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Órgãos do Comércio Internacional no Brasil e SISCOMEX

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8ºAula
Órgãos responsáveis pelo comércio 
internacional no Brasil e o Sistema 
Integrado de Comércio Exterior 
(SISCOMEX)
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
•	 reconhecer os principais órgãos responsáveis pelo comércio internacional no Brasil;
•	 apontar características e pressupostos do Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX).
Figura 8
 Disponível em: https://confirp.com.br/wp-content/uploads/2019/09/siscomex.png. Acesso em: 11 abr. 2022.
Em nossa última aula de nossa disciplina, estudaremos órgãos responsáveis 
pelo comércio internacional SISCOMEX.
É importante que realize perguntas a si mesmo sobre o assunto, por exemplo: 
o que já sei sobre esse tema? Que experiência obtive em relação a este conteúdo? 
Observe que não é preciso esforço, as perguntas já induzem a resposta, você apenas 
fica esperando o efeito. Assim, será mais fácil compreender os conteúdos e sua 
aprendizagem seguirá contextualizada.
Então, organize-se e boa leitura.
Bons estudos!
42Comércio Internacional
1 - Órgãos Responsáveis Pelo Comércio Internacional 
no Brasil
2 - Sistema Integrado de Comércio Exterior 
(SISCOMEX)
1 - Órgãos responsáveis pelo 
comércio internacional no Brasil
Figura 8.1 - Sistema Integrado de Comércio Exterior
Fonte: acervo pessoal.
Segundo Lopes Vasques (2007), as políticas de 
regulamentação, normatização e execução são feitas pelos 
seguintes órgãos governamentais:
a) Conselho Monetário Nacional;
b) Câmara de Comércio Exterior – CAMEX;
c) Secretaria de Comércio Exterior;
d) Secretaria da Receita Federal;
e) Banco Central do Brasil.
Vamos entendê-los com mais detalhes!
1.1 - Conselho Monetário Nacional
Entidade superior do sistema financeiro, órgão 
normativo, responsável pela fixação de diretrizes da política 
monetária, creditícia e cambial, o qual é formado pelo:
a) Ministro de Estado da Fazenda, na qualidade de 
presidente;
b) Ministro-chefe da Secretaria de Planejamento e 
Coordenação da Presidência da República;
c) Presidente do Banco Central do Brasil; 
d) Presidente da Comissão de Valores Mobiliários;
e) Secretários do Tesouro Nacional e de Política 
Econômica do Ministério da Fazenda;
f) Diretores de Política Monetária, de assuntos 
Internacionais e de Normas e Organização dos 
Sistemas Financeiro do Banco Central do Brasil.
Seções de estudo
1.2 - Secretaria de Comércio Exterior
É uma secretaria quase com poderes de ministério. 
Responde diretamente ao Ministério do Desenvolvimento, 
Indústria e Comércio Exterior.
Opina, recomenda para assuntos relacionados ao 
comércio exterior; pode baixar normas, modificar, suspender 
ou suprimir exigências; traçar orientações, estabelecer as bases 
da política de seguros no comércio internacional; e formular 
as diretrizes da política tarifária no campo das importações.
1.3 – Secretaria da Receita Federal
Figura 8.2 - Secretaria da Receita Federal
Fonte: acervo pessoal.
A Secretaria da Receita Federal é subordinada ao 
Ministério da Fazenda; no Comex é o órgão responsável pelo 
desembaraço aduaneiro das mercadorias.
