns	dos	pressupostos	que	guiaram	os	primeiros	trabalhos	
em	Psicologia	Ambiental	e	os	revisa	à	luz	de	perspectivas	contemporâneas.	Muitos	desses	
pressupostos	continuam	a	 ter	 relevância,	mas	são	necessárias	algumas	modificações	e	
acréscimos	para	dar	conta	do	desenvolvimento	em	ideias	e	pesquisas	ao	longo	dos	anos.	
É	preciso:	ir	além	da	pesquisa	multidisciplinar,	engajando-se	no	pensamento	interdisciplinar	
e	pesquisa	em	colaboração	com	pessoas	de	outras	disciplinas;	ampliar	a	atenção	com	as	
questões	éticas;	examinar	o	papel	da	tecnologia	na	vida	das	pessoas;	e	reconhecer	a	na-
tureza	holística	das	transações	pessoa-ambiente	levando	em	consideração	a	diversidade	
criada	por	idade,	gênero,	nível	de	capacidade/incapacidade,	cultura	e	economia.
Artigo 02:	 	O	conceito	de	 “ecossistema”	em	 teses	e	dissertações	em	educação	
ambiental	no	Brasil:	construção	de	significados	e	sentidos
Fonte:	Danilo,	S.	K.	,	Kawasaki,	C.,	Carvalho,	L.	M.	de.		O	conceito	de	“ecossistema”	
em	 teses	 e	 dissertações	 em	 educação	 ambiental	 no	Brasil:	 construção	 de	 significados	 e	
sentidos.	VIII	EPEA	-	Encontro	Pesquisa	em	Educação	Ambiental.	Rio	de	Janeiro.	 	2015.	
Disponível	em:	http://epea.tmp.br/epea2015_anais/pdfs/plenary/29.pdf.	Acesso:	25	jan	2021.
RESUMO
O	presente	trabalho	constitui	parte	de	uma	tese,	concluída	em	2014,	e	que	teve	
como	objetivo	 investigar	o	 conceito	de	 “ecossistema”	presente	em	 teses	e	dissertações	
do	campo	da	Educação	Ambiental	 (EA),	no	período	de	1980	a	2009	no	Brasil.	Além	da	
caracterização	dos	aspectos	da	pesquisa	em	EA,	analisa	os	significados	e	sentidos	cons-
33UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
truídos	e	associados	ao	conceito	de	ecossistema	nas	referidas	pesquisas.	Este	artigo	foca	
na	relação	entre	os	núcleos	de	significação	resultantes	desta	construção,	e	suas	relações	
com	o	ensino	de	Ecologia	e	a	EA.	Os	procedimentos	metodológicos	são	descritos	e	estão	
fundamentados	na	perspectiva	da	análise	dialógica	do	discurso	e	inseridos	no	contexto	da	
pesquisa	qualitativa	em	educação.	A	apresentação	dos	núcleos	de	significação	construídos	
possibilitou	a	emergência	de	sentidos	contraditórios	e	que	são	compreendidos	a	partir	do	
conceito	de	ecossistema,	mesmo	que	estes	não	sejam	enunciados	diretamente.
Artigo 03:	Efeito	de	vespas	não-polinizadoras	sobre	o	mutualismo	Ficus	–	vespas	
de	figos	
Fonte:	Elias.	L,	G.;	Fernado,	H.	A.;	Pereira,	R.	A.	S.	Efeito	de	vespas	não	poliniza-
doras	sobre	o	mutualismo	Ficus	–	vespas	de	figos	Iheringia,	Sér.	Zool.	vol.97	no.3	Porto	
Alegre	 Set.	 2007.	 Disponível	 em:	 https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S0073-47212007000300006&lang=pt.	Acesso:	08	jan.	2021.
RESUMO
Relações	 ecológicas	 interespecíficas,	 que	 resultam	 em	 benefício	 para	 todos	 os	
organismos	participantes,	são	conhecidas	como	mutualismo.	No	entanto,	 tal	cooperação	
abre	espaço	para	o	surgimento	de	estratégias	oportunistas	(ou	de	trapaça),	representadas	
por	indivíduos	parasitas	do	mutualismo,	que	recebem	o	benefício	de	um	dos	parceiros	sem	
oferecer	nada	em	troca.	A	interação	figueiras	–	vespas	-	de	-	figo	é	um	sistema	adequado	
para	 o	 estudo	do	mutualismo	e	 de	 estratégias	 oportunistas	 (parasitas	 de	mutualismos).	
Representantes	do	gênero	Ficus	 (Moraceae)	apresentam	uma	 relação	mutualística	com	
pequenas	vespas	polinizadoras	(Agaonidae)	e	são	explorados	por	outras	espécies	de	ves-
pas	não-polinizadoras.	Esse	trabalho	teve	como	objetivo	avaliar	o	impacto	das	vespas	não-
-polinizadoras	sobre	o	mutualismo	Ficus	citrifolia	e	suas	vespas	polinizadoras,	Pegoscapus
tonduzi	Grandi,	1919.	Para	tal,	foi	comparada	a	produção	de	aquênios	(função	feminina)	e
de	fêmeas	da	espécie	polinizadora	(função	masculina)	entre	amostras	de	sicônios	altamen-
te	infestados	e	pouco	infestados	por	vespas	não-polinizadoras,	coletadas	nos	municípios
de	Londrina	(Paraná),	Campinas	e	Ribeirão	Preto	(São	Paulo),	Brasil.	Nossos	resultados
apontaram	que	as	vespas	não-polinizadoras	exercem	impacto	negativo	nos	componentes
feminino	e	masculino	da	planta,	sendo	maior	no	masculino.	A	produção	de	vespas	poli-
nizadoras	foi	cerca	de	sete	vezes	menor	nos	figos	infestados,	ao	passo	que	a	produção
de	aquênios	foi	1,5	vez	menor	nesses	mesmos	figos.	Hipóteses	sobre	a	estabilidade	do
mutualismo	na	presença	das	espécies	oportunistas	são	discutidas.
34UNIDADE I Ecologia e Sustentabilidade Ambiental, Desenvolvimento e Sustentabilidade - Meio Ambiente e Sociedade
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Educação	Ambiental:	Princípios	e	práticas
Autor:	Genebaldo	Freire	Dias
Editora: Editora	Gaia;	Edição:	9
Sinopse:	O	desenvolvimento	e	a	prática	da	Educação	Ambiental	
no	Brasil	 sempre	esbarrou	em	graves	problemas	socioeconômi-
cos,	acrescidos	da	falta	de	materiais	educativos	adequados	sobre	
Educação	Ambiental	(EA).	Este	livro	reúne	as	informações	básicas	
conceituais	sobre	a	EA,	faz	um	histórico	de	suas	atividades	pelo	
mundo,	sugere	mais	de	cem	atividades	para	sua	prática,	fornece	
subsídios	para	a	ampliação	dos	conhecimentos	sobre	EA	e	expõe	
as	diferentes	formas	legais	de	ação	individual	e	comunitária	que	
possibilitam	um	exercício	de	cidadania,	visando	uma	melhor	qua-
lidade	de	vida.	Trata-se	de	uma	obra	inovadora	pelo	seu	pioneiris-
mo	como	documento	para	estudiosos	e	leigos,	posicionando	a	EA	
como	 instrumento	de	busca	da	harmonia	 racional	e	 responsável	
entre	o	homem	e	o	seu	meio	ambiente.
FILME/VÍDEO 
Título:	Relações	ecológicas
Ano:	2016
Sinopse: A	 vida	 na	 terra,	 seja	 ao	 nível	 de	 uma	 pequena	 poça	
ou	 ao	 nível	 de	 um	ecossistemaque	abrange	um	continente,	 se	
resume	 em	 interações.	Além	 de	 interagirem	 com	 o	meio	 físico,	
os	organismos	 interagem	com	 indivíduos	da	sua	espécie	e	com	
outras	 espécies,	 estabelecendo	 o	 que	 chamamos	 de	 Relações	
Ecológicas.
Link do vídeo: 	https://www.youtube.com/watch?v=SZbMnJ99q3U
35
Plano de Estudo:
● O	significado	de	sustentabilidade	empresarial
● Avaliação	do	ciclo	de	vida
● Cadeia	de	suprimentos	verde
● Logística	reversa
● Produção	+	limpa	e	produção	enxuta
● Abordagens	e	Modelos	de	Gestão	Ambiental	Empresarial.
● Responsabilidade	social	corporativa	(RSC)
● Tecnologias	de	gestão	socioambiental	e	as	políticas	ambientais.
● A	criação	de	visão	voltada	à	sustentabilidade
● Sistemas	de	diagnóstico	e	gestão
● Códigos	de	conduta
● Políticas	ambientais	no	Brasil
Objetivos da Aprendizagem:
● Discorrer	sobre	as	Abordagens	e	Modelos	de	Gestão	Ambiental	Empresarial.
● Analisar	conceitos	sobre	Responsabilidade	social	corporativa	(RSC)
e	o	contexto	teórico	para	a	sua	compreensão	e	prática.
● Abordar	Tecnologias	de	gestão	socioambiental	e	as	políticas	ambientais.
● Proporcionar	uma	visão	voltada	à	sustentabilidade.
● Entender	os	sistemas	de	diagnóstico	e	gestão.
● Conhecer	o	Códigos	de	conduta.
● Entender	as	Políticas	ambientais	no	Brasil.
UNIDADE II
Responsabilidade Social
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco
36UNIDADE II Responsabilidade Social
INTRODUÇÃO
Este	capítulo	tratará	sobre	responsabilidade	social	como	a	função	social	das	em-
presas,	o	compromisso	social	e	a	gestão	empresarial.
Falaremos	 sobre	 sustentabilidade	 empresarial,	 e	 serão	 vistos	 outros	 conceitos	
relacionados	 à	 gestão	 ambiental	 empresarial,	 nesta	 perspectiva,	 os	 tópicos	 que	 serão	
abordados	serão:	abordagens	e	modelos	de	gestão	ambiental	empresarial;	 responsabili-
dade	social	corporativa	(contexto	 teórico	para	a	sua	compreensão);	e	abordagens	sobre	
tecnologias	de	gestão	socioambiental	e	as	políticas	ambientais.
Falaremos	que	a	sustentabilidade	empresarial	ocasiona	uma	mudança	na	filosofia	
empresarial,	bem	como	nos	processos	organizacionais.
Que	a	 responsabilidade	social	 tornou-se	abrangente,	envolvendo	uma	dimensão	
de	responsabilidade	para	com	toda	a	cadeia	produtiva	da	empresa:	clientes,	funcionários,	
fornecedores,	 além	 da	 comunidade,	 ambiente	 e	 sociedade	 como	 um	 todo.	 No	 entanto,	
considera-se	 que	a	 atuação	empresarial	 pode	 ser	 abrangente	 e	 preocupante.	Pode	 ser	
preocupante	por	dois	motivos	diferentes.	A	primeira	preocupação	deve-se	ao	fato	de	não	
contar	com	algumas	empresas	cumprindo	com	seu	papel	social	e,	então,	dificultando	ainda	
mais	um	desenvolvimento	social	sustentável	e	mais	humano.	
As	empresas	são	grandes	centros	de	poder	econômico	e	político,	interferindo	dire-
tamente	na	dinâmica	social.	Assim,	assumindo	causas	sociais,	as	empresas	devolveriam	
à	sociedade	parte	dos	recursos	humanos,	naturais	e	financeiros	que	consumiram	para	a	
alavancagem	do	lucro	de	sua	atividade.	Esta	situação	tem	levado	diversos	atores	sociais	a	
legitimarem	a	responsabilidade	social	corporativa.	
A	segunda	preocupação,	porém,	lança	um	desafio	maior,	pois	envolve	uma	reflexão	
sobre	qual	sociedade	é	mais	apropriada	não	somente	ao	desenvolvimento	econômico,	mas	
ao	desenvolvimento	humano.	Esta	discussão	pode	se	tornar	 incômoda,	pois,	existe	uma	
crença,	que	parece	estar	no	inconsciente	coletivo,	de	que	o	desenvolvimento	econômico	é	
o próprio	desenvolvimento	da	capacidade	humana	e	garantidor	do	bem	comum,	transfor-
mando-se	no	denominado	paradigma		econômico.
O	avanço	do	poder	das	empresas	na	sociedade	abarca	além	de	suas	responsabili-
dades	tradicionais,	como	fornecedora	de	bens	e	serviços,	outra	responsabilidade	bem	mais	
37UNIDADE II Responsabilidade Social
ampla,	a	do	bem	estar	social	do	homem,	afirmando-se	como	propagadora	e	garantidora	do	
bem	comum.	
A	necessidade	de	adotar	práticas	de	consumo	sustentáveis	recaiu	sobre	a	popu-
lação	civil,	as	grandes	corporações	e	as	instituições	públicas.	Nesta	perspectiva,	emergiu	
o conceito	de	Sustentabilidade	Empresarial,	o	qual	se	refere	às	práticas	realizadas	pelas
organizações	ou	empresas	no	âmbito	econômico,	social,	ambiental,	cultural,	entre	outros,
ou	seja,	no	âmbito	da	Sustentabilidade.
38UNIDADE II Responsabilidade Social
1. O SIGNIFICADO DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
Conforme	Philippi	Junior,	Sampaio	e	Fernandes	(2017)	são	exemplos	de	conceitos	
(ou	práticas)	relacionados	à	Sustentabilidade	Empresarial:
● Avaliação	do	Ciclo	de	Vida.
● Cadeia	de	Suprimentos	Verde.
● Logística	Reversa.
● Produção	+	limpa	e	produção	enxuta.
1.1 Avaliação do Ciclo de Vida
A	Avaliação	do	Ciclo	de	Vida	é	uma	técnica	empregada	para	avaliar	o	desempenho		
ambiental	de	um	produto	no	seu	ciclo	de	fabricação	(“do	nascimento	a	morte”).	 Inclui	 	a	
identificação	e	mensuração	da	energia,	matéria-prima,	água,	solo	e	ar,	os	quais	são	aplica-
dos	na	(i)	produção,	(ii)	a	utilização	e	(iii)	disposição	final	(QUEIROZ;	GARCIA,	2010).
Ressalta-se	que	a	Avaliação	do	Ciclo	de	Vida	 também	tem	o	 intuito	de	avaliar	o	
impacto	ambiental	associado	ao	uso	dos	recursos	naturais	(energia	e	materiais)	e	emissões	
de	poluentes.	A	aplicação	dessa	ferramenta	propicia	a	identificação	de	oportunidades	para	
melhorar	o	sistema	de	forma	a	aperfeiçoar	o	desempenho	ambiental	do	produto	(QUEIROZ;	
GARCIA,	2010).
39UNIDADE II Responsabilidade Social
No	âmbito	brasileiro,	a	Associação	Brasileira	de	Normas	Técnicas	[ABNT]	(online	
1),	emitiu	2	normas	específicas	para	guiar	as	organizações	na	avaliação	do	ciclo	de	vida	
dos	produtos,	são	elas:
● NBR ISO 14040:2009	–	Esta	norma	foi	lançada	em	2009,	e	foi	atualizada	no	ano
de	2014.	Tem	o	objetivo	de	descrever	os	princípios	e	a	estrutura	de	uma	avaliação	de	ciclo	
de	vida	(ACV).
● NBR ISO 14044:2009	–	Esta	norma	foi	lançada	em	2009,	e	foi	atualizada	no	ano
de	2014.	Complementa	a	norma	14040.	Um	detalhe	é	que	essa	norma	tem	acesso	gratuito.	
O	foco	dessa	norma	é	a	mensuração	dos	impactos	identificados	na	avaliação	do	ciclo	de	vida.
Na	Figura	1,	consta	um	modelo	de	avaliação	de	ciclo	de	vida,	o	qual	foi	retirado	da	
norma	NBR	ISO	14040:2009	(atualizada	em	2014)	(ABNT,	online):
FIGURA 01 : FASES DA AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA
Fonte:	ISO	14040	(ABNT,	2009).	
Perceba,	na	Figura	1,	que	a	Análise	do	Ciclo	de	Vida	pode	ser	aplicada	para
os	produtos,	mas,	também	pode	colaborar	para	o	desenvolvimento	do	planejamento	
da	organização,	políticas	públicas,	gestão	de	projetos,	etc.
40UNIDADE II Responsabilidade Social
1.2 Cadeia de Suprimentos Verde
A	Cadeia	 de	 Suprimentos	 Verde	 pode	 ser	 entendida	 como	 um	 conjunto	 de,	 no	
mínimo,	três	entidades	envolvidas	nos	fluxos	ascendentes	e	descendentes	de	produtos.
Abarca	desde	o	projeto	do	produto,	a	origem	da	matéria-prima	até	a	entrega	do	produto	
ao	consumidor,	inclusive	a	disposição	pós-uso	do	produto	(ALVES;	NASCIMENTO,	2014).
A	cadeia	de	suprimentos	verde,	ou	Green	Supply	Chain,	pode	ser	entendida	como	
a	 integração	 das	 atividades	 relacionadas	 ao	 fluxo	 e	 à	 transformação	 de	 bens,	 desde	 a	
extração	de	suas	matérias-primas	até	o	usuário	final.	Trata-se	de	uma	forma	de	exigir	que	
todos	os	agentes	envolvidos	na	cadeia	produtiva	se	adequarem	às	questões	de	Sustenta-
bilidade	(ALVES;	NASCIMENTO,	2014).
Por	exemplo,	imagine	uma	multinacional	que	opera	no	setor	de	processamento	de	
alimentos,	e	obtenha	sua	matéria-prima	de	pequenos	fornecedores	locais	de	matéria	prima.
Caso	a	multinacional	exija	adequações	socioambientais	como	pré-requisito	para	
adquirir	matéria-prima,	provavelmente,	estes	pequenos	fornecedores	incorporarão	práticas	
socioambientais	e	contribuirão	para	o	Desenvolvimento	Sustentável.	A	multinacional	pode	
exigir	também	dos	fornecedores	certificação	socioambiental	para	continuar	se	relacionando	
com	os	mesmos.
1.3 Logística Reversa
A	Logística	Reversa	é	uma	das	especializações	da	Logística	Empresarial	que
planeja,	opera	e	controla	o	fluxo,	e	as	informaçõeslogísticas	correspondentes.
Envolve	o	retorno	dos	bens	de	pós-venda	e	de	pós	-	consumo	ao	ciclo	de	negócios,	
por	meio	dos	Canais	de	Distribuição	Reversos,	agregando-lhes	valor	(LEITE,	2002).
Logística	Reversa	diz	respeito	ao	fluxo	de	materiais	que	voltam	à	organização	por	
algum	motivo	como	devoluções	de	clientes,	retorno	de	embalagens,	retorno	de	produtos	
ou	materiais	para	atender	à	 legislação.	Menciona-se	que	é	uma	área	que	normalmente		
não	envolve	lucro	(ao	contrário,	apenas	custos),	muitas	empresas	não	lhe	dão	a	mesma		
atenção	que	ao	fluxo	de	saída	normal	de	produtos(LEITE,	2002).
As	Receitas	podem	ser	obtidas	pela	venda	desses	materiais	que	 foram	reenvia-
dos	à		organização,	como	sucata	ou	pela	venda	das	peças	(ou	componentes)	individuais.	
Ocorre	que	existem	legislações	que	forçam	as	organizações	a	se	responsabilizarem	pelo	
correto	 descarte	 dos	 seus	 produtos,	 como	 a	Política	Nacional	 do	Resíduos	Sólidos,	 no	
Brasil,		implementada	pela	Lei	12.305/2010	(BRASIL,	2010).
41UNIDADE II Responsabilidade Social
1.4 Produção + Limpa e Produção Enxuta
O	conceito	de	Produção	+	Limpa	corresponde	a	diminuir	o	 impacto	do	processo	
produtivo	por	meio	de	ferramentas	de	gestão	ambiental	dos	processos	produtivos	das	orga-
nizações,	que	se	preocupam	com	as	saídas	dos	processos	(resíduos,	emissões,	efluentes)	
e	têm	caráter	preventivo	(PEREIRA;	OLIVEIRA,	2017;	VAZ	et	al.,	2012).
A	 utilização	 de	mecanismos	 de	Produção	+	 Limpa	 visam	aumento	 da	 produtivi-
dade	e	eficiência;	a	competitividade;	a	saúde	e	segurança	no	trabalho;	o	cuidado	com	a	
imagem	da	organização	junto	aos	stakeholders;	a	educação	ambiental;	diminuir	os	gastos	
com	multas	e	penalidades	previstas	na	legislação;	o	consumo	de	matéria,	água	e	energia;	
a	matéria-prima	e	outros	 insumos	nocivos	para	o	meio	ambiente	 (PEREIRA;	OLIVEIRA,	
2017;	VAZ	et	al.,	2012).
Quando	uma	empresa	decide	por	ações	de	produção	mais	limpa	ela	opta	por	menos	
degradação	ambiental,	por	conta	dos	cuidados	em	todo	o	processo	produtivo.
Como	o	foco	é	no	processo	produtivo,	há	a	necessidade	do	entendimento	de	como	
as	matérias-primas	são	empregadas	e	como	são	gerados	resíduos,	emissões	ou	efluentes	
(PEREIRA;	OLIVEIRA,	2017;	VAZ	et	al.,	2012).
Outro	conceito	relacionado	à	Sustentabilidade	é	o	da	Produção	Enxuta	que	trata	
dos	desperdícios	e	de	um	nível	de	produção	“ótimo”,	que	pode	ser	tido	como	aquele	que	
não	visa	aumentar	a	produção	para	reduzir	os	custos	unitários	mas	sim	produzir	o	neces-
sário	para	atender	a	demanda	existente.	Podem	ser	mencionados	ao	menos,	7	 tipos	de	
desperdícios	que	a	produção	enxuta	visa	erradicar:
● Desperdício	da	superprodução;
● Desperdício	da	espera	(perecidade	dos	produtos,	por	exemplo);
● Desperdício	do	transporte;
● Desperdício	do	processamento;
● Desperdício	do	inventário;
● Desperdício	da	movimentação;
● Desperdício	de	produtos	defeituosos.
As	técnicas	que	foram	desenvolvidas	no	âmbito	da	Produção	Enxuta	são:
Racionalização	da	Força	de	Trabalho,	Just	in	time	e	produção	flexível.	Tais	técnicas
são		famosas	por	terem	sido	aplicadas	na	organização	japonesa	Toyota.	A	Racionalização	
da		Força	de	Trabalho	consiste	em	separar	os	colaboradores	em	equipes	e	deixar	uma	pes-
soa	responsável	pela	execução	(gerente),	eles	deveriam	otimizar	os	processos	e	sempre	
buscar	uma	maneira	de	desenvolver	melhor	a	atividade	(melhoria	contínua).	A	gestão	de	
estoques	Just	in	Time	visa	erradicar	os	custos	de	estoques,	dessa	forma,	busca-se	ter	o	
menor	nível	possível	de	estoques.	Por	fim,	a	produção	flexível	equivale	a	produzir	somente	
a	quantidade	que	for	demandada	pelos	clientes	e	não	produzir	para	estocar	ou	para	baixar	
o custo	unitário	(VAZ	et	al.,	2012).
42UNIDADE II Responsabilidade Social
2. ABORDAGENS E MODELOS DE GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL
No	passado	(não	muito	distante)	era	comum	algumas	organizações	defenderem	a	
ideia	de	que	as	funções	de	responsabilidade	socioambiental	eram	do	governo.	Atualmente,	
esse	paradigma	já	se	transformou	e	podemos	notar	iniciativas	de	que	as	organizações	têm	
consciência	que	os	recursos	pertencem	à	coletividade	e	que	precisam	ser	devolvidos	em	
bom	estado	de	uso	e	conservação	(BUSS,	2020).
Buss	(2020)	afirma	que	as	organizações	que	atuam	no	âmbito	da	Sustentabilidade	
precisam	buscar	o	“zero”:
● Defeito	zero;
● Lixo	(resíduos)	zero;
● Poluição	zero;
● Deslizes	Éticos	zero.
Salienta-se	que	os	stakeholders	estão	cada	vez	mais	informados	sobre	o	mundo
corporativo	e	a	tecnologia	da	informação	faz	com	que	as	notícias	se	espalhem	ao	redor	do		
mundo	rapidamente.
Desse	modo,	as	organizações	precisam	desenvolver	ações	ecológicas.	Uma	ação	
ecológica	empresarial	 representa	um	conjunto	de	 tarefas	correlatas	e	 inter-relacionadas	
com	uma	finalidade	de	proteção	dos	ecossistemas.	
De	acordo	com	Buss	(2020),	são	exemplos	de	ações	ecológicas:
43UNIDADE II Responsabilidade Social
● Programas	que	visam	ao	tratamento	do	efluente;
● A	reciclagem	de	resíduos	permitindo	seu	reuso	ou	sua	venda;
● O	aumento	da	eficiência	no	uso	de	insumos;
● A	obtenção	de	certificações;
● Educação	ambiental;
● Preservação	e	recuperação	dos	ecossistemas.
Além	das	ações	supracitadas,	têm-se	os	Programas	Ambientais,	que	são	constituí-
dos	e	destinados	à	realização	de	determinado	objetivo	como	a	proteção	do	meio	ambiente	
e		podem	atuar	sobre	os	resíduos	emitidos	pela	própria	empresa	durante	o	processamento	
de	seus	produtos	e	serviços	ou	sobre	outros	elementos	(VELLANI;	RIBEIRO,	2009).
Considerando	que	as	organizações	têm	em	gastos	para	realizar	ações	ecológicas,	
a	Contabilidade	precisa	estar	estruturada	para	fornecer	informações	sobre	o	fluxo	físico	e	
monetário.	Essas	informações	são	relevantes	para	gerenciar	as	atividades	ambientais	e	a	
ecoeficiência	empresarial	(VELLANI;	RIBEIRO,	2009)	
Ribeiro	(2012)	enfatizou	que	a	Contabilidade	precisa	identificar,	mensurar	e	eviden-
ciar	os	gastos	socioambientais,	de	modo	que	no	futuro	seja	possível	quantificar	o	impacto	
das	organizações	e	traçar	as	medidas	necessárias	para	revertê-los	em	valor	à		comunidade	
e	demais	stakeholders.
O	estudo	de	Vellani	e	Ribeiro	(2009)	analisou	158	ações	ecológicas	empresariais	que	
atuam	sobre	os	resíduos	do	próprio	negócio.	As	ações	foram	classificadas	em	4	Direções:
● Direção	I:	a	empresa	pode	agir	 logo	no	início	do	processamento	de	seus	pro-
dutos	e	serviços	para	reduzir	o	uso	dos	insumos	e	substituir	insumos	não-renováveis	por	
renováveis	ou	retirados	de	forma	ecológica.
● Direção	II:	a	empresa	pode	reduzir	o	uso	de	insumos	por	meio	da	transformação
de	 resíduos	em	matéria-prima	e	permitir,	assim,	seu	 reaproveitamento	 	 internamente	no	
processo	produtivo.
● Direção	III:	ações	ecológicas	que	visam	a	transformar	resíduos	em	produtos	e
fazer	do	lixo	um	produto	com	valor	de	mercado.
● Direção	IV:	redução	na	emissão	de	resíduos,	a	neutralização	do	efeito	tóxico	de
seus	detritos,	responsabilidade	contratual	e	coleta	seletiva	de	lixo..
Para	mensurar	os	ganhos	das	4	direções,	torna-se	necessários	indicadores	finan-
ceiros	 e	 indicadores	 físicos	 (quantidade	 de	materiais,	 peso	 dos	materiais,	 consumo	 de	
unidades	de	materiais	etc.)	(VELLANI;	RIBEIRO,	2009).
Elkington	(2012)	enfatizou	39	passos	para	as	empresas	sustentáveis.	Os	passos	
mencionados	pelo	autor,	referem-se	à	mudanças	de	paradigmas,	ou	seja,	transformações	
da	filosofia	organizacional,	das	gestão	dos	processos,	entre	outros	aspectos.	Os	39	passos	
estão	relacionados	no	Quadro	01:
44UNIDADE II Responsabilidade Social
QUADRO 01: PASSOS PARA AS EMPRESAS SUSTENTÁVEIS
Antigo Paradigma Novo Paradigma
01. Pilar	Financeiro Linha	dos	três	pilares
02. Capital	Físico	e	Financeiro Econômico,	Humano,	Social,	Natural
03. Ativos	próprios,	tangíveis Ativos	emprestados,	intangíveis.
04. Downsizing 	Inovação
05. Governança	Exclusiva Governança	Inclusiva
06. Acionistas Stakeholders
07. Mais	largo Mais	longo
08. Extração Restauração
09. Tática Estratégia
10. Planos Situações
11. Bandidos	do	Tempo Guardiões	do	Tempo
Desregulamentação	 Regulamentação13. Inimigos Complementadores
14. Subversão Simbiose
15. Lealdade	Incondicional Lealdade	Condicional
16. Direitos Responsabilidades
17. Redes	de	Empresas	Verdes Keiretsu	da	Sustentabilidade
18. Responsabilidade	na	Fábrica Supervisão	do	ciclo	de	vida
19. Vendas Valor	do	Cliente	em	todo	o	ciclo	de	vida
20. Produto	e	Lixo Coproduto
21. Avaliação	do	ciclo	de	venda	ambiental Avaliação	 do	 ciclo	 de	 vida	 na	 linha	 dos	 três	
pilares
22. Produto Função
23. Tentativa	e	Erro Métodos	Científicos
4. Relatórios	(exceto	financeiros) Relatório	da	linha	dos	três	pilares
25. Necessidade	de	saber Direito	de	saber
26. Fotos	e	ciência Emoções	e	percepções
27. Comunicação	passiva,	uma	via Diálogo	ativo,	várias	vias.
28. Promessas Objetivos
29. Descuidado,	desatencioso Cuidadoso,	atencioso
30. Controle Responsável	por
31. Eu Nós
32. Monoculturas Diversidade
33. Crescimento Sustentabilidade
34. Externalização	de	Custos Internalização	dos	Custos
35. Conformidade Vantagem	Competitiva
36. Padrões	de	cada	país Consistência	Global
37. Adição	de	volume Adição	de	valor
38. Crescimento	de	Produção Consumo	sustentável
39. Campanhas	disruptivas	de	ONGs Disrupção	como	estratégia	comercial
Fonte:	ELKINGTON	(2012).
45UNIDADE II Responsabilidade Social
3. SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL - RESPONSABILIDADE SOCIAL
CORPORATIVA (RSC)
As	discussões	acerca	da	RSC	se	iniciaram	com	um	foco	filosófico,	contemplando		
moral	e	ética,	e	evoluíram	para	uma	prática	gerencial,	que	abrange	a	prestação	de	contas		
para	os	stakeholders.	Inicialmente,	a	RSC	era	centrada	em	atividades	filantrópicas,	como	
doações	a	instituições	beneficentes,	respeito	ao	trabalhador	e	práticas	leais	de	operação.
Outros	temas,	como	direitos	humanos,	meio	ambiente,	defesa	do	consumidor	e	com-
bate	à	fraude	e	à	corrupção,	foram	acrescentados	ao	longo	do	tempo,	conforme	receberam	
maior	atenção	dos	membros	da	sociedade	(ALMEIDA,	2019;	CARROLL,	1999,	2015).	
O	autor	Frederick	(1960)	foi	um	dos	precursores	ao	enfatizar	o	papel	das	organiza-
ções	perante	a	sociedade.	
Frederick	(1960)	afirmou	que	era	esperado	que	as	organizações	atuassem	diligen-
temente	e	de	maneira	ética,	pois,	o	grande	poder	econômico	destas	(economia	em	escala)	
pode	intensificar	depressões	econômicas,	resultando	em	danos	socioambientais.	
O	autor	ainda	salientou	que	os	homens	de	negócios	 têm	a	 responsabilidade	de	
produzir	recursos	financeiros,	no	entanto,	devem	buscar,	juntamente,	o	bem-estar	socioe-
conômico	(socio-economic welfare).
Outro	pesquisador	da	RSC	 foi	Davis	 (1967),	o	qual	denotou	que	a	RSC	 implica	
em	 considerar	 as	 consequências	 éticas	 relacionadas	 aos	 atos	 organizacionais	 em	 toda	
sociedade,	 pois,	 os	 interesses	 da	 organização	 podem	 conflitar	 com	 objetivos	 de	 outros	
46UNIDADE II Responsabilidade Social
indivíduos.	Ainda,	o	autor	abordou	que	a	Sociedade	e	as	organizações	são	conectadas,	de	
modo,	que	as	ações	de	um	afetam	o	outro	(DAVIS,	1967).
Mas,	o	estudo	considerado	seminal	na	área	da	RSC	foi	o	de	Carroll	(1979),	que	
apresentou	uma	conceituação	 teórica	de	 como	mensurar	 o	 desempenho	 social	 de	uma	
organização	estabelecendo	uma	hierarquização	dos	componentes	 (ou	 tipos)	de	RSC.	O	
Quadro	2	apresenta	a	descrição	de	cada	componente:
QUADRO 2: CATEGORIAS DA RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA
Responsabilidade Descrição
1) Econômica É	a	primeira	e	mais	importante	responsa-
bilidade	social	dos	negócios.	Refere-se	ao	
fato	de	que	a	organização	deve	produzir	
produtos	que	a	sociedade	queira	comprar	e	
por	meio	da	venda	destes	obter	lucros.
2) Legal As	organizações	estão	subordinadas	a	
regras,	regulamentos	e	leis.	A	sociedade	
espera	que	os	negócios	estejam	em	
conformidade	com	a	legislação.	O	des-
cumprimento	da	legislação	pode	ocasionar	
sanções,	multas,	que	resultam	em	saídas	
de	caixa	e	destoam	da	responsabilidade	
econômica	da	organização.
3) Ética Refere-se	às	atitudes	organizacionais	e	
comportamentos	que	não	estão	necessa-
riamente	previstos	em	legislação.	Trata-se	
dos	códigos	de	Ética	e	conduta	dos	rela-
cionamentos	da	organização	com	todos	
stakeholders.	A	sociedade	tem	expectativas	
de	que	as	organizações	atuem	com	integri-
dade	num		nível	acima	do	enforcement.
4) Discricionária
(ou	volitivas)
São	aquelas	em	que	a	organização	res-
peita	os	3	tipos	de	responsabilidades	an-
teriores	e	assume	papel	de	agente	social,	
o qual	não	era	esperado	pela	sociedade
e	considerada	como	hábito	voluntário.
