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PATOLOGIA By: Ana Clara Bernardes Boglio Patologia, Geraldo Brasileiro Filho Esses resumos possuem direitos autorais, pois eles foram feitos pela Ana Clara Bernardes Ribeiro de Abreu, a partir das aulas de Patologia, em conjunto da seguinte bibliografia: Eu espero que os resumos sejam muito úteis para você. Caso tenha algum problema ou dúvida, é só entrar em contato comigo Obrigada por Adquirir meus resumos ❤ @odonto.anaribeiro (13) 991763184 Peço por favor que evite ficar compartilhando com mais pessoas! Novos resumos toda semana! Generalidades 1 Alterações do crescimento e diferenciação celular 5 Degeneração e Infiltração 8 Morte Celular - Necrose 13 Alterações Minerais 21 Alterações Pigmentares 24 Alterações Circulatórias 29 Inflamação. 37 Reparação. 42 Neoplasia. 45 Índice: Matéria Página Matéria: Patologia Geral 1 Patologi� - Generalidade� Pato - é um estado mórbido/doentio Patologia - é o estudo das doenças e alterações morfológicas (forma), estruturas e funcionais do que estão atingindo. Histórico Período Humoral: ● Acreditavam que o homem era composto por humores básicos, como: ➔ Sanguíneo - pessoas que ficam vermelhas muito fácil ➔ Fleumático - pessoas mais tranquilas ➔ Coléricos - pessoas enraivecidas ➔ Melancólicos - pessoas mais tristes Essas pessoas possuíam características tendem a ter mais doenças específicas ● Eles acreditam que as doenças eram causadas por maus - olhares / maus espíritos Período Orgânico ● Benivieni - Morgani (1962 - 1771) ➢ começam a fazer as necropsias e verificam que as doenças estão em órgãos Período Tecidual ● Bichat (1771 - 1802) ➢ Verificam que o mesmo tecido está em diversos órgãos, então esse tecido estaria lesado, com a doença, em várias partes do corpo. Período Celular ● Virchow (1821 - 1902) ➢ A célula é basicamente o elemento que é lesado nas doenças ➢ Se a célula não está boa, vai começar a lesar o órgão Atualidade ● Utilizam os métodos subcelulares, moleculares, genéticos e imunológicos para estudar as doenças ● É a fase da Biologia Molecular Classificação Extensão: ● Geral - quando todo o organismo é acometido ● Especialidade - é a parte afetada ● Aplicada - quando a patologia tem aplicação em algo ● Regional - são as doenças específicas de determinada região ● Comparada - quando se compara um órgão doente e um sadio. Época: ● Nosologia - são doenças que são ADQUIRIDAS An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 2 ➔ refere-se à descrição, à ordenação e à classificação das doença ● Disontologia - são as doenças presentes ao nascer, mas que não estão ligadas ao gene Conceitos Importantes ● Saúde - é um estado de adaptação do organismo ao ambiente físico, psíquico ou social em que vive, de modo que o indivíduo se sente bem (saúde subjetiva) e não apresenta sinais ou alterações orgânicas (saúde objetiva). ● Doença - é um estado de falta de adaptação ao ambiente físico, psíquico ou social, no qual o indivíduo se sente mal (tem sintomas) e/ou apresenta alterações orgânicas evidenciáveis objetivamente (sinais clínicos). ● Normal - é um estado “padrão” ➔ na média/usual ➔ na patologia é aquilo com ausência de sintomas, sinais ou de doenças ● Anormalidade - são os valores “fora da média” ➔ é algo que foge do padrão, que se diferencia ➔ é o oposto da normalidade ● Etiologia - é o estudo da causa ➔ é o estudo da origem ➔ aquilo que provoca a doença (geral e local) Nosologia Geral É a classificação sistemática de doenças, ou o ramo da ciência médica que trata disso. Nosografia: é a evolução das doenças 1. Período de incubação: ➢ Início real - entrada do agente ➢ Início aparente - quando começa a aparecer os primeiros sintomas 2. Período Prodrômico: ➢ precede a iniciação de um processo mórbido ➢ sintomas inespecíficos - várias doenças podem ter esses sintomas ➢ Sintomas específicos 3. Período de Estado: é o período dos sintomas da doença específica 4. Período de declínio e término: ➢ cura ➢ cronificação ➢ outros ● Conceitos de evolução: ➢ Complicações - algo que ocorre que aumenta as dificuldades da situação ➢ Recaída - quando há uma piora na situação ➢ Recidiva - está com a doença praticamente doente, mas ela reaparece ➢ Metástase - é o mecanismo pelo qual uma doença infecciosa ou neoplasia é transferido de um local à outra com o qual o foco primitivo não tinha contato An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 3 ➢ Associação - é uma reunião de doenças que podem aparecer juntas ➢ Doenças Híbridas - possuem diversas origens - muitas vezes, não dá para definir o agente Nosotaxia: designa a sistematização de qualquer entidade clínica(designação preferida pelos ontologistas) ou condição patológica (expressão predileta dos fisiologistas), englobando os conceitos de nosografia e nosologia. ● Clínico: ➢ fase aguda - acabou de aparecer ➢ Fase crônica - sai da aguda e vai cronificando os sintomas ➢ Pode ser de 3 tipos: 1. Típico: normal de acontecer 2. Atípico: anormal de acontecer 3. Ambulatorial: trata no ambulatório, mas sem cirurgia ou internação. ● Anatômico: caracterização da doença com base no local que ocorre ● Funcional: mal funcionamento de determinada parte, devido a uma doença ● Etiológico: quando é causada por uma infecção, como: vírus, bactérias, protozoários, agentes químicos … ● Patogênico: é o estudo dos mecanismos ➢ Degenerativa (....ose) - são lesões reversíveis ou não decorrentes de alterações que resultam em acúmulo de substâncias no interior da célula ➢ Inflamatória ( …..ite ) - é uma defesa que ocorre quando o corpo é invadido por algum microrganismo ou sofre alguma lesão. ➢ Neoplástica - massa anormal cujo crescimento excede e não está coordenado ao crescimento dos tecidos normais e que persiste mesmo cessando a causa que a provocou ● Geográfica: dependendo da localização EX: urbana, rural, tropical… Nomenclatura: é a denominação das doenças ● Pode ser com nome de cientista EX: síndrome de Sjogren ● Pode ter relação com a característica marcante da doença EX: Febre amarela ● Pode ter homenagem há algum santo EX: Doença de São Lázaro ● Pode ter nome relacionado com a região geográfica Ex: Úlcera de Bauru ● Prefixos: ➔ A ou AN: ausência An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 4 EX: agenesia ou anodontia ➔ Hetero: diferente EX: heterotópico ➔ Homo: igual EX: dente homólogo ➔ Oligo: pouco EX: oligodontia ➔ Poli: vários EX: polidontia ➔ Macro ou Megalo: grande EX:macrodontia ➔ Micro: pequeno EX:microdontia ● Sufixos: ➔ Ite: inflamação EX: pulpite ➔ Ose: degeneração EX: necrose ➔ Oma: neoplasia EX: ameloblastoma ➔ Patia: doença EX: periodontopatia ➔ Óide: semelhante EX: bolhóide ➔ Lise: dissolução EX: alveólise Etiologia: Fatores: ● Gerais ● Locais Natureza: ● Exógenos - são infecções de origem externa ao organismo ➢ Mecânicos - cortes, contusões… ➢ Físicos - temperatura, pressão, eletricidade, radiação, som, luz… ➢ Químicos - substâncias diversas ➢ Biológicos - bactérias, vírus, protozoários… ● Endógenos - são infecções causadas por fatores internos ao organismo, ou seja, é causada por organismos que vivem no corpo ➢ Predisposição:➔ Fisiológica ➔ Patológica: - hereditária - congênita - adquirida Conceitos: ● Infectividade: é a capacidade do agente etiológico tem de, penetrar, alojar e multiplicar no organismo - alta infectividade, é quando o microrganismo invade rápido o organismo ● Patogenicidade: propriedade de um MO de provocar alterações fisiológicas no hospedeiro, ou seja, capacidade de produzir a doença ● Virulência: capacidade de um MO patogênico de se multiplicar no organismo e provocar a doença ● Infecção: são causados por agentes externos - o organismo reage a entrada de MO como vírus, bactérias, parasitas, fungos… ● Infestação: é o alojamento, desenvolvimento e reprodução de artrópodes na superfície do corpo, vestes ou moradia de humanos e animais. An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 5 Alteraçõe� d� Cresciment� � Diferenciaçã� Celula� A Proliferação e Diferenciação celular são processos complexos controlados por um sistema integrado que mantém a população celular dentro dos limites fisiológicos, porém alterações no processo regulatório resultam em distúrbios de proliferação ou diferenciação ou ambas ao mesmo tempo. As alterações de crescimento e diferenciação celular causam lesões numerosas, com alta importância, devido sua prevalência e gravidade. As lesões são agrupadas da seguinte forma: ● Alterações do Volume Celular - quando uma célula recebe estímulo acima do normal, aumentando a síntese de seus constituintes e seu volume, tem-se a hipertrofia. - Se sofre agressão que resulta em diminuição da nutrição, do metabolismo e da síntese necessária para a renovação de suas estruturas, a célula fica com volume menor, fenômeno que recebe o nome de hipotrofia. ● Alteração da proliferação celular - aumento da taxa de divisão celular acompanhado de diferenciação normal recebe o nome deHiperplasia. - A diminuição da taxa de proliferação celular é chamada de hipoplasia. Mas o termo aplasia é muito usado como sinônimo de hipoplasia, mesmo que não esteja correto. Assim, fala-se comumente anemia aplástica quando, na maioria das vezes, trata-se de uma anemia hipoplástica ● Alterações da Diferenciação Celular - quando as células de um tecido modificam seu estado de diferenciação normal, tem-se a metaplasia. ● Alterações da proliferação e da diferenciação celular - quando há proliferação celular e redução ou perda de diferenciação, tem-se a displasia. - A proliferação celular autônoma, em geral acompanhada