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Agentes hemostáticos 1 Agentes hemostáticos Hemostasia: resposta fisiológica normal do corpo para a prevenção e interrupção de sangramento e hemorragias. De maneira geral resulta no bloqueio de qualquer lesão vascular e garante a fluidez do sangue e a integridade dos vasos sanguíneos EQUILÍBRIO entre coagulação e hemorragia Coagulação sanguínea Quando há formação de trombos intravasculares, a rápida ativação de um sistema fibrinolítico restaura a fluidez Conversão do sangue líquido em gel e coágulo 🩸 Ferimento: 1. Endotelina → vasoconstrição 2. Hemostasia primária: ativação plaquetária Adesão plaquetária: plaquetas aderem e cobrem o colágeno do subendotélio exposto. A lesão também expõe o Fator tecidual (FT), que inicia o sistema de coagulação Ativação plaquetária: receptores das plaquetas são ativados, ocorre liberação de grânulos contendo mediadores como ADP, serotonina, Ca++, TXA2 que se ligam a receptores das plaquetas em repouso Agregação plaquetária: há aumento no Ca2+ citosólico → ativação de receptores de glicoproteína GPIIb/IIIa que ligam fibrinogênio e formam agregados com outras plaquetas Resultam em um tampão hemostático primário � Regulação da Hemostasia: ➯ PGI2: inibe a agregação plaquetária, vasodilatador ➯ Antitrombina III: inativa a trombina e outros fatores de coagulação ➯ Proteínas C e S: dependem da vitamina K ➯ Inibidor da via do fator tecidual (IVFT): limita ação do FT – VIIa-FT ➯ Ativador tecidual do plasminogênio → plasmina �→ fibrina 3. Hemostasia secundária: formação de fibrina Cascata de enzimas proteolíticas e co-fatores; As vias resultam da ativação do fator Xa (protrombinase) que converte protrombina → trombina; Agentes hemostáticos 2 Trombina (fator IIa): responsável pela geração de fibrina → cliva o fibrinogênio, produzindo fragmentos que se polimerizam para formar fibrina 4. Fase final: tampão local permanente através de processos antitrombóticos Vias de coagulação 1. Intrínseca ou “via de contato: Todos os componentes estão presentes no sangue; É ativada quando o sangue extravasado entra em contato com uma superfície artificial como o vidro, mas fisiologicamente o sistema funciona como uma única via in vivo 2. Extrínseca: Agentes hemostáticos 3 Alguns componentes vêm de fora do sangue O dano no tecido expõe o sangue ao fator tecidual, iniciando o processo e levando à produção de uma pequena quantidade de trombina Trombos: são coágulos sanguíneos formados nas veias ou artérias que dificultam a circulação do sangue para outras partes do corpo, gerando a trombose (parcial ou total) ➯ Os trombos podem se formar nas artérias ou veias ➯ Compostos por agregados de plaquetas, fibrina e células vermelhas presas Trombose Venosa Profunda (TVP) Tromboembolismo Pulmonar (TEP) ➯ Os fármacos antitrombóticos incluem: a. Anticoagulantes: atenuam a formação da fibrina; b. Agentes fibrinolíticos: degradam a fibrina c. Fármacos antiplaquetários: inibem a ativação ou a agregação plaquetária; ➯ Possuem mecanismos de ação muito diferentes, mas todos aumentam o risco de sangramento Cascata de coagulação Agentes hemostáticos 4 ANTICOAGULANTES ➯ Heparina ➯ HBPM (heparinas de baixo peso molecular) ➯ Antagonistas da vitamina K ➯ Inibidores do fator Xa (diretos ou indiretos) ➯Inibidores da trombina Mecanismo de ação: impedem a coagulação sanguínea por inibirem um ou mais fatores da coagulação Importantes na prevenção e tratamento do tromboembolismo Usos: Prevenção de acidente vascular encefálico (AVE) Pacientes com: fibrilação atrial, insuficiência cardíaca e prótese valvares Heparina (não fracionada) É um glicosaminoglicano sulfatado, não sendo uma substância única Encontrada nos grânulos dos mastócitos e é abundante nos pulmões, fígado e intestino É comumente extraida de mucosa intestinal suína ou pulmão bovino para as