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UNID 4 ESTILO DE VIDA, SAUDE E MEIO AMBIENTE

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03/06/22, 11:59 Estilo de vida, saúde e meio ambiente
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ESTILO	DE	VIDA,	SAÚDE	E	MEIO	AMBIENTE
UNIDADE 4 - EDUCAR E AVALIAR A SAU� DE
DAS POPULAÇO� ES
Autoria: Lucianna Schmitt – Revisão técnica: Renata Bazante Rodrigues
03/06/22, 11:59 Estilo de vida, saúde e meio ambiente
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Introdução
As Ações em Saúde Pública (ASP) podem atuar em diferentes setores da sociedade e com os mais diversos
objetivos. ASP são intervenções e programas realizados, na maioria das vezes, pelos próprios governos, o que
implica em utilização de �inanciamento público. Para poder planejar metas e investimentos em saúde é
essencial ter uma avaliação constante das ASP para monitorar as ações em atividades, a �im de garantir bons
resultados. Para se ter sucesso na implementação de uma ASP, nas ações de promoção de saúde de educação
ambiental, é necessário o envolvimento da comunidade nas decisões das prioridades de saúde. A função
essencial da saúde pública de “garantia” compreende as responsabilidades dos governos para criarem
regulamentações em saúde que sejam claras e e�icazes, para que o sistema de saúde seja de fato universal e
atenda às demandas da população.
As ASP também contemplam as ações que envolvem educação ambiental, pois a saúde humana depende
também do cuidado com o meio ambiente e, por isso, a educação ambiental é essencial para a ASP. Além
disso, a promoção do autocuidado é fundamental, e depende de serviços de saúde acessı́veis para que as
pessoas possam se cuidar.
Bons estudos!
4.1 Avaliação de Ações em Saúde Pública
A primeira função da Saúde Pública é a avaliação, ela compreende o monitoramento, diagnóstico e
investigação das preocupações e riscos de saúde. O Institute of Medicine (IOM) observa que a avaliação inclui
“todas as atividades envolvidas no conceito de diagnóstico de comunidade, como vigilância, identi�icação de
necessidades, análise das causas de problemas, coleta e interpretação de dados, rastreio, monitoramento e
previsão de tendências, pesquisa e avaliação de resultados” (IOM, 1988 p. 34). A avaliação ajuda na tomada de
boas decisões programáticas e precisa ocorrer antes que os departamentos de saúde realizem a fase de
desenvolvimento de polı́ticas.
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#PraCegoVer: a imagem mostra uma reunião de equipe de saúde. São quatro pessoas ao redor de uma mesa.
Em cima da mesa tem um notebook e papéis. Uma das pessoas segura um �ilme radiográ�ico.
 
A avaliação em saúde pública veri�ica o potencial de dano de determinadas substâncias ou agentes biológicos
causadores de doenças, indicadores de saúde e preocupações comunitárias relacionadas à saúde. A avaliação
também é utilizada para veri�icar se são necessárias ações de educação e promoção de saúde em determinada
comunidade ou paı́s. Na saúde pública, também está compreendida a saúde ocupacional e ambiental, isto é,
cabe ao setor saúde avaliar se existe insalubridade nos locais de trabalho ou contaminação ambiental que
possa prejudicar a saúde das pessoas e dos ecossistemas afetados.
Figura 1 - Reunião de equipe
Fonte: Micolas, Mediapool, 2020.
VOCÊ SABIA?
Os observatórios são iniciativas sem �ins lucrativos que têm como objetivo
monitorar, emitir relatórios e debater determinados temas a que se propõem.
Existem observatórios sobre questões econômicas, sobre saúde, direitos humanos,
entre outros. Os observatórios são, normalmente, ligados às instituições de ensino
superior que vão promover.
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Para avaliar as ações em saúde, utiliza-se dados e informações que permitam averiguar impactos à saúde
anteriores, atuais ou futuros a �im de desenvolver recomendações, estudos e normas que possam eliminar ou
reduzir esses impactos (ATSDR, 2005; CONLEY; VAGI; HORNEY, 2014).
4.1.1 Diferença entre avaliação e monitoramento em saúde
A avaliação envolve fazer um julgamento, uma análise, sobre informações disponı́veis para que se possa
planejar uma ação ou projetos. A avaliação permite que a gestão em saúde seja feita com qualidade cientı́�ica,
isto é, baseada em dados de qualidade e que podem realmente gerar resultados (CASSIOLATO, 2010).
A avaliação em saúde é um processo crı́tico-re�lexivo sobre práticas e processos desenvolvidos
no âmbito dos serviços de saúde. E� um processo contı́nuo e sistemático cuja temporalidade é
de�inida em função do âmbito em que ela se estabelece. A avaliação não é exclusivamente um
procedimento de natureza técnica, embora essa dimensão esteja presente, devendo ser entendida
como processo de negociação entre atores sociais. Deve constituir-se, portanto, em um processo
de negociação e pactuação entre sujeitos que partilham corresponsabilidades. O processo de
avaliação é mediado por relações de poder. Isto não deve ser ignorado por quem tem a
responsabilidade de conduzi-lo, sendo fundamental reforçar a implementação de mecanismos que
assegurem a participação democrática dos envolvidos. (BRASIL, 2005, p. 18)
O monitoramento envolve a observação, coleta e análise constante dos dados. Quando se trata de uma ação
em saúde, o monitoramento é utilizado para avaliar os passos dessa ação e seus efeitos, a �im de fazer uma
comparação com os resultados esperados e veri�icar se é necessário mudar algum planejamento para garantir
que os objetivos da ação sejam alcançados.