de perda ou redução de diferenciação, temos a neoplasia. Atualmente, existe uma tendência em unificar o conceito dos dois termos, desaparecendo a displasia. Crescimento Diminuído: Adquirido: ● Atrofia (hipotrofia) - É a redução quantitativa dos componentes estruturais celulares, com diminuição do volume das células e dos órgãos (dependendo do número de células envolvidas) ou parte do corpo. An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 6 ➢ Atrofia Fisiológica: ocorre quando, de modo geral, os órgãos e sistemas do organismo diminuem sua atividade metabólica. EX; senil, menopausa ➢ Atrofia Patológica: pode ocorrer devido ao desuso, compressão, deficiência nutricional e inanição. EX: gerais: estado febril, jejum voluntário… local: desuso, isquemia, endócrina, idiopática… ➢ As consequências da hipotrofia dependem do local atingido, como também da intensidade e situação em que ela ocorre Congênito: ● Agenesia: é a ausência completa ou parcial de um órgão ou tecido em seu estágio embriológico, que pode afetar posteriormente a criatura em sua fase pós-natal. EX: renal, vaginal, dentária… ● Aplasia: é a ausência do órgão e presença do broto embrionário, é uma formação rudimentar. EX: aplasia medular ● Hipoplasia: é uma doença que afeta a formação dos tecidos de diversas partes do corpo, pois consiste em uma diminuição da população celular de um tecido ou de um órgão. Ex: esmalte dentário, cérebro, coração… Outros: ● Atresia: é o estreitamento de órgãos ocos ou redução do lúmen dos vasos (ateroma) Crescimento Aumentado: Hipertrofia (volume) - é o aumento volumétrico celular, gerando, consequentemente, um aumento do órgão afetado e de suas funções celulares. Para que a hipertrofia ocorra, devem existir alguns fatores básicos, como: aumento de nutrientes e de O2 nas células. ➢ Hipertrofia Fisiológica: ocorre de forma programada diante de fenômenos da vida. EX: hipertrofia da musculatura uterina na gravidez ➢ Hipertrofia patológica: Não é programada EX1: hipertrofia do miocárdio: quando há sobrecarga no coração devido a algum obstáculo do fluxo sanguíneo ou por volume de sangue Ex2: hipertrofia muscular esquelética devido o estímulo para exercícios físicos. Hiperplasia: consiste no aumento do número de células de um órgão ou de parte dele devido a um aumento de proliferação e/ou diminuição da apoptose. ➢ Adquirida: ➔ exigência funcional: extirpação do rim, linfonodo ➔ hormonal: glândula mamária por aumento de estrogênio ➔ regenerativa: neuroma de amputação ➔ inflamatória: próteses dentárias ➢ Congênita: ➔ Compensadora: tireóide em crianças - mãe com hipofunção ➔ hormonal: gigantismo hipofisário An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 7 ➔ involução incompleta: apêndice ➔ musculatura de órgãos ocos: megacólon e megaesôfago Diferenciação Celular: Metaplasia: é uma alteração reversível na qual um tipo celular diferenciado (epitelial ou mesenquimal), é substituído por outro tipo da mesma linhagem. Nesse tipo de adaptação celular, uma célula sensível a determinado estresse é substituída por outro tipo celular mais capaz de suportar o ambiente hostil. EX: Traqueia de fumantes. Displasia: é o desenvolvimento celular fora do normal, que pode geral a má-formação de um tecido ou órgão de qualquer parte do corpo humano. Tem alto potencial de transformação em neoplasias malignas. ● Características: ➔ Pleomorfismo - variação na forma e tamanho das células e dos núcleos ➔ Hipercromatismo - núcleos intensamente corados ➔ Perda de orientação normal Anaplasia: refere-se a perda da diferenciação e é um ponto característico das células malignas. É o desarranjo total da arquitetura dos tecidos (carcinoma) Massas tumorais: Hamartoma: é um tumor bifásico, epitelial e mesenquimatoso, habitualmente periférico, de crescimento lento e clinicamente benigno. Com padrão de crescimento nodular, os hamartomas são na sua maioria constituídos predominantemente por tecido cartilaginoso coexistindo com 1 ou + elementos mesenquimatosos. Ex: podem ser sinais de nascença, hemangioma, nevus pigmentado… Coristomas: é uma massa formada pelo desenvolvimento defeituoso de um tecido de um tipo normalmente não encontrado naquele local. Pode conter osso, cartilagem e tecido adiposo. EX: dentículos no ovário ou útero An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 8 Degeneraçã� � Infiltraçã� São lesões reversíveis decorrentes das alterações bioquímicas que resultam em acúmulos de substâncias dentro das células. Essas lesões causam algumas coisas: ● Agressões celulares ● Disturbio intracelular ● Acúmulo de substâncias no citoplasma (ausentes ou presentes em pequenas quantidades) ● Modificação da estrutura citoplasmática e nuclear ● Reduz a função celular Causas: ● Tóxicas: - Exógenas - Endógenas ● Anóxicas (condição de baixa oxigenação dos tecidos do corpo): - insuficiência cardíaca - anemia ● Dietéticas (causas nutricionais nas patologias): - desnutrição a - alcoolismo ● Outras: ➔ agentes físicos ➔ infecções agudas Degeneração: É a lesão reversível secundáriaalteraçẽs bioquímicas que resultam em um acúmulo de substâncias no interior da célula. Morfologia: é a deposição (acúmulo) de substâncias nas células. Quando a substância acumulada é um pigmento, a lesão é estudada à parte.As degenerações são agrupadas de acordo com a natureza da substância. Por esse critério, as degenerações são classificadas em: 1. degeneração por acúmulo de água e eletrólitos - tumefação turva e degeneração hidrópica 2. degeneração por acúmulo de proteínas - degeneração hialina 3. degeneração por acúmulo de lipídio - esteatose, aterosclerose e Lipoidose - Fatores que podem causar essa degeneração: aumento do n° e tamanho das células gordurosas, acúmulo no estroma dos órgãos entre as células e nao intracelulares, infiltração gordurosa intersticial. 4. degeneração por acúmulo de glicídios - Doença de Von Gierke e Diabetes melito 5. Extracelulares - deposição de substância hialina, a amiloidose 1.1 - Tumefação turva: ➢ É a lesão celular reversível caracterizada pelo acúmulo de água e eletrólitos no interior da célula, tornando-a tumefeita e aumentando de volume ➢ É a fase anterior da degeneração hidrópica ➢ Atinge as células parenquimatosas, principalmente dos rins, fígado e coração. ➢ Os órgãos afetados, apresentam como alterações macroscópicas um An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 9 aumento de volume e palidez (devido à compressão dos vasos) Microscopicamente pode-se encontrar alterações como inchaço das células, organelas distendidas ou tumefeitas e são mais turvas ➢ As células com Tumefação Turva possuem vacúolos de água menores e um menor inchaço quando comparadas a uma célula com um processo de degeneração hidrópica. ➢ Distúrbios que podem ser causados: - infecção aguda - agentes tóxicos endógenos ou exógenos - hipóxia ➢ Como toda degeneração, este é um processo reversível, desde que cesse o agente causador antes que a célula sofra danos permanentes. 1.2 - Degeneração Hidrópica: ➢ É a evolução da Tumefação Turva, após o aumento de água e eletrólitos no interior da célula devido à continuidade da lesão química ou tóxica. ➢ Ocorre uma diminuição da atividade da bomba de Na + e K +, fazendo com que ocorra um aumento do nível intracelular de Na + e um influxo de H2O na tentativa de restabelecer o equilíbrio eletrolítico. ➢ Reconhecimento da lesão no DNA e seus eventos subsequentes: ➢ Características Macroscópicas: - Aumento de volume tecidual - Tonalidade pálida - Perda de elasticidade do tecido - Brilho característico ➢ Características Microscópicas: - células com aumento de volume - núcleo deslocado para a periferia, resultando no acúmulo de água - presença de grânulos eosinofílicos - aumento do volume celular, com alteração da proporção citoplasma/núcleo e vacuolização, citoplasmática que aumenta volume, frequência e intensidade de acordo com o estágio da lesão - presença de figuras mielínicas ➢ Na TUMEFAÇÃO TURVA os vacúolos são pequenos. Já na DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA há um aumento da quantidade de água no interior da célula com a compartimentalização desta. An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 10 2.1 - Degeneração Hialina: ➢ Consiste no acúmulo de material proteico, amorfo, vítreo, translúcido e acidófilo no interior ou fora das células e que assumem um aspecto hialino (homogêneo e eosinófilo) ➢ Em alguns casos, a degeneração resulta na condensação de filamentos intermediários e proteínas associadas que formam corpúsculos no interior das células. Em outros, representa o acúmulo de material de origem viral. Outras vezes, o material hialino depositado é constituído por proteínas endocitadas ➢ Degeneração primária: coagulação das proteínas ➢ Degeneração secundária: penetração das proteínas ➢ Variações: Degeneração Hialina de Zenker - é um termo obsoleto, para uma forma de degeneração hialina grave ou necrose no músculo esquelético, ocorrendo infecções graves. ➢ Característica macroscópica: - alteração de cor ➢ Característica microscópica: - granulações citoplasmáticas coradas pela eosina (réseau) 3.1 - Esteatose ou degeneração gordurosa: ➢ É o acúmulo de gordura neutra no citoplasma das células, que, normalmente, não as armazenam. ➢ É uma lesão comum no fígado, no epitélio tubular renal e no miocárdio, mas pode ser encontrado nos músculos esqueléticos e no pâncreas ➢ Os agentes lesivos causam esteatose hepática por interferirem em diferentes passos do metabolismo lipídico, como: 1. maior parte dos ac. graxos por ingestão excessiva