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CONCEITO Pé Diabético é o termo empregado para nomear as diversas alterações e complicações ocorridas, isoladamente ou em conjunto, nos pés e nos membros inferiores dos diabéticos. Caracterizado pela presença de infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos profundos associados a anormalidades neurológicas e a vários graus de doença vascular periférica em pessoas com DM. As alterações de ordem neurológica e vascular em extremidades, provocadas pelo quadro de DM, produzem distorções na anatomia e fisiologia normais dos pés. A alteração do trofismo muscular e da anatomia óssea dos pés provoca o surgimento dos pontos de pressão, enquanto o ressecamento cutâneo prejudica a elasticidade protetora da pele e o prejuízo da circulação local torna a cicatrização mais lenta e ineficaz. Pode ser classificado segundo sua etiopatogenia em: • neuropático: caracterizado pela perda progressiva da sensibilidade. Os sintomas mais frequentes são os formigamentos e a sensação de queimação. • vascular ou isquêmico: caracterizado tipicamente por história de claudicação intermitente e/ou dor à elevação do membro. Ao exame físico, pode-se observar rubor postural do pé e palidez à elevação do membro inferior. À palpação, o pé apresenta- se frio, podendo haver ausência dos pulsos tibial posterior e pedioso dorsal. • misto: caracterizado pela junção do neuropático e isquêmico. CONCEITO FATORES DE RISCO São fatores de risco para desenvolvimento de úlceras e amputações, quase todos identificáveis durante a anamnese e o exame físico do indivíduo: • História de ulceração ou amputação prévia; • Neuropatia periférica; • Deformidade dos pés; • Doença vascular periférica; • Baixa acuidade visual; • Nefropatia diabética; • Controle glicêmico insatisfatório; • Tabagismo; Quanto maior o grau classificado, maior o risco do indivíduo em desenvolver uma úlcera e/ou requerer uma amputação ao longo do tempo. Essa classificação deve ser usada para nortear a conduta de cuidado e de acompanhamento do profissional após a avaliação inicial (BRASIL, 2013). NEUROPATIA Muitos fatores de risco para ulceração/amputação podem ser descobertos com o exame cuidadoso dos pés. Portanto, o exame clínico é o método diagnóstico mais efetivo, simples e de baixo custo para diagnóstico da neuropatia. Na anamnese é importante analisar o grau de aderência do paciente e familiares próximos ao tratamento, bem como o estado nutricional, imunidade e comorbidades. Duas teorias se destacam ao tentarem explicar o desencadeamento da neuropatia no diabético: Aluna: Geovana Cavalcante - 5° período - UNIVASF • a teoria vascular: a microangiopatia da vasa nervorum levaria à isquemia, que causaria a lesão do nervo. • teoria bioquímica: o aumento de substâncias tóxicas (sorbitol e frutose) e a depleção do mionisitol causariam lesão no nervo (células de Schwann). As consequências dessas alterações para os pés do paciente diabético, na prática clínica, se refletem nos tipos de neuropatia, que são: NEUROPATIA SENSITIVO - MOTORA: • Acarreta perda gradual da sensibilidade tátil e dolorosa que torna os pés vulneráveis a traumas, denominada de “perda da sensação protetora”. • Acarreta também a atrofia da musculatura intrínseca do pé, causando desequilíbrio entre músculos flexores e extensores, desencadeando deformidades osteoarticulares (dedos “em garra”, dedos “em martelo”, dedos sobrepostos, proeminências das cabeças dos metatarsos, hálux valgo (joanete)). Tais deformidades alteram os pontos de pressão na região plantar levando à sobrecarga e reação da pele com hiperceratose local (calo), que com a contínua deambulação evolui para ulceração (mal perfurante plantar). • A perda da integridade da pele constitui-se importante porta de entrada para o desenvolvimento de infecções, que podem evoluir para amputação. NEUROPATIA AUTONÔMICA ( lesão dos nervos simpáticos ) • Acarreta a perda do tônus vascular, levando a vasodilatação com aumento da abertura de comunicações arterio-venosas e, consequentemente, passagem direta de fluxo sanguíneo da rede arterial para a venosa, reduzindo a nutrição aos tecidos. • Acarreta também a anidrose, que causa o ressecamento da pele, culminando com a formação de fissuras, e alterações no crescimento e na matriz das unhas que, à semelhança das úlceras crônicas, se constituem em importantes portas de entrada para infecções. 