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Etapa Ensino Fundamental
Anos Finais
Independência ou Morte e A Proclamação da Independência: análise histórica das pinturas
8º ANO
Aula 12– 2º Bimestre
História
Independência do Brasil;
Memória e identidade nacional;
Imaginário.
Analisar as representações visuais da Independência do Brasil nas telas de Pedro Américo (1888) e de François-René Moreaux (1844), identificando as escolhas feitas pelos artistas e os elementos simbólicos presentes;
Compreender os contextos históricos e políticos do século XIX em que os quadros foram produzidos, destacando as diferenças entre as intencionalidades em cada momento de produção;
Refletir sobre o papel da arte na construção da memória e identidade nacionais, considerando como os quadros de Pedro Américo e de Moreaux contribuíram para a formação do imaginário social sobre a Independência do Brasil.
Conteúdo
Objetivos
(EF08HI11) Identificar e explicar os protagonismos e a atuação de diferentes grupos sociais e étnicos nas lutas de independência no Brasil, na América espanhola e no Haiti.
Você já visitou um museu? Se sim, qual? Se ainda não, o que imagina que tenha dentro dele?
Qual seria a função do museu para você? 
Já ouviu falar do Museu do Ipiranga em São Paulo? Sabe qual a sua relação com a Independência do nosso país?
Processo de restauro da tela de Pedro Américo, Independência ou Morte! Fotografia, José Rosael, 2019. Acervo do Museu do Ipiranga/Museu Paulista-USP
3 MINUTOS
Para começar
Imagem: 
Processo de restauro da tela de Pedro Américo, Independência ou morte! Fotografia, José Rosael, 2019. In: Para entender o Museu. Isabela Ribeiro de Arruda, Denise Cristina Carminatti Peixoto e Vanessa Costa Ribeiro (org.). São Paulo: Museu Paulista da Universidade de São Paulo, 2022. Disponível em: https://cutt.ly/j7ySvWh Acesso em: 04 mar. 2023.
Um palácio para celebrar a Independência!
“Desde a proclamação da Independência, ocorrida em 1822, pretendia-se construir um monumento no Ipiranga para celebrar o acontecimento. A ideia só se
Imagem do edifício-monumento do Ipiranga em construção, com andaimes e pessoas à frente. Fotografia, autor desconhecido, 1888
concretizou em 1885 com o projeto de um palácio. Esse não é um tipo de construção feita para reis e rainhas morarem? Nem sempre! O palácio construído no Ipiranga é o único caso no Brasil em que o monumento é um edifício e não uma escultura. Por ter tal função, nunca serviu de moradia ou sede governamental.”
Foco no conteúdo
Referência:
Material para Professores. Para entender o Museu. Isabela Ribeiro de Arruda, Denise Cristina Carminatti Peixoto e Vanessa Costa Ribeiro (org.). São Paulo: Museu Paulista da Universidade de São Paulo, 2022. Disponível em: https://cutt.ly/j7ySvWh Acesso em: 04 mar. 2023. 
Imagem:
Edifício-monumento do Ipiranga em construção, com andaimes e pessoas à frente. Fotografia, autor desconhecido, 1888. Disponível em: https://cutt.ly/I7goIW5 Acesso em: 05 mar. 2023.
“No final do século 19 a região do Ipiranga era um lugar pouco povoado, distante do núcleo urbano. Foi para esse espaço que o arquiteto italiano Tommaso Gaudenzio Bezzi (1844-1915) executou um projeto audacioso e de proporções inéditas em São Paulo.”
Tommaso Bezzi, em 1892, na escadaria central do edifício; a linha dos bondes da Light, em 1904, no Ipiranga; e, ao fundo, o palácio-monumento. Fotografias de Guilherme Gaensly
Foco no conteúdo
Referência:
Material para Professores. Para entender o Museu. Isabela Ribeiro de Arruda, Denise Cristina Carminatti Peixoto e Vanessa Costa Ribeiro (org.). São Paulo: Museu Paulista da Universidade de São Paulo, 2022. Disponível em: https://cutt.ly/j7ySvWh Acesso em: 04 mar. 2023. 
