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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICA

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MATERIAIS DE 
CONSTRUÇÃO 
MECÂNICA
Ronei Stein
 
Uso de diagrama de 
fases para compreensão 
dos materiais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever o diagrama de fases dos materiais.
 � Interpretar as fases presentes no diagrama de fases dos materiais.
 � Reconhecer as microestruturas dos materiais para cada uma de suas 
fases.
Introdução
Fase pode ser definida como a porção homogênea de um sistema que 
possui características físicas e/ou químicas uniformes. Se mais de uma 
fase estiver presente em um sistema, cada uma terá suas próprias proprie-
dades individuais e haverá uma fronteira entre elas, da qual haverá uma 
mudança descontínua e abrupta nas características físicas e/ou químicas. 
Um diagrama de fase consiste em um tipo de gráfico que mostra as 
condições de equilíbrio entre as fases termodinamicamente distintas.
Os diagramas de fase mais simples são os que mostram a relação pres-
são x temperatura de uma única substância, como a água. Com auxílio 
do diagrama, é possível observar as linhas de equilíbrio ou contornos de 
fase entre os três estados (sólido, líquido e gasoso).
Diagrama de fases dos materiais
O gráfico que representa as fases da matéria termodinamicamente em função 
da pressão e da temperatura é chamado de diagrama de fases. Também podem 
ser chamados de diagramas de equilíbrio, quando estes relacionam a quan-
tidade das fases em equilíbrio, temperatura e composição química (SMITH 
e HASHEMI, 2012). 
O diagrama de fases pode ser tratado como um mapa, pois se conhecemos 
as coordenadas (temperatura e composição da liga), podemos determinar as 
fases presentes, supondo que estejam em equilíbrio termodinâmico. Com 
auxílio desse diagrama, Callister Junior e Rethwisch (2014) mencionam que é 
possível adquirir informações valiosas sobre os fenômenos da fusão, fundição, 
cristalização, entre outros.
Ao colocarmos um bloco de gelo em uma câmara de vácuo, o gelo começa a derreter 
e uma parte da água evapora. Nessas condições, temos a coexistência de três fases 
diferentes: H2O sólida, H2O líquida e H2O gasosa. Askeland e Wright (2015) mencionam 
que cada uma dessas fases da água é distinta e possui uma configuração de átomos, 
propriedades e de interface exclusiva. No entanto, suas composições químicas são 
idênticas. Na Figura 1 é possível analisar a representação gráfica das fases da água que 
existem em diferentes condições de temperatura e pressão.
Linha de vaporização
Linha de solidi�cação
Líquido
Vapor
Sólido
Ponto triplo a 0,01 ºC
Temperatura de H2O (ºC)
Pr
es
sã
o 
H
2O
 (t
or
r)
100
760
0
Figura 1. Diagrama aproximado de pressão e temperatura (PT) para a água.
Fonte: Smith e Hashemi (2012, p. 228).
Uso de diagrama de fases para compreensão dos materiais2
Para entender melhor o assunto, é importante falarmos sobre a teoria adotada 
na construção do diagrama de fases. Para exemplificar, a Figura 2 apresenta 
a solubilidade do açúcar na água, onde a curva representa a solubilidade. As 
composições à esquerda da curva correspondem a uma única fase, pois todo o 
açúcar está dissolvido na fase líquida. Agora, note que se as concentrações do 
açúcar, que correspondem ao lado direito da curva, aumentam, é impossível 
dissolvê-lo completamente. Logo, teremos uma mistura bifásica, composta 
de açúcar sólido e um “xarope” líquido.
Figura 2: Solubilidade do açúcar na água.
Fonte: Smith e Hashemi (2012, p. 259).
Líquido Líquido
+
SólidosTe
m
pe
ra
tu
ra
 (º
C)
100
80
60
40
20
açúcar
água
0%
100%
20
80
40
60
60
40
80
20
100
0
Para muitos sistemas de ligas e em uma dada temperatura específica, existe uma 
concentração máxima de átomos de soluto que pode ser dissolvida no solvente para 
formar uma solução sólida. A esse valor dá-se o nome de limite de solubilidade 
(CALLISTER JUNIOR; RETHWISCH, 2014). A adição de soluto além desse limite resulta na 
formação de uma outra solução sólida ou um outro composto totalmente diferente.
