Buscar

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 
 
Conheça a história e como funciona o SUS 
Muita gente já ouviu falar no SUS, o Sistema Único de Saúde de nosso país. O SUS é um sistema, 
composto por muitas partes e, por mais diferentes que pareçam, tem uma finalidade comum: 
cuidar e promover a saúde de toda a população, melhorando a qualidade de vida dos brasileiros. 
O SUS existe há pouco tempo. Surgiu como resposta à insatisfação e descontentamento existente 
em relação aos direitos de cidadania, acesso, serviços e forma de organização do sistema de 
saúde. Nos anos 70 e 80, vários médicos, enfermeiros, donas de casa, trabalhadores de sindicatos, 
religiosos e funcionários dos postos e secretarias de saúde levaram adiante um movimento, o 
"movimento sanitário", com o objetivo de criar um novo sistema público para solucionar os 
inúmeros problemas encontrados no atendimento à saúde da população. O movimento orientava-
se pela ideia de que todos têm direito à saúde e que o governo, juntamente com a sociedade, tem 
o dever de fazer o que for preciso para alcançar este objetivo. 
A Constituição Federal de 1988 determinou ser dever do Estado garantir saúde a toda a 
população. Para tanto, criou o Sistema Único de Saúde. Em 1990, o Congresso Nacional aprovou a 
Lei Orgânica da Saúde, que detalha o funcionamento do Sistema. Portanto, o SUS resultou de um 
processo de lutas, mobilização, participação e esforços desenvolvidos por um grande número de 
pessoas. 
 
Como funciona o SUS? 
O SUS é um sistema público, organizado e orientado no sentido do interesse coletivo, e todas as 
pessoas, independente de raça, crenças, cor, situação de emprego, classe social, local de moradia, 
a ele têm direito. 
As diferentes situações de vida dos vários grupos populacionais geram problemas de saúde 
específicos, bem como riscos e/ou exposição maior ou menor a determinadas doenças, acidentes 
e violências. Isto significa, portanto, necessidades diferenciadas, exigindo que as ações da gestão 
do sistema e dos serviços de saúde sejam orientadas para atender a essas especificidades. 
Entretanto, como o SUS oferece o mesmo atendimento a todas as pessoas, algumas não recebem 
o que necessitam, enquanto outras têm além do satisfatório, o que aumenta as desigualdades. 
No SUS, situações desiguais devem ser tratadas desigualmente. Baseia-se, portanto, no princípio 
da equidade. Este é um grande desafio. Muito tem que ser feito para que todos possam ter saúde. 
O Governo deve concentrar esforços e investir mais onde há maior carência. 
O SUS tem o papel de cuidar de todas as necessidades da área da saúde e cuidar da saúde não é 
apenas medicar os doentes ou realizar cirurgias, é preciso garantir vacinas à população, dar 
atenção aos problemas das mulheres, crianças e idosos, combater a dengue e outras doenças. Este 
é o princípio de integralidade, ou seja, realizar todas as ações necessárias para a promoção, 
proteção e recuperação da saúde de todos. 
Todos sabem, porém, que, para ter boa saúde, é preciso ter boa alimentação, possuir uma casa, 
morar num local com rede de esgoto, luz e água, trabalhar, ter um meio de transporte bom e 
barato, desfrutar de programas de lazer. Assim, para que as pessoas tenham uma boa qualidade 
de vida, não depende apenas do setor saúde. Compreende-se que “os níveis de saúde da 
população expressam a organização social e econômica do país”. Ou seja, há o reconhecimento de 
que os indicadores de saúde das pessoas devem ser tomados para medir o nível de 
desenvolvimento do país e do bem-estar da população. 
O Sistema Único de Saúde tem seus serviços administrados pelos governos federal, estaduais e 
municipais e por organizações cujo objetivo é garantir a prestação de serviços gratuitosa qualquer 
cidadão. 
Em locais onde há falta de serviços públicos, o SUS realiza a contratação de serviços de hospitais 
ou laboratórios particulares, para que não falte assistência às pessoas. Desse modo, esses 
hospitais e laboratórios também se integram à rede SUS, tendo que seguir seus princípios e 
diretrizes. 
Devido às significativas diferenças existentes entre as várias regiões e municípios brasileiros, o 
Ministério da Saúde criou formas de descentralizar a prestação dos serviços públicos de saúde, 
repassando responsabilidades diferenciadas aos diferentes municípios. A mudança foi grande, pois 
ocorreu a unificação de comando, representada pela transferência ao Ministério da Saúde de toda 
a responsabilidade pela saúde no plano federal. Da mesma forma nos estados e municípios, onde 
a responsabilidade fica a cargo das respectivas secretarias estaduais e municipais de saúde. 
Sob outro aspecto, o princípio da universalidade representou a inclusão de todos no amparo 
prestado pelo SUS, ou seja, qualquer pessoa passa a ter o direito de ser atendidos nas unidades 
públicas de saúde, lembrando que antes apenas os trabalhadores com carteira registrada faziam 
jus a esses serviços. 
Nem sempre é possível ao município executar sozinho todos os serviços de saúde. Pequenos 
municípios carecem de recursos humanos, financeiros e materiais, e sua população é insuficiente 
para manter um hospital ou serviços especializados. Por isso, a descentralização dos serviços 
implica também na sua regionalização. Num país imenso como o nosso, para evitar desperdícios e 
duplicações faz-se necessário organizar os serviços, visando dar acesso a todos os tipos de 
atendimento. 
O sistema de saúde é ainda um sistema hierarquizado: compõe-se de várias unidades interligadas, 
cada qual com suas tarefas a cumprir. 
Num primeiro nível, estão as Unidades Básicas de Saúde (UBS), que todos podem procurar 
diretamente; em seguida, há outros estabelecimentos que ofertam serviços mais complexos, 
como as policlínicas, ambulatórios especializados e hospitais. Quando necessário, as pessoas serão 
encaminhadas para eles, sempre referenciadas a partir dos centros de saúde. Para os casos de 
urgência e emergência, há um pronto-socorro próximo. 
É bem verdade que o SUS, como não poderia deixar de ser, está em constante processo de 
aperfeiçoamento. A promoção da saúde à população estará sofrendo sempre transformações pois, 
como as sociedades são dinâmicas, a cada dia surgem novas tecnologias que devem ser utilizadas 
para a melhoria dos serviços e das ações de saúde. Além disso, temos também como condição 
essencial para um melhor funcionamento do SUS a participação e mobilização social em seus 
trabalhos. Podemos dizer que a sua participação é a alma do SUS. 
Texto produzido pela Área Técnica da Promoção da Saúde - Ministério da Saúde Conheça a 
história e como funciona o SUS 
 
