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GINEAD ECONOMIA Unidade 1 - Introdução à Economia SST Fávero, Márcia Huppe; Cabral, Raquel Unidade 1 - Introdução à Economia / Márcia Huppe Fávero; Raquel Cabral Ano: 2020 nº de p.: 16 Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. Unidade 1 - Introdução à Economia 3 Objetivos específicos • Compreender os principais conceitos e fundamentos de economia. • Entender os problemas econômicos fundamentais. Apresentando a Unidade Por que estudar economia? Essa é uma pergunta inicial que frequentemente fazemos quando vamos estudar algum assunto. A partir dos estudos de economia, você poderá utilizar esses conhecimentos em sua vida pessoal, conhecendo melhor a realidade em que vive. Portanto, a ciência que aqui vamos estudar propicia não somente a boa gestão das organizações, como também uma melhor administração da vida pessoal; ela nos permite analisar melhor nosso processo de escolha, de forma que possamos definir nossas preferências de maneira mais eficiente pelo homem. O objeto de estudo da economia é a escassez de recursos. Sendo assim, só faz sentido estudar economia quando houver problemas econômicos, como o desemprego, a inflação, o déficit da balança comercial, a pobreza, entre outros. Dessa forma, nesta unidade faremos uma introdução à economia para entendermos os principais conceitos, fundamentos e problemas econômicos que veremos a seguir. Agora que você já sabe o que vamos estudar, bons estudos! Conceitos de economia A palavra “economia” é de origem grega e significa oikos (casa) e nomos (norma, lei), ou seja, administração da casa. Nesse sentido, economia significa a administração da sociedade e de seus recursos produtivos (trabalho, capital, recursos naturais, tecnológicos, entre outros) (VASCONCELOS; GARCIA, 2012). A economia, segundo Rossetti (2002), é um estudo da forma como os homens agem, vivem e pensam na sociedade. Para o autor, a economia é uma ciência da humanidade, e o caráter do homem é moldado pela sociedade em que ele vive. A 4 economia é o resultado da condução do homem nas transações comerciais, os motivos que levam os homens a ações que geram consequências econômicas. E tais consequências não estão associadas somente a benefícios materiais, envolvem também os custos e sacrifícios de desenvolver uma atividade econômica (ROSSETTI, 2002). Para Mankiw (2001, p. 3), “[...] a palavra economia vem de palavra grega “aquele que gerencia uma casa”. Em primeiro lugar, essa origem pode parecer peculiar. E de fato as famílias e as economias têm muito em comum. Uma família enfrenta muitas decisões”. Figura 1.1: Economia Fonte: Plataforma Deduca (2018). Mankiw (2001) compara a economia às decisões que uma família toma para administrar a sua casa. A família decide quais tarefas cada um vai fazer e como vai fazer. E assim é a economia de um país, em que a sociedade decide e escolhe o que produzir. A Economia é uma ciência social muito importante para o administrador, pois estabelece as bases de análise do cenário externo à empresa. Sendo assim, o estudo dessa área nos auxilia a entender a nossa realidade, principalmente por nos permitir o conhecimento da macroeconomia, da microeconomia, do desenvolvimento econômico e da sustentabilidade nas organizações que venhamos a gerenciar, analisando as políticas econômicas adotadas pelos governos municipal, estadual ou federal. Segundo Vasconcelos e Garcia (2012), o objeto de estudo da economia são as maneiras possíveis de se economizar recursos. Isso porque se todos os bens fossem abundantes, não seria preciso economizá-los. O estudo da escassez dos recursos produtivos é que dá sentido ao estudo da economia, pois sem ela não seria possível pensar economicamente. 5 Você acha que a escassez no mundo pode ser resolvida? Reflita “A escassez significa que a sociedade tem recursos limitados e, portanto, não pode produzir todos os bens e serviços que as pessoas desejam” (MANKIW, 2001, p. 4). Nesse sentido, podemos compreender que as necessidades humanas são ilimitadas, pois as pessoas desejam adquirir um bem e pagam por esse bem, satisfazendo às suas necessidades; e quando satisfeitas, passam a sentir outras desejos e necessidades. Os recursos produtivos, que são escassos, se contrapõem às necessidades humanas ilimitadas e originam os problemas econômicos fundamentais. As pessoas são obrigadas a escolher o que produzir, pois não é possível atender a todas as necessidades humanas. Nesta disciplina, a princípio, o enfoque dado segue o trinômio recursos necessidades-prioridades. Assim, os estudos da economia se baseiam em conceitos muito importantes, como por