preparações comerciais Mecanismo de ação: agem como um CATALIZADOR após se unirem à antitrombina III (inibidor enzimático) e aceleram a taxa na qual ela inibe várias Agentes hemostáticos 5 proteases da coagulação (Fatores II, XII, XI, IX e X) Aceleram 1000x a reação Antitrombina III = inibidor fisiológico da coagulação sanguínea Possuem ainda ação sobre as plaquetas → redução da adesão e agregação plaquetária (trombocitopenia induzida pela heparina) Farmacocinética: Não são abs. por VO, sendo adm. por vias parenterais Adm. por infusão intravenosa contínua, infusão intermitente a cada 4-6h ou injeção SC a cada 8-12h Alta ligação com proteínas plasmáticas Início de efeito imediato, meia vida de 30min a 5h (dependendo da dose) Via SC possui início retardado em 1-2h Degradada pelo sistema reticuloendotelial (hepática e fezes) Heparinas de baixo peso molecular (HBPM) ➯ Enoxaparina 1 a 5 kDa Preparadas através de cromatografia por filtração em gel Mecanismo de ação: complexam com a antitrombina e seletivamente inativam o fator Xa Farmacocinética: Administrada via SC Meia vida de eliminação mais longa e maior intervalo entre as doses (1-2x ao dia) do que a heparina não fracionada Abs. de forma mais uniforme após injeção SC Menor ligação proteínas plasmáticas Menor risco de osteoporose Agentes hemostáticos 6 Usos terapêuticos das Heparinas Profilaxia e tratamento de doenças tromboembólicas Tratamento inicial da trombose venosa e da embolia pulmonar Tratamento agudo (HBPM) de distúrbios de origem tromboembólica (Infarto, AVC) Pacientes com angina instável ou infarto agudo do miocárdio (heparina) Associação com agentes antiplaquetários no tratamento de síndromes coronarianas agudas (UF) Em máquinas de diálise para prevenir trombose � Em geral, administra-se concomitantemente um antagonista da vitamina K, como a varfarina, e a heparina ou derivado é mantido durante pelo menos 5 dias para permitir que a varfarina exerça todo o seu efeito terapêutico Efeitos adversos Sangramentos: principal efeito adverso da heparina. Ocorre sangramento significativo em 1-5% dos pacientes tratados com heparina intravenosa para tromboembolia venosa A incidência de sangramento é ligeiramente menor em pacientes tratados com HBPM para essa indicação Embora o número de episódios de sangramento pareça aumentar com doses diárias totais maiores de heparina e com o grau de prolongamento do TTPa (Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada), essas correlações são fracas, e os pacientes podem apresentar sangramento com Reações de hipersensibilidade de fontes animais Trombocitopenia: ocorre em ~ 0,5% dos pacientes entre 5-10 dias após o início da terapia com heparina Decorrente da ação sobre as plaquetas da heparina Embora a incidência de trombocitopenia seja menor, também ocorre trombocitopenia com HBPMs e fondaparinux, e a contagem de plaquetas deve ser monitorada Agentes hemostáticos 7 valores de TTPa situados dentro da faixa terapêutica Com frequência, existe uma causa subjacente para o sangramento, como cirurgia recente, traumatismo, doença péptica ulcerosa ou disfunção plaquetária A incidência de trombocitopenia e de trombose induzida por heparina é maior em pacientes cirúrgicos do que em pacientes ambulatoriais Outros: hematoma subdural, pancreatite aguda hemorrágica, trombose, osteoporose (liberação de colagenase), necrose de pele, alopecia Contraindicações Absolutas: Cirurgias recentes do SNC e olhos, metástases cerebrais Retinopatia diabética proliferativa Hemorragias cérebro-vasculares Distúrbios hemorrágicos Hipertensão arterial sistêmica grave � PROTAMINA: é o antígeno → proteína policatiônica de baixo peso molecular que antagoniza quimicamente a heparina. Reverte efeitos hemorrágicos graves causados pela heparina (+ UF) Relativas: Cirurgias recentes e procedimentos invasivos Úlcera duodenal Colite ulcerativa