Exemplos:	doações	a	entidades	sociais,
treinamentos	a	desempregados,	combate
ao	abuso	do	álcool	e	drogas.
Fonte:	elaborado	com	base	em	Carroll	(1979).
47UNIDADE II Responsabilidade Social
As	categorias	relacionadas	no	Quadro	2	são	 interdependentes.	A	categoria	mais	
relevante	é	a	Responsabilidade	Econômica,	pois	representa	a	finalidade	pela	qual	a		or-
ganização	 foi	 constituída.	A	 categoria	 responsabilidade	 legal,	 também	 é	 esperada	 pela	
sociedade	visto	que	uma	organização	precisa	conduzir	as	suas	atividades	respeitando	as		
leis	e	regulamentações.
A	categoria	Responsabilidades	Éticas,	trata-se	de	ações	que	também	são	espera-
das	pela	sociedade,	todavia,	não	estão	previstas	em	leis	e	regulamentações.	Trata-se	de	
posturas	voluntárias	da	organização.
Por	 fim,	 a	 quarta	 categoria	 demonstra	 ações	de	 responsabilidades	 filantrópicas,	
que	não	são	esperadas	pela	sociedade.	Aqui,	a	organização	promove	o	bem-estar	social	
e	desenvolve	 iniciativas	para	preservação	do	meio	ambiente	e	das	 fontes	de	criação	de	
valor	 	aos	stakeholders.	Dado	que	os	 tipos	de	Responsabilidade	Social	Corporativa	são	
gradativos,	os	mesmos	podem	ser	apresentados	por	meio	de	uma	pirâmide	(Figura	01):
FIGURA 01: A PIRÂMIDE DA RSC - RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA.
Fonte:		ALMEIDA	et.	al.	(2019);	CARROLL	(1999)
48UNIDADE II Responsabilidade Social
Exemplo de aplicação da pirâmide de Carroll.
Quando	uma	Bem	Intencionada	Ltda	(fictícia)	consegue	remunerar	todos	os	seus	
colaboradores,	pagar	todos	os	seus	fornecedores	de	insumos,	pagar	os	tributos	e	demais		
taxas	e	impostos	e	gerar	resultados	positivos	está	cumprindo	a	sua	responsabilidade	eco-
nômica.	Se	a	Bem	 Intencionada	Ltda	não	efetua	nenhuma	outra	ação,	 fora	a	busca	de	
lucros,	não	é	considerada	responsável.
Imaginando	 que	 a	 Bem	 Intencionada	 Ltda,	 que	 além	 de	 atender	 às	 exigências	
econômicas,	cumpra	todos	os	requisitos	legais	aos	quais	ela	está	submetida,	uma	vez	que	
possui	um	departamento	responsável	pelo	compliance	à	legislação.	Se	a	Bem	Intencionada	
Ltda	não	realiza	ações	éticas	ou	voluntárias,	não	é	considerada	responsável.
A	Bem	Intencionada	Ltda,	agora,	cumpre	todas	as	suas	funções	econômicas,
atende	todas	as	legislações	e	criou	um	código	de	ética,	para	combater	a	fraude,	corrup-
ção	e	prescrever	o	comportamento	esperados	dos	colaboradores	nas	relações	com	terceiros.
Ressalta-se	que	estes	novos	comportamentos	da	Bem	Intencionada	Ltda	já	eram	
esperados	pela	sociedade,	e	ela	não	 realizou	mais	nenhuma	ação	de	cunho	voluntário,	
mesmo	assim,	ainda	não	é	considerada	responsável.
Já	 quando	 a	 Bem	 Intencionada	 Ltda,	 apresenta	 resultados	 econômicos,	 atende	
todas	as	legislações,	é	preocupada	com	o	comportamento	ético	e	ainda,	realiza	doações	a	
ONGs,	creches,	à	comunidade	e	realiza	ações	filantrópicas,	passa	a	ser	considerada	como		
socialmente	responsável.
Porter	e	Kramer	(2006),	afirmaram	que	a	RSC	pode	se	tornar	um	fator	de	vantagem	
competitiva	a	longo	prazo	para	os	negócios,	uma	vez	que	está	interrelacionada	com	os	elos	
da	cadeia	produtiva.	Portanto,	a	RSC	envolve	atuação	responsável	da	organização	em	toda	
a	 cadeia	 produtiva:	 clientes,	 funcionários,	 fornecedores,	 governo,	 além	 da	 comunidade,	
meio	ambiente	e	sociedade.	O	conceito	de	cadeia	de	valor,	também	representa	as	interco-
nectividades	entre	a	organização	e	a	sociedade	conforme	enfatizaram	Frederick	(1960)	e	
Davis	(1967).
O	Instituto	Ethos	(2017),	afirmou	que	a	organização	que	atua	com	responsabilidade		
social	desenvolve	sua	atividadeeconômica	orientada	para	a	geração	de	valor	econômico	
financeiro,	ético,	social	e	ambiental,	além	de	compartilhar	os	resultados	com	os	stakehol-
ders.	Destarte,	o	sistema	produtivo	dessa	organização	é	organizado	visando	reduzir,	conti-
nuamente,	o	consumo	de	bens	naturais	(INSTITUTO	ETHOS,	2017).
Mas,	a	RSC	também	pode	congregar	aspectos	negativos	à	organização,	principal-
mente	se	levarmos	em	consideração	que	as	ações	de	RSC	consomem	recursos	financeiros.
49UNIDADE II Responsabilidade Social
Os	autores	Fatemi	et	al.	(2015)	identificaram	que	com	o	passar	do	tempo	e	com	o	
aumento	de	gastos	com	RSC,	aumenta-se	o	custo	de	capital	e,	consequentemente,	dimi-
nui-se	o	valor	da	organização.
Além	disso,	quando	uma	organização	atua	sob	o	âmbito	da	RSC,	está	exposta	às	
pressões	sociais	e	pode	ser	acusada	de	greenwashing	ou	de	realizar	marketing.
Mesmo	diante	de	tais	fatores	negativos,	deve-se	imperar	a	necessidade	de	desen-
volver	a	 sociedade	e	os	stakeholders,	 buscando	minimizar	o	 impacto	das	atividades	na	
sociedade	e	traçar	medidas	para	proteger	o	meio	ambiente.	As	ações	de	RSC	envolvem	
uma	visão	de	longo	prazo,	a	qual	precisa	estar	disseminada,	incorporada	nas	estratégias	e	
presente	nos	valores	dos	colaboradores,	e	demais	stakeholders	(ELKINGTON,	2012).
50UNIDADE II Responsabilidade Social
4. TECNOLOGIAS DE GESTÃO SOCIOAMBIENTAL E AS POLÍTICAS AMBIENTAIS
A	Sustentabilidade		e	a	RSC	visa	manter	a	diversidade	ecológica	e	a	riqueza	am-
biental,	pois	o	homem	precisa	habitar	em	um	meio	ambiente	saudável,	com	clima	propício	
à	agricultura.	Essa	perspectiva	será	enfatizada	novamente	neste	tópico,	haja	vista	que	são	
temas	complementares.	O	foco	desse	tópico	será:	tecnologias	de	gestão	socioambiental	e	
políticas	ambientais.
Sobre	as	tecnologias	de	gestão	socioambiental,	destacam-se	os	projetos	de	inova-
ção	denominados	Mecanismo	de	Desenvolvimento	Limpo	(MDL).	Os	MDL	contribuem	para	
ações	de	âmbito	mundial	(preservação	do	Planeta)	e	para	definir	estratégias	corporativas	
quando	 tratar-se	de	RSC	(ação	ambiental).	O	MDL	não	 foi	concebido	para	gerar	capital	
financeiro	para	as	organizações,	seu	 intuito	é	diminuir	os	 impactos	socioambientais	das	
atividades	organizacionais	(RIBEIRO,	2012).
Indiretamente,	 a	 aplicação	 de	 Tecnologias	 de	 Gestão	 Socioambiental,	 causam	
melhorias	na	produtividade	e,	por	fim,	aumentar	sua	receita.	Possuem	um	fluxo	de	entrada	
e	saída	de	recursos	físicos	e	financeiros	que	pode	ser	bastante	estratégico	sob	o	ponto	de	
vista	financeiro	e	operacional	(BUSATO,	2020).
O	propósito	desses	empreendimentos	é	reduzir	ou	evitar	a	produção	de	resíduos;	
eles	partem	de	um	cenário	nocivo	e	atuam	modificando-os	para	atingir	a	meta	de	redução;	
prestam	contas	dos	resultados	que,	se	positivos,	dão	direito	a	uma	compensação	financeira	
que,	é	o	recurso	proveniente	da	venda	do	certificado	de	redução	emitida,	ou	crédito	de	car-
51UNIDADE II Responsabilidade Social
bono.	Trata-se	de	um	ciclo	completo	de	atividades	com	uma	finalidade	específica,	portanto,	
com	condições	particulares	para	medição	e	acompanhamento.
Na	Constituição	do	Brasil	(1988),	no	artigo	225,	é	definido	que	“Todos	têm	direito		
ao	meio	ambiente	ecologicamente	equilibrado,	bem	de	uso	comum	do	povo	e	essencial	
à	sadia	qualidade	de	vida”.	Ainda,	nesse	mesmo	artigo	de	Brasil	(1988),	é	ressaltado	que	
tanto	o	Poder	Público,	quanto	a	coletividade	têm	o	dever	de	preservar	o	meio	ambiente	para	
as	gerações	presentes	e	futuras.
As	inovações	tecnológicas	precisam	estar	presentes	na	cadeia	de	valor	da	organi-
zação.	Se	uma	organização	tem	todos	os	cuidados	socioambientais	durante	o	seu	processo	
produtivo,	mas	não	se	preocupa	com	a	origem	da	sua	matéria-prima	ou	demais	recursos,	
indiretamente,	pode	estar	contribuindo	para	a	degradação	ambiental.
Além	 disso,	 ao	 reduzir	 o	 consumo	 de	 fontes	 de	 energia,	 como	 eletricidade,	 os	
custos	produtivos	e	administrativos	serão	diminuídos	e	o	reflexo	destas	ações	pode	ser	um	
incremento	no	resultado	ou	então	a	possibilidade	de	baixar	o	preço	de	venda	visando	tornar	
o produto	mais	competitivo	no	mercado	de	atuação	(ELKINGTON,	2012).
Os	planos	que	as	organizações	desenvolvem	para	implementar	as	ações	ambientais	
são	as	políticas	ambientais.	Trata-se	de	descrever	os	processos	que	consomem	recursos,	
traçar	planos	de	otimização	dos	recursos,	entre	outras	ações	correlatas	(ELKINGTON,	2012).
Estas	políticas	ambientais	precisam	estar	 incorporadas	na	alta	administração	da	
organização	e	nas	 visões	de	 longo	prazo.	É	uma	aplicação	dos	processos	de	melhoria	
contínua,	que	além	de	atuação	no	tripé	ambiental,	corrobora	para	a	criação	de	valor	aos	
stakeholders.
Vamos	imaginar,	que	as	alterações	climáticas	causem	um	aquecimento	no	Planeta,	
para	 operar	 nesses	 ambientes,	 algumas	 organizações	 gastarão	 maiores	 recursos	 com	
refrigeração,	consumindo	 recursos	financeiros.	O	proprietário	de	uma	sorveteria	poderia	
ser	beneficiado	pelo	aumento	da	clientela	resultante	do	aumento	da	temperatura,	contudo,	
terá	que	conviver	com	o	risco	de	perder	mercadorias	devido	ao	clima	quente	e	dispenderá	
recursos	financeiros	para	aumentar	a	refrigeração	da	sua	loja.
Imagine,	também,	os	locais	que	comercializam	produtos	cuja	perecidade	é	peque-
na,ou	seja	possuem	um	baixo	período	de	estocagem.	Tais	estabelecimentos	podem	incorrer	
em	grandes	perdas	de	mercadorias,	chegando	até	a	inviabilizar	alguns	deles.
Em	tais	circunstâncias,	ficará	mais	difícil	adquirir	 recursos	financeiros	suficientes	
para	alcançar	a	meta	básica	dos	negócios	sobre	a	égide	da	RSC,	qual	seja,	a	de	realizar	as	
responsabilidades	econômicas.
52UNIDADE II Responsabilidade Social
5. A CRIAÇÃO DE VISÃO VOLTADA À SUSTENTABILIDADE
Após	definir	o	planejamento	das	atividades,	com	vistas	à	sustentabilidade	e	Respon-
sabilidade	Social	Corporativa	(RSC),	têm-se	a	etapa	do	monitoramento	e	da	avaliação	do	de-
sempenho,	na	qual	a	organização	precisará	relatar	aos	seus	stakeholders	como	compreende	
as	suas	necessidades	e	quais	atividades	estão	sendo	implementadas	para	satisfazê-las.
No	contexto	da	Sustentabilidade,	o	imperativo	é	que	o	Valor	gerado	não	se	trata	
apenas	 de	Valor	 Financeiro.	Haja	 vista	 que	 aspectos	 econômicos,	 ambientais	 e	 sociais	
também	podem	contribuir	com	a	criação	de	valor	a	longo	prazo	(ELKINGTON,	2012).
Busato	(2020)	afirmou	que	a	cada	dia,	mais	organizações	buscam	demonstrar	a	
criação	de	Valor	aos	Stakeholders.	Tais	organizações	divulgam	projetos	realizados	juntos	
às	comunidades,	adequações	da	 infraestrutura	para	a	redução	de	consumo	de	recursos	
naturais.	Outras	informações	que	podem	ser	divulgadas	são	os	indicadores	realizados	com	
a	economia	dos	custos	ao	reduzir	o	consumo	de	energia	elétrica,	de	matéria-prima	e	de	
outros	recursos		não	renováveis.
Desta	 forma,	 a	 visão	 da	 criação	 de	 sustentabilidade	 envolve	 planejamentos	 de	
longo	prazo,	uma	vez	que	as	organizações	precisam	entender	que	é	necessário	preservar	
os	recursos	naturais	para	que	as	gerações	futuras	possam	ter	a	capacidade	de	satisfazer	
as	suas	próprias	necessidades	(ELKINGTON,	2012).
53UNIDADE II Responsabilidade Social
O	Governo	 também	pode	 corroborar	 com	a	 publicação	 de	 Leis	 e	Decretos	 que	
prescrevam	a	adequação	do	nível	de	atividades	das	organizações	(isto	é,	controle	do	con-
sumo	/	extração	de	recursos	naturais).
Outro	fator	externo	às	organizações	que	pode	corroborar	para	a	criação	de	uma	visão	
voltada	à	Sustentabilidade,	são	os	avanços	tecnológicos,	os	quais	permitiram	plantar	fora	da	
estação	devido	melhorias	genéticas	das	sementes,	aprimoramento	de	 técnicas	que	visam	
diagnosticar	as	condições	dos	solos	e	mananciais,	dentre	diversas	outras	metodologias.
54UNIDADE II Responsabilidade Social
6. SISTEMAS DE DIAGNÓSTICO E GESTÃO
Um	diagnóstico	pode	ser	entendido	como	a	tentativa	de	detectar	falhas	ou	oportu-
nidades	de	melhoria	de	um	sistema	operacional,	tecnológico,	produtivo,	entre	outros.
Após	identificaçãode	situações	problemáticas	(e	principalmente,	as	suas	causas),	
a	organização	é	capaz	de	traçar	planos	de	melhoria	ou	planos	de	ação	para	erradicar	essa	
situação	desfavorável.
Ressalta-se	que	a	avaliação	de	um	impacto	socioambiental	pode	ser	subjetiva.
Alguns	dos	efeitos	das	ações	dos	homens	na	natureza	são	desconhecidos.	Assim,	
surgem	as	 inquietações:	como	mensurar	os	 impactos	ambientais?	E	como	mensurar	os	
impactos		sociais?	(ELKINGTON,	2012).
Neste	contexto,	uma	das	ferramentas	que	podem	ser	utilizadas	pelas	organizações,	
a	norma	ISO	26000	que	trata	da	Responsabilidade	Social	Corporativa	(ISO,	2010).
Os	principais	tópicos	enfatizados	na	ISO	26000	são:
● Governança	 da	 organização:	Apresenta	 questões	 relativas	 ao	 gerenciamento
das	atividades,	a	estrutura	organizacional,	ao	desenvolvimento	de	funções	e	responsabili-
dades	de	cada	órgão	da	organização
● Direitos	Humanos:	Trata	de	situações	que	colocam	em	risco	a	atuação	sob	os
direitos	humanos,	discriminação	(gênero,	raça,	idade),	direitos	civis	e	direitos	políticos.
● Práticas	de	trabalho:	Discorre	sobre	práticas	de	trabalho	que	contribuem	para	o
bem-estar	dos	colaboradores.
55UNIDADE II Responsabilidade Social
● Meio	Ambiente:	Promove	o	entendimento	sobre	mecanismos	que	visam	diminuir
a	poluição	ambiental,	utilização	consciente	dos	recursos	naturais,	mitigação	e	adaptação	
às	mudanças	climáticas.
● Práticas	leais	de	competição:	Envolve	os	mecanismos	utilizados	pela	organiza-
ção	para	combater	a	fraude	e	a	corrupção,	a	sustentabilidade	na	cadeia	de	valor	e	o	direito	
de	propriedade.
● Consumidor:	 Enfatiza	 o	marketing	 desleal,	 proteção	 a	 saúde	 e	 segurança	 do
consumidor,	atendimento	e	suporte	às	reclamações,	proteção	e	privacidade	dos	dados	dos	
consumidores,	educação	e	conscientização
● Envolvimento	com	a	Sociedade:	Apresenta	temas	ligados	ao	engajamento		da
organização	com	a	comunidade,	educação	e	criação	de	uma	cultura	de	preservação	am-
biental,	saúde,	investimento	social	entre	outros.
● A		aplicação	da	ISO	26000	é	um	método	de	desenvolver	um	sistema	de	diagnós-
tico	de	gestão	sob	a	égide	da	Sustentabilidade	e	da	Responsabilidade	Social.
56UNIDADE II Responsabilidade Social
7. CÓDIGOS DE CONDUTA
A	Ética	 foi	 um	 conceito	 que	 surgiu	 na	Política,	 Economia,	 Sociologia,	 e	 que	 foi	
incluído	na	Contabilidade	e	na	Administração	ao	longo	do	tempo.	Uma	pessoa	considerada	
ética	é	uma	pessoa	que	não	rouba,	não	mata,	atua	conforme	as	leis	e	têm	um	comporta-
mento	dentro	das	regras	sociais.	A	mesma	abordagem	é	feita	em	relação	às	organizações.
Exemplos	de	políticas	que	podem	ser	caracterizadas	como	éticas	são:
● Combate	à	fraude	e	corrupção.
● Criação	de	um	Código	de	Ética.
● Atuação	sob	o	âmbito	dos	Direitos	Humanos.
● Descartar	corretamente	os	seus	resíduos	sólidos.
As	organizações	podem	divulgar	 as	 suas	políticas	 socioambientais	 e	éticas	nos
sites	das	organizações.	Podem	ser	uma	demonstração	de	como	entendem	os	valores	dos	
stakeholders	e	como	se	relacionam	com	funcionários,	fornecedores,	entre	outros	(ELKING-
TON,	2012).	Pode	ser	uma	tentativa	de	conter	a	pressão	dos	Stakeholders,	para	adequação	
do	nível	das	entidades.
Um	dos	exemplos	de	 registro	das	políticas	éticas	é	a	concepção	de	um	Código	
de	Ética,	na	qual	a	organização	dissemina	a	 todos	os	seus	colaboradores	quais	são	os	
valores	que	a	organização	entende	que	são	desejáveis	nos	relacionamentos	com	os	seus	
stakeholders.
Geralmente,	 as	 organizações	 que	 criam	 Códigos	 de	 ética	 disponibilizam	 esse	
documento	para	acesso	público.	Caros(as)	alunos(as),	que	 tal	 realizar	uma	busca	pelos	
Códigos	de	éticas	das	organizações?	Digite	“Código	de	ética”	em	algum	site	de	busca	que	
serão	apresentados	exemplos,	nos	quais	você	pode	acessar	e	vislumbrar	na	prática,	as	
aplicações	desta	parte	do	nosso	estudo.
57UNIDADE II Responsabilidade Social
8. POLÍTICAS AMBIENTAIS NO BRASIL
A	preocupação	do	Brasil	 com	a	preservação	do	meio	ambiente	é	enfatizada	na	
Constituição	Brasileira,	 na	 qual	 tem-se	 que	 os	 governos,	 setor	 privado	 e	 a	 coletividade	
(pessoas	naturais)	precisam	atuar	juntamente	para	preservar	o	meio	ambiente	e	manter	o	
bem-estar	social	(BRASIL,	1988).
O	 Brasil	 instituiu	Agências	 Reguladoras	 para	 os	 setores	 com	maiores	 impactos	
ambientais,	como	o	setor	de	energia	elétrica.	Essas	agências	respondem	diretamente	ao	
governo	brasileiro.	Na	Lei	nº	13.848,	de	25	de	JUNHO	de	2019,	têm-se	exemplos	de	agên-
cias	reguladoras:
● Agência	Nacional	de	Energia	Elétrica	(Aneel);
● Agência	Nacional	do	Petróleo,	Gás	Natural	e	Biocombustíveis	(ANP);
● Agência	Nacional	de	Telecomunicações	(Anatel);
● Agência	Nacional	de	Vigilância	Sanitária	(Anvisa);
● Agência	Nacional	de	Saúde	Suplementar	(ANS);
● Agência	Nacional	de	Águas	(ANA);
● Agência	Nacional	de	Transportes	Aquaviários	(Antaq);
● Agência	Nacional	de	Transportes	Terrestres	(ANTT);
● Agência	Nacional	do	Cinema	(Ancine);
● Agência	Nacional	de	Aviação	Civil	(Anac);
● Agência	Nacional	de	Mineração	(ANM).
58UNIDADE II Responsabilidade Social
O	Ministério	do	Meio	Ambiente	(MMA),	foi	criado	em	novembro	de	1992,	tem	como	
missão	formular	e	implementar	políticas	públicas	ambientais	nacionais	de	forma	articulada	
e	pactuada	com	os	atores	públicos	e	a	sociedade	para	o	desenvolvimento	sustentável.
O	Decreto	9.672,	de	2	de	janeiro	de	2019,	que	atualizou	a	sua	estrutura	organizacio-
nal,		estabelece	que	o	MMA	tem	como	área	de	competência	os	seguintes	assuntos:	política	
nacional	do	meio	ambiente;	política	de	preservação,	conservação	e	utilização	sustentável	
de	ecossistemas,	biodiversidade	e	florestas;	estratégias,	mecanismos	e	instrumentos	eco-
nômicos	e	sociais	para	a	melhoria	da	qualidade	ambiental	e	o	uso	sustentável	dos	recursos	
naturais;	políticas	para	a	integração	do	meio	ambiente	e	a	produção;	políticas	e	programas	
ambientais	para	a	Amazônia;	estratégias	e	instrumentos	internacionais	de	promoção	das	
políticas	ambientais	(MMA,	2019).
O	Instituto	Brasileiro	do	Meio	Ambiente	e	dos	Recursos	Naturais	Renováveis	(IBA-
MA)		é	uma	autarquia	federal	dotada	de	personalidade	jurídica	de	direito	público,	autonomia	
administrativa	e	financeira,	vinculada	ao	Ministério	do	Meio	Ambiente	(MMA),	conforme	Art.	
2º	da	Lei	nº	7.735,	de	22	de	fevereiro	de	1989.	As	principais	funções	do	IBAMA	são:
● Fiscalizar	as	ações	das	organizações	visando	coibir	crimes	ambientais;
● Propor	e	editar	normas	e	padrões	de	qualidade	ambiental;
● Zoneamento	e	a	avaliação	de	impactos	ambientais;
● Licenciamento	ambiental,	nas	atribuições	federais;
● Implementação	do	Cadastro	Técnico	Federal.
● Fiscalização	ambiental	e	a	aplicação	de	penalidades	administrativas;
Ademais	tais	Instituições	atuam	de	forma	coordenada	para	implementar	as	políticas
ambientais	brasileiras.
59UNIDADE II Responsabilidade Social
SAIBA MAIS
Quem são os Stakeholders?
No	âmbito	das	organizações,	há	uma	Teoria	que	está	ganhando	força	desde	a	década	
de	1980,	qual	seja	a	Teoria	dos	Stakeholders.	Trata-se	de	uma	perspectiva	teórica	que	
enfatiza	que	o	desempenho	das	organizações	pode	ser	afetado	devido	à	atuação	dos	
stakeholders.
Edward	Freeman	foi	um	dos	precursores	da	Teoria	dos	Stakeholders	e	é	o	idealizador	de	
uma	definição	seminal	desse	assunto.	Freeman	(1984)	definiu	os	Stakeholders	como	to-
dos	aqueles	que	são	afetados	ou	que	podem	afetar	o	desempenho	de	uma	organização.
Apesar	 de	 parecer	 uma	 definição	 ampla,	 isto	 é,	 sem	muitos	 detalhes,	 já	 é	 possível	
perceber	que	os	stakeholders	podem	ser	grupos	internos	ou	externos	às	organizações,	
visto	que	as	atividades	das	organizações	podem	ser	afetadas	pelo	desempenho	dos	
funcionários,	gerentes	(internos)	ou	pelo	governo,	clientes	ou	fornecedores	(externos).	
Além	 disso,	 os	 grupos	 de	 stakeholders	 afetados	 (ou	 que	 afetam)	 podem	 variar	 de	
organização	para	organização.
Segundo	pressupostos	da	Teoria	dos	Stakeholders,	as	necessidades	dos	stakeholders	
precisam	ser	entendidas	(gerenciadas)	para	quea	organização	consiga	engajá-los	e	ao	
invés	de	se	tornarem	uma	fonte	de	riscos,	os	stakeholders	passem	a	colaborar	na	ge-
ração	de	valor	para	a	organização.	Esse	processo	inclui	a	evidenciação	de	informações	
direcionadas	aos	stakeholders,	que	podem	ser	nos	Relatórios	da	Organização,	no	site	
da	organização,	redes	sociais,	entre	outros	(FREEMAN	et	al.,	2010).
Portanto,	o	primeiro	passo	para	alcançar	o	engajamento	com	os	stakeholders	é	a	identifi-
cação	de	quem	são	os	stakeholders.	Abaixo,	seguem	os	principais	grupos	de	stakeholders	
(mais	não	os	únicos)	e	suas	distintas	necessidades	de	informação	(CLARKSON,	1995).
Acionistas:	este	grupo	de	stakeholders	é	responsável	pelos	investimentos	de
Capital	da	organização.	As	principais	informações	que	são	evidenciadas	aos	acionistas	
são:	Políticas	gerais	de	relacionamento	com	os	acionistas,	quantidade	de	comunicações	
e	reclamações,	lista	dos	advogados	(ou	defensores)	dos	acionistas,	declaração	sob	os	
direitos	dos	acionistas.
Consumidores:	este	grupo	de	stakeholders é	responsável	pelo	consumo	dos	produtos.	
Principais	 informações	evidenciadas	para	os	consumidores:	Políticas	gerais,	Comuni-
cações	 com	os	 consumidores,	 Índices	 de	 satisfação	do	produto	 e	Reclamações	dos	
clientes.
60UNIDADE II Responsabilidade Social
Fornecedores:	este	grupo	é	responsável	pelo	fornecimento	de	insumos	de	produção.
Principais	informações	que	os	fornecedores	buscam:	políticas	gerais	de	relacionamento	
com	os	fornecedores,	dependência	da	organização	em	relação	aos	Fornecedores,	pra-
zos	e	condições	de	pagamento,	entre	outros.
Funcionários:	são	responsáveis	pela	execução	das	atividades	da	organização	(recursos	
humanos	da	organização).	Principais	informações	que	os	funcionários	querem	ter	acesso:	
Políticas	gerais,	Benefícios,	Treinamento	e	capacitação,	Plano	de	carreira,	entre	outros.
Governo:	estes	stakeholders	podem	afetar	a	organização	por	meio	da	publicação	de	
novas	leis,	novas	exigências	ambientais,	aumento	da	alíquota	dos	impostos,	etc.	Princi-
pais	informações	que	o	governo	busca	nas	demonstrações	das	organizações:	apuração	
dos	impostos,	recolhimento	de	taxas	e	contribuições.
Outros	stakeholders	que	podem	afetar	o	desempenho	das	organizações	são	a	comuni-
dade	em	torno	da	organização	e	a	mídia	(redes	sociais,	imprensa,	televisão,	rádio,	etc.)	
(ALMEIDA,	2019).
Cabe	ao	gestor	das	organizações	 identificar	quem	são	os	stakeholders,	 entender	as	
suas	principais	demandas	e	 realizar	ações	para	satisfazê-los.	Tais	atitudes	são	 tidas	
como	ações	de	sustentabilidade	e	de	responsabilidade	social.
Fonte:	ALMEIDA	(2019);	CLARKSON	(1995);	FREEMAN	(1984);	FREEMAN	et	al.,	(2010).
REFLITA
“O	Desenvolvimento	Sustentável	corresponde	a	desenvolver	aspectos	econômicos,	am-
bientais		e	sociais,	concomitantemente.”
Fonte:	ELKINGTON	(2012).
61UNIDADE II Responsabilidade Social
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A	chamada	responsabilidade	social	corporativa	tem,	à	primeira	vista,	a	intenção	de	
delimitação	social	das	empresas,	por	meio	da	cobrança	de	ações	de	responsabilidade	social	
e	tem	o	grande	mérito	por	alertar	a	sociedade	das	práticas	empresariais	nem	sempre	justas.	
Porém,	emerge	a	preocupação	de	que	a	empresa	utilize	as	ações	de	cunho	social	
para	ampliar	seu	poder,	 tanto	na	dimensão	interna,	quanto	na	dimensão	externa	da	em-
presa.	Assim,	a	empresa	pode	tornar-se	definitivamente	o	principal	ator	social,	ditando	as	
normas	de	conduta	e	ética.	
Ao	invés	da	responsabilidade	social	corporativa	delimitar	o	poder	das	empresas,	
pode	acabar	ampliando,	quando	se	torna	mais	um	meio	da	empresa	justificar	determinadas	
situações	ou	imposições	tanto	aos	seus	empregados,	como	à	sociedade	em	geral.	Além	
disso,	a	comunidade	em	geral	pode	tornar-se	bastante	tolerante	aos	abusos	cometidos	por	
uma	empresa	que	financia	hospitais,	eventos	culturais,	ecológicos	e	sociais	de	modo	geral.	
Trata-se	de	uma	excelente	oportunidade	para	as	empresas	assumirem	causas	sociais.	
62UNIDADE II Responsabilidade Social
LEITURA COMPLEMENTAR
Artigo 01:	Responsabilidade	Social	Corporativa:	Limites	e	Possibilidades	
RESUMO
Neste	 artigo	 busca-se	 refletir	 sobre	 a	 influência	 da	 responsabilidade	 social	 nas	
ações	das	empresas.	A	teoria	da	delimitação	dos	sistemas	sociais	de	Ramos	(1989),	é	base	
para	tal	reflexão.	A	responsabilidade	social	corporativa	é	justificada	e	defendida,	tanto	pelas	
empresas,	sociedade	e	Estado,	como	um	fenômeno	que	delimita	as	ações	empresariais.	
No	entanto,	argumenta-se	que	ao	invés	de	delimitar	as	ações,	a	responsabilidade	social	
pode	acabar	por	ampliar	o	poder	das	empresas.	
Fonte:	Schroeder	,	J.	T.;		Schroeder,	I.	Responsabilidade	social	corporativa:	limites	
e	possibilidades.	 	RAE-eletrônica,	v.	3,	n.	1,	Art.	1,	 jan./jun.	2004	Disponível	em:	https://
www.scielo.br/pdf/raeel/v3n1/v3n1a01.pdf.	Acesso:	22	Jan.	2021.
Artigo 02:	Análise	 das	 práticas	 de	 sustentabilidade	 em	 projetos	 de	 construção	
latino	americanos.	
RESUMO 
Este	trabalho	tem	como	objetivo	identificar	os	conceitos	de	sustentabilidade	con-
solidados	na	prática	em	projetos	e	empreendimentos	de	construção	na	América	Latina	e,	
em	particular,	no	Brasil.	Para	tanto	foi	utilizado	como	referência	os	projetos	participantes	do	
Primeiro	Concurso	Internacional	para	Construção	Sustentável	Holcim	Awards	2005,	com	
base	no	qual	foi	feito	um	levantamento	estatístico	das	práticas	de	diferentes	ações	incorpo-
radas	nos	projetos.	Com	este	levantamento,	pode-se	traçar	um	perfil	do	projetista	brasileiro	
e	latino-americano.	Sobretudo,	este	estudo	permite	identificar	as	lacunas	nas	práticas	de	
sustentabilidade.	Conclui-se	 que	 o	 conceito	 de	 preservação	 ambiental	 está	 consolidado	
para	os	projetistas	latino-americanos	e	brasileiros;	porém,	o	conceito	de	sustentabilidade	
não	está.	Faltam	mais	ações	relacionadas	às	dimensões	sociais	e	econômicas	nos	proje-
tos	que	se	ocupam	predominantemente	com	a	dimensão	ambiental.	Dentro	da	dimensão	
ambiental,	os	conceitos	mais	consolidados	estão	associados	à	energia,	água	e	materiais.	
Nota-se	que	há	lacunas	na	utilização	de	métodos	modernos,	intensivos	em	tecnologia	e	que	
envolvam	o	ciclo	de	vida	da	construção.	Estes	pontos	servem	de	base	para	empreender	
ações	que	visem	a	maior	inserção	de	sustentabilidade	nos	projetos	de	construção	civil.	
63UNIDADE II Responsabilidade Social
Fonte:	 CSILLAG,	 D.,	 2007,	 “Análise	 das	 Práticas	 de	 Sustentabilidade	 em	 Pro-
jetos	 de	 Construção	 Latino	 Americanos”.	 Dissertação	 M.	 Sc.,	 Escola	 Politécnica/USP,	
São	Paulo,	 SP,	 Brasil.	 Disponível	 em:	 https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3146/
tde-17012008-115248/en.php#:~:text=An%C3%A1lise%20das%20pr%C3%A1ticas%20
de%20sustentabilidade%20em%20projetos%20de%20constru%C3%A7%C3%A3o%20
latino%20americanos.&text=Este%20trabalho%20tem%20como%20objetivo,%2C%20
em%20particular%2C%20no%20Brasil.Acesso:	22	Jan.	2021.