1. A Neuropatia Autonômica pode ser responsável por outros sinais e sintomas do Sistema Cardiovascular (hipotensão postural, tonteiras, síncopes e morte súbita), no Sistema Gastrointestinal (diarréias de difícil controle, vômitos, constipação, perda do controle esficteriano, plenitude gástrica, etc) e do Sistema Urogenital (impotência sexual, bexiga neurogênica). 2. A lesão da inervação simpática dos membros inferiores é conhecida como auto-simpatectomia do diabético. Quando presente, é responsável pelas já descritas alterações do tônus vascular fazendo com que a indicação da clássica cirurgia de simpatectomia lombar, para melhorar a circulação da pele e facilitar a cicatrização das lesões cutâneas, seja desnecessária, e mesmo contraindicada. ANAMNESE Uma boa avaliação dos pés da pessoa com diabetes começa por uma anamnese adequada. Por meio da anamnese, identificam-se fatores de risco para o desenvolvimento do Pé Diabético e levanta-se a suspeita da presença e da gravidade de complicações, como neuropatia e vasculopatia. A abordagem do membro inferior do paciente diabético não é desvinculada dos cuidados gerais que impactam sua saúde. História familiar, tipo de tratamento e tempo de diagnóstico do diabetes são importantes, bem como a história de complicações micro e macrovasculares, úlcera e/ou amputação prévia (grupo de risco elevado). Além disso, sempre devem ser pesquisados os antecedentes pessoais cardiovasculares (HAS, dislipidemia, AVC) e os hábitos do paciente (tabagismo, alcoolismo, dieta). No histórico específico, atentar para claudicação intermitente (dor nos MMII, com piora progressiva até a interrupção da marcha), pé pendente (dificuldade de fazer flexão dorsal), atrofia de membros, alterações nos pêlos e unhas, presença de úlceras. SINAIS E SINTOMAS • Sensoriais: queimação, pontadas, agulhadas, formiga- mentos, dormência, dor que varia de leve a forte intensidade (predominantemente noturna), sensação de frio, cãibras. Lembrar que a negação da dor pode traduzir a perda progressiva da sensibilidade dolorosa. • Motores: atrofia da musculatura intrínseca do pé e deformidades como: dedos em martelo, dedos em garra, hálux valgo, pé cavo, proeminências ósseas, calosidades (em áreas de pressões anômalas) e úlcera plantar (mal perfurante plantar). É importante a avaliação da limitação da mobilidade articular. • Autonômicos: ressecamento da pele (pé seco) e fissuras, hiperemia, hipertermia, edema (vasodilatação com aumento da abertura de comunicações arteriovenosas) e alterações ungueais. Todos os diabéticos devem ter seus pés inspecionados em todas as consultas de saúde, bem como os calçados. PÉ DE CHARCOT (neuro-osteoartropatia): É uma entidade clínica relacionada à polineuropatia periférica do diabético. A neuropatia autonômica provoca a perda da regulação das comunicações arteriovenosas com aumento de fluxo sanguíneo levando à reabsorção óssea, com decorrente osteopenia e fragilidade do tecido ósseo, que associada à perda da sensação dolorosa e ao próprio “trauma” repetitivo da deambulação, pode levar a múltiplas fraturas e deslocamentos (sub-luxações ou luxações). • Pé de Charcot agudo: Caracterizado pela presença dos sinais da inflamação (edema, hiperemia, hipertermia e dor) sem infecção, sendo muito importante fazer esse diagnóstico diferencial. A dor pode não estar presente se houver concomitantemente a diminuição acentuada da sensibilidade. • Pé de Charcot crônico: Fase avançada da complicação, caracterizada por deformidades osteoarticularesimportantes, principalmente do médio-pé, com desenvolvimento de calos e úlceras plantares. EXAME