Carcinoma visceral Pericardite Endocardite bacteriana Vasculite Gravidez Aneurisma aórtico Doença renal e hepática grave Disfunções hepáticas renais História de sangramento oculto Drenagens toráxica eabdominal Trombocitopenia Interações A heparina inibe a coagulação, tanto in vivo como in vitro, por ativação da antitrombina III A HBPM se liga à antitrombina e aumenta sua ação Interação de heparinas, antitrombinas e fatores de coagulação Trombina (IIa) é mais sensível ao complexo heparina UH-ATIII do que o fator Xa. Para inibir IIa é necessário a ligação de heparina em ambos Para inibir Xa, apenas a ligação na AT é necessária Fondaparinux/Idraparinux ➯ É um anticoagulante derivado sinteticamente ➯ Mecanismo de ação: inibe seletivamente apenas o fator Xa → Ligando-se seletivamente à antitrombina III e catalizando a inibição do fator Xa O Fondaparinux potencializa (300-1.000x) a neutralização inata do fator Xa pela antitrombina III Ele é bem absorvido pela via SC (1x/da) com perfil farmacocinético previsível e, por isso, exige menos monitoramento do que a heparina Agentes hemostáticos 8 O fondaparinux é eliminado com a urina principalmente inalterado, com meia-vida de eliminação entre 17 a 21 horas Uso clínico: tratamento da TVP e EP e para a profilaxia do tromboembolismo venoso nos casos de cirurgias ortopédicas e abdominais EA: hemorragia é o principal efeito adverso CI: pacientes com insuficiência renal grave O fondaparinux não deve ser usado em casos de punção lombar ou cirurgia de medula espinal TIH é menos provável com fondaparinux do que com heparina, mas é uma possibilidade Não existe fármaco para reverter o sangramento associado com esse fármaco � Outros anticoagulantes parenterais Lepirudina: um derivado recombinante da hirudina, um inibidor direto da trombina presente nas glândulas salivares da sanguessuga medicinal Trata-se de um polipeptídeo de 65 aminoácidos, que se liga ao local catalítico e ao local de reconhecimento de substrato ampliado (exosítio 1) da trombina Desirudina: um derivado recombinante da hirudina que difere apenas por não ter um grupo sulfato na Tir63 É indicada para prevenção da TVP em pacientes que serão submetidos a cirurgia de substituição de bacia Como os outros, a hemorragia é o principal efeito adverso desses fármacos Bivalirudina: um polipeptídeo sintético de 20 aminoácidos, que inibe diretamente a trombina por meio de um mecanismo semelhante ao da lepirudina É uma alternativa à heparina em pacientes que serão submetidos a ICP (Intervenções coronarianas percutâneas) que têm ou poderão ter risco de desenvolver TIH (trombocitopenia induzida por heparina), e também pacientes com angina instável a ser submetidos a angioplastia Em pacientes com função renal normal, a meia-vida da bivalirudina é de 25 minutos Argatrobana: um composto sintético com base na estrutura da l-arginina, liga-se reversivelmente ao local catalítico da trombina É um inibidor direto da trombina A argatrobana é usada preventivamente no tratamento da trombose em pacientes com TIH e aprovada para uso durante ICP em pacientes que apresentam ou estão sob risco de TIH É biotransformada no fígado e tem meia-vida de 39 a 51 minutos A monitoração inclui TTPa, hemoglobina e hematócrito Como com os outros anticoagulantes, o principal efeito adverso é a hemorragia Alfadrotrecogina: uma forma recombinante da proteína C ativada humana, que inibe a coagulação por meio da inativação proteolítica dos fatores Va e VIIIa. Além disso, possui efeitos anti-inflamatórios Agentes hemostáticos 9 Antagonistas da Vitamina K ➯ Varfarina ➯ Dicumarol ➯ Femprocumona e acenocumarol Mecanismo de ação: inibem a vitamina K redutase e consequente carboxilação Atua na etapa da carboxilação do aminoácido terminal do fator de coagulação Inibem a formação dos fatores II, VII, IX e X (fatores dependentes de Vitamina