ou lipólise aumentada 2. síntese de ácidos graxos a partir do excesso de acetil-CoA que não encontra condições de rápida oxidação no ciclo de krebs 3. redução na utilização de triglicerídeos ou de ác graxos para síntese de lipídeos complexos, por carência de fatores nitrogenados e de ATP 4. menor formação de lipoproteínas por deficiência na síntese de apoproteínas 5. distúrbios no deslocamento de vesículas de lipoproteínas por alterações funcionais no citoesqueleto ➢ A ingestão abusiva de etanol e distúrbios no metabolismo lipídico associados à obesidade são as causas mais comuns da esteatose hepática; a desnutrição protéico-energética e substâncias hepatotóxicas também podem produzi-la. ➢ Características macroscópicas: - salpicado de pontilhado amarelado - coração com o aspecto tigróide ➢ Características Microscópicas: - coloração especial com Sudam III ou IV An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 11 - vacúolos citoplasmáticos empurrando o núcleo para a periferia 3.2 - Aterosclerose: ➢ É uma doença caracterizada pelo depósito de colesterol, ésteres de colesterol e em menor quantidade, de fosfolipídeos e glicerídeos, na íntima de artérias de médio e grande calibre. ➢ É uma doença multifatorial ➢ Os componentes genéticos também são importantes e estão envolvidos com o polimorfismo em genes relacionados com o metabolismo lipídico, biologia do tecido adiposo e resposta inflamatória. ➢ Depósitos lipídicos em artérias, embora possam ser encontrados desde os primeiros anos de vida, tornam-se mais frequentes e têm maior potencial para evoluir após a quinta década de vida. 3.3 - Lipoidose: ➢ É um transtorno de metabolismo lipídico devido a mobilização excessiva de triglicerídeos do tecido adiposo para o fígado. ➢ Suas causas podem ser variáveis, mas, principalmente, estão associadas a privação de alimento, aumento súbito da demanda energética ou da interferência de lipoproteínas hepáticas que impossibilita a exportação de lipídios do fígado para a circulação sanguínea. ➢ Variações: - Hand Schuller Christian - Letterer-Siwe (adolescentes) - Granuloma eosinófilo do osso ➢ Sintomas: - acúmulo de lipídeos nos histiócitos - xantomatose na pele - histiocitose X 4.1 - Glicogenoses: ➢ são doenças genéticas caracterizadas pelo acúmulo do glicogênio nas células do fígado, rim, músculo esquelético e coração ➢ Tem como causa a deficiência de enzimas envolvidas no processo de sua degradação. ➢ Doença de Von Gierke - é uma doença causada pela deficiência catalítica da G6Pase - a, encarregada de hidrolisar a glicose 6 fosfato no citoplasma celular durante a gliconeogênese e a glicogenólise. ➢ Diabetes Melito - é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da capacidade/falta da insulina para exercer adequadamente seus efeitos. - É caracterizada pela alta taxa de glicose no sangue. - Tipo I - causada pela destruição das células produtoras de insulina, em decorrência de defeito do sistema imunológico em que os anticorpos atacam as células que produzem a insulina. O paciente se torna insulino-dependente Afeta de 10 a 20% dos casos. - Tipo II - resulta na resistência à insulina e a deficiência na secreção de insulina. Ocorre em 90% dos diabéticos. Não é insulino-dependente ( normalmente tem início An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 12 na vida adulta e sua transmissão é autossômica dominante - Manifestaçõesgerais: ○ polifagia (fome acentuada) ○ polidipsia (sede frequente) ○ poliúria (urina abundante) ○ perda de peso: metabolização de gorduras ○ fadiga: não tem energia ○ infecções frequentes: germes X resistência orgânica ○ cicatrização mais difícil: circulação terminal ○ alteração vascular: permeabilidade dificultada - Manifestações bucais: ○ Cárie progride rapidamente ○ polpa com dificuldade de reparação ○ não se forma dentina reacional ○ progressão rápida de doença periodontal ○ xerostomia ○ lesões ulcerativas de mucosa 5.1 - Degenerações extracelulares: ➢ É a deposição de substância hialina 5.2 - Amiloidose: ➢ É uma doença em que proteínas dobradas de forma anormal formam fibrilas de amilóide que se acumulam nos tecidos e órgãos, às vezes levando à disfunção ou insuficiência do órgão e morte. ➢ Amiloidose primária (AL): - É sistêmica - Ocorre com anormalidades de células plasmáticas que fazem com que produzam quantidades excessivas de proteínas anormais de anticorpos chamadas de cadeias leves - Algumas pessoas também apresentam câncer de células plasmáticas (mieloma múltiplo) - Os locais que costumam ser afetados são: pele, coração, rins, nervos, língua, intestino, fígado, baço e vasos sanguíneos ➢ Amiloidose secundária (AA): - Pode surgir em decorrência a doenças crônicas destrutivas, como: tuberculose, sífilis, osteomielite crônica, artrite reumatóide, entre outras. - É associada ao mieloma múltiplo - É uma doença hereditária - Ela frequentemente leva a doenças renais, embora outros órgãos possam também ser afetados. An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 13 Mo�t� Celula� - Necr�s� As patologias ao atuarem sobre as células, os agentes lesivos causam lesões reversíveis ou morte celular. A produção de lesões reversíveis e irreversíveis depende da natureza do agente agressor, da intensidade e da duração da agressão e da capacidade do organismo reagir. A morte celular é dividida em 3 categorias: ● Programada: ➔ morte celular fisiológica ➔ ocorre para manter a homeostase ou favorecer a diferenciação ➔ EX: apoptose ● Regulada: ➔ é uma morte celular causada pela ativação e vias que podem ser reguladas por fármacos ou manipulação genética, sem fazer parte de um contexto fisiológico ➔ EX: necrose que ocorre pela infecção por alguns vírus que inibem a apoptose. Toda morte programada é regulada, mas nem toda morte é regulada é programada. ● Acidental: ➔ Ocorre por agressões que induzem necrose ou apoptose: I. Anóxia: ausência ou diminuição da oxigenação II. Intoxicação etílica crônica aumenta a expressão do receptor Fas e de ligantes do Fas em hepatócitos, o que resulta em apoptose nessas células. A morte celular não pode ser usada sempre como sinônimo de necrose, já que esta é morte celular seguida de autólise. Apoptose: ● É uma morte celular programada ● É um processo essencial para a manutenção do desenvolvimento dos seres vivos, sendo importante para eliminar células supérfluas ou defeituosas. ● A célula sofre alterações morfológicas características, como: ○ retração da célula ○ perda da aderência com a matriz extracelular ○ condensação da cromatina ○ fragmentação internucleossômica do DNA ○ formação dos corpos apoptóticos ● Está relacionada com a manutenção da homeostase e com a regulação fisiológica do tamanho dos tecido ● Pode também ser causada por um estímulo patológico (como lesão do DNA celular) Autólise = autodigestão: ● É a auto-dissolução ou autodigestão que ocorre em tecidos ou células por enzimas na própria célula ● Ocorre logo após a morte celular e, também, em alguns estados patológicos An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 14 ● É iniciada pelas células dos lisossomos que liberam enzimas digestivas para o citoplasma devido a cessação de processos ativos na célula ● Ocorre a destruição das organelas, membrana celular e substâncias intercelulares ● Vivo - necrose (circundada por infiltrado inflamatório) ● Morto - alterações pós-morte (área sem halo de infiltrado inflamatório) Necrobiose: ● É um processo de alterações celulares evolutivas que levam à necrose Necrose: Significa morte celular ocorrida em organismo vivo e seguida de autólise. Quando a agressão é suficiente para interromper as função vitais. Após a necrose são liberadas alarminas, que são reconhecidas em receptores celulares e desencadeiam uma reação inflamatória. ASPECTOS MACROSCÓPICOS DA NECROSE: ● Necrose Isquêmica: ○ em órgãos com circulação terminal adquire coloração esbrnquiçada e torna-se tumefeita, fazendo saliência na superfície do órgão ou de corte ● Necrose anóxica: ○ Em órgãos com circulação dupla, há o extravasamento de sangue a partir do vaso não obstruído e a área comprometica fica com aspecto hemorrágico ● Necrose Caseosa: ○ A área nerosada fica com aspecto de queijo, esbranqueçada e quebradiça ○ muito comum de ocorrer na tuberculose ● Necrose Gomosa: ○ As lesões necróticas tomam o aspecto semelhante a uma goma ○ Muito comum de ocorrer na sífilis ● Necrose por Liquefação (ou coliquativa) ○ É um tipo de necrose em que o tecido é digerido até a liquefação, ficando muito mole, com aspecto semifluido ASPECTOSMICROSCÓPICOS: ● Picnose nuclear: são alterações nucleares caracterizadas por intensa contração e condensação da cromatina, tornando o núcleo intensamente basófilo, de aspecto homogêneo e menor que o normal. ● Cariólise: é a Digestão da cromatina, que faz a afinidade tintorial dos núcleos das células desaparecerem. ➔ É facilmente identificada pela ausência de núcleos nas células ● Cariorrexe: quando o núcleo se fragmenta e se dispersa no citoplasma. ➢ Esses 3 aspectos resultam no abaixamento excesivo do pH na célula morta e da ação desoxirribonucleases e de outras proteínas ácidas que digerem a cromatina e fragmentam a membrana nuclear An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 15 ● As alterações citoplasmáticas são menos típicas, mas qundo ocorrem há um aumento da acidofilia e com a evolução da necrose, o citoplasma toma aspecto granuloso e tende a formar massas amorfas de limites imprecisos e o material citoplasmático autolisado se mistura, formando uma massa homogênea. As células necrosadas mostram diversos aspectos confrome o tempo de autólise (ação que consiste na destruiçõ ou aniquilamento dos tecidos e/ou células que se encontram no próprio organismo por suas próprias enzimas: 1. Fases iniciais: as organelas possuem diversas alterações, sobretudo a vacuolização de mitocôndrias, retículo endoplasmático e complexo de golgi. 