3Uso de diagrama de fases para compreensão dos materiais
Solubilidade e soluções sólidas
É sempre importante saber quanto de cada material ou componente podemos 
combinar sem produzir uma fase adicional. A combinação de componentes 
ou materiais diferentes, como elementos de ligas e um metal, sólido ou lí-
quido, pode dar origem a algumas soluções (ASKELAND; WRIGHT, 2015). 
Também podem ser traçados diagramas de pressão-temperatura para outras 
substâncias puras. Uma das principais diferenças desse diagrama de fases 
é que existem três fases sólidas separadas e distintas: o Fe-α (alfa), o Fe-g 
(gama) e o Fe-δ (delta). Muitas vezes, um sistema monofásico é chamado de 
homogêneo; os sistemas compostos por duas ou mais fases são denominados 
misturas ou sistemas heterogêneos. A maioria das ligas metálicas, sistemas 
cerâmicos, poliméricos e compósitos são heterogêneos. Normalmente, as 
fases interagem de tal modo que a combinação das propriedades do sistema 
multifásico é diferente e mais atrativa que as propriedades de qualquer uma 
das fases individualmente (CALLISTER JUNIOR; RETHWISCH, 2016).
As ligas são aquecidas e resfriadas nos mais diferentes processos industriais, 
sendo essencial saber como esses materiais irão se comportar ao longo das 
alterações de temperatura. Dessa forma, o diagrama de fases (também conhe-
cido como diagrama de equilíbrio) tem por finalidade mostrar as alterações 
de estado físico e estrutura que as ligas metálicas sofrem.
O diagrama de fases ferro-carbono é o mais estudado entre todas as ligas metálicas 
presentes na atualidade. Isso se explica pelo fato de o aço carbono será amplamente 
utilizado pelo homem e, por isso, apresentar diversas transformações no estado sólido. 
O diagrama de fases mostra como os diferentes teores de carbono nos aços resultam 
em diferentes propriedades, possibilitando a fabricação de aços de acordo com as 
propriedades desejadas.
O diagrama Fe-C depende somente da temperatura e da porcentagem 
de carbono, bem como as transformações microestruturais que ocorrem 
sob aquecimento e resfriamento lento, as quais são ditas de equilíbrio. Para 
transformações rápidas, que conseguem evitar as de equilíbrio, estuda-se 
um diagrama distinto, o diagrama TTT (tempo-temperatura-transformação).
Uso de diagrama de fases para compreensão dos materiais4
Para saber mais a respeito do diagrama de fases, assista ao vídeo disponível no link 
a seguir.
https://goo.gl/CMZDJ1
Diferentes fases presentes no diagrama de fases
De acordo com Askeland e Wright (2015), um diagrama de fases mostra as fases 
e suas composições em qualquer combinação de temperaturas e composição 
de liga dentro dos limites do diagrama. Quando somente dois elementos ou 
dois componentes estão presentes em um material, pode ser construído um 
diagrama binário, tema deste capítulo.
Para um sistema binário com composição e temperatura conhecidas e que 
se encontra em um estado de equilíbrio, pelo menos três tipos de informações 
estão disponíveis:
1. as fases que estão presentes;
2. as composições dessas fases;
3. as porcentagens ou frações das fases.
Mas o que exatamente são as fases? Uma fase é uma parte, ou porção 
homogênea, de um sistema com características físicas e químicas uniformes. 
Todas as soluções sólidas, líquidas e gasosas são consideradas fases, assim 
como todo material puro (CALLISTER JUNIOR; RETHWISCH, 2016). De 
acordo com Smith e Hashemi (2012) e Askeland e Wright (2015), a água, por 
exemplo, pode apresentar três fases: água líquida, gelo sólido e vapor. Cada 
fase possui as seguintes características:
 � mesma estrutura ou arranjo atômico;
 � aproximadamente a mesma composição química e propriedades;
 � interface entre a própria fase e as fases vizinhas ou regiões adjacentes.
Diagramas de pressão-temperatura também podem ser traçados para ou-
tras substâncias puras. Porém, nesses casos, uma das principais diferenças 
5Uso de diagrama de fases para compreensão dos materiais
https://goo.gl/CMZDJ1desse diagrama é que existem três fases sólidas separadas e distintas: o Fe-α 
(alfa), o Fe-g (gama) e o Fe-δ (delta). Muitas vezes, um sistema monofásico é 
chamado de homogêneo. 