ARTIGO 03:	Uma	abordagem	sobre	a	energia	eólica	como	alternativa	de	ensino	de	
tópicos	de	física	clássica
RESUMO
Este	trabalho	apresenta	um	estudo	sobre	os	princípios	teóricos	básicos	envolvidos	
na	energia	eólica	e	sua	conversão	para	energia	elétrica.	E	realizada	uma	abordagem	quali-
tativa	e	quantitativa	sobre	a	energia	eólica	de	forma	a	relacionar	os	conteúdos	apresentados	
com	diversos	tópicos	estudados	em	física	clássica.	A	energia	eólica	representa	uma	área	do	
conhecimento	rica	em	conteúdos	que	podem	ser	usados	diretamente	no	ensino	de	física,	
contribuindo	para	um	ensino	mais	contextualizado	e	atraente	ao	estudante.	
Fonte:	 PICOLO,	A.	 P.,	 Ruhler,	A.	 J.	 &	Rampinelli,	 G.	A.	Uma	 abordagem	 sobre	
a	energia	eólica	como	alternativa	de	ensino	de	 tópicos	de	 física	clássica.	Revista	Brasi-
leira	de	Ensino	de	Física,	36:4,	2014.	Disponível	em:	https://www.scielo.br/scielo.php?pi-
d=S1806-11172014000400007&script=sci_abstract&tlng=pt.	Acesso:	22	jan.	2021.	
64UNIDADE II Responsabilidade Social
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
Título:	Centro	Sebrae	SustentabilidadeAno:	2019
Sinopse:	 vídeos	 do	 SEBRAE	 voltados	 à	 sustentabilidade	 nas	
pequenas	e	médias	organizações.
Disponível em:	https://www.youtube.com/user/sustentabilidadetv.	
Acesso:	21	jan.	2021.
FILME/VÍDEO 2
Título:	O	menino	e	o	mundo
Ano:	2014.
Sinopse:	É	um	filme	brasileiro,	que	recebeu	diversos	prêmios	e		
que	demonstra	a	preocupação	com	a	poluição,	pobreza	e	outros	
temas	que	foram	abordados	neste	livro.
Link:	https://www.youtube.com/watch?v=Fzej2MTKgts
LIVRO
Título:	Capital	Natural
Autor:	Mark	R.	Tercek	e	Jonathan	Adams.
Editora:	Alaúde.
Ano:	2014.
Sinopse:	Qual	é	o	valor	da	natureza?	Quem	investe	nisso,	de	que	
jeito	e	por	quê?	Que	taxas	de	retorno	um	investidor	pode	esperar?	
Quando	proteger	a	natureza	é	um	bom	investimento?	Essas	são	
as	perguntas	que	estão	revolucionando	o	jeito	com	que	fazemos	
negócios.	Nesse	sentido,	a	obra	mostra	como	empresas	ao	redor	
do	mundo	prosperaram	ao	 investir	 no	meio	 ambiente	 e	 como	o	
retorno	que	obtiveram	foi	muito	além	do	financeiro.	Um	livro	indis-
pensável	para	líderes,	CEOs,	investidores	e	ambientalistas,	Capital	
Natural	oferece	um	guia	essencial	para	o	bem-estar	econômico	e	
ambiental	do	planeta.	A	busca	por	respostas	foi	o	que	levou	Mark	
R. Tercek	a	se	tornar	CEO	da	The	Nature	Conservancy,	uma	fun-
dação	com	60	anos	de	atuação	em	35	países	ao	redor	do	mundo
em	 prol	 da	 conservação	 dos	 recursos	 naturais.	 Neste	 livro,	 ele
conta	como	empresas	ao	redor	do	mundo	prosperaram	ao	investir
no	meio	ambiente	e	como	o	retorno	que	obtiveram	foi	muito	além
do	financeiro.		Um	livro	indispensável	para	líderes,	CEOs,	investi-
dores	e	ambientalistas,	Capital	natural	oferece	um	guia	essencial
para	o	bem-estar	econômico	e	ambiental	do	planeta.
65
Plano de Estudo:
● Ecologia	e	o	habitat	urbano
● Mudança	dos	padrões	urbanos	de	consumo	e	produção	para	se
tornarem	mais	sustentáveis.
● Economia	e	Meio	Ambiente:	parâmetros	e	mudanças
● Projetos	sustentáveis
● Arquitetura	sustentável	-	Parâmetros	e	mudanças.
● Relação	do	desenvolvimento	rural	com	a	sustentabilidade;
● Qualidade	de	vida;
● Agroecossistemas;
● Estrutura	de	agroecossistemas;
● Tipos	de	agrosistemas.
Objetivos da Aprendizagem:
● Demonstrar	que	a	construção	de	uma	cidade	depende	dos	diferentes	agentes	envolvidos.	O
seu	planejamento	deve	ter	como	princípio	norteador	uma	postura	ética,	comprometida	a	dar	con-
dições	políticas	e	econômicas,	priorizando	a	manutenção	dos	processos	ecológicos.	A	melhoria	do	
bem-estar	dos	habitantes	está	na	correta	gestão	ambiental	que	tem	como	princípios	a	necessidade	
de	garantir	a	atividade	socioeconômica	e	a	qualidade	ambiental	urbana,	compartimentalizando	o	
território	produtivo	e	evitando	os	processos	de	degradação	em	áreas	menos	desprovidas	de	recur-
sos	no	meio	urbano.
UNIDADE III
Ecologia Urbana e Ecologia Rural
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco
66UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
INTRODUÇÃO
A	chegada	das	grandes	massas	populacionais	aos	centros	urbanos	têm	modificado	
a	paisagem	da	cidade	assustadoramente	e	de	maneira	agressiva	vem	se	instalando	próxi-
mo	à	reservas	ecológicas	e	de	matas	ciliares	nos	mananciais,	ou	seja,	dentro	do	conceito	
de	 sustentabilidade	 em	 espaços	 vazios	 impróprios	 à	moradia.	 No	 planejamento	 urbano	
há	diretrizes	para	o	uso	e	ocupação	do	solo,	todavia,	a	expansão	urbana	continua	desor-
denada	e	 irregular,	 ferindo	os	princípios	básicos	de	uma	sociedade	sustentável.	Logo,	é	
imprescindível	que	o	poder	público	tome	iniciativas	para	viabilizar	o	planejamento	ambiental	
em	consonância	com	a	ecologia	urbana.
O	meio	ambiente	natural	foi	reiteradamente	alterado	ao	longo	do	processo	evolutivo	
da	humanidade.	Isso	se	deu	em	razão	da	necessidade	de	adaptação	do	ser	humano	a	ele,	
com	vistas	a	sua	sobrevivência.	É	certo	que	uma	das	modificações	mais	significativas	e	
importantes	ocorridas	nesse	contexto	foi	a	construção	de	espaços	edificados,	que	servem	
como	uma	terceira	pele.	Ao	lado	de	roupas	pesadas,	foi	preciso	construir	abrigos	com	o	
objetivo	de	amenizar	os	efeitos	climáticos	(SERRA,	1987).
Nesse	contexto,	Serra	 (1987)	complementa	observando	que	desde	os	primeiros	
assentamentos	permanentes,	as	edificações	foram	sendo	paulatinamente	aprimoradas	e	
de	modelos	 rudimentares,	 chegou-se	 a	 construções	 complexas	 e	 sofisticadas,	 as	 quais	
respeitam	as	normas	culturais	vigentes	e	as	aspirações	de	seus	ocupantes.
Entretanto,	apesar	dos	avanços	nessa	área,	a	civilização	contemporânea	continua	
dependente	de	edificações	para	seu	resguardo	e,	em	última	instância,	sua	própria	existên-
cia	e	que	até	o	ano	de	2050	haverá	aproximadamente	9,7	bilhões	de	pessoas	consumindo	
os	recursos	do	planeta,	e	destas	66%	viverão	em	áreas	urbanas.	(ALVES,	2001).
Assim,	devido	ao	 crescimento	da	população	urbana	e	expansão	das	 cidades,	 a	
relação	entre	 assentamentos	 humanos	e	 ecossistemas	é	 cada	 vez	mais	 vital,	 tanto	 em	
termos	de	sustentabilidade	ambiental,	quanto	em	vulnerabilidade	a	choques	e	estresses.	
A	geografia	da	cidade	nos	revela	uma	profunda	desigualdade	no	ambiente	urba-
no,	 criando	 graves	 problemas	 sociais,	 consequência	 de	 fatores	 econômicos,	 políticos	 e	
culturais.	O	processo	de	 urbanização	 e	 industrialização	 tem	 causado,	mesmo	de	 forma	
67UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
subliminar,	a	degradação	social	e	ambiental	do	espaço	urbano,	sendo	importante	a	gestão	
e	economia	da	água,	dos	resíduos	gerados	e	da	qualidade	do	ar	e	do	ambiente	interno.
Uma	cidade	deve	ser	planejada	e	gerenciada	para	 fornecer	múltiplos	benefícios	
que	contribuam	para	a	qualidade	da	vida	humana,	em	conjunto	com	o	aprimoramento	na	
eficiência	do	uso	dos	recursos	e	na	redução	do	impacto	ambiental	global.
Assim,	a	importância	da	ecologia	urbana	e	rural		que	compreende	os	sistemas	de	
elementos	bióticos	e	 físicos	que	ocorrem	nessas	áreas.	O	mesmo	abarca	as	 interações	
entre	 sistemas	 naturais,	 sistemas	 sociais	 e	 culturais,	 entre	 outros.	A	 ecologia	 urbana	 e	
rural	dá	particular	importância	na	primazia	dos	sistemas	naturais	na	contribuição	da	subsis-
tência,	bem-estar	e	resiliência,	e	foca-se	na	interdependência	dos	recursos-chave	(como	
alimentos,	água	e	energia)	e	seu	impacto	no	desenvolvimento.	
68UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
1. ECOLOGIA E O HABITAT URBANO
À	medida	que	a	população	global	se	torna	cada	vez	mais	urbana,	o	projeto	(design),	o	
planejamento	e	a	gestão	das	cidades	tornam-se	importantíssimos	para	a	saúde,	o	bem-estar	
e	a	qualidade	de	vida	das	pessoas.	Inevitavelmente,	a	ecologia	urbana,	a	sustentabilidade	
do	ambiente	urbano	e	a	resiliência	são	questões	centrais	para	esta	mudança.	
Através	de	planejamento	e	um	processo	de	projeto	urbano	que	seja	inclusivo	e	par-
ticipativo,	é	possível	trabalhar	em	favor	do	urbanismo	que	seja	ambientalmente	sustentável,	
ecologicamente	saudável,	de	baixo	carbono,	eficiente	no	uso	dos	recursos,	e	com	cidades	
resilientes	que	tenham	a	capacidade	de	mitigar	e	adaptar-se	a	uma	grande	variedade	de	
choques	e	estresses	(DUARTE,	2012).
A	incorporação	das	questões	ambientais	no	processo	de	decisão	é	uma	maneira	
para	melhorar	a	qualidade	de	vida	dos	cidadãos	e	elevar	a	competitividade	das	cidades.	
O	segundo	desafio	é	a	identificação	das	necessidades	de	rever	e	alterar	a	maneira	
como	vivemos,	concebemos,	e	gerenciamos	nossas	cidades.	Os	choques	e	estresses	que	
afetam	presentemente,	e	futuramente	as	cidades,	representam	ameaças	à	humanidade	e	
ecossistemas.	Em	muitas	cidades,	os	choques	potenciais	–	tais	como	eventos	climáticos	
extremos	relacionados	às	mudanças	climáticas	–	ainda	não	estão	sendo	suficientemente	
tratados	através	da	infraestrutura	e	do	desenvolvimento	institucional.	
Similarmente,	 estresses	que	podem	ser	 lentos	na	 sua	manifestação,	mas	 igual-
mente	danosos,	como	no	caso	de	insuficiência	hídrica	para	abastecimento,	baixa	qualidade	
69UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
do	ar,	e	escassez	de	recursos	naturais	em	razão	do	consumo	e	produçãoinsustentáveis,	
também	não	são	incorporados	na	concepção	e/ou	gestão	das	cidades.	O	projeto	urbano,	
planejamento	e	gestão	das	decisões	precisam	ser	baseados	em	visões	de	 longo	prazo,	
responsável	pela	diferenciação	dos	padrões	urbanísticos	e	arquitetônicos	dentro	da	cidade.
É	fundamental	compreender	que	o	crescimento	da	cidade,	o	processo	de	urbaniza-
ção	e	industrialização,	as	modificações	feitas	na	cultura	e	a	ocorrência	de	novas	tecnologias	
provocadas	pela	mídia	no	“desenvolvimento”	do	ambiente	urbano	são	expressões	de	uma	
das	maneiras	de	apropriação	e	de	acumulação	do	capital.
Desta	 forma	 é	 preciso	 entender	 a	 ecologia	 urbana	 como	 uma	 área	 de	 estudos	
ambientais	que	procura	entender	os	sistemas	naturais	dentro	das	áreas	urbanas,	ou	seja,	
é	um	conceito	ecológico	que	tem	por	base	a	análise	e	observação	das	relações	urbanas	
com	a	fauna	e	flora,	os	quais	podem	estar	dentro	ou	nos	arredores	dos	centros	das	cidades.
(ALVES,	2001).
A	descrição	das	formas	de	ocupação	e	apropriação	do	espaço	em	meio	urbano	foi	
promovida	pela	chamada	escola	de	Chicago.	Aplicando	os	princípios	da	ecologia	vegetal	e	
animal	às	comunidades	humanas	conforme	explica	o	autor	Coelho	(2001).
A	ecologia	urbana	é	um	campo	da	ecologia	que	visa	estudar	o	ambiente	e	os	sis-
temas	naturais	dentro	das	áreas	urbanas,	avaliando	as	interações	entre	plantas,	animais	e	
seres	humanos,	tratando	as	cidades	como	parte	de	um	ecossistema	vivo.
O	desafio	do	novo	milênio	é	encontrar	novas	perspectivas	para	os	centros	urbanos	
a	fim	de	viabilizar	a	sua	existência.	Coelho	(2001).
Ecologia	urbana,	um	campo	da	ecologia,	é	uma	nova	área	de	estudos	ambientais	
que	procura	entender	os	sistemas	naturais	dentro	das	áreas	urbanas.	Ela	lida	com	as	in-
terações	de	plantas,	animais	e	de	seres	humanos	em	áreas	urbanas.	Ecologistas	urbanos	
estudam	árvores,	rios,	vida	selvagem	e	áreas	livres	encontrados	nas	cidades	para	entender	
até	que	ponto	esses	recursos	são	afetados	pela	poluição,	urbanização	e	outras	formas	de	
pressão		(COELHO,	2001).
Estudos	em	ecologia	urbana	podem	ajudar	as	pessoas	a	verem	as	cidades	como	
parte	de	um	ecossistema	vivo.
Assim,	 o	 estudo	 da	 ecologia	 urbana	 ajuda	 na	 elaboração	 do	 planejamento	 das	
cidades,	mostrando	diretrizes	para	o	uso	e	ocupação	do	solo,	evitando	que	sua		expansão	
seja	desordenada	e	 irregular,	e	não	venha	 ferir	os	princípios	básicos	de	uma	sociedade	
sustentável.	Logo,	é	 imprescindível	que	o	poder	público	tome	iniciativas	para	viabilizar	o	
planejamento	ambiental	em	consonância	com	a	ecologia	urbana.
70UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
Desta	forma,	uma	das	interpretações	mais	importantes	feitas	pelo	CIB	-	Conselho	
Internacional	de	Edifícios	para	o	setor	da	construção,	vem	chamando	a	atenção	para	o	
modo	de	alcançar	a	tão	desejada	arquitetura	sustentável:	O	projeto	Sustentável	atual	exige	
o pensar	globalmente,	e	atuar	regionalmente	e	viver	localmente	(COELHO,	2001).
Esta	forma	de	agir	pode	beneficiar	a	saúde	dos	seres	humanos,	pois	cidades	sus-
tentáveis	 possuem	empresas	 que	 visam	poluir	menos,	 incentiva	 o	 reaproveitamento	 de	
água,	reciclagem	de	materiais,	uso	de	fontes	de	energia	renováveis,	entre	outros.
O	conceito	está	sendo	aplicado	em	diversos	setores	da	indústria,	inclusive	no	setor	
da	arquitetura	e	urbanismo.	
Para	isto	é	importante	conhecer	a	diferença	entre	construção	sustentável	e	cons-
trução	ecológica.	Na	primeira	usa-se	metodologias	como	uso	sustentável	da	água,	energia,	
utilização	de	luminosidade	natural	etc.
Na	segunda,	os	materiais	utilizados	para	a	obra	da	casa	são	provenientes	do	próprio	
ambiente	onde	a	pessoa	mora.	Eles	são	produzidos	de	forma	artesanal	e	semi-artesanal	
e	muitas	vezes,	são	materiais	renováveis	como	palha	e	fibras	vegetais.	Índios	e	esquimós,	
por	exemplo,	constroem	suas	casas	de	maneira	ecológica,	pois	usam	somente	material	
encontrado	no	meio	onde	habitam.
Com	as	atividades	humanas	o	ambiente	natural	é	transformado	pela	produção,	pelo	
consumo	e	pelos	fluxos	de	pessoas,	de	energia,	de	recursos	econômicos	e	das	relações	
sociais.	Busca-se	entender	a	cidade	do	ponto	de	vista	holístico	na	gestão	deste	ecossiste-
ma	humano	(BRUGMANN,	1992).	
Coelho	(2001)	nos	mostra	que	a	urbanização	tem	transformado	a	sociedade	em	
função	das	aglomerações	urbanas,	causando	impactos	ao	ambiente	os	quais	são	produto	
e	processo	dessa	relação	sociedade	e	natureza	estruturada	em	classes	sociais.
A	geografia	da	cidade	nos	revela	uma	profunda	desigualdade	no	ambiente	urbano,	
criando	graves	problemas	sociais,	consequência	de	fatores	econômicos,	políticos	e	culturais.
Os	fatores	como	migração	e	industrialização	vêm	provocando	o	inchaço	das	cida-
des	e	o	aumento	da	população	em	áreas	periféricas	que	na	maioria	dos	casos	não	possui	
infraestrutura	urbana.
Outro	elemento	a	ser	destacado	é	o	êxodo	rural	que	contribui	para	o	inchamento	
das	cidades.	As	pessoas	saem	do	campo	em	busca	de	melhores	condições	econômicas	
e	sociais,	gerando	conflitos,	expulsões,	violência,	destruição	ambiental	e	miséria.	Os	emi-
grantes	ao	chegarem	às	cidades	acentuam	a	proliferação	de	ambientes	degradados	em	
situações	extremamente	precárias,	restando-lhes	apenas	os	espaços	de	formação	ilegal,	
71UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
como	as	favelas	ou,	então,	as	áreas	de	proteção	ambiental	e	os	mananciais	de	preservação	
permanente.	Ocupam	também	espaços	públicos	como	pontes	e	viadutos,	agravando,	ainda	
mais,	a	sua	condição	subumana.
As	 implicações	 da	 falta	 de	 investimentos	 sociais	 à	 cidade	 fazem	 com	 que	 haja	
o aumento	dos	desequilíbrios	no	ambiente,	a	destruição	dos	ecossistemas	urbanos,	dos
agravamentos	dos	problemas	ecológicos,	envolvendo	as	áreas	de	mananciais,	a	questão
do	lixo	industrial	e	as	condições	de	moradia,	geralmente,	em	lugares	insalubres.	Ainda	hoje,
com	o	avanço	da	ciência	e	da	tecnologia,	reduzindo	o	tempo	e	o	espaço	da	sociedade,	a
população,	em	sua	grande	maioria,	tem	ficado	à	margem	do	processo	de	desenvolvimento
urbano.	Isto	ocorre	à	medida	que	sua	participação	política,	visando	o	incremento	de	ações
para	uma	sensível	melhora	das	condições	de	vida	das	populações	mais	carentes,	não	é
relevante	para	reverter	o	quadro	existente.
Segundo	 Santos	 (1988)	 as	 marcas	 estão	 na	 própria	 paisagem.	 E	 explica	 que	
paisagem	é	tudo	aquilo	que	se	vê.	Porém,	ela	existe	em	função	do	processo	histórico	dife-
renciado,	embora	coexistindo	com	o	instante	atual.	A	paisagem,	portanto,	não	é	o	espaço,	
mas	apenas	o	momento;	é	uma	parte,	mas	não	a	totalidade.
A	paisagem	em	si	não	possui	vida	própria,	embora	ela	seja	importante,	é	o	resultado	
dos	modos	de	produção	e	os	momentos	desses	modos	de	produção.	Ela	é	um	conjunto	de	
elementos	naturais	e	artificiais	que	podem	ser	observados	pelo	homem	(SANTOS,	1988).
Dessa	mesma	forma,	o	ambiente	urbano	composto	por	casas,	prédios,	ruas,	sho-
pping	centers,	igrejas,	indústrias,	rios,	árvores,	lixo,	pontes,	enfim,	da	sociedade,	para	fun-
cionar	adequadamente	deve-se	possuir	gerenciamento	ambiental,	o	chamado	Zoneamento	
Ecológico-Econômico	–	ZEE	que	compreende	uma	determinada	área	geográfica	e	setores,	
estabelecendo-se	normas	de	uso	em	função	das	características	bióticas,	geológicas,	urba-
nísticas,	agropastoris,	extrativistas	e	culturais	locais.
Isto	 porque	a	 cidade	possui	 um	valor.	Esse	 valor	 pode	 ser	 de	uso	ou	de	 troca.	
É	evidente	que	para	o	capital,	o	significado	da	cidade	é	ser	objeto	de	 reprodução	e	de	
lucro,	de	apropriação	pelos	atores	hegemônicos:	os	grandes	investidores,	donos	de	terras,	
sistema	financeiro,	empresas	imobiliárias	e	de	construção	civil.
Para	Carlos	(2001),Os	fatores,	que	determinarão	a	formação	do	preço	vinculam-se,	
principalmente:
à	 inserção	de	determinada	parcela	no	espaço	urbano	global,	 tendo,	 como	
ponto	de	partida,	a	localização	do	terreno	(por	exemplo,	no	bairro),	o	acesso	
aos	lugares	ditos	privilegiados	(escolas,	shopping,	centros	de	saúde,	de	ser-
viços,	lazer,	áreasverdes,	etc.),	a	infraestrutura	(água,	luz,	esgoto,	asfalto,	te-
lefone,	vias	de	circulação,	transporte),	a	privacidade;	e,	secundariamente,	os	
fatores	vinculados	ao	relevo,	que	se	refletem	nas	possibilidades	e	nos	custos	
da	construção.	Finalmente,	um	fator	 importante:	o	processo	de	valorização	
espacial	(CARLOS,	2001,	p.	48).
72UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
Franco	(2001)	discute	que	o	planejamento	ambiental	deve	partir	das	bases	naturais	
para	a	sustentação	da	vida	e	das	suas	relações	ecossistêmicas	em	um	determinado	território.
Portanto,	o	planejamento	ambiental,	deve	visar	à	diminuição	dos	gastos	de	energia	
que	os	 sustenta,	 o	 seu	grau	de	entropia,	 assim	como	os	 riscos	e	 impactos	ambientais,	
sem	prejudicar	ou	suprimir	outros	seres	da	cadeia	ecológica	da	qual	o	homem	faz	parte,	
mantendo	a	biodiversidade	dos	ecossistemas.
Entretanto,	Leff	 (2004)	comenta	que	a	crise	ambiental	mostra	a	necessidade	de	
revalorizar	o	fato	urbano	a	partir	da:
racionalidade	ambiental;	de	romper	a	inércia	crescente	de	urbanização	e	re-
pensar	as	funções	atribuídas	à	vida	urbana.	A	sustentabilidade	global	obriga	
a	pensar	o	substrato	ecológico	onde	se	assenta	a	cidade,	a	encará-la	como	
um	 processo	 entrópico;	 a	 relacionar	 a	 construção	 do	 urbano	 (habitação,	
transporte,	etc.)	em	função	da	qualidade	do	ambiente	que	ele	gera	e	de	seu	
impacto	na	degradação	do	ambiente	pelo	consumo	de	recursos;	a	considerar	
o fato	urbano	em	sua	dimensão	territorial	como	um	sistema	de	assentamen-
tos	em	relação	com	seu	ordenamento	ecológico	e	com	o	ambiente	global;	a
conceber	o	contínuo	urbano-regional	como	uma	conjunção	de	funções	produ-
tivas	e	de	consumo,	políticas	e	culturais	(LEFF,	2004,	p.	290).
Neste	sentido,	segundo	Manoel	(2003):
A	gestão	ambiental	surge	como	uma	resposta	aos	problemas	ambientais	que	
fazem	parte	da	agenda	de	diferentes	segmentos	sociais,	buscando	prevenir	
ou	minimizar	os	problemas	decorrentes	de	uma	forma	de	desenvolvimento	
denominada	insustentável	(MANOEL,	2003,	p.	263).
A	COP211	,	trata	de	mudanças	na	forma	como	investir	em	infraestrutura	e	moldar	
nossas	cidades.	E	traz	como	metas	a	decisão	de	investir	em	energia	renovável	para	78%	
dos	novos	investimentos	em	geração	de	energia	até	2030	nas	principais	economias.	Atra-
vés	da	COP21	chegou-se	a	acordos	cruciais	em	diversas	questões	tais	como	contribuições	
nacionais	para	mitigação,	e	financiamento	global	nas	medidas	de	adaptação,	no	qual	se	
estabelecem	as	diretrizes	e	os	recursos	para	os	investimentos	das	cidades	na	saúde	eco-
lógica	e	resiliência.	
Desta	 forma	estando	em	conformidade	com	a	Declaração	de	 Istambul	 sobre	os	
Assentamentos	Humanos	(Habitat	II),	que	enfatiza	o	compromisso	dos	países	“nos	padrões	
sustentáveis	 de	 produção,	 consumo,	 transporte	 e	 desenvolvimento	 dos	 assentamentos;	
a	prevenção	da	poluição;	o	respeito	pela	capacidade	de	absorção	dos	ecossistemas;	e	a	
preservação	de	oportunidades	para	as	gerações	 futuras	 [...],	a	fim	de	sustentar	o	nosso	
ambiente	global	e	melhorar	a	qualidade	de	vida	em	nossos	assentamentos	humanos”.	
O	 investimento	 em	 infraestrutura	 é	 fundamental	 na	 otimização	 dos	 subsistemas	
urbanos	 e	 na	 priorização	 da	 saúde	 humana.	A	 abordagem	 chave	 estaria	 na	 introdução	
de	 soluções	baseadas	na	natureza	dentro	 das	 cidades.	Nesse	 sentido	alguns	aspectos	
fundamentais	são:
1	 “COP	21”	é	o	termo	que	tem	sido	usado	para	resumir	a	“21ª	Conferência	das	Partes	da	Convenção-
-Quadro	das	Nações	Unidas	sobre	Mudança	do	Clima”,	evento	que	aconteceu	em	Paris,	de	30	de	novembro
até	11	de	dezembro	de	2015.
73UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
● Utilizar	uma	abordagem	integrada	“azul-verde”	na	gestão	dos	recursos	da	água
(incluindo	águas	negras,	cinzas,	e	de	tempestades)	e	o	projeto	das	áreas	verdes	urbanas.	
● Revalorizar	e	restaurar	ecossistemas	degradados,	e	buscar	a	descontaminação
do	ar,	água	e	solos.	Isto	incluirá	o	monitoramento	do	ar,	da	água,	da	qualidade	dos	solos	e	
a	adoção	de	medidas	que	reduzam	os	níveis	de	poluentes	e	de	partículas	em	suspensão.	
● Proteger	e	aumentar	a	biodiversidade	nas	cidades.
● Minimizar	a	poluição	através	da	gestão	eficaz	de	resíduos	sólidos	e	químicos,
diminuindo	assim	efeitos	de	ilhas	de	calor	e	de	cânions	de	poluição	atmosférica	em	ruas	
urbanas.	
A	mudança	climática	é	um	dos	principais	desafios	que	as	cidades	terão	que	lidar	
no	século	21.	Muitos	dos	problemas	associados	à	própria	podem	ser	abordados	em	nível	
municipal	através	da	promoção	de	uma	agenda	de	baixo	carbono.	Isto	inclui:	
● Perseguir	uma	abordagem	passo	a	passo	e	 focada	 localmente	na	direção	da
neutralidade	do	carbono,	definindo	metas	e	ações	ambiciosas	em	relação	à	produção	e	à	
eficiência	energética,	à	gestão	de	resíduos	e	ao	sequestro	de	carbono.	
● Melhorar	as	opções	e	a	utilização	de	transportes	sustentáveis,	incluindo	a	priori-
zação	de	meios	de	transporte	não-motorizados	e	de	transporte	público	de	massa.	
74UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
2. MUDANÇA DOS PADRÕES DE CONSUMO E PRODUÇÃO URBANOS PARA
SE TORNAREM MAIS SUSTENTÁVEIS
Os	padrões	de	produção	e	 consumo	das	 cidades	 são	um	elemento	 crítico	para	
alcançar	a	resiliência	global	e	a	sustentabilidade.	Consumo	e	produção	sustentáveis	têm	
implicações	ambientais	e	sociais,	que	geralmente	ocorrem	a	nível	local.	Em	2014,	a	huma-
nidade	usou,	em	um	ano,	cerca	de	50%	a	mais	de	recursos	do	que	o	planeta	é	capaz	de	
regenerar	(WWF,	2014).	Isto	tem	implicações	para	as	necessidades	humanas	básicas,	tais	
como	o	acesso	a	alimentos	e	à	água	potável,	e,	finalmente,	para	a	sobrevivência	humana.	
As	 tentativas	 para	 transformar	 os	 nossos	padrões	de	 consumo	e	de	 recursos	precisam	
reconhecer	 que	 esta	 não	 é	 apenas	 uma	 questão	 ambiental.	A	 desigualdade	 é	 também	
uma	 questão	 importante	 que	 precisa	 ser	 tratada.	Os	 níveis	 atuais	médios	 de	 consumo	
europeus	são	três	vezes	maiores	do	que	os	asiáticos,	e	quatro	vezes	superiores	à	média	
africana.	Em	adição,	habitantes	de	países	ricos	costumam	consumir	dez	vezes	mais	do	que	
os	habitantes	de	países	em	desenvolvimento	(LOREK	e	FUCHS,	2013).	
Prover	 espaços	 públicos	 livres,	 diversos	 e	 seguros	 que	 favoreçam	 as	 atividades	
culturais,	comunitárias	e	recreativas,	e	que	contribuam	para	a	segurança	alimentar	e	da	água.	
Os	sistemas	sociais	são	também	críticos	nas	soluções	bem-sucedidas	baseadas	
na	natureza.	Em	relação	a	isso,	faz-se	importante	coletar	e	analisar	dados	regularmente	
sobre	a	interação	dos	sistemas	ecológicos	e	sociais,	para	melhor	entender	suas	relações	e	
“pontos	de	ruptura”.	Nesse	sentido	as	políticas	devem	focar-se	em:	
75UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
● Compreender	como	as	cidades	e	seus	cidadãos	dependem	de	recursos	específicos;
● medir	também	os	fluxos	metabólicos	urbanos;	e	identificar	opções	que	promo-
vam	um	uso	dos	recursos	naturais	mais	eficazes	e	sustentáveis	
● Reduzir	a	produção	de	ruído,	odores,	radiações	e	vibrações	que	afetem	negati-
vamente	a	saúde	humana	e	de	ecossistemas	
● Para	desenvolver	padrões	de	produção	e	de	consumo	mais	sustentáveis,	reco-
menda-se	que	atores	governamentais	locais	e	nacionais:	
● Usem	tecnologia	apropriada	e	encorajem	o	uso	aberto	de	bancos	de	dados	para
reunir,	organizar	e	gerenciar	 informações	sobre	consumo,	no	que	é	 fundamental	para	o	
desenvolvimento	de	políticas	que	mudem	os	padrões	de	consumo.	
● Projetem	 intervenções	 locais	 relevantes,	 tais	 como	modelos	 de	 comunidades
compactas	que	maximizam	os	co-benefícios	das	economias	de	escala	(ex.	desenvolvimen-
to	orientado	ao	transporte,	zonas	de	baixo	consumo	energético).	Iniciativas	também	podem	
ser	a	nível	nacional,	como	a	política	de	redução	de	desperdício	de	alimentos,	na	França,	
que	proíbe	supermercados	de	jogar,	alimentos	que	ainda	podem	ser	utilizados.	
● Certifiquem-se	de	que	as	fontes	de	recursos	críticos,	que	fazem	parte	dos	servi-
ços	urbanos	básicos	de	uma	cidade	e	de	seu	consumo	diário	(a	exemplo	da	água	potável,da	alimentação),	são	seguros	e	protegidos	politicamente	em	todos	os	níveis	de	governança.	
Isto	 inclui,	por	exemplo,	a	abordagem	da	gestão	de	bacias	hidrográficas	(que	costumam	
atravessar	fronteiras	administrativas)	nos	planos	ambientais	da	cidade.	
● Fortaleçam	a	conectividade	entre	áreas	urbanas	e	rurais	ao	tratar	das	questões
de	produção.	
● Ações	políticas	específicas	recomendadas	incluem	o	seguinte:
● Certificar	que	a	infraestrutura	e	estrutura	da	cidade	sejam	resilientes.
● Os	urbanistas	devem	ser	incentivados	a	utilizar	os	modelos	de	planejamento	e
projeto	urbanos	que	sejam	criativos	e	 inclusivos,	que	abordem	flexibilidade	e	adaptação	
no	uso	do	seu	espaço,	de	forma	a	minimizar	os	impactos	adversos	de	choques,	como	no	
exemplo	 de	 parques	 públicos	 em	 zonas	 costeiras	 e	 ribeirinhas	 que	 também	 funcionam	
como	áreas	de	amortecimento	aos	impactos	das	inundações.	
● Os	investimentos	em	infraestrutura	devem	ser	acessíveis,	confiáveis	e	adaptá-
veis	de	forma	a	atender	às	demandas	de	longo	prazo	enquanto	asseguram	a	sustentabi-
lidade	ambiental	e	a	resiliência	climática.	As	políticas	devem	também	garantir	que	casas	
e	edifícios,	que	são	ativos	importantes	das	cidades,	sejam	concebidos	e	construídos	para	
minimizar	os	riscos	de	desastres.	
76UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
● Investir	em	medidas	estruturantes,	como	o	fortalecimento	da	coordenação	entre
diversos	atores,	desenvolvimento	do	capital	social,	ou	incentivo	na	mudança	de	normas	e	
comportamentos	que	possam	contribuir	para	a	construção	da	resiliência.	
● Adotar	e	 implementar	o	desenvolvimento	de	estratégias	nacionais	e	 locais	de
redução	de	risco	de	desastres.	
● Desenvolver	uma	compreensão	aprofundada	e	detalhada	sobre	riscos	a	desas-
tres	em	todas	as	suas	dimensões	de	vulnerabilidade,	capacidade,	exposição	de	pessoas	e	
ativos,	caracterização	dos	perigos	e	meio	ambiente.	
Em	base	destes,	é	possível	impulsionar	o	conhecimento	para	elaborar	avaliações	
de	risco,	prevenção	e	mitigação	e	para	o	desenvolvimento	e	implementação	de	preparações	
apropriadas	e	de	resposta	eficaz,	no	que	inclui	sistemas	de	alerta	antecipados	e	planos	de	
contingência	para	infraestruturas	críticas.	Estas	ações	devem	também	considerar	avalia-
ções	de	perigo	para	 relevantes	choques	e	estresses	(como	secas,	aumento	do	nível	do	
mar,	 tsunamis,	 terremotos,	 inundações,	etc.)	e	 testes	de	vulnerabilidades,	apresentando	
as	consequências	primárias	e	secundárias	de	falhas	(incluindo	interdependências	entre	os	
riscos	e	funções)	e	prevenção.	
Mas	é	importante	frisar,	como	já	citado	anteriormente,	que	a	construção	sustentável	
é	diferente	da	construção	ecológica.	Na	segunda,	os	materiais	utilizados	para	a	obra	da	
casa	são	provenientes	do	próprio	ambiente	onde	a	pessoa	mora.	Eles	são	produzidos	de	
forma	artesanal	e	semi-artesanal	e	muitas	vezes,	são	materiais	renováveis	como	palha	e	
fibras	vegetais.	Índios	e	esquimós,	por	exemplo,	constroem	suas	casas	de	maneira	ecoló-
gica,	pois	usam	somente	material	encontrado	no	meio	onde	habitam.	
Dentro	desse	contexto	demonstraremos	os	cinco	projetos	sustentáveis	destacados	
pela	ONU	(2013)	–	Organizações	das	Nações	Unidas:
No	sul	de	Abu	Dhabi,	nos	Emirados	Árabes	Unidos,	 foi	construída	Masdar,	uma	
cidade	que	não	emitirá	emissões	de	carbono,	de	modo	a	compensar	as	emissões	causa-
das	pela	exploração	de	combustíveis	 fósseis	que	ocorrem	na	 região.	Os	edifícios	serão	
envoltos	por	painéis	solares	e	serão	implantados	na	angulação	mais	eficiente	para	captar	
a	energia	do	vento.	O	sistema	de	transporte	são	vias	exclusivas	para	veículos	particulares	
que	funcionam	com	energia	elétrica.	
A	água	pode	ser	reciclada	e	os	resíduos	são	utilizados	como	fertilizante	e	fontes	
de	energia.	Frente	a	todos	estes	benefícios	que	outorgaria	a	cidade,	críticos	duvidam	das	
ambições	do	projeto	e	seu	verdadeiro	impacto	ambiental,	uma	vez	que	consideram	a	ideia	
“muito	enigmática”.	
77UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
No	entanto,	o	relatório	da	ONU	considera	Masdar	“um	exemplo	de	como	garantir		o	
investimento	em	uma	visão	sustentável”.
FIGURA 01 : MASDAR : A CIDADE “CARBONO ZERO” NO DESERTO
Fonte:	Disponível	em:	https://www.archdaily.com.br/br/01-115948/cinco-projetos-sustentaveis-recomendados-pela-onu.	
Acesso	em	12	jan.2021
Segundo	a	ONU(2013)	,	Lagos,	na	Nigéria,	pode	ser	uma	das	maiores	novas	cida-
des	da	África,	apesar	de	até	pouco	tempo	atrás	não	contar	com	um	sistema	de	transporte	
organizado.	Em	resposta,	as	autoridades	colocaram	em	prática	o	sistema	“BRT-Lite”,	com	
o propósito	de	diminuir	o	trânsito	e	proporcionar	um	modo	de	transporte	alternativo	aos	às
classes	mais	pobres.
Devido	ao	orçamento	que	não	permitia	construir	pistas	exclusivas	para	os	ônibus,	
os	 projetistas	 utilizaram	marcações	 sobre	 as	 pistas	 existentes	 para	 oferecer	 ao	menos	
alguma	diferenciação	entre	as	diferentes	vias.	
Estima-se	que	o	sistema	“BRT-Lite”	transporta	cerca	de	25%	dos	passageiros	da	
cidade	em	apenas	4%	do	número	total	de	veículos.
FIGURA 02: VIAS EXCLUSIVAS PARA ÔNIBUS PÚBLICOS EM LAGOS
Fonte:Disponível	em:	https://www.archdaily.com.br/br/01-115948/cinco-projetos-sustentaveis-recomendados-pela-onu.	
Acesso	em	12	jan.2021.
78UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
No	Brasil	a	cidade	de	Curitiba	é	conhecida	por	seu	sistema	de	ônibus	com	vias	
exclusivas,	mas	algumas	de	suas	medidas	de	sustentabilidade	mais	impressionantes	foram	
originadas	em	programas	de	gestão	de	resíduos.	
Grande	parte	deste	êxito	se	deve	ao	fato	da	comunidade	ter	recebido	incentivos	
para	reciclar,	já	que	as	autoridades	entregaram	passagens	de	ônibus	em	troca	de	bolsas	
de	resíduos,	produtos	de	hortifruti	e	materiais	para	reciclagem.	
Ao	centrar	as	campanhas	de	publicidade	nas	crianças,	a	cidade	espera	fomentar	a	
conservação	no	futuro.	Embora	ainda	haja	um	problema	com	catadores	de	lixo	informais,	
estas	iniciativas	de	gestão	de	resíduos	estenderam	consideravelmente	a	vida	dos	aterros	
em	Curitiba.
FIGURA 03: INCENTIVOS PARA RECICLAGEM – CURITIBA
Fonte:	disponível	em:	https://www.archdaily.com.br/br/01-115948/cinco-projetos-sustentaveis-recomendados-pela-onu.	
Acesso	em	12	jan.2021
Na	Tailândia,	após	a	construção	da	sua	primeira	rodovia	em	1981,	Bangkok	des-
cobriu	a	lei	fundamental	do	trânsito	nas	estradas:	mais	quilômetros	destas	significam	mais	
tráfego.	Finalmente,	depois	de	anos	de	luta	contra	o	problema,	a	capital	da	Tailândia	passou	
a	adotar	um	sistema	de	metrô,	que	no	final	de	2011	já	havia	meio	milhão	de	passageiros	
diários	e	quatro	linhas	em	construção.	As	residências	se	deslocaram	junto	ao	transporte,	
segundo	a	ONU,	cada	vez	mais	voltado	às	camadas	populares.	A	transição	não	é	um	com-
pleto	êxito,	mas	a	importância	do	transporte	público	para	o	futuro	da	cidade	é	mais	clara	
que	nunca.
79UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
FIGURA 04: AS MUDANÇAS NO TRÂNSITO EM BANGKOK – CURITIBA.
Fonte:	Disponível	em:	https://www.archdaily.com.br/br/01-115948/cinco-projetos-sustentaveis-recomendados-pela-onu.	
Acesso	em	12	jan.2021
Assim,	 nesses	 exemplos	 percebemos	 que	 a	 construção	 sustentável	 é	 aquela	 que	
proporciona	melhoria	da	qualidade	de	vida	para	a	população	através	dos	cuidados	com	o	meio	
ambiente.	Seus	conceitos	e	práticas	são	usualmente	relacionados	a	ações	e	metas	previstas	
nos	meios	decisórios	do	desenvolvimento	sustentável,	devendo	ser	uma	resposta	a	estas.	
Desta	 forma,	 a	 “Agenda	 21”,	 incluindo	 a	 definida	 pela	ONU	e	 as	 por	 iniciativas	
nacionais,	regionais,	locais	e	setoriais,	são	o	principal	meio	decisório	destas	ações	e	metas.	
E	estas	 são	normalmente	entendidas	a	partir	 da	 integração	das	dimensões	ambientais,	
sociais	e	econômicas	(triple	bottom	line).
Conceitos	e	práticas	da	sustentabilidade	no	ambiente	construído	foram	relaciona-
dos	por	SILVA	(1995)	às	três	dimensões	do	triple	bottom	line	e	também	a	uma	dimensão	
institucional.	
A	dimensão	institucional	visa	fortalecer	os	esforços	parasustentabilidade,	dentro	e	
fora	de	um	setor	e	também	está	prevista	na	Agenda	21.	
SILVA	 (1995)	mostra	 as	 possibilidades	 de	 ações	 da	 arquitetura	 em	 relação	 aos	
capítulos	da	Agenda	21	brasileira.	Estas	considerações	permitem	um	entendimento	geral	
dos	conceitos	atuais	de	sustentabilidade	no	ambiente	construído.
Mota	 (2009)	 apresenta	 algumas	 práticas	 para	 sustentabilidade	 na	 construção,	
sendo	as	principais:
Aproveitamento	de	condições	naturais	locais;
● Utilizar	mínimo	de	terreno	e	integrar-se	ao	ambiente	natural;
● Implantação	e	análise	do	entorno;
80UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
● Não	provocar	ou	reduzir	impactos	no	entorno	–	paisagem,	temperaturas	e	con-
centração	de	calor,	sensação	de	bem-estar;
● Qualidade	ambiental	interna	e	externa;
● Gestão	sustentável	da	implantação	da	obra;
● Adaptar-se	às	necessidades	atuais	e	futuras	dos	usuários;
● Uso	de	matérias-primas	que	contribuam	com	a	eco-eficiência	do	processo;
● Redução	do	consumo	energético;
● Redução	do	consumo	de	água;
● Reduzir,	reutilizar,	reciclar	e	dispor	corretamente	os	resíduos	sólidos;
● Introduzir	inovações	tecnológicas	sempre	que	possível	e	viável;	educação	am-
biental:	conscientização	dos	envolvidos	no	processo.
Motta	 (2009)	 fizeram	 uma	 síntese	 dos	 principais	 conceitos	 relacionados	 com	 a	
sustentabilidade.	Foi	observado	que	a	sustentabilidade	deve	estar	presentes	em	todas	as	
fases	do	ambiente	construído,	sendo	estas:
● idealização;
● Concepção;
● projeto;
● Construção;
● Uso;
● Manutenção;
● Final	de	vida	útil.
De	acordo	com	os	autores,	as	principais	práticas	adotadas	são:
● Planejamento	 correto,	 considerando	 desde	 implantação	 do	 edifício	 no	 local,
com	as	considerações	sociais	culturais	e	de	impacto	ambiental,	até	a	técnica	e	métodos	
construtivos	que	permitam	uma	melhor	qualidade	e	maior	eficiência	construtiva;
● Conforto	 ambiental	 e	 eficiência	 energética,	 promovendo	 uso	 do	 edifício	 com
conforto,	térmico,	visual	acústico	e	salubridade,	com	baixo	consumo	de	energia,	usando,	
preferencialmente,	as	possibilidades	de	condicionamento	passivo	nos	ambientes;
● Eficiência	no	consumo	de	água,	considerando	baixo	consumo,	aproveitamento
de	águas	de	chuvas,	reutilização,	recuperação	e	geração	de	resíduos;
● Eficiência	construtiva,	com	materiais,	 técnicas	e	gestão	que	permitam	um	de-
sempenho	ótimo	da	edificação	com	durabilidade,	e	que	possuam,	quando	analisados	em	
toda	cadeia	produtiva,	práticas	sustentáveis	de	extração,	produção	e	reciclagem;
● Eficiência	em	final	da	vida	útil	da	construção,	adotando	atitudes	de	reciclagem,
aproveitamento	dos	 resíduos	da	demolição	e	de	desconstrução,	que	é	um	processo	de	
desmanche	cuidadoso	do	edifício	de	modo	a	preservar	seus	componentes	para	reuso	e	
reciclagem.
81UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
3. ARQUITETURA SUSTENTÁVEL - PARÂMETROS E MUDANÇAS
Arquitetura	 sustentável	 é	 aquela	 que	 concilia	 ecossistemas	 naturais	 e	 edifícios,	
segundo	ADAM	(2001,	p.	09)	“ecoedifício	é	um	conceito	dinâmico	e	progressivo	de	qualifi-
cação,	que	integra:	indivíduo,	edifício	e	ecossistemas,	permitindo	que	todos	assimilem-se	
harmonicamente”.
Portanto	 a	 arquitetura	 sustentável	 é	 de	 grande	 importância	 para	 que	 se	 possa	
continuar	usufruindo	de	 todo	bem-estar	adquirido	com	o	 tempo,	sem	comprometer	mais	
o meio	ambiente,	e,	ainda	dando	condições	para	que	ele	possa	crescer	lado	a	lado	com	a
tecnologia	dos	dias	atuais.
O	arquiteto	como	profissional	criador	de	novos	espaços,	 tem	a	responsabilidade	
de	forçar	a	importância	na	redução	do	uso	de	energia	e	a	necessidade	de	compreensão	e	
utilização	dos	recursos	renováveis,	bem	como	a	preservação	do	meio	ambiente.
O	arquiteto	e	urbanista	além	do	conceber	novos	edifícios	e	até	mesmo	planejar	
cidades	 tem	uma	grande	acuidade,	pois	antes	mesmo	de	novas	construções	ocuparem	
o espaço	terrestre,	as	ideias	destes	passam	por	ele,	então	as	modificações	que	hoje	são
feitas	para	melhorar	projetos	errôneos,	podem	ser	evitadas.
Uma	abordagem	sustentável	na	arquitetura,	construção	ou	reforma	de	imóveis	é	
com	certeza	o	caminho	a	seguir.	Projetos	inteligentes,	com	otimização	energética	e	recurso	
a	tecnologias	de	uso	racional	de	água	e	eletricidade,	terão	um	custo	similar	ao	dos	projetos	
82UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
e	tecnologias	convencionais,	com	a	vantagem	de	gerar	por	décadas	economias	nas	contas	
de	água	e	eletricidade.	
Considerar	variáveis	como	o	microclima	do	local,	a	exposição	solar	e	o	regime	de	
ventos	permitirá	a	utilização	de	estratégias	passivas	de	aproveitamento	de	recursos	o	que	
diminuirá	consideravelmente	os	encargos	com	aquecimento	e	refrigeração.	
Para	além	disso,	a	conscientização	do	mercado	sobre	os	reais	custos	dos	imóveis	
depreciará	aqueles	cujos	encargos	mensais	sejam	maiores	o	que,	aliás,	 já	é	detectável	
em	alguns	condomínios	caros	cheios	de	equipamentos	de	lazer	e	que	faziam	furor	até	há	
alguns	meses.	Por	extensão,	 imóveis	com	custos	controlados	de	manutenção	 tendem	a	
valorizar-se.	
Alguns exemplos de construções sustentáveis:
Casa de papelão – Holanda	-	A	casa	de	papelão	sustentável	foi	criada	pelo	estúdio	
de	design	holandês	Fiction	Factory	e	pode	ser	montada	em	apenas	um	dia.	
Elas	formam	blocos	de	3,5	metros	de	altura,	que	podem	ser	usados	na	quantidade	
desejada.	Quanto	mais	blocos,	maior	é	a	construção.
As	camadas	de	papelão	são	enroladas	em	torno	de	um	molde,	o	que	torna	o	trans-
porte	bastante	prático.	
A	casa	é	resistente	às	chuvas,	ao	frio	e	a	outras	condições	naturais,	pois	o	material	
usado	é	isolante	térmico.	A	casa	tem	uma	vida	útil	de	pelo	menos	50	anos	e	segue	princípios	
de	sustentabilidade.	A	Wikkel	House	é	três	vezes	mais	sustentável	do	que	qualquer	outra	
casa	normal.
Em	vez	de	usar	as	caixas	para	transportar	frutas	ou	verduras,	a	empresa	holandesa	
Rene	Snel	 inventou	um	molde	para	envolvê-las,	usando	como	base,	várias	camadas	de	
papelão	que	permitiram	aumentar	a	solidez	da	caixa,	e	disso	surgiu	a	ideia	de	construir	uma	
casa	só	de	papelão.
O	sistema	de	construção	patenteado,	que	consiste	em	um	total	de	24	camadas	de	fibra	
virgem	de	papelão,	obtidas	de	árvores	escandinavas,	sobre	um	molde	em	forma	de	casa.
As	diferentes	camadas	aderem	entre	si	com	um	cola	sustentável,	criando	assim	
uma	estrutura	resistente	e	isolante.	A	construção	é	finalizada	com	uma	carcaça	externa	de	
madeira	e	alumínio	que	a	protege	de	qualquer	fenômeno	meteorológico.	
Todos	os	materiais	utilizados	na	Wikkel	House	são	reciclados	e	respeitam	o	meio	
ambiente.	Além	disso,	a	produção	de	papelão	necessária	tem	menos	impacto	no	planeta	do	
que	a	elaboração	do	cimento”,	destacou	Monique.
83UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
A	casa	tem	ainda	outra	grande	vantagem:	pode	ser	100%	reciclada	após	o	uso.	
Com	uma	estrutura	flexível,	esta	construção	de	cinco	metros	quadrados,	permite	a	opção	
de	ampliá-la	unindo	vários	módulos	uns	aos	outros	e	adaptá-la	conforme	as	necessidades	
do	usuário.	Dessa	forma,	ela	pode	ser	uma	casa	para	moradia	permanente,	um	escritório	
de	uma	empresa	ou	um	espaço	portátil	para	eventos,	feiras	e	festas.	Além	disso,	conta	com	
uma	fachada	de	vidro	que	permite	que	fique	totalmente	fechada.	
FIGURA 5: WIKKEL HOUSE: A CASA DE PAPELÃO QUE REVOLUCIONA 
A ARQUITETURA TRADICIONAL
Fonte:	Disponível	em:	https://concretoemcurva.com/2016/06/27/wikkelhouse-a-casa-sustentavel/	.	
Acesso	19	jan.	2021
LifePOD – África do Sul-		Arquiteta	sul-africana	criou	uma	casa	impressionante	com	
apenas	55	m².	Paredes	laterais	são	feitas	de	vidro	e	todo	o	espaço	é	otimizado	com	tetos	altos.	
A	parte	de	baixo	é	usada	como	cozinha,	enquanto	a	de	cima	é	um	quarto.	Casas	
pequenas	e	sustentáveis	estão	se	tornando	uma	alternativa	cada	vez	mais	atraente	para	
os	problemas	da	vida	urbana.	Pensando	nisso,	a	arquiteta	Clara	da	Cruz	Almeida,	de	Joa-
nesburgo,	desenvolveu	um	lar	que,	apesar	de	pequeno,	tem	tudo	que	uma	pessoa	precisa.
A	 construção	 também	 tem	 um	 quintalagradável	 para	 receber	 convidados.	 As	
paredes	altas	permitem	que	várias	prateleiras	e	armários	sejam	organizados	na	vertical.	
A	 casa	 pré-fabricada	 é	 funcional	 e	 ideal	 para	 regiões	 quentes.	Esse	 projeto	 se	 adequa	
perfeitamente	ao	clima	da	África	do	Sul.	Batizada	de	INDAWO	/	lifePOD,	a	casa	tem	tetos	
altos,	o	que	permite	o	armazenamento	de	objetos	nas	paredes,	além	de	uma	cama	em	uma	
espécie	de	mezanino.	A	intenção	é	que	a	parte	de	baixo	seja	usada	principalmente	como	
uma	cozinha.
84UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
FIGURA 6: ARQUITETURA SUL-AFRICANA 
Fonte:	Disponível	em:	https://epocanegocios.globo.com/Informacao/Acao/noticia/2014/11/arquiteta-sul-africa-
na-cria-casa-impressionante-com-apenas-55-m.html.	Acesso	19	jan.	2021
Palha e bambu-	Casa	sustentável	é	construída	com	materiais	abundantes	e	facil-
mente	encontrados	em	algumas	regiões,		como	palha	e	bambu.	O	bambu	é	uma	matéria	
vegetal	e	tem	em	seu	favor	alguns	trunfos	suplementares.	
A	sua	fibra,	extraída	de	uma	pasta	celulósica,	se	caracteriza	pela	sua	característica	
homogênea	e	pesada	(ela	não	amassa)	e	seu	aspecto	suave	e	reluzente,	parecidos	com	os	
da	seda.	Sobretudo,	ela	possui	virtudes	respiratórias,	antibacterianas.
Por	se	tratar	de	uma	planta	tropical	renovável	e	que	produz	anualmente	sem	a	ne-
cessidade	de	replantio,	o	bambu	apresenta	um	grande	potencial	agrícola.	Além	de	ser	um	
eficiente	sequestrador	de	carbono,	apresenta	excelentes	características	físicas,	químicas	
e	mecânicas.	
Também	o	bambu	é	o	recurso	natural	que	se	renova	em	menor	intervalo	de	tempo,	
não	havendo	nenhuma	outra	espécie	florestal	que	possa	competir	com	ele	em	velocidade	
de	crescimento	e	de	aproveitamento	por	área.
● Material	tecnológico	e	barato
● Flexível	e	com	alta	resistência
● Boa	força	e	funcionalidade
● Baixa	emissão	de	carbono
● Leve
● Redução	do	tempo	de	execução	da	obra
● Redução	de	temperatura	média	interna	de	3	a	4	graus	Celsius	devido	a	baixa
condutividade	do	material
● Substituiu	quase	70%	do	cimento	e	aço	usados	para	estrutura	sem	comprometer	força
● Beleza	na	estrutura	da	edificação.
85UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
O	bambu	é	utilizado	para	substituição	de	materiais	de	madeira	com	a	larga		vanta-
gem	por	ser	ecológico,	flexível	e	resistente.	
Ele	 pode	 ser	 transformado	 para	 combinar	 ou	 se	 conectar	 com	 outros	materiais	
em	construções	já	existentes.	Este	caso	pode	ser	dividido	em	três	subcategorias:	colmos	
(tronco)	de	bambu,	bambu	laminado,	bambu	composto.
Em	matéria	 prima	 para	 arquitetura	 e	 construção,	 as	 espécies	Guadua	 (Guadua	
angustifólia)	e	Gigante(Dendrocalamus	giganteus),	bambus	de	origem	tropical,	são	as	mais	
utilizadas.	Possuem	paredes	com	2	a	2,5	cm	de	espessura,	em	média,	e	colmos	(troncos)	
que	atingem	até	20	metros	de	altura.
Muitas	outras	espécies	são	utilizadas	na	fabricação	de	móveis	e	utensílios	em	geral	
que	 são	 conhecidos	 como	Taquara	 (Bambusa	Taquara	ou	Bambusa	Vulgaris),	Cana	da	
índia	(Phyllostachys	aurea).
O	bambu	geralmente	está	exposto	ao	ataque	de	microrganismos	(insetos)	e	a	vida	
útil	das	estruturas	feitas	a	partir	desse	material	é	determinada,	principalmente,	pela	intensi-
dade	de	ataque	de	pragas	e	doenças.	
A	durabilidade	do	bambu	está	diretamente	ligada	à	forma	de	tratamento	aplicada	
ao	colmo	e	a	destinação	do	seu	uso.	Os	métodos	de	tratamento	do	bambu	são	diversos	e	
podem	ser	utilizados	de	acordo	com	as	condições	econômicas	e	estruturais	do	produtor:
● Cura	ou	maturação	na	mata
● Imersão	em	água
● Ação	do	fogo
● Ação	de	fumaça
● Métodos	químicos	com	produtos	oleosos,	lipossolúveis	ou	hidrossolúveis
● Tratamento	sob	pressão	em	autoclave	ou	Boucherie.
Por	exemplo,	o	bambu	é	um	material	abundante	na	natureza	e	de	rápida	reposição.
No	entanto,	colocar	um	piso	de	bambu	importado	da	China	na	sala	da	sua	casa	não	é	uma	
opção	sustentável,	já	que	ele	virá	do	outro	lado	do	mundo,	poluindo	o	ar	nesse	caminho.	
Além	disso,	você	deixará	de	comprar	material	de	um	produtor	local.	Adquirir	mercadoria	de	
quem	está	próximo	é	uma	forma	de	conhecer	a	origem	do	produto	e	incentivar	o	comércio	
na	sua	região.
86UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
FIGURA 7: BRASILEIRO CRIA CASA SUSTENTÁVEL FEITA EM SEIS DIAS - MUDA TUDO
Fonte:	Disponível	em:	https://mudatudo.com.br/brasileiro-cria-casa-sustentavel-feita-em-seis-dias/	 	 	Acesso	
19	jan.	2021
Aqua – Brasil	-	A	casa	sustentável	pode	ser	erguida	em	apenas	seis	dias	e	é	uma	
criação	do	brasileiro	Kleber	Karru,	que	se	uniu	ao	laboratório	Open	MS	para	criar	o	projeto.	
Toda	a	estrutura	da	construção	 foi	 feita	em	uma	máquina	que	não	desperdiça	qualquer	
material.	Para	 levantá-la,	 são	necessários	 apenas	quatro	 funcionários.	Aqua,	 criada	em	
Campo	Grande	(MS),	possui	espumas	e	fios	de	vidro	que	garantem	isolamento	térmico	e	
acústico.	A	casa	ainda	é	resistente	a	fogo,	água	e	cupins.
Pop-Up House – França-	A	Pop-Up	House	 foi	erguida	 	em	apenas	quatro	dias.	
Uma	equipe	de	quatro	construtores	do	escritório	francês	Multipod	usou	poucas	ferramentas	
além	de	uma	chave	de	fenda.	A	empresa	compara	o	processo	de	construção	com	o	brin-
quedo	Lego.	Graças	a	um	excelente	isolante	térmico,	não	é	necessário	utilizar	aquecimento	
para	a	casa	sustentável	localizada	no	sul	da	França.	Ela	também	cumpre	o	rigoroso	padrão	
energético	europeu	Passivhaus.
87UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
4. RELAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO RURAL COM A SUSTENTABILIDADE
Para	definir	o	termo	“rural”,	devemos	recorrer	à	sua	origem,	vinda	do	latim	“ruralis”.	
Segundo	o	Dicionário	Web	 (2009	 -	 2017,	 s.p.),	 “é	um	adjetivo	que	corresponde	ao	que	
pertence	ou	relativo	ao	campo”	(um	terreno	extenso	que	se	encontra	fora	das	regiões	mais	
povoadas	e	são	terras	de	cultivo).	É	exatamente	o	oposto	do	que	conhecemos	como	zona	
urbana,	de	cidades.
Habitat rural	–	Relativo	ao	modo	de	ocupação	do	solo	no	espaço	rural,	às	relações	
entre	os	habitantes	e	à	exploração	do	solo.	
O	Habitat	rural	pode	ser	organizado	em:
● Disperso	–	Próprio	das	zonas	 rurais,	onde	as	habitações	se	espalham	em
grandes	espaços.
● Ordenado	–	Um	elemento	orienta	a	dispersão,	como	um	rio,	ferrovia,	rodovia,
litoral.	 É	 o	mais	 frequente	 na	 paisagem	 rural	 brasileira.	 Desordenado	 –	Não	 há	 um	
elemento	que	oriente	a	dispersão.
● Aglomerado	–	As	moradias	no	meio	rural	estão	próximas	umas	das	outras,
ocorrendo	relação	de	vizinhança	entre	as	habitações,	que,	por	sua	vez,	estão	relativa-
mente	próximas	às	áreas	de	cultivo	ou	de	pastagem.
													Graziano	(1999,	p.	58)	conceitua	meio	rural	como:
88UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
um	conjunto	de	regiões	ou	zonas	(território)	cuja	população	desenvolve	diver-
sas	atividades	ou	se	desempenha	em	distintos	setores,	como	a	agricultura,	o	
artesanato,	as	indústrias	pequenas,	o	comércio,	os	serviços,	o	gado,	a	pesca,	
a	mineração,	a	extração	de	recursos	naturais	e	o	turismo,	entre	outros.	Se-
gundo	esse	mesmo	autor,	em	tais	regiões	ou	zonas	há	assentamentos	que	se	
relacionam	entre	si	e	com	o	exterior,	e	nas	quais	interagem	uma	série	de	ins-
tituições	públicas	e	privadas.	O	rural	transcende	o	agropecuário,	e	mantém	
elos	fortes	de	intercâmbio	com	o	urbano.	Na	provisão	não	só	de	alimentos,	
mas	também	de	grandes	bens	e	serviços,	entre	os	quais	vale	a	pena	destacar	
a	oferta	e	cuidado	de	recursos	naturais,	os	espaços	para	o	descanso,	e	as	
contribuições	à	manutenção	e	desenvolvimento	da	cultura.	
Para	Balsadi	 (2007)	o	meio	 rural	é	então	uma	entidade	socioeconômica	em	um	
espaço	geográfico	com	quatro	componentes	básicos:
● Um	território	que	funciona	como	fonte	de	recursos	naturais	e	matérias-primas,
receptor	de	resíduos	e	suporte	de	atividades	econômicas.
● Uma	população	que,	com	base	em	certo	modelo	cultural,	pratica	atividades	mui-
to	diversas	de	produção,	consumo	e	relação	social,	formando	um	ripado	socioeconômico	
complexo.
● Um	conjunto	de	assentamentos	que	se	relacionam	entre	si	e	com	o	exteriorme-
diante	o	intercâmbio	de	pessoas,	mercadorias	e	informação,	através	de	canais	de	relação.
● Um	conjunto	de	instituições	públicas	e	privadas	que	articulam	o	funcionamento
do	sistema,	operando	dentro	de	um	marco	jurídico	determinado.
O	Instituto	Brasileiro	de	Geografia	e	Estatística	(IBGE,	2008)	define	a	zona	rural	
como	o	contrário	da	zona	urbana.	São	regiões	não	urbanizadas	ou	destinadas	à	limitação	
do	crescimento	urbano,	utilizadas	em	atividades	agropecuárias,	agroindustriais,	extrativis-
mo,	silvicultura	e	conservação	ambiental.	
Atualmente,	muitas	das	áreas	rurais	estão	protegidas	como	área	de	conservação,	
terras	indígenas	e	turismo	rural.
A	zona	rural	também	tem	as	importantes	funções	de	preservar	a	biodiversidade	de	
um	determinado	local,	garantir	a	qualidade	da	água	e	manter	as	terras	indígenas.	Nesse	
sentido,	as	unidades	de	conservação	foram	criadas	com	o	intuito	de	preservar	o	patrimônio	
ambiental	e	cultural	do	país.
Desse	modo,	em	suas	análises,		Silva	(1995,	p.	01,)	tem	enfatizado	que:
A	diferença	entre	o	rural	e	o	urbano	é	cada	vez	menos	importante.	Pode-se	
dizer	que	o	rural	hoje	só	pode	ser	entendido	como	um	‘continuum’	do	urbano	
do	ponto	de	vista	espacial;	do	ponto	de	vista	da	organização	da	atividade	
econômica,	as	cidades	não	podem	mais	ser	identificadas	apenas	com	a	ati-
vidade	industrial,	nem	os	campos	com	a	agricultura	e	a	pecuária;	e,	do	ponto	
de	vista	social,	a	organização	do	trabalho	na	cidade	se	parece	cada	vez	mais	
com	a	do	campo	e	vice-versa.
89UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
Como	já	explanado	na	primeira	unidade,	ecologia	ou	eco-logia,	do	grego	oikos	=	
“casa”	e	logos	=	“estudo”;	literalmente	significa	o	estudo	da	casa	(ODUM;	BARRET,	2008).
Nossa	casa,	a	Terra,	é	formada	por	vários	ecossistemas	complexos	que	apenas	exis-
tem	porque	estão	interligados	e	inter-relacionados,	ou	seja,	não	podem	viver	isoladamente.
4.1 Qualidade de Vida
Para	Garcia	(2014)	a		cidade	e	o	campo	proporcionam	às	pessoas	diferentes	opor-
tunidades	que	nos	permitem	distinguir	o	modo	de	vida	rural	do	modo	urbano.	Enquanto	no	
campo,	de	uma	forma	geral	persistem	muitas	ocupações,	com	horários	diferentes	de	trabalho	
mais	ou	menos	flexíveis	e	já	na	cidade	a	esmagadora	maioria	das	pessoas	cumpre	horários	
muito	rígidos,	a	oferta	de	atividades	de	ocupação	de	tempo	livre	é	muito	diversificada.	
A	qualidade	de	vida	está	estritamente	relacionada	à	preservação	e	respeito	ao	meio	
ambiente.	O	termo	qualidade	de	vida	é	utilizado	para	descrever	a	qualidade	das	condições	
de	vida,	levando	em	consideração	alguns	fatores,	tais	como:	alimentação,	saúde,	educa-
ção,	moradia,	liberdade	de	escolha,	bem-estar,	expectativa	de	vida	etc.	Ademais,	há	outros	
fatores	que	também	influenciam	a	qualidade	de	vida	das	pessoas,	como,	por	exemplo,	os	
amigos,	a	família,	o	trabalho,	o	meio	ambiente,	dentre	outros	(BRAGA,	2005).
Segundo	Bernardi	(2015,	p.	120)	em	1974,	a	Organização	Mundial	da	Saúde,	ob-
jetivando	sistematizar	o	conhecimento,	definiu	qualidade	de	vida	como:	“a	percepção	do	
indivíduo	de	sua	posição	na	vida,	no	contexto	da	cultura	e	sistema	de	valores	nos	quais	ele	
vive,	e	em	relação	aos	seus	objetivos,	expectativas,	padrões	e	preocupações”.
A	 qualidade	 de	 vida	 está	 influenciada	 pelo	 ambiente,	 e	 este	 engloba	 relações	
sociais,	culturais,	biológicas,	ecológicas	etc.,	formando,	assim,	um	contexto	com	o	ser	hu-
mano,	o	qual	há	a	possibilidade	de	tanto	o	homem	quanto	o	ambiente	serem	modificados	
ou	transformados.