2. Com o proceso avançado: as organelas perdem a individualidade e não podem mais ser reconhecidos. Depósitos de sais de cálcio são frequentemente encontrados. Observa-se restos de complexos juncionais quando outras subestruturas celulares já não são mais distinguíveis. CAUSAS DE NECROSE ● Fatores Etiológicos: ○ Isquêmicos - circulação sanguínea ○ Físicos - calor, elétrico, radiação ○ Químicos - fenol, clorofórmio… ○ Biológicos - bactérias, vírus, protozoários ○ Imunitários - fenômeno de Arthus ○ Traumáticos - acidentes ALTERAÇÕES CELULARES: ● Nucleares: ○ Picnose - retração e condensamento do núcleo (hipercorado: basófilo-hematoxilina), com perda da individualidade dos grânulos de cromatina ○ Cariorrexe - fragmentação do núcleo. Acúmulo irregular da cromatina fora dos limites da membrana celular ○ Cariólise ou cromatólise - desaparecimento da basofilia ou coloração (coloração nuclear pálida e fraca). Dissolução da cromatina. ● Citoplasmáticas: ○ Eosinofilia - o citoplasma perde a leve basofilia que lhe é característica, passando a cor-de-rosa forte (afinidade pela eosina). Isto ocorre por digestão do RNA do citoplasma, por exemplo, dos ribossomos (microscópio óptico) ○ Opacidade - tumefacção das mitocôndriase retículo endoplasmático (microscópio eletrônico) TIPOS DE NECROSE: Os agentes agressores produzem necrose por: 1. Redução de energia, por obstrução vascular (isquemia, anóxia) ou por inibição dos processos respiratórios da célula 2. Geração de radicais livres 3. Ação direta sobre enzimas, inibindo processos vitais da célula An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 16 4. Agressão direta à membrana citoplasmática, criando canais hidrofílicos pelos quais a célula perde eletrólitos e morre ● Necrose por Coagulação: ➔ Causa mais frequente isquemia ➔ Chamada de Necrose Isquêmica ➔ A área atingida fica com coloração esbranquiçada e salienta-se na superfície do órgão ➔ A região necrótica é circundada por um halo avermelhado (hiperemia que tenta compensar a isquemia ocorrida) ➔ As células necrosadas apresenta um citoplasma com aspecto de substância coagulada ● Necrose por Liquefação: ➔ necrose por coliquação ou coliquativa ➔ É aquela em que a região necrosada adquire consistência mole, semifluida ou liquefeita ➔ É comum após anóxia no tecido nervoso, na suprarrenal ou na mucosa gástrica ➔ A liquefação é causada pela liberação de uma grande quantidade de enzimas lisossômicas ➔ Em inflamações purulentas, também há necrose por liquefação do tecido inflamado. ➔ PUS: ◆ macro: tecido necrótico de consistência mole e amarelada ◆ micro: área necrosada invadida por neutrófilos cujas enzimas favorece o amolecimento ◆ Ex: SNC (rico em lipóides e pobre em proteínas), medula da Suprarrenal e mucosas ● Necrose Lítica: ➔ é a denominação que se dá à necrose de hepatócitos em hepatites virais, os quais sofrem lise ou esfacelo (necrose por esfacelo) ● Necrose caseosa: necrose caseosa em granuloma da tuberculose ➔ A área necrosada adquire um aspecto macroscópico de massa de queijo. ➔ A principal característica é a transformação das células necróticas em uma massa homogênea, contendo alguns núcleos picnóticos e, principalmente na periferia, núcleos fragmentados (cariorrexe) An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 17 ➔ As células perdem totalmente os seus contorno e os detalhes estruturais ➔ é comum na Tuberculose, e em outras doenças como: paracoccidioidomicose e tularemia ➔ Na periferia da região necrosada de caseosa, há cariorrexente evidente, achado muito frequente na apoptose. ➔ Na parte central da lesão, encontra-se cariólise extensa ● Necrose Gomosa: ➔ trata-se de uma variedade da necrose por coagulação na qual o tecido necrosado assume um aspecto compacto, elástico como borracha ou fluido e viscoso como a goma-arábica ➔ É encontrado na sífilis tardia (goma sifilítica) ● Esteatonecrose: ➔ necrose enzimática ➔ é uma forma de necrose que compromete adipócitos ➔ encontrada tipicamente na pancreatite aguda necro-hemorrágica e na mama (quando ocorre um trauma) ➔ Por ação de lipases sobre os triglicerídeos, os ácidos graxos liberados sofrem um processo de saponificação na presença de sais alcalinos, originando depósitos esbranquiçados ou manchas com aspecto de pingo de velate ➔ Macro: necrose do tecido adiposo com liberação de gordura nos tecidos ➔ Micro: pontos brancos ou manchas em pingos de vela / apresentam reações inflamatórias semelhantes ao tipo de corpo estranho Evolução da Necrose: Dependendo do tipo de tecido, órgão e extensão da área atingida, uma área de necrose pode seguir vários caminhos REGENERAÇÃO: ● Quando o tecido que sofreu necrose tem capacidade regenerativa, os restos celulares são reabsorvidos por meio de uma resposta inflamatória que se intal ● Se o estoma é pouco alterado, há regeneração completa - é o que ocorre no fígado ● Caso a necrose seja mais extensa, a trama reticular sofre colapso e, embora regenerados, os hepatócitos não conseguem organizar-se no lóbulo hepático e tendem a formar nódulos que distorcem a arquitetura do órgão. An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 18 CICATRIZAÇÃO: ● trata-se de um processo pelo qual o tecido é substituído por um tecido conjuntivo cicatricial ● Ocorre tipicamente quando a lesão é extensa e, sobretudo, se as células afetadas não têm capacidade regenerativa ● Por ação de citocinas, são liberados estímulos para a proliferação vascular e do tecido conjuntivo que irá formar a cicatriz. A proliferação fibroblástica e endotelial depende da liberação de fatores de crescimento: 1. Fator de crescimento derivado de plaquetas e fator de crescimento de fibroblastos, produzidos pelos macrófagos 2. fator de crescimento transformante Beta e fator de crescimento para endotélio, liberados pelos Linfócitos T e macrófagos Com isso a área de necrose pode se tornar completamente cicatrizados em poucos dias (3 semanas no miocárdio, caso a lesão seja mais extensa) ● Encistamento: ➔ quando o material necrótico não é absorvido por ser muito volumoso ou por causa de fatores que impedem a migração de leucócitos, a reação inflamatória com exsudação de fagócitos desenvolveu-se somente na periferia da lesão ➔ Causa a proliferação conjuntiva e formação de uma cápsula que insista o tecido necrosado, o qual vai sendo absorvido lentamente, permanecendo em seu interior um material cada vez mais líquido. ● Eliminação: ➔ se a zona de necrose atinge a parede de uma estrutura canalicular que se comunica com o meio externo, o material necrosado é lançado nesta estrutura e então é eliminado, o que origina uma cavidade ➔ Esse fenômeno é muito comum na tuberculose pulmonar, em que o material caseoso é eliminado pelos brônquios, formando cavernas tuberculosas ● Calcificação: ➔ certos tipos de necrose tendem frequentemente à calcificação ➔ Embora os níveis de Ca++ se elevem muito em tecidos mortos, os mecanismos que regulam a calcificação nesses locais ainda não são totalmente conhecidos. GANGRENA: ● É uma forma de evolução da necrose que resulta da ação de agentes externos sobre o tecido necrosado. ● Gangrena Seca: ➔ originada quando há um contato com o ar em regiões de desidratação ➔ ocorre preferencialmente, nas extremidades, como: dedos, artelhos e ponta do nariz. ➔ Na maioria das vezes em consequência de lesões An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 19 vasculares, como as que ocorrem no diabetes melito. ➔ Tem cor escura, azulada ou negra, devido a impregnação por pigmentos derivados da hemoglobina, sendo comum a existência de uma linha nítida (reação inflamatória) no limite entre o tecido morto e o não lesado ➔ Exemplo: múmias (mumificação) ● Gangrena Úmida: ➔ resulta de uma invasão da área necrosada por microrganismos anaeróbios produtores de enzimas que tendem a liquefazer os tecidos mortos e produzir gases de odor fétido que se acumulam em bolhas juntamente com o material liquefeito ➔ É comum em necroses do tubo digestivo, dos pulmões e da pele. ➔ A absorção de produtos tóxicos da gangrena podem provocar reações sistêmicas fatais, induzindo choque do tipo séptico. ● Gangrena Gasosa: ➔ é secundária a contaminação do tecido necrosado, com microrganismos do gênero Clostridium que produzem enzimas proteolíticas e lipolíticas e grande quantidade de gás, formando bolhas gasosas. ➔ É comum em feridas infectadas ➔ Foi muito frequente nas guerras mundiais, quando, normalmente, era fatal. Alterações Pós Morte Somática: RIGORMORTIS: ● Sinal reconhecível de morte ● É um fenômeno físico-químico que ocorre devido aos níveis de ATP provenientes do organismo humano. Logo após a morte, ocorre uma ligeira depleção precedida pela flacidez cadavérica que utiliza esse estoque de ATP para manter os músculos flácidos. ● Após a utilização dessa fonte de energia, ocorre então uma rigidez cadavérica. ● É uma mudança química nos músculos, que promove a rigidezdos mesmos e impossibilidade de mexê-los ou movimentá-los ● Início - em média, entre 3 a 4 horas post-mortem, com total efeito do rigor em aproximadamente 12 horas e finalmente o relaxamento em aproximadamente 36 horas LIVORMORTIS: ● Livor hipostático ou lividez cadavérica ● Sinal de morte - descoloração de uma região do corpo causada