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Manejo Clínico de Cães e Gatos - Cães e gatos são diferentes, não podendo- se confundir um felino com um cão pequeno e, mesmo entre os cães, há variações nos padrões por cauda de raça, idade e condições fisiológicas. Estágios de vida dos felinos -Filhote: do nascimento até 1 ano; -Adulto jovem: de 1 a 6 anos; -Adulto maduro: de 7 a 10 anos; -Idosos/sênior: mais de 10 anos. A expectativa de vida de um gato hoje vai até 15 anos. A personalidade dos gatos é formada por volta dos 4 a 5 meses de idade, por isso nessa fase é importante acostumar o felino à novos gatos/contactantes, novas pessoas e novos alimentos. Fases da vida do cão -Filhote: do nascimento até 6-12 meses, dependendo da raça pois cães menores tem desenvolvimento mais rápido; -Adulto jovem: de 4 a 6 anos, é a fase de maturação física e social; -Adulto maduro: Fim da maturação física e social até os últimos 25% da expectativa de vida dele. (exemplo: Um cão com expectativa de vida de 10 anos, seriam seus últimos 2 anos e meio, que correspondem à idade de 7 anos e meio); Clínica Médica DE CANINOS E FELINOS MANEJO CLÍNICO DE CÃES E GATOS Importante: • -Sênior/idoso: os últimos 25% da expectativa de vida até o final dela. (usando o exemplo anterior, seriam acima dos 7 anos e meio até o fim da vida). -Os cuidados necessários com o animal variam de acordo com a fase da vida que ele se encontra. Nesse ponto, é importante a prática da medicina veterinária preventiva, que visa prevenir o aparecimento de doenças e sua detecção precoce. Pediatria Vai dos 0 aos 6 meses de vida do animal Estágios do paciente pediátrico: -Neonatal: De 0 à 2 semanas. Possui fraca termorregulação até as 3 semanas de vida, sua função hepática e renal é imatura, assim como o sistema nervoso central; Dependem de anticorpos colostrais obtidos 24 a 72 horas pós-parto. Olhos fechados até os 12 dias de vida, e ouvidos até os 10-14 dias. Necessitam de cuidados mais especiais ainda os pacientes órfãos, necessitando de mãe substituta (seja o tutor/veterinário/gata). É importante nesses casos o estimulo de micção, defecação e a limpeza do mesmo, além claro do fornecimento de leite ou suscedaneo de qualidade. Fases: -Infantil (2 a 4 semanas); -Desmame (6 a 12 semanas – importante a introdução gradativa de alimento sólido; -Juvenil: (3 a 6 meses); Importante a transição gradual do alimento na fase de desmame para preparar o TGI do animal e o paladar para novas texturas e ingredientes. Pode-se utilizar comida úmida ou ração moída misturada à água, para fazer a transição a partir dos 30 dias de vida. Dieta Considerar as necessidades nutricionais do paciente, levando em conta os seguintes pontos: -Espécie (canino x Felino); -Idade (neonato- crescimento – adulto – sênior); -Estado reprodutivo (castrados, inteiros, prenhes, lactantes); -Porte/peso; -Atividade física (trabalho, competição, companhia, sedentário); -Pelagem (curta- longa – tricolor); -Doenças existentes (dietas terapêuticas de prescrição ou coadjuvantes Aminoácidos essenciais Alguns aminoácidos só estão presentes em dietas que incluem proteína animal. Carnitina: é essencial na alimentação dos cães, sua falta pode causar cardiopatia. Taurina: é essencial para os gatos, sua falta pode causar cardiopatia ou cegueira nos gatos. Outras observações Animais mais idosos e/ou castrados tem uma necessidade energética menor que os jovens e/ou inteiros, por terem menos atividade física sendo mais sedentários. Fêmeas prenhes tem maior necessidade energética, pode-se usar ração de filhote até o final da amamentação para suprir essa necessidade. Cães de porte pequeno precisam de maior Kcal do que os maiores, pois seu metabolismo é mais rápido. Sempre lembrando que mais Kcal não significa maior porção de comida. Gatos de pelo longo devem se alimentar com alto teor de fibras, desse modo ajuda a eliminar os pêlos ingeridos durante a lambedura, evitando tricobezoares vomitados. Cães de pelo longo também devem ter suplementação de ácidos graxos essenciais para o pelo, geralmente já incluso na ração. Para alimentações naturais, é necessário acompanhamento com veterinário nutrólogo e suplementação. Cuidados Gerais Com a Higiene: Banhos em cães e gatos/cão com dobras cutâneas; Escovação do pelo: deve ser diária; Escovação dentária: deve ser diária; Para cães: Fisiologicamente o intervalo mínimo de banho é a cada 21 dias, pois é o tempo