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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
História da anatomia
Elaboração
Igor Duarte de Almeida
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................. 6
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA ..................................................................... 7
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 9
UNIDADE I
REFLEXÃO ......................................................................................................................................... 11
CAPÍTULO 1
ORAÇÃO AO CADÁVER ........................................................................................................ 11
UNIDADE II
ETIMOLOGIA ...................................................................................................................................... 13
CAPÍTULO 1
A ANATOMIA ......................................................................................................................... 13
UNIDADE III
1O PERÍODO ...................................................................................................................................... 14
CAPÍTULO 1
PRÉ-HISTÓRIA ........................................................................................................................ 14
CAPÍTULO 2
OS SUMÉRIOS ....................................................................................................................... 17
CAPÍTULO 3
OS BABILÔNIOS .................................................................................................................... 18
CAPÍTULO 4
OS CHINESES ........................................................................................................................ 19
CAPÍTULO 5
OS EGÍPCIOS ........................................................................................................................ 20
CAPÍTULO 6
OS GREGOS ......................................................................................................................... 24
CAPÍTULO 7
OS ROMANOS ...................................................................................................................... 30
CAPÍTULO 8
DA VINCI .............................................................................................................................. 33
CAPÍTULO 9
MICHELÂNGELO ................................................................................................................... 37
UNIDADE IV
2O PERÍODO ...................................................................................................................................... 44
CAPÍTULO1
VESALIUS .............................................................................................................................. 44
CAPÍTULO 2
EUSTÁQUIO ........................................................................................................................... 46
CAPÍTULO 3
FALÓPIO ............................................................................................................................... 48
CAPÍTULO 4
FABRÍCIO.............................................................................................................................. 49
UNIDADE V
3O PERÍODO ...................................................................................................................................... 51
CAPÍTULO 1
HARVEY ................................................................................................................................ 51
CAPÍTULO 2
ROLFINK ............................................................................................................................... 53
CAPÍTULO 3
PECQUET .............................................................................................................................. 54
CAPÍTULO 4
RUYSCH ................................................................................................................................ 55
CAPÍTULO 5
MALPIGHI ............................................................................................................................. 56
CAPÍTULO 6
FAMÍLIA BARTHOLIN ............................................................................................................... 58
CAPÍTULO 7
IMPORTANTES ANATOMISTAS .................................................................................................. 60
UNIDADE VI
4O PERÍODO ...................................................................................................................................... 63
CAPÍTULO 1
CHARLES DARWIN ................................................................................................................. 63
CAPÍTULO 2
PIRIGOV ............................................................................................................................... 66
CAPÍTULO 3
SOBBOTA .............................................................................................................................. 67
CAPÍTULO 4
ANATOMIA NO BRASIL ........................................................................................................... 68
UNIDADE VII
TECNOLOGIA .................................................................................................................................... 72
CAPÍTULO 1
FERRAMENTAS ATUAIS ............................................................................................................ 72
UNIDADE VIII
DICIONÁRIO ...................................................................................................................................... 76
CAPÍTULO 1
ETIMOLOGIA ......................................................................................................................... 76
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 95
6
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem 
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela 
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade 
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos 
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma 
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para 
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar 
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a 
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
7
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de 
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões 
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao 
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e 
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos 
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridasno decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Praticando
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer 
o processo de aprendizagem do aluno.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
8
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não 
há registro de menção).
Avaliação Final
Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, 
que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única 
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber 
se pode ou não receber a certificação.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
9
Introdução
Seria presunçoso de nossa parte querer ter histórias completas de como foi anatomia quando há 
pouco mais de cem anos começava a jornada para a unificação da terminologia e consequentemente, 
padronização do estudo.
Temos a intenção apenas de fazer alguns comentários específicos sobre os aspectos históricos, a 
importância que se tinha em conhecer o corpo humano, as crenças, os mistérios e a ciência por trás 
da anatomia.
A anatomia humana é a base de conhecimento para todos os estudantes das ciências da saúde 
(medicina, odontologia, psicologia, farmácia, educação física) e acompanha o aluno universitário 
desde o primeiro ano até a plena formação acadêmica e desempenho das atividades laborais.
Anatomia é a ciência da estrutura e função do corpo. Um excelente e amplo conceito de anatomia 
foi proposto em 1981 pela American Association of Anatomistas: anatomia é a análise da estrutura 
biológica, sua correlação com a função e com as modulações de estrutura em resposta a fatores 
temporais, genéticos e ambientais. Para Dângelo, Fattini (1984) a anatomia é a ciência que estuda 
macroscopicamente e microscopicamente a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados.
Para o professor José Carlos Prates (2010) a anatomia é pode ser dividida em 5 fazes principais: 
a primeira pertence à antiguidade; a segunda apareceu com a decadência do Império Romano 
que teria afetado a ciência, a arte e a anatomia; a fase da restauração é a terceira fase e data do 
renascimento das ciências na Itália; a quarta fase está relacionada com a introdução do microscópio 
e a quinta fase refere-se à anatomia e embriologia comparadas.
Souza (2010) diz que a anatomia é dividida em 4 períodos: o primeiro período data da pré-história 
até a dissecação realizada por Vesalius (1543); o segundo período vai de Vesalius até o advento 
da fisiologia científica proposto por Willian Harvey (1628); o terceiro período vai de Harvey até 
a demonstração da unidade da unidade da vida proposto por Charles Darwin (1859) e o quarto 
período vai até os dias atuais.
A anatomia procura compreender a forma e a constituição do homem desde o início de sua existência 
e visa à compreensão dos princípios arquitetônicos da construção dos organismos vivos, a descoberta 
da base estrutural do funcionamento das várias partes e a compreensão dos mecanismos formativos 
envolvidos no desenvolvimento destas (DUARTE 2009).
Esse estudo se baseará na proposta de Souza (2010) considerando os quatro períodos iniciando pelo 
desenvolvimento da anatomia. Pode-se dizer que começou no princípio da humanidade, apesar de 
inicialmente estar cheia de pequenas ideias não científicas influenciadas por aspectos religiosos e 
culturais. O desejo natural de conhecimento e as necessidades vitais levaram o homem, desde a 
pré-história a se interessar pela anatomia. A dissecação de animais para sacrifícios antecedeu a de 
seres humanos. A anatomia como ciência foi freada bruscamente na idade média pela sacralidade 
10
que religiosos afereciam ao corpo. Esses religiosos proibiam qualquer prática que agredisse a 
constituição do corpo por considerá-lo sagrado (GARDNER, OSBURN 1980).
No século IX o estudo do corpo humano voltou a interessar os sábios graças à escola médica de 
Salerno, na Itália. Logo depois outros médicos medievais enfatizaram a afirmação de que o 
conhecimento anatômico era importante para o exercício da cirurgia. Então todos os estudos feitos 
nesse período eram considerados clandestinos e contrários à regra. Atualmente, o estudo anatômico 
do corpo humano e o material utilizado é o cadáver ou as peças cadavéricas. O conhecimento deve 
ser transposto diretamente para a utilização prática e clínica do estudante, tornando-se viável 
a utilização de modelos anatômicos sintéticos e softwares aproximando o conteúdo básico do 
específico (NOBESCHI 2010).
Objetivos
 » Fornecer informações sobre o princípio e a trajetória da anatomia desde os 
primórdios até a atualidade.
 » Abordar temas relevantes sobre a mística e a ciência que envolve essa fascinante 
matéria.
 » Compreender os aspectos históricos e evolutivos da anatomia.
 » Conhecer a linguagem técnica anatômica.
11
UNIDADE IREFLEXÃO
CAPÍTULO 1
Oração ao cadáver
Você conhece Karl Von Rokitansky? Talvez este nome não lhe seja familiar, mas se você estudou 
algum curso de nível superior na área da saúde com certeza conhece uma obra escrita por ele. A 
famosa reflexão ao cadáver desconhecido.
Karl Von Rokitansky foi um renomado médico patologista nascido aos 19 de fevereiro de 1804 na 
cidade de Hradec Králóve, Replública Tcheca e faleceu em 28 de julho de 1878 em Viena, Austria 
(NOBESCHI 2010).
Estudou medicina na cidade de Praga e adquiriu o título de doutor em 06 de março de 1828 pela 
Universidade de Viena. Dentre suas pesquisas, desenvolveu o método conhecido como a técnica de 
autópsia que ainda é um dos métodos padrões usado hoje. Conta-se que Rokitansky supervisionou 
cerca de 70.000 autópsias, e conduziu pessoalmente cerca de 30.000 uma média de 2 por dia 
durante 45 anos.
Ele foi o criador da famosa Oração ao Cadáver Desconhecido. Trata-se de uma reflexão ao respeito 
que se deve ter ao corpo já sem vida. Os corpos que em muitas das vezes não lhe foram concedidos 
o devido valor e respeito, tiveram um fim muitas vezes indigno e desumano, porém sua participação 
para a evolução da ciência pode ajudar as pessoas que a eles negaram a ajuda correspondendo a um 
verdadeiro paradoxo da vida.
Permitir a desintegração de seu corpo pelo estudo reforça a teoria de que a vontade de ajudar, 
independente da forma e o amor ao próximo são mais fortes do que a própria morte. Em países 
desenvolvidos o estudo de anatomia é preconizado com cadáveres oriundos de doações com o aval 
familiar. Entretanto, no Brasil, essa prática está longe de ser uma realidade e o meio de estudo se dá 
quase sempre é por meio de cadáveres de pessoas de rua desconhecidas.
A oração ao cadáver desconhecido
Ao curvar-te com a lâmina rija de teu bisturi sobre o cadáver desconhecido, 
lembra-te que este corpo nasceu do amor de duas almas, sorriu e sonhou os 
mesmos sonhos das crianças e dos jovens.
