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ACESSIBILIDADE
Lei n. 13.146/2015 (Estatuto) – Parte I
Livro Eletrônico
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Lei n. 13.146/2015 (Estatuto) – Parte I
ACESSIBILIDADE
Daniel Mesquita
Sumário
Apresentação .....................................................................................................................................................................3
Lei n. 13.146/2015 – Parte I ........................................................................................................................................5
Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e Lei n. 
13.146/2015 .........................................................................................................................................................................5
Conceito de “Pessoa com Deficiência” ................................................................................................................9
Outros Conceitos da Lei n. 13.146/2015 ............................................................................................................12
Da Igualdade e da Não Discriminação ...............................................................................................................15
Deficiência e Capacidade Civil ................................................................................................................................18
Dos Deveres de Todos perante a Pessoa com Deficiência ....................................................................21
Do Atendimento Prioritário ..................................................................................................................................... 22
Resumo ............................................................................................................................................................................... 24
Questões de Concurso ............................................................................................................................................... 28
Gabarito ..............................................................................................................................................................................33
Gabarito Comentado ...................................................................................................................................................34
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Lei n. 13.146/2015 (Estatuto) – Parte I
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Daniel Mesquita
ApresentAção
Olá, candidato(a)! É um prazer tê-lo(a) conosco! De imediato, desejo que você tenha su-
cesso em sua caminhada. Para passar em concurso, não há mistério ou mágica; há disciplina 
e persistência. Foco, força e determinação devem ser suas palavras. Você deve vencer a si 
mesmo diariamente e enfrentar as leituras de modo disciplinado, lendo as aulas preparadas 
especialmente para você.
Iniciaremos aqui o estudo de uma lei muito importante e que fará diferença na sua apro-
vação. É a lei que trata dos direitos das pessoas com deficiência: a Lei n. 13.146/2015. Essa 
lei, na verdade, institui o “Estatuto da Pessoa com Deficiência”.
A Lei n. 13.146/2015 é de extrema importância no seu estudo porque altera alguns dispo-
sitivos importantes do Código Civil e traz um novo conceito, um novo entendimento do Estado 
sobre as pessoas com deficiência.
Você deve estar pensando:
Esse curso é suficiente para a minha aprovação?
É, sim! E vou explicar a razão.
O nosso material é específico. As aulas também trarão questões comentadas da maté-
ria, que já caíram em outros concursos. Assim, você não vai precisar procurar questões em 
sites de questões – eu já fiz isso para você! Antes de começarmos a aula, quero deixar dicas 
sobre como estudar essa matéria. Muitos não gostam de estudar lei seca, pois consideram 
o assunto penoso e difícil de aprender. Porém, se você estudar, vai passar. E, se você quer 
passar, a dificuldade será superada.
Apesar de o material ser completo, sempre leia as aulas deste curso com a redação da 
norma aberta ao lado. Isso sempre me ajudou muito nos concursos. Sempre que lia uma 
apostila, uma doutrina ou mesmo o caderno, ficava com a lei do tema aberta ao lado para 
reforçar a memorização. Além disso, muitas vezes o examinador busca a redação literal da lei 
e a coloca na prova, outras vezes a mudança que ele faz na norma é sutil. Assim, quando ler 
a questão, você já vai saber que já leu aquilo em algum lugar e terá mais chances de acertar.
DICA
Depois de estudar todo o curso, faça uma leitura completa da 
Lei n. 13.146/2015 e das demais normas na semana que ante-
cede a prova.
Por fim, uma última dica fundamental para uma boa preparação é a resolução de exercícios. 
Como afirmei anteriormente, as bancas examinadoras, de modo geral, repetem as questões, 
com sutis diferenças.
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Lei n. 13.146/2015 (Estatuto) – Parte I
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Daniel Mesquita
Você que está nessa vida de buscar um cargo público tem que ter sempre em mente: SE 
VOCÊ ESTUDAR, VAI PASSAR. E, SE VOCÊ PASSAR, VAI SER CHAMADO!
Hoje, estou aqui desse lado, tentando passar o caminho das pedras para você, mas lem-
bre-se de que eu já estive aí, onde você está agora. Veja que já fui aprovado em vários con-
cursos e que já fui, inclusive, examinador de bancas de concurso. Mas nem tudo na vida são 
louros. Na minha fase de concursando, obtive também derrotas e reprovações. Desanimei por 
algumas vezes, mas continuei firme em meu objetivo, pois só não passa em concurso quem 
para de estudar! Espero que a minha experiência possa ajudá-lo(a).
Eu sempre digo: o estudo para concursos é como uma espera na parada de ônibus, quanto 
mais você fica lá, mais próximo está de o ônibus chegar. Se você sair da parada (= dos estu-
dos), o ônibus vai passar e você vai perdê-lo.
Mas você não pode ficar na parada de boca aberta olhando para o vento. Você tem que 
ficar estudando de 6 a 8 horas por dia, com planejamento, cobrindo todo o conteúdo do edital, 
lendo aulas, a letra da lei e treinando com exercícios.
Neste curso, vamos tomar cuidado com os erros mais comuns, aprofundar nos conteúdos 
mais recorrentes e dar a matéria na medida certa, assim como um bom médico prescreve 
um medicamento. Para que esse medicamento seja suficiente, ele deve atacar todos os sin-
tomas e, ao mesmo tempo, deve ser eficiente contra o foco da doença. Isso quer dizer que 
não podemos deixar nenhum ponto do edital para trás. Todos esses instrumentos você terá 
à sua disposição para encarar a batalha.