O NASCIMENTO DO SUS 
A constituinte de 1988 no capítulo VIII da Ordem social e na secção II referente à Saúde define no 
artigo 196 que: “A saúde é direito de todos e dever do estado, garantindo mediante políticas 
sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso 
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. 
O SUS é definido pelo artigo 198 do seguinte modo: “As ações e serviços públicos de saúde 
integram uma rede regionalizada e hierarquizada, e constituem um sistema único, organizado de 
acordo com as seguintes diretrizes: 
I. Descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
II.Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos 
serviços assistenciais; 
III.Participação da comunidade Parágrafo único - o sistema único de saúde será financiado, com 
recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, além de outras fontes”. 
O texto constitucional demonstra claramente que a concepção do SUS estava baseada na 
formulação de um modelo de saúde voltado para as necessidades da população, procurando 
resgatar o compromisso do estado para com o bem-estar social, especialmente no que refere a 
saúde coletiva, consolidando-o como um dos direitos da CIDADANIA. 
Esta visãorefletia o momento político porque passava a sociedade brasileira, recém saída de uma 
ditadura militar onde a cidadania nunca foi um princípio de governo. Embalada pelo 
movimento da diretas já, a sociedade procurava garantir na nova constituição os direitos e os 
valores da democracia e da cidadania. 
Apesar do SUS ter sido definido pela Constituição de 1988, ele somente foi regulamentado em 19 
de setembro de 1990 através da Lei 8.080.Esta lei define o modelo operacional do SUS, propondo 
a sua forma de organização e de funcionamento Algumas destas concepções serão expostas a 
seguir. 
Primeiramente a saúde passa a ser definida de um forma mais abrangente: “A saúde tem como 
fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento 
básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos 
bens e serviços essenciais: os níveis de saúde da população expressam a organização social e 
econômica do país”. 
O SUS é concebido como o conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por instituições 
públicas federais, estaduais e municipais. 
A iniciativa privada poderá participar do SUS em caráter complementar. 
Foram definidos como princípios doutrinários do SUS: 
• UNIVERSALIDADE - o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, 
independentemente de sexo, raça, renda, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais; 
• EQUIDADE - é um princípio de justiça social que garante a igualdade da assistência à saúde, sem 
preconceitos ou privilégios de qualquer espécie A rede de serviços deve estar atenta às 
necessidades reais da população a ser atendida; 
• INTEGRALIDADE - significa considerar a pessoa como um todo, devendo as ações de saúde 
procurar atender à todas as suas necessidades. Destes derivaram alguns princípios organizativos: 
• HIERARQUIZAÇÃO - Entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços 
preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de 
complexidade do sistema; referência e contra-refrência; 
• PARTICIPAÇÃO POPULAR - ou seja a democratização dos processos decisórios consolidado na 
participação dos usuários dos serviços de saúde no chamados Conselhos Municipais de Saúde; 
• DESENCENTRALIZAÇÃO POLÍTICA ADMINISTRATIVA - consolidada com a municipalização das 
ações de saúde, tornando o município gestor administrativo e financeiro do SUS; 
 