12
UNIDADE I │ REFLEXÃO
Por certo amou e foi amado e sentiu saudades dos outros que partiram.
Acalentou e esperou um amanhãfeliz, e agora jaz (morto) na fria lousa, sem 
que por ele se tivesse derramado uma lágrima sequer, sem que tivesse uma só 
prece.
Seu nome só DEUS o sabe, mas o destino inexorável (duro) deu-lhe o poder e a 
grandeza de servir a humanidade que por ele passou indiferente.
Aqui é o lugar onde a morte se compraz (alegra) em socorrer a vida.
Tu que tiveste teu corpo perturbado por nossas mãos ávidas de saber, e 
desvendar os mistérios do corpo humano, o nosso agradecimento e o nosso 
respeito.
Karl Von Rokitansky 1804-1878
Talvez a intenção do autor fosse de homenagear o indivíduo desconhecido que está cumprindo o seu 
papel de cidadão. Não se sabe ao certo o que motivou o autor a escrever tal obra. O que se sabe é que 
nas aulas iniciais de anatomia, os professores leem o material para que o aluno reflita sobre a falta 
de oportunidade que o dono daquele corpo teve e que a única forma que encontrou para colaborar 
com a humanidade foi se doar para o estudo. Após essa reflexão, o aluno terá um mínimo de respeito 
para com aquele corpo que do seu passado nada se sabe, mas que no presente está ajudando o aluno 
a se tornar um grande profissional da saúde.
Figura 1. Karl von Rokitansky. Autor da reflexão ao cadáver desconhecido.
Fonte: <radiographics.rsna.org>
13
UNIDADE IIETIMOLOGIA
CAPÍTULO 1
A anatomia
O verbete etimologia tem seu significado no dicionário como o estudo da origem da palavra. A 
palavra anatomia é a derivação de duas palavras de origem gregas ANA e TOMEIN que significam 
EM PARTES e CORTAR. O termo TOMEIN está relacionado com um tipo de exame de imagem 
bastante atual. A fusão dessas duas palavras nos deu a palavra utilizada hoje ANATOMIA. Significa 
separar ou isolar naturalmente as estruturas das várias regiões do corpo para estudo pelo método 
de dissecação. O dicionário português nos dá o seguinte significado: estudo da forma e estrutura dos 
seres organizados.
O termo dissecação tem o mesmo significado de anatomia, porém sua origem etimológica não 
relaciona- se com a língua grega e sim com o latim DISSECARE. Assim temos; DIS e SECAR 
que significam EM PARTES e CORTAR. O termo dissecar é mais utilizado para referir à técnica 
comum mais utilizada no estudo da anatomia. O dicionário português nos dá o seguinte significado: 
isolamento, pelo uso de instrumental apropriado, de parte de um corpo ou de um órgão, para estudo 
anatômico, em intervenção cirúrgica.
Uma palavra bastante presente no estudo de anatomia se refere ao corpo a ser estudado CADÁVER. 
O dicionário português diz que o termo CADÁVER significa corpo morto. Essa palavra também 
de origem latina tem sua origem etimológica o acróstico latino CARO, DATA e VERMIBUS e se 
escrevê-las em ordem crescente formamos a palavra cadáver.
CARO
DATA
VERMIBUS
O termo caro data vermibus significa carne dada aos vermes.
14
UNIDADE III1O PERÍODO
CAPÍTULO 1
Pré-história
O início da anatomia
De acordo com Souza (2010) o primeiro período da anatomia humana surgiu nos primórdios da 
civilização quando o ser humano conhecido como homo sapiens, termo latino de significado homem 
sábio, possuia características anatomicamente modernas e originaram-se na África há cerca de 200 
mil anos, atingindo o comportamento moderno há cerca de 50 mil anos. Nessa época, os homens 
primitivos já viviam em comunidade e a necessidade de comunicação era evidente.
O homem já era desenvolvido fisicamente para a produção da fala, daí veio também um significativo 
desenvolvimento da linguagem e posteriormente a fala. Este desenvolvimento também se deve 
um pouco à intersecção de duas culturas (neandertal e o homo sapiens) e como tal a necessidade 
de comunicação entre elas, pois durante uns tempos, ambos viveram na Terra. Antes da fala, o 
homem primitivo nos deixou também outro legado, as pinturas rupestres realizadas na sua maioria 
nas paredes de cavernas e feitas com sangue de animais, argila e seiva de plantas (TRINKAUS, 
ZIMMERMAN 2005).
A ciência anatomia começava a dar seus primeiros passos já nos primórdios da história humana. O 
homem pré-histórico já observava em sua volta a existência de seres que apresentavam diferenças 
significantes de seu corpo e isso despertou o interesse por esses seres cujas diferenças visuais eram 
consideráveis. Esses seres eram animais como veremos na imagem a seguir. Nossos ancestrais 
passaram a desenhar nas paredes das cavernas e fazer esculturas das formas que viam.
É importante ressaltar que não se desenhava um único modelo, mas eram variados. Com isso 
passou a notar detalhes, que hoje nos permitem identificar as espécies de animais descritas. 
Estas representações indicam não somente que a pintura pré-histórica nasceu há muito tempo, 
mas que o interesse pelo conhecimento do corpo humano relacionava-se com a necessidade de 
desenvolvimento de técnicas mais aprimoradas para caça e abate dos animais. Os primórdios do 
conhecimento anatômico determinavam os órgãos vitais para abater a caça e as formas mais fáceis 
e eficientes de retirar a carne do animal. Os seres humanos desse período também sabiam os locais 
mais vulneráveis em seus próprios corpos e os protegia mais adequadamente tornando-os menos 
15
1o PERÍODO │ UNIDADE III
vulneráveis ao ataque desses animais. A anatomia é, possivelmente, a mais antiga ciência que pode 
ser relacionada à medicina. A Cirurgia é a mais primitiva das atividades reconhecidas como médicas 
por ter como substrato a manipulação do corpo humano.
Acredita-se que no início era orientada para tratamento de pequenos ferimentos, drenagens e alívio 
da pressão.
Figura 2. A imagem rupestre pintada na rocha mostra 6 elefantes e cerca de 15 homens.
Fonte: <geschichteinchronologie.ch>
A primeira cirurgia
O arqueólogo americano Ephraim George Squier encontrou um crânio que apresentava um pequeno 
orifício retangular na região frontal datado por volta de 1500-1400 a.C. Devido às características 
do orifício, concluiu que havia feito por mãos humanas. O crânio descoberto em 1865 constitui 
um divisor de águas com relação a uma nova interpretação dos crânios trepanados descobertos 
em culturas pré-históricas e essa descoberta levou a uma busca por outros crânios trepanados 
produzidos por outras culturas. De fato, diversos crânios com as mesmas características foram 
identificados em sítios arqueológicos do período neolítico na França, muitos deles datados de cerca 
de 4.000 a 5000 a.C. (CLOWER, FINGER, 2001; MUNRO,1891).
Especialistas afirmam que o procedimento cirúrgico de nome trepanação era realizado principalmente 
em jovens para o tratamento de convulsões simples e associadas a possessões demoníacas. Dessa 
forma, atribuía-se a uma função religiosa, propondo que a trepanação teria a capacidade de libertar 
demônios que estariam atormentando o doente (CLOWER, FINGER, 2001; MUNRO,1891).
16
UNIDADE III │ 1o PERÍODO
Figura 3. Crânio encontrado por Squier no Peru, com abertura do osso frontal e datado de 1500-1400 a.C.
Fonte: Castro, Landeira-Fernandez (2008).
É bem possível que os doentes tinham algum tipo de pressão intracraniana e quando abria- se 
o crânio diminuía a pressão e consequentemente o paciente tinha um alívio do sintoma. Após o 
procedimento, acreditava-se na libertação de um espírito ruim que estaria atormentando a cabeça 
do doente.
<https://www.youtube.com/watch?v=T4TzZ00CzHY>
17
CAPÍTULO 2
Os sumérios
Berço da civilização
A área da antiga mesopotâmia é a região localizada entre os rios Tigre e Eufrates no sudoeste da 
Ásia. Embora seus limites variassem durante diferentes períodos da história, de modo geral, a 
região da mesopotâmia abrangia o território do atual Iraque e parte da Síria. Muitos grupos étnicos 
dominaram sucessivamente essa região em diferentes períodos, como os Sumérios, os Assírios e os 
Babilônicos. Atribui-se aos Sumérios o desenvolvimento, por volta de 4000-3500 a.C., da escrita 
cuneiforme, na qual os símbolos eram cunhados em placas de barro (OPPENHEIM 1964).
Esses escritos fazem dos Sumérios um povocom importância histórica pelos escritos em placas 
de argila encontradas por arqueólogos, as quais eram usadas pelos sacerdotes da época. Essas 
que contém escritos médicos importantes. Eles acreditavam que o sangue era a fonte de todas as 
funções vitais e o órgão fígado o centro da distribuição do sangue. Portanto, o centro da vida. A 
partir dessa informação sabemos o motivo pelo qual esse povo recorria ao órgão para previsões 
(OPPENHEIM 1964).
Figura 4. Modelo em argila de fígado de carneiro, possivelmente utilizado para hepatoscopia utilizado na 
formação de sacerdotes
Fonte: Castro, Landeira-Fernandez 2008 
18
CAPÍTULO 3
Os babilônios
Anatomia na babilônia
Cerca de 1500 anos depois, os acádios dominaram as cidades Sumérias e fundaram a Babilônia. 
Os Babilônios, como outros povos, tinham a necessidade da previsão do futuro e praticavam tal 
previsão pelo órgão fígado dos animais principalmente carneiro.