Compreende-se monitoramento como parte do processo avaliativo que envolve coleta,
processamento e análise sistemática e periódica de informações e indicadores de saúde
selecionados com o objetivo de observar se as atividades e ações estão sendo executadas
conforme o planejado e estão tendo os resultados esperados. (BRASIL, 2005, p. 20)
A avaliação de polı́ticas públicas, a qual inclui as polı́ticas de saúde, é um tema que tem evoluı́do bastante nas
últimas décadas, em razão da informatização dos dados e da transparência na sua divulgação. As polı́ticas de
saúde devem ser embasadas nas manifestações de prioridades da população envolvida e nos indicadores
sociais, demográ�icos e de saúde (CASSIOLATO, 2010; SECCHI, 2013).
4.1.2 Por que avaliar as ações em saúde pública?
Ações em saúde pública, sejam elas polı́ticas robustas (como o Sistema U� nico de Saúde) ou programas
pontuais (como as campanhas de vacinação), visam atuar na prevenção e controle de doenças, agravos à
saúde ou mortes. Para que se perceba resultado satisfatório nesses objetivos, muitas vezes as ações serão
direcionadas aos comportamentos e hábitos de vida da população que podem gerar resultados desejados
(TREVOR et	al., 2011).
As modi�icações que almejam ser alcançadas em saúde pública exigem tempo e compromisso de todos os
setores envolvidos, por isso, o monitoramento das ações é fundamental para garantir a continuidade e
sucesso das mesmas (CONLEY; VAGI; HORNEY, 2014). Como exemplo, podemos citar o comportamento de
consumo de tabaco no Brasil, que levou alguns anos para mudar, mas teve importantes reduções no
percentual de fumantes. Além disso, os programas em saúde atuam em diferentes realidades
simultaneamente, nesse sentido, a avaliação é importante para garantir que as adaptações necessárias sejam
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feitas. Um programa que envolva promoção da alimentação saudável deve contemplar tanto o público que
possui poder aquisitivo e se alimenta mal, quanto o público que se alimenta mal por não ter poder aquisitivo.
Um paı́s pode ter diferentes realidades sociais e comunitárias, por vezes, é necessário que uma polı́ticaseja
adaptada em determinada região para garantir o seu sucesso.
4.1.3 Função da garantia da saúde pública
Quando uma avaliação é realizada e as necessidades de saúde e as prioridades de uma população de destino
são identi�icadas, há duas maneiras de abordar os possı́veis desa�ios à saúde pública. Uma maneira é o
desenvolvimento de polı́ticas voltadas à saúde, uma das funções principais da saúde pública.
O IOM a�irma que o desenvolvimento de polı́ticas "é o processo pelo qual a sociedade toma decisões sobre
problemas, escolhe metas e meios adequados de alcançá-las, lida com pontos de vista con�litantes sobre o
que deve ser feito e aloca recursos" (IOM, 1988 p. 73). O desenvolvimento de polı́ticas de saúde pública
depende de:
Informar e educar a população de interesse sobre
os problemas que precisam ser enfrentados e
como as pessoas podem trabalhar para combatê-
los.
Mobilizar os recursos e as organizações para que
exista uma parceria que aborde as necessidades
da comunidade.
Criar polıt́icas e regulamentações que apoiem a
adoção de comportamentos saudáveis ou a
capacidade de buscar e ter acesso aos cuidados.
Essas polı́ticas podem ser direcionadas a escolhas individuais, como tornar áreas públicas livres de tabaco,
ou podem ser mais generalizadas, como criar padrões de imunização nacionais para crianças de até cinco
anos. Porém, estabelecer uma nova polı́tica não signi�ica, necessariamente, que os resultados de saúde serão
aprimorados. E é por isso que a saúde pública tem a função de garantir que as necessidades de saúde da
comunidade sejam atendidas e alcançadas com sucesso. 
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#PraCegoVer: a �igura ilustra uma famı́lia no centro de várias ações de saúde.
 
A garantia, função central da saúde pública, trata de certi�icar que a regulamentação legislativa e a qualidade
dos serviços públicos sejam mantidas. A determinação do quão bem as atividades associadas às garantias
foram implementadas está ligada à avaliação. Na função de garantia da saúde pública, os pro�issionais
costumam:
Figura 2 - Famı́lia e saúde
Fonte: venimo, Shutterstock, 2020.
aplicar leis e regulamentos que protegem a saúde; 
vincular indivı́duos aos serviços de saúde adequados ou fornecer cuidados quando os serviços
não estiverem disponı́veis; 
garantir uma equipe bem treinada; 
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A função de garantia fornece as ferramentas necessárias para que o trabalho seja feito. Esse domı́nio cria uma
estrutura para os governos e agências de saúde veri�icar duplamente suas intenções em relação aos resultados
de saúde reais (IOM, 1988).