Para	Bernardi	(2015,	p.	130)	a	qualidade	de	vida	está	intimamente	ligada	:
ao	respeito	e	preservação	do	meio	ambiente,	pois	é	imprescindível	que	haja	
um	equilíbrio	no	meio	ambiente	para	que	o	homem	possa	dizer	que	tem	uma	
boa	 qualidade	 de	 vida	 e	 as	 pessoas	 estão	 começando	 a	 se	 conscientizar	
mais	a	respeito	da	preservação	do	meio	ambiente,	procurando	medidas	para	
conservá-lo,	porque	perceberam	que	esses	efeitos	atingem,	também,	cada	
um,	 individualmente,	comprometendo,	assim,	a	qualidade	de	vida	de	cada	
cidadão	que	hoje	vive	no	planeta,	mas	também	dos	que	ainda	estão	por	vir.	
Assim,	a	qualidade	de	vida	se	relaciona,	também,	com	o	meio	ambiente,	pois	não	
basta	estar	de	bem	com	a	vida	e	ter	saúde	física	e	mental	se	não	tem	um	ambiente	que	
favoreça	ainda	mais	a	melhoria	da	qualidade	de	vida.
90UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
4.2 Agroecossistemas
Para	 Lowrance	 et al.	 (1984)	 o	 agroecossistema	 são	 ecossistemas,	 naturais	 ou	
não,	modificados	pela	ação	humana	para	o	desenvolvimento	dos	sistemas	agrícolas	de	
cultivo.	Estes	sistemas	passam	a	receber	subsídios	(através	de	fertilizantes),	controles	(de	
suprimentos	de	água,	das	pragas	e	das	doenças),	objetivando	processos	de	colheita	e	de	
comercialização.
Os	agroecossistemas	são	ecossistemas	semidomesticados	que	se	encaixam	num	
gradiente	entre	ecossistemas	que	experimentam	um	mínimo	de	impacto	humano	e	aqueles	
sob	um	máximo	de	controle	humano,	como	as	cidades.	
Odum	(1984)	descreve	quatro	características	principais	dos	agroecossistemas:	
(a) envolvem	fontes	auxiliares	de	energia,	como	a	humana,	animal	e	energia	de
combustíveis,	a	fim	de	aumentar	a	produtividade	de	organismos	em	particular;
(b) a	diversidade	pode	estar	bem	reduzida	ao	se	comparar	com	ecossistemas	naturais;
(c) os	animais	e	as	plantas	dominantes	estão	mais	sob	seleção	artificial	do	que	natural;	e
(d) os	controles	dos	sistemas	são	na	maioria	das	vezes	externos	e	não	internos,	via
subsistemas	de	feedback.
Termo	utilizado	para	se	referir	aos	ecossistemas	(des)estruturados	para	serem	uti-
lizados	na	produção	agropecuária	 e/ou	 florestal,	 também	conhecidos	 como	ecossistemas	
agrícolas.	De	um	modo	geral,	a	literatura	especializada	os	define	como	sistemas	que	recebem	
insumos	externos	e	exportam	produtos	para	outros	sistemas	(EHLERS,	1994,	p.	100).
Em	qualquer	lugar	ou	tempo	e	em	todas	as	formas	de	manifestação,	primitivas	ou	
avançadas,	todo	agroecossistema	tem	duas	características	gerais:
(a) é	 sempre	 uma	 versão	 truncada	 de	 um	 sistema	natural;	 há	 poucas	 espécies
interagindo	entre	si,	e	muitas	 linhas	de	interação	que	foram	simplificadas	e	direcionadas	
para	um	objetivo;	comumente	é	um	sistema	de	exportação.	
(b) apesar	de	ser	um	artefato	humano,	o	agroecossistema	permanece	inescapa-
velmente	dependente	do	mundo	natural	-	fotossíntese,	ciclos	bioquímicos,	estabilidade	da	
atmosfera	e	o	trabalho	dos	organismos	não	humanos.	
Ele	é	um	rearranjo	e	não	uma	repetição	do	processo	natural.	Quaisquer	que	sejam	as	
diferenças	entre	os	agroecossistemas,	eles	estão	sempre	submetidos	às	leis	da	ecologia,	e	
estas	leis	governam	florestas	selvagens,	pastagens,	savanas	determinando	o	quão	estáveis	
ou	resilientes	e	sustentáveis	eles	são	enquanto	entidades	coletivas	(WORSTER,	1990).
91UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
Os	agroecossistemas	possuem	quatro	propriedades	(produtividade,	estabilidade,	
sustentabilidade	e	equidade)	que	avaliam	se	os	objetivos	do	sistema	–	aumentar	o	bem-es-
tar	econômico	e	os	valores	sociais	dos	produtores	–	estão	sendo	atingidos.
A	produtividade	significa	a	produção	de	determinado	produto	por	unidade	de	re-
curso	que	entra	numa	área.	Estabilidade	é	a	manutenção	da	produtividade	tendo	em	vista	
que	eventos	não-controláveis	podem	ocorrer.	A	propriedade	sustentável	é	a	capacidade	
de	um	agroecossistema	manter	sua	produtividade	quando	exposta	a	um	grande	distúrbio,	
enquanto	equidade	é	definida	como	a	distribuição	da	produtividade	do	agroecossistema	
(CONWAY,	1987).
4.3 Estrutura de Agroecossistemas
A	estrutura	 de	 um	agroecossistema	 é	 como	 ele	 é	 organizado;	 isto	 é,	 uma	 con-
sequência	 tanto	do	sistema	de	 tecnologia	agrícola,	quanto	do	conjunto	 formado	entre	o	
ambiente	e	o	social	em	que	a	tecnologia	é	aplicada.	
A	estrutura	inclui	todos	os	elementos	do	agroecossistema	e	como	eles	são	conec-
tados	funcionalmente	uns	com	os	outros.	
Segundo	Odum	(1988)	um	agroecossistema	pode	combinar	a	presençade	recursos	
em	quatro	categorias:	recursos	naturais,	humanos,	capitais	e	produção.	
Os	recursos	naturais	são	os	elementos	provenientes	da	terra,	da	água,	do	clima	e	
da	vegetação,	sendo	explorados	pelo	agricultor	para	a	produção	agrícola;	
Os	 recursos	 humanos	 compostos	 por	moradores	 e	 trabalhadores	 do	 lugar,	 que	
exploram	os	recursos	para	a	produção	agrícola;	
Recursos	de	capitais,	como	bens	e	serviços	criados	e	prestados	por	pessoas	asso-
ciadas,	com	o	lugar	para	facilitar	a	exploração	dos	recursos	naturais	para	a	produção	agrícola;
	E	os	 recursos	da	produção	são	 representados	pela	produção	agrícola	do	 lugar	
como	os	cultivos	e	animais.	
Segundo	Marten	(1988),	a	estrutura	de	um	agroecossistema	é	como	ele	é	organiza-
do;	isto	é,	uma	consequência	tanto	do	sistema	de	tecnologia	agrícola,	quanto	do	conjunto	
formado	entre	o	ambiente	e	o	social	em	que	a	tecnologia	é	aplicada.	
A	estrutura	inclui	todos	os	elementos	do	agroecossistema	e	como	eles	são	conec-
tados	funcionalmente	uns	com	os	outros.	
D’Agostini	(1999)	define	a	estrutura	como	a	dimensão	física	ou	espacial	onde	se	
demarca	física	e	espacialmente	o	agroecossistema	e	operam-se	as	relações	entre	as	dis-
92UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
tintas	populações	presentes,	incluindo	aí	o	homem,	bem	como	entre	essas	populações	e	o	
meio	no	qual	se	encontram.
A	funcionalidade	dos	agroecossistemas	associados	aos	fluxos	de	energia,	material	
e	 informações	entre	os	subsistemas	 indica	o	processamento	das	entradas.	O	processa-
mento	dessas	entradas	no	agroecossistema	vai	permitir	a	possibilidade	de	saídas.	
Para	Gliessman	(2001),	o	fluxo	de	energia	em	agroecossistemas	é	bastante	altera-
do	pela	interferência	humana.	Insumos	derivam	principalmente	de	fontes	humanas	e,	fre-
quentemente,	não	são	autossustentáveis.	Assim,	os	agroecossistemas	tornam-se	sistemas	
abertos,	nos	quais	parte	considerável	da	energia	é	dirigida	para	fora	do	sistema	na	época	
de	cada	colheita,	em	vez	de	ser	armazenada	na	biomassa,	que	poderia,	então,	acumular	
dentro	do	sistema.
A	sustentabilidade	decorre	da	capacidade	de	se	manter	um	nível	de	produtividade	
dos	cultivos	através	do	tempo	sem	expor	os	componentes,	a	estrutura	e	funcionamento	do	
agroecossistema.	A	contaminação	dos	recursos	naturais	a	partir	da	alteração	da	qualidade	
do	ar,	da	água	é	causada	pelos	insumos	e	produtos	dos	agroecossistemas,	bem	como	a	
qualidade	da	paisagem	agrícola,	isto	é,	quando	os	modelos	agrícolas	modificam	o	panora-
ma	e	influenciam	nos	processos	ecológicos	(ALTIERI,	1999).	
No	agroecossistemas	é	preciso	enfocar	o	caráter	multidimensional	e	inter-relacio-
nal,	pois	as	modificações	ocorridas	em	uma	propriedade	podem	significar	mudanças	nas	
demais	propriedades.
Para	Altieri	(1999)	o	caráter	multidimensional	das	propriedades	do	agroecossitema	
é	composto	pelas	condições	ambientais	e	sociais	de	um	determinado	local.	Um	sistema	de	
tecnologia	agrícola	não	é	estável	ou	instável;	pode	ser	estável	com	relação	a	um	determi-
nado	distúrbio,	mas	não	com	relação	a	outros.	O	mesmo	raciocínio	serve	para	as	outras	
propriedades.	
Por	esta	razão	devemos	determinar	os	tipos	de	agroecossistemas	mais	apropria-
dos	para	cada	condição	social	e	ambiental,	bem	como	identificar	os	pontos	vulneráveis	no	
sistema	de	tecnologia	agrícola	para	sugerir	quais	devem	ser	fortalecidos.
Segundo	Altieri	(2004)		a	estrutura	do	ecossistema	está	baseada	na	estrutura	das	
comunidades	que	compõem	o	sistema.	A	comunidade	é	o	resultado	das	interações	entre	as	
diferentes	populações	que	a	constituem	que,	por	sua	vez,	são	o	resultado	da	adaptação	das	
diferentes	espécies	aos	fatores	abióticos	e	suas	variações,	que	condicionam	o	ambiente	local.
Para	Altieri	(2004)	as	propriedades	das	comunidades	são:
93UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
Diversidade de espécies	-	é	o	número	de	espécies	que	existe	numa	comunidade.	
Dependendo	 das	 condições	 ambientais,	 algumas	 comunidades	 podem	 possuir	 grande	
diversidade	enquanto	que	outras	podem	possuir	pouca	diversidade;
Abundância	 -	é	a	quantidade	de	 indivíduos	de	uma	espécie	dentro	de	uma	co-
munidade.	 Existem	 espécies	 muito	 abundantes	 e	 outras	 pouco	 abundantes	 dentro	 da	
comunidade;
Espécie dominante	-	é	aquela	espécie	que	causa	maior	impacto	tanto	nos	compo-
nentes	bióticos	como	nos	componentes	abióticos	da	comunidade.	Os	ecossistemas	podem	
ser	denominados	de	acordo	com	a	espécie	dominante.	Exemplo:	mata	de	araucária	no	sul	
do	Brasil;
Estrutura da vegetação	 -	pode	ser	vertical	ou	horizontal.	A	estruturavertical	diz	
respeito	à	existência	de	um	conjunto	de	espécies	vegetais	que	formam	um	perfil	com	dife-
rentes	camadas,	enquanto	a	estrutura	horizontal	diz	respeito	ao	padrão	e	à	distribuição	de	
agrupamento	ou	associações	de	populações	vegetais	pela	superfície	do	solo;
Estrutura trófica	–	é	a	forma	como	se	organiza	o	atendimento	das	necessidades	
nutricionais	das	diferentes	espécies	dentro	da	comunidade.	Nos	ecossistemas	terrestres,	
as	plantas	são	a	base	da	estrutura	trófica	(nutricional)	da	comunidade,	pela	capacidade	de	
captar	e	converter	energia	solar	em	energia	química	armazenada	na	biomassa,	por	meio	da	
fotossíntese.	Por	não	dependerem	de	outros	organismos	para	atender	suas	necessidades	
de	energia,	as	plantas	são	consideradas	como	autotróficas.
Os	demais	organismos	da	comunidade	dependem	da	biomassa	produzida	pelas	
plantas	para	atender	suas	necessidades	de	energia	e	nutrientes,	sendo,	então,	os	hete-
rotróficos,	que	constituem	os	consumidores	da	comunidade.	Os	consumidores	incluem	os	
herbívoros,	que	convertem	a	biomassa	vegetal	(plantas)	em	biomassa	animal	(carne,	leite),	
os	predadores	e	parasitas,	que	sobrevivem	a	partir	de	herbívoros	e	predadores,	e	ainda,	
os	parasitas,	que	se	alimentam	de	predadores	e	parasitas.	Por	fim,	existem	os	decompo-
sitores,	fechando	o	ciclo	de	transformações	da	cadeia	trófica	(alimentar)	(ALTIERI,	2004).
4.4 Tipos de Agrossistemas 
Segundo	D’Agostini	(1999)	os	agrossistemas,	também	chamados	de	sistemas	agrá-
rios,	que	são	o	conjunto	de	técnicas	ou	modelos	agropecuários	de	produção	responsável	
pela	adoção	dos	procedimentos	de	plantio	ou	cultivo,	em	que	são	vistas	as	relações	entre	a	
agricultura	e	o	espaço,	além	dos	resultados	da	aplicação	desses	diferentes	modelos.
94UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
Em	termos	classificatórios,	existem	três	tipos	de	agrossistemas	conforme	as	suas	
complexidades	e	o	tipo	de	técnicas	por	eles	empregado,	são	eles:	os	agrossistemas	tradi-
cionais,	modernos	e	orgânicos	(D’AGOSTINI,	1999).
Os	agrossistemas	tradicionais,	como	o	próprio	nome	indica,	compreendem	as	téc-
nicas	mais	antigas	e	simplificadas	do	processo	produtivo	no	campo.	Eles	caracterizam-se	
pela	maior	utilização	da	mão	de	obra	assalariada	ou	associada	e	pela	menor	presença	de	
aparatos	científicos	e	tecnológicos	(D’AGOSTINI,	1999).
Caracterizam-se	por	um	alto	grau	de	artificialização	das	condições	ambientais,	sendo	
altamente	dependentes	de	insumos	produzidos	industrialmente	e	adquiridos	no	mercado.	
Esses	insumos	são	baseados	em	recursos	não	renováveis	e	importados	de	outras	
regiões,	 implicando	em	gasto	de	energia	com	transporte.	Há	pouca	preocupação	com	a	
conservação	e	a	reciclagem	de	nutrientes	dentro	do	agroecossistema.	
Procuram	adaptar	as	condições	locais	às	necessidades	das	explorações,	por	meio	
de	práticas	como	correção	da	acidez	do	solo,	fertilização,	irrigação,	drenagem,	etc.	
Assim,	homogeneizam	a	diversidade	de	microambientes,	aplicando	um	tratamento	
médio	ao	conjunto	de	situações	diversificadas.	Por	isso,	impactam	fortemente	o	ambiente	
dentro	e	fora	da	propriedade.	
Para	D’Agostini	(1999),	os	agrossistemas	modernos	ou	sistemas	agrários	moder-
nos	se	caracterizam	por	um	grau	elevado	de	mecanização	do	campo	e	baixa	presença	de	
trabalhadores	assalariados,	uma	vez	que,	as	máquinas	podem	fazer	muitas	coisas	no	lugar	
dos	trabalhadores.	
Esse	modelo	ganhou	força	a	partir	de	1950	coma	“revolução	verde”,	cuja	produção	
é	pautada	a	partir	das	pesquisas	 ligadas	a	biotecnologia	e	o	avanço	das	agroindústrias,	
com	a	utilização	de	 fertilizantes,	plantas	geneticamente	modificadas	 (transgênicas),	 cor-
reção	de	solos,	etc.	Seu	problema	está	muito	ligado	à	deterioração	do	meio	ambiente,	a	
concentração	de	terras	e	a	expulsão	de	grandes	contingentes	de	trabalhadores	rurais.
Em	contrapartida,	surgem	os	agrossistemas	orgânicos	ou	sistemas	orgânicos	que	
visam	a	 preservação	 do	meio	 ambiente	 em	 consonância	 com	a	 produção	 agrícola.	Um	
exemplo	típico	são	as	agroflorestas,	cuja	produção	não	envolve	desmatamento	de	áreas	
florestadas	e	o	baixo	uso	de	agroquímicos.	Além	da	constante	presença	do	 trabalhador	
rural	exercendo	a	sua	profissão.	No	Brasil	este	modelo	não	é	muito	difuso	devido	à	grande	
concorrência	com	o	agronegócio.
95UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
SAIBA MAIS
Ecologia Urbana no Brasil
Ramo	da	ecologia	que	trabalha	no	sentido	de	desvendar	os	mistérios	das	relações	dos	
elementos	naturais	que	existem	nas	cidades,	desde	seres	humanos	até	o	clima.	Plantas	
e	animais	também	entram	nos	contextos	uma	vez	que	os	habitats	se	estabeleçam	em	
áreas	urbanas	com	alta	ou	baixa	faixa	de	homens,	mulheres	e	crianças	humanas.	Com	
o aumento	da	globalização,	os	níveis	de	poluentes	também	evoluíram	a	taxas	elevadas.
Antes	da	Segunda	Guerra	Mundial	existiam	poucos	estudos	que	demonstraram	existir
problemática	entre	avanço	urbano	e	carência	ambiental.	Desde	o	começo	da	segunda
década	do	século	XX	o	tema	ganhou	importância	ao	ponto	de	ser	escolha	de	especiali-
dade	para	graduados	de	diferentes	áreas	acadêmicas.
No	Brasil	os	estudos	do	gênero	cresceram	nos	centros	acadêmicos	depois	do	ECO	92.
Antes	do	período	as	palavras	“ecologia	urbana”	e	“sustentabilidade”	eram	desconheci-
das	para	o	público	geral.	Nos	dias	de	hoje	grande	parte	da	população	sabe	o	que	signifi-
ca	os	dois	conceitos	com	melhor	qualidade.	As	campanhas	para	melhorar	as	condições
ecológicas	em	grandes	centros	da	economia	nacional	aumentam	também	por	causa	dos
ativistas	que	exigem	leis	para	favorecer	a	ecologia	urbana.
Fonte:	ecologia	urbana	no	Brasil.	Disponível	em:	http://meioambiente.culturamix.com/ecologia/ecologia-
-urbana-no-brasil.	Acesso	20	jan.2021
REFLITA
Desde	os	anos	cinquenta	do	século	XX	o	Brasil	está	em	processo	de	crescimento	acele-
rado	no	sentido	de	igualar	a	infraestrutura	e	economia	dos	grandes	centros	do	capitalis-
mo	em	termos	mundiais.	O	crescimento	em	ritmo	acelerado	não	observou	as	regras	da	
natureza	para	evoluir	e	por	consequência	grande	parte	dos	centros	urbanos	não	possui	
a	presença	do	verde	para	regular	o	clima	e	favorecer	o	ambiente.	Pouco	investimento	do	
poder	público	faz	com	que	empresas	também	invistam	no	verde	como	forma	de	marke-
ting	positivo,	mas	o	cenário	real	nacional	está	longe	do	ideal.
Fonte:	ecologia	urbana	no	Brasil.	Disponível	em:	http://meioambiente.culturamix.com/ecologia/ecologia-
-urbana-no-brasil.	Acesso	20	jan.2021
96UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando	a	amplitude	do	conhecimento	sobre	a	ecologia	urbana	deve-se	con-
siderar	que	não	há	uma	solução	única	para	alcançar	a	sustentabilidade	ambiental	urbana	e	
a	resiliência	de	todas	as	cidades.	
Sustentabilidade	 ambiental	 urbana	 e	 resiliência	 devem	figurar	 com	destaque	 na	
Nova	Agenda	Urbana.	Ao	longo	dos	próximos	20	anos,	os	seres	humanos	terão	de	enfren-
tar	desafios	ambientais	e	de	recursos	sem	precedentes	em	escala	e	em	urgência.	Abordar	
a	ecologia	urbana	por	meio	de	 investimentos	proativos	em	sustentabilidade	ambiental	e	
construir	sistemas	resilientes	será	essencial	para	a	saúde	pública	e	bem-estar	humano.	
Assim,	 mais	 importante	 que	 a	 análise	 da	 presente	 questão	 é	 a	 participação	 e	
conscientização	das	pessoas	que	vivem	nas	grandes	cidades,	para	que	façam	sua	parte	
poluindo	menos	o	meio	ambiente,	vez	que	com	a	passar	dos	anos	a	situação	só	se	agrava,	
vindo,	pois	a	prejudicar	as	sociedades	que	estão	por	vir.	Nesta	 feita,	a	sustentabilidade	
urbana	consiste	em	um	dos	grandes	desafios	da	sociedade	atual	e	consequentemente	de	
seus	governantes.
97UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
LEITURA COMPLEMENTAR 
Artigo 01:	A	importância	da	ecologia	urbana	para	o	futuro	da	humanidade
Fonte:	 Almeida,	 Luciana	 Costa	 dos	 Santos.	 A	 importância	 da	 ecologia	 urbana	
para	o	 futuro	da	humanidade	(2010).	Disponível	em:	https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.
asp?id_dh=3445.	Acesso:	22	jan.	2021.
RESUMO
Diante	das	perspectivas	do	direito	ambiental	brasileiro,	o	presente	trabalho	vislum-
bra	demonstrar	a	importância	dos	estudos	acerca	da	problemática	da	ecologia	urbana	e	as	
suas	consequências	para	o	futuro	da	humanidade.
Artigo 02:	Paisagem,	Ecologia	Urbana	E	Planejamento	Ambiental	
Fonte:	BARBOSA,	Valter	L.;	NASCIMENTO	JÚNIOR,	Antônio	F.	Paisagem,	ecolo-
gia	urbana	e	planejamento	ambiental.	v.	18,	n.	2	(2009).	Disponível	em:	http://www.uel.br/
revistas/uel/index.php/geografia/article/view/3286/3235.	Acesso	19	jan.	2021.
RESUMO
A	chegada	das	grandes	massas	populacionais	aos	centros	urbanos	tem	modificado	
a	paisagem	da	cidade	assustadoramente	e	de	maneira	agressiva	vem	se	 instalando	em	
espaços	vazios	impróprios	à	moradia	que	fazem	parte	de	reservas	ecológicas	e	de	matas	
ciliares	nos	mananciais.	No	planejamento	urbano	há	diretrizes	para	o	uso	e	ocupação	do	
solo,	 todavia,	a	expansão	urbana	continua	desordenada	e	 irregular,	 ferindo	os	princípios	
básicos	de	uma	sociedade	sustentável.	Logo,	é	imprescindível	que	o	poder	público	tome	
iniciativas	para	viabilizar	o	planejamento	ambiental	em	consonância	com	a	ecologia	urbana.
98UNIDADE III Ecologia Urbana e Ecologia Rural
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título:	Diálogos	em	ecologia	urbana	
Autor:	Anderson	Luiz	Godinho	Belem.
Editora:	InterSaberes.
Ano: 2020
Sinopse:	 Com	 o	 crescimento	 cada	 vez	 mais	 acelerado	 das	
grandes	 cidades,	 torna-se	urgente	a	discussão	 sobre	os	 impac-
tos	ambientais	causados	pela	urbanização.	Nesse	cenário,	há	a	
recorrente	diminuição	das	áreas	verdes,	o	que	prejudica	a	paisa-
gem	urbana	e	compromete	o	bem-estar	coletivo.	Dessa	forma,	as	
ações	antrópicas	devem	voltar-se	para	a	prevenção	de	problemas	
socioambientais,	 de	 maneira	 a	 auxiliar	 as	 autoridades	 públicas	
a	garantir	o	desenvolvimento	sustentável.	Venha	conosco	e	nos	
acompanhe	no	estudo	da	ecologia	urbana,	ramo	de	conhecimento	
multidisciplinar	que	surge	com	o	desafio	de	promover	a	existência	
e	a	permanência	de	ambientes	saudáveis	à	população.		
FILME/VÍDEO
Título: Palestra	Ecologia	Urbana
Ano:	2019	
Sinopse:	A	palestra	“Ecologia	Urbana:	os	impactos	sobre	o	com-
portamento	animal”,	ministrada	pelo	professor	Cristiano	Schetini,	
da	Universidade	Federal	de	Ouro	Preto,	buscou	discutir	como	as	
cidades	 influenciam	no	comportamento	de	animais.	Na	ocasião,	
também	foi	lançada	a	campanha	referente	ao	abandono	de	gatos	
dentro	da	Universidade.	
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=BLO5rly_nV8
FILME/VÍDEO 2
Título:	Valoração	dos	Serviços	Ecossistêmicos:	Introdução	à	Va-
loração
Ano:	2016
Sinopse: Este	vídeo	é	parte	de	uma	série	de	vídeos	da	Conser-
vação	Estratégica	sobre	economia	ambiental	e	sua	realização	foi	
possível	graças	ao	apoio	da	Fundação	Gordon	e	Betty	Moore	e	
da	Fundação	Marcia	Brady	Tucker.	Esta	 série	 de	 vídeos	 foi	 de-
senvolvida	para	indivíduos	que	querem	aprender	–	ou	rever	–	os	
conceitos	básicos	da	economia	da	conservação.	A	série	de	vídeos	
sobre	Valoração	apresentará	métodos	de	estimação	do	valor	de	
um	ecossistema.	
Link do vídeo:	 https://www.youtube.com/watch?v=J7mizr3Pt-c.	
Acesso:	22	jan.	2021
99
Plano de Estudo:
● Importância	e	Uso	dos	Indicadores	Ambientais
● Os	Indicadores	Segundo	a	Norma	ISO	14.000
● Pegada	Ecológica
● Conceitos	básicos	e	aspectos	gerais	da	Gestão	Ambiental
● Razões	que	levam	empresas	a	adotar	práticas	ambientais
● Avaliação	de	Aspectos	e	Impactos	Ambientais;
● Metodologiasde	avaliação	de	impactos	ambientais
● Norma	NBR	ISO	14.000.
● Benefícios	ISO	14001.
● Práticas	do	SGA	–	Sistema	de	Gestão	Ambiental
● Benefícios		e	Dificuldades	para	a	Implantação	ISO	14001
Objetivos da Aprendizagem:
● Demonstrar	que	a	norma	NBR	ISO	14001	estabelece	um	conjunto	de	requisitos	necessários
que	precisam	ser	cumpridos	pelas	empresas	e	organizações,	independente	do	segmento	ou	tama-
nho,	para	estar	de	acordo	com	princípios	estabelecidos	pela	 legislação.	Assim,	as	organizações	
precisam	identificar	qual	é	a	legislação	aplicável	deste	escopo	ao	seu	negócio	e	monitorar,	constan-
temente,	o	atendimento	aos	requisitos	legais.		
UNIDADE IV
Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a 
Série ISO 14000
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco
100UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
INTRODUÇÃO
Devido	grandes	avanços	nos	processos	de	industrialização	nos	anos	1990,	e	com	
objetivo	em	atender	as	demandas	da	sociedade	e	as	exigências	do	mercado	 referentes	
preocupações	com	a	qualidade	ambiental	e	com	a	conservação	dos	recursos	naturais,	as	
organizações	 responsáveis	pela	padronização	e	normalização	se	 reuniram	no	 intuito	de	
sistematizar	os	procedimentos	utilizados	pelas	empresas.
Desta	 forma	 nasce	 o	 Sistema	 de	 Gestão	 Ambiental	 com	 a	 função	 de	 orientar	
empresas	a	adequarem-se	a	determinadas	normas	de	aceitação	e	reconhecimento	geral.	
Sistema	que	com	o	passar	dos	anos	tornou-se	importante	mecanismo	a	ser	utilizado	nas	
estratégias	empresariais.	
O	 homem	 durante	 toda	 sua	 existência	 buscou	mecanismos	 para	 transformar	 a	
sociedade.	E	devido	a	essas	transformações	diversos	impactos	se	tornaram	mais	intensos.	
Desta	forma	existe	uma	maior	preocupação	por	parte	de	governantes,	organizações	não	
governamentais	e	sociedade	civil	em	se	discutir	e	implementar	políticas	voltadas	para	pla-
nejamento	e	gestão	ambiental	em	todo	o	mundo.	(RIBEIRO,	2006,	p.	153	)
Assim,	esse	capítulo	trata	das	várias	bases	que	incentivam	as	empresas	a	adotar	
e	praticar	a	gestão	ambiental.	Podendo	ser	desde	a	busca	por	atendimento	à	 legislação	
ambiental	 até	 a	 fixação	 de	 políticas	 ambientais	 que	 visem	à	 conscientização	 de	 todo	 o	
pessoal	da	organização.	
A	gestão	ambiental	só	é	efetiva	quando	envolve	 todos	os	níveis	hierárquicos	da	
empresa,	onde	todos	os	funcionários	conheçam	e	se	orientem	pela	política	ambiental	imple-
mentada.	A	gestão	ambiental	deve	ser	o	norte	da	atuação	da	empresa	e,	portanto,	envolve	
o planejamento,	o	gerenciamento,	os	modelos,	as	abordagens	e	as	ações	desenvolvidas
pela	empresa.
101UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
1. IMPORTÂNCIA E USO DOS INDICADORES AMBIENTAIS
A	construção	de	um	modelo	de	desenvolvimento	econômico	e	em	harmonia	com	a	
capacidade	de	suporte	dos	sistemas	naturais	faz	com	que	os	agentes	responsáveis	por	sua	
concepção	necessitem	de	um	amplo	levantamento	de	dados	e	informações	representativas	
das	diversas	dimensões	envolvidas	nos	processos	produtivos,	bem	como	da	condução	de	
investigações	que	possibilitem	um	melhor	entendimento	da	gestão	ambiental	 (RIBEIRO,	
2006,	p.	145).
Desta	forma	o	uso	de	indicadores	de	sustentabilidade	ambiental	cresceu	bastante,	
pois	esta	ferramenta	funciona	como	instrumento	utilizado	para	monitorar	o	desenvolvimento	
sustentável,	os	quais	são	responsáveis	por	capturar	tendências	para	informar	os	agentes	
de	decisão,	orientar	o	desenvolvimento	e	o	monitoramento	de	políticas	e	estratégias	dentro	
das	empresas.
Os	indicadores	têm	como	função	diagnosticar	a	saúde	do	ecossistema	e	fornecer	
uma	ferramenta	para	monitorar	condições	e	mudanças	ambientais	ao	longo	do	tempo.
O	IBGE	estabeleceu	63	indicadores	organizados	em	quatro	dimensões:	ambiental,	
social,	econômica	(micro	e	macro);	e	institucional	-	compreendem	a	estrutura	e	funciona-
mento	das	instituições	incluindo	instituições	clássicas;	organizações	não	governamentais	
(ONG)	 e	 empresas,	 segundo	 o	marco	 ordenador	 do	 Livro	Azul	 proposto	 em	 2001	 pela	
Comissão	de	Desenvolvimento	Sustentável	(CDS),	das	Nações	Unidas.
102UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
De	acordo	com	a	classificação	de	1993	da	Organização	para	a	Cooperação	e	o	De-
senvolvimento	Econômico	(OCDE),	os	indicadores	ambientais	podem	ser	sistematizados	
pelo	modelo	Pressão-Estado-Resposta	(PER)	que	assenta	em	três	grupos	indicadores:	
Os	indicadores	de	Pressão	descrevem	pressões	das	atividades	humanas	sobre	o	
meio	ambiente	e	que	se	traduzem	por	alterações	na	qualidade	do	ambiente	e	qualidade	
e	quantidade	dos	recursos	naturais;	indicadores	de	emissão	de	contaminantes,	eficiência	
tecnológica,	intervenção	no	território	e	de	impacto	ambiental;	
Os	indicadores	de	Estado	refletem	a	qualidade	do	ambiente	num	dado	horizonte	
espaço/	tempo;	são	os	indicadores	de	sensibilidade,	de	risco	e	de	qualidade	ambiental;
Os	 indicadores	de	Resposta	avaliam	as	respostas	da	sociedade	às	alterações	e	
preocupações	ambientais,	bem	como	à	adesão	a	programas	e/ou	implementação	de	medi-
das	em	prol	do	ambiente;	podem	ser	incluídos	neste	grupo	os	indicadores	de	adesão	social,	
de	sensibilização	e	de	atividades	de	grupos	sociais	importantes.	
A	seguir	apresenta-se	na	figura	1,	a	estrutura	conceptual	do	modelo	PER	da	OCDE:
FIGURA 01: ESTRUTURA CONCEPTUAL DO MODELO PRESSÃO-ESTADO-RESPOSTA - PER DA OCDE
Fonte:	 MINISTÉRIO	 DO	MEIO	AMBIENTE.	 Painel	 Nacional	 de	 Indicadores	 ambientais	 2012:	 referencial	
teórico,	composição	e	síntese	dos	indicadores	da	versão-piloto.	Brasília:	MMA,	2014.
Desta	forma,	segundo	a	OCDE,	para	formular	um	bom	indicador	deve-se	caracteri-
zá-lo	com	os	seguintes	requisitos,	conforme	descrito	na	tabela	1:
103UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
TABELA 01: REQUISITOS DE UM BOM INDICADOR
Fonte:	Adaptado	de	OCDE	(2002	APUD	Magalhães	2004)	Ministério	do	Planejamento,	2010.
Assim,	a	relevância	para	formulação	de	políticas	deve	ser	representativa,	de	fácil	
compreensão	e	comparável;
A	Consistência	deve	ser	bem	apoiada	em	termos	técnicos	e	científicos	e	de	con-
senso	internacional;
A	mensurabilidade	deve	ser	facilmente	mensurável	e	passível	de	ser	monitorada	
regularmente	a	um	custo	não	excessivo.
1.1 Os Indicadores segundo a Norma ISO 14.000 
FIGURA 02:QUALIDADE AMBIENTAL
Fonte:	https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/tree-sunshine-wild-forest-606468305.	Acesso:	26	jan.	2021
Os	Indicadores	segundo	a	Norma	ISO	14.000,	que	representa	uma	das	mais	sig-
nificativas	contribuições	para	a	atividade	 industrial	humana	 foi	a	Gestão	pela	Qualidade	
104UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
Total	–	GQT	(CAMPOS,	2008),	logo	estendida	aos	setores	terciário	e	primário,	bem	como	
suas	variantes,	representados	pelas	Normas	ISO	série	9000	e	ISO	série	14000.