Os Babilônios teriam catalogado detalhadamente pedacinhos de fígado e correlacionado com 
divindades ou até mesmo acontecimentos. Essa prática estava presente como parte do ensinamento 
na formação dos seus sacerdotes. Era uma tecnologia usada ao mais alto nível, até vedada ao povo 
comum, de tão poderosa que a jugavam ser. Não existem evidências de como eles faziam tais previsões 
nem a forma como adquiriam este conhecimento, mas é importante ressaltar que os Babilônicos 
foram um dos primeiros praticantes da ciência anatomia. Esse povo teria encontrado um pedaço de 
fígado correto para cada deus, daí o interesse pela anatomia veterinária que dominavam.
Anatomia bíblica
Porque o rei de babilônia parará na encruzilhada, no cimo dos dois caminhos, 
para fazer adivinhações, aguçará as suas flechas, consultará as imagens e 
atentará para o fígado. 
Ezequiel 21:21
O texto bíblico faz mensão ao rei Nabucodonosor que teria ido à guerra após recorrer ao fígado 
como adivinhação para então atacar a cidade de Jerusalém. O conhecimento anatômico do povo 
babilônico se restringia meramente a aspectos religiosos e as doenças eram vistas ou associadas 
à ação dos deuses. Quando estes deuses deixavam de proteger uma pessoa, ela ficava vulnerável à 
ação dos demônios ou espíritos malignos que poderiam agir sobre seu corpo e sua mente. Por essa 
razão, tanto a doença quanto a cura eram explicadas a partir de uma complexa relação entre deuses, 
seres humanos e espíritos que assombrariam os vivos (OPPENHEIM, 1964).
19
CAPÍTULO 4
Os chineses
Anatomia na China
Na antiga China, as teorias anatômicas também nasceram de especulação e dedução de pensamento 
em vez de observações diretas. Devido às doutrinas de Confúcio (551- 479 a.C.), as dissecções de 
cadáveres foram proibidas até o início do século XVIII. Até então, as ilustrações anatômicas se 
referiam apenas ao sistema vascular porque os chineses valorizavam a localização dos pulsos para o 
diagnóstico e estabelecimento do prognóstico de inúmeras doenças (SOUZA 2010).
Anatomia na acupuntura
Por sua relação com a acupuntura, os vasos e canais, reais ou imaginários, foram atentamente 
considerados pelos médicos chineses. Como a cosmologia, o saber anatômico fisiológico da antiga 
China ficou presidido pelo número cinco: cinco elementos básicos (ar, água, terra, fogo e madeira), 
cinco órgãos principais (coração, pulmão, rim, fígado e baço). A relação presente entre os órgãos é 
de amizade ou inimizade de acordo com seu papel na dinâmica do Yin Yang: o coração (fogo) tem 
seu inimigo, o rim (água) e seu amigo o fígado (a madeira). Até recentemente, o chinês manteve-
se conservador em suas crenças e por isso, as culturas ocidentais não foram muito influenciadas 
pelo saber da China. As maiores contribuições chinesas para a anatomia humana e para medicina 
ficaram praticamente restritas às técnicas de acupuntura (SOUZA 2010).
20
CAPÍTULO 5
Os egípcios
Anatomia egípcia
A antiga cultura egípcia desenvolveu-se a oeste da Mesopotâmia, onde foi aperfeiçoada a ciência do 
embalsamento dos mortos do que nós conhecemos como múmias. Não se buscava o conhecimento 
do corpo humano para tratamento de doenças ou mesmo adquirir conhecimento sobre anatomia, 
já que embalsamar era estritamente religioso e reservado para a realeza e para os ricos a fim de 
prepará-los para uma vida depois da morte.
Para os egípcios, a imortalidade da alma se conservava no corpo, daí o motivo pelo qual o povo 
desenvolveu métodos de preservação dos cadáveres. O coração não era retirado do cadáver por 
acreditavam que era o local onde residia a alma. Aliás, o coração era o local onde se armazenavam 
os delitos cometidos pelo morto. Era medido e pesado e se o valor ultrapassasse as medidas padrões, 
esse era condenado ao inferno. Assim, quanto mais pesado seu coração, mais pecados se tinha o 
condenado.
O coração e a crença
Os egípcios consideravam o coração como o centro da emoção, pensamentos e por todas as 
demais funções hoje associadas ao sistema nervoso central. Esse povo acreditava na existência de 
um nervo localizado no 4o dedo da mão (digitus cordis) que se dirigia diretamente ao coração e, 
portanto, era via direta de comunicação. Então os casais egípcios passaram a usar argolas no 4o 
dedo para que os corações permanecessem unidos. Essa prática foi incorporada ao cristianismo 
que introduziu como tradição o uso de argolas de ouro nos dias atuais. Os antigos egípcios 
acreditavam que o coração era o centro do organismo e que estava conectado com os demais 
órgãos do corpo por meio de uma rede de canais chamados de METU. Essa rede seria formada 
por canais que partiriam do coração onde não haveria apenas sangue. Assim, não só os vasos 
sanguíneos eram considerados METU, mas também o trato respiratório, os dutos glandulares e 
os músculos e consequentemente, não era feita distinção entre artérias, veias, tendões, nervos ou 
ligamentos (WILLERSON, TEAFF 1996).
21
1o PERÍODO │ UNIDADE III
Figura 5. Imagem mostra o coração sendo pesado pelo deus anúbis. Segundo a mitologia egípcia, era o deus 
dos mortos e quem determinava o local para onde deveria ir o suposto condenado, cujo coração se mostrasse 
mais pesado que uma pena.
Fonte: <fascinioegito.sh06>
As múmias
A mais famosa múmia encontrada é a do faraó Tutankámon, encontrada no começo do sec. XIX em 
um sarcófago com uma máscara de ouro.
Tutankámon é conhecido como o faraó menino e nasceu em 1346 e morreu aos 19 anos de idade em 
1327 aC. Foi faraó do Egito antigo entre os anos de 1327 e 1336 aC. Era filho do faraó Akhenaton. Esse 
achado atesta a tecnologia avançada nos estudos do corpo humano principalmente, na conservação.
Os egípcios retiravam os órgãos do corpo e o desidratavam com salitre, após era enfaixada como as 
múmias que conhecemos de filmes e desenhos.
Figura 6. As imagens correspondem ao jovem faraó que possivelmente morreu de malária aos 19 anos. À direita 
mostra a parte de seu caixão feito inteiramente em ouro. Os egípcios dominavam as técnicas de conservação. A 
múmia de Tutankámon se manteve conservada por milhares de anos.
Fonte: <sobreegito.com>
22
UNIDADE III │ 1o PERÍODO
Mumificação
A análise do termo múmia no dicionário revela que um dos seus significados seria: qualquer cadáver 
enterrado em local muito seco e quente que passando pelos processos endurecimento não entra em 
estado de putrefação. Perceba que esta definição engloba as múmias naturais que podem ocorrer 
devido às condições do ambiente. As mais famosas múmias foram produzidas artificialmente por 
meio de técnicas de embalsamamento. A ligação de múmias com o povo egípcio é tanta que no 
mesmo dicionário há referências apenas a este povo desconsiderando o fato de haver inúmeras 
citações na bibliografia de múmias de outras civilizações inclusive mais antigas que as do próprio 
povo egípcio. Contudo, a expressão múmia não é de origem egípcia, mas na verdade, deriva da 
palavra árabe mumiyah que significa corpo preservado por cera ou betume (CHEMELO 2006).
Ao contrário do que possase pensar, a mumificação egípcia pouco contribuiu para o avanço do 
conhecimento Anatômico, pois a técnica era puramente religiosa e sem registros acerca dos aspectos 
corporais, mesmo os egípcios tendo uma verdadeira lição de anatomia. Aproveitavam o momento 
para aprender as relações das estruturas internas do corpo humano. O processo de mumificação 
contribuiu muito para a medicina e justifica o destaque que os egípcios antigos possuíram nesta 
área. Naquele tempo já existiam médicos, os quais eram chamados de SUNU, equivalente a Doutor. 
Dentre os três tipos de categorias de SUNUS, merece destaque uma que atendia as pessoas em 
espécies de consultórios, parecido com o que acontece hoje. O mais interessante disto tudo é que 
eles eram especialistas em determinadas áreas do corpo como o exemplo do mais antigo SUNU do 
Egito antigo, Hesy-Ra que viveu por volta de 3000 a.C. e só cuidava de dentes. O médico egípcio 
Menés teria escrito o primeiro manual de anatomia que se tem registro histórico (VAN DE GRAAFF, 
2003; CHEMELO, 2006).
Os egípcios acreditavam que a alma da pessoa necessitava de um corpo para a vida após a morte. 
Portanto, devia-se preservar este corpo para que ele recebesse de forma adequada, a alma. 
Preocupados com esta questão, os egípcios desenvolveram um complexo sistema de mumificação. 
Todo o ser humano, segundo os egípcios, possuía uma força espiritual, uma força vital e um corpo. 
Na morte, quebrava-se o vínculo entre estes três elementos. Para renascer e viver para sempre em 
uma terra em que todos permanecessem jovens, ágeis e belos a força vital e a força espiritual de uma 
pessoa tinham que reconhecer seu corpo e se unir novamente a ele. A felicidade no além dependia 
da habilidade do embalsamador. O cadáver era aberto na região do abdome e tinha suas vísceras 
retiradas espaço deixado era preenchido com linho. Esta prática é comprovada pela existência de 
inúmeros recipientes para vísceras encontrados em túmulos. Estes apresentavam a forma de quatro 
jarras com tampas em forma de cabeças humanas, realizados em pedra ou cerâmica (SPENCER,1991).