Uma das maiores barreiras para a execução da função de garantia na saúde global é que, muitas vezes, as
nações em desenvolvimento não são capazes de realizar o monitoramento e a avaliação, ações necessárias aos
projetos. Isso não quer dizer que paı́ses e comunidades não enxergam o valor na realização de uma função de
garantia. O problema é o fato de não ter pro�issionais capacitados e treinados o su�iciente, orçamentos
direcionados para uma análise adequada dos impactos de polı́ticas, intervenção e pesquisa, além de cuidados
de saúde inacessı́veis ou insustentáveis para o uso da comunidade. E� preciso que dados consistentes sobre os
custos e benefı́cios de planos de melhoria da saúde sejam obtidos, caso contrário, o argumento pelo
investimento em saúde global e planos de melhoria da saúde se torna fraco (WHO, 2007; UNICEF, 2016).
Se os resultados sobre o investimento para combater condições de saúde — como má nutrição, ou doenças
especı́�icas, como tuberculose — não forem monitorados, torna-se difı́cil implementar mudanças. Uma
redução na dinâmica de saúde entre os paı́ses poderia levar a maior desigualdade de saúde entre classes
avaliar as intervenções e estratégias atuais para con�irmar seu valor no aprimoramento da saúde
da comunidade; 
conduzir pesquisas contı́nuas sobre novos problemas, novas soluções e inovações a �im de
auxiliar os esforços de saúde pública. 
VOCÊ QUER VER?
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) premiou uma
iniciativa de criação de grupos de caminhada para as unidades básicas de saúde. O
Programa Promoção de Atividades Fıśicas em Unidades de Saúde foi o vencedor do
Prêmio Mais Movimento. Será que na sua cidade tem alguma iniciativa semelhante?
Assista ao vıd́eo Programa	 Promoção	 de	 Atividades	 Físicas	 em	 Unidades	 Básicas	 de
Saúde para saber mais: https://www.youtube.com/watch?v=a7Taw9gRjQw
(https://www.youtube.com/watch?v=a7Taw9gRjQw).
https://www.youtube.com/watch?v=a7Taw9gRjQw
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socioeconômicas e entre regiões desenvolvidas e em desenvolvimento do mundo. A função de garantia auxilia
os paı́ses a desenvolverem pro�issionais capacitados para reagir às necessidades de saúde das comunidades,
reduzindo barreiras para acessar ou arcar com cuidados de saúde, garantindo que polı́ticas de saúde pública
e�icazes entrem em vigor e sejam cumpridas, avaliando o sucesso e as falhas de intervenções de saúde
anteriores e pesquisando novas oportunidades para aprimorar os resultados. Os impactos dessa função
podem durar por gerações (WHO, 2007; UNICEF, 2016).
4.2 Quais são as etapas de uma avaliação de ação em saúde
pública?
A ASP é feita em seis etapas que contemplam o envolvimento das pessoas, descrição da ASP, metodologia de
avaliação, consolidação de evidências, conclusões e compartilhamento da informação produzida.
4.2.1 Etapas da avaliação de ações em saúde pública
De acordo com o departamento de Saúde dos Estados Unidos (2011), as etapas são independentes e não
precisam, necessariamente, acontecer nesta ordem, são elas:
Engajamento dos atores envolvidos: atores, nesse contexto, são
as pessoas ou organizações envolvidas com a ASP. Essa etapa
considera envolver as pessoas afetadas pela ASP, no caso a
população, os profissionais de saúde, as organizações envolvidas,
tais como secretarias de saúde ou serviços de saúde. O
envolvimento desses atores na avaliação da ASP aumenta a
credibilidade da ação e a chance de sucesso nos seus resultados.
Descrição da ASP: essa etapa diz respeito à busca por
informações sobre a ASP, que são essenciais para poder avaliá-la.
Essas informações são os objetivos e resultados esperados, os
planos estratégicos de ação, os planos de comunicação e
marketing (quando houver), e indicadores já existentes dessa
ação.
Foco de Avaliação: em ações amplas, muitas vezes é necessário
focar em qual parte da ASP a avaliação se destina. Por exemplo,
uma Política de Atenção Básica à Saúde tem muitos objetivos e
frentes de atuação, como as unidades de saúde, o gerenciamento
de informações, a organização das equipes de saúde, entre outras.
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#PraCegoVer: a imagem mostra uma pessoa analisando dados e realizando cálculos.
 
Consolidação das evidências: para uma avaliação ser bem
conduzida é necessário buscar informações confiáveis e de fontes
pertinentes ao que se está avaliando. Essa etapa contempla a
definição dos dados que serão utilizados para avaliar, a
necessidade de entrevistar pessoas ou não e quais pessoas devem
ser entrevistadas.