K) Forma fatores de coagulação inativos Atua apenas in vivo Farmacocinética: Dose habitual para adultos é de 2-5mg/dia, durante 2-4 dias, seguida de 1- 10 mg/dia, conforme indicado pela medida da relação normalizada internacional (RNI) Deve-se administrar uma dose inicial mais baixa a pacientes com risco maior de sangramento, incluindo indivíduos idosos Adm. VO ou VI Agentes hemostáticos 10 Não se recomenda a injeção intramuscular, devido ao risco de formação de hematoma A Varfarina pode ser detectada no plasma 1h após a sua administração oral, e as concentrações máximas em 2-8 h A presença de alimento no trato GI pode diminuir a taxa de absorção A varfarina liga-se quase completamente (99%) às proteínas plasmáticas Varfarina é excretada na urina e fezes Usos clínicos: Profilaxia e prevenir progressão da TVP aguda e embolia pulmonar após um curso inicial de heparina Evitar recidiva de tromboflebite Prevenção da tromboembolia venosa em pacientes submetidos à cirurgia ortopédica ou ginecológica Prevenção de isquemia coronariana recorrente em pacientes com infarto agudo do miocárdio Insufuiciência cérebro-vascular com isquemia cerebral transitória Prevenção da embolização sistêmica em pacientes com próteses de valvas cardíacas ou fibrilação atrial crônica Tratamento das hemorragias: Usada por via Oral, com absorção irregular; Não existe vantagem na administração parenteral/ apresenta período de latência Uso concomitante de outros anticoagulantes parenterais Contraindicações: hemorragia cérebro-vascular, úlcera, gravidez, amamentação, retinopatias, cirurgias recentes do SNC e olhos, trombocitopenia, ulceração GI, endocardite bacteriana, HAS maligna, pericardite, vasculite, tendências hemorrágicas, procesimentos invasicos, não cooperação do paciente Efeitos Adversos: Hemorragias: o risco de sangramento aumenta com a intensidade e a duração da terapia anticoagulante, o uso de outras medicações que interferem na hemostasia e a presença de uma fonte anatômica potencial de sangramento Intoxicação: deve-se usar Vitamina K/Complexo protrombínico Interações medicamentosas: Fármacos que aumentam a resposta → risco de hemorragias: AAS (ligação), Azóis, clopidogrel (metabolismo), Sulfametoxazol+trimetoprima Interação de deslocamento!!! Agentes hemostáticos 11 Fármacos que diminuem a resposta: Barbitúricos, rifampicina, Carbamazepinas (metabolismo) Níveis elevados de fatores de coagulação na gravidez Alimentação rica ou deficiente em vitamina K � Vantagens e desvantagens em comparação à Heparina: Vantangens: Eficácia por V.O. Custo inferior Ação mais prolongada Desvantagens: Tempo longo de latência Efeito persistente Tempo de protrombina diário Novos anticoagulantes orais Dabigatrano Mecanismo de ação: inibidor competitivo e reversível da trombina (IIa): Bloqueia a conversão do fibrinogênio em fibrina, a coagulação por retroalimentação e a ativação plaquetária Farmacocinética: Pró-fármaco, usado por VO Administrado em doses fixas Inicio de ação 2h após a administração Meia vida 12-17h Sofre ação de esterases hepáticas e intestinais Excreção 80% via renal Biodisponibilidade 3-7% da dose Não necessita monitorização e não apresenta interações alimentares EA: Causa dispepsia em 5-10% dos casos Rivaroxabano, apixabano e edoxabano Mecanismo de ação: ligam-se de forma direta, seletiva e reversível à parte ativa do Fator Xa, tanto na sua forma livre como na sua forma ligada às plaquetas; Diminuem a atividade do complexo protrombinase; Diminuição da geração de trombina e desenvolvimento do coágulo de fibrina; Resposta anticoagulante previsível; Sem monitorização; Alta ligação às proteínas plasmáticas; Dose fixa, 1x ao dia AGENTES FIBRINOLÍTICOS (TROMBOEMBÓLICOS) Agentes hemostáticos 12 ➯ Estreptoquinase ➯ Alteplase ➯ Uroquinase ➯ Acil-estreptoquinase ➯ Pró-uroquinase Características comuns dos tromboembolíticos