O corpo era lavado com essências e água. O coração era mantido e os outros órgãos colocados em 
jarras canópicas. O cérebro também era extraído, mas era tratado com desdém e seus fragmentos 
não tinham nenhum valor. Em seguida, o corpo era empacotado e coberto com natro, um tipo de sal, 
e deixado para desidratar durante 40 dias. Após esse período era empacotado com linho ensopado 
de resina, natro e essências aromáticas. As cavidades do corpo eram tampadas e finalmente era 
coberto de resina e enfaixado como as múmias dos filmes. Durante o ritual, os sacerdotes colocavam 
amuletos entre as camadas de faixas, sempre acompanhado de orações e encantamentos. Todo esse 
processo levava cerca de 70 dias (STARNEWS, 2001).
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1o PERÍODO │ UNIDADE III
Figura 7. Imagem representa o processo de mumificação Feito pelos antigos egípcios.
Fonte: Chemelo, 2006.
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CAPÍTULO 6
Os gregos
Anatomia comparada
Os gregos arcaicos quase nada conheciam sobre a anatomia interna e a fisiologia humanas. Seus 
conhecimentos anatômicos restringiam-se à traqueia tida como um tubo condutor de ar para o 
interior do organismo, a garganta como um órgão de entrada da bebida e do alimento, o coração 
como um órgão pulsátil, o reto como o segmento distal do tubo digestivo e eliminador das fezes e 
a bexiga como o reservatório de urina. Acredita-se que o conhecimento a respeito da maioria dos 
órgãos deu-se por observações da anatomia interna de animais que eram sacrificados (BARBOSA, 
LEMOS 2007).
Antes de Hipócrates, os gregos já haviam fundado escolas de medicina com Heráclito 500 a.C. e 
Empédocles 490 a.C. Esse último personagem da história de anatomia era conhecedor do labirinto 
auditivo. Todos adquiriram conhecimento por dissecação de animais. Os gregos tinham uma ideia 
semelhante à dos egípcios e usavam argolas produzidas com metais magnéticos no mesmo 4o dedo 
para que os corações dos casais (centro das emoções) sempre estivessem atraídos e com isso o amor 
sempre estaria presente. Aliás, foi na Grécia antiga que a anatomia, inicialmente, ganhou maior 
aceitação como ciência e foi Aristóteles (384-322 a.C.) quem teria sugerido que o coração era o 
centro das emoções. Aristóteles é considerado o pai da zoologia devido a um profundo estudo do 
reino animal e fundou a escola Liceu com estudos voltados para a fauna e flora. Seu pai, Nicômaco, 
era médico e talvez isso tenha influenciado seu interesse pela biologia. Aristóteles estudou, com 
grande riqueza de detalhes, as estruturas anatômicas de mais de 500 espécies. Dentre suas 
contribuições, além de ter sido pioneiro na classificação de diferentes tipos de animais, o filósofo 
grego criou eficientes métodos de análises comparativas, adotados até os dias, como o conceito de 
anatomia comparada.
Figura 8. Aristóteles é considerado o pai da anatomia comparada.
Fonte: <aforismi.lv>
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1o PERÍODO │ UNIDADE III
O pai da medicina
Platão (427- 347 a.C.) conhecia a propagação do som pelo ar, penetrava pelo ouvido e chegava até 
a alma por meio do cérebro e do sangue e tinha como o destino o fígado. Outro personagem grego 
histórico e ligado à anatomia foi Hipócrates (460-372 a.C.). Considerado como o pai da medicina 
devido aos seus estudos sobre doenças. Sua maior façanha foi tirar dos deuses o poder da cura 
e empregá-lo aos homens. Por isso o nome de Hipócrates é bem difundido no meio acadêmico, 
principalmente por estudantes de medicina, já que devem fazer o juramento Hipocrático, ao serem 
diplomados médicos (SOUZA 2010).
Juramento Hipocrático
Eu juro por Apolo médico, por Esculápio, Higeia e Panacéa e tomo por testemunhas todos os deuses 
e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: estimar, 
tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte, fazer vida comum e, se necessário for, 
com ele partilhar meus bens, ter seus filhos por meus próprios irmãos, ensinar-lhes esta arte se eles 
tiverem necessidade de aprendê-la sem remuneração e nem compromisso escrito, fazer participar 
dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos 
inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.
Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar 
dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que 
induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva.
Conservarei imaculada minha vida e minha arte.
Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado. Deixarei essa operação aos práticos 
que disso cuidam.
Em toda a casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e 
de toda a sedução sobre tudo longe dos prazeres do amor com as mulheres ou com os homens livres 
ou escravizados.
Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto 
ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.
Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha 
profissão, honrado para sempre entre os homens. Se eu dele me afastar ou infringir, o contrário 
aconteça.
Acredita-se que foi escrito pelo próprio Hipócrates ou algum discípulo. Este texto tornou-se 
um tributo à sabedoria grega representada pela figura de Hipócrates que tempos depois seria 
considerado pai da medicina.
O juramento de Hipócrates é uma síntese bem elaborada dos preceitos éticos e morais que devem 
nortear a profissão medicina e manter a dignidade desta.
26
UNIDADE III │ 1o PERÍODO
Hipócrates escreveu técnicas de anatomia relacionadas ao pericárdio como uma membrana que 
reveste o coração (SOUZA 2010).
As escritas de vários filósofos gregos tiveram um forte impacto no pensamento científico futuro 
como Homero, em Ilíada que descreveu com precisão a anatomiadas feridas ocorridas em batalhas, 
aproximadamente 800 a.C. Como mencionado anteriormente, os termos anatomia e dissecar 
são derivados de palavras gregas devido à sua importância na história da anatomia (BARBOSA, 
LEMOS 2007).
Figura 9. Hipócrates desvinculou a medicina do misticismo.
Fonte: culturasclassicas
Teorias de Hipócrates
Hipócrates foi bem disciplinado na popular teoria humoral de organização do corpo. Esta teoria 
reconhecia quatro humores no corpo, e cada um deles se associava com um órgão em particular: 
sangue com o fígado, cólera ou bile amarela com a vesícula biliar, fleuma com os pulmões e melancolia 
ou bile preta com baço. Imaginava-se que uma pessoa com saúde teria um equilíbrio dos quatro 
humores. O conceito dos humores há muito tempo foi abandonado, mas dominou o pensamento 
médico durante mais de 2000 anos. A visão hipocrática do sistema nervoso foi inovadora. Ficaram 
conhecidas as meninges e na medula espinhal, se vê um prolongamento do cérebro. Os nervos foram 
confundidos com tendões e com os vasos. A alma foi considerada parte do corpo. Grosseiros erros 
anatômicos foram registrados, como a comunicação direta entre estômago e rim entre a traqueia 
e as vias urinárias. Tanto Hipócrates quanto Aristóteles imaginavam que o coração era a sede do 
intelecto.
27
1o PERÍODO │ UNIDADE III
Hipócrates teria descrito que o centro do cérebro era oco, sendo a primeira vez que alguém se referia 
aos ventrículos cerebrais (SOUZA 2010).
O pai da anatomia
Certamente, nenhum outro estudioso grego teve tanta responsabilidade no estudo de anatomia 
quanto Herófilo (335 – 280 a.C.), nascido em Calcedônia ficou conhecido como o primeiro 
anatomista da história. É considerado por muitos como o açougueiro de homens por sua prática 
cruel de estudar em vivos. Ele praticava vivissecção em criminosos da prisão real. Estima-se que ele 
esfolou vivo mais de 600 seres humanos, muitas vezes em demonstrações públicas (SOUZA, 2010).
A história remete a dois cientistas que procuram comprovar a teoria de que ao beber o sangue de um 
animal, o homem adquiria a característica moral deste. Ao tomar o sangue de uma aranha o homem 
desenvolveria o dom da música. Em nome da ciência, Stroibus e Pítias matam lentamente milhares 
de ratos. Teriam adquirido a característica dos ratos de roubar. Roubaram importantes livros da 
biblioteca e pretendiam fugir, mas foram capturados por Ptolomeu e condenados. Aí Herófilo 
sugeriu a Ptolomeu conforme diz o livro de Machado de Assis (1884):
— Tenho me limitado até agora a escalpelar cadáveres, mas eles me dão a 
estrutura e não a vida. Eles me dão órgãos e não as funções. Senhor, eu preciso 
das funções e da vida.
— Queres estripar os ratos de Stroibus?
— Não senhor. Peço- lhe alguns homens vivos.
— Vivos não é possível, disse Ptolomeu.
— Vou convencê-lo que só não é possível, mas até legítimo e necessário. As 
prisões egípcias estão cheias de criminosos e esses ocupam uma escala inferior 
na escala humana. Já não são cidadãos, nem mesmo pode-se dizer homens, 
porque a razão e a virtude que são as principais características humanas, eles 
perderam infringindo a lei e a moral. Além disso, uma vez que têm de expiar 
a morte por seus crimes, não é justo que preste algum serviço à verdade e a 
ciência?
Ptolomeu achou o argumento plausível e ordenou que os criminosos fossem entregues a Herófilo.
Nenhum criminoso sabia do seu fim. Já haviam sido escalpelados cerca de 50 homens até chegar 
a vez de Stroibus e Pítias. A intenção era saber se o nervo do latrocínio residia na mão ou nos 
dedos. Stroibus foi o primeiro sujeito à operação. Compreendeu tudo, desde que entrou na sala e 
pediu-lhes que poupassem a vida de um filósofo. Herófilo disse-lhe mais ou menos isto:
— Ou é um aventureiro ou o verdadeiro Stroibus. No primeiro caso, tens aqui o 
único meio para resgatar o crime de iludir a um príncipe esclarecido, presta-te 
ao escalpelo; no segundo caso, não deves ignorar que a obrigação do filósofo 
é servir à filosofia e que o corpo é nada em comparação com o entendimento.