exemplo: escassez, necessidades, recursos, produção, escolhas e distribuição. Os recursos produtivos são limitados, dado a escassez dos fatores de produção, tais como mão de obra, matéria-prima, capital, entre outros. E as necessidades humanas que tendem a ser supridas pelos recursos produtivos são ilimitadas, ou seja, a necessidade do homem em consumir bens e serviços é ilimitada. Assim, quando o homem adquire o bem que deseja, ele passa a sentir a necessidade de consumir outro bem ou serviço e nunca está satisfeito e sempre querendo seja pelo desejo de aumento do padrão de vida ou pelo crescimento da população. Essa é a lógica do capitalismo, em que as empresas produzem o tempo todo para atender as necessidades do homem. Nesta unidade, compreenderemos os conceitos básicos de economia e a sua abrangência de estudo (ao longo desta e das próximas unidades, nos aprofundaremos na análise e nos conceitos). No tópico a seguir, abordaremos os fundamentos da ciência econômica. 6 Fundamentos da ciência econômica Mankiw, autor de livros clássicos da Ciência Econômica, introduz um pensamento comum entre os estudantes sobre a existência de dez princípios da Economia. Assim, ele aborda elementos gerais da teoria econômica para um primeiro contato. Ele fundamenta o pensamento econômico baseado em dez princípios, que são divididos em três partes (MANKIW, 2001): como as pessoas tomam decisões? Como as pessoas interagem? Como a economia funciona? Veja na tabela a seguir: Tabela 1.1: Princípios econômicos Princípios econômicos Conceito de Mankiw Contextualização Como as pessoas tomam decisões? 1º As pessoas enfrentam trade-offs. “Para obter uma coisa que gostamos, geralmente devemos desistir de outra coisa que gostamos” (MANKIW, 2001, p. 4). Os trade-offs se referem à escolha de uma coisa em detrimento de outra. 2º O custo de algo é o que você desiste para obtê-lo. “Como as pessoas enfrentam compromissos, tomar decisões exige comparar os custos e benefícios de cursos alternativos de ação” (MANKIW, 2001, p. 5). Os custos influenciam nas escolhas de adquirir um bem ou serviço. É necessário compará-los com os benefícios para avaliar se a escolha é adequada. 3º Pessoas racionais pensam à margem. “As decisões na vida raramente são em preto e branco, mas geralmente envolvem tons de cinza” (MANKIW, 2001, p. 6). No mundo dos negócios, não há decisões neutras, é sim ou não, ou aceita ou não aceita. 4º Pessoas respondem a incentivos. “Como as pessoas tomam decisões comparando custos e benefícios, seu comportamento pode mudar quando os custos ou benefícios mudam” (MANKIW, 2001, p. 7). Os incentivos influenciam na mudança de comportamento dos agentes econômicos. 7 Como as pessoas interagem? 5º O comércio pode ser bom para todos. “Você provavelmente já ouviu na notícia de que os japoneses são nossos concorrentes na economia mundial. De certa forma, isso é verdade, pois as empresas americanas e japonesas produzem muitos dos mesmos bens” (MANKIW, 2001, p. 9). Atualmente, o mercado hoje é bom pra todos, pois diversos países competem uns com os outros ao produzir os mesmos bens, distribuindo renda ao invés de se concentrar em apenas alguns países. 6º Os mercados sãouma boa maneira para organizar a atividade econômica. Mankiw (2001) afirma a importância dos planejadores econômicos para a organização das atividades. As estruturas de mercado como monopólio, oligopólio, entre outras, são formas de organizar as atividades econômicas. 7º Os governos podem melhorar os resultados do mercado. Mankiw (2001) afirma que existem dois motivos para o governo intervir na economia, são eles: promover a eficiência e promover a equidade. A intervenção do governo na economia para melhor alocar os recursos buscando a eficiência econômica e a equidade, embora nem sempre o governo alcance. Como a economia funciona? 8º O padrão de vida de um país depende de sua capacidade de produzir produtos e serviços. Segundo Mankiw (2001), a variação de renda influencia na qualidade de vida da população de um país. Quando a renda de uma país melhora, as condições de vida da população melhoram (ao adquirir novos bens e serviços). 9º Os preços sobem quando o governo emite moeda demais. Segundo Mankiw (2001) quando os preços sobem demais, eleva-se os preços gerais da economia. A elevação geral dos preços gerais da economia é chamada de inflação. 10º A sociedade enfrenta um trade-off de curto prazo entre inflação e desemprego. Segundo Mankiw (2001), a curto prazo o emprego e a inflação não afetam tanto a economia. A curto prazo ocorre um aumento da quantidade de moeda que tende a aumentar a demanda e elevar os preços. Fonte: Elaborada pelos autores (2018). 