Justificativa das conclusões: as conclusões avaliativas realizadas
devem ter uma justificativa baseada nos dados e evidências
coletados durante o processo de avaliação. Também pode ser feita
uma comparação com outras ASP de mesmo objetivo, que tenham
sido executadas em comunidades ou países diferentes, a fim de
poder apontar possíveis soluções.
Assegurar a divulgação das informaçõesgeradas: etapa que dá
publicidade à avaliação feita, isto é, torna público os resultados da
avaliação para a população em geral.
4.2.2 Qual o papel da comunidade na avaliação da Saúde Pública?
Figura 3 - Avaliação de processos
Fonte: Natee Meepian, Mediapool, 2020.
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Muitas vezes, é utilizada uma Avaliação da Saúde da Comunidade (ASC), para identi�icar as de�iciências na
saúde de uma comunidade. A maneira de fazer isso é coletar e analisar diversas fontes de dados, relacionados
a fatores de risco, ativos da comunidade, taxas de doença e mortalidade, demogra�ia, programação de ações de
saúde e recursos de saúde pública, entre outros fatores (ROSENBAUM, 2013; PENNEL et	al., 2017).
#PraCegoVer: a �igura mostra várias mãos unida, umas sobre as outras como demonstração de trabalho em
equipe.
 
Infelizmente, não há um conjunto consistente de diretrizes para de�inir quais são os recursos necessários para
realizar uma avaliação completa da comunidade. Cada resultado ou determinante de saúde tem suas próprias
medições essenciais, que devem ser incluı́das na avaliação. Por exemplo, se um grupo de pro�issionais de
saúde quiser conduzir uma avaliação de saúde da comunidade para veri�icar o ambiente fı́sico de uma
população de interesse, em relação a seus determinantes de saúde, a equipe precisará de dados sobre moradia,
qualidade do ar, qualidade da água, saneamento, polı́ticas locais e a infraestrutura disponı́vel na comunidade
(ROSENBAUM, 2013; CONLEY; VAGI; HORNEY, 2014). Entretanto, se essa equipe quiser avaliar os
comportamentos de saúde de uma comunidade, serão considerados dados sobre o uso de tabaco na região, a
quantidade de atividade fı́sica em cada grupo etário, quais são os aspectos nutricionais e os horários das
refeições nas casas e nas escolas, as práticas sexuais e reprodutivas de homens e mulheres, se os membros da
comunidade consomem álcool ou usam drogas ilegais e até mesmo se as crianças são imunizadas
periodicamente.
As ASC mais e�icazes necessitam do envolvimento da comunidade no processo para garantir que os cidadãos
da área de interesse possam dar suas opiniões sobre preocupações de saúde. Além disso, as ASC também
ajudam a priorizar as situações, para que as áreas problemáticas sejam cobertas pela programação da saúde
pública proporcionalmente. Envolver as pessoas da comunidade em todos os aspectos da avaliação de saúde
ajuda a criar formas de avaliação mais sustentáveis e com maiores chances de sucesso no futuro.
Uma avaliação das necessidades de saúde da comunidade não pode ser inteiramente avaliada ou
compreendida se for feita apenas uma vez. As necessidades e desa�ios de saúde mudam junto com a
comunidade (ROSENBAUM, 2013).
Figura 4 - Trabalho em equipe
Fonte: Jacob Lund, Mediapool, 2020.
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De acordo com os autores Conley, Vagi, Horney (2014) e Pennel et	al.	(2017), uma avaliação das necessidades
de saúde da comunidade:
Descreve a condição de saúde da população local e permite
identificar os principais fatores de risco, bem como seus
causadores. 
Permite detectar as ações necessárias para resolver fatores de
risco e problemas de saúde. 
 
Avaliações das necessidades de saúde da comunidade são importantes porque: 
Facilitam o planejamento e implementação de programas de
saúde pelos profissionais de saúde. 
Aplicam justiça social e geram equidade de saúde para uma
população. 
Garantem que o financiamento e recursos utilizados sejam
aplicados de forma eficiente para a população. 
Geram oportunidades de colaboração entre membros da
comunidade. 
 
As etapas para realizar uma avaliação das necessidades de saúde da comunidade envolvem as ações de:
Definir o perfil das pessoas que constituem a comunidade. 
Coletar informações relevantes sobre a saúde e as necessidades
de saúde da população. 
Analisar essas informações para revelar os maiores riscos à saúde. 
 
Com a ASC concluı́da, os pro�issionais de saúde pública podem:
Definir prioridades. 
Planejar programas de saúde pública para cobrir as necessidades
da comunidade. 
Implementar as atividades/programas de saúde pública. 
Avaliar as atividades/programas para verificar seu impacto sobre
os resultados de saúde da comunidade. 
 
Avaliações de necessidades devem ser realizadas periodicamente para garantir que a programação de saúde
pública esteja alinhada com as prioridades da comunidade. Avaliações de saúde contı́nuas também podem
servir como ferramentas de avaliação para garantir o sucesso de uma intervenção ou indicar áreas para
melhoria (CONLEY; VAGI; HORNEY, 2014; PENNEL et	al.	2017).