Os objetivos e as atribuições do SUS foram assim definidas: 
• identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde; 
• formular as políticas de saúde; 
• fornecer assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação 
da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas. 
• executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica ; 
• executar ações visando a saúde do trabalhador; • participar na formulação da política e na 
execução de ações de saneamento básico; 
• participar da formulação da política de recursos humanos para a saúde; • realizar atividades de 
vigilância nutricional e de orientação alimentar; 
• participar das ações direcionadas ao meio ambiente; 
• formular políticas referentes a medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, e outros 
insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção; 
• controle e fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde; • 
fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano; 
• participação no controle e fiscalização de produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; 
• incremento do desenvolvimento científico e tecnológico na área da saúde; 
• formulação e execução da política de sangue e de seus derivados: 
 
Pela abrangência dos objetivos propostos e pela existência de desequilíbrios socioeconômicos 
regionais, a implantação do SUS não tem sido uniforme em todos os estados e municípios 
brasileiros, pois para que isto ocorra é necessário uma grande disponibilidade de recursos 
financeiros, de pessoal qualificado e de um efetiva política a nível federal, estadual e municipal 
para viabilizar o sistema. 
A mesma lei em outro artigo estabelece a forma de repasse de recursos financeiros a serem 
transferidos para estados e municípios, e que deveriam ser baseados nos seguintes critérios: perfil 
demográfico; perfil epidemiológico; rede de serviços instalada; desempenho técnico; 
ressarcimento de serviços prestados. 
Apesar das dificuldades enfrentadas pode-se afirmar que ao nível da atenção primária o SUS 
apresentou progressos significativos no setor público, mas enfrenta problemas graves com o setor 
privado, que detém a maioria dos serviços de complexidade e referência a nível secundário e 
terciário. Estes setores não se interessam em integrar o modelo atualmente vigente em virtude da 
baixa remuneração paga pelos procedimentos médicos executados, o que vem inviabilizando a 
proposta de hierarquização dos serviços. 
 
FINANCIAMENTO DO SUS 
A Lei 8.080 estabeleceu que os recursos destinados ao SUS seriam provenientes do Orçamento da 
Seguridade Social, por repasse direto e automático de recursos do fundo nacional aos fundos 
estaduais e municipais de saúde, sendo 50% por critérios populacionais e os outros 50% segundo o 
perfil epidemiológico e demográfico, a capacidade instalada e a complexidade da rede de serviços 
de saúde, a contrapartida financeira, etc. Este artigo de lei foi substancialmente modificado com a 
edição das NOBs que regulamentaram a aplicação desta lei. 
 