Imagens:
Interior do edifício monumento do Ipiranga: Bezzi na escadaria central e andar superior visto a partir da escadaria central. Fotografia, Guilherme Gaensly, 1892/ Showing cut on Ypiranga line S. Paulo. Fotografia, Guilherme Gaensly, 1904, Acervo Fundação Energia e Saneamento. In: Para entender o Museu. Isabela Ribeiro de Arruda, Denise Cristina Carminatti Peixoto e Vanessa Costa Ribeiro (org.). São Paulo: Museu Paulista da Universidade de São Paulo, 2022. Disponível em: https://cutt.ly/j7ySvWh Acesso em: 04 mar. 2023. 
“O edifício-monumento foi concebido para celebrar a independência como um mérito do imperador Dom Pedro I. Ainda assim, foram muitos os debates em que se defendia que era preciso atribuir um uso ao edifício. No período do Império, uma das ideias levantadas era a de que fosse ocupado por atividades de pesquisa científica.
A construção foi finalizada já no tempo da República, cujo projeto político não tinha interesse em celebrar os feitos do Império. Com isso, os debates sobre a ocupação do edifício se acirraram e venceu a intenção de transferir o recém-criado Museu do Estado para o espaço do edifício-monumento”.
Dom Pedro I. Escultura em bronze. Rodolpho Bernardelli, 1923
Foco no conteúdo
Referência:
Material para Professores. Para entender o Museu. Isabela Ribeiro de Arruda, Denise Cristina Carminatti Peixoto e Vanessa Costa Ribeiro (org.). São Paulo: Museu Paulista da Universidade de São Paulo, 2022. Disponível em: https://cutt.ly/j7ySvWh Acesso em: 04 mar. 2023
Imagem:
Dom Pedro I. Escultura em bronze, Rodolpho Bernardelli, 1923. In: Material para professores. Uma História do Brasil. Isabela Ribeiro de Arruda, Denise Cristina Carminatti Peixoto e Vanessa Costa Ribeiro (org.). São Paulo: Museu Paulista da Universidade de São Paulo, 2022. Disponível em:https://cutt.ly/t7ggj1D Acesso em: 06 mar. 2023.
“O Museu Paulista foi criado em 1893, a transferência das coleções ocorreu em 1894 e, em 1895, o museu foi aberto no palácio do Ipiranga. Por esse motivo ficou conhecido como Museu do Ipiranga. A partir de 1917, a área da história do Brasil, narrada a partir da história de São Paulo, ganhou salas expositivas. 
O novo diretor Afonso Taunay tinha a missão de preparar o Museu para o centenário da Independência. Além das novas exposições, Taunay formou coleções para o estudo da história do Brasil e de São Paulo. Aos poucos, as coleções que não dialogavam com o projeto de Taunay foram transferidas para outras instituições, para que o Museu tivesse exclusivamente coleções de história.” (Para entender o Museu, 2022. Educativo do Museu Paulista-USP)
 Afonso Taunay (c. 1922)
Foco no conteúdo
Referência:
Material para Professores. Para entender o Museu. Isabela Ribeiro de Arruda, Denise Cristina Carminatti Peixoto e Vanessa Costa Ribeiro (org.). São Paulo: Museu Paulista da Universidade de São Paulo, 2022. Disponível em: https://cutt.ly/j7ySvWh Acesso em: 04 abr. 2023. 
Imagem:
Afonso Taunay no Museu Paulista: sala consagrada à iconografia antiga de São Paulo, c.1922. Disponível em: https://cutt.ly/q7gHPu3 Acesso em: 06 abr. 2023.
Qual a crítica feita à narrativa histórica das obras de arte do Museu do Ipiranga?
Qual a relação entre a construção do Museu e o fato de as obras de arte não poderem ser retiradas da exposição ou modificadas?
ATENÇÃO AO TEMPO ESTIPULADO!
Nos slides a seguir, leia o texto produzido pelo Museu do Ipiranga para apresentar suas hipóteses:
Na prática
A. Qual a crítica feita à narrativa histórica das obras de arte do Museu do Ipiranga?
A narrativa histórica das obras de arte do Museu do Ipiranga limita a compreensão de sua historicidade por ser tendenciosa e excludente. A representação de apenas alguns personagens históricos, que são majoritariamente brancos e pertencentes às elites, exclui outras narrativas e grupos sociais que também tiveram papel importante na construção do país, como os povos indígenas, os negros e os trabalhadores. Além disso, a narrativa reforça estereótipos e preconceitos, como a ideia de que os paulistas foram os verdadeiros protagonistas da Independência, relegando outras regiões e personagens a um papel secundário. Essa interpretação da história é considerada ultrapassada e não condiz com a perspectiva atual de valorização da diversidade e inclusão.