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4.3 Sistemas de saúde
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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um sistema de saúde é o conjunto de ações e serviços
que visam à promoção, manutenção ou restauração da saúde. De uma forma geral, a OMS estabelece que um
sistema de saúde deve contar com: hospital geral e especializado, organização de regiões de referência a serem
atendidas por cada hospital, serviços de atenção primária à saúde, serviços ambulatoriais, serviço de
urgência e emergência e serviços de cuidados de longo prazo para pacientes acamados (WHO, 2009).
Os departamentos de saúde pública, como componentes do sistema de saúde, fornecem diversos tipos de
serviços de saúde diretos a �im de prevenir e controlar doenças que ameaçam a saúde pública. O sistema de
saúde pode estar na linha de frente quando se trata de identi�icar novas apresentações de doenças clı́nicas, que
podem sinalizar uma epidemia. Por exemplo, um paciente em busca de cuidados médicos para uma tosse ou
febre pode indicar uma nova variedade de gripe surgindo na comunidade, como foi o caso da pandemia do
COVID-19, alertada meses antes de iniciar os surtos locais na China.
4.3.1 Sistemas de saúde nos diferentes tipos de países
Comumente, a organização de um sistema de saúde nacional depende do nı́vel de rendimento do paı́s. Os
sistemas de saúde são organizados em três nı́veis de cuidados: primário, secundário e terciário. Em paı́ses de
alta renda, os nı́veis de cuidado são baseados na diferença de complexidades de situação e enfermidade. O
fornecimento de um cuidado primário ocorre no consultório médico, onde o pro�issional de saúde provê
cuidados diretos ao paciente. Essa interação costuma acontecer perto de casa. Se assistência adicional for
necessária, como uma cirurgia ou um tratamento especı́�ico da doença, cuidados secundários podem ser
fornecidos em um hospital ou ambulatório. Os hospitais �icam em áreas mais urbanas. Se um tratamento
ainda mais especı́�ico for necessário, cuidados terciários poderão ser obtidos em hospitais especializados.
Esses hospitais especializados costumam estar localizados em cidades maiores (CIAPONI et	 al., 2017;
WIYSONGE et	al., 2017).
No entanto, em paı́ses de renda baixa a média, os nı́veis de cuidados no sistema de saúde estão relacionados à
geogra�ia e ao tamanho da população. As organizações de saúde nessas regiões lidam com o despreparo de
funcionários do sistema de saúde, recursos inadequados, baixo �inanciamento, baixa qualidade das
instalações e insu�iciente ou ultrapassada tecnologia médica. Nesses paı́ses, um centro de cuidados primários
pode atender um número excessivo de pessoas, recrutando funcionários do setor da saúde despreparados pela
falta de recursos. O cuidado secundário reserva-se aos hospitais de distritos, já o cuidado terciário talvez seja
obtido somente em um hospital nacional. Enquanto a organização e o �inanciamento do sistema de saúde
nacional diferem com base na renda enas polı́ticas do paı́s, a possibilidade de acesso a todos os nı́veis de
saúde que o paciente necessita pode variar signi�icativamente de acordo com os recursos da famı́lia. Isso
signi�ica que, mesmo em paı́ses com renda maior, as populações menos bene�iciadas podem não obter a
mesma qualidade de atendimento (CIAPONI et	al., 2017; WIYSONGE et	al., 2017).
A falta de tecnologias aplicadas à saúde costuma ser veri�icada em diversos paı́ses, em determinadas regiões
com o menor acesso à inovação, isto implica maiores necessidades médicas. Essa relação inversa reforça a
divisão da saúde entre paı́ses de alta e baixa renda. Estima-se que, em paı́ses em desenvolvimento, 40% do
equipamento médico disponı́vel não funciona em contraste absoluto com paı́ses desenvolvidos, em que
menos de 1% das tecnologias da saúde não funcionam (LEWIS et	al., 2012).
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Para diversos paı́ses, principalmente nas áreas rurais, eletricidade estável é um grande problema. Sem
eletricidade, um hospital não pode operar equipamentos médicos básicos, como geladeiras e freezers para
armazenar medicamentos, amostras de pacientes para diagnóstico ou vacinas, e os médicos não podem
realizar exame de ultrassom, usar incubadoras, microscópios, raio x e esterilizar equipamentos de
procedimento, como fórceps e bisturi. Resı́duos hospitalares devem ser destruı́dos corretamente para garantir
a segurança, mas em diversos hospitais em paı́ses de baixa renda, o descarte adequado não ocorre, o que leva
a problemas de contaminação e exposição a perigos biológicos em potencial a funcionários e pacientes.
Soluções inovadoras para esses problemas continuam sendo criadas por meio do uso de materiais de baixo
custo. Por exemplo, alguns paı́ses em desenvolvimento estão transformando fontes de energia renovável para
fornecer eletricidade a hospitais e equipamentos médicos (CIAPONNI et	al., 2017; WIYSONGE et	al., 2017).