NOB é a abreviatura de Norma Operacional Básica, que trata da edição de normas operacionais 
para o funcionamento e operacionalização do SUS de competência do Ministério da Saúde, tendo 
sido editadas até hoje: a NOB-SUS 01/91, NOB-SUS 01/93, NOB-SUS 01/96, e que serão 
mencionadas em outras partes deste texto. 
NOB 01/91 
A primeira NOB foi editada em 1991. - redefiniu toda a lógica de financiamento e, 
consequentemente, de organização do SUS, instituindo um sistema de pagamento por produção 
de serviços que permanece, em grande parte, vigorando até hoje. Estados e municípios passaram 
a receber por produção de serviços de saúde, nas mesmas tabelas nacionais existentes para o 
pagamento dos prestadores privados, impondo um modelo de atenção à saúde voltado para a 
produção de serviços e avaliado pela quantidade de procedimentos executados, 
independentemente da qualidade e dos resultados alcançados. 
NOB 01/93 
Em 1993, outra NOB buscava um caminho de transição entre o anacrônico sistema implantado 
pela NOB 01/91 e o que era preconizado na Constituição Federal e nas Leis que a regulamentaram 
o SUS. criou critérios e categorias deferenciadas gestão para a habilitação dos municípios, e 
segundo o tipo de gestão implantado (incipiente, parcial, semi-plena) haveria critérios também 
diferenciados de formas de repasse dos recursos financeiros Em função da criação do SUS e do 
comando centralizado do sistema pertencer ao Ministério da Saúde, o INAMPS torna-se obsoleto e 
é extinto em 1993. 
NOB-SUS 01/96 
Em 1996, o governo edita uma nova NOB, o que representa um avanço importante no modelo de 
gestão do SUS, principalmente no que se refere a consolidação da Municipalização. Esta NOB 
revoga os modelos anteriores de gestão propostos nas NOB anteriores (gestão incipiente, parcial e 
semiplena), e propõe aos municípios se enquadrarem em dois novos modelos: Gestão Plena de 
Atenção Básica e Gestão Plena do Sistema Municipal. Estes modelos propõem a transferência para 
os municípios de determinadas responsabilidades de gestão. É possível constatar as diferenças 
existentes nos dois modelos de gestão, sendo a gestão plena do sistema municipal o de maior 
abrangência, transferindo um número maior de responsabilidades para os municípios, 
especialmente no que se refere gestão direta do sistema hospitalar, não incluído no modelo de 
gestão plena da atençãobásica. 
É fundamental destacar que uma das alterações mais importante introduzidas pela NOB 96 refere-
se a forma de repasse dos recursos financeiros do governo federal para os municípios, que passa a 
ser feito com base num valor fixo per-capita (PAB) e não mais vinculado a produção de serviços, o 
que possibilita aos municípios desenvolverem novos modelos de atenção à saúde da população. 
O PAB (Piso Assistencial Básico) consiste em um montante de recursos financeiros destinado ao 
custeio de procedimentos e ações de assistência básica, de responsabilidade tipicamente 
municipal. Esse Piso é definido pela multiplicação de um valor per capita nacional pela população 
de cada município (fornecida pelo IBGE) e transferido regular e automaticamente ao fundo de 
saúde dos municípios. Além disto, o município poderá receber incentivos para o desenvolvimento 
de determinadas ações de saúde agregando valor ao PAB. 
As ações de saúde que fornecem incentivo são: 
• Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS); 
• Programa de Saúde da Família(PSF); 
• Assistência Farmacêutica básica; 
• Programa de combate as Carências Nutricionais; 
• Ações básicas de vigilância sanitária; 
• Ações básicas de vigilância epidemiológica e ambiental. 
Normas Operacionais de Assistência à Saúde - NOAS 
• Não havia garantia de que os municípios estivessem assegurando a qualidade e efetividade 
dos serviços com os quais se comprometeram. 
• Surge a necessidade de definir melhor a divisão de responsabilidades entre esferas 
estadual e municipal, de promover a integração dos sistemas municipais e de criar novos 
critérios de alocação dos recursos. 
• Com o intuito de suprir estas necessidades foram criadas as NOAS 
NOAS - 01/2001 
• A ênfase na municipalização (otimização) dá lugar à ênfase da regionalização (otimização). 
• Criou mecanismo para o fortalecimento da capacidade de gestão do SUS e atualizou os 
critérios de habilitação de estados e municípios. 
• Instituiu o Plano Diretor e Regionalização (PDR) - define as diretrizes para organização 
regionalizada da assistência, por microrregiões de acordo com níveis de complexidade dos 
serviços. 
• Instituiu o Plano Diretor e Investimento (PDI) 
• Criou a gestão plena de atenção básica ampliada. 
• A partir dessa publicação, os municípios puderam se habilitar em gestão 
o plena de atenção básica ampliada 
o plena de sistema municipal 
• Os estados puderam se habilitar em gestão 
o avançada do sistema estadual 
o plena do sistema estadual 
NOAS - 01/2002 
• Estabeleceu modificações e revogou a NOAS – SUS 01/2001. 
• Assumiu compromissos, na pessoa do gestor municipal, perante os outros gestores do SUS 
– União, estado e demais municípios - e perante a população sob sua responsabilidade. 
 