Os sistemas compostos por duas ou mais fases são denominados misturas 
ou sistemas heterogêneos. A maioria das ligas metálicas, sistemas cerâmicos, 
poliméricos e compósitos são heterogêneos. Normalmente, as fases intera-
gem de tal modo que a combinação das propriedades do sistema multifásico 
é diferente e mais atrativa que as propriedades de qualquer uma das fases 
individualmente (CALLISTER JUNIOR; RETHWISCH, 2016).
Estabelecer quais fases estão presentes é algo relativamente simples. Tudo 
o que precisa ser feito é localizar o ponto temperatura-composição de inte-
resse no diagrama de fases e observar com qual(is) fase(s) o campo de fases 
correspondente está identificado.
Com base na Figura 3, vamos supor que uma liga com composição de 60%p Ni e 
40%p Cu à temperatura de 1100º C estaria localizada no ponto A; uma vez que ele 
se encontra dentro da região α, apenas a fase α estará presente. Por outro lado, uma 
liga com composição de 35%p Ni e 65%p Cu à temperatura de 1250º C ocorrerá, em 
condições de equilíbrio, tanto na fase α como na fase líquida.
1.300 °C
w0 = 53% Ni
wl = 45% Ni
wS = 58% Ni
Líquido
1.500
1.400
1.300
1.200
1.100
Te
m
pe
ra
tu
ra
 (°
C)
1.084 °C
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100%
Ni% em peso de níquel100 %
Cu
a
Solução
sólida α
Linha de amarração
L + 
α
Linha liquidus
Linha solidus
1.455 °C
Figura 3. Análise das fases presentes no diagrama de fases cobre-níquel.
Fonte: Smith e Hashemi (2012, p. 232).
Uso de diagrama de fases para compreensão dos materiais6
Callister Junior e Rethwisch (2014) exemplificam fases para o ferro puro, 
que, quando aquecido, experimenta duas mudanças na sua estrutura cristalina 
antes de fundir. À temperatura ambiente, a forma estável, conhecida como 
ferrita, ou ferro α, possui uma estrutura cristalina CCC (cúbico de corpo 
centrado). Na temperatura de 912º C (1674º F), a ferrita experimenta uma 
transformação polimórfica para austenita, ou ferro γ, que possui estrutura 
cristalina CFC (cúbico de fase centrado). Esta persiste até 1394º C (2541º F), 
temperatura em que a austenita CFC reverte novamente a uma fase com 
estrutura cristalina CCC, conhecida como ferrita δ, e que finalmente se funde 
à temperatura de 1538º C (2800º F). 
Nomenclaturas importantes
 � Austenita: ou ferro na fase γ, é a solução sólida do carbono em ferro gama. 
 � Ferrita: também conhecida como α-ferrita (α-Fe) ou ferro alfa (α), é um termo de 
ciência dos materiais designado para o ferro puro.
 � Cementita: carboneto de ferro (Fe3C). É um constituinte comum, pois a ferrita pode 
conter, no máximo, 0,02% de carbono não combinado. Portanto, em aços carbono 
e ferros fundidos, que são resfriados lentamente, parte dos elementos formam a 
cementita.
 � Grafita: variedade alotrópica do carbono (estrutura cristalina hexagonal).
Josiah Willard Gibbs (1839-1903) foi um famoso físico matemático que 
contribuiu muito para a área da termodinâmica, estabelecendo uma equação 
que permite determinar o número de fases que podem coexistir, em equilíbrio, 
em um determinado sistema. Essa equação é conhecida como regra das fases 
de Gibbs (SMITH; HASHEMI, 2012), e é descrita da seguinte forma:
P + F = C + 2
Onde:
P = número de fases que coexistem em um determinado sistema.
F = número de graus de liberdade.
C = número de componentes do sistema.
7Uso de diagrama de fases para compreensão dos materiais
A variável C na equação geralmente é um elemento, composto ou solução 
no sistema; F representa o número de graus de liberdade (temperatura, pressão 
e composição) que podem ser alterados de forma independente, sem que haja 
interferência no sistema em equilíbrio (SMITH; HASHEMI, 2012).