Saber Mais
“A Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) é um órgão específico 
e singular, subordinado ao Ministério da Fazenda, que tem como 
responsabilidade a administração dos tributos federais e o controle 
aduaneiro, além de atuar no combate à sonegação, contrabando, 
descaminho, pirataria e tráfico de drogas e animais. A Secretaria da 
Receita Federal (SRF) foi criada pelo decreto nº 63.659, de 20 de novembro 
de 1968, substituindo a Diretoria-Geral da Fazenda Nacional, criada por 
Getúlio Vargas, em 1934[2]. Com a lei nº 11.457, de 16 de março de 
2007, ocorreu a fusão entre a Secretaria da Receita Federal (SRF) e a 
Secretaria da Receita Previdenciária (SRP), sendo criada a Secretaria da 
Receita Federal do Brasil (RFB). Na ocasião da fusão, o novo órgão foi 
apelidado pela imprensa de ‘Super Receita’. Suas principais funções são: 
Segundo o art. 15, Anexo I, do decreto 6.764, de 10 de fevereiro de 2009, 
compete à Secretaria da Receita Federal do Brasil:
1. planejar, coordenar, supervisionar, executar, controlar e avaliar as 
atividades de administração tributária federal, inclusive as relativas 
às contribuições sociais destinadas ao financiamento da seguridade 
social e às contribuições devidas a terceiros, assim entendidas 
outras entidades e fundos, na forma da legislação em vigor;
2. propor medidas de aperfeiçoamento e regulamentação e a 
consolidação da legislação tributária federal;
3. interpretar e aplicar a legislação tributária, aduaneira, de custeio 
previdenciário e correlata, editando os atos normativos e as 
instruções necessárias à sua execução;
4. estabelecer obrigações tributárias acessórias, inclusive disciplinar a 
entrega de declarações;
5. preparar e julgar, em primeira instância, processos administrativos 
43
de determinação e exigência de créditos tributários e de 
reconhecimento de direitos creditórios, relativos aos tributos por 
ela administrados;
6. acompanhar a execução das políticas tributária e aduaneira e 
estudar seus efeitos na economia do País;
7. dirigir, supervisionar, orientar, coordenar e executar os serviços 
de fiscalização, lançamento, cobrança, arrecadação e controle dos 
tributos e demais receitas da União, sob sua administração;
8. Realizar a previsão, o acompanhamento, a análise e o controle 
das receitas sob sua administração, bem como coordenar e 
consolidar as previsões das demais receitas federais, para subsidiar 
a elaboração da proposta orçamentária
9. Propor medidas destinadas a compatibilizar a receita a ser 
arrecadada com os valores previstos na programação financeira 
federal;
10. Estimar e quantificar a renúncia de receitas administradas e avaliar 
os efeitos das reduções de alíquotas, das isenções tributárias e dos 
incentivos ou estímulos fiscais, ressalvada a competência de outros 
órgãos que também tratam da matéria;
11. Promover atividades de cooperação e integração entre as 
administrações tributárias do país, entre o fisco e o contribuinte, 
e de educação fiscal, bem assim preparar, orientar e divulgar 
informações tributárias e aduaneiras;
12. Realizar estudos para subsidiar a formulação da política tributária 
e estabelecer política de informações econômico-fiscais e 
implementar sistemática de coleta, tratamento e divulgação dessas 
informações
13. Celebrar convênios com órgãos e entidades da administração 
federal, estadual, distrital e municipal, bem como entidades 
de direito público ou privado, para permuta de informações, 
racionalização de atividades e realização de operações conjuntas;
14. Gerir o Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das 
Atividades de Fiscalização - FUNDAF, a que se refere o Decreto-Lei 
no 1.437, de 17 de dezembro de 1975;
15. Negociar e participar de implementação de acordos, tratados 
e convênios internacionais pertinentes à matéria tributária e 
aduaneira;
16. Dirigir, supervisionar, orientar, coordenar e executar os serviços de 
administração, fiscalização e controle aduaneiros, inclusive no que 
diz respeito a alfandegamento de áreas e recintos;
17. Dirigir, supervisionar, orientar, coordenar e executar o controle 
do valor aduaneiro e de preços de transferência de mercadorias 
importadas ou exportadas, ressalvadas as competências do Comitê 
Brasileiro de Nomenclatura;
18. Dirigir, supervisionar, orientar, coordenar e executar as atividades 
relacionadas com nomenclatura, classificação fiscal e origem 
de mercadorias, inclusive representando o País em reuniões 
internacionais sobre a matéria;
19. Participar, observa a competência específica de outros órgãos, 
das atividades de repressão ao contrabando, ao descaminho e ao 
tráfico ilícito de entorpecentes e de drogas afins, e à lavagem de 
dinheiro;
20. Administrar, controlar, avaliar e normatizar o Sistema Integrado de 
Comércio Exterior - SISCOMEX, ressalvadas as competências de 
outros órgãos;
21. Articular-se com entidades e organismos internacionais e 
estrangeiroscom atuação no campo econômico-tributário e 
econômico-previdenciário, para realização de estudos, conferências 
técnicas, congressos e eventos semelhantes;
22. Elaborar proposta de atualização do plano de custeio da seguridade 
social, em articulação com os demais órgãos envolvidos
23. Orientar, supervisionar e coordenar as atividades de produção 
e disseminação de informações estratégicas na área de sua 
competência, destinadas ao gerenciamento de riscos ou à utilização 
por órgãos e entidades participantes de operações conjuntas, 
visando à prevenção e ao combate às fraudes e práticas delituosas, 
no âmbito da administração tributária federal e aduaneira. 
(SECRETARIA FEDERAL DO BRASIL, 2011).
A Secretaria da Receita Federal é responsável pela Gestão 
dos seguintes órgãos:
a) SISCOMEX (Sistema Integrado de Comércio 
Exterior).;
b) SISBACEN (Sistema de Informações do Banco 
Central);
c) SEPRO (Sistema Federal de Processamento e 
Dados).
1.4 – Banco Central do Brasil
Figura 8.3 - Banco Central
Fonte: acervo pessoal.
O Banco Central do Brasil tem como responsabilidade 
cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam o 
funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo 
Conselho Monetário Nacional (CMN).