Pacto pela Saúde (2006) 
São estabelecidas 3 dimensões: 
• Pacto pela vida 
• Pacto em defesa do SUS 
• Pacto de gestão 
1. Financiamento do custeio com recursos federais será constituído, organizado e transferido 
em blocos de recursos; 
2. Repasse fundo a fundo, definido como modalidade preferencial de transferência de 
recursos entre os gestores; 
3. O uso dos recursos federais para o custeio fica restrito a cada bloco, atendendo às 
especificidades previstas nos mesmos, conforme regulamentação específica; 
4. As bases de cálculo que formam cada bloco e os montantes financeiros destinados para os 
municípios, 
5. 05 BLOCOS DE FINANCIAMENTO PARA CUSTEIO (Atenção Básica, Atenção da Média e Alta 
Complexidade, Vigilância em Saúde, Assistência Farmacêutica e Gestão do SUS) 
6. Os recursos financeiros do PAB serão transferidos mensalmente, de forma regular e 
automática, do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos de Saúde dos Municípios 
7. O Piso da Atenção Básica Variável - PAB Variável consiste em um montante financeiro 
destinado ao custeio de estratégias específicas desenvolvidas no âmbito da Atenção Básica em 
Saúde. 
 
CUSTEIO DA SAÚDE 
O financiamento do SUS, definido pela CF 1988, em seu artigo 198, alterado pela Emenda 
Constitucional n. 29/2000, é competência dos três entes federados – União, estados e municípios, 
assegurado por recursos do Orçamento da Seguridade Social (OSS) e do orçamento fiscal e 
contribuições, tendo neste, o grande aporte de recurso Quanto a União, os estados e municípios 
devem investir? 
• A Emenda Constitucional nº. 29 estabelece que os gastos da União devem ser iguais ao do 
ano anterior, corrigidos pela variação nominal do PIB (Produto Interno Bruto); 
• Os estados devem garantir 12% de suas receitas para o financiamento à saúde; 
• Os municípios precisam aplicar pelo menos 15% de suas receitas. 
 
O CONTROLE SOCIAL NO SUS 
O controle social é um processo no qual a população participa, por meio de representantes, na 
definição, execução e acompanhamento de políticas públicas, as políticas de governo. Com relação 
à participação e controle social no Sistema Único de Saúde, a Lei 8142/90 (BRASIL, 1990) 
determina que sejam instituídos, como instâncias colegiadas obrigatórias as conferências de saúde 
e os conselhos de saúde. 
• A representação da comunidade na gestão do SUS é muito importante, porque é a 
participação do usuário final. Sobretudo para deixar o processo mais transparente, 
democrático e funcional; 
• É o exercício do controle que a sociedade exerce sobre o estado, através da participação 
dos cidadãos na gestão. 
 
CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE 
• Atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde, inclusive 
nos aspectos econômicos e financeiros; 
• Composição paritária: 50% de usuários, 25% de trabalhadores de saúde e 25% de gestores 
e prestadores de serviço do SUS (público e privado). Entre 10 e 20 membros. 
 
QUEM SÃO OS GESTORES? 
• Nos municípios - são as secretarias mun. saúde ou as prefeituras, sendo responsáveis pelas 
mesmas, os respectivos secretários mun. e prefeitos. 
• Nos estados - são os secretários est. de saúde; 
• No nível federal – o Ministério da Saúde. 
• A responsabilidade sobre as ações e serviços de saúde em cada esfera de governo é do 
titular da secretaria respectiva, e do Ministério da Saúde no nível federal. 
• No nível municipal, cabe aos gestores programar, executar e avaliar as ações de promoção, 
proteção e recuperação da saúde. 
• O município deve ser o primeiro e o maior responsável pelas ações de saúde para a sua 
população. 
 
LEI FEDERAL 8142/1990 - ARTIGO 1º 
§1º Conferência nacional de saúde deve ser realizada a cada 4 anos; 
§2º Conselho é permanente e deliberativo, colegiado com composição paritária entre usuários, 
trabalhadores, prestadores e gestores. 
 
