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BÁRBARA DO VALE MACHADO E FANY SOUZA LINGORDO ANÁLISE DA EXPRESSÃO IMUNOISTOQUÍMICA E DE PROTEÍNAS ASSOCIADAS A REABSORÇÃO ÓSSEA EM TECIDO GENGIVAL HUMANO DE PACIENTES TABAGISTAS E DIABÉTICOS PORTADORES DE DOENÇA PERIODONTAL NOVA FRIBURGO 2015 II BÁRBARA DO VALE MACHADO E FANY SOUZA LINGORDO ANÁLISE DA EXPRESSÃO IMUNOISTOQUÍMICA E DE PROTEÍNAS ASSOCIADAS A REABSORÇÃO ÓSSEA EM TECIDO GENGIVAL HUMANO DE PACIENTES TABAGISTAS E DIABÉTICOS PORTADORES DE DOENÇA PERIODONTAL Monografia apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense/Campus Universitário de Nova Friburgo como Trabalho de Conclusão do Curso de Odontologia. Orientador: Profª. Dra. REBECA DE SOUZA AZEVEDO Nova Friburgo 2015 II III BÁRBARA DO VALE MACHADO E FANY SOUZA LINGORDO ANÁLISE DA EXPRESSÃO IMUNOISTOQUÍMICA E DE PROTEÍNAS ASSOCIADAS A REABSORÇÃO ÓSSEA DE TECIDO GENGIVAL HUMANO DE TABAGISTAS E DIABÉTICOS PORTADORES DE DOENÇA PERIODONTAL Monografia apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense/Campus Universitário de Nova Friburgo como Trabalho de Conclusão do Curso de Odontologia. Aprovada em: / / 2015 Banca Examinadora Prof. Dr. _________________________________________________________ Instituição: ______________________________Assinatura:________________ Prof. Dr. _________________________________________________________ Instituição: ______________________________Assinatura:________________ Prof. Dr. _________________________________________________________ Instituição: ______________________________Assinatura:________________ Nova Friburgo 2015 IV DEDICATÓRIA Dedicamos esse trabalho primeiramente a Deus, por estar sempre presente, proporcionando força e inspiração nos momentos difíceis, para a realização desta conquista. Aos nossos pais por tudo o que nos ensinaram, por todo o carinho, apoio e principalmente por sempre acreditarem em nós, nos apoiando e ajudando em todos os momentos. As nossas irmãs e toda família que sempre nos desejaram o melhor. Ao Matheus que sempre nos apoiou com palavras de incentivo. A nossa querida orientadora pelo ensinamento, disponibilidade e colaboração demonstrada no decorrer deste trabalho. Foi um enorme prazer tê-la como orientadora e professora. E a todos aqueles que de alguma forma tornaram possível a realização desse grande sonho. V AGRADECIMENTO À Profa. Dra. Rebeca de Souza Azevedo pelo voto de confiança, oportunidade, ensinamento e paciência. A Profa. Dra. Gabriela Alessandra da Cruz Galhardo Camargo pelo auxílio nas etapas clínicas deste trabalho. A amiga Natalia Lucena pela amizade e companheirismo diário durante a elaboração deste trabalho de conclusão de curso. Às amigas Ana Paula e Daniele pelo auxílio nas diferentes etapas de processamento laboratorial das amostras de tecido até a obtenção das lâminas que foram analisadas. Aos pacientes que participaram deste estudo, pela compreensão e colaboração. A Fundação de Amparo à Pesquisa do estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo apoio financeiro e bolsas de estudo durante a realização deste trabalho. VI RESUMO O biofilme é o agente desencadeante da doença periodontal, porém, fatores modificadores como o tabagismo e o diabetes melito podem influenciar diretamente o hospedeiro, comprometendo sua resposta imunológica e inflamatória e o padrão microscópico do tecido periodontal. O objetivo desse estudo foi identificar a relação dos parâmetros histomorfológicos dos tecidos periodontais com o perfil imunoistoquímico de proteínas associadas à reabsorção óssea diretamente envolvidas com a doença periodontal, frente ao tabagismo e ao diabetes melito como fatores modificadores, permitindo um melhor entendimento da patogênese da doença periodontal e a influência que o tabagismo e o diabetes melito podem exercer nesta patogênese. Foram selecionadas 99 amostras de tecido gengival, sendo analisadas sob aspecto clínico, histológico e imunoistoquímico. Os resultados clínicos demonstraram a influência do tempo nas variáveis clínicas da perda tecidual. Os resultados histopatológicos evidenciaram um perfil semelhante entre os grupos com periodontite e os resultados imunoistoquímicos revelaram um perfil de ativação de osteoclastogênese nos grupos com periodontite, exceto no grupo de pacientes diabéticos. Baseado nesses resultados, a periodontite se desenvolve de forma semelhante sob todos os aspectos analisados. Palavras-chave: doença periodontal, diabetes melito, tabagismo, imunoistoquímica, osteoclastogênese, RANK, RANKL, OPG. VII ABSTRACT Biofilm is the triggering agent of periodontal disease, but factors like smoking and diabetes mellitus can directly influence the host, compromising their immune and inflammatory response and the microscopic standard of supporting periodontal tissue. The purpose of this study was to identify the relationship between the histological and morphologic parameters of supporting and protecting tissues of the teeth with immunohistochemical profile of proteins associated with bone resorption directly involved in periodontal disease, compared to smoking and diabetes mellitus as modifying factors, allowing better understanding of the pathogenesis of periodontal disease and the influence that smoking and diabetes mellitus can play on this pathogenesis. We selected 99 samples, which were analyzed considering clinical, histological and immunohistochemical aspects. Clinical results demonstrate the influence of time on clinical variables of tissue loss. Histopathological results showed a similar profile between groups with periodontitis and immunohistochemical results revealed a osteoclastogenesis activation profile on groups with periodontitis. Based on these results, we can conclude: periodontitis develops similarly in all aspects analyzed. Key words:periodontal diseases, diabetes mellitus, smoking, immunohistochemical, osteoclastogenesis, RANK, RANL, OPG. VIII SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO........................................................................................................9 2. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................11 2.1. Doença periodontal.............................................................................................11 2.2. Osteoclastogênese na periodontite.....................................................................13 2.3. Relação entre tabagismo e doença periodontal..................................................16 2.4. Relação entre diabetes melito e doença periodontal..........................................18 3. MÉTODOS.............................................................................................................20 3.1. Seleção da amostra.............................................................................................20 3.2. Análise clínica......................................................................................................20 3.3. Análise histopatológica........................................................................................21 3.4. Análise imunoistoquímica....................................................................................22 3.5. Análise dos resultados........................................................................................23 4. RESULTADOS.......................................................................................................244.1. Perfil demográfico ...............................................................................................24 4.2. Perfil clínico.........................................................................................................24 4.3. Perfil histopatológico ..........................................................................................25 4.4. Perfil imunoistoquímico ......................................................................................29 5. DISCUSSÃO..........................................................................................................33 6. CONCLUSÃO........................................................................................................37 7. REFERÊNCIAS......................................................................................................38 8. APÊNDICES...........................................................................................................45 9. ANEXOS ...............................................................................................................47 9 1. INTRODUÇÃO A doença periodontal (DP) é um processo infeccioso que resulta em uma resposta inflamatória acentuada de origem multifatorial de forma a comprometer os tecidos de suporte e de proteção ao dente (LINDHE, LANG e KARRING, 2008). O fator determinante é o acúmulo de biofilme sobre a superfície externa dos dentes, contudo, existem fatores ambientais e sistêmicos que podem ter papel importante na etiologia da DP, como o tabagismo e o diabetes melito (DM), que podem provocar alterações na resposta imunológica e inflamatória do hospedeiro (RIBEIRO et al., 2011). A permanência do processo infeccioso em íntima associação aos tecidos periodontais leva a ativação e a manutenção de uma resposta imune-inflamatória de caráter crônico local, que pode levar a destruição tecidual por meio de mecanismos que incluem a produção de proteínas envolvidas na degradação do tecido conjuntivo e do osso alveolar constituintes do periodonto de suporte (GRAVES et al., 2008). O tabagismo é considerado um importante fator capaz de influenciar no desenvolvimento da DP, provavelmente pela ação da nicotina no sangue e no fluido crevicular do paciente, que é capaz de dificultar a chegada de células inflamatórias de defesa no tecido e sulco gengivais e de ampliar a produção de mediadores imunológicos pró-inflamatórios e que favorecem a osteoclastogênese (CARVALHO, SANTOS e CURY, 2008; LIMA et al., 2008; WENDELL e STEIN, 2001). O DM é também considerado um importante fator influenciador na instalação e progressão da DP ao promover uma alteração microvascular e, consequente redução do número de leucócitos polimorfonucleares no sulco gengival (BRUNETTI, 2004), além de ser capaz de estimular uma maior produção e secreção de citocinas pró-inflamatórias associadas à atividade de metaloproteinases de matriz e de osteoclastos, atuando, portanto, no mecanismo de osteoclastogênese (MEALEY e OATES, 2006; ALVES et al., 2007). Dessa forma, esta pesquisa pretende avaliar comparativamente as características morfológicas e o padrão de expressão imunoistoquímica de proteínas associadas a osteoclastogênese – receptor de ativação do fator nuclear kB (RANK), 10 do ligante do RANK (RANKL) e da osteoprotegerina (OPG) – no tecido gengival de pacientes com DP modificada ou não pelo tabagismo e pelo DM. 11 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. Doença periodontal A DP é altamente prevalente em indivíduos com higiene bucal deficiente e tem como etiopatogênese uma associação multifatorial complexa. É um processo inflamatório que acomete os tecidos de suporte ao dente em resposta à presença de acúmulo bacteriano sobre a superfície externa dos dentes (biofilme), resultando em um desequilíbrio entre a agressão bacteriana e outros fatores externos e a capacidade de defesa do organismo. Caracteriza-se pela perda de inserção periodontal devido à destruição do ligamento periodontal e pela perda do osso de suporte (osso alveolar) (COELHO et al., 2005; GUSMÃO et al., 2005; LINDHE, LANG e KARRING, 2008). As características da DP expressam sinais clínicos da inflamação, como: presença de eritema, de edema e de sangramento gengival, que em conjunto representam um quadro clínico compatível com gengivite. Este quadro clínico pode progredir e resultar na reabsorção do tecido ósseo alveolar com destruição do cemento radicular e do ligamento periodontal. A progressão da doença ocorre em surtos locais específicos ou de forma generalizada e, caso não haja tratamento, pode levar a perda dos dentes associados (COELHO et al., 2005; KAWAMURA, GIOVANINI e MAGALHÃES, 2005). Microscopicamente, de uma maneira geral, a gengiva normal se caracteriza pela presença de uma inflamação discreta constituída principalmente de plasmócitos, e que ao evoluir para a DP passa a apresentar um infiltrado inflamatório proeminente, composto, neste momento, principalmente de neutrófilos, macrófagos e/ou linfócitos, que passam a adquirir uma localização perivascular (ALVES et al., 2000). Progressivamente, a DP exibe destruição das fibras do ligamento periodontal, migração do epitélio juncional em sentido apical, reabsorção óssea por meio de osteoclastos e formação de bolsa periodontal (GUSMÃO et al., 2005; LINDHE, LANG e KARRING, 2008). O biofilme, que é o fator etiológico primário da DP, é composto por diversos tipos microbianos, que progressivamente colonizam a superfície do dente se estendendo da superfície supragengival até a superfície subgengival, e com isso, provocam, também progressivamente, diferentes formas de resposta inflamatória do hospedeiro (CAWSON e ODELL, 2013). A “lesão inicial” ocorre rapidamente à 12 medida que o biofilme se deposita sobre o dente. Entre 24 e 48 horas, alterações histopatológicas vasculares podem ser evidenciadas sob o epitélio juncional. Ocorre vasodilatação de arteríolas, capilares e vênulas, seguida de aumento da pressão hidrostática na microcirculação e aumento da permeabilidade vascular de modo que fluidos e proteínas exsudam para os tecidos. Neste momento, ocorre também um aumento da migração de neutrófilos, que