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Lei n. 13.146/2015 (Estatuto) – Parte I
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Daniel Mesquita
LEI N. 13.146/2015 – PARTE I
Convenção InternACIonAl sobre os DIreItos DAs pessoAs Com DefICIênCIA 
e leI n. 13.146/2015
Antes de começar, abra imediatamente a lei seca em comento e acompanhe a leitura dessa 
aula com a lei ao seu lado, com marca texto ou outro recurso de destaque de sua preferência.
Para esse estudo,é necessário que você compreenda o contexto atual da nossa Consti-
tuição que, em seu novo tempo, vive a fase da Transconstitucionalidade.
Transconstitucionalidade: na contemporaneidade, em razão da maior integração da socie-
dade mundial, os problemas centrais do constitucionalismo moderno (proteção dos direitos 
humanos e a limitação do poder) deixam de ser tratados apenas no âmbito dos respectivos 
Estados e passam a ser discutidos entre diversas ordens jurídicas, inclusive não estatais, que, 
muitas vezes, são chamadas a oferecer respostas para a sua solução. Isso implica, como 
propõe Marcelo Neves, uma “relação transversal permanente” entre as distintas ordens jurídi-
cas em torno de problemas constitucionais comuns. O conceito está relacionado à existência 
de problemas jurídicos-constitucionais que perpassam às distintas ordens jurídicas, sendo 
comum a todas elas, como, por exemplo, os problemas associados aos direitos humanos.
Em 2009, o Brasil ratificou a Convenção sobre Direitos da Pessoa Humana com Deficiência, 
editada em 2007. Nos termos do seu art. 1º, essa Convenção teve o propósito de:
Promover, proteger e assegurar o exercício pleno e equitativo de todos os direitos humanos e 
liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua 
dignidade inerente.
Essa Convenção foi promulgada pelo Decreto n. 6.949/2009, após a aprovação, pelo 
Congresso Nacional, do Decreto Legislativo n. 186/2008. É interessante observar que essa 
é uma norma internacional relativa aos direitos humanos e, por isso, consta do Decreto, de 
forma expressa, que o procedimento adotado para a aprovação da Convenção no âmbito do 
Congresso Nacional foi o do art. 5º, § 3º, da Constituição, que assim dispõe:
§ 3º – Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em 
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos 
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Esse dispositivo foi incluído na Constituição pela Emenda Constitucional n. 45/2004 para 
possibilitar que tratados de direitos humanos possam entrar no ordenamento jurídico brasileiro 
não só com status de norma supralegal, mas também com status de emenda constitucional, 
a depender do processo legislativo adotado pelo Congresso Nacional.
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Lei n. 13.146/2015 (Estatuto) – Parte I
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Perceba que a Convenção sobre Direitos da Pessoa Humana com Deficiência, por ter sido 
aprovada com esse quórum especial no Congresso Nacional, tem status de “emenda consti-
tucional”, ou seja, as disposições da Convenção têm o mesmo “valor” das regras colocadas 
na Constituição.
Diante disso, o Estado Brasileiro se tornou signatário de um tratado internacional sobre 
Diretos da Pessoa com Deficiência. A partir da assinatura dessa Convenção Internacional, o 
Brasil se obrigou, no cenário internacional, a promover alterações legislativas para “assegurar 
e promover o pleno exercício de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por 
todas as pessoas com deficiência”. Veja o comando no item 1, a e b, da Convenção:
Obrigações gerais:
Os Estados Partes se comprometem a assegurar e promover o pleno exercício de todos os direitos 
humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência, sem qualquer tipo de 
discriminação por causa de sua deficiência. Para tanto, os Estados Partes se comprometem a:
Adotar todas as medidas legislativas, administrativas e de qualquer outra natureza, necessárias 
para a realização dos direitos reconhecidos na presente Convenção;
Adotar todas as medidas necessárias, inclusive legislativas, para modificar ou revogar leis, re-
gulamentos, costumes e práticas vigentes, que constituírem discriminação contra pessoas com 
deficiência.
Nesse contexto, a Lei n. 13.146/2015 foi editada para dar cumprimento à referida Convenção.
A lei brasileira de inclusão da pessoa com deficiência, em obediência aos preceitos fun-
damentais, tem o compromisso de proteção da dignidade da pessoa humana.
Aqui, vale lembrar que é princípio fundamental da República Federativa do Brasil, nos 
termos do art. 1º, III, da Constituição, a dignidade da pessoa humana:
Art. 1º – A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municí-
pios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
III – a dignidade da pessoa humana.
Para se ter ideia da importância da Lei n. 13.146/2015, ela trouxe mudanças sobre o 
conceito de deficiência, o que gerou, inclusive, consequências significativas na Teoria das 
Incapacidades do Direito Civil.
O sistema de incapacidades deixou de ter um modelo rígido, sendo verificado a partir das 
circunstâncias do caso concreto e em prol da inclusão das pessoas com deficiência, tutelando 
a sua dignidade e a sua interação social.
Nessa perspectiva, tanto a partir do princípio constitucional da dignidade da pessoa huma-
na como a partir da diretriz traçada na Convenção, o Estado precisou parar e olhar, de modo 
singular, para as pessoas com deficiência, permitindo-lhes, dentro desse novo contexto, uma 
dimensão mais igualitária, humana, digna, para que pudessem usufruir, do modo mais amplo 
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possível, dos direitos do nosso Estado Democrático de Direito. Assim, nasceu o Estatuto da 
Pessoa com Deficiência (Lei n. 13.146/2015). Ele tem por objetivo trazer regras e orientações 
para a promoção dos direitos e liberdades das pessoas com deficiência, com o objetivo de 
garantir a essas pessoas uma inclusão social e cidadã.