Correção
Na prática
Referência:
Materialpara professores. Uma História do Brasil. Isabela Ribeiro de Arruda, Denise Cristina Carminatti Peixoto e Vanessa Costa Ribeiro (org.). São Paulo: Museu Paulista da Universidade de São Paulo, 2022. Disponível em:https://cutt.ly/t7ggj1D Acesso em: 06 mar. 2023.
B. Qual a relação entre a construção do Museu e o fato de as obras de arte não poderem ser retiradas da exposição ou modificadas? 
A construção do Museu do Ipiranga foi planejada para celebrar o centenário da Independência do Brasil em 1922. Naquele momento, a elite paulista buscava afirmar sua posição de liderança no processo de formação do país, por isso escolheu representar personagens paulistas como heróis nacionais nas obras de arte do projeto decorativo. Essas obras foram concebidas como parte integrante do projeto arquitetônico do museu e são consideradas patrimônio cultural, não podendo ser retiradas nem modificadas sem autorização dos órgãos de preservação.
Correção
Na prática
Referência:
Material para professores. Uma História do Brasil. Isabela Ribeiro de Arruda, Denise Cristina Carminatti Peixoto e Vanessa Costa Ribeiro (org.). São Paulo: Museu Paulista da Universidade de São Paulo, 2022. Disponível em:https://cutt.ly/t7ggj1D Acesso em: 06 mar. 2023.
QUANDO UMA TELA VALE MAIS QUE UM DOCUMENTO HISTÓRICO!
A pintura Independência ou Morte foi produzida 66 anos após o fato a que ela faz referência. A obra foi pintada em 1888, quando o edifício-monumento ainda estava em construção, pelo artista paraibano Pedro Américo de Figueiredo e Mello (1843-1905), membro da Academia de Belas Artes, e foi feita sob encomenda de Dom Pedro II. O imperador pretendia melhorar a imagem do governo em crise junto à elite e ao povo, relembrando o ato da independência como um momento glorioso e fundamental para o Brasil. 
Tela de Pedro Américo restaurada. Fotografia de 7 de setembro de 2022, reabertura do Museu do Ipiranga/Museu Paulista-USP
Foco no conteúdo
Imagem: 
Fotografia da tela de Pedro Américo restaurada no Museu do Ipiranga/Museu Paulista-USP. Clarissa B Barradas, 07 set. 2022.
Comente sobre a referência de Pedro Américo a obra Batalha de Friedland, pintada pelo artista francês Ernest Meissonier entre 1861 e 1875. Pedro Américo não copiou a pintura de Meissonier, mas a tomou como uma referência, procedimento de criação que era bastante comum no século 19.
Referência:
Material para professores. Uma História do Brasil. Isabela Ribeiro de Arruda, Denise Cristina Carminatti Peixoto e Vanessa Costa Ribeiro (org.). São Paulo: Museu Paulista da Universidade de São Paulo, 2022. Disponível em:https://cutt.ly/t7ggj1D Acesso em: 06 mar. 2023.
Dom Pedro empunhando sua espada, como figura central da representação: protagonista e herói do evento.
Presença de cavalos na composição da obra também entra em contradição com a realidade, uma vez que esses animais não eram utilizados em subidas de serra, mas sim mulas.
Os uniformes utilizados pelos "Dragões da Independência", uma licença estética do artista, foram criados em 1824, portanto, dois anos após o episódio retratado.
A “Casa do Grito” não existia no contexto. Foi construída posteriormente: em 1850.
“A realidade inspira, mas não escraviza o pintor.” (Pedro Américo)
Referência:
Material para professores. Uma História do Brasil. Isabela Ribeiro de Arruda, Denise Cristina Carminatti Peixoto e Vanessa Costa Ribeiro (org.). São Paulo: Museu Paulista da Universidade de São Paulo, 2022. Disponível em:https://cutt.ly/t7ggj1D Acesso em: 06 mar. 2023.
Imagem: (Recortes)
Independência ou Morte, obra de Pedro Américo, óleo sobre tela, 1888. Museu do Ipiranga/Museu Paulista/USP, SP. Disponível em: https://cutt.ly/V4bjiGq Acesso em: 10 abr. 2023..