28
UNIDADE III │ 1o PERÍODO
Dito isto, começaram pela experiência das mãos, que produziu ótimos resultados. As mãos de Pítias 
foram rasgadas e minuciosamente examinadas. Os infelizes berravam, choravam, suplicavam, mas 
Herófilo dizia-lhes pacificamente que a obrigação do filósofo era servir à filosofia e que para os fins 
da ciência eles valiam ainda mais que os ratos, pois era melhor concluir do homem para o homem e 
não do rato para o homem. E continuou a rasgá-los fibra por fibra durante oito dias. No terceiro dia 
arrancaram-lhes os olhos para desmentir praticamente uma teoria sobre a conformação interior do 
órgão (MACHADO DE ASSIS 1884).
Embora cruel, esse método dava à anatomia uma base realmente concreta e desvendou muitos 
mitos até então tidos como verdade inabalável como a presença de ar nas artérias. Herófilo analisou 
o olho, crânio e o cérebro identificando o último como o centro do sistema nervoso e a sede da 
inteligência. Também descreveu as meninges, o cerebelo e 4o ventrículo. Distinguiu os nervos 
motores dos sensitivos e demonstrou que a aorta e artérias continham sangue. Identificou e nomeou 
o duodeno além de descrever os vasos linfáticos e o intestino (SINGER, 1996).
Figura 10. Herófilo estudou anatomia em criminosos vivos.
Fonte: <loffit.abc.es>
Herófilo e anatomia sistêmica
Após Herófilo, o estudo da anatomia tornou-se mais descritivo do que especulativo.
Herófilo tornou-se o pai da anatomia humana, sendo o primeiro a dissecar cadáveres com o propósito 
de caracterizar o percurso da doença. Foi talvez o primeiro cientista que estudou sistematicamente 
a anatomia humana. Pouco se sabe sobre a sua vida e seus escritos, mas seus livros sobre anatomia 
29
1o PERÍODO │ UNIDADE III
(três volumes) foram destruídos juntamente com a biblioteca de Alexandria. Além das descrições 
anatômicas, outra contribuição importante de Herófilo e Erasístrato deixada na Faculdade de 
Alexandria foi um par de esqueletos completos e montados. Esses esqueletos foram provavelmente 
os primeiros destinados para o estudo da osteologia. Estes ossos persistiram séculos durante os 
quais serviram de referencial para gerações de médicos. A despeito das evidentes contribuições de 
Herófilo e Erasístrato, muitas delas foram eclipsadas pelos trabalhos de Galeno (SINGER, 1996).
30
CAPÍTULO 7
Os romanos
Célsus
Depois de grande pausa histórica sobre anatomia, encontramos Aurélius Cornélius Célsus (30 a.C. 
– 45 d.C.). Existem dúvidas se era médico ou apenas colecionador de obras médicas. O saber de 
Célsus está relacionado às obras de Alexandria, embora a medicina hipocrática também o tenha 
influenciado. A sua maior obra é a De Re Medica fragmento de uma obra mais vasta de Artibus 
escrita entre 25 e 35 anos da era Cristã. A maior parte do que se conhece sobre a escola médica da 
Alexandria baseia-se nas escrituras do enciclopedista romano Cornélius Célsus. Ele compilou estas 
informações em um trabalho de oito volumes. Contudo, Célsus, teve influência apenas limitada em 
seu próprio tempo, provavelmente por causa do uso do latim em lugar do grego. O enorme valor de 
sua contribuição não foi reconhecido até o Renascimento (SOUZA 2010).
Constituída por múltiplas partes das quais destacamos as seguintes: história da medicina e das escolas, 
generalidades, doenças de cada parte do corpo, medicamentos, fraturas e luxações. Juntamente 
com a obra de Hipócrates é considerada uma das mais importantes da antiguidade. Dá ênfase à 
alimentação, cirurgia e farmácia. Célsus considerava que as doenças deveriam ser classificadas de 
acordo com o tratamento: alimentação, exercícios físicos, trabalho e banhos (SOUZA 2010).
Figura 11. Célsus é o primeiro nome em anatomia da era Cristã.
Fonte: LEITNER et. al. 2007.
31
1o PERÍODO │ UNIDADE III
Galeno
Claudio Galeno (131 – 201 d.C.) nasceu em Pergamo, cidade grega hoje região da Turquia. É 
provavelmente o escritor médicode maior influência de todos os tempos. Ele produziu diversos textos 
que perduraram determinando o conhecimento médico-anatômico por cerca de 1500 anos. Tendo 
feito apenas duas ou três dissecações humanas durante toda sua vida, seus conhecimentos advinham 
da dissecação de animais, assim, se sujeita a muitos equívocos quando não considera as características 
anatômicas variáveis das espécies, e quando pretende ser a palavra final nos aspectos que discute. 
Sua obra somente é refutada por Andreas Vesalius em 1543. Médico de Marcus Aurélius Antonius, 
concluiu seus estudos em Alexandria e regressou à cidade natal onde trabalhou como médico até 164 
d.C., depois se estabeleceu em Roma até sua morte. Galeno dividiu os nervos espinhais de acordo 
com sua região e os nervos cranianos foram divididos em sete partes: óptico, oculomotor, troclear, 
trigêmeo, palatino, acústico, facial, grupo vagal e hipoglosso. (MARGOTA, 1998).
Galeno conhecia o infundíbulo da hipófise que acreditava comunicar-se com a cavidade nasal, as 
cartilagens da laringe e teria batizado a cartilagem tireoide de Chondros Thyreoides pela sua suposta 
semelhança ao escudo dos gregos que ia do queixo ao tornozelo. Galeno comparava o movimento 
do sangue com o movimento de fluxo e refluxo das marés. Parte do sangue voltava ao sistema de 
vasos depois de atingir os vasos e se coagular para formar a estrutura do corpo. Para ele, o sangue se 
movimentava num sistema aberto, tinha um princípio e um fim, passava uma só vez pelo coração e 
a produção pelo fígado era incessante (PORTO 1994).
Figura 12. Galeno não provou, mas sugeriu que as moléculas de ar chegam até o coração por meio dos 
pulmões
Fonte: <drmarcosgomes.com.br>
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UNIDADE III │ 1o PERÍODO
Ao lado dos seus conhecimentos sobre o sistema nervoso, entre outras descobertas, destaca-se 
sua teoria sobre a origem da asma. Galeno, assim como Hipócrates, acreditava que a respiração 
se originava no cérebro e que a cavidade craniana possuía comunicação com a nasofaringe. Sua 
teoria era baseada na observação de que os odores, que se supunha serem percebidos pelo cérebro, 
passavam através desta via. Outras observações, como a de que cheiros fortes poderiam causar 
dificuldades respiratórias em alguns indivíduos e de que a dispnéia frequentemente era associada 
com secreções nasais de muco espesso, reforçavam suas conclusões. Galeno atribuía a causa da 
asma a uma obstrução intermitente da respiração secundária a secreções que pingavam do cérebro 
no pulmão (PORTO 1994).
SOUZA, C. S. Lições de anatomia: manual de esplancnologia. Salvador: EDUFBA, 
2010. 500 p.
33
CAPÍTULO 8
Da vinci
Renascença
As mudanças materiais ocorridas na Europa a partir do século XI resultaram em um movimento 
cultural que recebe o nome de Renascimento, pois foi encarado como uma volta à rica cultura da 
grega e romana antigas. A arte tenta representar fielmente a natureza e para isso o artista deve 
estudar as ciências naturais, como a anatomia, para melhor representar o corpo. Começa-se a prática 
da dissecação e suas representações. Leonardo da Vinci é o melhor representante desta época onde 
o artista e o cientista se fundem. É o primeiro artista a fazer dissecações e representá-la visualmente 
com maestria. A Renascença foi um período marcado por uma intensa produção artística e também 
pelo choque entre ideais humanistas e os dogmas da igreja. Os artistas deste período trazem a ideia 
do ser humano valorizado, ressaltando o corpo e exaltando o belo. Neste período surgem nomes 
importantes da arte como Leonardo da Vinci e Michelângelo (GOMES et. al. 2009).
Leonardo da Vinci
Leonardo Da Vinci (1452-1519) começou um dos mais impressionantes levantamentos de anatomia 
para entender o funcionamento de órgãos, do esqueleto, dos músculos e tendões. Esta é a história 
pouco conhecida do artista-anatomista italiano que, além de pintor, escultor, músico, cientista, 
arquiteto, engenheiro e inventor, também atuou na medicina. Ao longo de 15 anos (de 1498 a 1513), 
Leonardo desenhou órgãos e elementos dos sistemas anatomofuncionais do corpo humano em um 
estudo que começou pela leitura das obras de autores da medicina pré-renascentista, como Galeno. 
Ele também participou de dissecações do corpo humano e de diversos animais. Porém, jamais 
terminou e publicou a obra que, segundo pesquisadores, poderia ter revolucionado a medicina mais 
de 20 anos antes que o belga Andreas Vesalius publicasse seu livro De Humani Corporis Fabrica, 
em 1543, obra que marca a fase inicial dos estudos modernos sobre anatomia.
Desenhou muitos estudos sobre o esqueleto humano e suas partes, bem como os músculos e 
nervos, o coração e o sistema vascular, os órgãos sexuais e outros órgãos internos. Ele fez um 
dos primeiros desenhos científicos de um feto no útero. Como artista, Leonardo observou e 
registrou cuidadosamente os efeitos da idade e da emoção humana sobre a fisiologia, estudando 
em particular os efeitos da raiva. Ele também desenhou muitas figuras importantes que tinham 
deformidades faciais ou sinais de doença, estudando e desenhando também a anatomia de animais 
diversos, dissecando vacas, aves, macacos, ursos e rãs, comparando seus desenhos em sua estrutura 
anatômica com a dos seres humanos (GOMES et. al. 2009).