se depositam na região de epitélio juncional e sulco gengival (CAWSON e ODELL, 2013; LINDHE, LANG e KARRING, 2008; SMITH, SEYMOUR e CULLINAN, 2010). A manutenção deste biofilme por cerca de uma semana pode levar ao desenvolvimento da “lesão precoce”, que se caracteriza pela incapacidade do hospedeiro responder a esta agressão bacteriana e a consequente alteração no padrão inflamatório. Os vasos sanguíneos que estão abaixo do epitélio juncional permanecem dilatados, mas ocorre um aumento em sua quantidade (angiogênese), os linfócitos e os macrófagos passam a coexistir em predominância com os neutrófilos, que já estavam presentes desde a “lesão inicial”. Uma pequena quantidade de plasmócitos residentes ainda pode ser observada, e fibroblastos começam a se degenerar (LINDHE, LANG e KARRING, 2008; PAGE e SCHROEDER, 1976; SMITH, SEYMOUR e CULLINAN, 2010). A doença estabelecida ocorrerá a partir da manutenção e evolução do biofilme na superfície subgengival do dente e representa a gengivite propriamente dita. Nesta fase, ocorre o aumento do exsudato do fluido crevicular com intensa migração de leucócitos, particularmente os plasmócitos, que passam a ser as células inflamatórias predominantes, e exibem uma localização superficial (próxima a papila interdentária) e perivascular. Há perda das fibras de colágeno superficiais, contudo, a inserção epitelial continua próxima ou na junção amelocementária e o osso alveolar e o ligamento periodontal permanecem intactos (CAWSON e ODELL, 2013; LINDHE, LANG e KARRING, 2008; PAGE e SCHROEDER, 1976). O estágio final dadoença pode ser conhecido como “lesão avançada” e caracteriza a periodontite, que, assim como em todas as etapas anteriores, se desenvolve a partir da manutenção e evolução do biofilme subgengival, que levará a uma progressão apical contínua do epitélio juncional e, consequentemente, ao aprofundamento da bolsa periodontal (CAWSON e ODELL, 2013; LINDHE, LANG e KARRING, 2008; PAGE e SCHROEDER, 1976). Na periodontite, ocorre a destruição dos tecidos de suporte do dente, fibras do ligamento periodontal e osso alveolar 13 (PAGE e SCHROEDER, 1976; SMITH, SEYMOUR e CULLINAN, 2010), e este processo pode ser desencadeado pelo biofilme por meio da ação dos componentes bacterianos, como os lipopolissacarídeos presentes na parede celular das bactérias Gram-negativas, ou pelo estímulo das células do hospedeiro, que, a partir da agressão microbiana, irão secretar mediadores inflamatórios, que guiam e regulam a resposta inflamatória passível de ser destrutiva (CAWSON e ODELL, 2013; LINS et al., 2007; LINDHE, LANG e KARRING, 2008). Em resumo, pode-se dizer que apesar da exposição dos tecidos gengivais aos periodontopatógenos ser um pré-requisito para a inflamação e destruição tecidual que ocorre na DP, apenas a sua presença não é suficiente para explicar o início e a progressão da doença. Uma vez iniciado os processos imunológicos e inflamatórios, várias moléculas como, metaloproteinases, citocinas, prostaglandinas e outras enzimas do hospedeiro são liberadas pelos leucócitos, fibroblastos e outras células residentes do tecido local (GRAVES, LIU e OATES, 2007). Embora estas reações teciduais supostamente protejam o hospedeiro da invasão microbiana, a estrutura organizacional do biofilme promove relativa inacessibilidade dos leucócitos e dos fatores antimicrobianos do hospedeiro a estes microorganismos, inviabilizando, assim, a sua eliminação (GRAVES, LIU e OATES, 2007). Com isso, haverá uma perpetuação do processo imunológico e inflamatório, que, por conseguinte, levará à destruição dos próprios tecidos de suporte do dente do hospedeiro (KORNMAN e GIOVINE, 1998). É importante destacar que somado a este fato, fatores de riscos ambientais e adquiridos, como o tabagismo e o DM, podem agravar a resposta inflamatória do hospedeiro frente à agressão bacteriana e, dessa maneira, favorecer o avanço da doença (KORNMAN e GIOVINE, 1998). 2.2. Osteoclastogênese na periodontite O osso alveolar, assim como outros tecidos ósseos, é um tecido dinâmico, que sofre constante processo de remodelação a partir da reabsorção da matriz óssea por osteoclastos (osteoclastogênese) e subsequente deposição de nova matriz óssea por osteoblastos (osteogênese) (BELIBASAKIS e BOSTANCI, 2012). É um evento que pode ocorrer de forma fisiológica, em que se observa um equilíbrio entre osteoclastogênese e osteogênese, ou de forma patológica, em que se observa um desequilíbrio entre a osteoclastogênese e a osteogênese, promovendo uma 14 maior reabsorção óssea,como a que acontece na periodontite (BELIBASAKIS e BOSTANCI, 2012). A inflamação que se instalou no local da periodontite favorece o processo de reabsorção óssea mobilizando os osteoclastos, principalmente por meio dos mediadores inflamatórios fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), interleucina 1 (IL-1) e prostaglandina E2, que, por sua vez, irão ativar as proteínas associadas ao processo de osteoclastogênese (YASSUDA et al., 1998). Todo o processo de osteoclastogênese parece ocorrer a partir do funcionamento do sistema denominado RANK-RANKL-OPG (BELIBASAKIS e BOSTANCI, 2012; GIANNOPOULOU, MARTINELLI-KLAY e LOMBARDI, 2012), em quea proteína RANK, o seu respectivo ligante RANKL, e a osteoprotegerina (OPG), constituem os componentes moleculares do sistema de remodelação óssea. O RANK está expresso em altos níveis em células precursoras de osteoclastos, e o RANKL, que é seu ligante, é secretado por vários tipos celulares, especialmente os osteoblastos. A ocorrência de uma ligação entre o RANK e o RANKL na superfície das células pré osteoclásticas permitirá a diferenciação destas células em osteoclastos, ativando, assim, o processo de osteoclastogênese. A OPG, que também é secretada pelos osteoblastos, inibe o processo de reabsorção óssea ao se ligar ao ligante RANKL, num evento competitivo que irá impedir que este se ligue ao seu receptor, o RANK, inibindo, assim, o processo de osteoclastogênese (BELIBASAKIS e BOSTANCI, 2012) (Figura 1). 15 Figura 1 – Sistema RANK-RANKL-OPG. O sistema RANK-RANKL-OPG é regulado por citocinas e hormônios, em que a presença de proteínas, como IL-1β, TNF-α e IL-17 provocam inflamação e favorece o mecanismo de osteoclastogênese por meio da indução da expressão de RANKL pelos osteoblastos; enquanto a presença de proteínas, como OPG, IL-4 e IL- 10 inibem a inflamação e a osteoclastogênese por meio do bloqueio da sinalização de RANKL direta ou indiretamente (ROSKAMP, VAZ e LIMA, 2006; SILVA, 2012). Um resumo do funcionamento do sistema RANK-RANKL-OPG sob condições normais e sob influência de inflamação local e a sua relação com a osteoclastogênese encontra-se ilustrado na Figura 2. 