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2018 ElEmEntos dE minEralogia E gEologia Profª. Naiane Paiva Stochero Copyright © UNIASSELVI 2018 Elaboração: Profª. Naiane Paiva Stochero Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: ST864e Stochero, Naiane Paiva Elementos de mineralogia e geologia. / Naiane Paiva Stochero. – Indaial: UNIASSELVI, 2018. 201 p.; il. ISBN 978-85-515-0238-9 1.Mineralogia. – Brasil. 2.Geologia. – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 549 III aprEsEntação Prezado acadêmico! Bem-vindo ao Livro de Estudos de Elementos de Mineralogia e Geologia. Ele é dividido em três unidades: Unidade 1 – Planeta Terra e formação geológica; Unidade 2 – Processos geológicos; Unidade 3 – Geologia aplicada à Engenharia Civil. A Unidade 1 consiste em uma introdução à geologia. Esta unidade está dividida em três tópicos. No primeiro tópico são apresentadas as hipóteses da origem do sistema solar, a estrutura interna da Terra, a teoria da tectônica de placas, a história geológica da Terra e a importância da geologia em diversos campos de atuação. No segundo tópico são abordados estudos sobre mineralogia, visando compreender a classificação dos principais minerais segundo sua composição química, assim como algumas propriedades físicas, químicas, estruturais e mecânicas que são importantes na identificação dos minerais, e também alguns métodos de reconhecimento dos minerais. Já no terceiro tópico são apresentados estudos sobre a petrologia, a fim de estudar a tipologia das rochas, modos de ocorrência, condições para formação, sua descrição e classificação petrográfica. Na Unidade 2 é apresentado um importante processo que ocorre na superfície terrestre, um elo relevante no ciclo das rochas, o intemperismo. Também são abordados estudos sobre pedogênese, com o intuito de fazer você compreender como ocorre a formação e composição dos solos, os diferentes tipos de solos e suas propriedades físicas mais importantes. Ainda nesta unidade, são estudados a erosão e os movimentos de massa e, por fim, as técnicas que são utilizadas para proteger e estabilizar taludes. Por sua vez, a Unidade 3 trata do estudo da Geologia aplicada à Engenharia Civil, para isso, primeiramente são apresentadas as principais rochas utilizadas na construção civil, suas propriedades intrínsecas e aplicações. Além disso, nesta unidade busca-se o entendimento sobre a importância dos conhecimentos geológicos e geotécnicos na área de Engenharia. Portanto, este livro visa aprofundar os conhecimentos aplicados na área de Geologia e Engenharia, bem como contribuir para sua formação acadêmica de qualidade! Boa leitura e bons estudos! Profª. Naiane Paiva Stochero IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA V VI VII UNIDADE 1 – PLANETA TERRA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA ................................................ 1 TÓPICO 1 – OBJETO DE ESTUDO DA GEOLOGIA: A TERRA .................................................. 3 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3 2 O PLANETA TERRA E O SISTEMA SOLAR ................................................................................. 4 3 ESTRUTURA DA TERRA ................................................................................................................... 5 4 TECTÔNICA DE PLACAS.................................................................................................................. 7 4.1 TEORIA DA TECTÔNICA DE PLACAS ...................................................................................... 8 4.2 MOVIMENTOS DAS PLACAS TECTÔNICAS ........................................................................... 10 5 HISTÓRIA GEOLÓGICA DA TERRA ............................................................................................. 11 6 APLICAÇÕES DA GEOLOGIA ......................................................................................................... 14 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 21 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 22 TÓPICO 2 – MINERALOGIA ............................................................................................................... 23 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 23 2 DEFINIÇÃO DE MINERAL ............................................................................................................... 24 3 COMPOSIÇÃO QUÍMICA E ESTRUTURA CRISTALINA ........................................................ 24 4 IDENTIFICAÇÃO DOS MINERAIS ................................................................................................ 27 4.1 PRINCIPAIS PROPRIEDADES ...................................................................................................... 27 4.2 MICROSCOPIA ÓPTICA ............................................................................................................... 30 4.3 DIFRAÇÃO DE RAIOS X ............................................................................................................... 31 4.4 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA.................................................................... 33 5 PRINCIPAIS MINERAIS ................................................................................................................... 34 6 RECURSOS MINERAIS ...................................................................................................................... 36 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 41 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 42 TÓPICO 3 – PETROLOGIA ................................................................................................................... 43 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 43 2 DEFINIÇÃO DE ROCHAS................................................................................................................. 43 3 DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO PETROGRÁFICA.................................................................. 44 4 ROCHAS ÍGNEAS ............................................................................................................................... 45 4.1 MODOS DE OCORRÊNCIA .......................................................................................................... 45 5 ROCHAS SEDIMENTARES ............................................................................................................... 48 5.1 CONDIÇÕES PARA FORMAÇÃO ............................................................................................... 48 6 ROCHAS METAMÓRFICAS ............................................................................................................. 53 6.1 AGENTES DO METAMORFISMO ................................................................................................ 54 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 57 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 60 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 61 sumário VIII UNIDADE 2 – PROCESSOS GEOLÓGICOS .................................................................................... 63 TÓPICO 1 – INTEMPERISMO ............................................................................................................. 65 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 65 2 TIPOS DE INTEMPERISMO ............................................................................................................. 66 2.1 INTEMPERISMO FÍSICO ............................................................................................................... 66 2.2 INTEMPERISMO QUÍMICO ......................................................................................................... 68 2.2.1 Reações do Intemperismo Químico ..................................................................................... 69 3 FATORES CONTROLADORES DO INTEMPERISMO ............................................................... 72 3.1 MATERIAL PARENTAL ................................................................................................................. 72 3.2 CLIMA ............................................................................................................................................... 74 3.3 BIOSFERA ........................................................................................................................................ 76 3.4 TOPOGRAFIA .................................................................................................................................. 76 3.5 TEMPO .............................................................................................................................................. 77 4 VARIAÇÃO DAS PROPRIEDADES GEOTÉCNICAS COM O INTEMPERISMO ............... 77 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 82 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 83 TÓPICO 2 – PEDOGÊNESE .................................................................................................................. 85 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 85 2 FORMAÇÃO DOS SOLOS ................................................................................................................. 85 3 COMPOSIÇÃO DOS SOLOS ............................................................................................................ 87 4 PERFIS DE SOLO ................................................................................................................................. 