Microestrutura dos materiais em cada fase
É de grande importância examinar o desenvolvimento da microestrutura que 
ocorre para ligas isomorfas durante o processo de solidificação. Primeiramente, 
será mostrada uma situação na qual o resfriamento ocorre de maneira muito 
lenta, de modo que o equilíbrio entre as fases é mantido continuamente.
Segundo Smith e Hashemi (2012), as curvas de resfriamento podem ser 
usadas para determinar as temperaturas de transformação das fases para 
metais puros e ligas. Essa curva é obtida por meio do registro da temperatura 
em função do tempo de um metal, durante o seu resfriamento desde uma 
temperatura na qual ele, fundido, passa pela solidificação até́ chegar à tem-
peratura ambiente. 
A microestrutura dos materiais depende da composição química e dos processamentos 
(tratamentos térmicos e mecânicos) aos quais o material foi submetido. A microestrutura 
afeta profundamente as propriedades de um material e, assim, sua aplicabilidade, 
sendo, por isso, importante conhecê-la e controlá-la.
Em ligas metálicas, as microestruturas são caracterizadas pelo número de 
fases presentes, suas proporções e o modo como estão distribuídas ou arranjadas 
(VIANA, 2015). A Figura 4 apresenta exemplos de diferentes microestruturas 
que podem ser encontradas em uma liga de chumbo e estanho (Pb-Sn).
Uso de diagrama de fases para compreensão dos materiais8
Figura 4. Exemplo de microestruturas de ligas Pb-Sn resfriada lentamente: (a) composição 
eutética (63% Sn-37% Pb), (b) 40% Sn-60% Pb, (c) 70% Sn-30% Pb, (d) 90% Sn-10% Pb).
Fonte: Smith e Hashemi (2012), p. 239.
No que se refere à evolução macroestrutural, é fundamental entender as 
reações que ocorrem no diagrama de fases, sendo que as reações eutética, 
peritética e monotética são parte do processo de solidificação. Para facilitar 
o entendimento, a Figura 5 apresenta uma ilustração das reações que ocorrem 
no diagrama, que variam à medida em que ocorre o resfriamento.
Figura 5. Reações presentes em um diagrama de fases.
Fonte: Adaptada de Callister (2002, p. 182, 185 e 186).
Re
sf
ria
m
en
to
Reação eutética: uma fase líquida 
transforma-se em duas fases sólidas 
(L = α + β).
Reação peritetoide: duas fases sólidas
transforma-se em uma fase sólida
(α + β = γ). 
Reação eutetoide: uma fase sólida
transforma-se em duas fases sólidas
(γ = α + β). 
Reação monotética: uma fase líquida 
transforma-se em uma nova fase sólida
e líquida (L1 = α + L2).
Reação peritética: uma fase sólida e 
uma líquida transforma-se em uma
nova fase sólida (α + L = β).
α + β
α + L
βα
L
α + β
βα
γ
α + β βα
γ
β
Lα
α + L2
L1
α
9Uso de diagrama de fases para compreensão dos materiais
Para entender melhor a evolução da macroestrutura ao longo do diagrama 
ferro-carbono, a Figura 6 será tomada como base, representando um exemplo 
clássico. 
Figura 6. Exemplo de diagrama de fases ferro-carbono.
Fonte: Adaptada de Smith e Hashemi (2012, p. 265).
Líquido
1.600
1.400
δ
1.200
1.000
800
600
400
200
0% C
100%
Fe
α
α
1 2 3 4 5 6 6,67
Fe3C% em peso de carbono
Fe3C
α + Fe3C
0,02
0,8
+γ
γ austenita
γ + δ
γ + Fe3C
L + γ
L + δ
2.0
723 ºC
4,3
1.148 °C
L + Fe3C
Te
m
pe
ra
tu
ra
 (°
C)
Especificamente falando dos diagramas de fase ferro-carbono, observa-se 
a existência de três reações invariáveis: uma reação eutetoide, uma peritética 
e uma eutética, sendo que as duas primeiras ocorrem na região do diagrama 
correspondente aos aços, e a terceira encontra-se na região dos ferros fundidos, 
conforme pode ser observado na Figura 1.