por acúmulo de sangue em outra ● Queda gravitacional do sangue ● Manchas avermelhadas na região decúbita An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 20 ● Perda do tônus das vẽnulas e capilares (2 à 3 horas) ALGORMORTIS: ● um dos sinais de morte ● esfriamento do cadáver ● redução da temperatura da pele que ocorre após a morte DECOMPOSIÇÃO: ● penetração de bactérias saprófitas pelo tubo digestivo ● Produção de gases e coloração esverdeada dos tecidos ● As bactérias produzem gases e podem dar aspecto de esponja aos órgãos, especialmente no fígado. An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 21 Alteraçõe� Minerai� Nosso organismo é formado por diversas substâncias orgânicas e inorgânicas. Entre as substâncias orgânicas que fazem parte do nosso corpo, podemos destacar os carboidratos, lipídios, aminoácidos, proteínas e ácidos nucleicos. Já entre as substâncias inorgânicas encontradas são a água e os sais minerais, substâncias mais simples que as orgânicas. Os sais minerais são nutrientes que apresentam as mais variadas funções. Os organismos vivos são incapazes de produzir sais minerais, assim sendo, devem retirar esses nutrientes de fontes alimentares de origem animal ou vegetal e a ingestão dessas substâncias é de fundamental importância, uma vez que os minerais atuam na formação de ossos e dentes, condução do impulso nervoso, coagulação, manutenção do equilíbrio osmótico, transferência de substâncias pelas membranas, entre outras funções. E a falta dos sais minerais no corpo pode ser fatal, uma vez que altera significativamente o metabolismo. Sais de Cálcio: É um dos minerais mais conhecidos e representa, aproximadamente, metade da quantidade total de minerais e do organismo. Seu papel é amplo, estando relacionado com a permeabilidade da membrana, contração muscular, liberação de hormônios, coagulação do sangue, além, é claro, de formar ossos e dentes. CALCIFICAÇÃO NORMAL: ● O cálcio é absorvido no intestino, com os alimentos ● A vitamina D ajuda na absorção do cálcio ● O hormônio paratireoidiano regula o teor de cálcio no sangue ● O cálcio é eliminado em maior parte pelo intestino (65 a 75%) e menos pelos rins (25 a 35%) CALCIFICAÇÃO PATOLÓGICA: ● É a deposição de sais de cálcio em locais normalmente NÃO calcificados ● É uma lesão muito frequente, embora geralmente não traga consequências graves. ● Os depósitos minerais ocorrem sobre outros substratos celulares (viáveis ou necróticos) ● Calcificação Distrófica: ➔ É mais frequente ➔ ocorre de maneira mais localizada nos tecidos conjuntivos fibrosos hialinizados em lenta e prolongada degeneração ◆ ex: parede de vasos esclerosados e alguns tumores ➔ Ocorre também em áreas de necroses antigas e não reabsorvidas ◆ ex: em linfadenite caseosa da tuberculose, nos infartos antigos, ao redor de parasitas e larvas mortas, na necrose enzimática das gorduras da pancreatite e em trombos venosos crônicos ➔ Em órgãos tubulares (ductos e vesículas), a An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 22 calcificação pode envolver núcleos orgânicos de debris e células descamadas permitindo a formação de cálculos. ➔ Macro: grânulos, grumos ou massas brancas, pétreas ➔ Micro: células coradas pela HE, o material é formente basófilo, amorfo ● Calcificação Metastática: ➔ é menos frequente ➔ decorre da absorção abundante de cálcio no tubo gástro-intestinal por intoxicação de vitamina D e da mobilização excessiva de cálcio dos ossos, consequência de imobilização prolongada, de osteólise e do hiperparatireoidismo primário ou secundário. ➔ A insuficiência renal crônica provoca retenção de fosfatos o que determinará maior secreção de paratormônio no sentido de se equilibrar a relação cálcio-fósforo no sangue. ➔ A hiperfosfatemia induz a elevação da calcemia por excessiva mobilização óssea, às vezes ultrapassando o limiar de solubilidade do cálcio e fósforo no plasma, permitindo a sua precipitação nos tecidos Ácido Úrico: É um composto orgânico de carbono, nitrogênio, oxigênio e hidrogênio. O ácido úrico é encontrado na urina em pequenas quantidades. DEPOSIÇÃO NORMAL: ● relacionam-se com o metabolismo das purinas e mais diretamente do ácido úrico ● existe a deposição de urato de sódio nas células dos tecidos e vias excretoras urinárias HIPERURICEMIA: ● É uma consequência da taxa de ácido úrico elevada ● Formam-se pequenos cristais de urato de sódio semelhantes a agulhinhas, que se depositam em vários locais do corpo ● Gota: ➔ É uma doença inflamatória que acomete sobretudo as articulações ➔ Ocorre quando a taxa de ácido úrico no sangue está em níveis acima do normal ➔ 95% em sexo musculino ➔ aumento do ácido úrico no sangue -> 6 a 10 mg/ 100ml (normal 2 a 5) ➔ É caracterizada por ataques recorrentes de artrite aguda, provocados pela precipitação, nos espaços articulares, de cristais de ácido úrico. ➔ Localização: cartilagens articulares, membrana e líquido sinovial, bainhas tendinosas, válvulas cardíacas e túbulos renais. ● Artritismo: ➔ alterações não genéticas por deposições nas articulações ● Litíase úrica: ➔ Quando o ácido úrico dissolvido na urina forma minúsculos cristais que se acumulam até formar pequenos cálculos. An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 23 Concreções e cálculos: ● São cálculos de aspecto nodular, formadas por precipitações sucessivas de substâncias orgânicas e sais inorgânicos ● Matriz orgânica: células descamadas, agrupamentos microbiológicos, massa de fibrina ou muco ● Matriz inorgânica: sais de fosfato, alumínio, cálcio, uratos de sódio, etc… LOCALIZAÇÃO: ● órgãos ocos e cavidades naturais: ○ bexiga ○ vesícula biliar ○ peritônio ● Condutos naturais ○ ureter ● Vasos sanguíneos ○ artérias ○ veias TIPOS: ➔ Cálculos Renais: ➔ São formações endurecidas nos rins ou nas vias urinárias, resultantes do acúmulo de cristais existentes na urina ➔ Sais de cálcio - irregulares ➔ Ácido úrico - lisos e arredondados ➔ Cálculos Biliares: ➔ são pequenas pedras que se formam na vesícula biliar, onde a bile se concentra e de onde é lançada sob a influência de um hormônio intestinal ➔ alguns deles se alojam na vesícula biliar e não causam sintomas. Outros ficam presos no duto biliar e bloqueiam o fluxo da bile para o intestino, provocando a cólica biliar que se caracteriza por dor intensa no lado direito superior do abdome ou nas costas. ➔ Cálculos Pancreáticos: ➔ surgem devido a um processo inflamatório progressivo no pâncreas, que leva a danos permanentes em sua estrutura, podendo prejudicar as funções endócrinas (hormonal, causando diabétes) e exócrina (produção de enzimas que ajudam na digestão, causando a diarreia ➔ Causa mais comum é a pancreatite crônica ➔ Flebólitos e arteriólitos: ➔ São massas, depósitos ou crescimentos que se desenvolvem na parede de uma veia ou artéria e são compostos de cálcio. ➔ São comuns na região pélvica e estacionários e inofensivos ➔ Cálculos salivares ➔ É formado pelo acúmulo de sais minerais em determinada região ➔ Com o tempo e com o acúmulo desses minerais em determinado ponto do ducto salivar, eles se cristalizam, dando origem a pequenas “pedras” ➔ Se não houver tratamento, a tendência é que elas cresçam, assim como problemas provocados à saúde ➔ Outros… An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 24 Alteraçõe� Pigmentare� Os pigmentos, que são substâncias com corprópria, origem, composição química e significado biológicos diversos, acham-se distribuídos amplamente na natureza e são encontrados em células vegetais, animais, nas quais desempenham importantes funções. Pigmentação - é o processo de formação e/ou acúmulo, normal ou patológico, de pigmentos no organismo. - Pigmentação patológica pode ser sinal de alteração bioquímica pronunciada, sendo o acúmulo ou a redução de determinados pigmentos um dos aspectos mais marcantes em várias doenças. Pigmentos Endógenos: Pigmentos de Hemoglobina: Pigmentos Heme ou Hematina (composto corado) associado a uma proteína (Globina) BILIRRUBINA (Bb): ● Pigmento amarelo ● é o produto final do catabolismo da fração heme da hemoglobina e de outras hemoproteínas ● O aumento da Bb não conjugada, particularmente em recém-nascidos, pode causar lesão cerebral irreversível, morte e nos casos de sobrevida, sequelas neurológicas ● É essencial para o diagnóstico de grande número de doenças, hereditárias ou adquiridas, do fígado e do sangue e em um sinal clínico muito importante ● A Icterícia, que se caracteriza por deposição na pele, esclera e mucosas. ● O aumento na excreção de Bb na bile por doenças hemolíticas crônicas favorece a formação de cálculos pigmentares, constituído principalmente por bilirrubinato de cálcio. HEMATOIDINA: ● É constituída por uma mistura de lipídeos e um pigmento semelhante a Bb, desprovido de ferro, que se forma em focos hemorrágicos, após a degradação das hemácias extravasadas por macrófagos locais. ● Aparece ao final da 2° ou 3° semana após o sangramento, sob a forma de cristais de cor variando do amarelo-ouro, amarelo-alaranjado ou vermelho-alaranjado a marrom dourado ● É comum a presença de hemossiderina associada à hematoidina (que não tem repercussões para o organismo). HEMOSSIDERINA: ● Hemossiderina e ferritina são as duas principais formas de armazenamento intracelular de ferro. ● Quando há excesso de ferro, micelas de ferritina se agregam e formam a hemossiderina, que é um pigmento visível à microscopia de luz. ● Formação da Hemossiderina: An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 25 1. incorporação da ferretina no citosol sob a forma de agregados pelo