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UA3 - Lei do Processo eletrônico - parte 2 (2)

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DIREITO DIGITAL
Prof.ª Karin Cristina Bório Mancia
A LEI DO PROCESSO ELETRÔNICO – 
2ª PARTE
Objetivos
Compreender o alcance e aplicabilidade da Lei nº 11.419/20016.
Avaliar as vantagens e desvantagens do Processo Eletrônico. 
Conteúdos
A Lei do Processo Eletrônico e seus capítulos;
Principais vantagens e desvantagens da utilização do Processo Eletrônico.
A LEI DO PROCESSO ELETRÔNICO
Em 16 de dezembro de 2006, a Lei nº 11.419 foi promulgada tendo entrado em vigor no dia 19 de março de 2007. Referida lei dispõe sobre a informatização do processo judicial.
A lei possui 22 (vinte e dois) artigos divididos em em 4 (quatro) capítulos:
I – Da informatização do processo judicial;
II – Da comunicação eletrônica dos atos processuais;
III – Do processo eletrônico;
IV – Disposições finais.
A LEI DO PROCESSO ELETRÔNICO
2) Capítulo I – Da Informatização do Processo Judicial (art. 1º a 3º)
O parágafo 1º do artigo 1º da Lei deixa claro o alcance de suas disposições, que se aplicam, "indistintamente, aos processos civil, penal e trabalhista, bem como aos juizados especiais, em qualquer grau de jurisdição“;
Já o parágrafo 2º do mesmo artigo define meio eletrônico (qualquer forma de armazenamento ou tráfego de documentos e arquivos digitais), transmissão eletrônica (toda forma de comunicação a distância com a utilização de redes de comunicação, preferencialmente a rede mundial de computadores) ;e os requisitos necessários para a correta identificação do signatário: i) assinatura digital baseada em certificado digital emitido por Autoridade Certificadora credenciada; ii) cadastro de usuário no Poder Judiciário;
A LEI DO PROCESSO ELETRÔNICO
Certificação Digital: É um documento eletrônico que identifica uma pessoa física ou jurídica e também os servidores web (site seguro) quando emitido por Autoridade Certificadora (AC) credenciada pela Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileiras, o ICP-Brasil;
A estrutura do ICP-Brasil é mantida pelo ITI (Instituto Nacional de Tecnologia da Informação) do Governo Federal;
 O certificado digital ICP-Brasil funciona como uma identidade virtual que permite a identificação segura e inequívoca do autor de uma mensagem ou transação feita em meios eletrônicos, como a web;
O certificado pode ser usado como assinatura digital com força de assinatura de próprio punho (art. 10, da MP nº 2.200-2).
A LEI DO PROCESSO ELETRÔNICO
Assinatura digital trata-se de um mecanismo que identifica o remetente de determinada mensagem eletrônica;
Assinatura digital X assinatura eletrônica: assinatura eletrônica diz respeito a qualquer forma de validação que usa os meios eletrônicos, tais como assinatura digitalizada, chancela via senha em site de banco ou a própria assinatura digital. Assinatura digital é um tipo de assinatura eletrônica (eSignature), sendo esse último um termo genérico e o primeiro, uma especificação.
A LEI DO PROCESSO ELETRÔNICO
“Art. 3º Consideram-se realizados os atos processuais por meio eletrônico no dia e hora do seu envio ao sistema do Poder Judiciário, do que deverá ser fornecido protocolo eletrônico.
Parágrafo único. Quando a petição eletrônica for enviada para atender prazo processual, serão consideradas tempestivas as transmitidas até as 24 (vinte e quatro) horas do seu último dia.”.
A determinação disposta no artigo 3º trouxe importante facilitador ao trabalho do advogado, permitindo que o mesmo deixasse de se preocupar com o horário de encerramento do protocolo, uma vez que os atos considerar-se-ão realizados no dia e hora do seu envio ao sistema do Poder Judiciário, explicitando o parágrafo único desse dispositivo que serão tempestivas as petições protocoladas até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia do prazo processual.
A LEI DO PROCESSO ELETRÔNICO
3) Capítulo II – Da Comunicação Eletrônica dos Atos Processuais (art. 4 a 7)
O processo é um instrumento utilizado pelo Estado para solucionar os conflitos de interesse, tendo por fim alcançar a paz social. Exterioriza-se pelo procedimento, entendendo-se por procedimento o conjunto dos atos jurídicos praticados pelas partes e interligados entre si no âmbito da relação jurídica processual;
A prática de atos processuais na relação jurídica tem por finalidade criar, modificar ou extinguir direitos no curso do processo. Os atos processuais são os seguintes: atos da parte (petições, contestações, recurso, pedido de desistência, reconhecimento do direito, entre outros); atos do juiz (sentença, despachos, decisões interlocutória) e atos do escrivão ou chefes de secretária, sendo regulamentados no Código de Processo Civil (CPC) do artigo 188 até o artigo 211, respectivamente;
A LEI DO PROCESSO ELETRÔNICO
Nos termos do artigo 188, do CPC, como regra, os atos e termos processuais não dependem de forma determinada, salvo quando a lei o exigir Considerando-se válidos os atos que não observarem a forma, porém atingirem a sua finalidade;
A Lei do Processo Eletrônico possibilita que a comunicação dos atos processuais a exemplo de citação e intimação seja realizada pela via eletrônica;
A LEI DO PROCESSO ELETRÔNICO
“Art. 4º Os tribunais poderão criar Diário da Justiça eletrônico, disponibilizado em sítio da rede mundial de computadores, para publicação de atos judiciais e administrativos próprios e dos órgãos a eles subordinados, bem como comunicações em geral.
[...]
§ 3º Considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico.