16 Figura 2 – Funcionamento do sistema RANK-RANKL-OPG em homeostase e inflamação, destacando a sua atuação no processo de osteoclastogênese. Na homeostase, há uma maior disponibilidade de OPG, que se liga ao RANKL, impedindo, assim, a sua ligação com RANK e a consequente diferenciação dos osteoclastos (lado esquerdo). Na inflamação, por sua vez, há uma maior disponibilidade de RANKL, que ficará livre para fazer a sua ligação com RANK e a consequente diferenciação dos osteoclastos que atuarão na reabsorção óssea (lado direito) (MORAES, 2010). 2.3. Relação entre o tabagismo e a doença periodontal (DP) O hábito do tabagismo está diretamente associado a diferentes alterações patológicas, que inclui uma maior prevalência e incidência da DP (BARTECCHI, MACKENZIE e SCHRIER, 1994). A associação entre tabagistas e a perda óssea na periodontite não pode ser somente relacionada com a infecção causada pelo biofilme, mas está também diretamente relacionada com a exposição do indivíduo ao tabaco e aos seus efeitos locais e sistêmicos de forma dependente da duração e/ou quantidade de cigarros consumidos diariamente (BERGSTROM, ELIASSON e DOCK, 2011). Além disso, o consumo de tabaco pode também ter um efeito mascarador dos sinais clínicos da inflamação, visto que a nicotina é capaz de promover vasoconstricção na microcirculação do tecido gengival e de induzir o 17 aumento da espessura do epitélio gengival, e com isso, é comum que o sangramento gengival seja reduzido nos pacientes tabagistas (BERGSTROM, ELIASSON e DOCK, 2011; CARVALHO, SANTOS e CURY, 2008; JOHNSON e GUTHMILLER, 2007; MÜLLER, STADERMANN e HEINECKE, 2002). Pacientes tabagistas com periodontite apresentam tendência maior à perda de inserção, a perda óssea alveolar e ao aumento da frequência de dentes perdidos quando comparados a pacientes com periodontite que não são tabagistas. Estes fenômenos provavelmente ocorrem como resultado da nicotina, particularmente da cotinina, que é o subproduto da nicotina e permanece por até 19 horas nos fluidos biológicos, como urina, sangue e fluido crevicular, e que é utilizada como marcador bioquímico do tabaco, pois sua análise permite que se estime o grau de exposição passiva ou ativa ao tabaco (BERGSTROM, ELIASSON e PREBER, 1991; CHEN et al., 2001; FIGUEIREDO et al., 2007; GONZALEZ et al., 1996; VAN DER WEIJDEN et al., 2001). Assim, de forma genérica, é possível afirmar que a nicotina tem sido associada a várias alterações celulares que podem contribuir para o início e posterior progressão da DP. E, apesar da nicotina ser capaz de aumentar o número de células inflamatórias na corrente sanguínea, ela promove a redução do número destas células no tecido periodontalao induzir a secreção de epinefrina, que ativará o sistema nervoso simpático, causando uma vasodilatação inicial, a qual se segue uma vasoconstricção, que acaba dificultando a chegada das células inflamatórias no tecido e sulco gengivais, comprometendo, dessa maneira, o sistema de defesa local. Além disso, a nicotina é capaz de prejudicar a quimiotaxia de neutrófilos e macrófagos, induzir a apoptose de neutrófilos e comprometer a fagocitose exercida pelos macrófagos, o que aumenta a susceptibilidade a infecção microbiana (CARVALHO, SANTOS e CURY, 2008; LIMA, 2008). A nicotina também aumenta a produção de outros mediadores imunológicos, como TNF-α, IL-1 e IL-6, que são mediadores pró-inflamatórios e que favorecem a osteoclastogênese (WENDELL e STEIN, 2001). Neste contexto, é importante destacar que é sabido que à medida em que a infecção periodontal provoca destruição do periodonto, ocorre também uma tentativa de reorganização dos tecidos periodontais, ou seja, há um processo de reparo concomitante ao processo de destruição, que acontece por meio da formação de um 18 novo tecido conjuntivo (GAMAL e BAYOMY, 2002). Todavia, este evento costuma ser afetado pelo tabagismo, já que, a nicotina também altera a proliferação e a migração dos fibroblastos, células responsáveis pela produção da matriz extracelular do tecido conjuntivo (TANUR et al., 2000). Diante do exposto, pode-se concluir que os pacientes tabagistas costumam exibir maior severidade e prevalência da periodontite associada a uma menor resposta imunológica, mas é importante que se ressalte que a diminuição do hábito e da frequência do consumo de tabaco costuma melhorar as condições periodontais e o processo de reparo (BERGSTROM, ELIASSON e DOCK, 2011). 2.4. Relação entre o diabetes melito (DM) e a doença periodontal (DP) O DM consiste num grupo de doenças metabólicas caracterizadas pela hiperglicemia resultante de falha na secreção ou na ação da insulina, podendo ser dividido em três principais tipos: DM tipo 1 (diabetes insulinodependente), DM tipo 2 (diabetes não-insulinodependente) e DM gestacional (que ocorre durante o período de gravidez). Estudos epidemiológicos têm evidenciado um risco aumentado entre 3 e 4 vezes para o desenvolvimento da gengivite e da periodontite no grupo de pacientes com DM1 ou DM2, na comparação com os pacientes não diabéticos (CORREIA, ALCOFORADO e MASCARENHAS, 2010). O princípio básico para o entendimento das complicações periodontais em pacientes diabéticos está na hiperglicemia e na consequente ativação da resposta imune inata do hospedeiro, que ocorre porque o estado hiperglicêmico afeta as funções de sinalização celular (BARBOSA, 2013). Além disso, a hiperglicemia altera o microambiente da bolsa periodontal, uma vez que a alta concentração de glicose no fluido crevicular afeta a composição do biofilme, promovendo um aumento do número de bactérias anaeróbicas Gram- negativas, que costumam estar presentes em grandes concentrações na periodontite (GRAVES et al. ,2006). A hiperglicemia também será responsável por promover o acúmulo de produtos finais da glicosilação (AGEs) no sangue e, particularmente nos tecidos periodontais. Os AGEs se formam por meio da glicosilação e oxidação de proteínas e lipídeos e têm a capacidade de se ligar a receptores de membrana de diferentes tipos celulares, incluindo as células endoteliais e os monócitos/macrófagos. Ao se 19 ligarem aos receptores de monócitos/macrófagos, há um aumento do estresse oxidativo celular, o que resultará numa maior produção e secreção de citocinas inflamatórias, como TNF-α e IL-1, que estão associadas à diferenciação e a atividade de osteoclastos e também à produção de metaloproteinases de matriz, que são enzimas responsáveis pelo remodelamento da matriz extracelular do tecido conjuntivo, atuando, portanto, efetivamente no mecanismo de osteoclastogênese, contribuindo, dessa forma, para a progressão e a severidade da DP (ALVES et al., 2007; MEALEY e OATES, 2006). É importante destacar que a formação dos AGEs está relacionada ao tempo em que o organismo ficou exposto à hiperglicemia, portanto, quanto maior a duração do DM e quanto pior for o controle glicêmico do paciente, maior será a quantidade destes produtos circulando e acumulados nos tecidos periodontais (ALVES et al., 2007). Um resumo do papel do DM no desenvolvimento e progressão da DP encontra-se ilustrado na Figura 3. Figura 3 – Fisiopatologia da periodontopatia associada ao diabetes melito. Fonte: Adaptado de ALVES et al., 2007. 