A Lei n. 13.146/2015 confere um notável avanço para a proteção da dignidade da pessoa 
com deficiência. Além disso, a nova legislação alterou e revogou alguns artigos do Código 
Civil (art. 114 a 116), trazendo grandes mudanças estruturais e funcionais na antiga teoria 
das incapacidades, o que repercute diretamente para institutos do direito de família, como o 
casamento, a interdição e a curatela. A norma também alterou alguns artigos do Código Civil 
que foram revogados expressamente pelo novo CPC (art. 1.072).
Assim, o estatuto passou a ser oficialmente denominado de “lei brasileira de inclusão da 
pessoa com deficiência”. A inovação é de inclusão social. Para isso, a lei elaborou mecanismo 
de igualdade. Quis o estatuto trazer essa “pessoa” para uma condição mais igualitária, mais 
digna, mais humana. É a busca do preceito da nova ordem constitucional da transconstitu-
cionalidade, que é o resgate da Constituição para as questões que versam sobre a dignidade 
da pessoa humana.
Pode-se afirmar, inclusive, que a Lei n. 13.146/2015 promove uma ação afirmativa, uma 
vez que representa uma política focal que busca alocar recursos e conferir direitos a pessoas 
pertencentes a grupos discriminados e vitimados pela exclusão socioeconômica no passado 
ou no presente. Essa política vem para combater a discriminação, promovendo direitos que 
fortaleçam o grupo vitimado e possibilite o seu resgate social e econômico, buscando, enfim, 
a sua igualdade formal e material.
Infere-se ainda que, para que haja essa igualdade, é necessário que essa pessoa se utilize 
de meios e prerrogativas legais, formatadasnesse novo texto, para garantir ao indivíduo que 
ele exerça seus direitos de forma que essa inclusão social aconteça da forma mais plena e 
eficaz possível.
Sobre a inclusão social, pretendeu o estatuto que a pessoa com deficiência não fosse 
mais uma pessoa a viver à margem da sociedade, sendo tratado como “coisa” no sentido de 
não lhe ser dado a oportunidade de escolhas.
O novo estatuto quis, sim, dar igualdade de vontade; de liberdade em querer; decidir, na 
proporção de suas limitações; condição de ser e sentir-se, inserindo-os em pé de igualdade 
com os demais, inclusive respeitando suas vontades, seus desejos, suas pretensões. Devol-
vendo-lhes a dignidade da pessoa humana de modo mais participativo e atuante na sociedade. 
A pessoa com deficiência deixou de ser “vítima social” e passou a ser detentor de autonomia 
própria e do exercício pleno de seus direitos.
Para que houvesse essa igualdade, foi necessário que essa pessoa se utilizasse de meios 
e prerrogativas legais, formatadas nesse novo texto, para garantir que essa inclusão social 
acontecesse e aconteça da forma mais plena e eficaz possível. A preocupação com a promo-
ção da igualdade à pessoa com deficiência é externada nos seguintes pontos do preâmbulo 
da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (Decreto n. 6.949/2009):
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Reconhecendo que a deficiência é um conceito em evolução e que a deficiência resulta da interação 
entre pessoas com deficiência e as barreiras devidas às atitudes e ao ambiente que impedem a 
plena e efetiva participação dessas pessoas na sociedade em igualdade de oportunidades com 
as demais pessoas;
Reconhecendo a importância dos princípios e das diretrizes de política, contidos no Programa de 
Ação Mundial para as Pessoas Deficientes e nas Normas sobre a Equiparação de Oportunidades 
para Pessoas com Deficiência, para influenciar a promoção, a formulação e a avaliação de políti-
cas, planos, programas e ações em níveis nacional, regional e internacional para possibilitar maior 
igualdade de oportunidades para pessoas com deficiência;
r) Reconhecendo que as crianças com deficiência devem gozar plenamente de todos os direitos 
humanos e liberdades fundamentais em igualdade de oportunidades com as outras crianças e 
relembrando as obrigações assumidas com esse fim pelos Estados Partes na Convenção sobre 
os Direitos da Criança;
y) Convencidos de que uma convenção internacional geral e integral para promover e proteger os 
direitos e a dignidade das pessoas com deficiência prestará significativa contribuição para corrigir 
as profundas desvantagens sociais das pessoas com deficiência e para promover sua participação 
na vida econômica, social e cultural, em igualdade de oportunidades, tanto nos países em desen-
volvimento como nos desenvolvidos.
Outro ponto da Convenção sobre Direitos da Pessoa Humana com Deficiência fundamen-
tal para você perceber o sentido e a importância da Lei n. 13.146/2015 são os “princípios 
gerais” da Convenção. Perceba que as palavras “respeito”, “liberdade”, “não discriminação”, 
“inclusão”, “igualdade” e “acessibilidade” ganham destaque na elaboração e interpretação de 
toda e qualquer norma relativa às pessoas com deficiência.
Os princípios da presente Convenção são:
• o respeito pela dignidade inerente, a autonomia individual, inclusive a liberdade de fazer 
as próprias escolhas, e a independência das pessoas;
• a não discriminação;
• a plena e efetiva participação e inclusão na sociedade;
• o respeito pela diferença e pela aceitação das pessoas com deficiência como parte da 
diversidade humana e da humanidade;
• a igualdade de oportunidades;
• a acessibilidade;
• a igualdade entre o homem e a mulher;
• o respeito pelo desenvolvimento das capacidades das crianças com deficiência e pelo 
direito das crianças com deficiência de preservar sua identidade.
Agora, feita essa breve reflexão, leia o art. 1º da Lei n. 13.146/2015. Vai ficar muito mais 
fácil para você compreendê-lo:
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Art. 1º – É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa 
com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos 
direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social 
e cidadania.
Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência 
e seu Protocolo Facultativo, ratificados pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo 
n. 186, de 9 de julho de 2008, em conformidade com o procedimento previsto no § 3º do art. 5º da 
Constituição da República Federativa do Brasil, em vigor para o Brasil, no plano jurídico externo, 
desde 31 de agosto de 2008, e promulgados pelo Decreto n. 6.949, de 25 de agosto de 2009, data 
de início de sua vigência no plano interno.
Veja que esse dispositivo informa que a Lei n. 13.146/2015 se preocupa em assegurar 
e promover a igualdade, o exercício dos direitos, a inclusão social e a cidadania da pessoa 
com deficiência.
Esse dispositivo deixa claro também que a lei decorre da Convenção e que esse tratado 
internacional tem status de emenda constitucional, diante do procedimento adotado no Con-
gresso Nacional para sua adoção pelo Brasil.
ConCeIto De “pessoA Com DefICIênCIA”
Partindo para a análise do art. 2º, que também decorre da Convenção, percebemos que a 
lei busca dar o conceito de “pessoa com deficiência”. Esse conceito já vem desde a referida 
Convenção, veja:
Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, 
mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua 
participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas.
A Lei n. 13.146/2015 nada mais fez do que repetir o conceito da Convenção, veja:
Art. 2º – Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de 
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, 
pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as 
demais pessoas.
Agora, vamos compreender cada elemento desse conceito.
Para que uma pessoa seja considerada “pessoa com deficiência”, ela deve ter um impe-
dimento de “longo prazo”, e não de curso prazo! Grife isso na lei!!!
Se você cair de moto e machucar os dedos da mão, se esse dano não lhe trouxer prejuízo 
permanente ou de longo prazo na mobilidade dos seus dedos, você não será considerado 
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deficiente. Se uma cirurgia resolver seu problema em dias ou meses, você não será uma 
pessoa com deficiência.
A lei, infelizmente, não trouxe um parâmetro objetivopara definir “quanto tempo” seria 
considerado “longo prazo”. Assim, não se preocupe, pois o examinador não vai colocar uma 
questão na prova para você dizer esse tempo. Preocupe-se com a redação da lei.
Outro aspecto do conceito de “pessoa com deficiência” é que a deficiência de longo prazo 
pode ser de natureza física, mental, intelectual ou sensorial.
Deficiência física é uma limitação do funcionamento físico-motor (por exemplo, paraple-
gia, tetraplegias, amputações etc.). A deficiência física é assim definida no art. 5º, § 1º, I, do 
Decreto n. 5.296/2004:
a) deficiência física: alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, 
acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia; 
paraparesia; monoplegia; monoparesia; tetraplegia; tetraparesia; triplegia; triparesia; hemiplegia; 
hemiparesia; ostomia; amputação ou ausência de membro; paralisia cerebral; nanismo; membros 
com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam 
dificuldades para o desempenho de funções.
Deficiência mental ou intelectual é o:
Estado de redução notável do funcionamento intelectual, associado às limitações pelo 
menos em dois aspectos do funcionamento adaptativo: comunicação, cuidados pessoais, 
competências domésticas, habilidades sociais, utilização dos recursos comunitários, auto-
nomia, saúde e segurança, aptidões escolares, lazer e trabalho (fonte: <http://www.fiocruz.br/ 
bioseguranca/Bis/infantil/deficiencia-mental.htm>). Exemplo: síndrome de Down, esclerose 
tuberosa etc.
A deficiência mental é assim definida no art. 5º, § 1º, I, do Decreto 5.296/2004:
d) deficiência mental: funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com mani-
festação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades 
adaptativas, tais como:
I – comunicação;
II – cuidado pessoal;
III – habilidades sociais;
IV – utilização dos recursos da comunidade;
V – saúde e segurança;
VI – habilidades acadêmicas;
VII – lazer; e
VIII – trabalho.
Deficiência intelectual e deficiência sensorial comparecem como o não funcionamento 
total ou parcial de algum dos cinco sentidos (por exemplo: surdez, cegueira, visão monocular).
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O último elemento que completa o conceito de “pessoa com deficiência” é a ligação entre 
esse impedimento de longo prazo e o prejuízo de “sua participação plena e efetiva na socie-
dade em igualdade de condições” com as pessoas sem deficiência.
Nesse contexto, se o indivíduo tem uma deficiência intelectual e essa deficiência o impede 
de atuar na sociedade em igualdade de condições com outra pessoa, ele é considerado uma 
pessoa com deficiência.
Diante da análise do conceito de pessoa com deficiência, identificamos 3 elementos para 
conceituar uma pessoa como “pessoa com deficiência”:
• impedimento de longo prazo;
• de natureza física, mental, intelectual ou sensorial;
• ligação entre o impedimento e a obstrução de participar na sociedade em igualdade de 
condições com as demais pessoas.
Agora, vamos adiante na análise do art. 2º. Os seus parágrafos revelam como deve ser a 
avaliação para caracterizar uma pessoa com deficiência.
No que tange ao § 1º do art. 2º, a avaliação da deficiência deverá ser feita por uma equipe 
multiprofissional e interdisciplinar, levando em consideração todos os aspectos que permeiam 
o indivíduo. Isso se dá porque o ser humano não é um ser isolado do todo; ele faz parte de 
um contexto social, de um universo que deve ser considerado.
Essa análise realizada por equipe formada por profissionais de diversos campos da ciên-
cia promoverá uma análise biopsicossocial (biológica + psicológica + social). Assim, serão 
considerados aspectos físicos, por meio da análise da saúde do indivíduo; aspectos psicoló-
gicos, por meio de análise do comportamento do indivíduo; e social, por meio da análise do 
indivíduo em seu meio.