Conferências Nacionais de 
Saúde 
• 1941 – 1ª CNS 
• 1950 – 2ª CNS 
• 1963 – 3ª CNS 
• 1967 – 4ª CNS 
• 1975 – 5ª CNS 
• 1977 – 6ª CNS 
• 1980 – 7ª CNS 
• 1986 – 8ª CNS 
• 1992 – 9ª CNS 
• 1996 – 10ª CNS 
• 2000 – 11ª CNS 
• 2003 – 12ª CNS 
• 2007 – 13ª CNS 
• 2011 – 14ª CNS 
 
ESTRUTURA INSTITUCIONAL E DECISÓRIA DO SUS 
 
Fonte: Ministério da Saúde 
 
Comissão Intergestores Tripartite (CIT) 
• É formada por 15 membros (em nível federal) paritariamente por 5 representantes do MS, 
5 do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e 5 do Conselho Nacional de 
Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). 
• A representação de estados e municípios é regional, sendo um representante para cada 
uma das cinco regiões do País. 
• Na CIT, são definidas diretrizes, estratégias, programas, projetos e alocação de recursos do 
SUS. 
Comissão Intergestores Bipartite (CIB) 
• É constituída (em nível estadual) paritariamente por representantes da Secretaria Estadual 
de Saúde e das Secretarias Municipais de Saúde, indicados pelo Conselho de Secretários 
Municipais de Saúde (Cosems). 
• Incluem, obrigatoriamente, o Secretário de Saúde da capital do estado. 
LINHA DO TEMPO DA POLÍTICA DE SAÚDE BRASILEIRA – PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS 
1990 - Criação do SUS. A Criação do Sistema Único de Saúde (8SUS) se deu através da Lei no. 
8080, de 19 de setembro de 1990, que “dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e 
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes” do SUS 
detalha: os objetivos e atribuições; os princípios e diretrizes;. A primeira lei orgânica a 
organização, direção e gestão, a competência e atribuições de cada nível (federal, estadual e 
municipal); a participação complementar do sistema privado; recursos humanos; financiamento e 
gestão financeira e planejamento e orçamento. Logo em seguida, a Lei no 8 28 de dezembro de 
1990, dispõe sobre a participação da comunidade. 142, de na gestão do SUS e sobre as 
transferências intergovernamentais de recursos financeiros. Institui os Conselhos de Saúde e 
confere legitimidade aos organismos de representação de governos estaduais (CONASS – Conselho 
Nacional de Secretários Estaduais de Saúde) e municipais (CONASEMS – Conselho Nacional de 
Secretários Municipais de Saúde). Finalmente estava criado o arcabouço jurídico do Sistema Único 
de Saúde aprimoramentos ainda seriam necessários (BRASIL, 1990), mas novas lutas e 
aprimoramentos ainda seriam necessários (BRASIL, 1990). 
 
1991 - Criação da Comissão de Intergestores Tripartite (CIT). Criada a Comissão 
de Intergestores Tripartite (CIT) com representação do Ministério da Saúde, das Secretarias 
Estaduais de Saúde e das Secretarias Municipais de Saúde e da primeira norma operacional básica 
do SUS, além da Comissão de Intergestores Bipartite (CIB) para o acompanhamento da 
implantação e da operacionalização da implantação do recém-criado SUS. As duas comissões, 
ainda atuantes, tiveram um papel importante para o fortalecimento da ideia de gestão colegiada 
do SUS, compartilhada entre os vários níveis de governo. 
 
1993 - NOB-SUS 93. Nesse ano foi publicada a NOB-SUS 93, que procura restaurar o compromisso 
da implantação do SUS e estabelecer o princípio da municipalização, tal como havia sido 
desenhada progressivos de gestão local do SUS e estabelece um conjunto de. Institui níveis 
estratégias que consagra a descentralização político-administrativa na saúde. Também define 
diferentes níveis de responsabilidade e competência para a gestão do novo sistema de saúde 
(incipiente, parcial e semiplena, a depender das competências de cada gestor) e consagra ou 
ratifica os organismos colegiados com grau elevado de autonomia: as 
Comissões Intergestoras (Tripartite e Bipartite) (BRASIL, 1993). A população foi a grande 
beneficiada com a incorporação de itens de alta complexidade, que antes eram restritos aos 
contribuintes da previdência. Com a grande extensão de programas de saúde pública e serviços 
assistenciais, deu-se o início efetivo do processo de descentralização política e administrativa, que 
pode ser observado pela progressiva municipalização do sistema e pelo desenvolvimento de 
organismos colegiados intergovernamentais. A participação popular trouxe a incorporação dos 
usuários do sistema ao processo decisório, com a disseminação dos conselhos municipais de 
saúde, ampliando as discussões das questões de saúde na sociedade (LEVCOVITZ et al., 2001). 
 
