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@camilla.pnunes Modelo mágico-religioso ou xamanístico: as populações da época, compreendiam a causa das doenças como derivadas dos elementos naturais e espíritos sobrenaturais, sendo que, o adoecer seria uma transgressão de origem individual ou coletiva - e, o retorno a uma condição saudável, seria a reconexão com essas divindades - cosmologia que envolvia deuses e espíritos do bem e do mal Modelo holístico: embasamento da medicina chinesa e hindu - organismo seria composto por elementos e humores - equilíbrio significa a saúde e o desequilíbrio de elementos, causaria a doença - a causa do desequilíbrio podem ser devido a fatores do ambiente físico (astros, clima, insetos, alimentos) havendo uma interação entre fatores internos e externos ao corpo Modelo empírico-racional (hipocrático): origem no Egito (3000 a.C) - busca por explicações para as origens do universo e da vida, que não estão ligados ao sobrenatural - contraria a lógica utilizada até então - Hipócrates instituiu, com a Teoria dos Humores, a relação entre homem e meio onde está inserido - os elementos água, terra, fogo e ar seriam os fatores explicativos sobre a saúde e a doença, sendo a saúde entendida como o equilíbrio dos humores, já a doença o desequilíbrio desses humores A saúde e a doença Para entendermos essa temática, precisamos promover uma construção histórica de diversos entendimentos sobre a saúde e doença, proferidos ao longo do tempo. E, iremos utilizar modelos explicativos para isso: S A Ú D E ColetivaColetiva S A Ú D E Modelo Medicina Científica Ocidental (biomédico): modelo fortalecido até hoje - origem no contexto do Renascimento - embasado no método Descartes - fundamenta que não se pode tratar como verdade aquilo que não se pode identificar como verdade (provar) - a doença se daria pelo desajuste nos meios de adaptação do organismo - com o incremento do capitalismo, o profissional de saúde passa a ser comparado a um mecânico e o conjunto de órgãos e sistemas corporais, como peças de uma máquina Modelo Sistêmico: a partir da década de 1970, parte do conceito de sistema, entendido como um conjunto de elementos, que se conectam de forma que, qualquer mudança em algum deles, causaria alteração nos demais - confronta o modelo biomédico e fortalece a concepção do todo, considerando os diversos elementos do ecossistema do processo saúde-doença - ideia de sistema epidemiológico - sendo a saúde e a doença causada por dois fatores: agente suscetível e meio ambiente Modelo da História Natural das Doenças (modelo processual): a partir da década de 1970 - concepção do transcorrer natural das doenças, que é compreendida como o conjunto de processos interativos que faz surgir o estimulo patológico no meio ambiente ou outro lugar, incluindo as respostas do homem a um desses estímulos ou uma situação que leva ao defeito, invalidez, recuperação ou morte - processualidade entre os elementos: agente etiológico da doença, hospedeiro, meio ambiente e modo de desenvolvimento da patologia. processo organiza- se em 2 momentos: fase pré-patogênica (prevenção e promoção) e patogênica @camilla.pnunes Determinação social do processo saúde- doença A compreensão de saúde e doença como parte de um processo, é fortalecida justamente quando temos o estabelecimento da saúde e doença como parte do meio social que se encontram. Assim, as relações sociais são fatores decisivos para o constructo saúde e doença. Para compreender o processo saúde-doença em sua completude, precisamos trazer as compreensões da determinação social desse processo, tal condição adentra o arcabouço teórico do materialismo histórico e dialético, corrente filosófica criada por Karl Marx e Friedrich Engels que, em contexto de Revolução Industrial, estruturou o modelo dialético de compreensão e análise da vida em sociedade, tendo a dinamicidade e intervenção/transformação social como uma das suas maiores características. S A Ú D E ColetivaColetiva S A Ú D E O processo saúde-doença, na perspectiva da determinação social, se dá por meio da produção e reprodução social - da forma que os indivíduos intervêm e são afetados pela sociedade, transformando e sendo transformados. A produção social está relacionada ao ser ativo em sociedade, no contexto marxista seriam os processos produtivos - o trabalho que daria as condições suficientes para a reprodução social, os modos de levar a vida. A saúde e a doença são frutos dos modos de levar a vida, determinados pelas interações e manejos que o homem faz em