20 3. MÉTODOS 3.1. Seleção da amostra Este é um estudo transversal que engloba as partes clínica e histopatológica do projeto de pesquisa intitulado “Avaliação clínica, histopatológica e microbiológica de tecido gengival humano de pacientes portadores de doença periodontal” (aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense (UFF) – CAAE 0158.0.258.000-10 – Anexo A). Foram selecionados 99 dentes oriundos de pacientes, atendidos nas Clínicas Odontológicas da Faculdade de Odontologia da UFF, Campus Universitário de Nova Friburgo (FOUFF/NF), que apresentavam dentes com extração indicada por motivos ortodônticos, periodontais ou condenados por destruição avançada de cárie, diabéticos ou não diabéticos, tabagistas ou não tabagistas e que não tinham realizado nenhum tipo de tratamento para a doença periodontal. Os indivíduos que, durante a anamnese, apresentavam qualquer evidência de outros fatores modificadores locais e/ou sistêmicos que podiam interferir diretamente na conclusão do trabalho, como o etilismo, a osteoporose, a imunodeficiência adquirida ou induzida, foram excluídos do estudo. As mulheres grávidas ou lactantes e os pacientes com candidíase bucal também foram excluídos do estudo. 3.2. Análise clínica Os pacientes foram inicialmente submetidos a um exame clínico para avaliar a sua história médica e social e as condições de saúde bucal e periodontal – índice de placa (IP), índice de sangramento à sondagem (SS), profundidade de sondagem (PS), recessão gengival (RG) e nível de inserção clínico (NIC). Após a indicação da exodontia, foram realizados os procedimentos convencionais que seriam realizados independentes dessa pesquisa para realização de exodontia nas dependências da FOUFF/NF. A remoção do tecido gengival foi realizada na face vestibular e lingual ou palatina do dente selecionado, utilizando-se lâmina de bisturi 15C inclinada em 45º por meio de uma incisão intrasulcular a 2 mm da margem gengival e com o auxílio de uma cureta para remoção do colar gengival. Na sequência, as amostras foram numeradas e acondicionadas em frascos plásticos 21 contendo formol tamponado a 10%, onde permaneciam até o dia do processamento histológico. Após a exodontia, os pacientes foram medicados conforme o protocolo medicamentoso convencional para a realização de exodontia nas dependências da FOUFF/NF e a remoção da sutura foi realizada 7 dias após o procedimento cirúrgico. Todas as amostras removidas foram classificadas em 5 grupos de acordo com a análise periodontal e a presença ou não do DM e do tabagismo seguindo a Tabela 1. Tabela 1– Grupos de estudo. Grupo Perfil clínico e periodontal DM+DP Pacientes diabéticos e com perda óssea (periodontite) T+DP Pacientes tabagistas e com perda óssea (periodontite) S+DP Pacientes não diabéticos e não tabagistas e com perda óssea (periodontite) S+G Pacientes não diabéticos e não tabagistas e com sangramento gengival (gengivite) CONTROLE Pacientes não tabagistas e não diabéticos sem qualquer DP 3.3. Análise histopatológica As amostras de gengiva removidas foram mantidas armazenadas no formol tamponado a 10% por pelo menos 48 horas para início das técnicas de preparação dos tecidos paraconfecção das lâminas histológicas e observação ao microscópio. Cada amostra foi analisada macroscopicamente, e após clivagem, foram mantidas por mais 48 horas antes do processamento histotécnico por um processador automático de tecidos. O material obtido do processamento foi incluído em blocos de parafina, que foram submetidos a cortes de 3μm de espessura e foram corados em hematoxilina e eosina seguindo o protocolo de coloração do Laboratório de Patologia Oral da FOUFF/NF. Todos os casos foram avaliados em microscópio óptico pela professora 22 orientadora, uma aluna de pós-graduação e duas alunas de graduação para análise de cada uma das características morfológicas previstas para esta análise (Apêndices A e B). 3.4. Análise imunoistoquímica Para a reação imunoistoquímica foram selecionados 52 casos que continham material suficiente e adequado para a realização de todas as reações e que foram submetidos a cortes histológicos adicionais de 3μm em lâminas silanizadas. Para a reação imunoistoquímica, os cortes histológicos foram desparafinizados em xilol e hidratados em concentrações decrescentes de álcool até água corrente. Em seguida, foi realizada a recuperação antigênica dos casos em forno de microondas usando ácido cítrico (pH=6,0) ou EDTA/TRIS (pH 9.0), de acordo com o anticorpo utilizado. Após os cortes serem resfriados em temperatura ambiente, eles foram lavados em água corrente, e posteriormente, colocados em peróxido de hidrogênio (20 volumes) com 5 trocas de 5 min para inibir a ação da peroxidase endógena. Os anticorpos primários foram preparados com albumina bovina sérica a 1% (BSA) e incubados com cada amostra a 8º C (em geladeira) overnight (Tabela 2). Após a incubação com os anticorpos primários, os cortes foram tratados com os anticorpos de amplificação do sistema LSAB (Dako), e a revelação foi feita por meio do cromógeno Diaminobenzidina (SIGMA) para visualizar a atividade da peroxidase. Ao final, as lâminas foram contra-coradas com hematoxilina de Carazzi. 23 Tabela 2 – Anticorpos primários utilizados no estudo. Anticorpos primários Clone Fabricante Diluição Solução para recuperação antigênica RANK H-300 Santa Cruz 1:800 CITRATO RANKL N-19 Santa Cruz 1:50 TRIS-Edta OPG N-20 Santa Cruz 1:50 TRIS-Edta A expressão dos marcadores imunoistoquímicos foi classificada de forma subjetiva em 0 (indetectável), 1 (até 25% das células positivas), 2 (entre 26% e 50% de células positivas) e 3 (mais de 50% de células positivas), baseada na média de células coradas em até 10 campos em objetiva de 40x de cada espécime sob microscópio óptico e foi realizada pelos alunos de graduação e pós-graduação de forma independente, e posteriormente por todos os pesquisadores em conjunto sob supervisão da orientadora. 3.5. Análise dos resultados Os resultados foram apresentados de forma descritiva tentando associar as características mais prevalentes em cada um dos grupos estudados. 