“Nessa parte da tela, vê-se, com destaque, um homem que dirige o seu olhar para Dom Pedro I, de chapéu de palha na cabeça, com o dorso nu e os pés descalços. Este homem é a representação dos ‘caipiras’, nome pelo qual os habitantes do interior paulista eram conhecidos. Para os intelectuais do final do século 19, essa população teria sido formada a partir da mestiçagem entre indígenas e brancos e era caracterizada por seu modo de vida rural. O carroceiro caipira não está em um momento de descanso, e sim de trabalho, conduzindo um carro de boi com troncos retirados da floresta. Claramente tomado de surpresa, a posição do corpo deste personagem sugere a parada repentina de modo a diminuir a velocidade do carro, uma vez que os bois ainda estão em movimento.” (Uma história do Brasil, 2022. Educativo do Museu Paulista-USP)
Referência:
Material para professores. Uma História do Brasil. Isabela Ribeiro de Arruda, Denise Cristina Carminatti Peixoto e Vanessa Costa Ribeiro (org.). São Paulo: Museu Paulista da Universidade de São Paulo, 2022. Disponível em:https://cutt.ly/t7ggj1D Acesso em: 06 mar. 2023.
O gênero da pintura histórica é caracterizado pela celebração da memória de determinados episódios ou personagens, de maneira a nobilitá-los e glorificá-los. Geralmente, possuem grandes dimensões, existindo a intencionalidade por parte dos autores e/ou encomendantes de tornar essas representações símbolos de um determinado momento/evento histórico, passando a ser percebidas enquanto referências do passado. É comum essas telas serem encomendadas e compostas por muitos elementos pictóricos em uma mesma imagem, evidenciando algum tipo de ação. 
Pedro Américo alterou significativamente a geografia da região: “Para satisfazer o desejo geral de ver representado o célebre riacho do Ipiranga – o qual na realidade passaria à distância de alguns metros atrás [...], forcei a perspectiva”. 
Foco no conteúdo
Referência:
Material para professores. Uma História do Brasil. Isabela Ribeiro de Arruda, Denise Cristina Carminatti Peixoto e Vanessa Costa Ribeiro (org.). São Paulo: Museu Paulista da Universidade de São Paulo, 2022. Disponível em:https://cutt.ly/t7ggj1D Acesso em: 06 mar. 2023.
https://www.youtube.com/watch?v=bXL8dVO4DA4 
DICA! 
C. Como o povo é representado na pintura? Isso contradiz seus estudos sobre o tema? Por quê?
D. O que a pintura Independência ou Morte representa para a história e a cultura do Brasil? Isso foi construído de forma deliberada? Explique.
A. Quem encomendou a pintura Independência ou Morte e com que propósito?
B. Quais são as “incoerências” históricas encontradas na pintura? Elas são propositais?
TODOS FALAM!
Na prática
Vídeo (1’25’’): 
Lilia Moritz Schwarcz. Leitura da tela “Independência ou morte” (1888), de Pedro Américo. Disponível em: https://cutt.ly/G7mGXw5 Acesso em: 10 abr. 2023.
 
A pintura foi produzida 66 anos após o fato a que ela faz referência. A obra foi criada em 1888 pelo artista paraibano Pedro Américo de Figueiredo e Mello (1843-1905), em Florença, quando o edifício-monumento ainda estava em construção. A tela foi feita sob encomenda de Dom Pedro II que pretendia melhorar a imagem do governo em crise junto à elite e ao povo, com a intenção de valorizar o ato da independência como um momento glorioso e fundamental para o Brasil, homenageando seu pai Pedro I, como herói nacional.
A. Quem encomendou a pintura Independência ou Morte e com que propósito?
Correção
Na prática
B. Quais são as “incoerências” históricas encontradas na pintura? Elas são propositais?
Entre algumas incoerências: Dom Pedro empunhando sua espada, como figura central da representação, protagonista e herói do evento transmitindo a ideia de um conflito, o que, na verdade, foi uma viagem de retorno de São Paulo à capital, o Rio de Janeiro. Presença de cavalos na composição da obra, uma vez que esses animais não eram usados ​​em subidas de serra, mas sim mulas. Os uniformes usados ​​pelos "Dragões da Independência", uma licença estética do artista, foram criados em 1824, portanto, dois anos após o episódio retratado. A geografia da região era distinta da retratada.