34
UNIDADE III │ 1o PERÍODO
Homem Vitruviano
Certamente lembrarão-se da última ceia pintada por Leonardo da que representa Jesus e os 
discípulos antes da traição e posterior crucificação, Monalisa ou a teoria do helicóptero projetado 
por este. Mas outras obras foram e são importantes para a história da anatomia, pois representam 
uma nova modalidade de representação das partes anatômicas jamais vistas até então. Das obras 
anatômicas temos O Homem Vitruviano que da Vinci desenhou e acompanhava os escritos em um 
de seus diários.
Figura 13. O desenho é considerado um símbolo da simetria básica do corpo humano.
Observe que a área total do círculo é igual à área total do quadrado.
Fonte: <www.actafisiatrica.org.br>
Ossos e músculos
A imagem a seguir evidencia algumas estruturas bem conhecidas por anatomistas atualmente como 
a articulação sinovial gínglima talocrural e a articulação sinovial condilar metatarsofalangeana do 
hálux. Músculos do dorso e membro superior como o trapézio, deltoide e esternocleidomastoideo.
35
1o PERÍODO │ UNIDADE III
Figura 14. Os escritos anatômicos de da Vinci concentravam-se em osteologia e músculos superficiais.
Fonte: Os Cadernos Anatômicos de Leonardo da Vinci
Coração
Leonardo da Vinci também dedicou seus estudos sobre o coração e fez considerações importantes 
como a trabécula supramarginal do ventrículo direito à qual batizaram de corda de Leonardo.
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UNIDADE III │ 1o PERÍODO
Figura 15. Desenhos de cardilogia
Fonte: Os Cadernos Anatômicos de Leonardo da Vinci
Embriologia
Seus desenhos também se referiam ao estudo da embriologia. Num de seus manuscritos, encontrava-
se a imagem de um útero gravídico.
Figura 16. Desenhos de embriologia.
Fonte: Os Cadernos Anatômicos de Leonardo da Vinci
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CAPÍTULO 9
Michelângelo
Artista anatomista
Michelangelo Buonaroti (1475-1564), Michelângelo universalmente conhecido por suas magníficas 
pinturas e esculturas, foi arquiteto, escultor, pintor e poeta. Nasceu em Caprese na Itália e com 
apenas 13 anos e contra a vontade de seu pai Ludovico, ingressou no atelier de pintura do renomado 
Domenico Ghirlandajo em Florença onde efetuou o seu aprendizado artístico.
Com seu notável talento destacou-se frente aos outros aprendizes sendo indicado por Domenico 
Ghirlandajo para estudar na escola mantida por Lorenzo de Médice, no palácio dos Médice, 
local onde se concentravam artistas de toda a Itália, filósofos e também médicos renomados que 
despertaram em Michelangelo através das sessões de dissecação, o interesse pela Anatomia.
Michelângelo adquiriu vasto conhecimento em anatomia. Fato que é confirmado pela perfeição 
em que o ser humano é representado em suas obras. Este fatochama a atenção de estudiosos de 
diversas áreas relacionadas com o estudo do corpo humano para ser interessado em sua arte.
Michelângelo retratou no teto da capela sistina no vaticano várias passagens bíblicas como a famosa 
em que Deus toca o dedo de Adão. Desde então nada se falou sobre essas obras a não ser estarem 
relacionadas à arte contemporânea da época. A partir de 1990 discute-se a possível presença 
da representação de estruturas anatômicas incluídas nas obras de Michelângelo. Nesse ano, o 
anatomista americano Frank Linnashberger sugeriu muita semelhança entre a imagem citada 
anteriormente e o corte sagital do encéfalo.
Figura 17. Após a criação, o Criador estaria transferindo o intelecto para adão.
Fonte: <pandawhale.com>
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UNIDADE III │ 1o PERÍODO
A primeira interpretação
Linnashberger (1990) chama a atenção para a semelhança entre as imagens. Quiasma óptico, 
glândula hipófise, e artéria vertebral são algumas das semelhanças, além do dorso e os membros de 
um anjo representarem o tronco cerebral. A cabeça e as costas do anjo representam o mesencéfalo e 
a ponte, o bumbum do anjo representa o bulbo e a coxa e as pernas representam a medula espinhal.
Figura 18. Semelhanças entre a imagem e o corte sagital do encéfalo.
Fonte: <pandawhale.com>
Interpretação das imagens
No ano 2000 o Dr. Garabed Eknoyan publicou o que segundo ele seria um rim inserido no manto 
de Deus na pintura em que separa a água. Segundo o cientista, Michelângelo estava interessado na 
função renal uma vez que ele sofria de pedras nos rins durante a sua vida adulta.
Figura 19. Semelhança entre a imagem de Deus e o órgão.
Fonte: Eknoyan (2000).
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1o PERÍODO │ UNIDADE III
Depois de mais de 500 anos teriam descoberto uma intrigante semelhança entre a imagem da 
criação de adão e o encéfalo humano. Isso chamou a atenção dos médicos brasileiros Gilson Barreto 
e Marcelo G. Oliveira que lançaram um livro em 2004 sobre a presença de outras representações 
anatômicas em pinturas na capela sistina.
Figura 20. A imagem representa o pecado original onde Deus, Adão e Eva estão no paraíso.
Fonte: BARRETO, OLIVEIRA (2004).
Para os autores do livro A arte secreta de Michelangelo: uma lição de anatomia na Capela Sistina; 
muitas, senão todas as pinturas têm representações anatômicas escondidas. A pintura anterior teria 
um pulmão esquerdo no manto de Deus, além dos 3 segmentos que representam a árvore brônquica.
Figura 21. Semelhança entre o manto de Deus e o pulmão esquerdo.
Fonte: BARRETO, OLIVEIRA (2004).
40
UNIDADE III │ 1o PERÍODO
Para Barreto, Oliveira (2004), Michelângelo aponta onde está escondida a peça anatômica em todas 
as suas obras. Para isso, deve observar o contexto da imagem. A imagem a seguir mostra o profeta 
Joel provavelmente, lendo um manuscrito, com dois anjos atrás dele. Observe que um deles aponta 
para uma região que provavelmente será representada na obra.
Figura 22. Profeta Joel e sua leitura apesenta uma peça anatômica.
Fonte: <pandawhale.com>
O anjo à direita da imagem figura de Joel aponta para a região lateral da cabeça do outro anjo, 
justamente a região onde encontra-se o osso temporal.
Veja a suposta coincidência ou intenção do artista em representar o osso lateral do crânio na figura 
que representa um personagem bíblico.
Figura 23. Suposta imagem do osso temporal na figura do profeta Joel.
Fonte adaptado de: <pandawhale.com>
41
1o PERÍODO │ UNIDADE III
Segundo os autores, algumas estruturas do osso temporal estariam representadas na imagem 
pintada na capela sistina: o processo mastoide, o meato acústico, a parte escamosa e o processo 
zigomático que estaria representado pelo pergaminho onde o Profeta faz sua leitura.
A imagem a seguir apresenta uma interpretação plausível dos autores brasileiros com relação ao 
osso hioide representado pelo tórax e braços de Deus.
Figura 24. Imagem onde o Criador separa a luz da escuridão.
Fonte: BARRETO, OLIVEIRA (2004).
Existe uma perspectiva de o osso hioide estar embutido na imagem do teto da capela sistina em que 
Deus separa a luz das trevas.
Figura 25. Osso hioide na figura que representa Deus.
Fonte: BARRETO, OLIVEIRA (2004).
42
UNIDADE III │ 1o PERÍODO
As letras a, b e c representam os respectivos acidentes do osso hioide: corno maior, corno menor e 
corpo do osso hioide. Os respectivos acidentes ósseos correspondem aos braços, ombros e tórax da 
pintura que representa Deus separando a luz das trevas.
Além dessa possibilidade, Ian Suk e Rafael Tamargo, especialistas em neurociências da Universidade 
de Johns Hopkins em Baltimore, Maryland encontraram o que acreditam ser órgãos do tronco 
cerebral no pescoço da pintura que representa Deus e a medula espinhal no centro do tórax e 
abdome.
Figura 26. Suposta semelhança com o tronco cerebral
Fonte adaptado de Suk, Tamargo 2010
Figura 27. Estruturas do tronco cerebral na imagem de Deus.
Fonte adaptado de Suk, Tamargo 2010
43
1o PERÍODO │ UNIDADE III
A imagem refere-se aos órgãos que compõem o tronco cerebral, parte do cérebro, cerebelo e quiasma 
óptico. A parte da barba logo abaixo da orelha estaria representando o lobo temporal do cérebro. 
A laringe da imagem refere-se ao bulbo com sua fissura representada pelo sulco media anterior 
separando as pirâmides bulbares. Se prestar atenção na figura completa verá a medula espinhal no 
tronco e abdome de Deus.
Michelângelo levou 4 anos para pintar a capela sistina e conseguiu esconder seus conhecimentos 
anatômicos por séculos. Hoje sua obra encanta a todos, inclusive os cientistas de anatomia pela 
audácia e acima de tudo pelo conhecimento sobre essa importante disciplina que é a anatomia 
humana.
BARRETO, G. OLIVEIRA, MG. A arte secreta de Michelangelo: uma lição de anatomia 
na Capela Sistina. São Paulo: ARX, 2004.
<https://www.youtube.com/watch?v=5r7btMnbpvM>
 » A anatomia surgiu nos primórdios quando o homem teve a necessidade 
de se comunicar e conhecer os animais para facilitar o abate e descarne.
 » As primeiras cirurgias eram realizadas para libertar demônios da cabeça 
dos jovens. O procedimento é conhecido por trepanação.
 » Sumérios e babilônios usavam o fígado para preverem o futuro.
 » Dos anatomistas gregos, Herófilo foi o mais importante e escalpelou mais 
de 600 homens vivos.