89 5 PROPRIEDADES FÍSICAS ................................................................................................................. 90 5.1 POROSIDADE, ÍNDICE DE VAZIOS E DENSIDADE RELATIVA .......................................... 91 5.2 PLASTICIDADE ............................................................................................................................... 92 5.3 UMIDADE E CONSISTÊNCIA ...................................................................................................... 93 5.4 ESTRUTURA .................................................................................................................................... 94 6 CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS ....................................................................................................... 95 6.1 CLASSIFICAÇÃO RELACIONADA AO CLIMA ...................................................................... 95 6.2 CLASSIFICAÇÃO PEDOLÓGICA ................................................................................................ 96 6.2.1 Classificação Pedológica no Brasil ........................................................................................ 96 6.3 CLASSIFICAÇÃO GEOTÉCNICA ................................................................................................ 98 6.3.1 Sistema Unificado de Classificação de Solos (USCS)......................................................... 98 6.3.2 Sistema Rodoviário de Classificação dos Solos (HRB) ...................................................... 100 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 106 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 107 TÓPICO 3 – EROSÕES E MOVIMENTOS DE MASSA .................................................................. 109 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 109 2 EROSÕES .............................................................................................................................................. 109 3 MOVIMENTOS DE MASSA ............................................................................................................. 111 3.1 FATORES QUE AFETAM A MOVIMENTAÇÃO DE MASSA .................................................. 111 3.1.1 A natureza dos materiais da encosta ................................................................................... 111 3.1.2 Conteúdo de água ................................................................................................................... 113 3.1.3 Declividade das encostas ....................................................................................................... 114 3.1.4 Intemperismo e clima ............................................................................................................. 115 3.1.5 Vegetação ................................................................................................................................. 116 3.1.6 Sobrecarga ................................................................................................................................ 116 3.2 TIPOS DE MOVIMENTOS DE MASSA ....................................................................................... 116 3.2.1 Quedas ...................................................................................................................................... 117 3.2.2 Escorregamentos .....................................................................................................................117 IX 3.2.3 Corridas de massa .................................................................................................................. 119 3.2.4 Movimentos complexos ......................................................................................................... 119 4 SOLUÇÕES PARA CONTENÇÃO DE TALUDES ......................................................................... 121 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 123 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 128 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 129 UNIDADE 3 – GEOLOGIA APLICADA À ENGENHARIA CIVIL .............................................. 131 TÓPICO 1 – ROCHAS COMO MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL ................................... 133 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 133 2 TIPOLOGIAS DE ROCHAS USADAS COMO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO ................. 133 3 PRINCIPAIS APLICAÇÕES DAS ROCHAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................... 144 3.1 AGREGADOS E BLOCOS DE PEDRAS ....................................................................................... 144 3.2 PEDRA DE CANTARIA, REVESTIMENTO E CALÇAMENTO .............................................. 146 4 CRITÉRIOS PARA ESCOLHA E SELEÇÃO ................................................................................... 147 5 RECOMENDAÇÕES PARA COLOCAÇÃO DAS ROCHAS ...................................................... 150 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 156 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 157 TÓPICO 2 – UTILIZAÇÃO DE MAPAS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS NA ENGENHARIA CIVIL ..................................................................................................... 159 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 159 2 MAPAS GEOLÓGICOS ...................................................................................................................... 160 2.1 APLICAÇÕES ................................................................................................................................... 160 3 UNIDADES ESTRATIGRÁFICAS .................................................................................................... 164 4 MAPAS GEOTÉCNICOS .................................................................................................................... 166 4.1 DEFINIÇÃO ...................................................................................................................................... 166 4.2 APLICAÇÕES ................................................................................................................................... 167 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 172 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 173 TÓPICO 3 – GEOTÉCNICA APLICADA A ESTRADAS, FUNDAÇÕES, BARRAGENS E TÚNEIS .............................................................................................................................. 175 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 175 2 ESTRADAS ........................................................................................................................................... 176 3 FUNDAÇÕES ....................................................................................................................................... 182 4 BARRAGENS ....................................................................................................................................... 184 4.1 CLASSIFICAÇÃO DAS BARRAGENS QUANTO AO MATERIAL ........................................ 186 4.2 TENSÕES .......................................................................................................................................... 188 5 TÚNEIS ................................................................................................................................................... 189 5.1 CLASSIFICAÇÃO DE MACIÇOS ROCHOSOS .......................................................................... 189 5.2 TIPOS DE MATERIAIS ESCAVADOS .......................................................................................... 190 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 192 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 196 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 197 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 199 X 1 UNIDADE 1 PLANETA TERRA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir desta unidade, você será capaz de: • conhecer a hipótese atualmente aceita sobre a origem do sistema solar; • conhecer os principais componentes da Terra; • compreender a causa dos diversos fenômenos geológicos que são observa- dos no nosso planeta; • conhecer a escala de tempo geológico; • conhecer e compreender as principais propriedades dos minerais e os mé- todos de reconhecimento; • diferenciar as tipologias de rochas e compreender as condições para sua formação. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objeto de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – OBJETO DE ESTUDO DA GEOLOGIA: A TERRA TÓPICO 2 – MINERALOGIA TÓPICO 3 – PETROLOGIA 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 OBJETO DE ESTUDO DA GEOLOGIA: A TERRA 1 INTRODUÇÃO Prezado acadêmico, daremos início aos nossos aprendizados sobre o objeto de estudo da geologia: a Terra. Neste primeiro tópico da Unidade 1, a intenção é fazer com que você conheça a hipótese da origem do sistema solar, compreenda a estrutura interna da Terra, a teoria tectônica de placas, a história geológica da Terra e a importância da geologia em diversos campos de atuação. Ao longo dos estudos, vamos fazer você perceber que a Terra é um planeta dinâmico que sofreu diversas transformações desde sua origem, ou seja, há aproximadamente 4,6 bilhões de anos. Assim, devemos entender como o planeta Terra evoluiu ao longo do tempo. De acordo com a escala de tempo geológico, a origem humana ocorreu há alguns milhões de anos, pequeno percentual quando comparado com toda cronologia do nosso planeta. Veremos, também, que a maior parte do interior da Terra é inacessível, devido à elevada temperatura e pressão em partes mais profundas. Para conhecer sua constituição interna, são utilizados métodos indiretos, como a análise das ondas sísmicas. Atravessam as camadas do interior da Terra e são registradas em superfície. Além disso, estudar geologia pode ajudar a responder a alguns questionamentos! Você já se perguntou por que ocorreu uma mudança na configuração de continentes e oceanos? E o que causa o vulcanismo e os terremotos? A resposta é simples, pois é através do movimento das placas tectônicas. O movimento explica diversos fenômenosgeológicos observados no nosso planeta, bem como sua formação geológica e a disposição dos continentes. O estudo e o conhecimento sobre as geologias são essenciais. Compreendem e previnem catástrofes associadas a diversos riscos ambientais (abalos sísmicos, erupções vulcânicas e deslizamentos de terrenos) e auxiliam na exploração dos recursos minerais, hídricos e energéticos. Além disso, é o geólogo que fornece levantamentos geológicos necessários para projetos da engenharia civil, possibilitando determinar os terrenos mais seguros para construção de obras, destacando os fenômenos que podem ocorrer, por exemplo, erosão, assoreamento, movimentos de massa (que serão aprofundados na Unidade 2) e que podem resultar em algum problema nas obras. UNIDADE 1 | PLANETA TERRA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA 4 2 O PLANETA TERRA E O SISTEMA SOLAR Durante muito tempo, acreditávamos que o nosso planeta era o centro do universo, e que o Sol girava em torno do seu eixo. Contudo, Nicolau Copérnico, um astrônomo polonês, desenvolveu a teoria chamada heliocêntrica, segundo a qual o Sol é o centro do universo e em torno dele giram os planetas. A partir dessa hipótese surgiram outras teorias, como o movimento de translação (que a Terra realiza ao redor do Sol, com duração aproximada de 365 dias) e movimento de rotação (giro que o planeta realiza ao redor do seu próprio eixo, tem duração aproximada de 24 h) da Terra. Com base em outras investigações, cientistas descobriram que o sistema solar é formado por nove planetas: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão. Além desses, também é constituído de corpos celestes, como asteroides, meteoros e cometas. Existem diversas hipóteses da origem do sistema solar, porém a atualmente aceita é a hipótese da nebulosa. Astrônomos descobriram, através de telescópios modernos, que o sistema solar e o espaço exterior não estão vazios, devido à presença de muitas nuvens de gás e poeiras finas, que posteriormente denominaram de nebulosas (PRESS et al., 2006). Os autores ainda justificam como o sistema solar surgiu através das nebulosas: Essa nuvem difusa em rotação lenta contraiu-se devido à força da gravidade, a qual resulta da atração entre corpos por causa de suas massas. A contração, por sua vez, acelerou a rotação das partículas (exatamente como os patinadores sobre o gelo, que giram mais rápido quando contraem os braços) e essa rotação mais rápida achatou a nuvem na forma de um disco (PRESS et al., 2006, p. 29). O resultado disso foi o surgimento do Sol no centro e redemoinhos, aglomerando material para a origem dos planetas. Quando o Sol se contraiu e começou a brilhar, houve intensa radiação solar que soprou o gás e a poeira não aglutinada. Por fim, o Sol iniciou o processo de queima do hidrogênio e assim os planetas se originaram (WICANDER; MONROE, 2009). TÓPICO 1 | OBJETO DE ESTUDO DA GEOLOGIA: A TERRA 5 FIGURA 1 − HIPÓTESE DA NEBULOSA FONTE: Adaptado de Wicander e Monroe (2009, p. 12) Ainda segundo os autores, existem alguns cientistas que possuem uma teoria de que no início a Terra apresentava compostos de silício, ferro, magnésio, oxigênio, alumínio, entre outros, em pequenas quantidades e, além disso, tinha densidade uniforme e era bem fria. Subsequentemente, a Terra experimentou o calor e a composição homogênea foi alterada por camadas de composição e densidade distintas, tornando o planeta diferenciado. A formação de camadas, provavelmente, foi responsável pela formação da crosta, dos continentes e também pela liberação de gases no interior do planeta, resultando na formação de oceanos e atmosfera. 3 ESTRUTURA DA TERRA Segundo Maciel Filho e Nummer (2014), a estrutura interna do planeta é investigada através da análise das ondas sísmicas que atravessam as camadas do interior da Terra e são registradas em superfície. O estudo indireto é realizado devido à elevada temperatura e pressão em partes mais profundas da Terra, uma vez que apresenta um raio de cerca de 6.370 km. UNIDADE 1 | PLANETA TERRA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA 6 Como o ser humano sabe tanto sobre o interior da Terra? Devido ao estudo das propagações sísmicas que são registradas por meio de um aparelho chamado de sismógrafo. Podemos fazer uma analogia: quando sacudimos uma caixa para deduzir o que tem dentro dela, da mesma forma acontece com a investigação da Terra, que se aproveita de terremotos e abalos sísmicos menores que auxiliam a “chacoalhar” o planeta. FONTE: <https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/as-camadas-terra.htm>. Acesso em: 17 jul. 2018. IMPORTANT E Com base nessas investigações, o interior da Terra é constituído de três camadas principais: a crosta terrestre, manto e núcleo. A figura a seguir ilustra a estrutura interna da Terra e com a identificação das camadas. É importante salientar que existem também descontinuidades, que são áreas de transição, havendo a descontinuidade de Mohorovicic (limite entre a crosta e o manto) e a descontinuidade de Gutemberg (entre o manto e o núcleo). FIGURA 2 − ESTRUTURA DA TERRA FONTE: <https://www.todamateria.com.br/estrutura-da-terra/>. Acesso em: 17 jul. 2018. A crosta é uma camada sólida e mais externa da Terra, é formada por rochas e minerais e compreende a crosta continental (região dos continentes) e a crosta oceânica (localizada abaixo dos oceanos). TÓPICO 1 | OBJETO DE ESTUDO DA GEOLOGIA: A TERRA 7 A crosta continental possui uma espessura que oscila na faixa de 20 e 70 km, apresentando uma composição predominantemente de silicatos de alumínio. Por outro lado, a crosta oceânica apresenta cerca de 8 km de espessura, exibindo rochas com maior densidade e constituídas de silício e magnésio (MACIEL FILHO; NUMMER, 2014). A litosfera também pode ser considerada uma camada externa, pois engloba a crosta e a parte superior do manto. É importante destacar também a presença de outras camadas que são essenciais para manutenção da vida na Terra, por exemplo, a hidrosfera e a atmosfera. O quadro a seguir descreve os principais componentes da Terra. Atmosfera Invólucro gasoso que se estende desde a superfície terrestre até uma altitude de cerca de 100 km Hidrosfera A esfera da água compreende todos os oceanos, lagos, rios e a água subterrânea Biosfera Toda matéria orgânica relacionada à vida próxima à superfície terrestre Litosfera Espessa camada rochosa externa da Terra sólida que compreende a crosta e a parte superior do manto até uma profundidade média de cerca de 100 km; forma as placas tectônicas Astenosfera Fina camada dúctil do manto sob a litosfera que se deforma para acomodar os movimentos horizontais e verticais das placas tectônicas Manto inferior Manto sob a astenosfera, estendendo-se desde cerca de 400 km até o limite núcleo-manto (cerca de 2.900 km de profundidade) Núcleo externo Camada líquida composta predominantemente por ferro liquefeito estendendo-se desde cerca de 2.900 km até 5.150 km de profundidade Núcleo interno Esfera mais interna constituída predominantemente de ferro sólido, estendendo-se desde cerca de 5.150 km até o centro da Terra (cerca de 6.400 km de profundidade) QUADRO 1 – PRINCIPAIS COMPONENTES DA TERRA FONTE: Adaptado de Press et al. (2006, p. 36) 4 TECTÔNICA DE PLACAS Prezado acadêmico, nesta seção estudaremos a teoria da tectônica de placas, que explica diversos fenômenos geológicos observados no nosso planeta, como vulcões e terremotos, assim como a sua formação geológica e a disposição dos continentes. UNIDADE 1 | PLANETA TERRA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA 8 4.1 TEORIA DA TECTÔNICA DE PLACAS A teoria da tectônica de placas é recente, mas advém de anos de pesquisas e debates, demonstrando o movimento que a superfície da crosta sofre sobre a astenosfera, uma porção inferior, quente e fluida. Os primeiros indícios da teoria surgiram no início do século passado, com o geólogo alemão Alfred Wegener (1880-1930), que propôs a “Teoria do Deslocamento Continental” ou“Deriva Continental”. Nela, o cientista idealizou que todos os continentes estivessem, há milhões de anos, unidos em um supercontinente, denominado Pangeia, cercado por Pantalassa, um superoceano. Há cerca de 250 milhões de anos, o supercontinente se dividiu em dois continentes, chamados de Laurásia e Gondwana. Por sua vez, subdividiram-se até chegar na configuração atual, como ilustrado na figura a seguir: FIGURA 3 – ILUSTRAÇÃO DA TEORIA DA DERIVA CONTINENTAL FONTE: <https://www.todamateria.com.br/deriva-continental/>. Acesso em: 19 jul. 2018. Estudos sobre o magnetismo de