Correção
Na prática
C. Como o povo é representado na pintura? Isso contradiz seus estudos sobre o tema? Por quê?
O povo da tela, formado a partir da mestiçagem denegros, indígenas e brancos, aparece na tela trabalhando, tomados de surpresa pelo evento. Trata-se de elementos secundários na tela, cujo objetivo é mostrar Dom Pedro I como único responsável pela Independência. É dele que parte o “grito”, praticamente uma ordem militar que é imediatamente acatada por todos que o acompanham. O carroceiro/tropeiro e outros personagens ao fundo representam o “espírito bandeirante” de São Paulo, contradizendo as reflexões já realizadas sobre a participação popular, que não reagiu de forma passiva ao movimento de Independência.
Correção
Na prática
*Explicite que no contexto republicano, a popularização da imagem de Pedro Américo ocorreu graças ao empenho de políticos do Partido Republicano paulista e intelectuais interessados em expandir a imagem da Independência em São Paulo. “São Paulo era apresentado como lugar de origem da nação e do novo regime republicano”.
D. O que a pintura Independência ou Morte representa para a história e a cultura do Brasil? Isso foi construído de forma deliberada? Explique.
A construção e cristalização dessa memória que carregamos sobre a Independência deveram-se às imagens produzidas posteriormente ao evento, “sejam elas pinturas, gravuras, litografias, esculturas, produzidas ao longo do século XIX”. Como afirma a historiadora Lilia Schwarcz: a fabricação do 7 de setembro como gesto inaugural do Brasil independente foi uma operação construída a partir de circunstâncias que faziam de São Paulo o centro nevrálgico da política nacional em finais do século XIX e inícios do XX. Para elevar o gesto realizado em São Paulo, ocultou-se uma série de eventos anteriores que compõe o processo de Independência, muito mais longo e complexo do que o “grito”. 
Correção
Na prática
O francês François-René Moreaux (1807-1860) especializou-se como pintor de história e de paisagismo em uma época que vigorava o romantismo nas artes e literatura.
A tela A Proclamação da Independência, de 1844, foi feita a pedido do Senado Imperial e encontra-se hoje no Museu Imperial de Petrópolis, Rio de Janeiro.
Um olhar romântico de um francês para a Independência!
Foco no conteúdo
Imagem:
A Proclamação da Independência. Óleo sobre tela, 1844. François-René Moreaux (1807–1860). Disponível em: https://cutt.ly/l4IUzoT Acesso em: 24 mar. 2023.
A multidão na frente do príncipe pouco se assemelha à população brasileira. Parece-se mais com a população rural da Europa. É uma festa popular, mas sem negros, indígenas e mestiços que não foram retratados na tela. A paisagem ao fundo é indefinida. Somente as palmeiras sombreadas fazem alusão aos “trópicos”. Todo conjunto remete mais à imaginação do que à realidade, o que, aliás, é característico da arte romântica, em voga na época. Uma cena idealizada que mostra um príncipe aclamado pelo seu povo e cavalgando entre a massa popular branca e europeizada. (DOMINGUES, 2015)
DOMINGUES, J. E.Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues. Disponível em: https://cutt.ly/J7WqCBC Acesso em: 10 abr. 2023. 
Moreaux versus Pedro Américo
A imagem da declaração de Independência mais difundida ao longo do século XIX foi a do francês François-René Moreaux [...]. “Com a fragmentação política do período regencial e o golpe da maioridade, foi fundamental afirmar a continuidade entre a Independência e o reinado do jovem Dom Pedro II, que subira ao trono três anos antes.” Para tanto, “Moreaux optou por representar a Independência como confraternização e não como conflito, colocando os militares em último plano”.
[...] o objetivo político da pintura de Moreaux era “perpetuar a imagem da monarquia como regime aclamado popularmente, aceito pela população por expressar os anseios de liberdade da sociedade”. Em contraste com o quadro de Moreaux, Pedro Américo produziu “uma imagem monumental idealizando o momento da fundação nacional”, afirma a historiadora, e seu objetivo era “imortalizar o lugar, a data de 7 de setembro e o protagonista”. (Revista Fapesp, 2022)
REVISTA FAPESP. As raízes do quadro Independência ou morte! Por Danilo Albergaria. Edição 318. ago. 2022. Disponível em: https://cutt.ly/p7Qbo72 Acesso em: 10 abr. 2023.
Quais as diferenças entre a obra do francês François-René Moreaux e a de Pedro Américo, analisada anteriormente? 
Leia, analise, discuta e registre!
