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● Anatomia: ● Princípios da Cirurgia Intestinal: A su- tura deve alcançar a camada submucosa e ser feita com fios monofilamentosos e em técnicas assépti- cas. O pós-cirúrgico deve ter jejum e nutrição mi- croenteral. ● Obstrução Intestinal: Ocorre quando há bloqueio do fluxo do conteúdo intestinal. ➤ Classificação: Pode ser parcial/incompleta ou total/completa. Se denomina alta/proximal quando afeta o duodeno ou jejuno proximal; e baixa/distal quando a partir do jejuno distal até junção íleo cecal. Também se divide em estrangu- lantes e não estrangulantes. ☞ Proximais e Completas: Apresenta sinais agu- dos e intensos, podendo desencadear complica- ções. ☞ Incompletas: Apresenta sinais insidiosos co- mo anorexia intermitente, letargia e vômitos oca- sionais, podendo durar dias ou até semanas. Ge- realmente há perda de peso associada. ☞ Estrangulantes: Quadros de emergência ci- rúrgica por risco de isquemia. ➤ Evolução: Sinais clínicos, desequilíbrio hidro- eletrolítico grave e potencial risco de choque e ó- bito. ➤ Principais Causas: ☞ Corpos Estranhos: Objetos inadequados in- geridos que causam obstrução intraluminal. Apresentação clínica: geralmente animais jovens com vômito, anorexia, depressão, sensibilidade abdominal e diarreia com sangue. Tratamento: o conservativo é pouco eficiente e é necessário procedimento cirúrgico na maioria dos casos. Técnica Cirúrgica: Consiste na enterotomia, retirada do corpo estranho e enteroanastomose. A incisão é realizada no sentido longitudinal do intestino e a sutura é simples interrompida. Corpos Estranhos Lineares: Mais comum em gatos jovens, sendo eles: linhas de costura, fios de lã. É importante examinar a base da língua. Com- plicações: se mantém no pregueamento intestinal e podem promover lacerações na borda mesenté- rica, exigindo múltiplas enterotomias. Por esse motivo o corpo estranho não deve ser tracionado. ☞ Intussuscepção Intestinal: Situação onde há invaginação de um segmento intestinal, denomi- nado intussuscepto, no interior do lúmen de um segmento adjacente, o intussusceptiente. O diag- nóstico é feito por radiografia, ultrassonografia e exame clínico. A prevenção da recidiva deve remo- ver a causa e aplicar plicatura intestinal. Técnica Cirúrgica: Consiste na técnica de or- denha, onde deve haver tração do intussuscepto para fora. Ressecção e Anastomose Intestinal Exteriorizar e isolar o intestino doente do abdômen por embalagem. A região que será resseccionada deve ter os vasos mesentéricos de fornecimento ocluídos por ligadura dupla. Pinças intestinais devem ocluir o lúmen nas extremidades para minimizar o derrame do conteúdo intestinal. A região é seccionada com lâmina de bisturi ao longo do exterior das pinças. A anastomose é com fio absorvível monofilamentado feita com pontos simples separados ou simples contínuas por todas as camadas da parede. A tensão não deve ser forte para que não haja laceração da mucosa. Pode ser realizado também a técnica de grampeamento ● Megacólon: Aumento persistente do diâme- tro do intestino grosso e hipomotilidade associada com grave constipação. ➤ Fisiopatologia: A falha em eliminar as fezes, podendo ser por inércia colônica ou obstrução da saída, promove retenção fecal com desidratação e solidificação. Em consequência, o cólon distende e pode desenvolver alterações irreversíveis na mus- culatura lisa e nervos ao ponto de comprometer sua capacidade de movimento. ➤ Etiologia: Pode ser congênito por doença muscular rara; idiopático adquirido por causas não identificadas; ou secundário. ➤ Sinais Clínicos: Constipação, depressão, a- norexia, tenesmo, emagrecimento, diarreia oca- sional, distensão colônica com fezes duras na em- trada da pelve. ➤ Tratamento: Manejo da causa primária, laxantes e lubrificantes, lactulona, enema e compressão manual. Colotomia total ou subtotal é indicada quando há insucesso na terapia com- servativa. ● Prolapso Retal/Anal: É a protrusão de um órgão oco através de um orifício natural com in- versão da sua parede. Geralmente associado com situações de tenesmo, moléstias retais, hiperpla- sias, alterações de próstata, colite, cistite, uroli- tíase, distocia e corpos estranhos. ➤ Tratamento: Identificar a causa e então re- duzir o prolapso seguindo pela higienização da superfície com solução isotônica aquecida e massagem para redução, realizando sutura em bolsa de fumo ao redor da margem anocutânea. ● Esôfago: Se posiciona à esquerda até a entra- da do tórax, dorsal à cartilagem cricóide do cárdia. A parte cervical é irrigada pelas artérias tireoidiana e subclávia; a torácica, artéria broncoesofágica; e abdominal, artéria gástrica ramos intramurais. ➤ Camadas: O esôfago não possui serosa, o que diminui sua capacidade de cicatrização. Cães apresentam musculatura estriada na porção cau- dal, aumentando a chance de desenvolver megae- sôfago; enquanto em gatos é lisa. ➤ Cicatrização: O esôfago possui baixa capaci- dade de cicatrização, visto que não possui camada serosa, não é recoberto por omento, é uma estru- tura muscular fina susceptível à dilatação e com baixa capacidade de distensão. A irrigação é seg- mentar e é uma área de alta movimentação. ➤ Sinais: Regurgitação indica afecção cranial, distensão na porção cervical. Salivação, disfagia, pneumonia, dor à deglutição. ➤ Megaesôfago: Condição onde há dilatação anormal do esôfago, causando flacidez e incapa- cidade de contrario e empurrar o alimento. ☞ Etiologia: Pode ser idiopático congênito, on- de há manifestação clínica a partir do desmame e atraso na maturação do sistema esofágico. Idiopático no adulto, onde o diagnóstico é por exclusão e o desenvolvimento é desconhecido. Secundário quando adquirido por distúrbios neu- romusculares, estenoses e hipotireoidismo (causa fraqueza muscular). ☞ Sinais Clínicos: Regurgitação, emagrecimen- to, infecção das vias aéreas. ☞ Tratamento: O cirúrgico é pouco eficaz. Po- dem ser utilizados: plasil para aumento da força de contração, domperidona para aumento da con- tratilidade e alimentação bipedal com alimentos pastosos e úmidos. Caso seja utilizado sonda gás- trica, deve haver troca regularmente, pois o material é corroído pelo ácido clorídrico. ➤ Anomalias dos Anéis Vasculares: Geral- menta há persistência do 4º arco aórtico direito por anormalidade do desenvolvimento embrio- nário. Os arcos aórticos promovem a formação vascular do coração, e na condição, a aorta se desenvolve pelo lado direito, sendo puxada para trás (dextroposição) e o ducto se torna um li- gamento e comprime o esôfago que passa pelo meio, induzindo dilatação. ☞ Sinais Clínicos: Sopro contínuo, regurgita- ção, emagrecimen-to, infecção das vias aéreas ☞ Diagnóstico: Radiografia demonstra aumen- to de átrio e ventrículo, dilatação da aorta des- cendente. ☞ Tratamento: É cirúrgico, realizando toraco- tomia e isolando o ducto arterioso e dissecando sua face cranial. Se necessário, dilatar a região esofágica estreitada. ➤ Corpo Estranho Esofágico: Pode se locali- zar na entrada do tórax, base cardíaca, e próximo ao cárdia. Os sinais clínicos são tosse, disfagia, regurgitação, angústia respiratória e salivação. ☞ Tratamento: Remoção