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Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 1 Opioides São analgésicos endógenos, os quais conseguem tirar a dor, sem perder a consciência, coordenação e sensibilidade. ÓPIO: extrato vegetal, derivado da papoula, contém morfina. OPIÓIDES: substâncias endógenas ou sintéticas que produzem efeitos semelhantes da morfina e interagem com receptores opioides. OPIÁCEOS: compostos que são estruturalmente relacionados a morfina e codeína. • Diferença da morfina e da codeína é somente uma metilação AGONISTAS ENDÓGENOS - ENDORFINAS Produzida no hipotálamo, no núcleo do trato solitário, na hipófise, na medula adrenal, no estômago e no intestino. Envolvidas no processamento da dor, modulação do comportamento afetivo, controle motor, controle do SNA e funções neuroendócrinas. Receptor opioide MOR: todos os agonistas atuam nesse receptor. Todos são acoplados a proteína Gi e amplamente distribuídos no SNC e medula espinal. Mi (MOR): analgesia modulada passa primeiramente por esse receptor, mediante estímulos térmicos, mecânicos e químicos. Kappa (KOR): fica no corno dorsal e contribui para analgesia e ele modula a resposta a nocicepção química e térmica. Delta (DOR): as encefalinas interagem mais seletivamente com os receptores na periferia. OPIÓIDES Os opioides endógenos possuem a mesma quantidade de aminoácidos e começam com a mesma sequência. (N-terminal): Tyr-Gly-Gly-Phe Quando há uma lesão, a dor chega pela fibra ADelta (mielinizada), mas quem contribui para que a dor fique, é a fibra C (amielinizada). • Quando estimula as fibras, tem liberação de SP (substância P), que é um potente vasodilatador e contribui para a formação de edema. Lesão – processo inflamatório – rompe tecido – expõe fosfolipídio (recruta mediador químico) e produz PG – PG recruta fosfolipase C para formar o ac. araquidônico, que é estimulado por COX e LOX. OPIOIDE AGE NO RECEPTOR DESSAS FIBRAS MECANISMO DE AÇÃO: quando esses receptores são estimulados, tem o bloqueio parcial da transmissão de estimulo de dor (região pré e pós sináptica) morfina se liga na região pré-sináptica (receptor acoplado a proteína Gi) e o estímulo de bloqueio é gerado na região pós-sináptica. - Quando o receptor é ativado, ele causa uma diminuição de adenilatociclase, e isso reduz AMPc, se reduz AMPc e não ativa os canais de cálcio, isso reduz o influxo de cálcio na região pré-sináptica, oque diminui a liberação de vesículas de neurônios que liberam glutamato → Sem glutamato, não tem neurotransmissor suficiente para “atiçar”, assim gerando a diminuição da resposta excitatória (dor). Morfina no receptor pós-sináptico: ela pode se ligar nele, pois ele tem a proteína Gi. Quando ele se liga, a subunidade beta-gama abre os canais de potássio (sai K+), causando a hiperpolarização de membrana → Para de conduzir PA, assim gerando um bloqueio do estímulo de dor. Ativação prolongada: o uso a longo prazo, causa uma dessensibilização do receptor, aumenta a tolerância, leva primeiro a dependência, depois ao vicio e por fim a uma intoxicação. ATÉ A DEPENDÊNCIA, É REVERSÍVEL Dependência química: causa uma síndrome de abstinência e deve ser tratada com opioide de T1/2 longa (METADONA). Sintomas da dependência: lacrimejamento, hiperalgesia, bocejos, insônia, calafrios, taquicardia Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 2 hiperventilação, hipertermia, sudorese, midríase (dilatação), vômitos/diarreia e ansiedade. Intoxicação: tratamento é feito com antagonista opioide (NALOXONA). FENTANIL: o uso dele por mais de 5 dias ou dose acumulativa total de 1,5mg/kg durante uma internação hospitalar – 50% de chance de desenvolver abstinência. Fentanil por mais que 9 dias ou dose acumulativa maior que 2,5mg/kg durante a internação – 100% de chance de abstinência. FÁRMACOS OPIOIDES Todos os opióides causam o mesmo efeito, oque difere um do outro é a sua dosagem (de acordo com a via administrada). Quando menor a dose do medicamento para tal efeito, mais eficaz ele é. O opioide utilizado, depende da intensidade da dor, tipo (aguda ou crônica), tolerância, variabilidade genética quando a capacidade de metabolizar, via de administração e terapia combinada. AGONISTA TOTAL DOS RECEPTORES MOR Agonista fraco: codeína e tramadol CYP2D6 → Morfina. Agonista forte: fentanil (t1/2=5min), morfina (t1/2=2h) e metadona (t/12= 30h) • Agonista parcial: buprenorfina. • Antagonistas: Naloxona e Naltrexona. AGONISTAS MORFINA É um analgésico potente e indicado para dores agudas e crônicas (excesso dores neuropáticas). Ela penetra lentamente o SNC, ou seja, seu efeito é lento. AGONISTA PURO COM AFINIDADE POR MOR Via de administração: oral, sublingual, retal, subcutâneo, IV, intratectal, epidural e inalada. - Na administração oral, somente 25% da dose é absorvida, devido o efeito de 1º passagem. Seu t1/2 vida é de 2h e é eliminada por excreção renal. Efeitos adversos: depressão respiratória (cuidado com enfisema e obesidade), náuseas, vômitos, confusão mental, prurido, urticaria, asma, choque anafilático (devido a liberação de histamina) etc. CODEÍNA (alcaloide natural) Opióide natural com baixa potência analgésica e, por isso indicado em caso de dor leve/moderada. - É um pró-fármaco, ou seja, precisa passar pela metabolização hepática para ser ativado e então ser convertido em morfina. (só 10% da dose é convertido em morfina pela CYP2D6). Ela é indicada com antitussígeno, podendo ser associada á AINEs para tratamento de dores. - Seu efeito de primeira passagem é baixa. Efeitos adversos: são parecidos com o da morfina, só que mais fracos. FENTANILA Fármaco sintético, agonista de receptor MOR (U) com a ação similar e mais potente que a morfina. É usado em anestesias de ação rápida e curta (t1/2 é de 5minutos). Vias de administração: IV, intratectal, epidural, trans dérmica ou bucal. (VO NÃO PODE). OXICODONA E HIDROCODONA Opióides semi-sintéticos, derivados da morfina. Via de administração: pode ser feita por via oral, pois mesmo com o efeito de 1º passagem, 80% do fármaco ainda é absorvido. • Fármaco semi-sintético de morfina e codeína. Efeitos adversos: náuseas, constipação, dependência e tolerância. (pode causar alucinação ou euforia). HEROÍNA Opióide semi-sintético com efeito eufórico intenso e altamente viciante (droga de abuso). - O fentanil e a heroína são altamente lipofílicos, e por isso, conseguem atravessar a BHE (barreira hematoencefálica). Efeitos adversos: iguais aos da morfina. OUTROS ANALGÉSICOS TRAMADOL É fármaco sintético, agonista puro e fraco. Seu efeito é analgésico e de ação central, o qual se liga ao receptor MOR. - Ele inibe a recaptaçao de NA e serotonina (agonista 5HT2c), através da inibição de SERT e NET, aumentando assim a concentração desses NT (neurotransmissores) na fenda sináptica, podendo gerar um quadro de hipertensão). Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 3 - Tem efeito antitussígeno e é indicado para o tratamento de dor aguda leve/moderada e pode ser associado ou não associado aos AINEs. Efeitos adversos: náuseas, vômitos, tontura, boca seca, sedação e cefaleia. - Tem casos de convulsões, mas só em pacientes pré-dispostos. Não induz depressão respiratória ANTAGONISTA NALOXONA, NALTREXONA E NALORFINA São antagonistas de receptores MOR, DOR e KOR. Quando usados separadamente, são insignificantes, mas quando usados junto a um agonista ou sob influência de estimulação endógena, apresentam seus efeitos. - Eles se ligam as três classes de receptor, assim antagonizando o efeito do agonista (compete pelo receptor, assim deslocando a morfina). Usados para reverter depressão respiratória por intoxicação ou reversão da constipação. Eles podem induzir a síndrome de abstinência em dependentes em poucos minutos de sua administração, por isso, deve ser administrado aos poucos. T1/2 vida: curto → 1 hora. Em condições de liberaçãode opióides endógenos, causa hiperalgesia. - Pode aumentar a pressão arterial e promover a liberação de hormônios. DEPENDÊNCIA, TOLERÂNCIA E ABSTINÊNCIA São reações psicológicas e fisiológicas, causadas pela interrupção ou redução abrupta da droga. I. INTOXICAÇÃO: causa euforia, analgesia, miose e depressão respiratória → Naloxona o Naloxona: agonista dos receptores opioides, que compete com a morfina pelos sítios de ação. II. ABSTINÊNCIA: disforia, agitação, dor, midríase e cólica e diarreia → Metadona. o Metadona: agonista de longa duração dos receptores opióides. Fármaco administrado em pacientes com a síndrome de abstinência. METADONA Opióide sintético, eficaz por via oral, sua potência é similar á da morfina (se liga ao receptor U → MOR). T1/2 vida: 24h, por isso sua dosagem é única. - Ele produz supressão dos sintomas de abstinência dos sintomas dos opióides (produz efeitos colaterais mínimos). A metadona é um dos medicamentos mais amplamente utilizados na farmacoterapia da dependência de opióides e deve ser considera como uma primeira opção no tratamento da abstinência de opióides. BUPRENORFINA É um opióide sintético agonista parcial dos receptores U (MOR). T1/2 vida: longa, devido a dissociação lenta dos receptores de opióides. - Pode ser encontrado como comprimido (indicado no tratamento de dependência) ou na forma injetável (indicado no alivio de dor moderada a intensa). MAIS POTENTE E MENOS EFICAZ QUE A MORFINA
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