Em relação à reação eutetoide, percebe-se que o ponto que divide os 
aços e os ferros fundidos é o teor de 2,11%C, que corresponde à composição 
máxima da austenita. Na parte dos aços, podem ser observadas as seguintes 
linhas de transformação: Linha A3, que representa as temperaturas nas quais 
Uso de diagrama de fases para compreensão dos materiais10
a ferrita começa a se formar no resfriamento; Linha Acm, que corresponde 
às temperaturas nas quais a cementita começa a se formar no resfriamento; 
Linha A1, que representa a temperatura eutetoide, na qual ocorre a formaçãoda perlita; Linha A4, que representa as temperaturas nas quais a austenita 
começa a se formar no resfriamento.
Lopes (2009) comenta que a temperatura eutetoide para ligas ferro-carbono 
ocorre a partir de 727º C, e a composição eutetoide corresponde a 0,77% em peso 
de carbono (aproximadamente 0,80%C), conforme observado na Figura 7A. 
A reação eutetoide do sistema ferro-carbono envolve a formação simultânea 
de ferrita e cementita a partir da austenita com composição eutetoide, como 
pode ser verificado na Figura 7B.
Figura 7. a) Região eutetoide do diagrama Fe3C e microestrutura esquemática 
do aço eutetoide; b) reação eutetoide e esquema de transformação da austenita.
Fonte: Adaptada de Smith e Hashemi (2012, p. 267).
1.000
900
800
700
600
500
400
0
100%
Fe
0,4 0,8 6,67
% em peso de carbono
Perlita
Ponto eutetoide0,02 723 ºC
α
α
α + γ
γ
γ γ
γ
γ + Fe3C
b
Fe3C
α + Fe3C
Te
m
pe
ra
tu
ra
 (º
C)
a)
b)
11Uso de diagrama de fases para compreensão dos materiais
Tanto a ferrita como a cementita estão misturadas e, por essa razão, se 
formam ao mesmo tempo, originando a perlita, mistura que apresenta uma 
estrutura lamelar e que é muito importante na tecnologia do ferro e do aço, 
uma vez que pode ser formada em quase todos os aços por meio de tratamentos 
térmicos adequados. 
A perlita não é considerado uma fase, mas sim uma mistura específica de duas fases, 
formada a partir da transformação da austenita em ferrita (87,5%) e cementita (12,5%), 
conforme ressalta Callister (2002).
Smith e Hashemi (2012) comentam que pelo fato de a perlita ser resultante 
da austenita, cuja composição é eutetoide, ela está presente na mesma quan-
tidade da austenita eutetoide transformada. Os autores também ressaltam 
que as propriedades mecânicas da perlita são intermediárias entre a ferrita 
(mole e dúctil) e a cementita (dura e frágil). Callister (2002) comenta que 
em se tratando da reação eutetoide, os aços resfriados lentamente podem ser 
divididos em três categorias: 
 � aços hipoeutetoides – com mais de 0,80% de carbono (C); 
 � aços eutetoides – com 0,80% de carbono; 
 � aços hipereutetoides – com menos de 0,80% de carbono.
Em relação à transformação peritética, ocorre a solidificação dos aços, 
que contêm até 0,54%C, sendo a temperatura necessária para tal de 1492°C. 
Analisando o diagrama da Figura 6, percebe-se que no resfriamento desses 
aços ocorre uma reação isotérmica na qual a fase δ já solidificada, contendo 
0,10%C, é combinada com o líquido remanescente, contendo 0,54%C, para 
produzir austenita, com 0,18%C. Quando o aquecimento ocorre, tem-se a 
reação inversa (LOPES, 2009).
No ponto eutético, o líquido com 4,3%C transforma-se em austenita (γ), 
com 2,08%C, e no composto intermetálico Fe3C (cementita), que contém 
6,67%C. A reação eutética ocorre a 1148°C na área do diagrama Fe-Fe3C 
correspondente aos ferros fundidos.