rochas do fundo oceânico, no final da década de 50, demonstraram desvios nos valores médios do campo magnético enquanto cientistas mapeavam uma gigantesca cadeia de montanhas submarinas, que recebeu o nome de Dorsal Meso-Oceânica. Em 1963, pesquisadores da Universidade de Cambridge sugeriram que as anomalias magnéticas observadas estavam relacionadas com as bandas magnetizadas de lavas vulcânicas, geradas durante a expansão do fundo oceânico. A análise corroborou com a hipótese de expansão do fundo oceânico de Harry Hess, da Universidade de Princeton, publicada em 1962, “History of the Ocean Basins”. O autor propôs, através de dados geológicos, que o movimento das estruturas no fundo oceânico estaria relacionado aos processos de convecção no interior da Terra. TÓPICO 1 | OBJETO DE ESTUDO DA GEOLOGIA: A TERRA 9 Resumidamente, os processos seriam originados pelo alto fl uxo de calor expelido na dorsal meso-oceânica, fazendo com que o material do manto ascendesse. No modelo, o material emergido se movimentaria lateralmente, afastando o fundo oceânico da dorsal. A fenda deixada na dorsal seria preenchida por novos magmas, formando um novo fundo oceânico. Tanto a Deriva Continental quanto a expansão do fundo oceânico seriam consequências das correntes de convecção (TEIXEIRA et al., 2000). FIGURA 4 − CORRENTES DE CONVECÇÃO NA DORSAL MESO-OCEÂNICA FONTE: Teixeira et al. (2000, p. 101 ) É importante salientar que, em algum ponto, haveria a destruição da crosta oceânica antiga, as chamadas zonas de subducção. A crosta oceânica afundaria até ser integrada ao manto terrestre após alcançar as condições de temperatura e pressão. Então, sofreria fusão. J. T. Wilson descreveu, em 1965, a movimentação de placas rígidas, movendo-se em torno do globo. Essas placas, denominadas Placas Tectônicas ou Litosféricas, são seccionadas fraturas profundas ou falhas. Seus limites estão associados a zonas com presença de vulcões e terremotos, chamadas de zonas tectonicamente ativas (MACIEL FILHO; NUMMER, 2014). A fi gura a seguir demonstra a distribuição geográfi ca das placas tectônicas. UNIDADE 1 | PLANETA TERRA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA 10 FIGURA 5 – DISTRIBUIÇÃO DAS PLACAS TECTÔNICAS NO GLOBO TERRESTRE FONTE: <https://pubs.usgs.gov/gip/dynamic/historical.html>. Acesso em: 19 jul. 2018. 4.2 MOVIMENTOS DAS PLACAS TECTÔNICAS Devido ao movimento do magma nas dorsais oceânicas, a crosta oceânica está continuamente se modifi cando, originando rochas mais novas. Nas proximidades da zona de subducção, onde ocorre a infl exão da crosta, originam- se fossas que podem ser preenchidas por sedimentos. Na região, são originadas grandes cadeias de montanhas em consequência das grandes tensões tectônicas, originando ainda rochas metamórfi cas e ígneas, como os granitos (MACIEL FILHO; NUMMER, 2014). As placas tectônicas apresentam três formas distintas: • Limites conservativos ou transformantes: as placas deslizam uma sobre a outra, lateralmente, sem destruição ou geração de crostas, como é o caso da falha de San Andreas. A Placa do Pacífi co se desloca para o norte em relação à Placa Norte-Americana. • Limites divergentes: ocorre a formação de nova crosta quando as dorsais marinhas se distanciam umas das outras. TÓPICO 1 | OBJETO DE ESTUDO DA GEOLOGIA: A TERRA 11 • Limites convergentes: ocorre a colisão das placas litosféricas, sendo que a mais densa submerge sob a outra, ocorrendo fusão parcial da zona submergida. É um limite destrutivo, como ocorre na Cordilheira dos Andes, onde a placa de Nazca submerge sob a placa Sul-Americana. Os três tipos limites estão ilustrados na fi gura a seguir: FIGURA 6 – TRÊS TIPOS BÁSICOS DE LIMITES DE PLACAS TECTÔNICAS FONTE: Press et al. (2006, p. 52) Assim, cada placa é limitada por uma combinação de limites convergentes, divergentes ou transformantes. Elas se movem em direção uma da outra, ao longo de suas margens ou até mesmo uma sob a outra. É também ao redor dos limites que ocorrem as atividades geológicas mais intensas do planeta, como vulcanismo, sismos e a orogênese. Esta última são processos que levam à formação de montanhas ou suas cadeias. Sobre as placas tectônicas, assista ao vídeo disponível no link: <https://www. youtube.com/watch?v=5a0Sb33Yqfc>. DICAS 5 HISTÓRIA GEOLÓGICA DA TERRA A Terra tem aproximadamente 4,6 bilhões de anos e, ao longo desse tempo, aconteceram inúmeras transformações, as quais foram investigadas a partir de marcas deixadas nas rochas. Esses registros possibilitaram determinar e também entender os eventos que ocorreram no passado, permitindo organizar a história geológica da Terra em uma escala de tempo. O tempo geológico é defi nido como o intervalo de tempo que envolve a história da Terra a partir de sua formação até o período atual. Essa escala de tempo medida em milhões e até bilhões de anos está dividida em: UNIDADE 1 | PLANETA TERRA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA 12 • Éons (Hadeano, Arcaico, Proterozoico e Fanerozoico). • Eras geológicas (Paleozoica, Mesozoica e Cenozoica). • Períodos (apenas para cada uma das eras do Fanerozoico). • Épocas (subdivisões, apenas para os períodos do Cenozoico). Sobre o tempo geológico, assista ao vídeo disponível no link: <https://www. youtube.com/watch?v=YNIaM85n8R8>. DICAS TÓPICO 1 | OBJETO DE ESTUDO DA GEOLOGIA: A TERRA 13 FIGURA 7 − ESCALA DE TEMPO GEOLÓGICO E EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS FONTE: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=581>. Acesso em: 16 jul. 2018. UNIDADE 1 | PLANETA TERRA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA 14 Na figura anterior está ilustrada a escala de tempo no sentido de baixo para cima, ou seja, a parte de baixo é mais antiga. Essa forma de representação é semelhante às rochas, pois a mais nova está presente acima e a mais velha abaixo. Podemos fazer uma analogia com a construção dos andares de um edifício. A primeira camada construída é a base, por isso é mais antiga, e o último andar é o mais jovem, pois foi construído por último. Dentro do contexto, podemos afirmar que a Era Mesozoica é mais velha que a Cenozoica e é mais nova que a Paleozoica. Se observarmos a escala de tempo geológico, o éon mais antigo é o Hadeano, que começou há aproximadamente 4,6 bilhões de anos com a formação da Terra, e termina há cerca de 4 bilhões de anos. Já o éon Arcaico teve duração de 1.500 bilhões de anos, com a formação das primeiras rochas. O éon Proterozoico começou há 2,5 bilhões de anos e se prolongou até 570 milhões de anos. Por fim, o Fanerozoico, onde aconteceram as evoluções das formas de vida e de relevo. Existem, na literatura, diferentes modelos da escala de tempo geológico, pois depende do autor que elaborou e das novas descobertas. IMPORTANT E 6 APLICAÇÕES DA GEOLOGIA A geologia, do grego geo (Terra) e de logos (estudo), é definida como a ciência que estuda a Terra. Segundo Wicander e Monroe (2009), a geologia pode ser dividida em duas grandes áreas: a geologia física, que investiga os materiais da Terra, como os minerais e as rochas, assim como estuda os processos existentes no interior do planeta e a geologia histórica, que analisa a origem e a evolução da Terra, bem como os continentes, oceanos, atmosfera e vida. No entanto, a geologia apresenta algumas subdivisões, pois é considerada uma área muito ampla de estudo. O quadro a seguir mostra os principais campos de atuação da geologia. TÓPICO1 | OBJETO DE ESTUDO DA GEOLOGIA: A TERRA 15 Especialidade Área de estudo Ciências relacionadas Geologia planetária Geologia dos planetas Geocronologia Tempo e história da Terra Astronomia Paleontologia Fósseis Biologia Geologia econômica Recursos minerais e energéticos Geologia ambiental Meio ambiente Geoquímica Química da Terra Química Hidrogeologia Recursos hídricos Mineralogia Minerais Petrologia Rochas Geofísica Interior da Terra Física Geologia estrutural Deformação das rochas Sismologia Terremotos Geomorfologia Formas da superfície da Terra Oceanografia Oceanos Paleogeografia Características e localizações geográficas antigas Estratigrafia/ Sedimentologia Rochas em camadas e sedimentares QUADRO 2 – APLICAÇÕES DA GEOLOGIA FONTE: Adaptado de Wicander e Monroe (2009, p. 4) É importante salientar que a geologia também desenvolve um papel muito importante na construção civil, uma vez que investiga o solo, as rochas e os efeitos que podem ocorrer no terreno e com a obra. Ainda, transcrevemos um trecho de Maciel Filho e Nummer (2014, p. 31) sobre as atribuições do geólogo e do engenheiro civil: Pode-se dizer, de modo geral, que cabe ao geólogo fazer os levantamentos e toda investigação necessária para apresentar ao engenheiro a natureza e situação (composição, propriedades, disposição, estruturas etc.) dos terrenos. Cabe ao engenheiro civil projetar e construir todas as obras, usando os levantamentos geológicos e solicitando, quando necessário, novos dados. Conforme vimos, a geologia apresenta muitos campos de atuação, mostrando que os estudos geológicos são de grande relevância para compreendermos a origem da Terra, as transformações, evoluções e a exploração de forma adequada dos recursos minerais, hídricos e energéticos que são fundamentais para a vida na Terra. Origem da Vida Como será que a vida surgiu no planeta Terra? Essa pergunta é cercada por questionamentos. Muitos filósofos e cientistas buscaram entender essas questões criando teorias que comprovassem a origem da vida. UNIDADE 1 | PLANETA