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Capítulo 17 - Apuração de ato infracional

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Capítulo 17 – apuração de ato infracional
30.11.2021LEGENDA
Conceito
Prazo
Destaque
Cai em prova
Jurisprudência/súmula
Revisão 1:
Apuração de ato infracional
Apreensão e encaminhamento:
· Pode ocorrer em duas situações:
· Ordem judicial:
· Apresentação a autoridade judiciária: art. 171
· Flagrante de ato infracional
· Apresentação a autoridade policial: art. 172
· Ato infracional com violência ou grave ameaça: lavrado auto de apreensão
· Há oitiva do adolescente e testemunhas, apreensão de provas, requisição de exames e perícia
· Ato infracional sem violência ou grave ameaça: lavra boletim de ocorrência circunstanciado (art. 173, §ú)
· Ato infracional praticado por criança: divergência
Ministério público:
· Após o flagrante, adolescente é encaminhado ao MP
· Encaminhamento ao MP pode ser feito:
· Pelos pais ou responsável: art. 174
· Autoridade policial libera para retorno ao lar desde que:
· Ato infracional não seja grave nem gere grande repercussão social
· Liberação não acarrete risco a própria segurança ou manutenção da ordem pública
· Pais assinam termo de compromisso e responsabilidade de apresentar adolescente ao MP no mesmo dia ou primeiro dia útil imediato
· Caso não seja possível a liberação, adolescente é mantido na internação provisória e a própria autoridade policial encaminha ao MP ou a entidade de atendimento: art. 145
· Pela autoridade policial
· Pela entidade de atendimento: apresenta ao MP em 24h
· Direito do adolescente de não ser conduzido ou transportado em compartimento fechado de veículo policial
· Formação da convicção do MP
· Oitiva do adolescente (se possível pais, testemunhas, vítima, etc)
· Art. 179
· Oitiva informal não é imprescindível para o oferecimento da representação
· Ausência não causa nulidade (STJ)
· Possíveis medidas do MP: art. 180
· Promover o arquivamento dos autos
· Causas de arquivamento: quando o órgão do MP concluir que:
· Não ocorreu ato infracional
· O fato não caracteriza ato infracional
· O adolescente não praticou o ato infracional
· Apresenta para homologação pelo juiz (discordando, aplica-se a sistemática do art. 28, CPP)
· Conceder remissão: há a constatação de que houve ato infracional cometido pelo adolescente, mas o MP opta por não instaurar o processo.
· Elementos que influenciam:
· Circunstâncias do fato
· Personalidade do adolescente
· Contexto sociofamiliar
· Participação do ato
· Apresenta para homologação pelo juiz (discordando, aplica-se a sistemática do art. 28, CPP)
· Oferecer representação à autoridade judiciária para aplicação de medida socioeducativa
Representação para aplicação de medida socioeducativa
· Peça inicial que equivale à denúncia
· Fatos
· Classificação do ato infracional
· Rol de testemunhas se necessário
· Somente o MP tem legitimidade para propositura
· Não há previsão de ação privada
· Pode requerer manutenção de internação provisória ou decretação, se o adolescente estiver solto
· “Prova pré-constituída”: art. 182, ECA
· Não significa que não há produção de provas durante o processo, mas sim que essa prova é aquela apresentada pela autoridade policial
· A representação não precisa conter desde logo todos os elementos de prova que embasarão eventualmente uma imposição de medida socioeducativa
· Mas é necessário haver indícios mínimos de autoria e materialidade
· Representação do ofendido: nos crimes de ação pública condicionada a representação não é exigida a representação no âmbito de apuração de atos infracionais (STJ)
· Prazo de conclusão do procedimento: PRAZO MÁXIMO DE 45 DIAS (art. 183) quando o adolescente estiver internado provisoriamente
· Esgotado o prazo, o adolescente deve ser colocado em liberdade
Procedimento:
· Oferecimento de representação
· Despacho liminar positivo (“cite-se”)
· Verificação de conformidade da inicial
· Citação e designação de audiência de apresentação
· Adolescentes e pais ou responsável
· Constituição de advogado ou defensor público
· Adolescente não pode ser citado pelo comparecimento espontâneo na audiência: deve ser necessariamente citado antes da audiência (STJ)
· Deliberação sobre a manutenção ou decretação de internação provisória (art. 184)
· Providências para a realização de audiência de apresentação
· Se o adolescente em liberdade não é encontrado: expedição de mandado de busca e apreensão e sobrestamento do processo até a efetiva apresentação (art. 184, §3º)