Não se esqueça! Para se caracterizar um indivíduo como PCD ele deve ser submetido a 
uma análise:
• por uma equipe multiprofissional e interdisciplinar; e deve ser analisado sob três enfoques:
− biológico;
− psicológico;
− social.
Para se ter ideia da amplitude da análise biopsicossocial, veja quais os critérios impostos 
pela Lei, em seu art. 2º, § 1º, que devem ser considerados pela equipe multiprofissional e 
interdisciplinar:
I – os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;
II – os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
III – a limitação no desempenho de atividades; e
IV – a restrição de participação.
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Lei n. 13.146/2015 (Estatuto) – Parte I
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Já o § 2º do art. 2º da Lei n. 13.146/2015 informa que quem criará os instrumentos nor-
mativos para a verificação dessa deficiência é o Poder Executivo (e não legislativo!!!). Grife 
e tenha atenção nisso!!
outros ConCeItos DA leI n. 13.146/2015
Para fins de aplicação da lei, a norma traz algumas definições que você não precisa de-
corar, mas, sim, entender, tais como:
• acessibilidade;
• desenho universal;
• tecnologia assistiva ou ajuda técnica;
• barreiras: urbanísticas, arquitetônicas, de transportes; de comunicação; atitudinais e 
tecnológicas.
O conceito de acessibilidade é assim expresso no art. 3º, I, da Lei:
I – acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, 
de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comuni-
cação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos 
ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por 
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.
Perceba que a palavra-chave desse conceito é a “autonomia”. A pessoa com deficiência 
tem o direito de circular com autonomia em espaços públicos e privados de uso coletivo. Tem 
também o direito de ter autonomia para utilizar uma tecnologia, como o celular, por exemplo. 
Imagine se não houvesse um programa que emitisse sons em um celular, como o deficiente 
visual iria ter acesso a essa tecnologia? Assim, acessibilidade não envolve apenas locomoção, 
envolve também o acesso a tecnologias, serviços e instalações.
Hoje, os órgãos do governo defendem amplamente que a acessibilidade seja promovida. 
Isso se faz necessário porque, para a promoção da igualdade de condições, citada no art. 1º, 
o Estado precisa dar ao indivíduo com deficiência condições para que ele realize suas ativida-
des do dia a dia da forma mais simples possível. O direito constitucional de ir e vir não pode 
ser reduzido diante da inexistência de revisão de rampas, elevadores que possam permitir 
o giro de 360 graus de uma cadeira de rodas. A questão da acessibilidade hoje é regulada 
pela Lei n. 5.296/2004. Se você quiser se aprofundar nesse tema, leia os art. 8º e seguintes 
desse decreto.
Outro conceito relevante da Lei n. 13.146/2015 é o de desenho universal. Esse conceito 
traz a ideia de que os produtos e serviços devem ser concebidos para serem utilizados por 
todas as pessoas, deficientes ou não. Leia o conceito no art. 3º, II, da Lei n. 13.146/2015:
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II – desenho universal: concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados 
por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os re-
cursos de tecnologia assistiva.
A tecnologia assistiva ou ajuda técnica é aquela que possibilita adaptar determinado 
produto ou serviço à necessidade da pessoa com deficiência para que ela possa se valer 
daquele bem de forma autônoma. Veja o conceito:
III – tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, meto-
dologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à 
atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua 
autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.
As barreiras são qualquer obstáculo que impeça ou limite a participação social da pes-
soa com deficiência, elas podem ser urbanísticas (nos espaços públicos e privados de uso 
coletivo), arquitetônicas (nos edifícios), nos transportes, nas comunicações, atitudinais (nas 
atitudes e comportamentos que limitem a pessoa com deficiência) e tecnológicas (dificultam 
o acesso às tecnologias). Leia os conceitos legais:
IV – barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a 
participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à aces-
sibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à 
compreensão, à circulação com segurança, entre outros, classificadas em:
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos e privados abertos ao 
público ou de uso coletivo;
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos e privados;
c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios de transportes;
d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comporta-
mento que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de informações 
por intermédio de sistemas de comunicação e de tecnologia da informação;
e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos que impeçam ou prejudiquem a participação 
social da pessoa com deficiência em igualdade de condições e oportunidades com as demais 
pessoas;
f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o acesso da pessoa com deficiência às 
tecnologias.
Outros conceitos da lei também merecem destaque. Você sabia que, embora a pessoa 
com dificuldade temporária de movimentação não seja considerada pessoa com deficiência 
(porque o problema não é de longo prazo), ela também está protegida pela Lei n. 13.146/2015?
Pois é, veja, por exemplo, o art. 46 da lei:
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Art. 46 – O direito ao transporte e à mobilidade da pessoa com deficiência ou com mobilidade 
reduzida será assegurado em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, por meio de 
identificação e de eliminação de todos os obstáculos e barreiras ao seu acesso.
Professor, quem são as pessoas com mobilidade?
Até mesmo os obesos, idosos, gestantes, lactantes e pessoa com criança de colo podem 
se enquadrar neste conceito. Veja:
IX – pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de mo-
vimentação, permanente ou temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade, 
da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com criança 
de colo e obeso.
Observe que, para essas pessoas, há filas especiais, que normalmente são as primeiras, 
a fim de tentar minimizar os problemas decorrentes da redução de sua mobilidade. Imagine 
ficar com uma criança de colo numa fila longa. Fica a dica: não entre em fila de banco ou 
mercado que não seja sua! Dê exemplo!!!