TERRA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA 16 Para os cientistas, a Teoria do Big Bang, do século XX, foi responsável pela criação do Universo, incluindo o planeta Terra. No início da história da Terra, o planeta não tinha condições para o surgimento da vida, visto que o calor era intenso e ocorriam erupções vulcânicas a todo o momento. Além disso, ele poderia ser atacado diretamente por corpos originados do espaço. Após muitos anos, surgiram vários elementos que poderiam ser responsáveis pela presença de vida na Terra. Até o surgimento das teorias houve uma longa caminhada por pesquisas que realmente comprovassem a vida. Dentre elas estão: a Teoria da Criação, apoiada na crença de que os seres vivos surgiram de um ser superior; as Teorias da Abiogênese e Biogênese; a Teoria da Panspermia Cósmica, da Evolução Química ou Molecular. Teoria Criacionista Por muito tempo, a Teoria da Criação, apoiada pelos religiosos, era a que prevalecia. Para eles, um ser superior foi o responsável pela criação do universo e tudo o que há nele. Por isso, havia a dificuldade de novos estudos sobre a origem da vida. Além disso, no século XIV, a hipótese da geração espontânea era uma das mais populares. Nela, os seres vivos surgiam a partir de cadáveres ou outros ambientes, por exemplo, as cobras nasciam dos lodos encontrados nos rios. Abiogênese e Biogênese A Teoria da Geração Espontânea, também conhecida como Abiogênese, é uma das primeiras teorias criadas para explicar a origem da vida. Aristóteles e outros pensadores e cientistas se apoiavam nela. Ela explica que os seres vivos surgiam a partir da matéria orgânica, ou seja, o lodo dos rios originava as cobras e as rãs; já as frutas davam origem aos vermes. John T. Needham é um dos pesquisadores que tentou provar a teoria. Entre os séculos XVII e XIX, os cientistas começaram a discordar da Abiogênese. Dentre eles estão Francesco Redi e Louis Pasteur. Assim, surgiu a teoria da Biogênese, que comprovou que os seres vivos tinham surgido de organismos preexistentes. Teoria do Big Bang No decorrer do século XX, novos estudos deram origem à Teoria do Big Bang ou à Grande Explosão. De acordo com o padre Georges Lemaítre e o físico russo George Gamow, no início, o universo era um grão que explodiu, sem motivo aparente, e produziu o tempo, a matéria e a energia que existe. Como a temperatura era alta, não existiam elementos químicos no universo. Assim, surgiram apenas após milhares de anos, tais como o hidrogênio. TÓPICO 1 | OBJETO DE ESTUDO DA GEOLOGIA: A TERRA 17 Teorias da Evolução Os principais autores são Charles Darwin e Lamarck. Eles foram os responsáveis por estudar sobre as diversas alterações dos seres vivos ao longo do tempo e de acordo com o ambiente em que viviam. Darwin escreveu o livro “A Origem das Espécies”, em 1859. Adicionou seus principais estudos sobre a evolução das espécies. Teorias Modernas Além das teorias propostas, novas surgiram, dentre elas a da Panspermia, do século XIX, segundo a qual os seres vivos teriam surgido a partir de substâncias de outros planetas. Dentre os principais defensores estão William Thonson e Svante August Arrhenius. Há a Teoria da Evolução Química, demonstrando que a vida teria surgido a partir da evolução química e a da Antimatéria, que entrou em descrédito por um período, mas depois voltou a ser considerada. Criacionismo X Evolucionismo Tanto a teoria do criacionismo quanto a do evolucionismo foram criadas para explicar a origem da vida e também a evolução humana. Contudo, ambas são diferentes. Uma é apoiada na fé ou nas crenças e, a outra, baseada em experimentos e pesquisas científicas. A teoria do evolucionismo está apoiada essencialmente em Lamark e Darwin, mas foi estudada por diversos cientistas. Ela surgiu para explicar as alterações que as diferentes espécies sofreram com o passar do tempo. Charles Darwin é um dos principais cientistas que estudou sobre a evolução dos seres vivos. A sua obra A Origem das Espécies foi criada em viagens que ele realizou em várias partes do mundo. Verificou que, dependendo do local em que estavam, espécies adquiriam características diferentes. Ele acreditava que as espécies sobreviveram devido a uma seleção natural. Sua teoria foi aprofundada por outros cientistas. Já a criacionista é a teoria mais antiga de todas e afirma que os seres humanos foram criados por um ser superior. Muitas culturas e religiões acreditam nessa ideia e, além disso, é uma das que mais geram discussões entre os cientistas e religiosos que nela confiam. Os teólogos acreditam que os seres humanos vieram de um ser supremo, Deus, que criou seres humanos perfeitos e semelhantes a Ele. As espécies de animais e vegetais foram inseridas por Ele e se adaptaram ao ambiente, não sofrendo evoluções. UNIDADE 1 | PLANETA TERRA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA 18 De acordo com os textos bíblicos, Deus foi o criador de todas as espécies da Terra. A Teoria da Criação varia de acordo com o texto sagrado ou religião/ cultura a que se refere. Na Grécia antiga, por exemplo, os gregos se apoiavam na ideia de que havia um Caos e dele nasceram Gaia (a Terra) e Eros (o amor). Depois, Ébero (trevas) e outros elementos. Teoria da Abiogênese A Teoria da Geração Espontânea ou Abiogênese surgiu na Antiguidade. Ela era defendida por filósofos e cientistas que acreditavam que a vida surgia a partir de matéria orgânica, ou seja, matéria não viva. Quem apostava na teoria acreditava que o lodo dos rios era o responsável pelo nascimento de sapos e até cobras. Pensadores como Aristóteles, René Descartes e Isaac Newton se apoiaram na abiogênese para explicar a origem dos seres vivos. Após o século XVIII, a abiogênese começou a ser questionada com maior ênfase, pois existiam pessoas que não acreditavam que os seres surgiram espontaneamente. Com os avanços da ciência, hipóteses puderam ser testadas e confirmadas. Um exemplo disso são os experimentosde Redi e Pasteur. Teoria da Biogênese Após verificar contradições entre os séculos XVII e XIX, cientistas como Francesco Redi e Louis Pasteur apresentaram algumas teorias para comprovar a origem da vida. Essa teoria ficou conhecida como biogênese e comprovou que todos os seres vivos surgiram de outros já preexistentes. Experimento de Redi O biólogo italiano Francesco Redi (1625-1697), no século XVII, percebeu que a teoria da abiogênese estava incorreta. Ele realizou a investigação de vermes que nasciam de alimentos podres e cadáveres. Utilizando frascos para realizar o experimento, adicionou cadáveres de animais e pedaços de carne, alguns ele vedou com gaze e outros deixou abertos. Nos pedaços abertos, as moscas pousavam e surgiam larvas, já o que estava tampado ficou intacto. Isso mostrou que os vermes não nasciam desses elementos, mas de moscas que depositavam seus ovos no local. Assim, não nasciam de matéria não viva, como dizia a abiogênese. Concluiu-se que os seres vivos surgiam de outros seres vivos. Experimento de Pasteur Em 1860, o cientista Louis Pasteur apresentou um experimento que colocou em descrédito a teoria da abiogênese. Na época, a Academia Francesa de Ciências estava oferecendo um prêmio para quem provasse a origem dos microrganismos. TÓPICO 1 | OBJETO DE ESTUDO DA GEOLOGIA: A TERRA 19 Ele adicionou um caldo nutritivo em frascos de vidro e com pescoço longo. Foram curvados por ele logo depois, deixando no formato de pescoço de cisne e apenas com uma pequena entrada de ar. Após isso, ele ferveu o caldo e deixou em repouso por alguns dias. Percebeu que não havia a presença de microrganismos. Entretanto, quando quebrou os gargalos, notou que rapidamente os microrganismos se instalaram nele. No primeiro caso, o que impediu a entrada dos microrganismos no caldo foi a curvatura do gargalo. Funcionava como um filtro devido às partículas que se instalaram nessa área durante a fervura. Quando o gargalo foi quebrado, os microrganismos apareceram, porque já estavam presentes no ar e não poderiam nascer espontaneamente do líquido. Teorias Modernas Surgiram teorias sobre a origem dos primeiros seres vivos: a Teoria da Panspermia Cósmica e a Teoria da Evolução Química. Entretanto, estas não entram em conflito, pois ambas confirmam que houve um processo de evolução molecular, além de condições ambientais favoráveis para o surgimento da vida na Terra. Teoria da Panspermia Cósmica Teoria que surgiu na Antiguidade e através do filósofo grego Anaxágoras, mas com um conceito diferente do que existe hoje. Depois, passou por outros pesquisadores até chegar aos cientistas William Thomson, Svante August Arrhenius e Jacob Berzelius. Apontaram que o surgimento da vida ocorreu por meio de substâncias que vieram de outros planetas e chegaram na Terra através de meteoros e poeira cósmica. Apesar de sofrer um certo preconceito por alguns cientistas, ganhou força no século XIX por Hermann von Helmhotz. Depois, outros continuaram as pesquisas para a obtenção de novas provas para a teoria, sendo criadas outras linhas de pensamento, como a Nova Panspermia e Panspermia Dirigida. Teoria da Evolução Química ou Molecular Teoria iniciada pelo biólogo Thomas Huxley e aprofundada posteriormente, em 1920, pelo bioquímico russo Aleksandr I. Oparin e pelo biólogo inglês John Burdon S. Haldane. Defendem que a vida surgiu por meio de uma evolução química. Compostos como hidrogênio, carbono, oxigênio se combinaram e formaram moléculas orgânicas (aminoácidos, açúcares etc.). UNIDADE 1 | PLANETA TERRA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA 20 Com o passar do tempo, essas moléculas se combinaram e formaram outras mais complexas (carboidratos, proteínas etc.) e continuaram sua evolução até duplicar e formar os primeiros seres vivos. Essa formação foi possível, pois a Terra possuía condições favoráveis à vida. Cientistas como Stanley Miller e Harold C. Urey também se apoiaram na hipótese. Uma das hipóteses mais aceitas é a de que os primeiros seres vivos eram autotróficos, aqueles que produzem alimentos sem precisar ingeri-los. Um exemplo disso são as plantas, algas e bactérias. Já os seres heterotróficos são incapazes de produzir alimento, sendo que precisam de outro ser vivo para sua nutrição, tais como animais, fungos etc. Estes haviam passado por processos evolutivos de espécies preexistentes, que poderiam sofrer alterações com o passar do tempo. FONTE: PLANETA TERRA. Origem da vida. 2018. Disponível em: <http://planeta-terra.info/ origem-da-vida.html>. Acesso em: 5 jul. 2018. 