retículo endoplasmático liso 2. Fusão dos vacúolos autofágicos com lisossomo, formando lisossomos 2° 3. degradação enzimática da apoferritina 4. persistência de agregados maciços e insolúveis de ferro, constituindo a hemossiderina ● São grânulos intracitoplasmáticos grosseiros, castanhos-escuros ou amarelo-dourados. ● Hemossiderose localizada - é encontrada em hemorragias, em que a hemossiderina é vista no interior de macrófagos 24 a 48h após o início do sangramento. ● Hemossiderose sistêmica - ocorre por aumento da absorção intestinal de ferro, em anemias hemolíticas e após a transfusões de sangue repetidas. O pigmento acumula-se nos macrófagos do fígado, baço, medula óssea, linfonodos e, mais esparsamente nos da derme, pâncreas e rins. Melanina A diversidade da cor observada na pele, cabelos e olhos dos seres humanos resulta da melanina, cujo é um pigmento de cor, que varia do castanho ao negro. As funções da pigmentação melânica cutânea são proteção contra a radiação ultravioleta B (fotoproteção), ação oxidante, absorção de calor, cosmética, comunicação social… Eumelanina - insolúvel, de cor castanha a negra, com ação fotoprotetora e antioxidante Feomelanina - solúvel em solução alcalina, de cor amarela a vermelha, igualmente com efeito antioxidante. É produzida pelos melanoblastos (camada basal) ● Derma: abaixo da camada basal -> melanóforos -> macrófagos -> transportam o pigmento -> Oxidação de tirosina -> dioxi fenilalanina -> melanina HIPERPIGMENTAÇÃO MELÂNICA CUTÂNEA: ● É o aumento do n° de melanócitos ○ nevus pigmentado e melanoma ● As lesões hiperpigmentadas mais comuns são as efélides (sardas), os nervos e os melanomas. ● Muitas substâncias podem causar hiperpigmentação melânica, como medicamentos, anticoncepcionais orais, metais pesados e agentes quimioterápicos. ● Aumento da atividade melanogênica: ➔ Xeroderma Pigmentoso (fatores genéticos) ◆ é caracterizada por uma extrema sensibilidade à radiação ultravioleta ◆ Afeta, portanto, as áreas do corpo mais expostas ao sol como a pele e os olhos ➔ Bronzeadores (fatores de fotossensibilização) ➔ Doença de Addison (aumento de secreção da melanotropina) ◆ A hiperpigmentação caracteriza-se por bronzeamento difuso das áreas An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 26 expostas do corpo e, em menor grau, das não expostas, em especial nos pontos de pressão, pregas cutâneas, cicatrizes e superfícies extensoresas. ◆ Sardas negras são comuns na testa, face, pescoço e ombros ◆ Ocorre a pigmentação preto-azulada das aréolas e mucosa dos lábios, da boca, do reto e da vagina. ● Defeito no mecanismo da eliminação: ➔ Incontinentia Pigmenti: ◆ É uma genodermatose rara, mais comum no sexo feminino, e com herança autossômica dominante ligada ao cromossomo X. ◆ É uma doença multissistêmica com manifestações cutâneas, oculares, dentárias e do SNC HIPOPIGMENTAÇÃO MELÂNICA CUTÂNEA: ● diminuição do n° de melanócitos: ➔ intoxicação da indústria da borracha ● diminuição da atividade melanogênica: ➔ albinismo (genética): ◆ se caracteriza pela ausência total ou parcial da melanina ◆ pessoas com esse distúrbio, apresentam pele muito branca, olhos, cabelos, cílios e demais pelos do corpo extremamente claros ➔ vitiligo (idiopática): ◆ É caracterizada pela perda da coloração da pele ◆ as lesões formam-se devido à diminuição ou ausência de melanócitos nos locais afetados ◆ não é contagioso e não traz prejuízos a saúde física Pigmentos Exógenos: ● pigmentos não naturais - estranhos ao organismo ● São aqueles pigmentos que penetram no organismo juntamente com o ar inspirado e com os alimentos deglutidos, ou são introduzidos por via parenteral, como ocorre com as injeções e tatuagens ● vias de penetração: ➔ aspiração - pulmão ➔ ingestão - intestino ➔ inoculação - pele Pneumoconioses: ● São as doenças originadas pela inalação de suspensões. ● Se caracterizam por danificar os pulmões, uma vez que o nosso sistema imunológico não consegue combater essas substâncias nocivas ● Tipos: ➔ Asbestose - causada pela inalação de pó de amianto An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 27 ➔ Silicose - relacionada à inalação de sílica ➔ Antracose - oriunda da inalação de partículas de carbono derivadas do carvão ou grafite ➔ Siderose - decorrente da exposição a partículas de ferro ➔ Talcose - causada geralmente por processos de mineração e moagem do talco ➔ Bagaçose - inalação de bagaços de cana de açucar ➔ Bissinose - algodão ➔ Poeiras antigênicas - madeira, ferro… ● As consequências pulmonares podem variar conforme alguns fatores, como o tipo de pó inalado, a quantidade, a presença de outros tipos de poeira e demais condições, como tabagismo e doenças pulmonares pré-existentes Argiria (prata): ● é uma doença rara, causada pelo excesso de sais de prata no organismo, que pode ocorrer devido à exposição à prata por longos períodos, inalação ou contato direto, prolongado e excessivo com pó de prata ou compostos de prata de forma imprópria. ● O uso do medicamento Argirol, um colírio a base de prata pode levar à argiria assim como o consumo da prata coloidal, um suplemento alimentar antigamente utilizado para fortalecer o sistema imunológico, no entanto ainda não foi esclarecida a quantidade necessária de prata no organismo para gerar a doença. ● O indivíduo pode ficar com a pele azulada ou acinzentada devido ao acúmulo de sais de prata no organismo. ● Além da pele, a conjuntiva dos olhos, as gl. sudoríparas e sebáceas, rins e fígado, também ficam azuladoSaturnismo/Plumbismo (chumbo): ● É a intoxicação do organismo por chumbo, pela ingestão de tinta de chumbo e comer ou beber em cerâmica importada incorretamente vitrificada com chumbo ● Níveis muito elevados de chumbo no sangue podem causar alterações de personalidade, dores de cabeça, perda de sensibilidade, fraqueza, um sabor metálico no sangue, instabilidade na locomoção, problemas digestivos e anemia ● O diagnóstico baseia-se nos sintomas e um exame de sangue ● O chumbo afeta muitas partes do organismo, incluindo o cérebro, os nervos, os rins, o fígado, o sangue, o aparelho digestivo e os órgãos sexuais. ● As crianças são particularmente sensíveis, porque o chumbo causa um dano maior ao sistema nervoso que ainda se encontra em processo de desenvolvimento. ● Pode ocasionar uma linha plumbífera no contorno gengival Carotenemia = caroteno: An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 28 ● É uma condição clínica caracterizada pela pigmentação amarelada ou alaranjada da pele, causada pelos altos níveis de caroteno no organismo. ● Não apresenta riscos à saúde ● Principal causa é o consumo excessivo de alimentos ricos em caroteno, como: ○ cenoura ○ abóbora ○ manga ○ melão ○ mamão Tatuagem: ● É uma forma de pigmentação exógena que resulta na introdução de pigmentos insolúveis na derme acidental ou propositalmente. ● Normalmente os pigmentos são inoculados com agulhas para formar gravuras ou inscrições, representando uma das formas de modificação da imagem corporal mais conhecidas e cultuadas do mundo ● Pode ser utilizada em finalidades estéticas e para camuflar cicatrizes em que houver perda do pigmento melânico. ● São fixadas na derma pelos macrófagos An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 29 Alteraçõe� Circulatória� Hiperemia É o aumento da quantidade de sangue num órgão, por maior afluxo sanguíneo (dilatação de vaso capilar/arterial) ou por deficiente escoamento (retardamento do fluxo venoso) HIPEREMIA ATIVA OU ARTERIAL (dilatação de arteríolas e capilares) É o aumento do afluxo sanguíneo arterial por aumento da Pressão Arterial e/ou redução da resistência pré-capilar Causas: ● fisiológica: coração em exercício físico, útero gravídico, digestão, emoção ● circulação colateral: anastomoses após obstrução de um dos ramos ● agentes mecânicos: pancada na pele ● agentes físicos: calor, raios solares, radiação ● agentes químicos: ácidos, venosos, etc. ● agentes biológicos: bactérias ● estágios iniciais de processos inflamatórios: calor, rubor, tumor, dor ● Em alguns casos, a hiperemia surge como um sinal de que algo não vai bem no corpo do paciente, aparecendo como consequência de uma infecção ou inflamação ou até mesmo após um traumatismo. Consequências: ● Eritema - vermelhidão da pele, seja em uma área limitada ou por todo o corpo ● Pulsação local ● Calor HIPEREMIA PASSIVA OU VENOSA (dilatação de vênulas e capilares) É a redução da drenagem venosa por aumento da resistência pós capilar Causas: ● Obstruções: ➔ Trombose ◆ é decorrente da formação de coágulos em lugares em que não houve sangramento ◆ é caracterizada pela formação ou desenvolvimento de um coágulo sanguíneo responsável por causar inflamação na parede do vaso ➔ Embolia ◆ é quando um corpo estranho anormalmente presente na corrente sanguínea viaja pelo organismo e acaba ficando impactado em uma artéria, provocando a obstrução da passagem de sangue e consequente isquemia dos An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 30 tecidos nutridos pelos vaso obstruído ➔ Compressão or tumores ➔ Varizes ◆ são veias dilatadas e tortuosas que se desenvolvem abaixo da pele ● Insuficiência contrátil do coração Consequências: ● Edema ● Estase sanguínea - é a redução da diminuição no fluxo sanguíneo, o sangue não está circulando como deveria, o que pode levar à formação de coágulos ● Hiperpigmentação ● Proliferação fibrosa ASPECTOSMACROSCÓPICOS: ● Hiperemia Ativa: coloração avermelhada (eritema) ● Hiperemia Passiva: coloração vermelho-escura ou azulada (hemoglobina reduzida, rica em sangue, com visibilidade