CLÍNICO • GERAL: Buscar por manifestações de arteriosclerose (sopros, dilatações arteriais. O exame clínico dos pés deve ser abrangente, capaz de identificar as diversas alterações que elevam o risco de desenvolvimento de úlceras. Dessa maneira, durante o exame físico, deve-se sempre avaliar: anatomia do pé, hidratação, coloração, temperatura, distribuição dos pelos, integridade de unhas e pele, ausência dos pulsos e/ou presença de sopros (começando pela aorta abdominal, seguindo pelos femorais, poplíteos, tibiais posteriores e dorsais do pé), úlceras (observar borda e fundo, se tem necrose, secreção, tecido de granulação avermelhado ou pálido), necrose de pododáctilos e cicatrizes cirúrgicas (revascularização, desbridamento, amputação). O corte das unhas deve ser avaliado quanto a sua técnica. Elas devem ser cortadas sempre retas. O corte inadequado pode predispor um quadro de unha encravada. • MEMBROS INFERIORES: • AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA: Compreende a avalição da sensibilidade (tátil, dolorosa- térmica e vibratória), a avaliação de reflexos tendíneos e a avaliação da função motora. Tem como objetivo principal a identificação da perda da sensibilidade protetora dos pés, para classificação de risco e prevenção de complicações. TESTE DO MONOFILAMENTO: É o teste de escolha para o rastreamento de neuropatia diabética, ajudando a determinar um risco aumentado de ulceração, por ter grande sensibilidade, boa especificidade, simplicidade e baixo custo. Esse teste detecta alterações na sensação do tato e da propriocepção. É realizado com um monofilamento de 10 gramas de Semmes- Weinstem. Consiste em pressionar (tocar) com a ponta de um fio de nylon especial (monofilamento) em algumas áreas da superfície do pé ( Cabeça do hálux; Cabeça do 1º, 3º e 5º pododáctilo - pontos em vermelho na foto abaixo) para testar sua sensibilidade a essa pressão. A incapacidade de sentir a pressão necessária para curvar o monofilamento de 10g é compatível com comprometimento da sensibilidade local à pressão ou sensibilidade protetora. O monofilamento não é de uso individual ou descartável. Recomenda-se que seja realizada a limpeza do produto com uma solução de sabão líquido e água morna após cada uso. Não há necessidade de o produto passar por processo de esterilização em autoclave. O uso repetitivo do monofilamento pode ocasionar a perda de sua calibração. É recomendado que o monofilamento fique em repouso por 24 horas a cada dez pacientes examinados, para que mantenha a tensão de 10 g. A vida útil do produto, em geral, é de 18 meses TESTE DA SENSAÇÃO VIBRATÓRIA COM DIAPASÃO DE 128 Hz: O local de escolha é a parte óssea no lado dorsal da falange distal do hálux em ambos os pés, mas alternativamente o maléolo lateral pode ser utilizado. O teste é positivo se o paciente responde de forma incorreta (perde sensação de vibração) em pelo menos duas das três aplicações. Caso alterado, recomenda-se repetição do teste no maléolo ou tuberosidade tibial (mais proximal). Existem também os testes da sensibilidade dolorosa com estilete, Teste da sensibilidade térmica e Teste para avaliação do reflexo tendíneo Aquileu. TESTE DE AVALIAÇÃO DO REFLEXO TEDÍNEO AQUILEU: É obtido por meio da percussão com martelo de reflexos ou com a digito-percussão. O teste é considerado alterado quando a flexão plantar reflexa está ausente ou diminuída. AVALIAÇÃO VASCULAR: Deve contemplar a palpação dos pulsos pediosos e tibiais posteriores. Os achados devem ser correlacionados com os achados da pele (cor, temperatura, pelos) e unhas (trofismo). Caso haja suspeita de vasculopatia e os pulsos não sejam palpáveis, encaminhar o paciente para avaliação vascular complementar. Isquemia critica do membro: é uma urgência médica, com elevado risco de perda da viabilidade do membro. Os seis sinais clássicos de isquemia aguda de membro são dor, paralisia, parestesia, ausência de pulso, paralisia por frio e palidez. Deve-se suspeitar de isquemia crítica de membro com os seguintes