Na prática
Imagem:
A Proclamação da Independência. Óleo sobre tela, 1844. François-René Moreaux (1807–1860). Disponível em: https://cutt.ly/l4IUzoT Acesso em: 10 abr. 2023.
Independência ou Morte, obra de Pedro Américo, óleo sobre tela, 1888. Museu do Ipiranga/Museu Paulista/USP, SP. Disponível em: https://cutt.ly/V4bjiGq Acesso em: 10 abr. 2023.
Representação visual da Independência: Moreaux optou por representar a Independência como uma confraternização pacífica, em que os militares estão em último plano. A população aclama a figura de Dom Pedro, como um líder popular. Já Pedro Américo idealizou a cena como um momento monumental de fundação nacional, em que o protagonista é mais proeminente, sendo a cena apresentada como uma batalha de militares com Dom Pedro como o herói nacional.
Objetivos políticos: a pintura de Moreaux tinha como objetivo afirmar a continuidade entre a Independência e o reinado de Pedro II, perpetuando a imagem da monarquia como regime aclamado popularmente e aceito pela população. Lembrando que a obra foi criada para comemorar os 22 anos de independência (1844). Já Independência ou Morte! visava imortalizar o lugar (Sudeste), a data de 7 de setembro e o próprio protagonista.
Correção
Na prática
Que fotografia você escolhe para seu perfil nas redes sociais? Que roupa você usava quando a imagem foi feita? Como estava seu cabelo? Usava maquiagem ou acessórios? 
É possível que a fotografia utilizada no perfil em uma rede social profissional seja diferente daquela escolhida para um aplicativo de mensagens privadas? Por quê? Quando escolhemos imagens que serão exibidas publicamente, costumamos seguir critérios específicos, motivados pela impressão que pretendemos causar, bem como pelas convenções de cada ambiente ou rede social? 
Reflita: as escolhas feitas por Pedro Américo para a representação dos personagens da pintura seguem uma lógica semelhante? Na pintura comemorativa, seria inadequado Dom Pedro figurar abatido e com roupas simples? Discutam!
Aplicando
Referência:
Material para professores (adaptado). Uma História do Brasil. Isabela Ribeiro de Arruda, Denise Cristina Carminatti Peixoto e Vanessa Costa Ribeiro (org.). São Paulo: Museu Paulista da Universidade de São Paulo, 2022. Disponível em:https://cutt.ly/t7ggj1D Acesso em: 06 mar. 2023.
Analisamos as representações visuais da Independência do Brasil nas telas de Pedro Américo (1888) e de François-René Moreaux (1844), identificando as escolhas feitas pelos artistas e os elementos simbólicos presentes.
Compreendemos os contextos históricos e políticos do século XIX em que os quadros foram produzidos, destacando as diferenças entre as intencionalidades em cada momento de produção.
Refletimos sobre o papel da arte na construção da memória e identidade nacionais, considerando como os quadros de Pedro Américo e de Moreaux contribuíram para a formação do imaginário social sobre a Independência do Brasil.
O que aprendemos hoje?
Slides 5 a 7 – Material para professores. Para entender o Museu. Isabela Ribeiro de Arruda, Denise Cristina Carminatti Peixoto e Vanessa Costa Ribeiro (org.). São Paulo: Museu Paulista da Universidade de São Paulo, 2022. Disponível em: https://cutt.ly/j7ySvWh. Acesso em: 4 mar. 2023. 
Slides 9 a 11 – Material para professores. Uma História do Brasil. Isabela Ribeiro de Arruda, Denise Cristina Carminatti Peixoto e Vanessa Costa Ribeiro (org.). São Paulo: Museu Paulista da Universidade de São Paulo, 2022. Disponível em: https://cutt.ly/t7ggj1D. Acesso em: 6 mar. 2023.
Referências
Slides 13 a 14 – Material para professores. Uma História do Brasil. Isabela Ribeiro de Arruda, Denise Cristina Carminatti Peixoto eVanessa Costa Ribeiro (org.). São Paulo: Museu Paulista da Universidade de São Paulo, 2022. Disponível em: https://cutt.ly/t7ggj1D. Acesso em: 6 mar. 2023.
Slides 20 e 21 – DOMINGUES, J. E. Blog: Ensinar História – Joelza Ester Domingues. Disponível em: https://cutt.ly/J7WqCBC. Acesso em: 10 abr. 2023. 