A Lei n. 13.146/2015 também conceitua as pessoas que assistem ou acompanham as 
pessoas com deficiência:
XII – atendente pessoal: pessoa, membro ou não da família, que, com ou sem remuneração, assiste 
ou presta cuidados básicos e essenciais à pessoa com deficiência no exercício de suas ativida-
des diárias, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados com profissões legalmente 
estabelecidas;
XIII – profissional de apoio escolar: pessoa que exerce atividades de alimentação, higiene e loco-
moção do estudante com deficiência e atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer 
necessária, em todos os níveis e modalidades de ensino, em instituições públicas e privadas, ex-
cluídas as técnicas ou os procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas;
XIV – acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com deficiência, podendo ou não desem-
penhar as funções de atendente pessoal.
Por fim, os últimos conceitos que destaco para você são os de “residências inclusivas” e 
de “moradia para a vida independente”. As primeiras têm caráter de assistência para aqueles 
deficientes que são dependentes, mas não têm vínculos familiares capazes de lhes dar su-
porte. A segunda é a moradia que proporciona serviços de apoio ao deficiente que ampliarão 
seu grau de autonomia. Veja o conceito legal, no art. 3º da Lei n. 13.146/2015:
X – Residências inclusivas: unidades de oferta do Serviço de Acolhimento do Sistema Único de 
Assistência Social (Suas) localizadas em áreas residenciais da comunidade, com estruturas adequa-
das, que possam contar com apoio psicossocial para o atendimento das necessidades da pessoa 
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acolhida, destinadas a jovens e adultos com deficiência, em situação de dependência, que não 
dispõem de condições de autossustentabilidade e com vínculos familiares fragilizados ou rompidos;
XI – Moradia para a vida independente da pessoa com deficiência: moradia com estruturas ade-
quadas capazes de proporcionar serviços de apoio coletivos e individualizados que respeitem e 
ampliem o grau de autonomia de jovens e adultos com deficiência.
Falaremos do direito à moradia da pessoa com deficiência nas próximas aulas, mas, desde 
já, perceba que a pessoa com deficiência tem direito à moradia digna, no seio de sua família, 
em moradia para a vida independente ou em residência inclusiva. O poder público deve pro-
mover essas duas últimas formas de moradia.
Confira a redação do art. 31 da Lei n. 13.146/2015:
Art. 31 – A pessoa com deficiência tem direito à moradia digna, no seio da família natural ou 
substituta, com seu cônjuge ou companheiro ou desacompanhada, ou em moradia para a vida 
independente da pessoa com deficiência, ou, ainda, em residência inclusiva.
§ 1º – O poder público adotará programas e ações estratégicas para apoiar a criação e a manu-
tenção de moradia para a vida independente da pessoa com deficiência.
§ 2º – A proteção integral na modalidadede residência inclusiva será prestada no âmbito do Suas 
à pessoa com deficiência em situação de dependência que não disponha de condições de autos-
sustentabilidade, com vínculos familiares fragilizados ou rompidos.
Esses eram os conceitos básicos necessários da Lei n. 13.146/2015 para você ter uma 
compreensão exata da norma.
DA IguAlDADe e DA não DIsCrImInAção
O Capítulo II inaugura com o tema igualdade e não discriminação. Se estamos falando de 
uma norma que promove a igualdade, é óbvio que a Lei n. 13.146/2015 não admite “nenhuma 
espécie de discriminação”.
Pelo contrário, o princípio que ilumina toda a lei, a partir da já mencionada Convenção 
Internacional sobre Direitos das Pessoas com Deficiência, é o da promoção da igualdade.
Ao assinar esse tratado internacional, o Brasil assumiu o compromisso de “tomar todas 
as medidas apropriadas para eliminar a discriminação baseada em deficiência, por parte de 
qualquer pessoa, organização ou empresa privada” (art. 4º, item 1, e, da Convenção). Além 
disso, o art. 5º da mesma Convenção assim dispõe sobre a igualdade e a não discriminação:
Art. 5º
Igualdade e não discriminação
1 – Os Estados Partes reconhecem que todas as pessoas são iguais perante e sob a lei e que fazem 
jus, sem qualquer discriminação, a igual proteção e igual benefício da lei.
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2 – Os Estados Partes proibirão qualquer discriminação baseada na deficiência e garantirão às 
pessoas com deficiência igual e efetiva proteção legal contra a discriminação por qualquer motivo.
3 – A fim de promover a igualdade e eliminar a discriminação, os Estados Partes adotarão todas 
as medidas apropriadas para garantir que a adaptação razoável seja oferecida.
4 – Nos termos da presente Convenção, as medidas específicas que forem necessárias para 
acelerar ou alcançar a efetiva igualdade das pessoas com deficiência não serão consideradas 
discriminatórias.
Para dizer a verdade, o Brasil nem precisava dessa Convenção para se obrigar a promover 
a igualdade e a não discriminação da pessoa com deficiência. O próprio art. 3º da Constitui-
ção determina que um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil é o de:
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer 
outras formas de discriminação.
Ademais, o art. 5º da nossa CF afirma, em seu caput, que “todos são iguais perante a lei, 
sem distinção de qualquer natureza”. Desse modo, constata-se que a própria Constituição 
aboliu em nosso Estado Democrático de direito qualquer forma discriminatória em nossa 
sociedade, seja qual for a espécie de discriminação.
Mas, nesta aula, trataremos da discriminação em razão da deficiência.
Professor, o que é discriminação em razão da deficiência?
A Lei n. 13.146/2015 nos trouxe a seguinte definição:
Art. 4º:
§ 1º – Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de distinção, restrição ou 
exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular 
o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com defi-
ciência, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.
Atente-se à palavra omissão! A discriminação se dará tanto pela ação como pela omissão 
proposital que tenha o objetivo de prejudicar ou anular o reconhecimento ou o exercício dos 
direitos da pessoa com deficiência.