24 4. RESULTADOS 4.1 Perfil demográfico A amostra foi composta de 99 tecidos gengivais, que envolviam principalmente os dentes molares e eram oriundas de 84 pacientes, sendo 41 homens e 43 mulheres com idade média de 44 anos, a maioria integrante do grupo de estudo S+DP (Tabela 3). Tabela 3– Características demográficas da população do estudo. Grupo de estudo DM+DP T+DP S+DP S+G CONTROLE N (%) 12 (11,9%) 22 (21,8%) 35 (34,6%) 16 (15,8%) 14 (13,9%) Dente Anterior Pré-Molar Molar 4 (33,3%) 4 (33,3%) 4 (33,3%) 4 (18,2%) 8 (36,4%) 10 (45,4%) 4 (11,4%) 10 (28,6%) 21 (60%) 4 (25%) 5 (31,3%) 7 (43,7%) 0 (0%) 7 (50%) 7 (50%) Sexo Feminino Masculino 2 (16,6%) 10 (83,4%) 7 (46,7%) 8 (53,3%) 16 (53,3%) 14 (46,6%) 10 (71,4%) 4 (28,6%) 8 (61,5%) 5 (38,5%) Idade média (variação) 50,6 (32-67) 49,6 (32-60) 46,4 (30-63) 38,2 (26-38) 37,3 (21-59) 4.2 Perfil clínico Todas as amostras removidas foram classificadas em 5 grupos de acordo com a análise periodontal e a presença ou não do DM e do tabagismo, sendo importante destacar que todos os pacientes portadores das condições modificadoras da DP avaliadas, apresentaram DP. Ou seja, nenhum paciente tabagista ou diabético tinha a gengiva e/ou periodonto de suporte inalterado. Na análise periodontal foram descritas 5 variáveis: IP, SS, PS, RG, NIC. Os pacientes do grupo CONTROLE exibiram menor índice de todas as variáveis 25 analisadas, exceto a PS, que exibiu um índice um pouco menor no grupo S+G. Além disso, os pacientes S+DP exibiram os maiores índices de SS e de OS, os pacientes DM+DP exibiram os maiores índices de RG e NIC e os pacientes T+DP exibiram o maior índice de IP (Tabela 4). Tabela 4 – Características periodontais da população do estudo. Grupo de estudo DM+DP T+DP S+DP S+G CONTROLE N (%) 12 (11,9%) 22 (21,8%) 35 (34,6%) 16(15,8%) 14 (13,9%) IP (variação) 62,5 (0-100) 93,18 (25-100) 75,71 (0-100) 65,62 (0 - 100) 12,5 (0 - 100) SS (variação) 83,33 (0-100) 80,68 (0-100) 89,28 (0-100) 64,06 (0 - 100) 16,07 (0 - 75) PS (variação) 3,72 (1,25-5,25) 4,25 (1,75-8,75) 4,80 (3-7,25) 2,26 (1,25 - 3) 2,35 (1,75 - 3) RG (variação) 1,66 (0-5,5) 0,63 (0-5,5) 0,87 (0-7) 0,125 (0 - 1,25) 0 (0 - 0) NIC (variação) 5,39 (2,75-10,75) 4,98 (1,75-10,75) 5,25 (3-11,25) 2,39 (1,25 - 3,75) 2,35 (1,75 - 3) 4.3 Perfil histopatológico A análise histopatológica incluiu a avaliação de características do tecido epitelial e do tecido conjuntivo. No tecido epitelial, foi possível observar que todos os grupos exibiram um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, sendo preferencialmente hiperplásico nos grupos DM+DP, S+DP e CONTROLE. Além disso, a presença de exocitose foi frequentemente observada em todos os grupos, exceto o CONTROLE, e a presença de colônias bacterianas foi frequentemente observada somente nos grupos DM+DP e S+DP. No tecido conjuntivo, foi possível observar que ele era constituído de um tecido conjuntivo primariamente denso em todos os grupos, contudo exibindo elevada celularidade somente no grupo DM+DP. 26 O infiltrado inflamatório foi preferencialmente identificado como acentuado em todos os grupos com periodontite (DM+DP, T+DP e S+DP), sendo do tipo crônico em praticamente todos os casos independente do grupo de estudo. A intensidade da vascularização foi mínima em todos os grupos de estudo, exceto no grupo CONTROLE, cuja vascularização foi classificada como leve na maioria dos casos (Tabelas 5 e 6) (Figura 4, 5 e 6). Tabela 5 – Características microscópicas do tecido epitelial da população de estudo. Grupo de estudo DM+DP T+DP S+DP S+G CONTROLE N (%) 12 (11,9%) 22 (21,8%) 35 (34,6%) 16 (15,8%) 14 (13,9%) Espessura Normal Hiperplásico Atrófico 4 (33,3%) 8 (66,7%) 0 (0%) 11 (50%) 11 (50%) 0 (0%) 17 (48,6%) 18 (51,4%) 0 (0%) 10 (62,5%) 6 (37,5%) 0 (0%) 6 (42,8%) 8 (57,2%) 0 (0%) Queratinização Sim Não 12 (100%) 0 (0%) 22 (100%) 0 (0%) 35 (100%) 0 (0%) 16 (100%) 0 (0%) 14 (100%) 0 (0%) Hiperqueratinização Sim Não 5 (41,6%) 7 (58,4%) 11 (50%) 11 (50%) 13 (37,1%) 22 (62,9%) 3 (18,7%) 13 (81,3%) 5 (35,7%) 9 (64,3%) Exocitose Sim Não 9 (75%) 3 (25%) 12 (54,5%) 10 (45,5%) 23 (65,7%) 12 (34,3%) 9 (56,2%) 7 (43,8%) 5 (35,7%) 9 (64,3%) Colônia bacteriana Sim Não 7 (58,3%) 5 (41,7%) 8 (36,3%) 14 (63,7%) 18 (51,4%) 17 (48,6%) 3 (18,7%) 13 (81,3%) 2 (14,3%) 12 (45,7%) 27 Figura 4 – Características microscópicas do tecidoepitelial (HE). (A) Epitélio estratificado pavimentoso paraqueratinizado encontrado na maioria das amostras (x10). (B) Exocitose observada frequentemente em todos os grupos do estudo, com exceção do grupo CONTROLE (x40). A B 28 Tabela 6– Características microscópicas do tecido conjuntivo da população de estudo. Grupo de estudo DM+DP T+DP S+DP S+G CONTROLE N (%) 12(11,9%) 22(21,8%) 35(34,6%) 16(15,8%) 14(13,9%) Densidade Denso Frouxo 11 (91,7%) 1 (8,3%) 12 (64,5%) 10 (54,5%) 28 (80%) 7 (20%) 13 (81,2%) 3 (18,8%) 13 (92,8%) 1 (7,2%) Celularidade Bem celular Pouco celular 8 (56,6%) 4 (33,4%) 7 (31,8%) 15 (68,2%) 15 (42,8%) 20 ( 57,2%) 7 (43,8%) 9 (56,2%) 5 (35,7%) 9 (64,3%) Infiltrado Inflamatório Ausente Leve Moderado Acentuado 1 (8,3%) 2 (16,7%) 3 (25%) 6 (50%) 1 (4,5%) 5 (22,7%) 7 (31,9%) 9 (40,9%) 2 (5,7%) 5 (14,3%) 9 (25,7%) 19 (54,3%) 2 (12,5%) 4 (25%) 7 (43,7%) 3 (18,8%) 4 (28,6%) 6 (42,8%) 2 (14,3%) 2 (14,3%) Tipo de Inflamação Ausente Aguda Crônica Mista 0 (0%) 0 (0%) 9 (75%) 3 (25%) 1 (4,5%) 1 (4,5%) 19 (86,5%) 1 (4,5%) 1 (2,8%) 1 (2,8%) 32 (91,6%) 1 (2,8%) 2 (12,5%) 0 (0%) 14 (87,5%) 0 (0%) 2 (14,3%) 0 (0%) 10 (71,4%) 2 (14,3%) Vascularização Mínima Leve Moderado Acentuado 4 (33,3%) 5 (41,7%) 3 (25%) 0 (0%) 11(50%) 9 (41%) 1 (4,5%) 1 (4,5%) 18 (51,4%) 5 (14,3%) 8 (22,8%) 4 (11,5%) 7 (43,7%) 4 (25%) 4 (25%) 1 (6,3%) 4 (28,6%) 7 (50%) 3 (21,4%) 0 (0%) 29 Figura 5 - Características microscópicas do tecido conjuntivo (HE). Tecido conjuntivo denso e vascularização mínima, ambos encontrados em todos os grupos de estudo (x10). Figura 6 – Características microscópicas do tecido conjuntivo (HE). (A) Intenso infiltrado inflamatório, encontrado frequentemente nos grupos com periodontite, saudável sistematicamente ou não (x10). (B) Intenso infiltrado inflamatório crônico - com presença de linfócitos e plasmócitos (x40). 