Mecanismo de ação: promovem lise dos trombos através de mecanismo catalítico Atuam direta ou indiretamente convertendo plasminogênio em plasmina → hidrolisa a fibrina → hidrolisando os trombos A dissolução do coágulo e a reperfusão ocorrem com maior frequência quando o tratamento é iniciado logo após a formação do trombo, pois ele se torna mais resistenteà lise à medida que envelhece Infelizmente, um número maior de trombos pode ocorrer enquanto o trombo se dissolve, levando a uma maior agregação das plaquetas e trombose Estratégias para evitar essa situação incluem a administração de antiplaquetários, como AAS, ou antitrombóticos, como heparina Administrado em geral por via IV Usos terapêuticos: Usados originalmente para o tratamento de TVP e EP grave Uso no tratamento arterial periférica aguda e do IAM Sua tendência de causar hemorragias comprometeu seu uso no tratamento da trombose arterial periférica aguda e do IAM Para o IAM, a aplicação intracoronariana do fármaco é a forma mais confiável em termos de obter a recanalização Os trombolíticos são úteis em restabelecer a função de cateteres e anastomoses (shunts), hidrolisando os coágulos que causam a oclusão Usados para dissolver coágulos que resultam em AVE Efeitos adversos: Hemorragia: os trombolíticos não diferenciam entre a fibrina de um trombo indesejado e a fibrina de um tampão hemostático benéfico Agentes hemostáticos 13 Contraindicados em gestantes e pacientes com ferimentos em cicatrização, histórico de AVE, tumor cerebral, traumatismo na cabeça, sangramento intracranial e câncer metastático Estreptoquinase Proteína purificada de caldos de cultura de estreptococos Mecanismo de ação: forma complexo com o plasminogênio, convertendo o plasminogênio não complexado na enzima ativa plasmina Complexo E:P ativador de plaminogênio de maior eficiência catalítica in vitro Além da hidrólise dos tampões de fibrina, o complexo também catalisa a degradação do fibrinogênio, bem como dos fatores V e VII de coagulação EA: respostas antigênicas e risco de anafilaxia Ações inespecíficas (fibrinólise sistêmica) Com o advento de novos fármacos, a estreptoquinase raramente é usada e, em vários mercados, não mais está disponível Alteplase, reteplase e tenecteplase Mecanismo de ação: tem baixa afinidade pelo plasminogênio livre no plasma, mas ativa rapidamente o plasminogênio que está ligado à fibrina em um trombo ou um tampão hemostático Em doses baixas, lisa somente a fibrina trombótica para produzir fibrinólise Farmacocinética: a Ateplase possui meia vida muito curta de 5-30min, por isso, 10% da dose total é injetada por via IV como um bólus, e o restante do fármaco é administrado durante 60 minutos. Reteplase e tenecteplase têm meias vidas mais longas e, por isso, podem ser administradas como bólus IV. Uso clínico Ateplase: Tto. IAM, EP massiva e AVE isquêmico agudo (Limita a disfunção Cardíaca) Recanalização de Artérias coronárias obstruídas Reduz a taxa de Mortalidade após Infarto do miocárdio Uso clínico Reteplasia e Tenecteplase: Aprovados somente para uso em IAM, embora reteplase possa ser usada extrabula na TVP e na EP massiva EA: sangramentos A alteplase pode causar angiedema orolingual, e o risco desse efeito aumenta quando há associação com inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECAs) CI: AVC Uroquinase É produzida naturalmente no organismo, pelos rins e a uroquinase terapêutica é isolada de culturas de células renais humanas e tem baixa antigenicidade Mecanismo de ação: hidrolisa diretamente a ligação arginina-valina do plasminogênio, formando plasmina Uso clínico: Aprovada para a lise de êmbolos pulmonares Usos extrabula incluem o tratamento de IAM, tromboembolismo arterial, trombose artéria coronária e TVP Seu uso foi amplamente superado por outros fármacos com relação risco/benefício mais favorável Agentes