por endoscópio ou ci- rúrgico por esofagotomia. ➤ Esofagotomia: Incisar a pele do pescoço na linha média e separar os músculos esterno-hióideo emparelhados para expor a traqueia. Então retrai- se a traqueia para a direita para localizar o esôfago e realizar o procedimento necessário. ☞ Síntese: É feita em dois planos: o primeiro aborda a mucosa e submucosa, onde é realizado pontos swift; o segundo compreende a adventícia, muscular e submucosa, onde a sutura é simples interrompida. ➤ Esofagectomia e Anatomose: Indicado pa- ra excisão de neoplasias, tecidos desvitalizados e nódulos.O acesso é semelhante à esofagotomia, porém será feito uma incisão circular ao redor do órgão. Pinças atraumáticas separam as bordas do limite da região a ser excisada. ● Estômago: Apresenta um fundo gástrico, um corpo e um antro pilórico. O omento maior e me- nor ficam aderidos às suas respectivas curvaturas. É um órgão de intensa vascularização. ➤ Torção Gástrica: É uma emergência grave de desenvolvimento agudo e súbito que acomete principalmente cães de grande porte. ☞ Etiologia: Acúmulo de gás e líquido, falha no mecanismo de eructação, vômito ou esvaziamen- to pilórico. O estômago dilata e realiza um mo- vimento pendular na cavidade. ☞ Sinais Clínicos: Aumento do volume abdo- minal, timpanismo, dispneia, pulso fraco (queda no retorno venoso), taquicardia (compensação ao retorno venoso) que se desenvolve em arritmia (isquemia), náusea. Pode se desenvolver choque hipovolêmico relativo que evolui para cardiogê- nico. Não há vômito. ☞ Sentido: Pode rotacionar para o sentido ho- rário e pode alcançar 360° de deslocamento, o o- mento ficará voltado para a linha de incisão. Se anti-horário pode alcançar 90°. ☞ Fisiopatologia: Pode haver falência múltipla por diversas vias, desenvolvendo principalmente choque obstrutivo, cardiogênico e séptico. Expansão Torácica: É diminuída, impedindo a ventilação e perfusão adequadas, evoluindo para um quadro de isquemia do miocárdio e taquiarri- tmias ventriculares compensatórias, gerando qua- dro de choque cardiogênico por fibrilação ventri- cular. Diminuição Fluxo Sanguíneo: A veia cava passa e exportar menos sangue, diminuindo o retorno venoso e o débito cardíaco, promovendo hipóxia e estase sanguínea. A perfusão tecidual é prejudica- da, há acidose metabólica e choque obstrutivo. Isquemia Gástrica: O estômago entra em atonia e perde líquidos, piorando o quadro de débito cardíaco. Além disso, a parede é acometida e ocorre gastrite e necrose da mucosa, podendo perfurar e absorver bactérias e endotoxinas ao ponto de choque séptico. ☞ Síndrome de Reperfusão: Tecido cianótico passa a receber oxigênio de forma abrupta, pro- movendo liberação de radicais livres e ativação de processo inflamatório generalizado. ☞ Tratamento: Reposição de volemia, descom- primir o estômago por gastrocentese ou sonda. Fluidoterapia deve melhorar a perfusão por pro- vas de carga. Antibióticos e protetores de mucosa gástrica. Cirúrgico: Corrigir o posicionamento gástrico por gastrocentese e gastropexia para prevenção de novo caso. O estômago deve ser lavado durante o transoperatório. Em região isquêmica, pode ser feito gastrectomia. Gastropexia: Pode ser incisional na região do antropilórico onde é feito uma incisão na camada seromuscular e na parede abdominal para sutura simples contínua. Técnica de belt loop onde eleva um único retalho da camada seromuscular do antro e o passa por baixo de um túnel criado na parede abdominal. ☞ Pós Cirúrgico: Manejo alimentar e estimular o consumo de água.
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