Uso de diagrama de fases para compreensão dos materiais12
Para saber como ocorre a montagem do diagrama de fases ferro carbono, assista ao 
vídeo disponível no link a seguir.
https://goo.gl/jEO864
1. A que se refere o termo “equilíbrio 
de fases”, usado com frequência no 
contexto dos diagramas de fases?
a) Ao equilíbrio, uma vez que este 
se aplica a sistemas nos quais 
pode haver mais de uma fase.
b) À temperatura constante 
no sistema.
c) Ao equilíbrio da 
microestrutura de todos os 
componentes do sistema.
d) À aplicação da equação de 
Gibbs e à regra da alavanca.
e) Ao equilíbrio no sistema, 
cujas características variam 
ao longo do tempo.
2. Nos diagramas de fase, em um 
material ou liga com uma dada 
composição, uma temperatura 
conhecida e que esteja em 
equilíbrio, é possível determinar:
a) As fases presentes no material.
b) As fases, as composições 
e a fração mássica das 
fases do material.
c) As fases e as composições 
do material.
d) As fases e a fração 
mássica do material.
e) As composições e as 
fases do material.
3. Entre as alternativas a seguir, qual 
reação melhor descreve a reação 
peritética no resfriamento?
a) Sólido 1 + Líquido 1 = Sólido 2.
b) Líquido 1 = Sólido 1 + Sólido 2.
c) Sólido 1 = Sólido 2 + Sólido 3.
d) Líquido 1 = Líquido 2 + Sólido 1.
e) Sólido 1 + Sólido 2 = Sólido 3.
4. É fundamental conhecer 
as diferentes definições e 
terminologias usadas nos 
diagramas de fases. Quando 
falamos da porção homogênea 
de um sistema, que possui 
características químicas e físicas 
uniformes, a que nos referimos?
a) À microestrutura.
b) Aos componentes.
c) Ao sistema.
d) Às fases.
e) À energia livre.
5. Em relação ao diagrama de 
fases e à regra da alavanca, 
qual a alternativa correta?
a) A regra da alavanca é utilizada 
para descobrir as fases presentes 
em um determinado diagrama.
13Uso de diagrama de fases para compreensão dos materiais
https://goo.gl/jEO864
ASKELAND, D. R.; WRIGHT, W. J. Ciência e engenharia dos materiais. 2. ed. São Paulo: 
Cengage Learning, 2015. 648 p.
CALLISTER JUNIOR, W. D. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução. 5. ed. Rio 
de Janeiro: LTC, 2002. 589 p.
CALLISTER JUNIOR, W. D.; RETHWISCH, D. G. Ciência e engenharia de materiais: uma 
introdução. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. 912 p.
CALLISTER JUNIOR, W. D.; RETHWISCH, D. G. Fundamentos da ciência e engenharia de 
materiais: uma abordagem integrada. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014. 832 p.
LOPES, J. T. B. Materiais de construção mecânica. Instituto de Tecnologia da Universidade 
Federal do Pará, 2009. Disponível em: <https://jorgeteofilo.files.wordpress.com/2011/03/
mcm-apostila-capitulo03.pdf>. Acesso em: 5 jul. 2018.
SMITH, W. F.; HASHEMI, J. Fundamentos de engenharia e ciência dos materiais. 5. ed. 
Porto Alegre: AMGH, 2012. 734 p.
VIANA, L. A. F. C. Influência de diversos ciclos de aquecimento subcrítico sobre a micro-
estrutura e propriedades mecânicas básicas de um aço de alta resistência e baixa liga 
temperado e revenido. 2015. 99 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Materiais)– 
Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2015.
Leitura recomendada
VAN VLACK, L. H. Princípios de ciências dos materiais. São Paulo: Blucher, 1970. 448 p.
b) Diversas são as informações 
obtidas por um diagrama de 
fases, porém, não é possível 
descobrir as temperaturas 
ou faixas de temperatura de 
transformação de uma liga 
em condições de equilíbrio.
c) Os diagramas binários 
anisomorfos ocorrem quando 
os sistemas têm a mesma 
estrutura cristalina e são 
totalmente solúveis um no outro, 
em qualquer composição.
d) Dependendo de variáveis 
como temperatura, pressão 
e composição, uma liga 
pode exibir microestrutura 
monofásica ou polifásica.
e) Nos diagramas binários, as 
variáveis consideradas são 
temperatura e pressão.
Uso de diagrama de fases para compreensão dos materiais14
https://jorgeteofilo.files.wordpress.com/2011/03/
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.

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