21 Neste tópico, você aprendeu que: • Existem diversas hipóteses sobre a origem do sistema solar, porém a atualmente aceita é a hipótese da nebulosa. • A estrutura interna do planeta é investigada através das ondas sísmicas. Atravessam as camadas do interior da Terra. • O interior da Terra é constituído de três camadas principais: crosta terrestre, manto e núcleo. • A superfície terrestre pode ser dividida em placas, chamadas de Placas Tectônicas ou Litosféricas. • A movimentação das placas tectônicas se deve a processos de convecção no interior da Terra. • Há três tipos básicos de limites entre as placas: transformantes, convergentes e divergentes. • A Terra tem aproximadamente 4,6 bilhões de anos e, ao longo desse tempo, aconteceram inúmeras transformações, as quais foram investigadas a partir de marcas deixadas nas rochas. • A geologia apresenta muitos campos de atuação, mostrando que os estudos geológicos são de grande relevância. RESUMO DO TÓPICO 1 22 1 A estrutura interna do planeta é investigada através das ondas sísmicas que atravessam as camadas do interior da Terra e são registradas em superfície. Com base nessas investigações, sabemos que o interior da Terra é constituído de três camadas principais. Cite cada uma dessas camadas. 2 Segundo a teoria da Deriva Continental, antigamente existiam apenas um supercontinente e um superoceano. Cite seus nomes. 3 Cite os três tipos básicos de limites entre as placas tectônicas e explique, sucintamente, como ocorre cada um deles. 4 O tempo geológico é definido como o intervalo de tempo que envolve a história da Terra a partir de sua formação até o período atual. Com base no que você estudou, cite as principais divisões da escala de tempo. AUTOATIVIDADE 23 TÓPICO 2 MINERALOGIA UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Prezado acadêmico, no Tópico 1 iniciamos os estudos da disciplina de Elementos de Mineralogia e Geologia. Estudamos as hipóteses da origem do sistema solar, como a Terra é constituída, a natureza das placas tectônicas, tipos de limites entre as placas e, também, que forças movem as placas tectônicas. Além disso, estudamos a história geológica da Terra e a importância da geologia em diversos campos de atuação. Agora que você já domina as conceituações mais básicas da geologia, podemos avançar nos estudos. O segundo tópico desta primeira unidade tem por finalidade estudar a mineralogia. De início, precisamos entender o que a mineralogia estuda. De acordo com Press et al. (2006), a mineralogia é um ramo da geologia que está dedicado ao estudo da composição, estrutura, aparência, estabilidade, ocorrência e as associações de minerais. Neste segundo tópico, vamos estudar a classificação dos principais minerais segundo sua composição química. Ainda, os sistemas cristalinos, pois uma característica importante no mineral é a sua estrutura cristalina, uma vez que cada cristal pode apresentar diversas células unitárias e/ou arranjos atômicos. Além disso, veremos algumas propriedades físicas, químicas, estruturais e mecânicas que são importantes na identificação dos minerais e também alguns métodos de reconhecimento dos minerais. É importante destacar que habitamos a Terra e dependemos de recursos minerais disponíveis para financiar as nossas inovações tecnológicas. Muitos produtos, como aviões, carros, computadores, celulares, cimentos, até mesmo cosméticos e medicamentos, entre outros,são fabricados a partir de diversas matérias-primas que são extraídas de minérios. Sabendo disso, atualmente, você conseguiria se imaginar sem tais recursos minerais? Realmente, é impossível imaginarmos uma sociedade sem recursos minerais! Contudo, devido ao crescimento populacional tem-se a necessidade de explorar um volume cada vez maior de bens minerais. UNIDADE 1 | PLANETA TERRA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA 24 Dentro dessa perspectiva, devemos evitar o excesso de consumo, de modo a garantir o suprimento de minerais que são indispensáveis tanto para o desenvolvimento tecnológico como para o crescimento da economia. 2 DEFINIÇÃO DE MINERAL Mineral é um corpo sólido, de ocorrência natural (diferentemente dos minerais produzidos em laboratórios), inorgânico, com composição química aproximadamente definida, isto é, a quantidade de elementos químicos pode variar. Além disso, a maioria dos minerais é cristalino, ou seja, apresentam um arranjo ordenado de átomos que se repete ao longo de grandes distâncias atômicas. Por outro lado, existem os sólidos, que não possuem um arranjo atômico ordenado de longo alcance, são os chamados sólidos não cristalinos ou amorfos, por exemplo, a opala (MACIEL FILHO; NUMMER, 2014). Segundo Klein e Dutrow (2012), existe a definição tradicional de que os minerais são produzidos por processos inorgânicos, mas de uma forma mais ampla. Os minerais também podem ser desenvolvidos por meio de organismos, por exemplo, o carbonato de cálcio (CaCO3), das conchas dos moluscos. A concha da ostra e a pérola são compostas majoritariamente do mineral Aragonita (quando o carbonato de cálcio é encontrado na sua forma ortorrômbica), sendo este material análogo ao mineral formado por processos inorgânicos. IMPORTANT E 3 COMPOSIÇÃO QUÍMICA E ESTRUTURA CRISTALINA A composição química de um mineral é expressa por meio de sua fórmula química, a fim de mostrar o número de átomos dos diferentes elementos que compõem o mineral. O mineral quartzo, por exemplo, é expresso como SiO2, ou seja, é constituído de um átomo de silício (Si) para cada dois átomos de oxigênio (O), apresentando uma proporção de 1:2. O mineral apresenta fórmula química definida e fixa, pois o quartzo é dito como uma substância pura. Além disso, existem os minerais constituídos de um único elemento (formas não combinadas), também chamados de elementos nativos, que compreendem o ouro (Au), prata (Ag), platina (Pt), entre outros (WICANDER; MONROE, 2009). TÓPICO 2 | MINERALOGIA 25 Conforme comentado anteriormente, também existem alguns minerais que não possuem composição fi xa, por exemplo, a dolomita. A fórmula química deste mineral puro é CaMg (CO3)2, porém a dolomita não ocorre como um carbonato puro, pois apresenta quantidades signifi cativas de Fe e Mn no lugar de Mg. Assim, a fórmula química mais usual é Ca (Mg,Fe,Mn)(CO3)2 (KLEIN; DUTROW, 2012). Outra característica importante no mineral é a sua estrutura cristalina, pois cada cristal pode apresentar diversas células unitárias e/ou arranjos atômicos. Podem ser encontrados cristais com sete combinações diferentes, cada um deles representa um sistema cristalino particular. Dentre os sistemas, podemos citar os sistemas cúbico, tetragonal, hexagonal, ortorrômbico, romboédrico, monoclínico e triclínico. FIGURA 8 − SISTEMAS CRISTALINOS UNIDADE 1 | PLANETA TERRA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA 26 FONTE: Adaptado de Callister (2007, p. 54) A diferença entre esses sistemas cristalinos está relacionada com o comprimento (relações axiais) e com o ângulo dos eixos (relações interaxiais). Por exemplo: • Sistema cúbico: apresenta cristais em que os três eixos possuem o mesmo comprimento (a=b=c) e com ângulos retos, ou seja, 90°. • Sistema hexagonal: apresenta quatro eixos, sendo que três estão no mesmo comprimento e também no mesmo plano com uma relação angular de 120°. Além disso, há outro eixo vertical com comprimento c e com um ângulo reto (90°) aos demais. • Sistema tetragonal: possui dois eixos com comprimentos iguais, mas em um dos eixos o comprimento é diferente. O ângulo formado entre os eixos é de 90°. • Sistema romboédrico ou também chamado de trigonal: possui três eixos com comprimentos iguais, mas diferentes de 90°. • Sistema ortorrômbico: apresenta cristais com três eixos, todos com diferentes comprimentos, mas estão arranjados em ângulo de 90°. • Sistema monoclínico: possui cristais com três eixos, todos com comprimentos distintos. Dois eixos formam um ângulo de 90° e o terceiro eixo possui ângulo diferente de 90°. • Sistema triclínico: apresenta cristais com três eixos, todos com comprimentos e ângulos diferentes, sendo que nenhum dos eixos forma ângulos de 90° com os outros. TÓPICO 2 | MINERALOGIA 27 4 IDENTIFICAÇÃO DOS MINERAIS Os minerais podem ser identifi cados por meio de suas propriedades físicas, químicas, estruturais e mecânicas. Na sequência, veremos algumas das propriedades e métodos de reconhecimento dos minerais. 