4.3.2 Componentes fundamentais para um bom funcionamento de um
sistema de saúde
De acordo com a OMS, um sistema de saúde com um bom funcionamento consegue responder de forma
equilibrada às necessidades e expectativas da população por meio de ações como:
Melhorar dos níveis de saúde dos indivíduos, famílias e
comunidades.
Proteger a população de ameaças à saúde.
Proteger as pessoas das consequências econômicas, que geram
má condição de saúde.
VOCÊ O CONHECE?
Os Ministérios da Saúde e da Educação promovem recursos abertos e gratuitos de
formação pro�issional para os pro�issionais da saúde. Em um paıś tão grande como o
nosso, as plataformas de aprendizado facilitam a quali�icação dos pro�issionais do SUS
e garantem o desenvolvimento técnico das equipes que atuam junto à população. A
principal plataforma de cursos é a plataforma AROUCA do UNASUS, que oferece
recursos educacionais que os pro�issionais de saúde podem utilizar no seu dia a dia
com os pacientes. Os cursos são abertos a todas as pessoas, mesmo que não formadas.
Con�ira em: https://www.unasus.gov.br/cursos/sobre
(https://www.unasus.gov.br/cursos/sobre).
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https://www.unasus.gov.br/cursos/sobre
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Prover cuidados em saúde centrados nas pessoas e de forma
equitativa.
Possibilitar que as pessoas participem das decisões que afetam a
sua saúde e o sistema de saúde em que são atendidas (KEY, 2010).
4.3.3 Sustentabilidade e bom funcionamento dos sistemas de saúde
De acordo com a OMS, em suas diretrizes para um bom funcionamento de saúde, existem elementos chave
para que os sistemas de saúde possam se sustentar e funcionar bem (KEY, 2010). Veja quais são.
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Assegurar que as autoridades assumam a responsabilidade por dirigirem o sistema de saúde e
enfrentem futuros problemas de saúde pública. Formas transparentes e acessı́veis de formular as
ASP baseadas nos parâmetros de saúde e com a participação comunitária. Mecanismos que
responsabilizem os parceiros dos governos no seu papel no sistema de saúde, por exemplo,
instituições �ilantrópicas e parcerias público-privadas.
Uma boa governança só é possı́vel com informações de qualidade sobre os desa�ios em saúde a
serem enfrentados. E� necessário ter pesquisas que envolvam entrevistas domiciliares, visitas aos
locais onde as pessoas moram, vigilância epidemiológica, entre outros. Além disso, é importante
ter �inanciamento de sistemas de informação, plano de monitoramento de saúde e estratégias para
tornar essas informações acessı́veis a todos a �im de fomentar estudos e pesquisas. No Brasil,
temos como exemplo o sistema DATASUS que contém os registros de atendimentos do SUS. 
O �inanciamento pode ser uma ferramenta essencial para melhorar a saúde e reduzir as
iniquidades. A cobertura universal do sistema de saúde a todas as pessoas é e�icaz em promover a
melhoria da saúde da população como um todo. Para que o �inanciamento seja e�icaz, é necessário
ter regulamentações claras sobre a alocação de recursos e transparência de prestação de contas. 
A força de trabalho em saúde é fundamental para poder atender às expectativas de saúde e alcançar
os melhores resultados possı́veis. Para isso, é necessário ter quantidade e diversidade su�iciente de
pro�issionais, remuneração que motive os trabalhadores, mecanismos que permitam que os
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Liderança	e	governança	
Sistemas	de	Informação	em	Saúde	
Financiamento	do	Sistema	de	Saúde	
Recursos	Humanos	para	a	Saúde	
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4.3.4 Conhecendo os sistemas de saúde de alguns países
Os sistemas de saúde são diferentes em cada paı́s, alguns são de acesso gratuito para a população e
�inanciados somente com os impostos. Outros são mistos, isso é, a população paga um percentual sobre o
valor de determinados serviços, e outros são gratuitos no momento de uso, pois são �inanciados com os
impostos. O sistema de saúde do Reino Unido é o National Health System (NHS), Sistema Nacional de Saúde
em português, ele é gratuito para a população e �inanciado com os impostos. O modelo do SUS é baseado
nesse sistema, que surgiu em 1948, ou seja, 40 anos antes do SUS. O sistema NHS possui os centros médicos
que são semelhantes às unidades básicas de saúde (UBS) do Brasil, os centros de consultas e hospitais. No
Reino Unido os planos de saúde privados são poucos e têm baixa cobertura de serviços, diferentemente do
Brasil. Alguns serviços do sistema são pagos diretamente pela população como os remédios e odontologia; no
Brasil esses serviços são cobertos pelo SUS. No Canadá, o sistema é totalmente gratuito para todos os
residentes. Os moradores possuem assistência média por médicos da especialidade de saúde da famı́lia,
conforme a sua região de moradia, a partir do atendimento com esse pro�issional as pessoas são direcionadas
para os demais serviços de saúde, caso seja necessário.
setores públicos e privados de saúde cooperem entre si. 
O acesso universal à saúde depende fortemente de medicamentos, vacinas e tecnologias de saúde a
valores acessı́veis às nações. Economicamente, os medicamentos representam o segundo maior
custo nos orçamentos de saúde. 