sintomas: • Dor na perna em repouso. • Gangrena. • Feridas/úlceras que não cicatrizam no pé. • Atrofia muscular. • Rubor dependente. • Palidez quando a perna é elevada. • Perda de pelos sobre o dorso do pé. • Unhas do hálux espessadas. • Pele brilhante/descamativa. Avaliação de sinais de insuficiência venosa: a insuficiência venosa não faz parte do espectro das alterações associadas ao pé diabético; porém, é uma comorbidade frequente em pessoas com diabetes e também predispõe a ulcerações. Manifesta-se com edema, hiperpigmentação da pele, dermatolipoesclerose (fibrose e atrofia do tecido subcutâneo e da pele), eczema ou úlcera venosa. O edema pode comprometer a cicatrização das úlceras, sendo necessário tratá-lo com terapia compressiva, geralmente meias elásticas de média compressão. AVALIAÇÃO DE FERIDAS: As úlceras podem ser classificadas em úlceras agudas (secundárias à abrasão dérmica) ou crônicas (consequência do aumento da pressão sobre pontos específicos), arteriais (resultante de um quadro de insuficiência arterial periférica) ou venosas (causadas por insuficiência venosa periférica). Sempre que presente, a ferida deve ser avaliada quanto: • Localização anatômica; • Tamanho: área (cm2)/diâmetro (cm)/profundidade (cm), observando se há exposição de estruturas profundas, como estruturas ósseas e tendões. • Tipo/quantidade de tecido: granulação, epitelização, desvitalizado ou inviável: esfacelo e necrose. • Exsudato: quantidade, aspecto, odor. • Bordas/margens: aderida, perfundida, macerada, descolada, fibrótica, hiperqueratótica. • Pele perilesional: edema, coloração, temperatura, endurecimento, flutuação, crepitação, descamação. • Infecção: presença de sinais sugestivos de infecção concomitante. Avaliação da presença de infecção: A infecção é a principal causa de internação de pacientes diabéticos, constituindo um sério fator causal de amputação e ameaça à vida. É necessária a avaliação do paciente, da lesão e da infecção. A maioria das infecções no pé diabético ocorre em áreas de ulceração; porém, é possível ocorrer celulite ou mesmo fasciíte necrotizante na ausência de úlcera. • Deve-se suspeitar de infecção na presença de exsudato purulento ou sinais de inflamação (rubor, dor, calor ou enduração/edema). • Outras características sugestivas de infecção são odor fétido, presença de necrose e não cicatrização das lesões apesar do tratamento adequado. • Deve-se atentar para o fato de que a neuropatia pode fazer com que os sintomas dolorosos estejam ausentes, assim como a vasculopatia pode fazer com que não haja eritema Além disso, mudança do aspecto da lesão prévia (aumento, secreção, odor); história prévia de desbridamento, osteomielite, antibioticoterapia prolongada, também são indicativos de infecção. • Sinais clínicos: Gerais: taquicardia, febre, desidratação, prostração. Locais: rubor, calor e abaulamento. • Exame clínico: As lesões devem ser classificadas e diferenciadas no exame clínico. Lesões com tecido de granulação de bom aspecto (vermelho), sem dor e sem secreção devem ser analisadas de forma diferente das lesões com material necrótico, odor fétido, saída de secreção purulenta, associadas ou não à deficiência dos pulsos periféricos. Deformações na morfologia do pé e aumento de partes moles precisam ser registrados. A inspeção da úlcera com haste metálica romba é útil para o diagnóstico de osteomielite. DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO: • Exames hematológicos: A leucocitose e os níveis de glicemia elevados em paciente previamente bem controlado sugerem infecção. Exames gerais voltados ao estado nutricional-imunológico e função renal são importantes para orientar a antibioticoterapia. • Radiografia simples do pé: detecta infecção de partes moles, quando existe produção de gás, e osteomielite, ressaltando que na infecção agudapode não existir imagem sugestiva de osteomielite. • Ressonância magnética: detecção de imagem de infecção profunda na fase inicial (pequenas coleções sem alteração do sinal