A lei deixa claro que, entre as formas de prejudicar ou anular os direitos da pessoa com 
deficiência está a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assisti-
vas. Essa recusa pode partir de um particular ou do próprio Estado.
Incorrerá em uma discriminação aquele que se recusar a promover adaptações, modi-
ficações e ajustes necessários e adequados que não acarretarem ônus desproporcional e 
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indevido para assegurar que a pessoa com deficiência possa gozar ou exercer, em igualdade 
de condições, os seus direitos (art. 3º, VI, da Lei n. 13.146/2015).
Também incorrerá em discriminação aquele que deixar de inserir em seus produtos e 
serviços dispositivos tecnológicos que proporcionem o acesso da pessoa com deficiência a 
esses bens.
Os conceitos de “tecnologia assistiva” e de “adaptações razoáveis” estão na Lei. Se você 
os esqueceu, volte e releia o art. 3º da Lei n. 13.146/2015. Sua questão poderá vir com um 
caso concreto, o qual exigirá que você saiba o conceito. Por isso, releia e grife!
Interessante observar que a igualdade que a Lei n. 13.146/2015 busca promover não é 
impositiva para a pessoa com deficiência. Como vimos acima, a proteção a essa pessoa é uma 
ação afirmativa que busca, em última análise, promover o resgate desse grupo discriminado 
para se implementar uma efetiva igualdade de direitos e de condições para o exercício desses 
direitos. Se determinada pessoa com deficiência não quiser se beneficiar desses direitos, ela 
não é obrigada. Nesse sentido, o § 2º do art. 4º da Lei trata:
§ 2º – A pessoa com deficiência não está obrigada à fruição de benefícios decorrentes de ação 
afirmativa.
Assim, em um concurso público, por exemplo, se uma pessoa com deficiência não quiser 
se inscrever para as vagas reservadas às pessoas com deficiência ela concorrerá às vagas 
de ampla concorrência.
Agora, vamos falar do art. 5º da Lei n. 13.146/2015, ele trata da proteção da pessoa com 
deficiência.
A pessoa com deficiência será protegida de toda forma de negligência, discriminação, 
exploração, violência, tortura, crueldade, opressão e tratamento desumano ou degradante.
Esse artigo tem como vértice de sustentação também o art. 5º da CF/88, que afastou 
toda e qualquer forma de tortura ou outro mecanismo de redução da dignidade da pessoa 
humana. A Constituição é expressa ao afirmar que “ninguém será submetido à tortura nem a 
tratamento desumano ou degradante” (art. 5º, III).
Também decorre de um princípio fundamental da República, qual seja a dignidade da 
pessoa humana (art. 1º, III, da CF).
Se o caput do art. 5º da Lei n. 13.146/2015 é “mais do mesmo”, pois a proteção ali prevista 
encontra-se em várias outras normas, o mesmo não se pode dizer do seu parágrafo único. O 
parágrafo único traz um conceito superimportante, o de especialmente vulnerável.
Se a pessoa com deficiência já é vulnerável e merece a proteção especial da Lei, mais 
proteção ainda merece a criança, o adolescente, a mulher e o idoso com deficiência.
Vale destacar que “vulnerável” significa uma pessoa frágil e/ou incapaz, que possui con-
dições sociais, culturais, políticas, étnicas, econômicas, educacionais e de saúde inferiores 
a outras pessoas.
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Lei n. 13.146/2015 (Estatuto) – Parte I
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Interessante notar que a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoascom 
Deficiência já buscava uma proteção especial à mulher e à criança com deficiência. No ponto, 
os seguintes dispositivos do tratado internacional:
Art. 6º
Mulheres com deficiência
Os Estados Partes reconhecem que as mulheres e meninas com deficiência estão sujeitas a múlti-
plas formas de discriminação e, portanto, tomarão medidas para assegurar às mulheres e meninas 
com deficiência o pleno e igual exercício de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais.
Os Estados Partes tomarão todas as medidas apropriadas para assegurar o pleno desenvolvimento, 
o avanço e o empoderamento das mulheres, a fim de garantir-lhes o exercício e o gozo dos direitos 
humanos e liberdades fundamentais estabelecidos na presente Convenção.
Art. 7º
Crianças com deficiência
Os Estados Partes tomarão todas as medidas necessárias para assegurar às crianças com defi-
ciência o pleno exercício de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais, em igualdade 
de oportunidades com as demais crianças.
Em todas as ações relativas às crianças com deficiência, o superior interesse da criança receberá 
consideração primordial.
Os Estados Partes assegurarão que as crianças com deficiência tenham o direito de expressar 
livremente sua opinião sobre todos os assuntos que lhes disserem respeito, tenham a sua opinião 
devidamente valorizada de acordo com sua idade e maturidade, em igualdade de oportunidades 
com as demais crianças, e recebam atendimento adequado à sua deficiência e idade, para que 
possam exercer tal direito.
Outro dispositivo do tratado relacionado à proteção especial aos vulneráveis com defi-
ciência é o art. 28, que prevê a promoção de “um padrão adequado de vida” às pessoas com 
deficiência e a criação, pelo Estado, de programas de proteção social e de redução da pobreza 
destinados a mulheres, crianças e idosos:
2 – Os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas com deficiência à proteção social e ao 
exercício desse direito sem discriminação baseada na deficiência, e tomarão as medidas apropria-
das para salvaguardar e promover a realização desse direito, tais como:
b) Assegurar o acesso de pessoas com deficiência, particularmente mulheres, crianças e idosos 
com deficiência, a programas de proteção social e de redução da pobreza.
DefICIênCIA e CApACIDADe CIvIl
Vimos acima que o conceito de pessoa com deficiência envolve, necessariamente, um 
impedimento de “longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial…” (art. 2º).