§ 4º Os prazos processuais terão início no primeiro dia útil que seguir ao considerado como data da publicação.
[...]”
A LEI DO PROCESSO ELETRÔNICO
“Art. 5º As intimações serão feitas por meio eletrônico em portal próprio aos que se cadastrarem na forma do art. 2º desta Lei, dispensando-se a publicação no órgão oficial, inclusive eletrônico.
§ 1º Considerar-se-á realizada a intimação no dia em que o intimando efetivar a consulta eletrônica ao teor da intimação, certificando-se nos autos a sua realização.
[...] 
§ 3º A consulta referida nos §§ 1º e 2º deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez) dias corridos contados da data do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente realizada na data do término desse prazo.”
A LEI DO PROCESSO ELETRÔNICO
§ 4º Em caráter informativo, poderá ser efetivada remessa de correspondência eletrônica, comunicando o envio da intimação e a abertura automática do prazo processual nos termos do § 3º deste artigo, aos que manifestarem interesse por esse serviço.
[...]
§ 6º As intimações feitas na forma deste artigo, inclusive da Fazenda Pública, serão consideradas pessoais para todos os efeitos legais.”
A LEI DO PROCESSO ELETRÔNICO
4) Capítulo III – Do Processo Eletrônico (art. 8 a 13)
A ritualística obedecida pelo processo eletrônico é a mesma que o processo físico, segundo as determinações contidas no CPC;
Ao dar entrada no processo judicial eletrônico, o processo por consequência é desenvolvido de forma eletrônica. É marcada automaticamente a audiência, realizada a intimação e o processo segue a sua tramitação normal, p.ex., realização de audiência de conciliação, audiência de instrução, com os termos colocados na via eletrônica e a sentença prolatada em meio digital, assim com a fase recursal;
Conforme o artigo 10°, a distribuição da inicial, juntada da contestação, recursos e demais petições em gerais, poderão ser feita diretamente pelo advogado, sem a intervenção do cartório ou secretaria judicial. A autuação das peças se dá de forma automática, sendo fornecido protocolo;
A LEI DO PROCESSO ELETRÔNICO
4) Capítulo III – Do Processo Eletrônico (art. 8 a 13)
A ritualística obedecida pelo processo eletrônico é a mesma que o processo físico, segundo as determinações contidas no CPC;
Ao dar entrada no processo judicial eletrônico, o processo por consequência é desenvolvido de forma eletrônica. É marcada automaticamente a audiência, realizada a intimação e o processo segue a sua tramitação normal,p.ex., realização de audiência de conciliação, audiência de instrução, com os termos colocados na via eletrônica e a sentença prolatada em meio digital, assim com a fase recursal;
Conforme o artigo 10°, a distribuição da inicial, juntada da contestação, recursos e demais petições em gerais, poderão ser feita diretamente pelo advogado, sem a intervenção do cartório ou secretaria judicial. A autuação das peças se dá de forma automática, sendo fornecido protocolo;
A LEI DO PROCESSO ELETRÔNICO
Nos moldes do artigo 12° a conservação dos autos do processo poderá ser efetuada total o parcialmente pela via eletrônica. Determina o parágrafo primeiro do artigo 12° que os autos do processo eletrônico devem ser protegidos por meio de segurança de acesso e armazenados em meios que protegem a integridade dos autos
A LEI DO PROCESSO ELETRÔNICO
5) Dos principais vantagens e desvantagens do Processo Eletrônico
Vantagens:
[a] celeridade processual;
[b] ampliação da capacidade de resposta dos Tribunais: elevar a produção de julgados, resultando em uma maior velocidade na resposta de demandas individuais e coletivas;
[c] alcance na uniformização de julgados, evitando resultados diferentes para pleitos iguais;
[d] visualização compartilhada de processos;
[e] eliminação de transmissões físicas;
[f] ausência de papel, com a redução do impacto ambiental.
A LEI DO PROCESSO ELETRÔNICO
5) Dos principais vantagens e desvantagens do Processo Eletrônico
Desvantagens/problemas:
[a] impossibilidade de transmissão da petição eletrônica por falha no sistema – instabilidade no sistema;
[b] danos à saúde que a exposição excessiva à tela do computador e ao teclado podem acarretar;
[c] acessibilidade do sistema a todos - art. 10, §3°, da Lei, estabelece que os órgãos do Poder Judiciário deverão manter equipamentos de digitalização e de acesso a rede mundial de computadores para que os interessados possam encaminhar as peças processuais;
[d] falta de unificação dos sistemas de processo eletrônico.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA FILHO, José Carlos de Araújo. Processo Eletrônico e Teoria Geral do Processo Eletrônico. A Informatização Judicial no Brasil. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012.
BELO, Duína Porto. A razoável duração do processo como instrumento de acesso à justiça. Revista Direito e Desenvolvimento – a. 1, n. 2, p. 55-68, 2010.
BRASIL. Constituição Federal. Brasília: Senado Federal, 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso em: 15.jun.2018. 
BRASIL. Lei nº 11.419, de 19 de dezembro de 2006. In: Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 19 dez. 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11419.htm>. Acesso em: 15.jun.2018.
JACOBSEN, Gilson e LAZZARI, João Batista. PJe é conjunto de ideias que amplia acesso à Justiça. Disponível em:
file:///E:/Dom%20Bosco/Material%20de%20estudo/Processo%20Judicial%20Eletr%C3%B4nico/Artigo%20ConJur%20%20Processo%20Eletr%C3%B4nico%20%C3%A9%20conjunto%20de%20ideias%20que%20amplia%20acesso%20%C3%A0%20Justi%C3%A7a.pdf. Acesso em: 15.jun.2018
Bom estudo !