de pequenos vasos venosos) ASPECTOSMICROSCÓPICOS: ● capilares congestionados e dilatados Hemorragia: É a perda de sangue que acontece devido ao rompimento de vasos sanguíneos, o que pode ser consequência de um ferimento, pancada ou alguma doença. Hemorragia Externa: ● quando o sangramento é visualizado para fora do corpo ● Pode haver uma grande perda de sangue em pouco tempo Hemorragia Interna: ● quando ocorre dentro de alguma cavidade do organismo, ou seja, o sangue não se exterioriza. ● o sangramento pode ser mais difícil de identificar, mas ainda assim deve ser avaliado por um médico. MECANISMO: ● Rexe - ruptura do vaso (traumática) ● Diabrose - erosão da parede do vaso ● Diapedese - saída por entre as células endoteliais, sem cuptura Classi�cação: ORIGEM: ● Capilar: é o sangramento mais comum, em que apenas os pequenos vasos que chegam até a superfície do corpo, chamados capilares, são atingidos ● Venosa: é a hemorragia com um fluxo contínuo e lento, por vezes de grande volume ● Arterial: é quando uma artéria é atingida, isto é, os vasos que levam sangue do coração ao resto do corpo e, por isso o sangue é vivo, com grande fluxo e intensidade - é o sangramento mais grave, e pode, até, provocar jatos de sangue para locais distantes do corpo e risco de morte REGIÃO (localização) ● Externa: ➔ epistaxe (nariz) ➔ Otorragia (ouvido) ➔ Enterorragia (intestino) ➔ Estomatorragia (boca) ➔ Gastrorragia (estômago) ➔ Hematêmese (vômito) An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 31 ➔ Melena (fezes) ➔ Hematúria (urina) ● Interna ➔ Hemotórax ➔ Hemoperitônio ➔ Hemopericárdio (espaços naturais) ➔ Petéquias = pontilhado ➔ Equimose = área mais extensa ➔ Hematoma = coleção de sangue, em cavidade neoformada ➔ Púrpura = hemorragias espontâneas ➔ Apoplexia = efusão intensa em um órgão (SNC) ETIOPATOGENIA ● Local: ➔ trauma (mecânico ou físico) ➔ processo inflamatório ➔ hipertensão arterial ● Sistêmica: ➔ doença nas paredes vasculares (aneurisma e invasão neoplásica) ➔ diátese hemorrágica (múltiplos tecidos) ◆ alterações no mecanismo de coagulação sanguínea ◆ defeito da parede vascular Edema: É o instrumento de tecidos moles decorrente do aumento de líquido intersticial. O líquido predominante é a água, mas pode haver acúmulo de líquido rico em células e proteínas, se houver infecção ou obstrução linfática Pode ser generalizado ou local. Às vezes, surge abruptamente, provocando nos pacientes a queixa de que o membro inchou repentinamente. Presença e circulação de líquidos no organismo humano: ● Água - 60% ● Líquido Intracelular - 50% ● Líquido extracelular - 40% ● Líquido nos vasos - 5% ● Ossos - 5% Normalidade: ● circulação do sangue ● equilíbrio entre líquidos corporais (intra e extravasculares) ● diferentes permeabilidades das membranas celulares → Via gastrointestinal ← rins/ intestinos/ pele/ lágrimas/ via sexual/ gl. mamárias (leite)/ via nasal/ via bucal/ via pulmonar Etiopatologia: LOCAIS: ● Aumento da pressão sanguínea capilar (pressão hidrostática) ➔ Coágulos intravasculares ➔ pressão por tumor ➔ gravidez ➔ postura VEIAS VARICOSAS ● Aumento da permeabilidade vascular ➔ Endotélio: membrana permeável - saída de plasma+proteínas ➔ Inflamações ➔ Intoxicação por drogas ➔ anoxia ➔ manifestações imunológicas An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 32 ● Obstrução linfática ➔ Linfodema - remoção cirúrgica de gânglios linfáticos ➔ axilares (câncer de mama) ➔ cervicais (câncer de assoalho bucal) GERAIS: ● Aumento da pressão sanguínea capilar (pressão hidrostática) ➔ insuficiência cardíaca - maior pressão venosa (congestão passiva)● diminuição da pressão oncótica e osmótica do sangue ➔ diminuição da albumina plasmática (abaixo de 2,5mg/100ml) plasma+proteínas ➔ Síndrome nefrótica (rim) ➔ Cirrose hepática (fígado) ● Aumento da pressão osmótica do líquido intersticial: ➔ >retenção renal de sódio -> > concentração de sódio no líquido extracelular -> aumento do sódio -> retenção de água -> volume de líquido extracelular (intersticial) ASPECTOS MACROSCÓPICOS: ● Depressão à compressão ● Área tumefeita e tensa ● Aspecto úmido e brilhante ● Órgão maior e mais pesado ● ao corte: transuda líquido (pulmão com espuma) ASPECTOS MICROSCÓPICOS: ● fibras do tecido separadas por: ➔ espaços claros (pouca quantidade) ➔ material homogêneo (pouca proteína) ➔ material granular acidófilo (proteico) Choque: Caracteriza-se por uma hipoperfusão tecidual sistêmica devido à incapacidade do músculo cardíaco de gerar um débito adequado às necessidades metabólicas do organismo CHOQUE PRIMÁRIO: ● reações emocionais – medo ● há vasodilatação da área esplâncnica (baço) e absorção do sangue em detrimento de falta no SNC ● há perda de consciência CHOQUE SECUNDÁRIO: ● múltiplas causas ● há fraqueza, pele fria, sudorese, respiração difícil, pulso fraco e rápido, pressão arterial baixa ETIOLOGIA: ● Trauma ● Hemorragia ● Infecções bacterianas ● Desidratação ● Queimadura ● Cirurgia ● Intoxicação por drogas ● Insuficiência cardíaca PATOGENIA: ● redução do volume de sangue circulante -> retorno venoso ao coração diminuído -> diminuição do débito cardíaco -> redução do fluxo sanguíneo -> diminuição da oxigenação dos tecidos (anoxia) An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 33 MECANISMOS COMPENSADORES: ● vasoconstrição periférica ● cardio aceleração ● constrição das veias sistêmicas ● retenção de sal e água CLASSIFICAÇÃO: ● Volume: ➔ Normovolêmico ➔ Hipovolêmico ● Equilíbrio: ➔ Compensado ➔ Descompensado DESIDRATAÇÃO: ● Distúrbio de equilíbrio hídrico ● Nível de água abaixo do normal DEPLEÇÃO DE ÁGUA (primária) ● Restrição na ingestão de água (doença física ou mental) ● Infortúnio (deserto / mar / etc.) ● Maior concentração de sódio no líquido extracelular -> retirada de água das células ● Sintomatologia: oligúria / xerostomia (secura da boca) / fraqueza / distúrbio mental / morte DEPLEÇÃO DE SÓDIO (secundária) ● Perda de fluidos orgânicos com eletrólitos (K) ● Vômitos ● Diarréia ● Sudorese excessiva ● Moléstia de Addison (urina) ● Sintomatologia: náuseas / cãibras / dor de cabeça / perda de peso Trombose: É o fenômeno pelo qual se dá a coagulação, in vivo, do sangue nos vasos e/ou no interior do coração (permanece no local e oblitera total ou parcialmente a luz dos vasos). MECANISMO DE FORMAÇÃO DO TROMBO: ● Acumulação ● Aglutinação ● Desgranulação ● Formação de fibrina MORFOLOGIA DOS TROMBOS: ● Cabeça ➔ pequena ➔ branca ➔ aderida à parede do vaso ➔ formada exclusivamente de plaquetas e fibrina ● Colo ➔ porção estreita que liga a cabeça à cauda ➔ altera de cor para vermelho (estrias de Zahn) ● Cauda ➔ predominantemente vermelha TIPOS DE TROMBOS: LOCALIZAÇÃO: ● Arterial ● Venoso ● Capilar ● Cardíaco CONSTITUIÇÃO: ● Hialino ➔ ocorre em pequenos vasos e capilares ➔ plaquetas acham-se fundidas ➔ Ex.: queimaduras, choque, reações alérgicas, mordedura de cobra (jararaca), infecções agudas (pneumonia, difteria), infecções crônicas ● Branco ➔ ocorre em artérias e no coração An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 34 ➔ branco-amarelado ou branco-acinzentado ➔ constituídos de plaquetas, fibrina e leucócitos ● Vermelho ➔ formado predominantemente por hemácias ➔ resultam da coagulação do sangue ● Misto ➔ comumente encontrado ➔ formado por partes brancas e vermelhas DESENVOLVIMENTO: ● Oclusivos ➔ adere e se adaptam ao endotélio / obliteram totalmente o lúmen do vaso / modificam o aspecto do vaso friável ➔ cauda longa, delgada, solta e acompanha a direção do coração ➔ fácil diagnóstico ● Parietais ou Murais ➔ não obliteram totalmente o lúmen do vaso / não modificam o aspecto do vaso ➔ diagnóstico mais difícil ➔ propagado, pediculado, vegetativo Etiopatogenia (Virchow): ● Alteração da velocidade da circulação da corrente sangüínea - esse retardamento facilita a separação de plaquetas e leucócitos ● Alteração da integridade do endotélio - é de importância a lesão do endotélio, onde se inicia a aglutinação de plaquetas por substâncias liberadas das células endoteliais ● Alteração da composição sanguínea - aumento do número de plaquetas, aumento da tromboquinase nos operados ou traumatizados, alteração de forma das hemácias (anemia falciforme), etc. OBSERVAÇÃO: ● VIRCHOW - primeiro a estudar os três grandes fatores responsáveis pela trombose - foi observado que não provocam a trombose individualmente é necessário pelo menos dois fatores presentes EVOLUÇÃO OS TROMBOS ● Deslocamento total ou parcial ● Amolecimento total (diluição ou embolias) ● Hialinização ● Calcificação (flebólitos, arteriólitos) ● Organização e recanalização ou tuneilização ● Contaminação – trombos sépticos CONSEQUÊNCIAS DA TROMBOSE ● Natureza do trombo ● Tipo anatômico da rede vascular ● Circulação colateral ● Vulnerabilidade do tecido à isquemia e a hipóxia ● Estado geral do sistema cardiovascular Embolia: É um distúrbio local da circulação, caracterizado pela presença, na corrente sanguínea, de corpos ou substâncias não An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 35 miscíveis com o sangue, levando à oclusão parcial ou completa da luz do vaso. Do grego emballain = lançar para dentro TIPOS (direção da corrente sanguínea): ● Direta ➔ caminham a favor da corrente sanguínea ● Cruzada ou Paradoxal ➔ passam da árvore arterial para a venosa ou vice-versa, sem atravessar os capilares. Ocorrem nas comunicações interatriais ou interventriculares e, sobretudo, nas fístulas arteriovenosas ● Retrógrada ➔ caminham no sentido contrário da corrente sanguínea. Êmbolos com grande densidade ou com movimentos