1994 - ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMILIA (Ver sobre o assunto no conteúdo “ESTRATÉGIA SAÚDE 
DA FAMILIA”) 
O Programa Saúde da Família ou PSF no Brasil, conhecido hoje como “Estratégia Saúde da 
Família”, por não se tratar mais apenas de um “programa”, teve início em 1994 como um dos 
programas propostos pelo governo federal aos municípios para implementar a Atenção Primária. 
 
1996 -NOB 96. A edição da NOB 96 representou a aproximação mais explícita com a proposta de 
um novo modelo de Atenção acelera a descentralização dos recursos federais em direção aos. 
Para isso, ela estados e municípios, consolidando a tendência à autonomia de gestão das esferas 
descentralizadas, criando incentivo explícito às mudanças, na lógica assistencial, rompendo com 
o produtivismo (pagamento por produção de serviços, como o INAMPS usava para comprar 
serviços do setor privado) e implementando incentivos aos programas dirigidos às populações 
mais carentes, como o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), e às práticas fundadas 
numa nova lógica assistencial, como o Programa de Saúde da Família (PSF). As principais inovações 
da NOB 96 foram: a) a concepção ampliada de saúde – considera a concepção determinada pela 
Constituição englobando promoção, prevenção, condições sanitárias, ambientais, emprego, 
moradia etc fortalecimento das instâncias colegiadas e da gestão pactuada. ; b) o e 
descentralizada – consagrada na prática com as Comissões Intergestores e os Conselhos de Saúde; 
c) as transferências fundo a fundo (do Fundo Nacional de Saúde direto para os fundos municipais 
de saúde, regulamentados pela NOB 96), com base na população e em valores per capita 
previamente fixados; d) novos mecanismos de classificação determinam os estágios de habilitação 
para a gestão, nos quais os municípios são classificados em duas condições: gestão plena da 
Atenção Básica e gestão plena do sistema municipal (BRASIL, 1996) Na gestão plena da Atenção 
Básica, os recursos são transferidos. de acordo com os procedimentos correspondentes ao PAB – 
Piso da Atenção Básica. A atenção ambulatorial especializada e a atenção hospitalar continuam 
financiadas pelo Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA-SUS) e pelo Sistema de Informações 
Hospitalares (SIH-SUS). No caso dos municípios em gestão plena do sistema, a totalidade dos 
recursos é transferida automaticamente. 
 
2002 - Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS-SUS). No ano 2002 é editada a Norma 
Operacional de Assistência à Saúde (NOAS-SUS), cuja ênfase maior é no processo de 
regionalização do SUS, a partir de uma avaliação de que a municipalização da gestão do sistema de 
saúde, regulamentada e consolidada pelas normas operacionais, estava sendo insuficiente para a 
configuração do sistema de saúde por não permitir uma definição mais clara dos mecanismos 
regionais de organização da prestação de serviços. Como veremos adiante, o Pacto pela Vida tem 
sua grande força, exatamente em um novo ordenamento dos processos de regionalização do SUS 
(BRASIL, 2002). 
 
2006 - Pacto pela Saúde. O Pacto pela Saúde é um conjunto de reformas institucionais pactuado 
entre as três esferas de gestão (União, estados e municípios) do Sistema Único de Saúde, com o 
objetivo de promover inovações nos processos e instrumentos de gestão. Sua implementação se 
dá por meio da adesão de municípios, estados e União ao Termo de Compromisso de Gestão 
(TCG), que, renovado anualmente, substitui os anteriores processos de habilitação e estabelece 
metas e compromissos para cada ente da federação. As transferências dos recursos também 
foram modificadas, passando a ser divididas em seis grandes blocos de financiamento (Atenção, 
Básica, Média e Alta Complexidade da Assistência, Vigilância em Saúde, Assistência Farmacêutica, 
Gestão do SUS e Investimentos em Saúde). Mais informações sobre o Pacto pela Saúde serão 
apresentadas na última parte do texto.

Continue navegando