4.4. Perfil imunoistoquímico A análise imunoistoquímica revelou que a proteína RANK foi expressa em todos os grupos de estudo, sendo importante destacar que seu percentual de expressão mais frequente foi de até 25% das células do tecido conjuntivo em todos os grupos de estudo, exceto no grupo S+DP, que também exibiu frequente percentual de expressão entre 26 e 50% de suas células do tecido conjuntivo. Além A B 30 disso, é importante ressaltar que não houve nenhum percentual de expressão de RANK superior a 25% nos casos do grupo CONTROLE e que somente o grupo S+G exibiu considerável número de casos com percentual de expressão de RANK superior a 50% de suas células do tecido conjuntivo (Tabela 7 e Figura 7). A expressão imunoistoquímica da proteína RANKL também foi identificada em todos os grupos de estudo, sendo importante destacar que ela foi frequentemente expressa em mais de 50% das células do tecido conjuntivo dos grupos DM+DP, S+DP e T+DP, embora RANKL também tenha sido expresso de forma frequente em até 25% das células do tecido conjuntivo deste último grupo (T+DP). Esse elevado valor de RANKL provavelmente significa uma maior diferenciação dos osteoclastos e a ativação da osteoclastogênese, principalmente nesses grupos onde a perda tecidual é maior. É importante ainda ressaltar que a maioria dos casos do grupo CONTROLE exibiu expressão indetectável de RANKL, que nenhum caso do grupo S+G exibiu expressão de RANKL superior a 25% e que nenhum caso do grupo S+DP foi indetectável para a expressão de RANKL (Tabela 7 e Figura 8). A expressão imunoistoquímica da proteína OPG, como em todas as proteínas até então estudadas, também foi identificada em todos os grupos de estudo, mas o seu percentual de expressão foi um pouco mais variável em cada grupo de estudo. Ainda assim, de um modo geral, foi possível perceber que em todos os grupos com periodontite houve uma expressão frequente de OPG num percentual de expressão superior a 25% de suas células do tecido conjuntivo. Além disso, no grupo CONTROLE esta expressão de OPG foi relativamente bem distribuída em todos os grupos de percentual de expressão de até 50% das células do tecido conjuntivo, e no grupo S+G esta expressão de OPG se distribui somente entre os percentuais de expressão variando até 50% das células do tecido conjuntivo. E, para finalizar, é fundamental também destacar que, embora a expressão de OPG num percentual superior a 50% das células do tecido conjuntivo seja um achado frequente em todos os grupos com periodontite, a expressão de RANKL num percentual de expressão superior a 50% das células do tecido conjuntivo é superior nestes grupos com periodontite, com exceção do grupo de pacientes diabéticos (DM+DP) (Tabela 7 e Figura 9). 31 Tabela 7–Características imunoistoquímicas da população de estudo. Grupo de estudo DM+DP T+DP S+DP S+G CONTROLE N (%) RANK Indetectável Até 25% Entre 26% e 50% Mais de 50% 11(20,4%) 2 (18,2%) 5 (45,4%) 3 (27,3%) 1 (9%) 12 (22,2%) 3 (25%) 6 (50%) 2 (16,7%) 1 (8,3%) 12 (22,2%) 3 (25%) 4 (33,3%) 4 (33,3%) 1 (8,3%) 11(20,4%) 1 (9%) 5 (45,4%) 2 (18,2%) 3 (27,3%) 8 (14,8%) 1 (12,5%) 7 (87,5%) 0 (0%) 0 (0%) RANKL Indetectável Até 25% Entre 26% e 50% Mais de 50% OPG Indetectável Até 25% Entre 26% e 50% Mais de 50% 3 (27,3%) 3 (27,3%) 1 (9%) 4 (36,4%) 1 (9%) 2 (18,2%) 2 (18,2%) 6 (54,5%) 1 (8,3%) 5 (41,7%) 1 (8,3%) 5 (41,7%) 0 (0%) 3 (25%) 5 (41,7%) 4 (33,3%) 0 (0%) 2 (16,7%) 2 (16,7%) 8 (66,7%) 0 (0%) 1 (8,3%) 6 (50%) 5 (41,7%) 2 (18,2%) 9 (81,8%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 7 (63,6%) 4 (36,4%) 0 (0%) 5 (62,5%) 0 (0%) 1 (12,5%) 2 (25%) 2 (25%) 2 (25%) 3 (37,5%) 1 (12,5%) RANKL/OPG Indetectável Até 25% Entre 26% e 50% Mais de 50% 3 1,5 0,5 0,7 0 1,7 0,2 1,25 0 2 0,3 1,6 0 1,3 0 0 2,5 0 0,3 2 32 Figura 7- Imunomarcação da proteína RANK em células inflamatórias de um caso do grupo S+G (x100). Figura 8 - Imunomarcação da proteína RANKL nas células inflamatórias de um caso do grupo S+DP (x100). Figura 9 - Imunomarcação da proteína OPG nas células infamatórias de um caso do grupo S+DP (x100). 33 5. DISCUSSÃO A DP, como já foi exposto, é um processo infeccioso que resulta em uma resposta inflamatória acentuada de origem multifatorial que compromete os tecidos de suporte e de proteção ao dente (LINDHE, LANG e KARRING, 2008). Dessa forma, o alvo da presente monografia é o estudo da patogênese da periodontite a partir da análise comparativa das características clínicas, histopatológicas e imunoistoquímicas da gengiva de pacientes tabagistas, diabéticos e sem qualquer outro fator de risco. O perfil epidemiológico dos pacientes com periodontite é formado por adultos com idade superior a 40 anos, enquanto o grupo de pacientes com gengivite é formado por adultos jovens, não apresentando relação de prevalência ao sexo, que quando existe, se refere ao sexo masculino (BRENNAN, SPENCER e SLADE, 2001; BRODEUR et al., 2001; MEDEIROS e ROCHA, 2006). Tal descrição é parcialmente reproduzida em nossa amostra, cujos pacientes com periodontite exibiam idade média de 49 anos e os pacientes com gengivite exibiam uma idade média menor de 38 anos. Não identificamos também relação de prevalência de sexo, havendo uma distribuição relativamente equilibrada entreambos os sexos, numa relação de cerca de 1 mulher para cada 0,95 homem, provavelmente por se tratar de uma pesquisa conduzida em uma faculdade de odontologia, que geralmente conta com um número maior de pacientes do sexo feminino cadastrados e em atendimento. Além disso, como já citado, a idade média aumentou consideravelmente nos grupos com a periodontite já instalada, uma vez que o tempo é um fator importante para a progressão da doença ea perda óssea lenta e gradual (SUDA et al., 2000; HUGOSO e LLAURELL, 2000; TIMMERMANN et al., 2000). A análise do perfil clínico periodontal evidenciou que as variáveis avaliadas exibiram menor índice nos pacientes do grupo CONTROLE, ou seja, os pacientes que apresentavam saúde gengival não evidenciaram sinais clínicos da DP. E, os grupos constituídos de pacientes com periodontite apresentaram os maiores valores nas variáveis clínicas. O grupo DM+DP exibiu os maiores índices de RG e NIC, o que evidencia que este grupo de pacientes exibiram uma maior perda tecidual. Tal achado pode ser justificado pelo fato dos pacientes portadores de DM apresentarem mecanismos de supressão da atividade osteoclástica e osteoblástica, sendo a 34 supressão da formação óssea muito maior do que a reabsorção (BARBOSA, 2013). Além disso, estes pacientes apresentam complicações vasculares que geram a exacerbação da destruição periodontal (BARBOSA, 2013). O grupo T+DP, por sua vez, exibiu o maior índice de IP, corroborando com Reis et al., (2012) e contradizendo Carvalho, Santos e Cury, (2008). A análise histopatológica avaliou a histomorfologia do tecido epitelial e do tecido conjuntivo. O epitélio de superfície identificado em todos os casos foi do tipo estratificado pavimentoso queratinizado, que é comum a todo epitélio de revestimento oral, incluindo a gengiva. Todos os grupos, exceto S+G, exibiam um epitélio preferencialmente hiperplásico, característica que pode estar relacionada a presença de bactérias atuando como agentes agressores no sulco, capazes de instituir um processo inflamatório local e a consequente resposta de hiperplasia epitelial (PAGE e SCHROEDER, 1976). Talvez, um menor número de casos exibindo hiperplasia epitelial no grupo S+G seja resultado de uma colonização bacteriana e processo inflamatório ainda precoces na gengivite. A exocitose foi frequentemente observada em todos os grupos, exceto no grupo CONTROLE, o que era de se esperar visto que na gengiva inflamada ocorre uma migração de células inflamatórias do tecido conjuntivo para o epitélio de revestimento, formando