Os sistemas de saúde têm sua e�iciência proporcional aos serviços prestados. E� necessário que
tenham serviços de atenção primária divididos por regiões geográ�icas de referência e uma rede de
atenção à saúde composta por um rol de serviços em todos os nı́veis de atenção à saúde. 
Sistema regulatório e �iscalizador de medicamentos e procedimentos de saúde, lista nacional de
medicamentos essenciais, sistema de distribuição que assegure a chegada de insumos a todas as
partes do paı́s, monitoramento de preços e orientações para a prescrição racionale uso de
medicamentos. 
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Produtos	e	tecnologia	de	saúde	essenciais	
Prestação	de	Serviços	
Outros	componentes-chave	
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https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=12298 16/22
Na Austrália, existe o sistema Medicare que é universal e gratuito aos cidadãos australianos residentes e
pessoas com visto temporário, esse sistema fornece atendimentos em todos os nı́veis de atenção e uma boa
parte dos medicamentos, contudo alguns serviços não são cobertos pelo sistema: ambulância e remoção de
paciente, odontologia e �isioterapia. Na França, o sistema de saúde é �inanciado mediante pagamento de uma
taxa que é obrigatória para todos os moradores que trabalham no paı́s. As pessoas que estão sem emprego ou
em situação de vulnerabilidade podem utilizar o sistema mesmo que não paguem a taxa obrigatória. A
cobertura da maioria dos serviços é gratuita, mas alguns cobram uma parte do valor ao cidadão (SIMERS,
2016).
CASO
Em torno de 1 bilhão de pessoas no mundo são fumantes. No Brasil, as doenças
relacionadas ao tabagismo custam em torno de 57 bilhões de reais. Para cada 1 real
arrecadado em imposto pela venda de cigarros, é gasto 8 reais no sistema de saúde
com as doenças derivadas dele (INCA, 2020). O Brasil é referência no controle do
tabaco, iniciou suas polıt́icas no assunto ainda em 1960 e, em 1985, criou o primeiro
Grupo Assessor para Controle do Tabagismo no Brasil. A medida de controle do uso
de tabaco de maior sucesso na polıt́ica brasileira foi a criação de espaços livres de
tabaco, que contou com uma grande campanha de educação e conscientização da
população, além de medidas punitivas aos estabelecimentos que permitissem o fumo
dentro dos espaços e áreas fechados. O Brasil também proibiu a propaganda de
empresas do setor e o patrocıńio delas a eventos. O aumento da taxação de imposto
sobre esses tipos de produtos foi uma ação que desestimulou muitos a iniciarem o
uso de tabagismo e ao mesmo tempo permitiu maior arrecadação de dinheiro para o
governo. Como efeito colateral da taxação do cigarro, o governo previu o aumento no
contrabando de mercadoria ilegal à base de tabaco, então, concomitante a essas
ações, o Brasil combate extensivamente o contrabando de cigarros ilegais. Com todas
essas ações, o Brasil conseguiu reduzir a prevalência de fumantes de 35%, em 1993,
para 15% da população, em 2013 (PORTES et	al., 2018).
4.4 Promoção de saúde
Atualmente, falar sobre promoção da saúde é mais importante do que falar sobre os problemas de saúde. O
mundo enfrenta uma tripla carga de doenças, que se dá na coexistência das doenças infecciosas, as
de�iciências nutricionais e as doenças não transmissı́veis.
O avanço das tecnologias, a rápida urbanização das cidades, a facilidade nas viagens internacionais, e a
agilidade do comércio global aumentam a vulnerabilidade das pessoas para uma piora em sua saúde em razão
do sedentarismo, alimentação de baixa qualidade nutricional e outros fatores de risco que aumentam as
03/06/22, 11:59 Estilo de vida, saúde e meio ambiente
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chances para Doenças e Agravos à Saúde não Transmissı́veis (DANT), como diabetes, hipertensão e câncer
(KUMAR; PREETHA, 2012).
4.4.1 Ações de promoção de saúde
As ações de promoção de saúde devem abordar diversas intervenções e frentes de atuação. Toda a população
pode ser dividida em quatro grupos, para poder realizar ações de promoção de saúde: população saudável,
população com fatores de risco, população com sintomas e população adoecida. De forma que será possı́vel
fazer ações de prevenção para a população saudável e com fator de risco, e ações de recuperação de saúde para
os que já apresentam sintomas ou estão adoecidos. 
#PraCegoVer:	o quadro anterior apresenta a estrutura de abordagens em promoção de saúde, conforme grupo
populacional.
 
A promoção da saúde da população adulta é mais direcionada para a redução das DANTS por meio de ações
como:
Aumentar os espaços livres de tabaco e inserir programas
antitabagismo.
Aumentar do acesso à alimentação saudável e atividade física.
Promover mudanças de estilo de vida por meio de programas de
autocuidado.
Promover a saúde reprodutiva das mulheres.
Promover serviços clínicos focados na promoção de saúde.
Promover a saúde bucal e a fluoração da água.
Promover a qualidade do sono. 