A	NBR	 ISO	14031	 trata	especificamente	da	Avaliação	de	Desempenho	Ambien-
tal	 (ISO,	2004).	Ela	recomenda	o	uso	do	modelo	PDCA,	proveniente	da	GQT,	e	oferece	
metodologias	 para	 determinação	 de	 indicadores	 para	 avaliar	 o	 desempenho	 ambiental,	
organizados	em	dois	grupos	principais:
a) Grupo A:	indicadores	de	desempenho	ambiental,	subdivididos	em:
● Indicadores	 de	 desempenho	 de	 gestão	 (IDG):	 implantação	 de	 políticas	 e	 de
programas;	conformidades;	desempenho	financeiro;	relações	com	a	comunidade.
● Indicadores	de	desempenho	operacional	(IDO):	quantidade	de	materiais	utilizados
nos	processos;	quantidade	de	energia	utilizada	nos	processos;	serviços	de	suporte	às	ope-
rações	da	instituição;	infraestrutura	e	equipamentos	utilizados	pela	instituição;	fornecedores	
e	clientes;	produtos;	serviços	executados	pela	empresa;	resíduos	da	produção;	emissões.
b) Grupo B:	Indicadores	de	condições	ambientais	-	locais	ou	regionais	(ICA);	ar,
água,	solo,	flora,	fauna,	seres	humanos,	comunidade,	estética,	cultura	e	heranças	para	as	
próximas	gerações.
Os	indicadores	integram	o	estágio	“Check”	(Controle)	do	ciclo	PDCAe	são	absolu-
tamente	essenciais	para	a	gestão	da	qualidade.
Os	 indicadores	 e	 os	 índices	 servem	 como:	 suporte	 para	 tomada	 de	 decisões,	
ajudando	os	gestores	na	atribuição	de	fundos,	alocação	de	recursos	naturais	e	determina-
ção	de	prioridades;	comparação	de	condições	em	diferentes	locais	ou	áreas	geográficas;	
informação	sobre	o	nível	de	cumprimento	das	normas	ou	critérios	legais;	séries	de	dados	
para	detectar	tendências	no	tempo	e	no	espaço;	aplicações	em	desenvolvimentos	científi-
cos	servindo	nomeadamente	de	alerta	para	a	necessidade	de	investigação	científica	mais	
aprofundada	e	informação	ao	público	sobre	os	processos	de	desenvolvimento	sustentável.
Os	indicadores	de	desempenho	ambiental	podem	ser	muito	úteis	para	diferentes	
stakeholders	como:
1. Dar	respaldo	para	autoridades	públicas	sobre	as	emissões	de	poluentes	para	o
solo,	ar	e	água;
2. Dar	respaldo	para	as	comunidades	envolventes	sobre	os	níveis	de	ruído	junto
da	empresa,
3. Dar	respaldo	aos	clientes	sobre	o	percentual	de	fornecedores	avaliados	ambien
talmente,
105UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
4. Dar	respaldo	para	os	trabalhadores	sobre	o	número	anual	de	horas	de
formação	ambiental,
5. Dar	respaldo	para	instituições	financeiras	sobre	o	percentual	de	investimentos
em	tecnologia	de	produção	mais	limpa;
6. Dar	respaldo	para	ONG%	sobre	as	compras	de	produtos	ambientalmente	ade
quados;
A	definição	de	indicadores	ambientais	requer	o	conhecimento	de	como	a	empresa	
impacta	o	meio	ambiente,	e	esse	índice	é	detectado	através	do	mapeamento	dos	principais	
impactos	 ambientais	 que	 a	 organização	 causa;	 quais	 são	 as	 suas	 principais	 emissões,	
prevendo	a	quantificação	do	impacto	como	sua	intensidade	se	é	crítico,	moderado	ou	fraco.
Implica	ainda	em	conhecer	o	que	o	concorrente	esta	fazendo	usando	indicadores	
comparativos	de	suas	práticas	organizacionais	com	as	de	outras	empresas.	Benchmarking	
(comparações	com	referenciais)	é	uma	prática	aceita	e	difundida	na	área	da	Qualidade.	E	
quais	são	os	objetivos	da	empresa.	Os	indicadores	devem	levar	à	escolha	de	objetivos	e	
metas	factíveis	e	mensuráveis;	desta	maneira,	um	critério	formal	deve	estar	desenvolvido	
para	selecionar	objetivos	e	metas.
1.2 Pegada Ecológica 
FIGURA 03:PEGADA ECOLÓGICA
Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/concept-ecology-imprint-human-footprint-natu-
re-402170668.	Acesso:	26	jan.	2021.
Diante	de	tantos	questionamentos	pela	sociedade,	perante	o	grande	processo	de	
degradação	e	exploração	dos	recursos	naturais,	oriundos	do	consumismo	humano,	na	dé-
cada	de	90,	os	especialistas	William	Rees	e	Mathis	Wackernagel,	se	reuniram	e	começaram	
a	pesquisar	formas	de	medir	a	dimensão	crescente	das	pegadas	que	deixamos	no	planeta.
106UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
Com	a	publicação	do	livro	Pegada	Ecológica,	os	dois	cientistas	apresentaram	ao	
mundo	um	novo	conceito	que	pudesse	levar	cada	indivíduo	primeiro	a	conhecer	seu	con-
sumo	para	depois	entender	a	necessidade	de	reduzir	o	impacto	causado	por	ele	na	Terra,	
objetivando	um	sistema	mais	sustentável.
Para	Leite	e	Viana	(2001)	a	Pegada	Ecológica	é	um	indicador	de	sustentabilidade,	
uma	metodologia	de	contabilidade	ambiental	utilizada	para	medir	a	pressão	do	impacto	do	
homem	sobre	a	Terra,	que	permite	calcular	a	área	de	terreno	produtivo	em	hectares	globais	
(gha),	necessários	para	sustentar	o	estilo	de	vida	das	pessoas	no	mundo,	o	que	inclui	a	
cidade	 e	 a	 casa	 onde	 se	mora,	 os	móveis,	 as	 roupas,	 o	 transporte,	 comida,	 atividades	
realizadas	nas	horas	de	lazer,	os	produtos	que	consome.
Neste	cálculo	são	contabilizados	vários	aspectos	econômicos	e	ambientais	como:
● Área	arável	usada	para	produzir	alimentos	para	a	população;
● Área	usada	em	pastagens;
● Área	usada	para	urbanização;
● Área	 verde	 que	 deve	 ser	 disponibilizada	 para	 a	 absorção	 do	CO2	 produzido
pelas	atividades;
● Área	de	florestas	para	fornecer	recursos	naturais,	principalmente	madeira.
● Desta	forma,	Pegada	Ecológica	é	um	indicador	que	estima	a	demanda	ou	a	exi-
gência	humana	sobre	o	meio	ambiente,	considerando-se	o	nível	de	atividade	para	atender	ao	
padrão	de	consumo	atual	(com	a	tecnologia	atual).	É,	de	certa	forma,	uma	maneira	de	medir	
o fluxo	de	ativos	ambientais	de	que	necessitamos	para	sustentar	nosso	padrão	de	consumo.
A	biocapacidade	do	planeta	é	um	indicador	que	reflete	a	regeneração	(natural)	do	
meio	ambiente,	é	medida	também	em	hectare	global.	É	a	capacidade	que	o	planeta	apre-
senta	em	absorver	os	resíduos	gerados,	produzir	novos	recursos	naturais	úteis,	e	avaliar	o	
montante	de	terra	e	água,	biologicamente	produtivo,	para	prover	bens	e	serviços	do	ecos-
sistema	à	demanda	humana	por	consumo,	sendo	equivalente	à	capacidade	regenerativa	
da	natureza.
A	figura	4	demonstra	a	razão	entre	a	pegada	ecológica	e	a	biocapacidade	do	planeta.
107UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
FIGURA 04: A RAZÃO ENTRE A PEGADA ECOLÓGICA E A BIOCAPACIDADE DO PLANETA
Fonte:	Razão	entre	a	pegada	ecológica	e	a	biocapacidade	do	planeta.	Disponível	em:	https://financasfaceis.
files.wordpress.com/2012/07/razao_pegada_ecologica_2012.png.	Acesso:	28	jan.2021
Uma	razão	entre	pegada	ecológica	e	biocapacidade	do	planeta	igual	a	1	indica	que	
a	exigência	humana	sobre	os	recursos	do	meio	ambiente	é	resposta	na	sua	totalidade	pelo	
planeta,	devido	à	capacidade	natural	de	regeneração.	Se	for	maior	que	1,	a	razão	indica	
que	a	demanda	humana	é	superior	à	capacidade	do	planeta	de	se	recuperar	e,	se	for	menor	
que	1,	indica	que	o	planeta	se	recupera	mais	rapidamente
Para	o	WWF-Brasil,	 a	Pegada	Ecológica	 consiste	não	apenas	em	um	 indicador	
que	garante	uma	nova	forma	de	se	trabalhar	as	questões	ambientais,	mas	é	também	uma	
ferramenta	de	leitura	e	interpretação	da	realidade,	pela	qual	poderemos	enxergar,	ao	mes-
mo	tempo,	problemas	conhecidos,	como	desigualdade	e	injustiça,	e,	ainda,	a	construção	
de	novos	caminhos	para	solucioná-los,	por	meio	de	uma	distribuição	mais	equilibrada	dos	
recursos	naturais,	que	se	inicia	também	pelas	atitudes	de	cada	indivíduo.
108UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
2. CONCEITOS E ASPECTOS GERAIS DA GESTÃO AMBIENTAL
Confundir	os	significados	de	termos	usados	no	setor	corporativo	quando	se	fala	em	
gestão,	gerenciamento	e	administração	é	muito	comum,	e	no	meio	ambiental	 isto	também	
ocorre.	Embora	os	conceitos	sejam	bastante	parecidos,	cada	um	possui	a	sua	especificação.	
Desta	forma,	iniciaremos	a	explicação	pelo	conceito	de	administração,	o	que	fará	com	
que	o	entendimento	dos	conceitos	de	gestão	e	gerenciamento	seja	mais	facilmente	entendido.	
Na	visão	de	Chiavenato	(2001)	administração	–	Do	latim	“administrare”,	trata	dos	
aspectos	gerais	da	empresa.	Ou	seja,	a	administração	tem	como	função	criar	mecanismos	
para	solucionar	os	diversos	problemas	que	surgem	em	uma	organização,	seja	de	natureza	
financeira,	patrimonial	e	humana,	bem	como	do	marketing,	da	produção,	da	concorrência,	
do	mercado,	que	tenha	a	finalidade	atingir	os	objetivos	da	organização.	É	a	parte	que	trata	
dos	assuntos	macro	da	empresa.
Já	 o	 Gerenciamento	 compreende	 aspectos	 mais	 específicos,	 pois	 irá	 tratar	 de	
setores	ou	departamentos	de	uma	organização,	podendo	no	caso	perfeitamente	ser	o	setor	
ambiental	da	empresa.	
O	gerente	ambiental	desenvolve	práticas	para	coordenar	a	utilização	dos	recursos	
naturais,	buscando	meios	de	proteger	e	preservar	o	meio	ambiente.	Ainda	como	premissa	
principal	deve	observar	se	a	empresa	atua	em	conformidade	com	o	que	foi	estabelecido	
previamente	na	política	ambiental.
109UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
Exemplo	de	gerenciamento	na	área	de	resíduo	seria	um	conjunto	de	ações	exer-
cidas,	 direta	 ou	 indiretamente,	 nas	 etapas	 de	 coleta,	 transporte,	 transbordo,	 tratamento	
e	destinação	final	ambientalmente	adequadados	resíduos	sólidos	e	disposição	final	dos	
rejeitos	sem	agredir	o	meio	ambiente.
Já	o	termo	gestão	na	concepção	de	Azambuja	(2002,	p.	28),	[...]	está	relacionado	
à	amplitude,	sugere	ao	administrador	“o	que	fazer”,	dentro	de	uma	visão	ampla.	A	figura	do	
gerenciamento	sugere	ao	administrador	o	“como	fazer”.
Segundo	a	definição	do	Ministério	do	Meio	Ambiente	 (BRASIL,	2005),	a	Gestão	
compreende	as	ações	referentes	à	tomada	de	decisões	políticas	e	estratégicas,	quanto	aos	
aspectos	institucionais,	operacionais,	financeiros,	sociais	e	ambientais.
O	gestor	exercer	o	papel	de	forma	mais	criativa	e	habilidosa,	devendo	gerir,	geren-
ciar,	administrar,	organizar,	planejar,	pensar	o	processo	de	maneira	eficiente	do	ponto	de	
vista	das	técnicas,	das	pessoas	incentivando	a	participação,	estimulando	a	responsabilida-
de	e	autonomia	dos	funcionários,	e	do	ambiente	do	qual	irá	retirar	os	recursos	que	pretende	
transformar	em	produto	final.
O	Gestor	Ambiental	deve	utilizar-se	de	técnicas	e	conhecimentos	para	garantir	o	uso	
racional	dos	recursos	naturais.	Sua	função	consiste	em	planejar	e	executar	projetos	sempre	
visando	estratégias	sustentáveis	para	minimizar	possíveis	impactos	causados	à	natureza.
Massukado	(2004)	mostra	as	diferenças	entre	gestão	e	gerenciamento	no	quadro	1.
QUADRO 01: CARACTERÍSTICAS DIFERENCIADORAS ENTRE GESTÃO E GERENCIAMENTO.
GESTÃO GERENCIAMENTO
O	que	fazer Como	fazer
Visão	Ampla Implementação	dessa	visão
Decisões	estratégicas Aspectos	operacionais
Planejamento,	definição	de	diretrizes	e	es-
tabelecimento	de	metas.
Ações	que	visão	implementar	e	operaciona-
lizar	as	diretrizes	estabelecidas	pela	gestão
Conceber,	planejar,	definir	e	organizar. Implementar,	 orientar,	 coordenar,	 controlar	
e	fiscalizar
Fonte:	Massukado	(2004).
A	gestão	ambiental	integra:
1. A	política	ambiental	-	consiste	nos	princípios	doutrinários	de	proteger	e	conservar
o ambiente.
2. O	planejamento	ambiental	-	visa	adequar	o	uso,	controle	e	proteção	do	ambiente
que	são	descritas	formal	ou	informalmente	na	política	ambiental.
110UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
3. O	gerenciamento	ambiental	-	mecanismos	de	regulação	do	uso,	controle,	pro-
teção	e	conservação	do	meio	ambiente	com	os	princípios	doutrinários	estabelecidos	pela	
política	ambiental.
Para	Massukado	(2004)	o	gerenciamento	ambiental	é	membro	integrante	da	gestão	
ambiental.
Na	gestão	ambiental	há	também	objetivos	específicos	que	são	claramente	definidos	
pela	norma	NBR-ISO	14.001:	2004:
● Implementar,	manter	e	aprimorar	um	sistema	de	gestão	ambiental.
● Assegurar-se	de	sua	conformidade	com	a	política	ambiental	definida.
● Demonstrar	tal	conformidade	a	terceiros.
● Buscar	certificação/registro	do	seu	sistema	de	gestão	ambiental	por	uma	orga-
nização	externa.	
● Realiza	auto-avaliação	e	emite	autodeclaração	de	conformidade	com	essa	Norma.
Além	dos	objetivos	específicos,	há	outros	objetivos	a	serem	alcançados	e	que	são
de	grande	importância	para	um	desenvolvimento	sustentável:
● Uso	de	recursos	naturais	de	forma	racional.
● Adoção	de	sistemas	de	reciclagem	de	resíduos	sólidos.
● Tratamento	e	reutilização	da	água	e	outros	recursos	naturais	dentro	do	processo
produtivo.	
● Criação	de	produtos	que	provoquem	o	mínimo	possível	de	impacto	ambiental.
● Treinamento	de	funcionários	para	que	conheçam	o	sistema	de	sustentabilidade
da	empresa,	sua	importância	e	suas	formas	de	colaboração.	
● Criação	de	programas	de	pós-consumo	para	retirar	do	meio	ambiente	os	produ-
tos,	ou	partes	deles,	que	possam	contaminar	o	ambiente.
111UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
2.1 Razões que levam empresas a adotar práticas ambientais 
FIGURA 05: ENERGIA SUSTENTÁVEL 
Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/waste-energy-process-generating-form-electrici-
ty-1011811597.	Acesso:	26	jan.	2021.
Existem	 diversas	 razões	 que	 levam	 as	 empresas	 a	 adotar	 e	 praticar	 a	 gestão	
ambiental,	 que	 podem	 percorrer	 desde	 procedimentos	 obrigatórios	 de	 atendimento	 da	
legislação	ambiental	até	a	fixação	de	políticas	ambientais	que	visem	à	conscientização	de	
todo	o	pessoal	da	organização.	(FORNO,	2017).
Nesse	sentido,	Dal	Forno	(2017,	pág.	14)	ressaltar	que:
O	ambiente	é	visto,	então,	como	processos	de	natureza	e	de	sociedade,	como	
dinâmicas	de	natureza	e	como	dinâmicas	de	sociedade.	Acrescente-se	que	
a	natureza	pode	ser	vista	como	elemento	e	também	como	recurso:	elemento	
enquanto	parte,	e	recurso	enquanto	algo	que	se	pretende	usufruir.	E,	neste	
sentido,	é	bom	lembrar	que	dinâmicas	de	natureza	e	dinâmicas	de	sociedade	
têm	um	espaço	geográfico	social	de	 tempos	diferentes.	A	natureza	produz	
em	um	tempo,	e	a	sociedade	produz	em	outro	tempo,	geralmente	mais	breve,	
mais	rápido	e	mais	intenso	do	que	a	própria	natureza.	(FORNO,	2017,	p.	14).
Para	 o	 autor,	 o	 ser	 humano	 intervém	 tecnicamente	 no	 processo	 para	 satisfazer	
seus	desejos	mudando	o	fluxo	normal	e	tornando	mais	rápido	o	processo,	o	qual	não	seria	
realizado	de	forma	natural	na	natureza.	“A	natureza	é	necessária	para	a	manutenção	de	
qualquer	 forma	de	 vida.	É	 com	este	 cuidado	de	 respeito	 à	 vida	 que	 se	 deve	efetivar	 a	
gestão	ambiental.”	(FORNO,	2017,	p.	14).
As	razões	que	levam	as	empresas	a	adotar	e	praticar	a	gestão	ambiental	são:
● Os	recursos	naturais	(matérias-primas)	são	limitados	e	estão	sendo	fortemente
afetados	pelos	processos	de	utilização,	exaustão	e	degradação	decorrentes	de	atividades	
112UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
públicas	ou	privadas,	portanto	estão	cada	vez	mais	escassos	relativamente	mais	caros	ou	
se	encontram	legalmente	mais	protegidos.
● Os	bens	naturais	 (água,	 ar)	 já	 não	 são	mais	 bens	 considerados	 infinitos	 que
podem	ser	utilizados	 livremente	sem	valor	agregado.	Por	exemplo,	a	água	possui	 valor	
econômico,	ou	seja,	paga-se,	e	cada	vez	se	pagará	mais	por	esse	recurso	natural.	Deter-
minadas	indústrias,	principalmente	com	tecnologias	avançadas,	necessitam	de	áreas	com	
relativa	 pureza	 atmosférica.	Ao	mesmo	 tempo,	 uma	 residência	 num	bairro	 com	ar	 puro	
custa	bem	mais	do	que	uma	casa	em	região	poluída.
● A	legislação	ambiental	exige	cada	vez	mais	respeito	e	cuidado	com	o	meio	am-
biente,	exigência	essa	que	conduz	coercitivamente	a	uma	maior	preocupação	ambiental.
Pressões	públicas	de	cunho	local,	nacional	e	mesmo	internacional	exigem	cada	vez	
mais	 responsabilidades	ambientais	das	empresas,	 bancos,	 financiadores	e	 seguradoras	
dão	privilégios	a	empresas	ambientalmente	sadias	ou	exigem	taxas	financeiras	e	valores	
de	apólices	mais	elevadas	de	firmas	poluidoras.
A	sociedade	em	geral	e	a	vizinhança	em	particular	está	cada	vez	mais	exigente	e	crítica	
no	que	diz	respeito	a	danos	ambientais	e	à	poluição	provenientes	de	empresas	e	atividades.
Organizações	não	governamentais	estão	mais	vigilantes,	exigindo	o	cumprimento	
da	legislação	ambiental,	a	minimização	de	impactos,	a	reparação	de	danos	ambientais	ou	
impedem	a	implantação	de	novos	empreendimentos	ou	atividades.
Compradores	de	produtos	 intermediários	estão	exigindo	cada	vez	mais	produtos	
que	sejam	produzidos	em	condições	ambientais	favoráveis.
A	imagem	de	empresas	ambientalmente	saudáveis	é	mais	bem	aceita	por	acionis-
tas,	consumidores,	fornecedores	e	autoridades	públicas.
Acionistas	conscientes	da	responsabilidade	ambiental	preferem	investir	em	empre-
sas	lucrativas	sim,	mas	principalmente	que	sejam	ambientalmente	responsáveis.
Desta	forma,	a	demanda	por	produtos	cultivados	ou	fabricados	de	forma	ambien-
talmente	 compatível	 cresce	mundialmente,	 em	 especial	 nos	 países	 industrializados.	Os	
consumidores	tendem	a	dispensar	produtos	e	serviços	que	agridem	o	meio	ambiente.
113UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
3. AVALIAÇÃO DE ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS
Para	um	correto	gerenciamento	ambiental	uma	das	premissas	mais	importante	é	a	
identificação	e	avaliação	deaspectos	e	impactos	ambientais.	Constitui	o		primeiro	passo	da	
fase	de	planejamento	proposta	pela	ISO	14.001:2015,	onde	os	demais	requisitos	da	norma	
estão	ligados	a	este	passo.	
A	ISO	14.001/2015,	na	fase	de	planejamento	dentro	do	escopo	definido	no	sistema	
de	gestão	ambiental	determina	que	a	organização	deve	“identificar	os	aspectos	ambien-
tais	 relacionados	às	suas	atividades,	produtos	e	serviços	os	quais	ela	possa	controlar	e	
aqueles	que	ela	possa	influenciar,	e	seus	impactos	ambientais	associados,	considerando	
uma	perspectiva	de	ciclo	de	vida”.
Desta	 forma,	Aspectos Ambientais	 podem	 ser	 definidos	 como	 elementos	 das	
atividades,	 produtos	 ou	 serviços	 de	 uma	 organização	 que	 podem	 interagir	 com	 o	meio	
ambiente,	 causando	 ou	 podendo	 causar	 impactos	 ambientais,	 sejam	 eles	 positivos	 ou	
negativos.	(ABNT	ISO	14001:	2004)
	 O	 Conselho	 Nacional	 de	 Meio	 Ambiente	 (CONAMA),	 por	 meio	 da	 Resolução	
001/86,	conceitua	impacto	ambiental	da	seguinte	forma:
Impacto	ambiental	é	qualquer	alteração	das	propriedades	físicas,	químicas	
e	biológicas	do	meio	ambiente,	causada	por	qualquer	 forma	de	matéria	ou	
energia	resultante	de	atividades	humanas	que,	direta	ou	indiretamente,	afe-
tem:	a	saúde,	segurança	e	o	bem-estar	da	população;	as	atividades	sociais	e	
econômicas;	a	biota;	as	condições	estéticas	e	sanitárias	e	o	meio	ambiente	e	
a	qualidade	dos	recursos	ambientais	(BRASIL,	1986.p	1)	
114UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
Empreendimentos	e	atividades	que	utilizam	recursos	ambientais	e/ou	são	capazes	
de	causar	degradação	ambiental,	devem	fazer	o	Levantamento	de	Aspectos	e	 Impactos	
Ambientais	(LAIA).	
O	(LAIA)	é	o	diagnóstico	da	situação	ambiental	da	unidade	avaliada	e	auxilia	no	
processo	de	tomada	de	decisões,	trazendo	planos	de	ações	aos	gestores	para	a	mitigação	
dos	impactos	ambientais.	Esta	ferramenta	subsidia	o	SGA	(Sistema	de	Gestão	Ambiental)	
bem	como	a	certificação	da	unidade	com	base	nas	normas	ISO	14001.
Nesse	diagnóstico	a	empresa	deve	elencar	 as	 causas	dos	 impactos	ambientais	
causados	por	suas	atividades	buscando	mecanismos	para	controlar	e		prevenir	os	riscos	
que	possam	ocorrer	e	comprometam	o	meio	ambiente.
Os	dados	que	devem	fazer	parte	da	estrutura	do	LAIA	são:	Identificação	das	áreas,	
processos	 e	 atividades	 da	 empresa;	 identificação	 dos	 aspectos	 e	 impactos	 ambientais;	
frequência	ou	probabilidade	do	aspecto	ambiental;	abrangência	do	impacto	ambiental;	se-
veridade	do	impacto	ambiental;	classe	do	impacto	ambiental	e	Identificação	dos	aspectos	
ambientais	significativos.
Os	dados	 levantados	durante	o	LAIA	devem	ser	catalogados	e	separados,	para	
posteriormente	realizar	o	cruzamento	das	informações,	podendo	ser	utilizada	a	metodolo-
gia	FMEA	(Failure	Mode	and	Effect	Analysis).	Trata-se	da	Análise	do	Tipo	e	Efeito	de	Falha,	
uma	ferramenta	que	apura	os	riscos	potenciais	e	aponta	ações	de	melhoria.
O	Levantamento	de	Aspectos	e	Impactos	Ambientais	de	uma	organização	é	umas	
das	etapas	mais	importantes	para	a	implementação	de	um	Sistema	de	Gestão	Ambiental	
(SGA)	eficaz,	e	um	dos	requisitos	para	uma	empresa	conseguir	um	licenciamento	ambiental.
O	levantamento	é	obrigatório	para	empresas	que	pretendem	se	certificar	na	norma	
NBR	ISO	14001.	Um	dos	itens	da	norma	é	justamente	o	levantamento	de	aspectos	e	im-
pactos	ambientais.
3.1 Metodologias de Avaliação de Impactos Ambientais 
FIGURA 06: IMPACTOS AMBIENTAIS 
115UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
Dentro	dos	Sistemas	Produtivos	Industriais,	existem	metodologias	para	a	avaliação	
de	impactos	ambientais,	tais	como:	o	Método	GAIA	-	Gerenciamento	de	Aspectos	e	Impac-
tos	Ambientais	(LERÍPIO,	2001),	MECAIA	Modelo	Econômico	de	Controle	e	Avaliação	de	
Impactos	Ambientais	(KRAEMER,	2004),	MAICAPI	-	Metodologia	para	Avaliação	de	Impac-
tos	e	Custos	Ambientais	em	Processos	Industriais	(SILVA;	AMARAL,	2006),	Produção	Mais	
Limpa	(P+L),	Análise	do	Ciclo	de	Vida	–(ACV),	entre	outras.	
Porém,	 vale	 ressaltar	 que	 estas	 ferramentas	 de	 análise	 enfatizam	 as	 questões	
relacionadas	ao	meio	ambiente	dentro	de	um	contexto	mais	amplo	e,	prejudica	a	avaliação	
de	impactos	ambientais,	tornando	inviável	seu	uso	para	empresas	menores,	tornando	muito	
complexa	sua	implementação	e	utilização	dos		recursos	necessários.
Para	melhor	entendimento	o	Método	GAIA,	avalia	a	sustentabilidade	ambiental	da	
empresa,	através	do	mapeamento	da	cadeia	de	produção,	sensibilizando	seus	gestores.	
A	metodologia	é	considerada	dispendiosa	na	obtenção	dos	dados	e	tornando	inviável	com	
custo	muito	alto	para	ser	subsidiada	por	empresas	de	pequeno	porte.	
O	Método	MECAIA	 tem	por	objetivo	avaliar	os	 impactos	e	custos	ambientais	 in-
serindo-os	 na	 estrutura	 do	modelo	 Balanced	 Scorecard	 (BSC).	 Considera-se	 o	método	
trabalhoso	e	o	tempo	de	aplicação	longo.
A	Metodologia	MAICAPI	 avalia	 os	 impactos	globais,	 associada	à	análise	 de	 im-
pactos	 locais	e	regionais,	com	foco	no	chão	de	fábrica,	a	análise	proposta	(que	conjuga	
aspectos	ambientais	e	econômicos)	torna	sua	aplicação	demasiadamente	longa	e,	conse-
quentemente,	com	um	alto	custo	associado.
Entretanto,	é	consenso	que	a	aplicação	de	tais	metodologias	envolve	grande	es-
forço,	mobilização	de	pessoas,	complexidade	de	análises	e,	em	alguns	casos,	ao	inserir	a	
questão	ambiental	dentro	de	um	contexto	mais	amplo,	ocorre	a	perda	de	foco	da	avaliação	
de	impactos	ao	meio	ambiente	propriamente	dita.
Já	a	produção	mais	limpa	visa	à	redução	do	uso	de	matérias-primas	não	renováveis	
e	em	seu	princípio	traz	orientações	e	critérios	para	desenvolvimento	de		projeto	sustentável	
que,	se	seguidos,	podem	levar	a	avanços	úteis	em	relação	à	redução	de	custos	e	ganhos	
ambientais	(ARAÚJO,	2002).	
A	 adoção	 de	 princípios/ferramentas	 da	 produção	 mais	 limpa	 (P+L)	 consiste	 na	
incorporação	de	ideias	sobre	sustentabilidade	na	produção,	transformando-as	em	proce-
dimentos	e	práticas	com	o	objetivo	de	reduzir	desperdícios,	atender	com	maior	eficácia	às	
normas	e	requisitos	ambientais,	promover	tratamento	dos	resíduos	gerados,	resultando	na	
minimização	de	custos	(ARAÚJO,	2002).
116UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
A	 (ACV)	 é	 uma	 metodologia	 poderosa	 de	 avaliação	 ambiental	 que	 serve	 para	
quantificar	os	impactos	do	berço	ao	túmulo,	desde	a	extração	da	matéria-prima	até	o	uso	e	
descarte	final.	
Por	permitir	uma	avaliação	pormenorizada	dos	impactos	em	cada	uma	das	etapas	
de	produção,	a	Análise	de	Ciclo	de	Vida	 fornece	 informações	 valiosas	para	a	 indústria,	
conforme	demonstrada	na	figura	7	que	 representa	as	entradas	e	saídas	de	 insumos	ao	
longo	do	ciclo	de	vida	de	um	produto,	representando	todos	os	aspectos	envolvidos	ao	longo	
do	ciclo	de	vida	que	devem	ser	computados	na	ACV.
FIGURA 07: REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO CICLO DE VIDA DE UM PRODUTO
Fonte:	Adaptado	de	Rebitzer	et	al	(2004).
A	partir	da	ACV	pode-se	avaliar	a	maneira	mais	eficaz	o	ciclo	de	vida	do	produto	
para	reduzir	o	impacto	por	ele	produzido,	além	da	necessidade	de	se	engajar	com	forne-
cedores	e	consumidores	finais	para	buscar	a	minimização	de	impactos	além	das	unidades	
produtivas	da	empresa.
De	acordo	com	a	NBR	ISO	14040:2009	a	ACV	é	uma	técnica	para	avaliar	aspectos	
ambientais	e	impactos	potenciais	associados	a	um	produto	mediante:
● a	compilação	de	um	inventário	de	entradas	e	saídas	pertinentes	de	um	sistema
de	produto;
● a	avaliação	dos	impactos	ambientais	potenciais	associados	a	essas	entradas	e	saídas;
● a	interpretação	dos	resultados	das	fases	de	análise	de	inventário	e	de
● avaliação	de	impactos	em	relação	aos	objetivos	dos	estudos.
● A		Análise	de	Ciclo	de	Vida		-	ACV	pode	ajudar:
● na	identificação	de	oportunidades	para	melhorar	os	aspectos	ambientais	dos
produtos	em	vários	pontos	de	seu	ciclo	de	vida;
117UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
● na	tomada	de	decisões	na	indústria,organizações	governamentais	ou	não-go-
vernamentais	(por	exemplo,	planejamento	estratégico,	definição	de	prioridades,	projeto	ou	
reprojeto	de	produtos	ou	processos);
● na	seleção	de	indicadores	pertinentes	de	desempenho	ambiental,	incluindo
técnicas	de	medição;	e
● no	marketing	(por	exemplo,	uma	declaração	ambiental,	um	programa	de	rotula
gem	ecológica	ou	uma	declaração	ambiental	de	produto)
A	ACV	 tem	como	 linha	mestra	a	série	de	normas	 ISO	14.040	e	é	composta	por	
quatro	fases:	definição	de	objetivo	e	escopo,	análise	de	inventário,	avaliação	de	impactos	
ambientais	e	interpretação	conforme	demonstrado	na	figura	8	abaixo:
FIGURA 08: ESTRUTURA E APLICAÇÕES DA ACV
Fonte:	Norma	ABNT	NBR	ISO	10040:2009
Segundo	Castro	(2015),	além	das	ferramentas	já	citadas	relata		outros	instrumen-
tos	de	gestão	ambiental	que	visam	auxiliar	no	processo	de	planejamento,	bem	como	na	
operacionalização	da	gestão	ambiental,	de	modo	que	essa	gestão	possa	ser	integrada	de	
maneira	estratégica	por	todas	as	suas	atividades,	como:
Avaliação	do	desempenho	ambiental	(ADA)	–	Considerada	como	avaliação	evoluti-
va	do	desempenho	ambiental	de	uma	organização.	Esse	método	permite	medir	e	melhorar	
os	resultados	da	gestão	ambiental	praticada	numa	organização	ou	atividade	econômica.	
Existindo	ou	não	um	sistema	de	gestão	ambiental	 formal	 implementado	numa	entidade,	
esse	instrumento	poderá	ser	aplicado	e	pode	ser	mais	vantajoso	se	pelo	menos	alguns	as-
pectos	do	Sistema	de	Gestão	Ambiental	estiverem	implementados.	(CASTRO,	2015,	p.16)
118UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
Licenciamento	Ambiental	–	De	acordo	com	o	Ministério	do	Meio	Ambiente,	Licen-
ciamento	Ambiental	é	o	procedimento	administrativo	pelo	qual	o	órgão	ambiental	autoriza	a	
localização,	instalação,	ampliação	e	operação	de	empreendimentos	e	atividades	que	façam	
uso	de	recursos	naturais,	consideradas	efetiva	ou	potencialmente	poluidoras	ou	daquelas	
que,	sob	qualquer	forma,	possam	causar	degradação	ambiental.	(CASTRO,	2015,	p.	16).