 » Galeno foi o mais importante anatomista da história com relevantes 
estudos sobre o aparelho respiratório.
 » Leonardo da Vinci foi o primeiro a estudar embriologia e desenhou um 
útero gravídico.
 » Michelângelo pintou órgãos humanos no teto da igreja romana.
44
UNIDADE IV2O PERÍODO
CAPÍTULO1
Vesalius
O reformador da anatomia
Segundo Souza (2010) o segundo período da anatomia começa com o importante anatomista Andreas 
Vesalius. Vesalius nasceu em Bruxelas em 1514. Considerado como primeiro anatomista moderno 
da renascença, graduou-se em medicina pela Universidade de Pádua na Itália em 1537 e em 1538 
publicou seu primeiro trabalho: As Tabulae Sex, um conjunto de seis desenhos de anatomia feitos 
por ele próprio. Demonstrou que as descrições anatômicas de Galeno referiam-se a macacos e não 
a homens. Sua principal obra foi: De Humanis Corporis Fabrica Libri Septem que significa: sobre 
a construção do corpo humano, considerado o mais bem acabado livro publicado na renascença, 
dividido em sete volumes, com várias ilustrações. Em 1546 sua reputação estava firmemente 
estabelecida, levava consigo um esqueleto sobre o qual fora convidado a dar suas demonstrações. 
Tinha grande conhecimento de osteologia principalmente ossos do carpo e tarso (SINGER, 1996).
Figura 28. Vasalius em estudo dos músculos do antebraço
Fonte: <unicamp.br>
45
2o PERÍODO │ UNIDADE IV
Segundo suas próprias declarações, ele saqueava os cemitérios e roubava da forca, cadáveres de 
criminosos que conservava escondidos debaixo da sua cama e só trabalhava neles durante a noite. 
Conta a história que Vesalius caiu em desgraça durante a corte e o clero por ter dissecado o cadáver 
de um nobre cujo coração aindapulsava. Teria um de seus assistentes reclinado para ter uma 
melhor visão do procedimento quando se desequilibrou e apoiou sobre o cadáver e fez com que 
o sangue venoso entrasse no átrio. Por esse crime foi condenado a peregrinar para a Terra Santa. 
Na volta sofreu um naufrágio na ilha de Zante, Grécia, onde morreu na miséria. Seu corpo foi 
encontrado por um ourives italiano, na casa de um camponês, que deu a ele um enterro em Santa 
Maria (SINGER, 1996).
46
CAPÍTULO 2
Eustáquio
Bartolomeu Eustáquio
Bartolomeo Eustáquio nasceu em San Severino, Itália, aproximadamente em 1510. Foi anatomista 
contemporâneo de Vesálio, com quem compartilha a reputação de ter criado a ciência da anatomia 
humana. Filho de médico, estudou medicina em Roma e começou a clinicar em 1540. Tornou-
se professor de anatomia no Archiginnasio della Sapienza, em Roma, o que lhe proporcionou a 
possibilidade de obter cadáveres humanos para dissecção.
A reverência religiosa ao corpo fez com que, durante muitos séculos, a dissecção de cadáveres 
humanos fosse proibida pela Igreja Católica. Depois da epidemia da Peste Negra, contudo, os papas 
permitiram a autópsia das vítimas da peste, pois queriam saber a causa da doença. Mas somente 
200 anos depois é que o Papa Clemente VII, em 1537, permitiu as dissecções nas aulas de anatomia. 
É interessante notar que a Peste Negra atingiu a Europa em 1348.
Em 1552 Eustáquio e um artista amigo, elaboraram uma série de matrizes de cobre gravadas, 
ilustrando as dissecações de Eustáquio. Somente oito dessas ilustrações foram publicadas durante 
sua vida. As outras 39 só foram descobertas no século XVIII e só foram publicadas em 1714. A razão 
pela qual elas não foram publicadas é que Eustáquio temia ser excomungado pela Igreja Católica. 
Se essas ilustrações tivessem sido publicadas conjuntamente com as oito primeiras, Eustáquio teria 
sido tão famoso quanto Vesálio e a anatomia teria atingido o nível de perfeição do século XVIII 
duzentos anos antes. O fato do livro de Eustáquio ter sido um best seller por mais de um século após 
a sua morte nos mostra a extensão das restrições religiosas através do Renascimento.
Figura 29. Eustáquio teve seu nome inserido na anatomia a partir da descoberta do canal auditivo
Fonte: <wikimedia.org>
47
2o PERÍODO │ UNIDADE IV
No início da década de 1560 Eustáquio publicou trabalhos sobre os rins, os órgãos associados à 
audição e aos dentes. Seu livro De Renum Structura foi o primeiro dedicado aos rins. Seu livro sobre 
os dentes – De Dentibus – descrevia o número de dentes nos bebês e nos adultos e a sua estrutura 
interna e externa.
Ele contribuiu para o conhecimento do ouvido interno, descrevendo a cóclea. Descreveu com precisão 
a tuba auditiva, que se tornou conhecida durante séculos como trompa de Eustáquio. Descreveu, 
também, os músculos do martelo e do estribo. Descobriu as glândulas adrenais. Além da pesquisa 
anatômica, investigou, também, a estrutura dos órgãos, muitas vezes utilizando lentes de aumento.
Eustáquio faleceu em Roma no dia 27 de agosto de 1574. 
48
CAPÍTULO 3
Falópio
Gabriel Falópio
Falópio (1523 – 1562) anatomista italiano nascido em Modena. Filho de Geronimo e Caterina Falópio 
serviu como cânone na catedral da cidade. Após a morte de seu pai e as dificuldades financeiras que 
se seguiram, foi direcionado para uma carreira na igreja, tornando-se sacerdote em 1542 e serviu 
como um cânone na catedral de sua cidade natal. Com a melhora nas finanças da família, virou-se 
para a medicina estudando em Modena sob Niccolo Machella e de acordo com os registros teria 
dissecado um corpo para seu professor em dezembro de 1544 Prates (2010).
Ele estudou medicina em Ferrara e depois de uma viagem pela Europa, tornou-se professor de 
anatomia naquela cidade. Somente um tratado de Falópio apareceu durante sua vida, ou seja, o 
Observationes anatomicae (Veneza, 1561). Seus trabalhos, genuina Opera omnia, foram publicados 
em Veneza em 1584. Foi discípulo de Vesalius e professor de anatomia em onde acumulava as 
cadeiras de anatomia e cirurgia. Segundo Prates (2010) Falópio teria aprendido o efeito de venenos 
em criminosos condenados. Era um grande crítico de Galeno e combateu os galenistas. Sucedeu 
a Vesálio em Pádua, onde realizou estudos metódicos, dos quais fez claras descrições do canal do 
nervo facial, ligamento inguinal, tuba uterina e acreditam que teria mencionado a válvula ileocecal, 
o osso etmoide e suas células, o ducto lacrimal, e o seio esfenoidal. Fez descrições precisas dos pares 
de nervos cranianos, principalmente dos 3 ramos do trigêmeo. A descrição de Falloppio do aparelho 
auditivo foi superior ao de Vesalius e inclui a primeira descrição clara das janelas redonda e oval, a 
cóclea, os canais semicirculares e a rampa vestibular e timpânica.
Figura 30. Falópio morreu em Pádua no dia 9 de outubro de 1562 de causas desconhecidas
fonte: <nndb.com>
49
CAPÍTULO 4
Fabrício
Geronimo Fabricius
Hieronymus Fabricius (1537) foi aluno do grande mestre anatomista Falópio. Foi professor de outro 
personagem histórico da anatomia humana William Harvey, nasceu na aldeia de Aquapendente 
na Itália central no território governado na época da República de Veneza. A família de Fabricius 
vivia bem, embora não fossem ricos, pertencia à nobreza. Fabricius recebeu uma educação de classe 
superior e no final da adolescência começou seus estudos avançados na Universidade de Pádua, onde 
estudou grego, latim, lógica e filosofia. Na escola de medicina o professor mais influente foi Falópio, 
professor de anatomia que ele ajudou a dissecção e acompanhado durante a sua participação sobre 
os enfermos. Fabricius formou-se em medicina e filosofia. Foi excelente médico e cirurgião de rara 
habilidade. Cuidou dos mais ricos personagens da República de Venesa e se recusava sempre a 
aceitar a menor remuneração em dinheiro, mas foi alvo de inúmeros e maravilhosos presentes. Foi 
o fundador do anfiteatro anatômico de Pádua (PRATES 2010).
Figura 31. Fabrício foi aluno de Falópio e professor de Willian Harvey
Fonte: <fineartamerica.com>
Fabrício chamava a atenção de seus alunos para a importância do estudo de anatomia humana, 
responsável pelos conhecimentos básicos indispensáveis aos cirurgiões. Segundo Frabrício, praticar 
a medicina sem conhecimentos de anatomia era como navegar sem bússola (PRATES 2010).
50
UNIDADE IV │ 2o PERÍODO
 » Vesálio foi o reformador da anatomia e antagonista às teorias de Galeno. 
Por acidente descobriu que o sangue venoso seguia para o átrio direito.
 » Eustáquio descobriu a tuba auditiva e descreveu os músculos do martelo 
e do estribo.
 » Falópio descreveu o canal do nervo facial, ligamento inguinal, tuba 
uterina, válvula ileocecal, osso etmoide, o ducto lacrimal, seio esfenoidal 
e os pares de nervos cranianos.
 » Fabricius afirmou que clinicar sem conhecer anatomia é como navegar 
sem bússola.