levado pela epidermiopoese. Banhos em intervalo menor removem substâncias protetoras e estimulam a epidermiopoese (transformação das células epidérmicas em corneócitos). Excesso de banhos pode gerar seborreia, excesso de oleosidade, favorecer a entrada de ácaros e o contato com as substancias químicas do shampoo podem desenvolver alergia no cão em casos de alta exposição. Banhos em intervalos menores só devem ser realizados de forma terapêutica em casos de tratamentos, e geralmente alternando produtos. Em felinos: Evitar banhos ao máximo, pois são estressantes, removem a proteção cutânea, e só devem ser realizados em casos de dermatopatias. Adaptação ao processo de escovação dentária -Passar o dedo na gengiva; -Passar o dedo com gaze; -Escovar. O movimento deve ser da raiz do dente para baixo, evitando esfregar pois pode causar retração da gengiva. Evitar produtos com xilitol pois é tóxico. Utilizar pastas dentárias com ação enzimática, sem sabor e não utilizar pasta infantil. Caixas sanitárias – Liteiras -O número de gatos x 1,5 deve ser o número de caixas de areia. Usando sempre bom senso. -Devem ser dispostas em ambientes diferentes, longe de alimentos e agua, com remoção de 2 a 3 vezes ao dia dos dejetos, com lavagem semanal. Considerar o tamanho do gato, a idade e problemas ortopédicos. Não colocar as caixas de areia próximas pois pensam se tratar de uma coisa só, e as vezes não usam uma limpa por sentir o cheiro da outra suja. Deixar de 4 a 5 centímetros de areia para que o animal possa cavar o suficiente. O resíduo de urina é percebido pelo animal, deixando-o inibido para urinar e defecar nas próximas vezes. O substrato não deve ser perfumado, e deve ter grãos pequenos, as melhores são as areias aglomerantes de betonita. Ambiente Deve ser limpo, livre de plantas tóxicas, substâncias nocivas e corpos estranhos passiveis de serem ingeridos. Deve-se proporcionar enriquecimento ambiental, para estimular a cognição do animal. Tábuas de esconder ração ajudam o animal a evitar alimentação compulsiva, além de servir de entretenimento. Arranhadores, bebedouros com fonte, passarelas suspensas, cultivo de grama e nichos também ajudam. É interessante a disposição de varias vasilhas de água em vários cômodos pois isso estimula visualmente o animal a beber mais água. Cães e gatos comem grama para aliviar mal- estar (como gases ou indigestão), ou ainda pelo simples estímulo cognitivo. É melhor o animal comer uma grama cultivada e segura livre de contaminantes em casa, do que na rua. Pode-se cultivar grama comum ou de outros tipos como aveia, milheto, azevém, alpiste, painço, milho de pipoca. Outras plantas mais propicias para felinos que podem ser usadas para estimular a cognição são o catnip e o natatabi. O CatNip possui nepetalactona que causa bem estar, alguns felinos tem receptores para essa substancia, outros não. Animais com receptores ficam mais relaxados e outros ficam mais elétricos. Natatabi possui actinidina e dihidroactinidiolide que agem semelhante ao catinip. Acesso à rua Sempre acompanhado. Importante para a saúde pública e do animal. Sempre recolher as fezes.Os animais devem estar identificados por coleira com placa. Pode-se ainda fazer o uso de microchips também com Registro Geral do Animal (RGA). Isso ajuda a caso o animal seja abandonado se identifique quem o fez e seja processado. As coleiras indicadas são as peitorais, sendo importante educar os tutores sobre a importância do uso de coleiras inseticidas e repelentes que ajudam na redução de incidência de Leishmaniose e Dirofilariose. Auxílio Comportamental Pode-se fazer uso de Feliway e outros feromônios. Existe em spray e difusor, é ótimo para quando for atender um gato e pode-se borrifar nas luvas do clínico. Não são tão mágicos assim, é importante que os gatos tenham um contato prévio e prolongados (3 semanas) para que os animais se tornem mais relaxados e seguros. Além disso o uso máximo deve ser de no máximo 6 meses, fazendo uma pausa para não insensibilizar o animal. Medicina Felina Programa Cat Friendly Practice – AAFP Existem 2400 clínicas no mundo amigáveis para gatos, recebendo um selo especial (CFP). No Brasil existem 27 clinicas assim. Para receber o selo, é necessário que a clinica seja toda adaptada, com mudanças estruturais, ambientais e etc. Para tornar o lugar mais adequado ao comportamento e bem estar felino.
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