Ele é considerado o xerife do mercado financeiro, 
acompanha, baixa normas, fiscaliza, enfim, comanda as ações 
que são desencadeadas pelo sistema financeiro.
Como um dos seus principais órgãos auxiliares existe a 
Confederação Nacional da Indústria – CNI.
A Confederação, criada em 1938, como a entidade 
máxima de representação do setor industrial brasileiro, atua, 
entre outras, nas seguintes áreas de interesse da indústria: 
política econômica e industrial, relações de trabalho, qualidade, 
produtividade e tecnologia, meio ambiente e comércio exterior 
e integração internacional (CNI, 2008).
A CNI acompanha as negociações internacionais entre 
blocos econômicos e a política de comércio exterior adotada 
pelo governo, ao mesmo tempo em que apresenta propostas 
e sugestões – sempre defendendo os interesses da indústria 
brasileira.
Além disso, mantém parcerias com entidades congêneres 
no exterior, para trocar informações e discutir formas de 
incremento comercial. São exemplos desse tipo de parceria as 
44Comércio Internacional
que a CNI mantém com as indústrias da Alemanha, Estados 
Unidos, Japão e do grupo IBAS (Índia, Brasil e África do Sul). 
(COMEXNET, 2009).
2 - Sistema Integrado de Comércio 
Exterior (SISCOMEX)
O governo federal instituiu, pelo Decreto n° 660, de 
25.9.92 o SISCOMEX, tendo por objetivo ser um banco de 
dados administrativos de tudo que se diz respeito ao comércio 
internacional no Brasil.
É válido salientar que tudo o que é comercializado, 
importações e exportações, ficam registrados nesse sistema, 
tendo como principais gestores de sistema a Secretaria de 
Comércio Exterior – SECEX, Receita Federal do Brasil – 
RFB e o Banco Central do Brasil – BACEN (BRASIL, 2008).
Figura 8.4 - SISCOMEX
Fonte: CENTRO INTERNACIONAL. SISCOMEX. Disponível em: http://www.
centrointernacional.com.br/images/siscomex.jpg. Acesso em: 10 mar. 2017.
Como podem ver, tudo que é comercializado em nosso 
país, de forma legal, está registrado nesse sistema, dando 
subsídio a todos, para o governo, empresas e consultores, 
sendo sendo suficiente para as tomadas de decisões, 
fornecendo estratégias de empresas para os gestores públicos 
e definindo o país no mercado internacional. 
Na concepção e no desenvolvimento do Sistema, foram 
harmonizados conceitos, códigos e nomenclaturas, tornando 
possível a adoção de um fluxo único de informações, tratado 
pela via informatizada, que permite a eliminação de diversos 
documentos utilizados no processamento das operações 
(BRASIL, 2008).
O Governo Federal (2017) informa quem tem acesso ao 
SISCOMEX:
• importadores, exportadores, depositários e 
transportadores, por meio de seus empregados ou 
representantes legais;
• receita Federal do Brasil - RFB, a Secretaria de 
Comércio Exterior, os Órgãos Anuentes e as 
Secretarias de Fazenda ou de Finanças dos Estados 
e do Distrito Federal, por meio de seus servidores;
• instituições financeiras autorizadas pela SECEX a 
elaborar licença de importação, por meio de seus 
empregados;
• banco Central do Brasil - BACEN e as instituições 
financeiras autorizadas a operar em câmbio, mediante 
acesso aos dados transferidos para o Sistema de 
Informações do Banco Central - SISBACEN, por 
meio de seus servidores e empregados.
Retomando a aula
Chegamos, pois, ao final da nossa última aula. Nesta 
aula, estudamos os principais orgãos e mecanismos 
nacionais de regulação do comércio exterior. 
1 - Órgãos Responsáveis Pelo Comércio 
Internacional no Brasil
Nesta seção 1, estudamos os órgãos governamentais: 
Conselho Monetário Nacional; Câmara de Comércio Exterior 
– CAMEX; Secretaria de Comércio Exterior; Secretaria 
da Receita Federal; Banco Central do Brasil, os quais são 
responsáveis pelas políticas de regulamentação, normatização 
e execução.
2 - Sistema Integrado de Comércio Exterior 
(SISCOMEX)
Já na seção 2, estudamos o SISCOMEX, um banco de 
dados administrativo de tudo que se diz respeito ao comércio 
internacional no Brasil. Em outras palavras, tudo o que é 
comercializado, importação e exportações, ficam registrados 
nesse sistema, tendo como principais gestores de sistema a 
Secretaria de Comércio Exterior – SECEX, Receita Federal 
do Brasil – RFB e o Banco Central do Brasil – BACEN.
Vale a pena
DIAS, Reinaldo; RODRIGUES, Waldemar (Org.). 
Comércio exterior - teoria e gestão. São Paulo: Atlas, 2007.
Vale a pena ler
45
Referências
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São Paulo: Atlas, 2007.
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Minhas anotações

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