4.1 PRINCIPAIS PROPRIEDADES As principais propriedades dos minerais para o uso na construção civil são a clivagem, a dureza e a tenacidade, pois estão intimamente relacionadas com o tipo de ligação química entre os átomos e o arranjo atômico dos minerais (MACIEL FILHO; NUMMER, 2014). Para melhor entendimento, também veremos outras propriedades importantes dos minerais. Segundo Klein e Dutrow (2012) são: a) Hábito cristalino São as formas apresentadas pelos minerais e desenvolvidas em função do crescimento dos cristais, individualmente ou em conjunto. A fi gura a seguir ilustra alguns hábitos cristalinos identifi cados em minerais. FIGURA 9 − EXEMPLOS DE ALGUNS HÁBITOS CRISTALINOS APRESENTADOS EM MINERAIS UNIDADE 1 | PLANETA TERRA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA 28 FONTE: Adaptado de Klein e Dutrow (2012, p. 47) O hábito cristalino acicular e radiado, por exemplo, apresenta cristais em formato de agulha e que irradiam de um ponto central. b) Brilho O brilho está relacionado com a aparência geral da superfície de um mineral perante luz refl etida. Há três tipos de brilho: o metálico, não metálico e o submetálico. Minerais com brilho metálico refl etem luz e são opacos à luz transmitida. O brilho não metálico geralmente é exibido por diversos minerais que transmitem luz e por meio de suas bordas. Já o submetálico é identifi cado em minerais que apresentam um brilho intermediário. c) Cor A cor está relacionada com a composição química e estrutura dos minerais. Se o elemento químico causador da cor é fundamental para o mineral, a cor pode ser utilizada como uma ferramenta de identifi cação, por exemplo, a turquesa tem cor azul-esverdeado a verde-azulado, mas também existem diversos minerais que apresentam um espectro completo de cores (transparente, róseo, azul, verde, amarelo, marrom e preto), por exemplo, a turmalina. Pelo fato de a cor ser muito variável em alguns minerais, não é confi ável utilizar como uma propriedade diagnóstica. d) Peso específi co O peso específi co (densidade relativa de um mineral) é proporcional ao seu peso e inversamente proporcional ao peso de um volume igual da água a uma temperatura de 4°C. O número resultante é adimensional. Vale destacar que o peso específi co está relacionado com a composição química e estrutura. TÓPICO 2 | MINERALOGIA 29 e) Clivagem A clivagem é uma propriedade que os minerais têm de se romper ao longo de planos paralelos. Ocorre em consequência de ligações mais fracas para a união dos átomos em direções específicas. Um mineral que apresenta clivagem pode possuir degraus paralelos através dessas direções. A clivagem é classificada em excelente, boa e imperfeita. As micas, por exemplo, apresentam clivagem excelente, pois ocorre fratura facilmente e a superfície é plana e reflete luz. Na clivagem boa, a superfície resultante é menos contínua e possivelmente com algumas irregularidades. Já na clivagem imperfeita existe uma dificuldade de identificação, pois as superfíciesnão são bem desenvolvidas, por exemplo, a apatita. f) Dureza A dureza é uma propriedade mecânica. É a resistência que a superfície tem quando há risco. A escala de dureza, elaborada pelo mineralogista Friedrich Mohs, é um sistema qualitativo que classifica os minerais. A escala Mohs, como é conhecida, é composta por dez minerais, organizados por ordem de dureza, sendo o talco o mineral mais mole e o diamante o mais duro. Para definir a dureza de um mineral é necessário compreender qual mineral da escala Mohs ele pode riscar e quais não. A tabela a seguir apresenta os dez minerais e também outros materiais que são importantes para a determinação da dureza. Dureza de Mohs Mineral Fórmula química Observações nos minerais 1 Talco Mg3Si4O10(OH)2 Muito fácil de riscar com a unha 2 Gipsita CaSO4.2H2O Pode ser riscado com a unha 3 Calcita CaCO3 Muito fácil de riscar com um canivete e razoavelmente riscado por moeda de cobre 4 Fluorita CaF2 Facilmente riscado com um canivete, mas não tão facilmente como a calcita 5 Apatita Ca5(PO4)3(OH, F, Cl) Riscado com um canivete, mas com dificuldade 6 Ortoclásio KAlSi3O8 Não pode ser riscado por um canivete, mas risca o vidro 7 Quartzo SiO2 Risca o vidro facilmente 8 Topázio Al2SiO4(F,OH)2 Risca o vidro muito facilmente 9 Coríndon Al2O3 Corta o vidro 10 Diamante C Usado como cortador do vidro TABELA 1 − ESCALA DE DUREZA MOHS E ALGUMAS OBSERVAÇÕES DOS MINERAIS FONTE: Adaptado de Klein e Dutrow (2012, p. 57) UNIDADE 1 | PLANETA TERRA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA 30 Como pode ser visto, podem ser utilizados alguns materiais para a determinação da dureza, assim como para identifi cação do mineral. g) Tenacidade A tenacidade é outra propriedade mecânica e se refere à resistência do mineral. Podemos descrever a tenacidade através dos seguintes termos: quebradiço (quando um mineral se quebra quando sujeito a uma pressão, por exemplo, quartz o), elástico (quando um mineral retorna à posição original após ter sido deformado, por exemplo, micas), fl exível (quando um mineral se encurva, mas não volta à posição original após ser deformado, por exemplo, talco), entre outros. É importante ressaltar que não existe nenhuma relação da tenacidade com a dureza, pois o diamante (mineral mais duro da escala Mohs) apresenta uma baixa tenacidade, pois pode ser facilmente quebrado por um martelo (MACIEL FILHO; NUMMER, 2014). 4.2 MICROSCOPIA ÓPTICA Microscopia óptica é uma técnica utilizada para identifi car o mineral em escala microscópica. Tem o intuito de analisar suas propriedades ópticas que difi cilmente estão visíveis a olho nu. O microscópio de polarização, ou também chamado de microscópio petrográfi co, é um tipo de microscópio óptico muito utilizado para estudo dos minerais e rochas, pois é possível realizar análises de forma rápida e fácil. A fi gura a seguir mostra um modelo de microscópio de polarização, com a numeração das partes mais importantes. FIGURA 10 − MICROSCÓPIO DE POLARIZAÇÃO FONTE: Moreira (2013, p. 1) TÓPICO 2 | MINERALOGIA 31 O microscópio polarizado apresenta como principais componentes: • Lentes oculares: cilindros que possuem duas ou mais lentes. Possibilitam ampliar a imagem real fornecida por meio da objetiva. • Revólver: um apoio das lentes objetivas e que possibilita a troca das lentes. • Lentes objetivas: fazem parte de lentes fixas localizadas no revólver. De acordo com a ampliação necessária é possível girar e alterar a objetiva. • Parafuso macrométrico: propicia movimentos verticais da platina por meio de ajustes grandes. • Parafuso micrométrico: permite também movimentos verticais da platina, mas com ajustes finos. • Platina: é a base de suporte para amostra. • Foco luminoso: emprega luz artificial que é emitida através de uma lâmpada. • Condensador: é constituído, geralmente, por duas lentes que orientam e distribuem homogeneamente a luz. O diafragma é responsável por regular a quantidade de luz. • Braço: serve de apoio para as lentes e a platina (MOREIRA, 2013). As imagens obtidas em microscópio podem ser realizadas a partir de pequenos fragmentos dos minerais e pela impregnação de fragmentos de minerais em epóxi, imersos em óleo ou em lâminas delgadas. Estas são compostas de fatias de material cristalino com cerca de 30 µm de espessura e fixadas em estampas de vidro com auxílio de cimento transparente (KLEIN; DUTROW, 2012). 4.3 DIFRAÇÃO DE RAIOS X A difração de raios X é muito utilizada para investigação das fases cristalinas presentes nos minerais. A técnica apresenta inúmeras vantagens, como a rapidez, simplicidade e confiabilidade dos resultados. É importante destacar que geralmente, neste método, o mineral deve ser moído e passado em uma peneira de 45 µm (#325) a fim de garantir uma distribuição homogênea dos pós e, consequentemente, uma correta identificação de todas as fases presentes. A determinação das fases cristalinas nos minerais é possível, pois estes apresentam uma estrutura tridimensional, ordenada e periódica. Assim, quando um feixe de raios X incide em um cristal, ele interage com os átomos gerando a difração estabelecida segundo a Lei de Bragg (conforme Equação 1). Esta expressa a relação entre o ângulo de difração e a distância entre os planos para cada fase cristalina (KLEIN; DUTROW, 2012). n.