8 O trade-off é um termo bastante utilizado na economia e corresponde à compensação de uma escolha por outra. E como as pessoas enfrentam trade-offs, é como as pessoas se comportam em relação aos custos e benefícios sobre a escolha de algo. Quando agrupadas em sociedade, as pessoas enfrentam diferentes trade-offs. Em economia, o clássico trade-off é o uso de recursos entre “armas e manteiga”. Isto é uma analogia para saber quanto mais a sociedade gastar em defesa nacional (armas) para proteger suas linhas costeiras, menos irá gastar com bens de consumo (manteiga) para elevar o padrão de vida da sociedade. Portanto, há de se reconhecer que existem trade-offs em diversos setores da vida. Por exemplo, o investimento em ações financeiras, que é um risco assumido pelo investidor, mas que ele não tem garantia sobre o retorno sobre o seu investimento. O investidor arriscará, podendo alavancar o negócio ou perdendo dinheiro e ficando sem investir. Figura 1.2: Enfrentando trade-offs Fonte: Plataforma Deduca (2018). Quando você recebe uma proposta nova de emprego, primeiramente você deverá comparar os custos e benefícios para aceitá-la. Por exemplo: o valor do salário; o gasto com transporte, ou se a empresa oferecerá um vale-transporte; se a empresa oferecerá planos de saúde e vale-alimentação. Escolher aceitar a proposta de emprego influenciará o seu comportamento dentro da empresa. É preciso tomar decisões que atendam à satisfação de suas necessidades. Embora nem sempre as escolhas possam satisfazer a todas as necessidades, é preciso escolher as que trazem mais benefícios e menores custos. Podem ser oferecidos, por exemplo, incentivos salariais (tais como a participação nos lucros da empresa, bônus por melhor desempenho, entre outras iniciativas). 9 Assim também acontece com a economia. Os economistas, principalmente, ao destacar as análises da microeconomia, presumem que as pessoas são racionais. Uma pessoa racional faz o melhor para alcançar seus objetivos, sistematicamente e objetivamente, conforme as oportunidades disponíveis. As estudarmos economia, conheceremos empresas que vão decidir a quantidade de bens que serão manufaturados e vendidos para maximizar seus lucros. Também encontraremos indivíduos que decidem quanto tempo passam trabalhando e que bens e serviços comprarão com a renda obtida para que possam conseguir um nível de satisfação. Um incentivo é algo que induz uma pessoa a agir, tal como uma perspectiva de punição ou recompensa. Assim como as pessoas racionais tomam decisões comparando custo e benefício, elas respondem a incentivos. Os incentivos são cruciais para análise do mercado, por exemplo, o incentivo de preço, que é um dos principais incentivos da economia. Quando o preço de determinado produto sobe, as pessoas são incentivadas a reduzir o consumo de tal produto, enquanto que as empresas são estimuladas a produzir mais deste produto. O Brasil está inserido em uma economia de mercado, caracterizada por ser descentralizada, não possuir a intervenção do Estado na economia e ser de livre iniciativa. Para saber mais, leia “Brasil: a economia do capitalismo selvagem”. Disponível em: http://www. scielo.br/pdf/ln/n57/a02n57.pdf. Saiba mais Empresas e famílias tomam as decisões em uma economia de mercado. As empresas decidem quem contratar para executar a mão de obra e o que, quanto, como e para quem produzir. Já as famílias decidem em que empresa trabalhar e o que vão comprar com os salários recebidos em troca de sua mão de obra. As famílias e empresas interagem no mercado e são guiadas por suas decisões e pelo mecanismo de preço. Embora em uma economia de mercado ninguém cuide do bem-estar econômico de toda sociedade, os mercados livres são formados por inúmeros compradores e vendedores que estão pensando no seu próprio bem- estar. http://www.scielo.br/pdf/ln/n57/a02n57.pdf http://www.scielo.br/pdf/ln/n57/a02n57.pdf 10 E o mercado funciona de acordo com o padrão de vida de um país, o qual depende da sua capacidade de produzir bens ou serviços. É essa capacidade de produção e oferta de bens e serviços que determinará o mercado de cada país. Nesta unidade podemos compreender como se fundamenta a economia partindo de como as pessoas fazem as suas escolhas, tomam as suas decisões e interagem no mercado (e como ele funciona). No tópico a seguir, abordaremos os problemas econômicos fundamentais. Problemas econômicos fundamentais Um dos principais problemas econômicos é a dúvida: sobre o que, quando e quanto deve ser produzido pelas empresas. Devido à escassez existente, a sociedade deverá sempre escolher a quantidade a produzir e quais