assim, uma barreira entre o tecido e o biofilme. Entretanto, o mesmo não seria esperado em uma gengiva sadia visto que não há biofilme suficiente que estimule a permanência do processo inflamatório (SMITH, SEYMOUR e CULLIMAN, 2000). Adicionalmente, um estudo que relaciona a presença da exocitose nos tecidos periodontais afirma que o biofilme, agente etiológico da periodontite, uma vez acumulado no sulco gengival libera várias toxinas provocando uma reação inflamatória desencadeando a presença das células inflamatórias no epitélio (TWINIG, 1984). A análise do tecido conjuntivo deste estudo evidenciou que, independente da presença de maior ou menor inflamação, a maioria dos casos de todos os grupos era constituída de um tecido conjuntivo denso (fibroso), o que vai de encontro a um estudo realizado por Pinchbacket al. (1996), que revelou a presença tecido conjuntivo fibroso na gengiva que exibia mínima quantidade de inflamação. O infiltrado inflamatório se mostrou acentuado em todos os grupos de pacientes com periodontite (DM+DP, T+DP e S+DP), moderado no grupo de pacientes com gengivite (S+G) e leve no grupo de pacientes com saúde gengival (CONTROLE), o 35 que reflete que a resposta inflamatória progride de acordo com a evolução da DP (ALVES, 2000; NEVILLE et al., 2005; PAGE e SCHROEDER, 1976). A vascularização, por sua vez, se revelou preferencialmente mínima em todos grupos de estudo, o que não se aplicou a afirmativa de que há um aumento da vascularização nos tecidos com maior quantidade de inflamação (ALVES, 2000; NEVILLE et al., 2005). O sistema RANK, RANKL e OPG está diretamente ligado ao processo de reabsorção óssea, tanto fisiológico quanto patológico. Sua ação se dá através ligação de RANKL ao seu receptor RANK provocando a ativação dos osteoclastos. Por outro lado, a ligação de OPG ao RANKL inibe a capacidade de RANKL se ligar ao RANK, provocando assim, a inibição da osteoclastogênese (GIANNOPOULOU, MARTINELLI-KLAY e LOMBARDI, 2012). O grupo CONTROLE, representado por pacientes com gengiva clinicamente sadia, de um modo geral, exibiu uma baixa expressão imunoistoquímica de RANK e de RANKL e uma elevada expressão imunoistoquímica de OPG, corroborando assim com a literatura que relatou maiores expressões de RANK e OPG em pacientes com gengiva clinicamente sadia, sugerindo, assim, a inibição da osteoclastogênese (LUCENA, 2011). Neste ponto, é importante também destacar que, reforçando este resultado, nossos achados clínicos também identificaram uma menor perda tecidual neste grupo de pacientes com gengiva sadia. A expressão de RANK, RANKL e OPG no fluido crevicular de pacientes com gengiva saudável, com gengivite e com periodontite foi avaliada por Bostanci et al. (2007), que identificaram baixos níveis de RANKL e OPG nas gengivas saudáveis e com gengivite, de forma similar ao que identificamos neste estudo, refletindo, assim, um provável equilíbrio no processo de osteoclastogênese dos tecidos envolvidos nas doenças que não são caracterizadas pela perda óssea alveolar. Todos os grupos de pacientes portadores de periodontite (S+DP, DM+DP, T+DP), exibiram, de uma maneira geral, o mesmo padrão de porcentagem de células positivas entre as proteínas avaliadas. A proteína RANK apresentou mais frequentemente o percentual de expressão de até 25% das células positivas, RANKL apresentou o percentual de expressão de mais de 50% das células positivas em todos os grupos e OPG com o percentual de expressão de até 50% das células 36 positivas, exceto no grupo DM+DP que apresentou mais de 50% das células positivas para essa proteína. Com exceção do grupo de pacientes diabéticos, nossos resultados indicam maior índice de osteoclastogênese visto que RANKL foi mais expresso em relação a OPG, o que caracteriza um aumento na atividade osteoclástica, e consequentemente, maior severidade da doença (LU et al., 2006; BOSTANCI et al., 2007). Ao analisar especificamente o grupo de pacientes DM+DP, é possível observar que há uma elevada expressão imunoistoquímica de OPG, o que desfavorece o processo de osteoclastogênese. Neste contexto, apesar de estudo realizado por Duarte et al. (2007) sugerir que o DM poderia exercer um papel modulador em indivíduos com periodontite por inibição da produção de OPG, estudo realizado por Costa et al. (2010) revelou que pacientes portadores de DM apresentavam elevadas concentrações salivares de OPG, podendo tal fato estar relacionado ao envolvimento da microvasculatura no DM, em que elevadas concentrações de OPG podem representar um mecanismo de defesa contra calcificações arteriais e outras formas destes prejuízos vasculares. Ao analisar especificamente o grupo de pacientes T+DP, é possível observar que há um certo equilíbrio entre a expressão imunoistoquímica de RANKL e OPG, embora haja uma maior expressão do primeiro, favorecendo um pouco a osteoclastogênese. Neste contexto, um estudo realizado por Buduneli et al. (2006) revelou que os pacientes tabagistas com periodontite exibiam maiores valores de PS, NIC, maiores níveis de RANKL e menores níveis de OPG, quando comparados aos pacientes não tabagistas com periodontite, indicando, dessa forma, o favorecimento da osteoclastogênese, de forma semelhante ao nosso estudo, exceto pelos parâmetros clínicos periodontais,que foram inferiores no grupo de pacientes tabagistas. 37 6. CONCLUSÃO Com base nos resultados deste estudo foi possível verificar que os pacientes do grupo CONTROLE exibiram os menores índices do perfil clínico periodontal associados a ausência de exocitose e a uma baixa expressão imunoistoquímica de RANK e de RANKL e elevada expressão imunoistoquímica de OPG, evidenciando, dessa forma, a influência das variáveis clínicas na perda dos tecidos periodontais e a ação de inibição da osteoclastogênese. Os grupos de pacientes portadores de periodontite (S+DP, DM+DP, T+DP), de uma maneira geral, apresentaram resultados semelhantes em todas as análises, em que se observa elevados índices do perfil clínico periodontal associado a uma elevada expressão de RANK e de RANKL e uma menor expressão de OPG, destacando, assim, a importância clínica e destes marcadores no processo de osteoclastogênese. É importante destacar que pacientes do grupo T+DP apresentaram uma maior expressão imunoistoquímica de RANKL, que favorece a osteoclastogênese e pode justificar a maior índice de biofilme visível seguido de perda óssea. Além disso, ao contrário do que se esperava, observou-se uma elevada expressão imunoistoquímica de OPG no grupo DM+DP, o que desfavorece o processo de osteoclastogênese, que pode ocorrer por outros mecanismos. 38 REFERÊNCIAS ALVES, C.; ANDION, J.; BRANDÃO, M.; MENEZES, R. Mecanismos patogênicos da doença periodontal associada ao diabetes melito. 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