Geoprocessamento	–	Tem	como	principal	elemento	a	 informação.	É	um	sistema	
que	 permite	 captar,	 analisar,	 consultar,	 modelar,	 recuperar	 e	 apresentar	 soluções	 com	
informações	geograficamente	referenciadas,	os	dados	são	armazenados	em	um	banco	de	
dados.	(CASTRO,	2015,	p.	16).
Educação	Ambiental	–	Tem	como	objetivo	sensibilizar	e	motivar	os	empregados	
com	relação	ao	uso	dos	recursos	naturais,	e	geralmente	são	desenvolvidos	por	profissio-
nais	 treinados	 da	 própria	 empresa	 ou	 por	 consultores	 externos.	 	A	 educação	 ambiental	
é	uma	das	 ferramentas	mais	poderosas	para	 transformar	o	comportamento	humano	e	é	
também	o	maior	 instrumento	para	desacelerar	e	 reverter	o	atual	quadro	de	degradação	
ambiental	do	planeta,	causado	principalmente	pela	cultura	contemporânea	do	consumismo	
como	gerador	de	desenvolvimento	econômico.	(CASTRO,	2015,	p.	16)
A	auditoria	ambiental	 -	é	uma	ferramenta	de	gestão	que	permite	 fazer	uma	pon-
deração	 sistemática,	 periódica,	 documentada	 e	 objetiva	 dos	 sistemas	 de	 gestão	 e	 do	
desempenho	dos	equipamentos	 instalados	em	uma	organização,	para	fiscalizar	e	 limitar	
atividades	sobre	o	meio	ambiente.	(CASTRO,	2015,	p.	16).
119UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
4. NORMA NBR ISO 14.000
As	relações	internacionais	ou	o	comércio	internacional	vem	sendo	apontado	como	
fator	capaz	de	estimular	a	adoção	de	melhores	práticas	ambientais	nas	empresas.
A	ISO	é	uma	organização	mundial	para	normalização	(International	Organization	
for	Standardization)	localizada	em	Genebra	na	Suíça,	foi	fundada	em	1947.	A	finalidade	da	
ISO	é	desenvolver	e	promover	normas	e	padrões	mundiais	que	traduzam	o	consenso	dos	
diferentes	países	do	mundo	de	forma	a	facilitar	o	comércio	internacional.	
A	ISO	tem	cento	e	dezenove	(119)	países	membros	e	a	Associação	Brasileira	de	
Normas	Técnicas	-	ABNT	é	o	representante	brasileiro.	
A	ISO	14000	é	uma	série	de	padrões	internacionalmente	reconhecidos,	por	estru-
turar	o	Sistema	de	Gestão	Ambiental	 (SGA)	de	uma	organização	e	o	gerenciamento	do	
desempenho	ambiental.	As	empresas	ao	implantar	um	SGA	devem	investir	tempo	para	o	
planejamento,	já	que	as	atividades	não	são	simples.	As	atividades	são	de	uma	complexida-
de	onde	a	administração	da	organização	precisa	envolver	todos	em	seu	processo.
Desta	forma	as	normas	da	Série	ISO	14000	foram	desenvolvidas	pelo	Comitê	Téc-
nico	207	da	INTERNATIONAL	ORGANIZATION	for	STANDARDIZATION	–	ISO	-TC	207.	
Trata-se	de	um	grupo	de	normas	que	fornece	ferramentas	e	estabelece	um	padrão	
de	Sistema	de	Gestão	Ambiental,	abrangendo	seis	áreas	bem	definidas:	
120UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
● Sistemas	de	Gestão	Ambiental	(Série	ISO	14001	e	14004);
● Auditorias	Ambientais	(ISO	14010,	14011,	14012	e	14015);
● Rotulagem	Ambiental	(Série	ISO	14020,	14021,	14021	e	14025);
● Avaliação	de	Desempenho	Ambiental	(Série	ISO	14031	e	14032);
● Avaliação	do	Ciclo	de	Vida	de	Produto	(Série	ISO	14040,	14041,	14042	e	14043);
● Termos	e	Definições	(Série	ISO	14050).
A	Norma	NBR	Série	ISO	14001	especifica	as	principais	exigências	para	a	implan-
tação	e	adoção	de	um	sistema	de	gestão	ambiental,	orientando	a	empresa	na	elaboração	
da	política	ambiental	e	no	estabelecimento	de	estratégias,	objetivos	e	metas,	levando	em	
consideração	os	 impactos	ambientais	significativos	e	a	 legislação	ambiental	em	vigor	no	
país	(ISO,	2015).	
	 Em	 suma,	 de	 acordo	 com	a	 figura	 5,	 as	 normas	 contidas	 na	Série	 ISO	14000	
são	 dirigidas	 para	 a	 organização	 e	 para	 o	 produto.	As	 normas	dirigidas	 para	 o	 produto	
dizem	respeito	a	determinação	dos	impactos	ambientais	de	produtos	e	serviços	sobre	o	seu	
ciclo	de	vida,	rotulagem	e	declarações	ambientais.	As	normas	dirigidas	para	a	organização	
proporcionam	um	abrangente	guia	para	o	estabelecimento,	manutenção	e	avaliação	de	um	
sistema	de	gestão	ambiental	(MEYSTRE,	2003).		
FIGURA 08: EXEMPLOS DE NORMAS DA SÉRIE ISO 14000
Fonte:	Meystre	(2003).		
Os	 elementos-chave,	 ou	 os	 princípios	 definidores	 de	 um	 Sistema	 de	 Gestão	
Ambiental	baseados	na	NBR	Série	ISO	14001	conforme	representados	na	figura	10	são:	
Introdução;	objetivo;	referências	normativas;	termos	e	definições;	requisitos	do	sistema	de	
gestão	ambiental	(requisitos	gerais:	(1)	Política	ambiental;	(2)	Planejamento;	(3)	Implemen-
tação	e	operação;	(4)	Verificação	e	ação	corretiva;	(5)	Análise	crítica,	pela	administração);	e	
121UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
orientações	para	o	uso	da	norma	(ISO,	2004)	são	representadas	pela	espiral	apresentada	
na	figura	abaixo:
FIGURA 09: ESPIRAL DEFINIDORES DE UM SISTEMA DE GESTÃO
 AMBIENTAL BASEADOS NA NBR SÉRIE ISO 14001
Fonte:		(CASTRO,	2015).
Para	 implementar	um	Sistema	de	Gestão	Ambiental	a	direção	da	empresa	deve	
formalizar	 que	 sua	 instituição	 deseja	 adotar	 um	SGA.	Nessa	 formalização	 é	 importante	
demonstrar	claramente	as	 intenções,	com	ênfase	nos	benefícios	a	serem	obtidos	com	a	
sua	adoção.	
Essa	medida	demonstra	que	a	alta	direção	da	empresa	está	comprometida		com	a	
realização	de	palestras	de	conscientização	e	de	esclarecimentos	da	abrangência	pretendi-
da,	realização	de	diagnósticos	ambientais,	definição	formal	do	grupo	coordenador,	definição	
de	um	cronograma	de	 implantação,	e,	finalmente,	no	 lançamento	oficial	do	programa	de	
implantação	do	SGA.	
A	 ISO	14001	é	baseada	no	ciclo	PDCA	do	 inglês	“plan-do-check-act”	–	planejar,	
fazer,	checar	e	agir	–	e	utiliza	terminologia	e	linguagem	de	gestão,	apresentando	uma	série	
de	benefícios	para	a	organização.
Através	 do	 ciclo	PDCA	a	 implantação	 de	 um	SGA,	 segundo	a	 norma	NBR	 ISO	
14001	faz	com	que	o	processo	produtivo	seja	reavaliado	continuamente,	refletindo	na	bus-
ca	por	procedimentos,	mecanismos	e	padrões	comportamentais	menos	nocivos	ao	meio	
ambiente.	
122UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambientale a Série ISO 14000
4.1 Práticas do Sistema de Gestão Ambiental
FIGURA 10: SUSTENTABILIDADE
As	 práticas	 ambientais	 são	 vistas,	 segundo	Guimarães	 (2006),	 como	 parte	 das	
responsabilidades	 sociais	 das	 empresas,	 e	 têm	 se	 tornado	 uma	 questão	 de	 estratégia	
competitiva,	marketing	de	finanças,	relações	humanas,	eficiência	operacional	e	desenvol-
vimento	de	produtos.	
Na	busca	de	procedimentos	gerenciais	ambientalmente	corretos,	incluindo	aqui	a	
adoção	de	um	Sistema	Ambiental	(SGA),	encontra	inúmeras	razões	que	justificam	a	sua	
adoção.	Assim,	os	propósitos	predominantes	podem	variar	de	uma	organização	para	outra.	
No	entanto,	eles	podem	ser	resumidos	nos	seguintes	princípios	básicos	conforme	demons-
trado	na	tabela	2,	onde	apresentamos	uma	síntese	das	práticas	do	SGA,	mais	abordadas	
na	literatura.
TABELA 02: PRÁTICAS DO SGA
PRÁTICA DEFINIÇÃO
Energia Pressupõe	 conciliar	 desenvolvi-
mento	com	uso	racional.	É	busca	por	fontes	
de	energia	limpas	e	renováveis
Resíduos Busca	 pela	 redução	 do	 peso	 ou	 o	
volume	dos	resíduos	gerados,	muitas	vezes	
modificando	 suas	 características,	 a	 fim	 de	
produzir	o	mínimo	de	resíduos	e	reduzir	seu	
grau	de	periculosidade.
Custos Produtivos Eliminar	 ou	 reduzir	 os	 impactos	
produtivos	 na	 fonte	 de	 geração,	 em	 vez	
de	 preocupar-se	 com	 seu	 tratamento	 que	
geram	custos	para	adequar-se	à	legislação.
Fornecedores A	gestão	ambiental	deve	ser	consi-
derada	uma	cadeia,	desse	modo,	nota-se	a	
imposição	a	fornecedores	diretos	e	indiretos	
de	 requisitos	 socioambientais	 associados	
ao	processo	produtivo	e/ou	ao	produto.
123UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
Água/Efluentes A	água	utilizada	na	produção	deve	
ser	 tratada	 para	minimizar	 o	 impacto	 cau-
sado	no	ambiente	e	nas	correntes	de	água,	
caso	contrário	terá	seu	uso	inviabilizado.
Legislação O	 licenciamento	 ambiental,	 como	
principal	 instrumento	 de	 prevenção	 de	
danos	ambientais,	age	de	forma	a	prevenir	
os	 danos	 que	 uma	 determinada	 atividade	
poderia	causar	ao	ambiente.
Colaboradores Ações	 como	 campanhas	 de	 moti-
vação,	 educação	 ambiental	 e	 treinamento	
dos	colaboradores	para	que	eles	assumam	
uma	postura	de	respeito	ao	meio	ambiente,	
assegurando	práticas	adequadas	na	execu-
ção	de	suas	atividades.
Fonte:	Adaptado	de	Gobbi	(2005).
Desse	modo,	salienta-se	que	as	empresas	podem	adotar	estas	práticas	por	vários	
fatores,	porém,	segundo	Gobbi	(2005),	algumas	práticas	e	valores	mais	sustentáveis	são	
distinguidos	e	disseminados	entre	as	organizações,	as	quais	tendem	a	adotá-las,	muitas	
vezes,	devido	a	pressões	externas,	assumindo	caráter	estratégico.
4.2 Benefícios e Dificuldades na Implantação da ISO 14001 
FIGURA 11: PRODUÇÃO MAIS LIMPA
Embora	o	principal	objetivo	de	uma	empresa	seja	o	lucro,	as	questões	ambientais	
têm	se	tornado	cada	vez	mais	importantes	em	função	do	aumento	da	conscientização	do	
consumidor.
Assim,	conhecida	mundialmente	a	ISO	14001	tem	como	princípio	preservar	o	meio	
ambiente	através	do	controle	dos	 impactos	ambientais	e	permite	a	empresa	demonstrar	
para	seus	consumidores	que	está	engajada	com	causas	sustentáveis.
124UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
Desperta	maior		atratividade	perante	investidores	devido	a		credibilidade	e	maior	
confiabilidade	na	marca	da	empresa,	uma	vez	que	o	certificado	representa	um	selo	susten-
tável,	e	o	mercado	visualiza		a	empresa	de	forma	positiva,	proporcionando	o		surgimento	de	
novos	negócios	internacionais.
Desta	forma	a	consciência	ecológica	está	abrindo	caminhos	para	o	desenvolvimen-
to	de	novas	oportunidades	de	negócio	e,	com	 isso,	 facilitando	a	 inclusão	das	empresas	
brasileiras	no	mercado	internacional	(SILVA;	MEDEIROS,	2004).
A	empresa	 torna-se	mais	eficaz	e	consciente,	por	 ter	maior	controle	dos	custos,	
diminuição	dos	gastos	desnecessários,	e	na	contratação	de	seguros	devido	redução	dos	
riscos	 de	 acidentes	 e	 consequentemente	 também	 evita	multas	 por	 impactos	 negativos;	
proporciona	melhoria	no	desenvolvimento	sustentável	nas	empresas	a	partir	da	implanta-
ção	do	SGA;	e	consequentemente	fomenta	auditorias	ambientais;	proporciona	criação	de	
comunicação	ambiental	nas	empresas.
Tem	maior	facilidade	de	acesso	a	empréstimos;	motivação	dos	colaboradores	para	
atingirem	metas	e	objetivos	ambientais;	influência	positiva	nos	demais	processos	internos	
de	gestão,	melhoria	do	moral	dos	colaboradores.
Na	tabela	3	são	demonstrados	alguns	dos	benefícios	obtidos	com	a	ISO	14001	de	
forma	resumida.
TABELA 03: BENEFÍCIOS OBTIDOS COM O ISO 14001
BENEFÍCIOS DEFINIÇÃO
Custos produtivos Redução	de	custos.	Maior	reaproveitamento	
dentro	da	própria	organização
Imagem organizacional O	SGA	promove	a	conformidade	com	a	le-
gislação,	à	minimização	de	impactos	negati-
vos	ao	ambiente,	isso	resulta	na	melhoria	da	
imagem	da	organização	junto	à	sociedade.	
Atendimento a legislação Redução	 dos	 custos	 inerentes	 ao	 cum-
primento	 da	 legislação,	 devido	 ao	 fato	 de	
a	 empresa	 adequar-se	 antes	 de	 receber	
multas,	e	também	tem	um	tempo	para	ade-
quação	maior.
Conscientização dos colaboradores Ao	 estabelecer-se,	 o	 SGA	 promove	 a	
definição	 de	 funções,	 responsabilidades	
e	 autoridades,	 levando	 a	 um	 aumento	 da	
conscientização	e	motivação	dos	colabora-
dores	para	estas	questões	ambientais.
Benefícios intangíveis Melhoria	 do	 gerenciamento,	 padronização	
dos	processos,	 rastreabilidade	de	 informa-
ções	técnicas,	etc.
Fonte:	Oliveira	&	Serra	(2010)
125UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
Contudo	 a	 ISO	 14001	 precisa	 que	 as	 organizações	 desenvolvam	 uma	 política	
ambiental	 comprometida	 com	as	necessidades	de	prevenir	 poluição,	melhoria	 contínua;	
que	demonstre	os	aspectos	ambientais	de	sua	operação	e	atenda	as	exigências	 legais,	
fixe	 objetivos	 e	 metas	 consistentes	 com	 política	 ambiental	 e	 estabelece	 um	 programa	
de	gerenciamento	ambiental;	 implementa	e	operacionalize	um	programa	que	 inclua	uma	
estrutura	e	responsabilidade	definida,	treinamento,	comunicação,	documentação,	controle	
operacional,	e	preparação	para	atendimento	a	emergências;	confira	as	ações	corretivas	
incluindo	o	monitoramento,	a	correção,	a	ação	preventiva	e	a	auditoria;	e	faça	uma	revisão	
do	gerenciamento.
Complementando,	Oliveira	&	Serra	(2010)	ressaltam	que	existem	vários	entraves	
na	gestão	de	um	SGA	com	base	na	norma	NBR	 ISO	14001	conforme	demonstrado	na	
tabela	4.
TABELA 04: DIFICULDADES DE IMPLEMENTAÇÃO ISO 14001
DIFICULDADE DEFINIÇÃO
Recursos econômicos Problemas	 de	 caráter	 econômico	
devido	à	falta	de	recursos	financeiros	para	
aquisição	de	tecnologias	mais	avançadas.
Legislação Dificuldades	 de	 implementação	
de	 procedimentos	 de	 avaliação	 periódicas	
inerentes	 ao	 cumprimento	 da	 legislação	
ambiental	aplicável.
Cultura dos colaboradores Dificuldade	de	 internalização	pelos	
colaboradores	do	real	significado	de	desen-
volvimento	sustentável,	bem	como	rejeição	
a	novos	paradigmas	e	novas	práticas.
Realizar a mensuração Dificuldade	 de	mesurar	 os	 resulta-
dos	 da	 implementação	 de	 um	 SGA,	 visto	
que	 este	 é	 um	 tópico	 complexo	 e	 pouco	
abordado	nas	organizações.
Profissionais Dificuldade	de	encontrar	pessoas	e	
fornecedores	com	a	qualificação	e	experiên-
cia	necessária	para	implementar	o	SGA	de	
maneira	correta	e	eficaz.
Fonte:	Oliveira	&	Serra	(2010).
No	Brasil,	tem	aumentado	consideravelmente	o	número	de	empresas	que	desen-
volvem	a	gestão	ambiental	com	base	na	norma	NBR	ISO	14001	(SILVA;	MEDEIROS,	2004).
A	norma	NBR	ISO	14001	estabelece	um	conjunto	de	requisitos	necessários	que	
precisam	ser	cumpridos	pelas	empresas	e	organizações,	 independente	do	segmento	ou	
tamanho,	para	estar	de	acordo	com	princípios	estabelecidos	pela	legislação.	E	para	aten-
126UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
der	a	ISO	14001,	as	organizações	precisam	identificar	qual	é	a	legislação	aplicável	desteescopo	ao	seu	negócio	e	monitorar,	constantemente,	o	atendimento	aos	requisitos	legais.	
Esse	monitoramento	deve	ser	de	forma	documentada,	para	evidenciar	o	atendimento	das	
disposições	da	ISO	14001.	(NBR	ISO	14001,	2004).
4.3 Etapas de Implantação de Sistema de Gestão Ambiental- SGA 
FIGURA 12: IMPLANTAÇÃO SGA
Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/iso-integrated-management-system-triangle-compri-
ses-1653912550.	Acesso:	26	jan.	2021.	
A	empresa	ao	implantar	um	SGA	está	buscando	mecanismos	para	que	seus	proces-
sos	produtivos	tenham	uma	política	ambiental	estabelecida	em	padrões	comportamentais	
menos	nocivos	ao	meio	ambiente	(CAMPOS;	MELO,	2008).	
Assim,	 conforme	 demonstrado	 na	 figura	 12	 apresenta	 de	 forma	esquemática,	 o	
fluxo	do	processo	de	melhoria	contínua	do	sistema	de	gestão	ambiental.
FIGURA 13: FLUXO DO PROCESSO DE MELHORIA CONTÍNUA DO 
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL
Fonte:	Sistema	de	Gestão	Ambiental	(NBR	ISO	14001:	2004)
127UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
Entretanto,	é	importante	ressaltar	que	a	implementação	de	um	sistema	de	gestão	
ambiental	não	tem	fronteiras	de	estanques,	ou	seja,	existem	ou	podem	existir	intersecções	
entre	atividades	inseridas	em	diferentes	etapas.
Assim,	 as	 principais	 etapas	 de	 implantação	 do	 SGA	 são	 constituídas	 por	 cinco	
princípios	e	em	cada	um	deles	demonstraremos	as	etapas	necessárias	para	que	o	SGA	
seja	corretamente	implantado.
Primeiramente	a	empresa	precisa	realizar	levantamento	da	situação	inicial,	onde	se	
conhece	a	realidade	da	empresa	em	relação	à	questão	ambiental.	Analisa	a	organização	
no	que,	como	e	com	o	quê	faz,	identificando	todas	as	suas	atividades,	observando	como	
desenvolve	o	processo	produtivo,	embalagem	e	 transporte,	desempenho	ambiental	e	as	
práticas	dos	subcontratados	e	fornecedores,	gestão	de	resíduos,	etc.	
Neste	momento	a	empresa	realiza	uma	auditoria	interna	com	objetivo	de	perceber	
a	atual	situação	que	se	encontra.
Em	 seguida	 realizar	 a	 sensibilização	 da	 gestão	 é	 o	 momento	 de	 apresentar	 o	
resultado		do	diagnóstico	inicial	e	sensibilizar	a	gestão	de	topo	para	as	vantagens	de	imple-
mentação	de	um	SGA.
Posteriormente	deve	aplicar	o	primeiro	princípio	que	de	acordo	com	o	(DOCUMEN-
TOS	39,	EMBRAPA	MEIO	AMBIENTE,	2004,	p.	10	-	15)	relata:
Princípio 1. Política Ambiental 
A	 norma	 NBR	 Série	 IS0	 14001	 define	 Política	Ambiental	 como	 “Declaração	 da	
organização	das	suas	intenções	e	princípios	com	relação	a	seu	desempenho	global	e	que	
devem	nortear	o	planejamento	de	ações	e	o	estabelecimento	de	seus	objetivos	e	metas	
ambientais”.	Entender	que	 ISO	deve	ser	um	compromisso	de	 todos	e	ser	alinhada	com	
outras	políticas	da	empresa.
A	 política	Ambiental	 deve	 considerar a missão, visão, valores, essenciais e 
benéficos da organização.	Ser	estabelecida	após	a	revisão	ambiental	inicial	da	empresa	
pela	alta	administração	e	revisada	ao	final	de	cada	ciclo,	mas	imutável	dentro	de	um	ciclo.
A	Política	Ambiental	da	empresa	deve	ser	estabelecida	por	meio	de	um	documento	
escrito,	uma	carta	de	compromisso	da	empresa	abordando	todos	os	valores	e	filosofia	da	
empresa	relativa	ao	meio	ambiente,	bem	como	aponte	os	requisitos	necessários	ao	aten-
dimento	de	sua	política	ambiental,	por	meio	dos	objetivos,	metas	e	programas	ambientais	
(REIS	&	QUEIROZ,	2002).
128UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
Segundo	Reis	&	Queiroz	 (2002)	 a	Série	 ISO	 14001,	 no	 seu	 requisito	 relativo	 à	
política	ambiental,	afirma	que:	
A	alta	administração	deve	estabelecer	a	política	ambiental	da	empresa	e	assegurar	
que	 ela:	 seja	 apropriada	 à	 natureza,	 escala	 e	 impactos	 ambientais	 de	 suas	 atividades,	
produtos	ou	serviços;	 inclua	o	compromisso	com	a	melhoria	contínua	e	a	prevenção	da	
poluição;	inclua	comprometimento	com	a	legislação	e	normas	ambientais	aplicáveis	e	de-
mais	requisitos	subscritos	pela	organização;	forneça	a	estrutura	para	o	estabelecimento	e	
revisão	dos	objetivos	e	metas	ambientais;	esteja	disponível	para	o	público.	(DOCUMENTOS	
39,	EMBRAPA	MEIO	AMBIENTE,	2004,	p.10).
É	na	definição	da	política	ambiental	que	a	gestão	da	empresa	 formaliza	o	
compromisso	em	trabalhar	de	maneira	que	promova	a	proteção	e	promoção	
ambiental.	É	preciso	definir	a	equipe	e	avaliar	as	competências	de	que	dis-
põe.	Pois	assim,	a	organização	decide	acerca	da	necessidade	de	contratar	
ajuda	externa	uma	vez	que	a	maior	parte	das	organizações	não	dispõe	de	ne-
nhum	especialista	em	SGA	pelo	que	é	aconselhável,	contratar	um	consultor	
especialista	em	sistemas,	a	fim	de	a	organização	ficar	com	uma	perspectiva	
mais	correta	e	realista	do	trabalho	a	desenvolver.	A	equipe	deverá	participar	
na	definição	e	elaboração	da	documentação	do	SGA,	garantir	a	implemen-
tação	do	SGA	e	promover	a	motivação	e	envolvimento	dos	colaboradores.	
(DOCUMENTOS	39,	EMBRAPA	MEIO	AMBIENTE,	2004,	p.	10).	
Princípio 2. Planejamento 
Nesta	etapa	a	Série	ISO	14001	orienta	que	a	organização	avalie	a	política	ambiental	
estabelecida	e	elabore	seu	plano	de	forma	que	possa	atender	todos	os	requisitos	por	ela	
estabelecidos.	A	Série	ISO	14001	orienta	que	este	plano	deve	conter:	aspectos	ambientais;	
requisitos	legais	e	outros	requisitos;	objetivos	e	metas;	e	programas	de	gestão	ambiental.		
1. Aspectos ambientais
Neste	 item	a	norma	pretende	fazer	com	que	a	organização	tenha	claro	todos	os
significativos,	reais	e	potenciais	impactos	ambientais	que	possa	ocasionar	no	desenvolvi-
mento	de	suas	atividades,	produtos	e	serviços,	para	que	possa	controlar	os	aspectos	sob	
sua	responsabilidade	(MEYSTRE,	2003).	Reis	&	Queiroz	(2002)	esclarecem	que	segundo	
esta	norma,	aspecto	ambiental	significa	a	causa	de	danos	ambientais	e	impacto	ambiental	
significa	os	seus	efeitos	ambientais,	adversos	ou	benéficos.	
2. Requisitos legais e outros requisitos
A	Organização	deve	demonstrar	que	tem	pleno	conhecimento	de	toda	a	legislação
ambiental	aplicável	e	conhece	as	suas	implicações	e	aplica	os	procedimentos.
129UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
3. Objetivos e metas
Devem	refletir	os	aspectos	e	impactos	ambientais	significativos	e	relevantes	visando
o desdobramento	em	metas	e	objetivos	ambientais	a	serem	alcançados	operacionalmente
por	setores	específicos	da	empresa,	com	definição	das	responsabilidades.	Buscar		definir
as	metas	com	objetivo	de	melhoria	contínua	do	SGA;	Esforço	contínuo	para	evitar/minimi-
zar	impactos	ambientais.	Os	objetivos	devem	ser	específicos	e	as	metas	mensuráveis.	As
metas	ambientais	devem	apresentar	requisito	detalhado	de	desempenho	ambiental	passí-
vel	de	ser	quantificado	e	praticável,	aplicável	à	organização	ou	parte	dela,	decorrente	dos
objetivos	ambientais.	A	meta	deve	ser	proposta	e	alcançada	para	que	sejam	considerados
cumpridos	os	objetivos.
Exemplo:	quantidade	de	resíduos	por	tonelada	de	produtos.
4. Programas de Gestão Ambiental
É	o	estabelecimento	de	roteiro	com	cronograma	de	execução,	que	seja	possível
fazer	comparações	entre	o	previsto	e	o	realizado,	alocação	de	recursos	financeiros,	às	ati-
vidades,	definição	de	responsabilidades	e	prazos	para	cumprimento	dos	objetivos	e	metas	
estabelecidos.	Deve-se	considerar	o	que?	Quando?	Por	quê?	Onde	e	como?	Ferramenta	
básica	do	planejamento.
.		
5.Princípio 3. Implementação e Operação
É	neste	princípio	que	a	empresa	deve	desenvolver	os	mecanismos	de	apoio	ne-
cessários	para	atender	o	que	está	previsto	em	sua	política,	e	nos	seus	objetivos	e	metas	
ambientais.	
6. Estrutura organizacional e Responsabilidade
Como	o	próprio	nome	diz,	é	o	momento	de	definir	as	funções,	responsabilidades
e	autoridade,	documentadas	ainda	repassadas	no	intuito	de	facilitar	o	desenvolvimento	de	
uma	gestão	ambiental	eficaz.	E	cabe	a	administração	o	 fornecimento	dos	 recursos	seja	
financeiro	ou	tecnológico	necessário	à	implantação	e	controle	do	sistema	de	gestão	am-
biental.
130UNIDADE IV Diretrizes Sobre GestãoAmbiental e a Série ISO 14000
2. Treinamento, Conscientização e Competência
Cabe	à	empresa	desenvolver	treinamentos	que	propiciem	aos	seus	empregados
a	 conscientização	 da	 importância	 e	 responsabilidade	 em	 atingir	 a	 conformidade	 com	 a	
política	ambiental;	conhecimento	para	avaliar	os	impactos	ambientais	significativos,	reais	
ou	potenciais	de	suas	atividades.
3. Comunicação
Este	item	relata	a	importância	da	empresa	criar,	desenvolver	e	demonstrar	e	manter
procedimentos	para	a	comunicação	 interna	e	externa.	Criar	canais	de	comunicação	que	
seja	claro,	e	possa	fluir	regularmente	com	informações	organizacionais	e	técnicas	entre	os	
vários	níveis	e	funções	dentro	da	organização.	Ter	a	prática	de	documentar	todas	as	infor-
mações	relevantes	recebidas	e	enviadas	das	partes	externas	interessadas	nos	aspectos	
ambientais	e	no	sistema	de	gestão	ambiental.	(MOREIRA,	2001).	
4. Documentação do Sistema de Gestão Ambiental
Segundo	documentos	39,	Embrapa	Meio	Ambiente	(2004,	p.	12)	A	documentação
deve	assegurar	que	o	sistema	de	gestão	ambiental	seja	compreendido	pelo	público	interno	
e	externo	com	o	qual	a	empresa	mantém	relações,	tais	como	clientes,	fornecedores,	go-
verno,	sociedade	civil	em	geral,	etc.	Defina	os	tipos	de	documentos	que	podem	variar	em	
função	do	porte	e	complexidade	da	empresa,	podendo	ser	sob	a	forma	física	ou	eletrônica.	
(Embrapa	Meio	Ambiente,	2004,	p.	12).	Consiste	em	integrar	e	compartilhar	com	a	docu-
mentação	de	outros	sistemas;	identificar	e	atualizar	periodicamente;	documentação	típica	
do	SGA;	manual	do	SGA;	procedimentos	operacionais;	instruções	de	trabalho	e	registros.
5. Controle de documentos
As	evidências	que	relatam	a	responsabilidade	ambiental	dentro	dos	processos	de-
senvolvidos	pela	empresa	devem	ser	localizadas,	analisadas	e	periodicamente	atualizadas	
quanto	à	conformidade	com	os	regulamentos,	leis	e	outros	critérios	ambientais	assumidos	
pela	empresa.	Devem	estar	atentas	as	versões	atualizadas	da	norma	e	atender	os	requisi-
tos	exigidos	pela	Série	14001.
131UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
6. Controle operacional
A	empresa	que	se	propõe	adotar	sistema	de	gestão	ambiental	deve	periodicamente
fazer	controle	operacional	onde	identificará	as	atividades	potencialmente	poluidoras	visan-
do	garantir	melhor	desempenho	ambiental	principalmente	no	compromisso	assumido	em	
sua	política	ambiental	relacionado	à	“prevenção	da	poluição”.
7. Preparação e atendimento a emergências
Neste	quesito	retrata	a	importância	do	estabelecimento	de	ações	de	contingências. 
Essas	ações	devem	ser	de	conhecimento	de	todos	os	funcionários	envolvidos	no	processo	
no	intuito	de	agir	com	rapidez	em	situações	de	emergências	e	eventos	não	controlados.	
Consiste	em	identificar	e	classificar	áreas	de	riscos	e	processos	críticos;	identificar	riscos	
potenciais	de	acidentes	e	situações	emergências	(questões	de	saúde,	segurança	e	aspec-
tos	ambientais)	e	responder	prontamente	e	adequadamente	às	situações	adversas.
Princípio 4. Verificação e Ação Corretiva 
Nesta	 etapa	 é	 o	momento	 de	 avaliar	 se	 o	 que	 foi	 estabelecido	 na	 política,	 nos	
objetivos	e	metas	está	sendo	cumprido.	Hora	de	comparar	o	previsto	e	realizado.	Avaliar	
se	a	empresa	está	operando	de	acordo	com	o	programa	de	gestão	ambiental	previamente	
definido,	identificando	aspectos	não	desejáveis	e	mitigar	quaisquer	impactos	negativos,	
além	de	tratar	das	medidas	preventivas.		
	A	Verificação	e	Ação	Corretiva	são	etapas	orientadas	por	quatro	características	
básicas	do	processo	de	gestão	ambiental:	Monitoramento	e	Medição,	Não	conformidades	
e	Ações	Corretivas	e	Preventivas,	Registros,	e	Auditoria	do	SGA.
1. Monitoramento e Medição
O	sistema	de	gestão	ambiental	envolve	as	fases	de	planejamento,	implementação,
execução,	operação	e	avaliação	dos	resultados	alcançados.	No	entanto,	é	preciso	também	
monitorar	e	controlar	para	verificar	a	existência	de	desvios	e	corrigi-los,	ou	seja,	estabelecer	
medidas-padrão	para	a	verificação	do	desempenho	ambiental	das	empresas.	Segundo	Mo-
reira	(2001),	monitorar	um	processo	significa	acompanhar	a	evolução	dos	dados,	ao	passo	
que	controlar	um	processo	significa	manter	o	processo	dentro	dos	limites	preestabelecidos.	
132UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
2. Não conformidades e Ações Corretivas e Preventivas
As	pessoas	responsáveis	por	esta	etapa	precisam	ter	bem	definidos	o	conceito	de
“Não	conformidade”	e	a	responsabilidade	pela	observação	da	documentação,	comunicação	
e	correção	das	“Não	conformidades”.
A	norma	estabelece	como		“Não	conforme”		quando	a	empresa	não	atinge	os	obje-
tivos	ou	não	consegue	evidenciá-las.	Encontra	desvio	nos	padrões	estabelecidos.	As	ações	
preventivas	devem	apoiar-se	na	possibilidade	de	ocorrência	de	“não-conformidades”	e	as	
ações	corretivas	devem	ser	pautadas	em	procedimentos	que	possibilitem	a	eliminação	da	
não-conformidade	e	sua	não	recorrência.
3. Registros
Neste	quesito	a	empresa	deve	adotar	mecanismos	para	registrar	as	atividades	do
SGA,	incluindo	informações	sobre	os	treinamentos	realizados.	Esses	registros	servirão	de	
evidências	na	auditoria.