os produtos devem ser produzidos. Essas escolhas devem ser feitas de acordo com o tipo de organização econômica de dada sociedade. Por que existem problemas econômicos? Reflita Os problemas econômicos fundamentais, segundo Vasconcelos e Garcia (2012), existem por causa da escassez dos recursos produtivos. E por isso, as pessoas são obrigadas a fazer escolhas para decidirem o que, quanto, como e para quem produzir. São esses questionamentos que servem de objeto de estudo da economia e que devem ser decididos para se organizar a economia de uma sociedade. • O que produzir? Refere-se a quais bens a se produzir estarão relacionados aos desejos e da capacidade dos consumidores de adquirir. • Quanto produzir? Refere-se à quantidade a ser produzida de um bem para atender às necessidades dos clientes. • Como produzir? Relaciona-se à técnica empregada na produção, que tam- bém se relaciona à disputa concorrencial. 11 • E, para quem produzir? Relaciona-se aos recursos escassos alocados para aqueles bens que são desejados e que os consumidores estão dispostos e que apresentem disponibilidade de renda para adquirir. Na figura a seguir, ilustramos essas questões que implicam na escolha da produção que gera a economia de um país. Figura 1.3: Problemas econômicos Produzir O que ? Como? Para quem? Quando? Fonte: Elaborada pelos autores (2018). A produção de bens e serviços funciona como o combustível que abastece um veículo, ele só andará se tiver abastecido. E assim funciona a economia de um país, é pela produção de bens e serviços que a economia se articula, gerando trabalho, renda e emprego. Mas nem sempre ela funciona perfeitamente, e são as imperfeições que surgem no mercado que geram os problemas econômicos, a escassezdos recursos produtivos que configuram a economia de um país, gerando a falta de matéria-prima, desemprego, pobreza etc De acordo com Rossetti (2002), os problemas econômicos não se restringem apenas aos aspectos econômicos, eles se estendem aos aspectos políticos, sociais, éticos, religiosos, entre outros. A ciência econômica é muito mais ampla e não deve estar restrita apenas aos problemas econômicos. 12 Assim, compreendemos a economia como uma ciência que apresenta especificidades, mas que também é multidisciplinar. Destacamos como disciplinas importantes para sua compreensão: política, história, filosofia, sociologia, ética, psicologia, matemática e estatística. Um outro destaque para natureza da economia é que, como as demais ciências sociais, ela não é exata. Segundo Vasconcelos e Garcia (2012), os problemas econômicos são solucionados através da organização da economia da sociedade em estruturas de mercado, as quais dividem a economia em economia de mercado e economia planificada. As estruturas de mercado são as formas de organização econômica da sociedade, que dividem a nossa economia nos sistemas capitalista e socialista. Atenção Para aprofundarmos mais nossos estudos na questão da escassez de recursos e das alternativas que a sociedade dispõe para tentar resolver os problemas econômicos fundamentais, estudaremos a seguir dois importantes conceitos: curva de possibilidades de produção e custos de oportunidade. Curva de possibilidade de produção Segundo Vasconcelos e Garcia (2012), a curva de possibilidade de produção (CPP) ou curva de transformação (como também é chamada) representa a fronteira máxima que a economia pode produzir, dadas a escassez dos recursos produtivos (que são limitados) e a tecnologia. Devido à escassez de recursos disponíveis em certas sociedades, há um limite para a capacidade produtiva da economia, que é quando ocorre o pleno emprego dos recursos produtivos: todos os trabalhadores estão empregados, assim como os demais fatores de produção. Nesse caso, não há capacidade ociosa, ou seja, não há recursos sobrando e que poderiam ser utilizados para se produzir mais. Dada essa limitação, a sociedade terá que fazer escolhas, ou seja, deve optar por uma ou outra alternativa de produção. 13 A CPP é uma representação gráfica da fronteira de produção que é expressa pela limitação dos recursos e a necessidade humana de se fazer escolhas. Imaginemos que em uma economia produz dois bens diferentes: celulares e camisas. Na tabela a seguir, veremos o exemplo da demanda (consumo) dos respectivos bens. Tabela 1.2: Dados da curva de possibilidade de produção Bens Quantidade Máxima de celulares Possibilidades intermediárias Quantidade Máxima de camisas A B C D Celulares (Milhares) 130 100 40 0 Camisas (Milhares) 0 35 55 60 Fone: Elaborado pelo autor (2017) Os dados da Tabela 1.2 foram transformados e representados na curva de possibilidade de produção ilustrada no gráfico a seguir: Gráfico 1.1: Curva de possibilidade de produção 60 Camisas (milhões) Celulares (milhões) 55 35 400 100 A B C D 130 Fonte: Grinko (2017, p. 24). No Gráfico 1.1, pode-se observar que na medida em que passamos de um ponto ao outro, por exemplo, de A para B, B para C e C para D, as empresas transformaram celulares em camisas. Dessa forma, a economia deixa de produzir celulares para produzir camisas. 