próprios. ➔ Ex: fragmentos metálicos LOCALIZAÇÃO DOS ÊMBOLOS ● Arterial ● Venoso ● Linfático QUALIDADE OU CONSTITUIÇÃO ● Sólidos ➔ fragmentos de trombos / fragmentos de neoplasias -> metástases / corpos estranhos (projéteis de arma de fogo, parasitas e outros seres vivos, pedaços de cateteres de polietileno) ● Líquidos ➔ Embolia gordurosa ➔ líquido amniótico e mecônio ➔ ● Gasosos ➔ Embolia gasosa venosa ➔ Embolia gasosa arterial ➔ doenças de descompressão (mergulhadores, trabalhadores de minas, alpinistas e aviadores) CONSEQUÊNCIAS ● Dependem: ➔ do tamanho e da natureza do êmbolo ➔ da espécie do vaso obliterado ● Podem: ➔ levar à morte ➔ causar a necrose de determinada área do órgão atingido (infarto) ➔ difundir as infecções ou células neoplásicas Isquemia: É a diminuição ou a obliteração do suprimento sanguíneo para uma área localizada do organismo. TIPOS ● Relativa ➔ Diminuição ● Absoluta ➔ supressão total da quantidade de sangue arterial em certa área do corpo CAUSAS ● Obstrução arterial ➔ por obstáculo na luz do vaso ● Espasmos arteriais ➔ por aplicação de vaso constritores / frio intenso / An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 36 susto (reflexo) / desmaio (isquemia cerebral) / desproporção (entre o leito arterial e a massa de tecido a ser irrigada) ● Compressão externa da parede arterial FATORES DE EXTENSÃO DA LESÃO ● Velocidade de desenvolvimento gradual ou rápida ● Grau de oclusão parcial ou total ● Vulnerabilidade do tecido atingido ● Grau de suficiência da circulação colateral CONSEQUÊNCIAS ● Atrofia / Necrose -> se a irrigação é deficitária ● Infarto -> se a irrigação cessa Infarto: Consiste na necrose de um órgão ou território orgânico, causada por alguma forma de insuficiência circulatória (anóxia súbita).TIPOS ● Infarto Branco, Isquêmico ou Anêmico - órgão compacto, circulação terminal - Ex.: baço, rim, miocárdio, cérebro adquire cor amarelo-pálido depois de 24 horas -> limites mais nítidos em relação aos tecidos normais o sangue é destruído e dá cor ao tecido ● Infarto Vermelho ou Hemorrágico - órgão frouxo, irrigação duplo - Ex.: fígado, pulmão adquire cor vermelho-escuro depois de 24 horas -> sem limites nítidos o sangue se difunde pelos tecidos frouxos circunjacentes EVOLUÇÃO E CONSEQUÊNCIAS ● Formação de cicatriz (necrose) ● Calcificação e amolecimento asséptico (cérebro, baço) e séptico (causado por êmbolo séptico proveniente da invasão bacteriana do infarto asséptico) An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 37 Inflamaçã� É uma reação dos tecidos a um agente agressor caracterizada morfologicamente pela saída de líquidos e de células do sangue para o interstício. A reação inflamatória constitui um dos componentes mais importantes da execução da resposta imunitária e, embora faça parte dos mecanismos defensivos contra grande número de agressões, em muitos casos ela própria pode também causar danos ao organismo. Agentes inflamatórios: ● Agressões exógenas: físicas, químicas ou biológicas ● Agressões endógenas: estresse metabólico A Inflamação é um processo regulado: algumas moléculas induzem mediadores pró-inflamatórios, enquanto outras estimulam mediadores responsáveis por limitar e terminar o processo. Evolução Histórica: ● Termo utilizado há mais de 2000 anos nas combustões feitas devido ao calor da área inflamada com a combustão dos corpos ● 1550 ac - Utilizado em tumbas (Tebas), nos papiros egípcios ● 1 a.c (entre 30 ac e 50ac) - Celsius, um enciclopedista romano, descreve quais são os 4 sinais fundamentais da inflamação: ➔ calor ➔ rubor ➔ tumor ➔ dor ● 138 dc - 201 dc - Galeno, médico grego, acrescenta a Functio laesa, por reconhecer que por causa da inflamação há um distúrbio da função ● 1794 - Hunter, propõe uma resposta benéfica da inflamação, por alertar que algo está errado ● Séc XVIII - autópsias e análises microscópicas começam a ser feitas ● Séc XIX - medicina experimental ● Séc. XX - bioquímica. O que é a Inflamação? É uma resposta à infecção ou lesão tecidual que ocorre para erradicar microrganismos ou agentes irritantes e para potencializar a reparação tecidual. É, na verdade, uma manifestação das respostas imunitárias inata e adaptativas, que tem como papel: ● Conter e isolar a lesão ● Destruir microrganismos invasores ● Inativar toxinas ● Atingir a cura e o reparo Entretanto, a inflamação e o reparo, são nocivos ao nosso corpo, afinal pode provocar reações de hipersensibilidade potencialmente fatais, com lesão progressiva do órgão e fibrose do mesmo. Processo inflamatório -> alterações/lesões celulares e teciduais -> distúrbios circulatórios -> fenômenos proliferativos e reparadores An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 38 Classificação: Um órgão ou tecido lesado, utiliza-se o sufixo “ite”. PROCESSO INFLAMATÓRIO AGUDO - infiltrado Neutrófilo ➢ Aquela que tem início rápido ➢ duração curta ➢ presença de edema ➢ Sinais: ○ DOR - pode ocorrer continuamente ou apenas quando uma pessoa toca a área afetada ○ VERMELHIDÃO - isso ocorre devido a um aumento no suprimento de sangue para os capilares da área ○ PERDA DE FUNÇÃO - pode haver dificuldade para mover uma articulação, respirar, sentir o cheiro e assim por diante ○ INCHAÇO - uma condição chamada edema pode se desenvolver se houver acúmulo de líquido ○ CALOR - o aumento do fluxo sanguíneo pode deixar a área afetada quente ao toque PROCESSO INFLAMATÓRIO CRÔNICO - infiltrado linfo plasmático ➢ ocorre após a fase aguda ➢ resposta a lesões teciduais prolongadas ➢ recrutamento e ativação de linfócitos ➢ angiogênese e fibrose ➢ sinais: ○ infecção persistente ○ exposição prolongada ○ reação autoimune ○ destruição tecidual ○ tentativa de reparo com produção de tecido conjuntivo TIPOS DE ATERAÇÕES: ● Alterações exsudativas: ➔ catarral ● Alterações Regressivas: ➔ atrofiante ➔ necrosante ➔ ulcerada ● Alterações produtivas: ➔ hipertrofiante ou hiperplásica ➔ esclerosante Fenômenos da Inflamação: Qualquer que seja sua causa, a reação inflamatória envolve uma série de eventos, etapas ou momentos fundamentalmente semelhantes: 1. Irritação - que inclui o reconhecimento de alarminas e a liberação de mediadores 2. Modificações vasculares locais 3. Exsudação plasmática e celular 4. Lesões degenerativas e necróticas 5. Eventos que terminam ou resolvem o processo 6. Fenômenos reparativos - representados pela proliferação conjuntiva ou regeneração do tecido lesado An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 39 FENÔMENO IRRITATIVO ou NEUROLÓGICO: ● Toda inflamação começa com os fenômenos irritativos. ● Após uma agressão, surgem as alarminas, trazidas pelos agentes agressores ou geradas por uma agressão. A partir do reconhecimento delas, são liberados mediadores que comandam os fenômenos subsequentes. ● NÃO são morfologicamente visíveis ● As alarminas, determinam a síntese de mediadores tanto pró- como anti- inflamatórios, dependendo do início do processo, sua intensidade e evolução Principais mediadores primários que provocam a hiperemia e a maior permeabilidade das vênulas e capilares: ❖ Histamina ❖ Serotonina ❖ Bradicinina ❖ Plasmina RESUMO DO FENÔMENO IRRITATIVO: 1. inicia com a liberação de mediadores da inflamação que continua durante a evolução do processo, uma vez que um mediador induz a liberação de outros, inclusive com efeitos antagônicos 2. A inflamação se inicia e progride porque os mediadores de efeito pró-inflamatório precedem ou sobrepujam os efeitos de mediadores anti-inflamatórios 3. As células do exsudato são as mais importantes fontes de mediadores de progressão da inflamação e também que atuam na resolução do processo 4. A mudança na expressão de receptores os tecidos e nos leucócitos, com aumento progressivo daqueles para a mediadores anti-inflamatórios 5. Alguns mediadores também participam do processo do reparo. FENÔMENOS VASCULARES: Os fenômenos vasculares são representados por modificações comandadas por mediadores liberados durante os fenômenos irritativos. An� Clar� Bernarde� Ribeir� d� Abre� - Odontologi� Matéria: Patologia Geral 40 Principais modificações: ● vasodilatação arteriolar, produzida inicialmente por histamina e substância P - aumento do fluxo de sangue para a área agredida, gerando Hiperemia ativa e fluxo sanguíneo rápido ● Vênulas menores dilatam-se, mas as maiores sofrem pequena constrição - gera um aumento da pressão hidrostática na microcirculação, tornando o sangue mais viscoso e a circulação mais lenta. Com isso, surge a hipóxia local e aumento da excreção de catabólitos, como ADP e H, o que intensifica a vasodilatação e a abertura dos capilares, aumentando a hiperemia. Alterações vasomotoras: ➔ vasoconstrição fugaz ➔ vasodilatação arterial ou hiperemia ativa ➔ abertura dos esfíncteres capilares ➔ dilatação das vênulas ou hiperemia passiva ➔ aumento da permeabilidade vascular Alterações da Microcirculação: ➔ Aumento inicial do fluxo sanguíneo - hiperemia ativa ➔ Extravasamento do líquido com hemoconcentração local ➔ Aumento da viscosidade sanguínea ➔ Redução da velocidade sanguínea - hiperemia passiva ➔ Marginação Leucocitária. FENÔMENO EXSUDATIVOS: Os fenômenos exsudativos consistem na saída de plasma do leito vascular para o interstício. Embora independentes, em geral, a exsudação plasmática precede a exsudação celular: a predominância de uma ou de outra varia de acordo com os mediadores liberados. A exsudação de leucócitos é o elemento morfológico MAIS característico das inflamações. CONCEITOS: ● Exsudação = escapamento de líquido, proteínas
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