4.4.2 Promoção da educação ambiental e autocuidado 
Quadro 1 - Modelo Conceitual de abordagens para a promoção de saúde da população
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em KUMAR; PREETHA, 2012
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Como forma de promoção de saúde a OMS propôs a criação de diferentes ambientes promotores de saúde, tais
como escolas e locais de trabalho (KUMAR; PREETHA, 2012). 
VOCÊ QUER LER?
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) lançou, em 2016, o
projeto Escolas Ativas que faz parte de uma sequência de instruções sobre como
promover o desenvolvimento humano nos paıśes. A PNUD coloca a escola como centro
de desenvolvimento da comunidade, com potencial de melhorar as habilidades dos
membros mais jovens. A Secretaria Estadual de Educação de Maceió colocou na prática
o Projeto Escolas Ativas e teve resultados muito interessantes sobre o desenvolvimento
dos jovens.
No primeiro capıt́ulo do livro Caderno	de	Desenvolvimento	Humano	sobre	Escolas	Ativas
em	Maceió:	tornando	escolas	mais	ativas, você pode compreender melhor o papel que
as escolas tem na promoção da saúde. Que tal propor uma dessas ações em uma escola
da sua cidade?
Acesse-o
em: https://www.undp.org/content/dam/brazil/docs/IDH/WEB%20EA%20MACEIO_
baixa.pdf
(https://www.undp.org/content/dam/brazil/docs/IDH/WEB%20EA%20MACEIO_bai
xa.pdf ).
Programas de saúde escolar são os que apresentam melhor custo-benefı́cio de promoção de saúde,
pois in�luenciam a construção de hábitos saudáveis dos jovens. Além disso, as iniciativas
realizadas na escola bene�iciam toda a comunidade. O primeiro passo para a escola ser promotora
de saúde é ter um ambiente saudável, com água potável, alimentação escolar e higiene. 
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Escolas	Promotoras	de	Saúde	
Ambientes	de	Trabalho	Saudáveis	
https://www.undp.org/content/dam/brazil/docs/IDH/WEB%20EA%20MACEIO_baixa.pdf
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https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=12298 19/22
#PraCegoVer:	foto de uma criança com estetoscópio examinando um bicho de pelúcia. 
Estima-se que em torno de dois milhões de pessoas morram anualmente em decorrência de
acidentes de trabalho e 160 milhões adoeçam em decorrência do trabalho. Um ambiente de
trabalho saudável envolve treinamento dos colaboradores para práticas saudáveis e de segurança
do trabalho. Isso resulta em melhor qualidade de vida dos colaboradores e ganhos �inanceiros para
a empresa (KUMAR e PREETHA, 2012; FERREIRA, 2012). 
Figura 5 - A criança no processo de saúde
Fonte: �izkes, Shutterstock, 2020.
E� o processo de empregar a abordagem de promoção de saúde para avaliar, corrigir, controlar e
prevenir os fatores envolvidos com a saúde ambiental que tenham potencial de causar danos à
saúde das pessoas ou reduzir a qualidade de vida das gerações atuais ou futuras (HOWZE;
BALDWIN; KEGLER, 2012). 
E� a habilidade dos indivı́duos, famı́lia e comunidade de promoverem a saúde, prevenirem doenças,
manterem a saúde e lidarem com a doença sem necessitar de um cuidador de saúde
(NARASIMHAN, 2019; DINIZ, 2013). 
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Promoção	de	saúde	ambiental	
Autocuidado	
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https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=12298 20/22
#PraCegoVer:	foto mostra um teste de medição de glicose que o próprio paciente realiza em si. 
Esse conceito parte da premissade que os indivı́duos possuem naturalmente o comportamento de tentar
reverter problemas de saúde, e são agentes ativos em cuidar de si próprios. E� , portanto, um compromisso da
pessoa com a sua própria saúde. O autocuidado é fundamental no tratamento e prognóstico das DANTs. 
O autocuidado envolve as habilidades de poder medicar-se quando necessário, prover cuidados a
pessoas dependentes, procurar por serviços de saúde quando necessário, além dos serviços de
promoção de saúde, cuidados paliativos e reabilitação.
Figura 6 - Autocuidado nas doenças crônicas
Fonte: Montri Thipsorn, Shutterstock, 2020.
Conclusão
Você pôde aprender sobre os sistemas de saúde e sobre como realizar uma ação e uma avaliação de ações em
saúde. Esse conhecimento é fundamental para que as ações em saúde sejam e�icazes e permitam uma
melhoria constante do sistema de saúde conforme as necessidades da população.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
analisar como as ações de saúde pública podem ser avaliadas e
garantidas;
conhecer formas de realizar a promoção de saúde;
analisar a melhor abordagem de promoção de saúde conforme o
público alvo;
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https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=12298 21/22
estabelecer a relação entre a educação e promoção em saúde
com o meio ambiente e o autocuidado.
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DINIZ, D. P. (Coord). Guia	de	qualidade	de	vida: saúde e trabalho. 2. ed. Barueri: Manole, 2013. ISBN: 978-
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https://www.unicef.org/media/60296/file
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK144006/

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