hemostáticos 14 ANTIPLAQUETÁRIOS ➯ AAS ➯ Dipiridamol ➯ Ticlopidina ➯ Clopidogrel ➯ Inibidores de receptores IIb-IIIa (Abciximabe, Eptifibatida, Tirofibana) Mecanismo de ação: inibição das funções plaquetárias inibem a reação de liberação ou secreção de plaquetas reduzem os agregados plaquetários circulantes inibem a formação do trombo diversos agentes farmacológicos Ácido Acetilsalicílico - AAS Mecanismo de ação: acetilação e bloqueio da COX1 plaquetária, inibe a síntese de tromboxano A2 (TXA2) nas plaquetas Ação irreversível e duradoura (7 a 10 dias) Usos: Tratamento profilático da trombose cerebral Para reduzir infartos do miocárdio recorrentes Clopidrogel e Ticlopidina Mecanismo de ação: Inibem permanentemente a via do ADP Interferem na ligação do ADP aos seus receptores (P2Y12) nas plaquetas (ligação irreversível) Inibem a ativação dos receptores GPIIb/IIIa necessários para que as plaquetas se liguem umas às outras Farmacocinética: efeito prolongado e início de ação lento Agentes hemostáticos 15 No pré e pós-infarto Dose: atividade máxima obtida com 160 mg/dia AAS (dose inferior para as outras ações do fármaco) → doses repetidas e efeito acumulativo EA: TGI Dipiridamol Mecanismo de ação: Inibe a síntese de TXA2 Inibe a nucleotídeo-fosfodiesterase cíclica Aumenta [AMPc]: inibidor da agregação plaquetária Estímulo da adenilciclase plaquetária E.A.: tontura, cefaleia e distúbios GI Importante: NÃO tem risco de sangramento com o AAS Usos clínicos: Eficazes na prevenção de doenças cérebro e cardiovasculares (em pacientes intolerantes ao AAS) Clopidogrel (pró-fármaco): associação com AAS durante e após intervenção coronariana Ticlopidina: associação com AAS prevenção de trombose do stent - efeito sinérgico com o AAS Inibidores da Glicoproteínas IIb/IIIa ➯ Abciximab (ReoPro) ➯ Eptifibatide (Integrilin) ➯ Tirofiban (Aggrastat) A glicoproteína está presente na superfície das plaquetas e é um receptor de fibrinogênio e do fator de von Willebrand que fixa as plaquetas em superfícies estranhas A inibição da ligação a esse receptor impede a agregação plaquetária induzida por qualquer agonista São agentes antiplaquetários potentes, que atuam de modo distinto do AAS ou para inibidores plaquetários derivados das tienopiridinas Coagulantes ou Hemostáticos ➯ Promovem a coagulação sanguínea, auxiliando a formação de um ou mais fatores da coagulação Coagulantes de ação sistêmica: Grupo das vitaminas K Desmopressna Globulina anti-hemofílica Sulfato de protamina Estrógenos Venenos ofídicos Agente esclerosantes Fibrinogênio Ácido aminocaproico e ácido tranexâmico Usados em caso de fibrinólise exagerada, impedindo a lise exagerada da fibrina Mecanismo de ação: inibem a ativação do plasminogênio Ambos são fármacos sintéticos Farmacocinética: Ativos por VO Excretados na urina O ácido tranexâmico é 10x mais potente do que o ácido aminocaproico EA: trombose intravascular Agentes hemostáticos 16 Ác. aminoproico Ác. Tranexamico Aprontinina Etansilato Sulfato de protamina Mecanismo de ação: antagoniza o efeito anticoagulante da heparina A protamina de cargas positivas interage com a heparina de cargas negativas, formando um complexo estável sem atividade anticoagulante EA: incluem hipersensibilidade, dispneia, rubor, bradicardia e hipotensão, quando injetada rapidamente Essa proteína é derivada do esperma ou dos testículos de peixes e é rica em arginina, o que explica seu caráter básico Vitamina K Mecanismo de ação: administração de vitamina K1 (fitomenadiona) pode interromper o sangramento devido a varfarina, aumentando a oferta de vitamina K1 ativa e inibindo, assim, o efeito da varfarina Farmacocinética: a vitamina K1 pode ser administrada por via oral, SC ou IV Por via IV, a vitamina K deve ser administrada lentamente, por infusão, para minimizar o risco de reações de hipersensibilidade ou anafilactoides Para