51
UNIDADE V3O PERÍODO
CAPÍTULO 1
Harvey
Willian Harvey
O estudo da Anatomia tinha se tornado bem estabelecido no final da Renascença. Diversos 
anatomistas eternizaram seus nomes criando uma série de epônimos particularmente para estruturas 
do membro superior. No final do século XVIII, o interesse na Anatomia sofreu um arrefecimento. A 
atenção da maioria dos estudiosos se voltou para a o estudo da patologia, embriologia e anatomia 
comparada. A nova Anatomia do renascimento exigiu uma revisão da ciência. O médico inglês 
William Harvey (1578-1657) educado em Pádua combinou a tradição anatômica italiana com a 
ciência experimental que nascia na Inglaterra. Em 1628, publicou Exercitatio anatomica de motu 
cardis et sanguinis em animalibus (Um estudo anatômico da movimentação do coração e do 
sangue em animais) (SOUZA 2010).
O livro é um tratado de anatomofisiologia. Ao lado de problemas de dissecação e de descrição de 
órgãos isolados, o livro de Harvey estuda a mecânica da circulação do sangue comparando o corpo 
humano a uma máquina hidráulica. O autor explica como o sangue é bombeadoe rebombeado por 
um circuito endovascular, o qual inicia e termina no mesmo ponto, o coração. Ele mostrou que o 
pulso resulta do enchimento de artérias com sangue. Na sístole o ventrículo direito bombeia sangue 
para a circulação pulmonar e o esquerdo para a sistêmica (SOUZA 2010).
William Harvey nasceu em Folkestone em 2 de abril de 1578. Tive oito irmãos, dos quais cinco do 
sexo masculino, estes se dedicaram ao comércio e conseguiram invejáveis situações financeiras em 
várias cidades da Inglaterra. Somente William, o mais velho, invencivelmente atraído pelas ciências 
naturais tentou a medicina. Não foi rico como seus irmãos, mas conseguiu a glória de ligar seu nome 
a uma das mais imortais descobertas da fisiologia, descoberta que nem sequer podia ele imaginar 
quando embarcou para a Itália onde deveria seguir, em Pádua, o curso de Fabrício. Foi em Pádua 
que no ano de 1602 se formou em Medicina depois de cinco anos de estudo. De volta à Inglaterra, 
achou que seria uma honra ser médico e para defender uma tese totalmente britânica, passou dois 
anos em Cambridge (SENET 1958).
52
UNIDADE V │ 3o PERÍODO
Harvey descreve as válvulas das veias e afirma que a distância que as separam é variável de pessoa 
para pessoa. Aparecem ao longo da parede da veia, voltadas para cima, para a raiz da veia e para o seu 
lúmen. Pela maior parte dispostas aos pares, uma em face da outra, tocam-se e aderem rapidamente 
pelas bordas livres, de modo a impedir completamente o sangue de passar da raiz da veia para os 
seus ramos ou de uma veia grande para outra menor. (SOUZA, 1996).
Figura 32. Harvey foi o primeiro grande anatomista da era moderna não italiano. Responsável pelo estudo de 
fisiologia em conjunto com anatomia. Seus estudos foram relevantes para o avanço da cardiologia
Fonte: <medicinajoven.com>
A importância do trabalho de Harvey não pode ser sobrepujada. Os princípios de fisiologia que 
ele estabeleceu, levaram a uma compreensão da pressão sanguínea primeiramente medida em um 
cavalo em 1733, pelo clérigo Stephen Habes e que mais tarde teve seu uso na clínica de cateterização 
cardíaca por grandes clínicos como Werner Forssman, Andreas Cournand e Dickenson Richards e 
a prática da cirurgia do coração por Robert Grass, Elliot Cutler, Charles Hufnagel, Alfred Blalock 
e muitos outros. Harvey passou o resto de sua vida buscando identificar os capilares e embora não 
os tivesse visto, previu sua existência. Quatro anos após a morte de Harvey, em 1657, Marcello 
Malpighi conseguiu ver pela primeira vez os capilares sanguíneos em um preparado de pulmão de 
rã. Juntos, os trabalhos de Vesalius e Harvey promoveram bases intelectuais para muitos avanços na 
anatomia humana, fisiologia, clínica e cirurgia que se seguiram durante o milênio. Harvey afirmou 
que o coração de um homem bate em média 72 vezes por minuto e a cada batida ejeta cerca de 60 
cm³ de sangue (SINGER 1996).
53
CAPÍTULO 2
Rolfink
Werner Rolfink
Rolfink (1599 – 1673) foi um médico alemão, cientista e botânico. Estudou medicina em Leiden. 
Adquiriu seu mestrado pela Universidade de Wittenberg sob supervisão de Daniel Sennert e 
seu doutorado em 1625 na Universidade de Pádua sob a orientação de Adriaan van den Spiegel 
(PRATES 2010).
Figura 33. Atribuiu grande importância nos estudos de Harvey
Fonte: <wickpedia.org>
Ele dissecou dois criminosos recém-executados. Teve grande importância no estudo da catarata e 
afirmou que as descobertas de Harvey foram tão importantes quanto à descoberta da América por 
Colombo. Com autópsias e os seus pontos de vista anatômicos, foi responsável por introduzir a 
faculdade de medicina na Universidade de Jena.
54
CAPÍTULO 3
Pecquet
Jean Pecquet
Pecquet (1622 – 1674) ainda estudante de medicina em Montpellier, descreveu o Receptaculum 
chylii descoberta num estudo em um cão. Descreveu os tais vasos qualíferos terminando num 
saco ou reservatório situado próximo à artéria aorta na frente da coluna vertebral denominada 
por muitos anos de cisterna de Pecquet em sua homenagem, atualmente conhecida por cisterna 
do quilo conforme a nomenclatura anatômica internacional. Também descreveu um ducto saindo 
desse reservatório e dirigindo-se para a parte superior da coluna vertebral. Era o ducto torácico. No 
homem, a cisterna de Picquet foi descrita por Olaus Rudbek em 1650 e apresenta uma descrição 
minuciosa dos vasos qualíferos (PRATES 2010).
Figura 34. Pecquet fez importante descoberta sobre o sistema linfático
Fonte: <cafepress.com>
55
CAPÍTULO 4
Ruysch
Frederick Ruysch
Ruysch (1638 – 1731) foi um médico com interesses diversos igualmente à mão para fazer as drogas, 
o cultivo de plantas exóticas, o aconselhamento de parteiras e o mais importante, investigando a 
anatomia humana. Ele combinou atividades científicas com uma paixão pelas artes com excelentes 
desenhos, pinturas e gravuras. Professor de anatomia em Amsterdan e descreveu as válvulas dos 
ductos linfáticos e demonstrou a circulação linfática (PRATES 2010).
Foi um grande mestre na arte da injeção e fez muitas peças anatômicas como as artérias coronárias. 
Em seu museu, possuía cerca de 1300 peças conservadas em líquidos. Atribui-se a ele a primeira 
descrição dos vasos bronqueais da parte torácica da artéria aorta. Aperfeiçoou o método de introduzir 
massas coradas nos vasos, método iniciado na Itália por Desmanes (PRATES 2010).
Figura 35. Ruysch conservou centenas de peças anatômicas em seu museo
Fonte: <wickpedia.org>
Coleção anatomia do ruysch encheu cinco salas com inúmeras garrafas alinhadas nas prateleiras, 
oferecendo uma vista deslumbrante para todos os visitantes que se reuniram para ver suas coleções. 
Dentre muitas peças destacavam-se uma garrafa com órgãos auditivos de um bebê e outra do bebê 
monstruoso que parecia veludo.
56
CAPÍTULO 5
Malpighi
O microscópio
O microscópio só surgiu ao final do século XVI, quando em 1590 Johannes e Zacharias Jansen 
construíram na Holanda, um aparelho rudimentar para ampliar imagens. Tal aparelho se 
transformou em luneta por Galileu Galilei (1564 – 1642). O equipamento foi melhorado pelo físico 
inglês Robert Hooke (1635 – 1703) e também por Anton Leeuwenhouek (1632 – 1723). Este foi um 
naturalista holandês que contribuiu para o estudo da anatomia microscópica associada à coloração 
em 1714 e também descobriu o espermatozoide e os glóbulos do sangue (PRATES 2010).
Marcellus Malpighi
Em 1661 Marcellus Malpighi (1628 – 1694) nasceu no dia 10 de março em Crevalcore perto de 
Bolonha, Itália. Ingressou na Universidade de Bolonha com a idade de 17 anos. Foi professor de 
anatomia na mesma Universidade de Bologna, utilizando o microscópio (recém-inventado). 
Publicou o trabalho em 1664 De Externo Tactus Organo (Epístola sobre o órgão do tato), no qual 
descreveu as estrias elevadas e as várias figuras que apareciam na superfície da pele. Ele relata 
as estrias desenhadas em presilhas e espirais na ponta dos dedos. No entanto não fez nenhuma 
referência sobre a utilização das impressões digitais como método de identificação. Uma camada da 
pele foi chamada de camada de Malpighi como homenagem a sua descoberta (FIGINI et. al. 2003).
Figura 36. Malpighi introduziu o microscópio em seus estudos
Fonte: <wickpedia.org>
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3o PERÍODO │ UNIDADE V
A melhora do microscópio acrescentou uma dimensão inteiramente nova para a anatomia e 
consequentemente conduziu às explicações das funções básicas do corpo. A microscopia ajudou 
Malpighi a provar a teoria de Harvey, sobre a circulação do sangue, e também a descobrir a estrutura 
mais íntima dos pulmões, baço e rins (SOUZA 2010).
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CAPÍTULO 6
Família bartholin
Thomas Bartholin
Thomas Bartholin (1616 – 1680) foi um anatomista dinamarquês importante pelas descobertas 
referentes à comunicação entre o aqueduto do mesencéfalo, o 3o ventrículo e o forame obturado do 
osso do quadril (forame de Bartholin). A família de Thomas Bartholin foi famosa pela sua propensão 
para a ciência já que nada menos do que doze dos seus membros

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