· Mandado tem validade de 6 meses
· Pode ser renovado por decisão fundamentada do juiz
· Não há citação por edital ou por hora certa
· Se o adolescente está internado, requisita da entidade de acolhimento para apresentação e intima os pais da data
· Citado e intimado o adolescente:
· Não comparece injustificadamente: determinação de condução coercitiva (não é busca e apreensão, nem suspende o feito)
· Comparece o adolescente, mas ausentes os pais ou responsáveis, designa-se curador especial
· STJ: não há nulidade se os pais ou responsáveis não são intimados mas é designado curador especial
· Audiência de apresentação: início da fase instrutória do processo
· Antes da audiência: reunião reservada com o advogado ou defensor público = direito do adolescente
· Direito ao silêncio também é aplicável
· Oportunidade de oitiva do adolescente = diferente do processo penal comum, no ECA, o adolescente é ouvido no INÍCIO DO PROCEDIMENTO (não há nulidade = STJ)
· Oitiva tem natureza jurídica de defesa
· Exercício da autodefesa pelo adolescente
· Não é disciplinada forma no ECA = usa o CPP (arts. 185 a 196, CPP)
· Ordem:
· Perguntas do juiz
· Perguntas do MP
· Perguntas da defesa
· Oitiva dos pais ou responsável: art. 186 = compreensão do contexto sociofamiliar do adolescente
· Possível a determinação de estudos e pareceres sociais ou psicológicos por profissionais
· Juiz deve avaliar antes de tudo a possibilidade de concessão de remissão como forma de suspensão ou extinção do processo (art. 186, §1º)
· Após a audiência de apresentação:
· 3 dias para apresentar defesa prévia e rol de testemunhas: art. 186, §3º
· Audiência em continuação:
· É a segunda audiência no processo de apuração de ato infracional, onde:
· Ouvidas testemunhas do MP e defesa
· Apresentação do relatório da equipe interprofissional do juizado
· Art. 186, §4º
· STF: ausência de laudo não gera nulidade da sentença proferida
· Juiz não está vinculado ao conteúdo do laudo, é apenas mais um elemento probatório
· Cumprimento de diligências imprescindíveis
· A produção de provas na audiência em continuação é imprescindível para a aplicação de qualquer medida socioeducativa (laudos ou outras provas documentais)
· A falta de provas importa na prolação de sentença de improcedência da representação
· Súmula 342, STJ: nula a desistência de outras provas em face da confissão do adolescente
· Manifestação oral das partes: possível substituição por razões escritas
· Sentença:
· Hipóteses de improcedência: art. 189
· Inexistência do fato
· Falta de prova da existência do fato
· Não caracterização de que o fato constitui ato infracional
· Falta de prova da participação do adolescente no ato infracional
· *STJ: escusa absolutória do art. 181, II do CP (isenção de pena nos crimes patrimoniais contra cônjuge, ascendentes ou descendentes)
· Intimação da sentença: art. 190
· Medida de internação ou semiliberdade:
· Adolescente e defensor: quando intimado o adolescente ele deve dizer se deseja recorrer
· Se o adolescente manifestar desejo em recorrer, é dever do defensor recorrer
· Se já interposto recurso, e o adolescente discordar, pode desistir desde que assistido pelo defensor. Se não, se aplica a súmula 705, STF
· Quando não encontrado o adolescente, pais ou responsável e defensor
· Outra medida aplicada: apenas o defensor
Vedação de internação x absolvição
· Lei do Sinase, art. 45, §2º: é vedado à autoridade judiciária aplicar nova medida de internação, por atos infracionais praticados anteriormente, a adolescente que já tenha concluído cumprimento de medida socioeducativa dessa natureza, ou que tenha sido transferido para cumprimento de medido menos rigorosa, sendotais atos absorvidos por aqueles aos quais se impôs a medida socioeducativa extrema
· STJ entendeu que o artigo não prevê hipótese de absolvição, nem causa de extinção do processo sem resolução do mérito
· Caso em que é possível que o juiz da execução extinga a medida socioeducativa extrema imposta a posteriori, pois não faria sentido impor ao adolescente nova medida de internação, por ato infracional cometido antes do ato que ensejou a medida socioeducativa já cumprida ou abrandada.
· O fato de o adolescente ainda estar em cumprimento de medida extrema anteriormente imposta não impede que o processo de conhecimento tenha o seu curso regular
· No caso de imposição de medida, cabe ao juiz da execução de medidas socioeducativa a providência cabível

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