Slide 22 – REVISTA FAPESP. As raízes do quadro Independência ou Morte! Por Danilo Albergaria. Edição 318, ago. 2022. Disponível em: https://cutt.ly/p7Qbo72. Acesso em: 10 abr. 2023.
Referências
Slide 25 – Material para professores. Uma História do Brasil. Isabela Ribeiro de Arruda, Denise Cristina Carminatti Peixoto e Vanessa Costa Ribeiro (org.). São Paulo: Museu Paulista da Universidade de São Paulo, 2022. Disponível em: https://cutt.ly/t7ggj1D. Acesso em: 6 mar. 2023.
LEMOV, Doug. Aula nota 10 3.0: 63 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. Porto Alegre: Penso, 2023.
Referências
Lista de imagens e vídeos
Slide 3 – Processo de restauro da tela de Pedro Américo, Independência ou Morte! Fotografia, José Rosael, 2019. In: Para entender o Museu. Isabela Ribeiro de Arruda, Denise Cristina Carminatti Peixoto e Vanessa Costa Ribeiro (org.). São Paulo: Museu Paulista da Universidade de São Paulo, 2022. Disponível em: https://cutt.ly/j7ySvWh. Acesso em: 4 mar. 2023.
Slide 4 – Edifício-monumento do Ipiranga em construção, com andaimes e pessoas à frente. Fotografia, autor desconhecido, 1888. Disponível em: https://cutt.ly/I7goIW5. Acesso em: 5 mar. 2023.
Referências
Lista de imagens e vídeos
Slide 5 – Interior do edifício monumento do Ipiranga: Bezzi na escadaria central e andar superior visto a partir da escadaria central. Fotografia, Guilherme Gaensly, 1892/Showing cut on Ypiranga line S. Paulo. Fotografia, Guilherme Gaensly, 1904, Acervo Fundação Energia e Saneamento. In: Para entender o Museu. Isabela Ribeiro de Arruda, Denise Cristina Carminatti Peixoto e Vanessa Costa Ribeiro (org.). São Paulo: Museu Paulista da Universidade de São Paulo, 2022. Disponível em: https://cutt.ly/j7ySvWh. Acesso em: 4 mar. 2023. 
Referências
Lista de imagens e vídeos
Slide 6 – Dom Pedro I. Escultura em bronze, Rodolpho Bernardelli, 1923. In: Material para professores. Uma História do Brasil. Isabela Ribeiro de Arruda, Denise Cristina Carminatti Peixoto e Vanessa Costa Ribeiro (org.). São Paulo: Museu Paulista da Universidade de São Paulo, 2022. Disponível em: https://cutt.ly/t7ggj1D. Acesso em: 6 mar. 2023.
Slide 7 – Afonso Taunay no Museu Paulista: sala consagrada à iconografia antiga de São Paulo, c. 1922. Disponível em: https://cutt.ly/q7gHPu3. Acesso em: 6 abr. 2023.
Referências
Lista de imagens e vídeos
Slide 11 – Fotografia da tela de Pedro Américo restaurada no Museu do Ipiranga/Museu Paulista-USP. Clarissa B. Barradas, 7 set. 2022.
Slides 12 a 14 – Independência ou Morte, obra de Pedro Américo, óleo sobre tela, 1888. Museu do Ipiranga/Museu Paulista-USP, SP. Disponível em: https://cutt.ly/V4bjiGq. Acesso em: 10 abr. 2023.
Slide 15 – Lilia Moritz Schwarcz. Leitura da tela “Independência ou Morte” (1888), de Pedro Américo. Disponível em: https://cutt.ly/G7mGXw5. Acesso em: 10 abr. 2023.
Referências
Lista de imagens e vídeos
Slides 20 a 22 – A Proclamação da Independência. Óleo sobre tela, 1844. François-René Moreaux (1807–1860). Disponível em: https://cutt.ly/l4IUzoT. Acesso em: 24 mar. 2023.
Slide 23 – A Proclamação da Independência. Óleo sobre tela, 1844. François-René Moreaux (1807–1860). Disponível em: https://cutt.ly/l4IUzoT. Acesso em: 10 abr. 2023; Independência ou Morte, obra de Pedro Américo, óleo sobre tela, 1888. Museu do Ipiranga/Museu Paulista-USP, SP. Disponível em: https://cutt.ly/V4bjiGq. Acesso em: 10 abr. 2023.
Referências
Material 
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