sociedade, fruto da dinamicidade e da complexidade do vir a ser. Na perspectiva dialética, entende-se o homem e as suas interações de uma forma complexa e, para compreendê-lo, há a necessidade de inseri-lo em um panorama histórico e contextualizado. Nessa perspectiva, constroem-se os entendimentos da epidemiologia social, que integra os processos saúde-doença dentro de um contexto das diversas formas de viver, uma vez que a epidemiologia busca compreender a relação do ser enquanto indivíduo, assim como no contexto de grupo e coletividade. Conceito de saúde até meados de 1950:, o conceito de saúde, dentro do contexto mecanicista e estático, era entendido como “saúde é a ausência de doença” - representa a influência que o modelo econômico mercantilista gerava na sociedade e, consequentemente, no entendimento sobre saúde. @camilla.pnunes Contrariando a lógica que se tinha até então, a OMS define saúde como “um estado de completo bem- estar físico, mental e social”. Essa mudança na definição representou importante marco no sentido de superar a lógica mecânica e trazer uma aproximação ao que mais tarde seria a visão complexa de saúde e doença. Até 1970, essa dualidade de conceitos coexistiu. Em 1986, aconteceu a 1ª Conferência Internacional sobre Promoção a Saúde, trazendo a tona o conceito de promoção a saúde. Como produto dessa Conferência, na Carta de Ottawa, é fortalecido o conceito ampliado de saúde, atrelado a qualidade de vida. Não se pode atuar no individuo sem colocá-lo dentro de uma perspectiva do coletivo. É fortalecida a ideia de escolhas saudáveis, trazendo a necessidade de ambientes que favoreçam essas escolhas. A promoção à saúde é análoga à qualidade de vida. Promover saúde seria oferecer qualidade de vida para indivíduos e coletividades em uma condição territorial, cultural e socioeconômico Em 1986 também, ocorreu a 8ª Conferência Nacional da Saúde, no Brasil. Como produto dessa Conferência, foi estabelecida a definição de que "democracia é saúde" - conceito de saúde como políticas sociais de defesa da vida. Fortalecendo a necessidade da intersetorialidade e multiprofissionalidade como estratégias para se obter saúde. S A Ú D E ColetivaColetiva S A Ú D E Em 1988, com a Constituição Federal, há o estabelecimento da conceituação: “Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e outros agravos e ao acesso universal e igualitário à ação e serviço para sua promoção, proteção e recuperação”. (BRASIL, 1988, p. 118) Com o SUS, a partir das Leis Orgânicas de Saúde, identifica-se o acréscimo dos determinantes do processo saúde-doença. Incluindo nessa condição: saneamento básico, moradia, trabalho, renda, transporte, educação, lazer e acesso a bens e serviços, sendo a saúde e a doença compreendidas como as condições de organização social e econômica de um país. Atenção Integral a Saúde Em uma atenção integral, o ponto central é adaptar-se às necessidades do público a que se destina o serviço - parte-se das reais necessidades de saúde do indivíduo ou coletividade, ressaltando que tais necessidades são complexas e assim devem tratadas, já que abarca demandas biológicas, mas também sociais, culturais, psicológicas e demais situações intersubjetivas Nesse contexto, temos o incremento das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS). Mesmo que essas práticas derivam de ensinamentos milenares como a Medicina Tradicional Chinesa, por exemplo, temos um aumento dessaspráticas devido ao momento social atual em que vivemos. As PICS funcionam como instrumento que buscam sanar as fragilidades dos modelos hegemônicos, servindo como complementar a clínica atual. @camilla.pnunes Desde 2006, por meio da Portaria GM/MS 971 de 3 de maio de 2006, foi estabelecida a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS. A PNPIC busca desenvolver as práticas integrativas em nível multiprofissional, implantando práticas em consonância com os serviços já ofertados pelo sistema em cada nível de atenção, além de fortalecer os serviços já existentes, contribuindo com a manutenção, por meio do apoio logístico e financeiro. Ainda busca o manejo das PICS com grupos minoritários, como a população indígena, por exemplo. A PNPIC então, busca fortalecer os princípios do SUS, possibilitando formas de prevenir agravos, promoção, manutenção e reabilitação da saúde. No Brasil, a partir da década de 1980, há um aumento do uso e aplicabilidade das PICS. Em 2006, tal prática foi normatizada em nível nacional. S A Ú D E ColetivaColetiva S A Ú D E
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