ósseo) e para o diagnóstico de osteomielite. • Culturas: Tem valor quando o tecido profundo, ou de curetagem da base da lesão, é encaminhado para exame sem a contaminação superficial por bactérias que não são, obrigatoriamente, as mesmas causadoras da infecção profunda. Realizadas para a adequação da antibioticoterapia. A avaliação do Pé Diabético sem alterações à anamnese e exame físico dispensa a realização de exames adicionais. EXAMES COMPLEMENTARES Podem ser necessários, a depender das alterações identificadas na avaliação do Pé Diabético. • A radiografia simples pode identificar deformidades estruturais do pé e detectar quadros de osteomielite e avaliação do pé de Charcot. Pode revelar rarefação óssea, reabsorção óssea (falanges em “taça invertida” ou “lápis”), fratura, deslocamento, sequestros ósseos, esclerose. Entretanto, sua sensibilidade é baixa para isso, uma vez que alterações radiológicas costumam aparecer tardiamente na evolução da doença, e um resultado negativo não é suficiente para excluir o diagnóstico. • Exames de gram e cultura podem ser necessários em casos suspeitos de úlcera infectada. • Exames complementares para avaliação neurológica ou vascular, geralmente, são restritos aos demais níveis de atenção. TRATAMENTO É feito com o controle metabólico rigoroso, possui um direcionamento para a melhora dos incômodos sintomas e pode ser conservador ou cirúrgico (angioplastia com ou sem stent). A avaliação vascular periférica é necessária em todos os diabéticos, para estadiamento e classificação de risco. Na presença de isquemia periférica, a cicatrização das lesões tróficas é difícil ou retardada. A revascularização da extremidade isquêmica no paciente diabético (cirurgia ou angioplastia) deve ser considerada. Na presença de úlceras, deve-se criar um microambiente local adequado em seu leito, mantendo-a limpa, úmida e coberta, para favorecer o processo de cicatrização. Deve- se avaliar quanto a viabilidade (granulação e epitelização) e inviabilidade (necrose seca e úmida) dos tecidos. Tratamento das consequências da neuropatia para os pés: • Déficit de sensibilidade: educação, cuidados com os pés e sapatos comuns de bico largo e caixa alta. • Pé ressecado: predispõe os pés às fissuras e ulcerações, deve-se aderir ao uso de hidratantes (menos entre os dedos). • Calosidades: comuns em áreas de alta pressão na região plantar, decorrentes das deformidades dos pés. Deve-se avaliar a necessidade de remoção gradativa com lixas, remoção cirúrgica, uso de palmilhas e órteses. • Alterações ungueais: as unhas devem ser cortadas sempre retas. • Grandes deformidades: uso de órteses, cirurgias ortopédicas reconstrutivas e corretivas das alterações biomecânicas. • Úlceras: controle metabólico e nutricional; curativos diários; repouso; técnicas de alívio de pressão (sandálias, gesso de contato total, cirurgias). • Neuroartropatia de Charcot: Agudo: repouso absoluto e imobilização até a normalização da temperatura cutânea, do VHS e PCR. Crônico: órteses, próteses e cirurgias ortopédicas corretivas/reconstrutivas. PROFILAXIA • Profilaxia da neuropatia e angiopatia: controle rigoroso da glicemia; proibição do tabagismo e etilismo; controle da HAS, dislipidemia e vasculopatia. • Profilaxia das complicações da neuropatia nas extremidades inferiores: identificar o paciente de risco para ulceração (perda de sensibilidade, deformidade, história de úlcera) e de risco para amputação (pé de Charcot, infecção e insuficiência vascular). • Abordagem multidisciplinar: educação do paciente, família e agentes de saúde; cuidados gerais com os pés; corte adequado e cuidado com as unhas; uso de calçados adequados; cuidados para evitar micoses; higiene diária; inspeção de pés e sapatos; REFERÊNCIAS Manual do pé diabético: estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2016; Atenção integral ao portador de Pé Diabético - Caiafa J et al; Atenção integral ao portador de Pé Diabético - Caiafa J et al.;
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