14 Isso ocorre devido às flutuações do mercado, na medida em que um bem deixa de satisfazer às necessidades dos consumidores em determinado momento, ele é substituído por outro. De acordo com Vasconcelos e Garcia (2012), os pontos localizados fora da fronteira (ou da curva) não poderão ser atingidos com os recursos de produção disponíveis. Já os pontos que ficam localizados dentro da fronteira mostram que a economia não está empregando todos os recursos de forma plena. Além da curva de transformação, outro conceito importante que podemos utilizar para analisar as alternativas de produção é o custo de oportunidade que veremos a seguir. Custo de oportunidade O custo de oportunidade, segundo Vasconcelos e Garcia (2012), é o valor econômico da escolha da melhor alternativa para se produzir um bem ou serviço. A oportunidade ou custo de oportunidade é o que ocorre quando se deixa de produzir um bem para que outro seja produzido em seu lugar. O custo de oportunidade também pode ser chamado de custo alternativo, por ser o custo da alternativa ao que produzir. No exemplo do consumo dos bens “celulares” e “camisas” (citados anteriormente), o custo de oportunidade ocorre quando se faz a escolha de produzir um bem (celular) em vez de produzir a camisa. Tal escolha é feita devido aos recursos limitados. Por exemplo, quando a empresa decide produzir 130 celulares em vez de produzir camisas; opta por produzir 100 celulares e deixa de produzir 35 camisas; opta por produzir 40 celulares e não 55 camisas; ou quando deixa de produzir celulares para produzir 60 camisas. No caso dos exemplos citados, o custo de oportunidade é aquele que implica em deixar de produzir um bem para produzir outro. E isso depende de diversos fatores, como recursos financeiros para aquisição de matérias-primas, disponibilidade de mão de obra adequada, espaço físico, entre outros, que são essenciais para produção de um bem ou serviço. As empresas preferem produzir um bem e deixam de produzir outros, devido à redução de custos com a sua fabricação. E quando optam por produzir várias 15 unidades de um mesmo produto de forma padronizada tendem a economizar recursos, evitando desperdícios de materiais e tempo. A busca pela eficiência das atividades organizacionais faz com que cada vez mais nós façamos escolhas do que melhor produzir e produzir da melhor forma, para evitar desperdícios de matérias-primas e tempo de produção, gastos com pessoal e com manutenção de máquinas e equipamentos. E para isso, mais e mais precisamos analisar as escolhas pelo custo de oportunidade. Figura 1.4: Custo de oportunidade Fonte: Plataforma Deduca (2018). O conceito de custo de oportunidade é primordial para todas as decisões econômicas e, por que não dizer, para todas as decisões que tomamos na vida? Para priorizar uma escolha, é importante lembrarmos que sempre precisamos sacrificar outra. Nesta unidade, podemos compreender sobre os conceitos iniciais de economia, a sua fundamentação enquanto ciência econômica e os problemas econômicos fundamentais. Aprendemos também um pouco sobre a curva de possibilidade de produção e o custo de oportunidade, como instrumentos importantes para avaliar as escolhas do que produzir. Esperamos que você possa ter compreendido a importância da economia enquanto uma ciência social que estuda como o homem interagem com a sociedade. E além disso, como a economia nos faz pensar enquanto indivíduos que vivemos em uma sociedade de recursos limitados, enquanto nossas necessidades são ilimitadas. E até onde é possível produzir para atender essas necessidades. 16 Referências ANDRADE, R. de C. Brasil: a economia do capitalismo selvagem. Rev. Lua Nova on line, n. 57, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ln/n57/a02n57.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2018. GRINKO, M. Economia. Canoas: Unisalle, 2017. MANKIW, G. Introdução à economia. São Paulo: Elsevier, 2001. ROSSETTI, J. P. Introdução a economia. 19. ed. São Paulo: Atlas, 2002. VASCONCELOS, M. A. S. de; GARCIA, M. E. Fundamentos de economia. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. http://www.scielo.br/pdf/ln/n57/a02n57.pdf
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