λ = 2d.senθ Eq. 1 UNIDADE 1 | PLANETA TERRA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA 32 Onde: n: número inteiro λ: comprimento de onda dos raios X; d: distância entre os planos paralelos; θ: ângulo de incidência do feixe de raios X em relação a um dado plano atômico. Posteriormente, os feixes difratados são analisados por meio dos índices de Miller (hkl), que se referem a uma notação para identificar as direções e planos cristalinos. A figura a seguir mostra um exemplo de difratograma típico do baixo quartzo. FIGURA 11 − DIFRATOGRAMA DE RAIOS X DO PÓ DE UMA AMOSTRA DE QUARTZO FONTE: Klein e Dutrow (2012, p. 345) O eixo das abscissas (x) apresenta o ângulo 2θ no qual a difração ocorre. O eixo das ordenadas (y) apresenta as alturas dos picos relacionados com as intensidades das difrações. A identificação das fases cristalinas, normalmente, é realizada através da comparação de padrões de difração de raios X. Esses padrões são encontrados em registros de bancos de dados, por exemplo, o ICDD (International Centre for Diffraction Data). TÓPICO 2 | MINERALOGIA 33 4.4 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA O microscópio eletrônico de varredura (MEV) possibilita realizar imagens da morfologia dos minerais em escala micrométrica. As imagens podem ser realizadas a partir de pequenos fragmentos ou a partir de pós preparados em um porta-amostra. Se as amostras analisadas não forem condutoras, é necessário que a superfície a ser observada seja recoberta por uma camada de ouro a fim de obter imagens com boa qualidade. A figura a seguir apresenta uma fotografia e micrografias (MEV) do mineral matioliíta, pesquisado na região nordeste de Minas Gerais. FIGURA 12 − (A) FOTOGRAFIA DE AGREGADOS DE CRISTAIS PRISMÁTICOS DE MATIOLIÍTA. (B) E (C): MICROGRAFIAS (MEV) MOSTRANDO OS PRISMAS MONOCLÍNICOS, MORFOLOGIA CARACTERÍSTICA DA MATIOLIÍTA FONTE: Chaves e Ricardo (2008, p. 147) Podemos observar que não é possível identificar com clareza a morfologia do mineral matioliíta apenas analisando uma fotografia. Contudo, a partir das micrografias é possível verificar a presença nítida de prismas alongados. O princípio de funcionamento de um microscópio eletrônico de varredura (MEV) consiste em aplicar um feixe de elétrons de pequeno diâmetro sobre uma área específica das amostras. A imagem obtida pode apresentar diferentes características, dependendo do sinal emitido pela amostra. Dentre os sinais emitidos, podemos citar os elétrons secundários (ES) e os elétrons retroespalhados (EB), que são os mais utilizados para obtenção de imagens. Quando utilizado no modo de elétrons secundários, é possível fornecer imagens com altíssima definição(KLEIN; DUTROW, 2012). UNIDADE 1 | PLANETA TERRA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA 34 Além disso, existem alguns equipamentos do MEV que possuem um sistema de detecção de raios X através de dispersão de energia, como o EDS (Energy Dispersive System). Este possibilita uma análise espectral dos raios X, ou seja, é um método de análise de regiões específicas da amostra. Assim, quando o MEV é associado com o sistema EDS, é possível obter estudos mais completos sobre a amostra, por exemplo, morfológicos e composicionais. 5 PRINCIPAIS MINERAIS Segundo Maciel Filho e Nummer (2014), existe uma enorme diversidade de minerais. Contudo, cerca de 30 minerais constituem a maior parte das rochas que são conhecidas na crosta terrestre. Há uma classificação dos principais grupos de minerais conforme a composição química. Por exemplo, existem minerais que apresentam oxigênio e silício e, por isso, são classificados como silicatos. A tabela a seguir apresenta alguns dos principais grupos de minerais, baseada na sua composição química. ELEMENTOS Metais nativos Semimetais nativos Ouro Au Arsênio As Prata Ag Bismuto Bi Cobre Cu Platina Pt Não metais nativos Ferro Fe Enxofre S Diamante C Grafita C ÓXIDOS Óxidos anídricos Óxidos hidratados Cuprita CuO2 Diaspório AIO(OH) Gelo H2O Goetita FeO(OH) Cincita ZnO Manganita MnO(OH) Coríndon Al2O3 Limonita Fe(OH).NH2O Hematita Fe2O3 Bauxita Hidratados de alumínio Ilmenita TiFeO3 Psilomelano BaMnMn8O16(OH)4 Espinélio MgAl2O3 Magnetita Fe3O4 Franklinita (Fe, Zn, Mn) (Fe, Mg)2O3 Cromita FeCr2O4 Crisoberilo BeAl2O4 Cassiterita SnO2 Rutílio TiO2 TABELA 2 − CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS MINERAIS SEGUNDO SUA COMPOSIÇÃO QUÍMICA TÓPICO 2 | MINERALOGIA 35 Pirolusita MnO2 Columbita (Fe, Mn) (Nb, Ta)2O6 Uranita UO2 SULFETOS Argentita Ag2S Covelina CuS Calcocita Cu2S Cinábrio HgS Bornita Cu5FeS4 Estibina Sb2S3 Galena PbS Pirita FeS2 Blenda ZnS Marcasita FeS2 Calcopirita CuFeS2 Arsenopirita AsFeS Niquelita NiAs Molibdenita MoS2 CARBONATOS Grupo da calcita Grupo da aragonita Calcita CaCO3 Aragonita CaCO3 Dolomita CaMg(CO3)2 Witherita BaCO3 NITRATOS Nitro de sódio NaNO3 Nitro KNO3 SILICATOS Grupo do Quartzo Quartzo SiO2 Tridimita SiO2 Cristobalita SiO2 Opala SiO2.NH2O Grupo dos Feldspatos Ortoclásio KAlSi3O8 Microclínico KAlSi3O8 Albita NaAlSi3O8 Oliglocásio (Na, Ca) (Al, Si)4O8 Andesina (Na, Ca) (Al, Si)4O8 Labradorita (Na, Ca) (Al, Si)4O8 Bytownita (Na, Ca) (Al, Si)4O8 Anortita CaAl2Si2O8 Grupo das zeolitas Heulandita Ca (Al2 Si7 O18) .6H2O Estilbita Ca (Al2 Si7 O18) .7H2O Natrolita Na2 (Al2 Si2 O10) .2H2O Analcima Na (AlSi2O6) . H2O Série dos plagioclásios FONTE: Adaptado de Popp (1998, p. 24) Como pode ser visto, há uma grande variedade de minerais. O quartzo (SiO2), por exemplo, quando cristaliza em geodos, drusas ou ainda veios, exibe um hábito cristalino prismático piramidal. Normalmente é incolor, translúcido e eventualmente apresenta diferentes cores características, roxo (ametista), amarelo (citrini), verde, entre outras. Além disso, o mineral apresenta um brilho vítreo, sem clivagem, com fratura irregular e dureza 7 na escala Mohs, ou seja, risca o vidro facilmente (MACIEL FILHO; NUMMER, 2014). UNIDADE 1 | PLANETA TERRA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA 36 É importante ressaltar que, dependendo da composição química e das propriedades intrínsecas do mineral, é possível destinar uma aplicação. O quartz o, por exemplo, é amplamente utilizado na construção civil, eletrônica, fabricação de vidros, cerâmicas etc. 6 RECURSOS MINERAIS Wicander e Monroe (2009, p. 70) comentam que, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, um recurso pode ser defi nido como “concentração de material sólido, líquido ou gasoso que ocorre na natureza, dentro ou sobre a crosta terrestre, em tal forma e quantidade que a extração econômica de uma commoditie dessa concentração é atual ou potencialmente viável”. Dessa forma, um recurso representa os recursos metálicos, não metálicos, bem como os recursos energéticos. A fi gura a seguir ilustra a classifi cação dos recursos e apresenta alguns exemplos. FIGURA 13 − CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS FONTE: A autora Segundo o Anuário Mineral Brasileiro de 2017 (ano-base 2016), a classe dos recursos metálicos representou aproximadamente 77% do total da produção mineral comercializada brasileira. O valor total da produção contabilizou 71,9 bilhões de reais e com uma signifi cativa participação do ferro. Este possui uma produção centralizada especialmente nos estados de Minas Gerais e Pará (DNPM, 2017). Diante desse contexto, podemos afi rmar que os depósitos minerais apresentam um papel fundamental na economia e no desenvolvimento brasileiro. Contudo, a exploração mineral também traz algumas desvantagens para o meio ambiente e para a sociedade em geral, pois causa destruição do ecossistema, desmatamentos e também invasões de territórios. TÓPICO 2 | MINERALOGIA 37 Além disso, com o crescimento acelerado da população, há necessidade de maior consumo de bens minerais. Assim, é importante garantir o uso racional dos recursos, já que estes não são renováveis, o que significa que são fontes esgotáveis. Segundo Wicander e Monroe (2009), os Estados Unidos, por exemplo, dependem integralmente da importação de alguns metais. No ano de 1998, nenhum cobalto ou níquel foi minerado nesse país e, além disso, o magnésio, uma substância fundamental para a produção do aço, é totalmente importado. Os autores ainda salientam que o Brasil e o Canadá, quando comparados aos Estados Unidos, expressam uma dependência inferior, ou seja, grande parte dos depósitos minerais é suficiente para suprir a demanda. A utilidade dos minerais O ser humano usa, para sobreviver, muitos produtos de origem animal: ovos, leite, carne, couro, pele, óleo etc. Da mesma maneira, aproveita inúmeros produtos vegetais: arroz, feijão, trigo, milho, algodão, centeio, cevada, frutas, verduras, legumes etc. Esses produtos fazem parte da nossa vida e utilizamos todos os dias, sempre que nos alimentamos. Contudo, embora não tão visíveis e de presença mais difícil, às vezes, de perceber, os produtos extraídos do reino mineral são igualmente importantes e imensamente variados, como veremos a seguir. Eles, porém, têm uma fundamental diferença em relação àqueles de origem animal e vegetal: não são renováveis. Seu processo de formação é lento quando comparado com a vida humana. Devem ser considerados recursos finitos, ou seja, quando extraímos uma vez só de um determinado lugar. Podem, sim, ser reciclados, como se faz com as latas de alumínio, mas a produção original não se renova. Metais Os minerais fornecem os metais, indispensáveis para a fabricação tanto de coisas enormes, como aviões, quanto daquelas minúsculas, como alfinetes, clipes ou percevejos. O alumínio tem mais de 4.000 aplicações diferentes, sendo usado em navios, automóveis, aviões, utensílios domésticos (como panelas), embalagens, tintas, esquadrias de janelas, abrasivos, cimento, refino do petróleo, tijolos refratários e explosivos. Ele é extraído principalmente da bauxita, um solo argiloso e leve que se forma em regiões tropicais. Pode ser obtido também de minerais como criolita, nefelina, alunita e leucita. UNIDADE 1 | PLANETA TERRA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA 38 O antimônio é usado principalmente na forma de ligas com chumbo, que servem para baterias, tubos de pasta dentífrica, soldas, tintas e balas de revólver, por exemplo. Também em fogos de artifício, fósforos, medicamentos, vidros e em cerâmica. O metal é extraído de pelo menos sete minerais, dos quais o principal é a estibinita. O chumbo é extraído de sete minerais. O principal é a galena. Ele é principalmente utilizado em baterias (40% do consumo), como aditivo na gasolina e como isolante de raios X, em tintas, vidros especiais (os chamados cristais), corantes, inseticidas e em projéteis de armas de fogo. O cobre, bom condutor de calor e eletricidade, é usado em fios elétricos, na fabricação de bronze
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