4. Auditoria do Sistema de Gestão Ambiental
Por	 auditoria,	 entende-se	 o	 procedimento	 de	 verificação	 se	 a	 empresa	 cumpriu
todas	 as	 etapas	 de	 implementação	 e	manutenção	 do	 sistema	 de	 gestão	 ambiental.	As	
auditorias	 do	 sistema	de	 gestão	 ambiental	 devem	 ser	 periódicas,	 sendo	 recomendadas	
duas	auditorias	internas	por	ano.	
Visa	determinar	se	o	SGA	está	em	conformidade	com	as	disposições	planeadas	
para	a	gestão	ambiental,	incluindo	os	requisitos	da	norma,	avalia	periodicamente	se	o	SGA	
está	adequadamente	 implementado	e	mantido;	verifica	conformidade	de	 todas	as	ações	
planejadas	para	o	gerenciamento	ambiental	(política,	objetivos,	metas)	inclusive	os	requisi-
tos	da	Norma	ISO	14001	e	preve	informações	sobre	os	resultados	para	a	alta	administração.
Princípio 5. Análise Crítica 
Nesse	momento,	passado	a	avaliação	da	auditoria,	a	empresa	verá	algumas	alte-
rações	em	seu	ambiente	interno	e	externo.	Essas	alterações	correspondem	a	pressões	do	
mercado	que	exigirá	posturas	ambientalmente	corretas	da	empresa	devido	compromisso	
assumido	de	melhoria	contínua	em	seu	SGA.
Assim,	cabe	nesse	momento	reavaliar	se	há	necessidade	de	possíveis	alterações	
na	política	ambiental	definida,	nos	objetivos	e	metas	propostos,	ou	seja,	uma	constante	
avaliação	no	intuito	de	melhorar	os	processos	continuamente.
133UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
5. AUDITORIA AMBIENTAL – CONCEITOS
Diretamente	 correlacionado	 com	 sustentabilidade	 está	 o	 desenvolvimento	 sus-
tentável,	cuja	definição,	de	acordo	com	as	Nações	Unidas	(2005),	é	o	“desenvolvimento	
que	atende	às	necessidades	da	geração	atual	sem	comprometer	a	capacidade	das	futuras	
gerações	 de	 terem	 suas	 próprias	 necessidades	 atendidas”,	 o	 que	 implica	 não	 apenas	
salvar	 o	 planeta	 levando	 em	consideração	 a	 ecologia,	mas	 também	o	 atendimento	 das	
necessidades	das	gerações	atuais	e	futuras	sem	esgotar	os	recursos	naturais	existentes.		
Dalla	(2012,	p.	43),	complementa	o	conceito	ora	apresentado	com	a	seguinte	definição:	
Em	 essência,	 o	 desenvolvimento	 sustentável	 é	 um	 processo	 de	 transfor-
mação	no	qual	a	exploração	dos	 recursos,	a	direção	dos	 investimentos,	a	
orientação	do	desenvolvimento	tecnológico	e	a	mudança	institucional	se	har-
monizam	e	reforçam	o	potencial	presente	e	futuro,	a	fim	de	atender	às	neces-
sidades	e	aspirações	humanas	(Dalla,	2012,	p.	43).
No	pensamento	de	ser	sustentável	e	diante	da	desenfreada	exploração	dos	recur-
sos	naturais	em	prol	do	desenvolvimento	econômico,	gerou-se	a	necessidade	de	uma	ava-
liação	concisa	e	minuciosa	de	processos	produtivos,	fazendo	com	que	órgãos	ambientais	
começassem	a	avaliar	de	forma	mais	criteriosa	as	organizações	que	causam	agressões	ao	
meio	ambiente.
Corroborando	paratal	situação,	mais	acordos	internacionais,	tratados	de	comércio	
e	mesmo	tarifas	alfandegárias	incluem	questões	ambientais	na	pauta	de	negociações	culmi-
nando	com	exigências	não	tarifárias	que	em	geral	afetam	produtores	de	países	exportadores.
134UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
Desta	forma,	para	atender	tais	exigências	estabelecidas	nos	acordos	internacionais,			
os	anseios	da	comunidade	e	legislação,	empresários,	compradores	e	principalmente	impor-
tadores,	buscando	a	certificação	ambiental	podendo	ser	caracterizada	como		“Selo	Verde”,	
ou		rotulagem	ambiental.
Alguns	pesquisadores	acreditam	ser	fundamental	a	criação	de	um	modelo	nacional	
de	certificação	ambiental.	Porém,	o	que	se	deve	observar	é	que	estes	não	se	tornem	uma	
“rotulagem	verde”	ou	apenas	um	meio	publicitário	para	viabilizar	empreendimentos	que	car-
regam	consigo	“carimbos”	e	“rótulos”	de	atitudes	ecologicamente	corretas.	
A	tendência	do	mercado	nacional,	no	entanto,	aponta	para	uma	crescente	valorização	
das	certificações,	como	o	Sistema	ISO,	o	INMETRO,	o	selo	PROCEL	de	eficiência	energética,	
entre	outros.	De	certo,	o	destaque	publicitário	ou	mercadológico	proveniente	da	certificação	
ou	da	aplicação	de	um	selo	sempre	ocorrerá.	Mas	isto	deve	ser	consequência	e	não	objetivo.	
Afinal,	 se	 a	 publicidade	 conquistada	 com	a	 obtenção	 de	 um	 certificado	 se	 tornar	
objetivo	principal	 e	motivação	para	obtê-lo,	 os	meios	avaliados	para	a	 obtenção	do	 selo,	
razão	principal	da	existência	de	uma	metodologia,	podem	ser	negligenciados	por	tornarem,	
neste	caso,	de	importância	secundária.
A	Certificação	Ambiental	é	concedida	a	empresas	que,	nos	processos	de	geração	de	
seus	produtos,	respeitam	os	dispositivos	legais	referentes	às	questões	ambientais	e	apresen-
tam	determinados	procedimentos	exigidos	pelo	órgão	certificador.	Pode	ser	concedida	tanto	
para	empresas	que	geram	produtos	(indústrias	em	geral),	como	para	prestadoras	de	serviços	
(consultorias,	comércio,	etc.).		
A	análise	do	processo	produtivo	deve	envolver	desde	a	obtenção	de	matéria	prima,	
o descarte	de	resíduos,	a	qualidade	ambiental	do	produto	gerado,	reciclagem,	biodegradabi-
lidade,	etc.
	A	Certificação	Ambiental	surgiu	pela	necessidade	de	diferenciar,	inovar	os	produtos	
que	apresentavam	um	desempenho	ambiental	adequado,	considerando	sua	utilização	pelo	
consumidor	e	os	demais	aspectos	citados	anteriormente.	Com	o	tempo,	o	processo	de	pro-
dução,	desde	a	matéria-prima	até	a	disposição	de	resíduos,	começou	a	ser	o	principal	fator	
para	a	obtenção	da	certificação	ambiental	(RIBEIRO,	2006,	p.	154)
Assim,	segundo	Ribeiro	(2006),	no	campo	de	atuação	da	auditoria	ambiental,	para	
obtenção	do	selo	verde	como	qualquer	outra	especificidade	compreende:
o exame	sistemático	ou	vistoria	de	caráter	técnico	e	especializado	dos	pro-
cessos	em	uma	empresa.	A	auditoria	ambiental	volta-se	para	as	práticas	e
procedimentos	 utilizados	 na	 operacionalização	 do	 controle	 e	 conservação
ambiental,	comparativamente	aos	parâmetros	estabelecidos	no	sistema	de
gerenciamento	adotado,	com	vistas	à	continuidade	da	empresa	sem	agres-
são	ao	meio	ambiente	(RIBEIRO,	2006,	p.	154).
135UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
Lerípio	 (2009,	p.	7),	conceitua	muito	bem	Auditoria	Ambiental,	dizendo	 “[...]	uma	
ferramenta,	que	possibilita	um	‘retrato’	instantâneo	do	processo	produtivo,	passando	a	ser	
possível	 identificar	os	pontos	 ‘fortes’	e	 ‘fracos’	da	organização	com	o	meio	ambiente.”,	e	
defende	 como	 “[...]	 um	 processo	 sistemático	 e	 documentado	 de	 verificação	 para	 obter,	
avaliar	e	reportar	fatos	de	conformidade	ou	não	conformidade	ambiental,	de	acordo	com	
algum	critério	definido	previamente”.		
Esse	processo	sistemático	e	documentado	de	verificação	pode	ser	 realizado	de	
forma	interna	ou	externa	por	uma	pessoa	ou	uma	equipe,	pertencente	ou	não	aos	quadros	
da	organização,	que	age	em	nome	do	órgão	superior	de	administração	da	organização.	
Tem	o	comando	liderança	do	auditor	líder	que	será	o	comandante	do	processo	avaliativo	
do	 desempenho,	 comprometimento	 ambiental	 e	 a	 conformidade	 legal	 quanto	 à	 política	
ambiental	de	uma	organização.
Dentro	desse	processo	as	auditorias	ambientais	oferecem	diversas	vantagens	como:	
avaliação	do	cumprimento	de	normas	ambientais;	avaliação	do	cumprimento	das	políticas	
e	 estratégias	 empresariais;	 favorece	 uma	 tomada	 de	 consciência	 em	 relação	 à	 políticas	
ambientais	por	parte	dos	trabalhadores	Identifica	novos	processos	de	trabalho	que	possam	
minimizar	de	forma	significativa	a	produção	de	resíduos	e	o	uso	de	energia;	fornece	uma	base	
de	dados	atualizada	que	pode	ser	utilizada	como	apoio	à	tomada	de	decisões	e	emergências;	
avaliação	de	cursos	de	formação	e	fornece	informação	aos	trabalhadores;	Criação	de	opor-
tunidade	para	os	gestores	darem	crédito	às	boas	práticas	ambientais	uma	vez	que	podem	ter	
implicações	na	redução	dos	custos	e	melhoria	da	imagem	ambiental	das	empresas.
5.1 Tipos De Auditoria Ambiental
FIGURA 14: ISO 14.001
Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/iso-14001-environmental-management-system-vector-1428961184.	
Acesso:	26	jan.	2021.	
136UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
As	auditorias	devem	ser	 realizadas	por	profissionais	que	conhecem	o	assunto	a	
ser	auditado;	pessoas	que	não	estão	envolvidas	na	atividade	auditada;	podem	ter	escopo	
variado,	havendo	necessidade	de	definição	de	sua	abrangência	e	dela	participam	três	per-
sonagens	bem	definidos:	cliente,	o	auditado,	o	auditor.
Segundo	Lerípio	(2009)	as	auditorias	ambientais	são	classificadas	quanto	à	forma	
de	aplicação	da	mesma	e	ao	envolvimento	dos	profissionais	auditores,	ou	seja,	de	acordo	
com	a	parte	auditora,	critérios	da	auditoria,	e	objetivos.
A	classificação	de	acordo	com	a	parte	Auditada	pode	ser:
● Auditoria Interna:	realizada	periodicamente	pelos	funcionários	da	própria	empre-
sa	ou	contratados	por	ela,	geralmente,	como	preparação	para	auditorias	de	terceira	parte.
● Auditoria de Segunda Parte (Externa):	são	 realizadas	por	 terceiros,	que	 te-
nham	interesse	no	resultado	da	auditoria.	São,	por	exemplo,	fornecedores,	clientes	e	outras	
partes	interessadas,	porém	sem	o	objetivo	de	certificação.	Geralmente	são	utilizadas	para	a	
verificação	de	empresas	durante	um	processo	de	contratação	e,	por	isso	podem	se	basear	
em	critérios	definidos	pelo	realizador	da	auditoria;	
● Auditoria de Terceira Parte (Externa):	são	as	auditorias	de	certificação,	re-certi-
ficação,	ou	manutenção	do	certificado.	São	realizadas	sempre	por	terceiros	independentes,	
que	não	 tenham	 interesses	no	 resultado	da	auditoria,	geralmente	um	órgão	certificador.	
Auditorias	de	certificação	dos	sistemas	de	gestão	ambiental	ISO	14001.
A	classificação	de	acordo	com	os	critérios	de	auditoria	pode	ser:
● Auditoria de conformidade legal (compliance): ferramenta	utilizada	para	veri-
ficar	a	real	situação	da	empresa	mediante	a	legislação	ambiental	vigente	no	país;	
● Auditoria de desempenho ambiental: avalia	 a	 conformidade	 da	 unidade
auditada	com	a	legislação,	os	regulamentos	aplicáveis	e	os	indicadores	de	desempenho	
ambientais	setoriais	aplicáveis	à	unidade;	
● Auditoria de sistema de gestão ambiental:	avalia	o	cumprimento	dos	princí-
pios	estabelecidos	no	Sistema	de	Gestão	Ambiental	(SGA)	da	empresa	e	suas	adequações	
e	eficácias.
A	classificação	de	acordo	com	os	objetivos	da	auditoria	pode	ser:
● Auditoria de certificação: avalia	a	conformidade	da	empresa	com	princípios
estabelecidos	nas	normas	pela	qual	a	empresa	esteja	desejando	se	certificar;	
● Auditoria de acompanhamento:	verifica	se	as	condições	de	certificação	conti-
nuam	sendo	cumpridas.
137UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
● Auditoria ambiental de verificação de correções:	Verifica	se	as	não	conformi-
dades	de	auditorias	anteriores	foram	corrigidas.
● Auditoria de responsabilidade:destinada	a	avaliar	o	passivo	ambiental	das
empresas,	ou	seja,	as	responsabilidades	ambientais	das	empresas.	Geralmente	é	usada	
nas	ocasiões	de	fusões,	aquisições	diretas	ou	indiretas	ou	de	refinanciamento	de	empresas;	
● Auditoria de sítios:	destinada	a	avaliar	o	estágio	de	contaminação	de	um	de-
terminado	local;	
● Auditoria pontual ou de processos:	destinada	a	otimizar	a	gestão	dos	recursos,
a	melhorar	a	eficiência	do	processo	produtivo	e,	consequentemente,	minimizar	a	geração	
de	resíduos,	o	uso	de	energia	ou	de	outros	insumos.	
● Auditoria compulsória:	Visa	cumprir	exigência	legal	referente	a	realização	de
auditoria	ambiental.
SAIBA MAIS 
A	“Ibema”	indústria	de	papel	da	região	centro-sul	do	Paraná,	foi	certificada	pela	norma	
ISO	14001:2004	em	agosto	de	2015,	após	dois	anos	de	trabalhos	intensos,	que	deman-
dou	 recursos	 financeiros	 e	 do	engajamento	 dos	 colaboradores,	 para	 que	a	 empresa	
conseguisse	atender	a	todos	os	requisitos	exigidos	pela	norma.	A	organização	determi-
nou	a	política,	metas	e	objetivos	ambientais	e	estes	foram	comunicados	a	todos	confor-
me	determina	a	ABNT	(2004).	A	Supervisora	de	Meio	Ambiente	da	empresa	analisada	
afirma	isso,	ao	dizer	que	a	política	ambiental	deve	permitir	a	implementação	de	práticas	
voltadas	à	aprendizagem	contínua	de	seus	processos,	com	a	finalidade	de	prevenir	e	
reduzir	a	poluição	e	os	impactos	ambientais.	Para	tanto,	faz-se	necessário	conhecer	a	
política	Ambiental	da	“Ibema”	que	é	o	cerne	das	diversas	ações	ambientais	realizadas	
pela	indústria.	Os	principais	resultados	apontam	que	essa	indústria	atendeu	aos	requi-
sitos	de	maneira	satisfatória,	demonstrando	sua	capacidade	de	adequar-se	à	norma.	
Observou-se	 também	que	as	estratégias	de	ecoinovação	desenvolvidas	contribuíram	
para	o	alcance	da	certificação,	o	que	exigiu	da	empresa	adotar	um	processo	de	inova-
ção	capaz	de	subsidiar	o	atendimento	de	requisitos	fundamentais	de	gestão	ambiental.
Fonte:		Crotti,	K.;	Maçaneiro,	M.B..	Implantação	da	ISO	14001:2004:	estudo	de	caso	de	uma	indústria	de	
papel	da	região	centro-sul	do	Paraná.	REAd.	Revista	Eletrônica	de	Administração	(Porto	Alegre)		vol.23	
nº.2.	 2017.	 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-23112017000200274.	 Acesso:	
26	Jan.	2021.
138UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
REFLITA
Os	indicadores	de	sustentabilidade	ambiental	devem	possibilitar	uma	visão	de	conjunto,	
necessitando	para	tal,	serem	construídos	a	partir	dos	problemas	e	da	realidade	existen-
te,	a	fim	de	que	se	possa	entender	seus	aspectos	críticos	e	usufruir	de	seu	verdadeiro	
potencial.	É	possível	gerenciar	o	que	não	se	pode	medir?	E	pode-se	medir	o	que	não	se	
consegue	definir?	Pode-se	definir	o	que	não	entende?
Fonte:	Adaptado.	Indicadores	de	sustentabilidade	ambiental:	métodos	e	aplicações.	Kemerich,	P.	D,	da	
C.;	Ritter,	L.	G.;	Borba,	W.	F..	Indicadores	de	sustentabilidade	ambiental:	métodos	e	aplicações.Revista	do	
Centro	de	Ciências	Naturais	e	Exatas	-	UFSM,	Santa	Maria.	Revista	Monografias	Ambientais	-	V.	13,	N.	5	
(2014):	Edição	Especial	LPMA/UFSM,	p.	3723-3736.
139UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste	capítulo	falamos	sobre	a	importância	da	empresa	adotar	ferramentas	ou	ins-
trumentos	de	gestão	ambiental	que	visam	auxiliar	no	processo	de	planejamento,	bem	como	
na	operacionalização	da	gestão	ambiental,	de	modo	que	essa	gestão	possa	ser	integrada	
de	maneira	estratégica	por	todas	as	suas	atividades.
É	importante	se	buscar	medidas	gerenciais	ambientalmente	corretas,	 incluindo	a	
adoção	de	gestão	ambiental.	Desta	forma	a	implantação	da	gestão	ambiental	tem	sido	uma	
das	respostas	das	empresas	a	esse	conjunto	de	pressões
Abordamos	a	norma	NBR	ISSO	14001	e	seus	benefícios.	Desta	forma	foi	fácil	per-
ceber	que	a	ISO	traz	diversas	vantagens	para	a	empresa.	Porém	preciso	ressaltar	que	não	é	
um	processo	fácil,	requer	muito	trabalho,	esforço	e	comprometimento	de	todos	da	instituição.
Como	já	citado	no	texto	existem	vários	entraves	na	gestão	de	um	SGA,	inclusive	
resistência	dos	colaboradores	em	relação	aos	processos	de	auditoria	interna	e	dificuldade	
de	cumprimento	de	alguns	 requisitos	da	norma	em	 função	de	constantes	mudanças	na	
legislação,	mas	com	certeza	valerá	a	pena	para	a	empresa	e	seus	colaboradores	os	frutos	
colhidos	pela	normatização.	
Desta	 forma,	 vale	 relembrar	 que	 o	 SGA	 proporciona	 melhorias	 econômicas	 e	
estratégicas	à	organização.	Economia	devida	à	 reciclagem,	 venda	e	aproveitamento	de	
resíduos	e	diminuição	de	efluentes,	além	da	redução	de	multas	e	penalidades	por	poluição.	
Ainda	podendo	gerar	incremento	de	receitas	como	o	aumento	da	contribuição	marginal	de	
“produtos	verdes”	que	podem	ser	vendidos	a	preços	mais	altos	e	o	aumento	da	participa-
ção	no	mercado	devido	à	inovação	dos	produtos	e	menos	concorrência.		Como	benefícios	
estratégicos	é	a	melhoria	da	imagem	institucional,	Renovação	do	“portfólio”	de	produtos,	
Aumento	da	produtividade,	Alto	comprometimento	do	pessoal	e	entre	outros.
140UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
LEITURA COMPLEMENTAR
Artigo 01: Implantação	da	ISO	14001:2004:	estudo	de	caso	de	uma	indústria	de	
papel	da	região	centro-sul	do	Paraná.
Fonte:	Crotti,	K.;	Maçaneiro,	M.B..	Implantação	da	ISO	14001:2004:	estudo	de	caso	
de	uma	 indústria	de	papel	da	 região	centro-sul	do	Paraná.	REAd.	Revista	Eletrônica	de	
Administração	 (Porto	Alegre),	 vol.23	 nº.2.	 2017.	 http://www.scielo.br/scielo.php?script=s-
ci_arttext&pid=S1413-23112017000200274.	Acesso:	26	Jan.	2021.
RESUMO 
Aliar	as	necessidades	dos	negócios	às	ambientais,	trata-se	de	um	desafio	para	as	
organizações.	Os	 sistemas	de	gestão	ambiental	 certificados	pela	NBR	 ISO	14001:2004	
visam	facilitar	este	processo,	além	de	propiciar	visibilidade	positiva	às	organizações.	No	
entanto,	 para	 adotar	 tal	 certificação,	 exige-se	 o	 atendimento	 de	 diversos	 requisitos	 e	 o	
desenvolvimento	de	estratégias	de	ecoinovação.	Sob	tal	enfoque,	esta	pesquisa	levantou	
os	seguintes	questionamentos:	como	a	indústria	de	papel	atendeu	às	exigências	da	NBR	
ISO	14001:2004?	Quais	estratégias	de	ecoinovação	foram	realizadas	para	a	indústria	con-
quistar	a	certificação?	
MATERIAL 02 :	CAPÍTULO	07	-	Indicadores	-		Avaliação	e	acompanhamento	-	
Fonte:	Plano	Regional	da	Água		.	AVALIAÇÃO	E	ACOMPANHAMENTO.	http://www.
azores.gov.pt/NR/rdonlyres/4354C312-AF0D-49E8-B310-591F282E50B3/434676/07Ava-
liacaoeacompanhamento_web.pdf.	Acesso:	28	Jan.	2021.
RESUMO
Trata-se	de	dicas	para	a		implementação	do	Plano	Regional	da	Água	que	deverá	
ser	alvo	de	um	processo	de	avaliação	e	acompanhamento	com	o	objetivo	de	se	aferir	em	
que	medida	a	 implementação	da	programação	proposta	no	plano	está	em	conformidade	
com	as	linhas	de	orientação	e	objetivos	propostos.
Artigo 03:	Sustentabilidade	Ambiental	na	Construção	Civil	–	Sistemas	Leed	e	Aqua
Fonte:	 LEITE,	 V.	 F.,	 2011,	 “Sustentabilidade	 Ambiental	 na	 Construção	 Civil	 –	
Sistemas	 Leed	 e	Aqua”,	Monografia	 de	Graduação,	 Escola	 de	Engenharia/UFMG,	Belo	
141UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
Horizonte,	 MG,	 Brasil.	 Disponível	 em:	 https://mac.arq.br/wp-content/uploads/2016/03/
certificacoes-leed-e-aqua-trabalho-final-graduacao.pdf.	Acesso:	22	jan.	2021
RESUMO 
O	trabalho	tem	como	objetivo	entender	o	papel	da	certificação	ambiental	na	cons-
trução	civil,	fazendo	uso	das	duas	certificações	ambientais	mais	utilizadas	na	construção	
civil	 brasileira,	 o	LEED	 (Leadership	 in	Energy	and	Environmental	Design)	 e	o	Processo	
AQUA	 (Alta	Qualidade	Ambiental).	Será	 realizada	 toda	a	 fundamentação	do	desenvolvi-
mento	sustentável	e	como	ele	evoluiu	até	os	dias	de	hoje,	sendo	apresentados	conceitos	
relativos	à	construção	sustentável,	Green	Building,	e	sistemas	de	avaliação	ambiental.	Será	
realizada	a	definição	e	compreensão	da	estrutura,	metodologia	de	aplicaçãoe	fases	das	
duas	certificações,	servindo	para	uma	comparação	entre	as	duas.	Serão	apresentados	dois	
estudos	de	caso,	um	representando	a	certificação	LEED	e	outro	a	certificação	Processo	
AQUA,	o	que	resultará	em	uma	análise	dos	prós	e	contras	de	cada	um	dos	certificados.	
142UNIDADE IV Diretrizes Sobre Gestão Ambiental e a Série ISO 14000
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título:	 Sistemas	 de	 Gestão	Ambiental	 (ISO	 14001)	 e	 Saúde	 e	
Segurança	Ocupacional	(OHSAS	18001)
Autor:	Mari	Elizabete	Bernardini	Seiffert.
Editora:	Atlas.
Sinopse:	O	foco	principal	deste	livro	está	em	discutir	os	benefícios	
para	a	implantação	integrada	das	normas	OHSAS	18001	e	da	ISO	
14001.	Aborda	também	a	sinergia	existente	nessa	integração	para	
o processo	de	gestão	dos	perigos	relacionados	ao	processo	pro-
dutivo,	alinhando	o	desempenho	da	organização	a	um	nível	mais
elevado	de	responsabilidade	social,	segundo	a	ótica	do	desenvol-
vimento	 sustentável.	O	 conteúdo	 dos	 capítulos	 da	 obra	 objetiva
fornecer	elementos	para	que	se	possa	perceber	como	o	processo
de	implantação	integrada	dos	dois	instrumentos	de	gestão	é	extre-
mamente	 interessante	tanto	do	ponto	de	vista	econômico,	estra-
tégico,	gerencial,	como	do	ponto	de	vista	operacional,	otimizando
sua	gestão	dentro	de	uma	perspectiva	holística.
FILME/VÍDEO 
Título: Quer	Saber?	SGA,	o	Sistema	de	Gestão	Ambiental
Ano:	2016.
Sinopse:	O	que	é	um	Sistema	de	Gestão	Ambiental?	Para	que	
serve?	Porque	é	importante	e	como	pode	nos	ajudar	a	preservar	o	
meio	ambiente?	Maneira	animada	de	ensinar	SGA.
]
FILME/VÍDEO 2
Título: Política	Ambiental
Ano:	2015.
Sinopse:	Vídeo	sobre	a	Política	Ambiental,	 requisito	necessário	
para	a	implantação	de	um	Sistema	de	Gestão	Ambiental	-	SGA.
143
REFERÊNCIAS
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e	edifício.	São	Paulo:	Aquariana,	2001.	
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humanidade.	 2010.	 Disponível	 em:	 https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=3445.	
Acesso:	22	jan.	2021.
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ASSOCIAÇÃO	BRASILEIRA	DE	NORMAS	TÉCNICAS	-	ABNT.		NBR	ISO	14031	–	Gestão	
Ambiental	–	Avaliação	de	Desempenho	Ambiental	–	Diretrizes.	Norma	Técnica.	ABNT,	Rio	
de	Janeiro,	2004.
144
ASSOCIAÇÃO	 BRASILEIRA	 DE	 NORMAS	 TÉCNICAS	 -	 ABNT.	 Normas	 da	 Série	 ISO	
14000.	NBR	ISO	14001.	Rio	de	Janeiro:	ABNT,	2015.
ASSOCIAÇÃO	BRASILEIRA	DE	NORMAS	TÉCNICAS	(ABNT).	NBR	ISO	14040:	Gestão	
ambiental	-	Avaliação	do	ciclo	de	vida	-	Princípios	e	estrutura.	Rio	de	Janeiro:	ABNT,	2009.
ASSOCIAÇÃO	BRASILEIRA	DE	NORMAS	TÉCNICAS	(ABNT).	NBR	ISO	14044:	Gestão	
ambiental	-	Avaliação	do	ciclo	de	vida	-	Requisitos	e	orientações.	Rio	de	Janeiro:	ABNT,	
2009.
ASSOCIAÇÃO	BRASILEIRA	DE	NORMAS	TÉCNICAS.	NBR	ISO	14001.	NBR	ISO	19011:	
Diretrizes	para	auditorias	de	sistema	de	gestão	da	qualidade	e/ou	ambiental.	Rio	de	Janeiro:	
ABNT,	2018.
ASSOCIAÇÃO	BRASILEIRA	DE	NORMAS	TÉCNICAS.	NBR	ISO	14001:	sistemas	de	ges-
tão	ambiental:	especificações	e	diretrizes	para	uso.	Rio	de	Janeiro:	ABNT,	1996.
ASSOCIAÇÃO	 BRASILEIRA	 DE	 NORMAS	 TÉCNICAS.	 NBR	 ISO	 26000.	 Diretrizes	 de	
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CONCLUSÃO GERAL
Prezado(a)	aluno(a),
Neste	 material,	 busquei	 trazer	 para	 você	 os	 principais	 conceitos	 a	 respeito	 da	
sustentabilidade	e	responsabilidade	social.	Para	tanto	abordamos	as	definições	teóricas	e,	
neste	aspecto	acreditamos	que	tenha	ficado	claro	para	você	o	quanto	é	estratégico	para	
gestores	de	todas	as	áreas	de	uma	organização	compreender	que	a	relação	meio	ambiente	
e	desenvolvimento	devem	deixar	de	ser	conflitantes	para	tornar-se	uma	relação	de	parceria.	
O	material	apresentou	contextos	 ligados	ao	fluxo	para	construção	do	modelo	de	
gestão	da	sustentabilidade.
Traz	visões	de	pesquisadores	que	demonstram	a	importância	da	criação	de	visão	
voltada	à	sustentabilidade	e	 temática	Sistemas	de	Diagnóstico	e	Gestão,	principalmente	
pautada	no	Código	de	Conduta	e	ética.
Foi	possível	perceber	que	é		preciso	que	as	empresasdê	ênfase	em	Indicadores	
de	Sustentabilidade,	pois	é	um	mecanismo	de	evidenciar	a	criação	de	valor	e	relatar	aos	
usuários	da	informação	sobre	a	atuação	da	organização.	
Tratou	também	de	temas	como	Auditoria	socioambiental	e	Relatórios	de	Sustenta-
bilidade.	Os	relatórios	de	sustentabilidade	são	uma	forma	de	comunicação	da	organização	
com	os	seus	stakeholders.
Por	fim,	foi	discorrido	sobre	as	Políticas	ambientais	no	Brasil.	Nesse	sentido,	foram	
apresentadas	as	 leis,	 regulações	e	principais	agências	reguladoras	do	Brasil	que	 tratam	
de	questões	socioambientais	(principalmente,	as	que	são	ligadas	às	atividades	de	grande	
impacto	socioambiental).
Ao	término	do	estudo	desta	Unidade,	esperamos	que	você	tenha	compreendido	a	
urgência	das	empresas	e	demais	organizações	aplicarem	práticas	de	mensuração	do	de-
sempenho	sustentável,	relatarem	os	resultados	da	atuação	aos	stakeholders	e	fomentarem	
o diálogo	com	a	sociedade	por	meio	da	transparência.	Bons	Estudos!
Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigado!
+55 (44) 3045 9898
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E D I T O R A
	APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
	SUMÁRIO
	UNIDADE I - ECOLOGIA E SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL, DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE - MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
	INTRODUÇÃO
	1. CONCEITOS BÁSICOS DA ECOLOGIA E A IMPORTÂNCIA DAS INTER-RELAÇÕES ECOLÓGICAS
	2. DEGRADAÇÃO AMBIENTAL CAUSADA PELO DESMATAMENTO
	3. INDUSTRIALIZAÇÃO E SEUS EFEITOS
	4. CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
	5. AS DIMENSÕES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
	6. OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
	7. CONTROLE DA QUALIDADE AMBIENTAL - SOLO, ÁGUA E AR
	8. EDUCAÇÃO AMBIENTAL
	CONSIDERAÇÕES FINAIS
	LEITURA COMPLEMENTAR
	MATERIAL COMPLEMENTAR
	UNIDADE II - RESPONSABILIDADE SOCIAL
	INTRODUÇÃO
	1. O SIGNIFICADO DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
	1.1 Avaliação do Ciclo de Vida
	1.2 Cadeia de Suprimentos Verde
	1.3 Logística Reversa
	1.4 Produção + Limpa e Produção Enxuta
	2. ABORDAGENS E MODELOS DE GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL
	3. SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL - RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA (RSC)
	4. TECNOLOGIAS DE GESTÃO SOCIOAMBIENTAL E AS POLÍTICAS AMBIENTAIS
	5. A CRIAÇÃO DE VISÃO VOLTADA À SUSTENTABILIDADE
	6. SISTEMAS DE DIAGNÓSTICO E GESTÃO
	7. CÓDIGOS DE CONDUTA
	8. POLÍTICAS AMBIENTAIS NO BRASIL
	CONSIDERAÇÕES FINAIS
	LEITURA COMPLEMENTAR
	MATERIAL COMPLEMENTAR
	UNIDADE III - ECOLOGIA URBANA E ECOLOGIA RURAL
	INTRODUÇÃO
	1. ECOLOGIA E O HABITAT URBANO
	2. MUDANÇA DOS PADRÕES DE CONSUMO E PRODUÇÃO URBANOS PARA SE TORNAREM MAIS SUSTENTÁVEIS
	3. ARQUITETURA SUSTENTÁVEL - PARÂMETROS E MUDANÇAS
	4. RELAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO RURAL COM A SUSTENTABILIDADE
	4.1 Qualidade de Vida
	4.2 Agroecossistemas
	4.3 Estrutura de Agroecossistemas
	4.4 Tipos de Agrossistemas
	CONSIDERAÇÕES FINAIS
	LEITURA COMPLEMENTAR
	MATERIAL COMPLEMENTAR
	UNIDADE IV - DIRETRIZES SOBRE GESTÃO AMBIENTAL E A SÉRIE ISO 14000
	INTRODUÇÃO
	1. IMPORTÂNCIA E USO DOS INDICADORES AMBIENTAIS
	1.1 Os Indicadores segundo a Norma ISO 14.000
	1.2 Pegada Ecológica
	2. CONCEITOS E ASPECTOS GERAIS DA GESTÃO AMBIENTAL
	2.1 Razões que levam empresas a adotar práticas ambientais
	3. AVALIAÇÃO DE ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS
	3.1 Metodologias de Avaliação de Impactos Ambientais
	4. NORMA NBR ISO 14.000
	4.1 Práticas do Sistema de Gestão Ambiental
	4.2 Benefícios e Dificuldades na Implantação da ISO 14001
	4.3 Etapas de Implantação de Sistema de Gestão Ambiental
	5. AUDITORIA AMBIENTAL - CONCEITOS
	5.1 Tipos de Auditoria Ambiental
	CONSIDERAÇÕES FINAIS
	LEITURA COMPLEMENTAR
	MATERIAL COMPLEMENTAR
	REFERÊNCIAS
	CONCLUSÃO GERAL

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