o tratamento de sangramentos, a vitamina K por via SC, mas não é tão eficaz quanto pelas vias oral ou IV A resposta à vitamina K é lenta, requerendo cerca de 24 horas para reduzir a INR (tempo para sintetizar novos fatores de coagulação) Vit K1 e K2 requerem sais biliares e lipase pancreática para serem absorvidas Assim, se for necessária hemostasia imediata, deve ser transfundido plasma congelado fresco A Vit. K1 é encontrada nas verduras verdes, enquanto a K2 é sintetizada por bactérias no intestino Usoclínico → tratamento e prevenção de: Sangramento devido ao uso de anticoagulantes orais varfarina Intoxicação por agentes cumarínicos Doença hemorrágica do recém nascido Deficiência de Vit K: doença celíaca , esteatorréia , icterícia obstrutiva (↓ bile) � Coagulantes de ação localizada Controle de hemorragias localizadas Promovem a coagulação por ativar o fator XII, fornecem um reforço estrutural para o coágulo Hemostáticos locais Gelatina absorvível Esponja de metil celulose Rede de metil celulose oxidada Colágeno microfibrilar Trombina bovina Cola, selante ou adesivo de fibrina Cola de cianoacrilato Agentes hemostáticos 17 RESUMO CLÍNICO ➜ Existe uma variedade de agentes anticoagulantes, fibrinolíticos e antiplaquetários, que estão entre os fármacos mais amplamente utilizados ➜ A heparina e as HBPMs costumam ser utilizadas no tratamento da tromboembolia venosa, angina instável e infarto agudo do miocárdio; esses fármacos também são utilizados na prevenção da trombose durante angioplastia coronariana e para algumas outras indicações de alto risco ➜ Os principais efeitos adversos da heparina são sangramento e síndrome de trombocitopenia induzida por heparina, que, frequentemente, precipita trombose venosa ou arterial ➜ Os inibidores diretos da trombina, como lepirudina, bivalirudina e argatrobana, estão indicados para pacientes com trombocitopenia induzida por heparina ➜ A varfarina e outros antagonistas da vitamina K são utilizados para impedir a progressão ou a recidiva da tromboembolia venosa aguda após um curso inicial de heparina ➜ Além disso, diminuem a incidência de embolização sistêmica em pacientes com fibrilação atrial ou próteses valvares cardíacas ➜ A varfarina é um fármaco com janela terapêutica estreita e está associada a mais de 200 interações medicamentosas e fármaco- alimento ➜ A super e subdosagem estão associadas a graves consequências, incluindo trombose ou sangramento grave em um número significativo de pacientes ➜ Ela também produz anormalidades fetais quando administrada durante a gravidez ➜ Os novos anticoagulantes orais que têm a trombina ou o fator Xa como alvo são promessas para substituir a varfarina no futuro. Estes fármacos possuem o potencial para simplificar o cuidado, porque eles são administrados em doses fixas sem monitoramento da coagulação. ➜ Os agentes fibrinolíticos, como t-PA ou seus derivados, reduzem a mortalidade do infarto agudo do miocárdio, são usados em situações onde a angioplastia não está disponível. ➜ A terapia fibrinolítica também é usada para pacientes com acidente vascular encefálico agudo isquêmico. ➜ Os agentes antiplaquetários, incluindo ácido acetilsalicílico, clopidogrel, prasugrel e inibidores da glicoproteína IIb/IIIa, são usados para evitar trombose após angioplastia coronariana e na prevenção secundária do infarto do miocárdio e do acidente vascular encefálico. ➜ O sangramento é a principal toxicidade dos agentes antiplaquetários. ➜ Fármacos antiplaquetários novos cujo alvo direto é o ADP ou o receptor da trombina nas plaquetas estão em estágios avançados de desenvolvimento. Agentes hemostáticos 18 ➜ Estes fármacos antiplaquetários mais potentes podem produzir mais sangramento, destacando a inevitável relação entre a eficácia e a toxicidade dos fármacos antitrombóticos.
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