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Tto. da Enxaqueca 1 Tto. da Enxaqueca Prof. Marysabel Enxaqueca: tipo mais importante de cefaleia, caracterizado por crises recorrente, acompanha de náuseas, vômitos, fonobobia e fotofobia Maior recorrência em MULHERES entre os 35 e 45 anos Relacionada à perca de produtividade Em média há 1,5 crise/mês com uma duração média de 24h Causa: vasodilatação nos vasos das meninges → extravasamento de líquido → inflamação neurogênica perivasscular → dor → vias aferentes nociceptoras → tronco cerebral → sintomas (aura, náusea, vômito…) � Pesquisas evidenciam que a presença de um peptídeo (relacionado com os genes da calcitonina - CGRP), aumenta durante as crises e volta a normalidade assim que a crise passa. Tipos de dores de cabeça Sinusite: infecção nos seios da face → dor atrás do osso do supercílio e/ou nas maçãs do rosto; Cefaleia: dor dentro e em torno de um olho, unilateral e bem localizada Tensão: dor em faixa na cabeça; “apertando”, sob o osso frontal em caráter de pressão → principal causa é o estresse Enaqueca: unilateral, palpitante, intensidade média a intensa e piora com exercício físico e com estímulos Sintomas Aura: pode estar presente ou não; estímulo neurológico que carreta em perda visual temporária e/ou imagens onduladas Náuseas Êmese Hipersensibilidade a stímulos óticos e olfatório Tto. da Enxaqueca 2 Objetivos do tratamento Na crise: abolir rapidamente a crise (dor) evitando recorrências restaurar a capacidade de exercer atividades habituais minimizar o uso dos medicamentos adicionais e em excesso instituir abordagens custo-efetivas para o manejo geral A longo prazo: reduzir frequência, gravidade e duração das crises reduzir incapacitações melhorar a qualidade de vida evitar aumento de doses de medicamentos educar o paciente para o auto- manejo das crises (observar os gatilhos da crise) Tratamento não medicamentoso: relaxamento, evitar anticoncepcionais e fumo, manter o sono e a alimentação regulares Durante a crise permanecer em repouso em um quarto escuro e silencioso, o que já pode ser suficiente para melhora da crise Analgésicos usados na enxaqueca ➯ Específicos para enxaqueca: alcaloides do Ergot e Triptanos (não apresentam eficácia para outros tipos de cefaleia) ➯ Inespecíficos: AAS, paracetamol, opióides ➯ Quando usar: Crises leves: AAS, Paracetamol, AINEs sem atividade anti-inflamatória; Crise média a moderada: Opióides sozinhos ou associados a AINES (ex: Codeína + Paracetamol) a associação com AINE se deve para diminuir a dose do opióide e diminuir chances de dependência Ex.: codeína + ibuprofeno ou naproxeno Também usa-se simpatomiméticos em associação (Isometepteno + dipirona + cafeína) Crise Intensa ou moderada a intensa: Derivados do Ergot: Ergotamina Associações com Ergóticos: Diidroergotamina + cafeína + butalbital + propifenazona (barbitúrico → mts EA e sem comprovação da eficácia) Ergotamina + Cafeína + Paracetamol + Hiosciamina + Atropina Diidroergotamina + Cafeína + Paracetamol Ergotamina + Cafeína Ergotamina + AAS + Cafeína Agonistas Serotoninérgicos: sumatriptano, naratriptano, rizatriptano, zolmitriptano → NUNCA ASSOCIAR COM DERIVADOS DO ERGOT Estado Enxaquecoso: Analgésicos opióides: Meperidina Derivados do Ergot: diidroergotamina, ergotamina Agonista serotoninérgico: sumatriptano Antieméticos: metoclopramida Corticoesteróides: dexametasona Obs: antieméticos e corticoesteroides devem ser associados ao tratamento Tto. da Enxaqueca 3 Profilaxia da enxaqueca Propanolol, metoprolol → indicados para hipertensos, não fumantes, menores 60 anos; Verapamil → hipertensos, fumantes, maiores de 60 anos; Amitriptilina, ADT → indicado para pacientes com insônia; Venlafaxina Fenelzina (IMAO) Valproato (teratogênico) Topiramato → obesos (teratogênico) Metisergida, Ergot, antagonista 5HT2 e agonista 5HT1; Ciproheptadina → poucos estudos; Pizotifeno, anatagonista 5HT2A e C; Naproxeno (AINE) Erenumabe, fremanezumabe, galcanezumabe → bloqueador dos receptores do peptídeo relacionado com os genes de calcitonina (CGRP) Os níveis de CGRP sobem durante as crises e se normalizam quando elas acabam São de uso mensal, caros e utilizam a via subcutânea � Erenumab foi o primeiro anticorpo monoclonal totalmente humano desenvolvido especificamente para bloquear os receptores do peptídeo relacionado com os genes de calcitonina (CGRP), responsável por desencadear crises de enxaqueca Tto. da Enxaqueca 4 Mecanismos de ação dos fármacos AINES: Inibição da COX → responsável por transformar o ácido aracdônico em prostaglandinas (ação vasodilatadora) Irá ocorrer uma diminuição de prostaglandinas e da vasodilatação Alcaloides de Ergot: Agonistas parciais de receptores 5HT1A; 1B; 1D e 5HT2 O receptor 5-HT1A atua como um auto-receptor somatodendrítico responsável por modular a atividade dos neurônios serotoninérgicos A ativação deste receptor modula o comportamento emocional e alimentar, funções cognitivas, maturação e diferenciação celular Os receptores 5-HT1B e 5-HT1D modulam a liberação de serotonina e de outros neurotransmissores, como a acetilcolina Receptores 5-HT2 estão ligados ao córtex visual, modulação do comportamento alimentar e mediação da vasoconstrição O receptor 5-HT3 é responsável pela modulação da liberação de 5-HT e aparentemente está relacionado com mecanismos de percepção da dor, liberação de acetilcolina e dopamina, assim como motilidade gástrica e secreção de fluídos entéricos O receptor 5-HT4 também parecem estar ligados à motilidade gastrointestinal Merisergida: Antagonista 5HT2 Opioides: nível central nos receptores NICA Triptanos: Agonista 5HT 1B; 1D Simpatomimético: isometepteno Reações adveras 1. Triptanos: Eventos cardíacos (raros porem graves): vasoespasmo coronariano, isquemia miocárdica, arritmias; Por via SC irritação local, ardência sensação de queimação - por via intranasal → gosto amargo; Parestesia, astenia, fadiga, rubor, aperto no tórax, pescoço e/ou mandíbula, sonolência, tontura, náuseas e sudorese; Naratriptano → contraindicado em pacientes com IR e hepática; Pacientes que usaram IMAO nos últimos 15 dias não usar: almotriptano, rizatripatano, sumatriptano ou zolmitriptano; TODOS contraindicado em pacientes expostos a alcaloides do Ergot não devem usar concomitantemente triptano, pois tende a aumentar a ocorrência de envetos cardiovasculares 2. Alcalóides do Ergot: Náuseas; Vômitos; Fraqueza nas pernas; Dor muscular; Dormência e formigamentp nos desos Desconforto precordial Preparações Comerciais Cefalium → Mesilato de Diidroergotamina + Paracetamol + Cafeína + Cloridrato de Metoclopramida Tto. da Enxaqueca 5 Cefaliv → Mesilato de diidroergotamina + Dipirona + Cafeína Neosaldina → Mucato de Isometepteno + Dipirona + Cafeína Migrane → Tartarato de Ergotamina + Metilbrometo de Homatropina + Ácido Acetilsalicílico + Cafeína Deserila → Metisergida Sumax → Sumatriptano Imigran → Sumatriptano Seloken → Tartarato de Metoprolol.= Interações Medicamentosas Benéficas: Antieméticos: metoclopramida, domperidona, prometazina, dimenidrinato Cafeínas: aumenta absorção da ergotamina Prejudiciais: Dopamina, metisergida, betabloqueadores → aumentam o efeito da ergotamina (e seus efeitos adversos) Meperidina e IMAO