Muito cuidado com a nova redação do art. 4º, II, do Código Civil. Desde 2015, com a edição 
da lei em estudo (Lei n. 13.146/2015), passou-se a considerar “relativamente incapaz” aquele 
que, por causa “transitória” ou “permanente”, não possa exprimir sua vontade, veja:
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Art. 4º:
II – serão relativamente incapazes aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem 
exprimir sua vontade.
Observe que o termo “impedimento de longo prazo” previsto nessa lei pode ser revertido 
em transitório ou permanente à luz do CC. Assim, o impedimento de natureza física, mental, 
intelectual ou sensorial, tanto o de longo prazo (pessoa com deficiência) como o de curto 
prazo, somente pode gerar a incapacidade relativa.
Perceba que o art. 3º do Código Civil define a incapacidade absoluta somente para o 
menor de 16 anos:
Art. 3º – São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores 
de 16 (dezesseis) anos.
Desse modo, não existe mais pessoa absolutamente incapaz que seja maior de idade, 
nem mesmo aqueles adultos que tenham severo problema mental de natureza permanente.
Assim, não há que se falar mais em ação de interdição absoluta no nosso sistema civil, 
pois os menores não são interditados. Todas as pessoas com deficiência passam a ser, em 
regra, plenamente capazes para o Direito Civil, o que visa à sua plena inclusão social, em 
prol de sua dignidade.
A pessoa com deficiência só será considerada relativamente incapaz (e não mais abso-
lutamente incapaz) se ele “não puder exprimir a sua vontade”.
A Lei n. 13.146/2015, ao promover essa alteração no regime de incapacidade do Código 
Civil, buscou informar que a deformação não interfere na capacidade civil plena do indiví-
duo. A deficiência não constitui presunção de uma incapacidade para a vida civil. Ao assim 
entender, a lei devolve ao indivíduo – à luz do princípio da dignidade da pessoa humana – a 
condição de detentora de sua própria vontade, dando-lhe, para isso, a plenitude do exercício 
de seus direitos civis, patrimoniais e de existência, promovendo sua inclusão. Veja as palavras 
de Pablo Stolze:
Em verdade, o que o estatuto pretendeu foi homenageando o princípio da dignidade da pessoa 
humana, fazer com que a pessoa com deficiência deixasse de ser rotulada como incapaz, para ser 
considerada – em uma perspectiva constitucional isonômica – dotada de plena capacidade legal, 
ainda que haja necessidade de adoção de institutos assistenciais específicos, como a tomada de 
decisão apoiada e, extraordinariamente, a curatela, para a prática de atos na vida civil. (STOLZE, 
2015, p. 2)
Compare as redações dos art. 3º e 4º do Código Civil antes e após a Lei n. 13.146/2015, 
para que você compreenda a alteração no regime das incapacidades.
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Antes da Lei n. 13.146/2015 Após a Lei n. 13.146/2015
Art. 3º – São absolutamente incapazes de exercer 
pessoalmente os atos da vida civil:
– os menores de dezesseis anos;
– os que, por enfermidade ou deficiência mental, não 
tiverem o necessário discernimento para a prática 
desses atos;
– os que, mesmo por causa transitória, não puderem 
exprimir sua vontade.
Art. 3º – São absolutamente incapazes de exercer 
pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 
(dezesseis) anos.
Art. 4º – São incapazes, relativamente a certos atos ou 
à maneira de os exercer:
– os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
– os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, 
por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;
– os excepcionais, sem desenvolvimento mental 
completo;
– os pródigos.
Art. 4º – São incapazes, relativamente a certos atos 
ou à maneira de os exercer: (Redação dada pela Lei 
n. 13.146, de 2015) (Vigência) I:
– os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
– os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação 
dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
– aqueles que, por causa transitória ou permanente, 
não puderem exprimir sua vontade; (Redação dada 
pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
– os pródigos.
A partir dessa alteração, a pessoa com deficiência de ordem física ou psíquica não perderá 
sua capacidade civil, podendo tomar suas próprias decisões quanto aos atos da vida civil. 
Cristiano Chaves e Nelson Rosevelt nos dizem ainda que:
Toda pessoa humana é especial pela sua simples humanidade, tenha, ou não, algum tipo de defi-
ciência. Não se justifica em absoluto, impor a uma pessoa com deficiência o enquadramento jurídico 
como incapaz, por conta de um impedimento físico, mental, intelectual ou sensorial.
Toda pessoa é capaz, em si mesma. E, agora, o sistema jurídico reconhece essa assertiva. Até 
porque, de fato,evidencia-se discriminatório e ofensivo chamar o humano de incapaz somente por 
conta de uma deficiência física ou mental. (FARIAS e ROSEVELT, 2016. p. 328)
O art. 6º da Lei n. 13.146/2015 reforça a conclusão acima exposta de que, em regra, as 
pessoas com deficiência têm, sim, capacidade civil, pois informa que “a deficiência não afeta 
a capacidade civil da pessoa”. Esse dispositivo vai ainda mais além, pois apresenta um rol 
exemplificativo de atos da vida civil que são de livre autonomia da pessoa com deficiência. 
Confira o dispositivo:
Art. 6º – A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para:
I – casar-se e constituir união estável;
II – exercer direitos sexuais e reprodutivos;
III – exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso às informações adequadas 
sobre reprodução e planejamento familiar;
IV – conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória;
V – exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e
VI – exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em 
igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
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Desse modo, não se pode tirar da pessoa sua capacidade civil simplesmente porque ela 
é PCD. O respeito ao seu poder de querer e decidir deverá prevalecer no atual ordenamento, 
salvo se demonstrado que o indivíduo não pode, “por causa transitória ou permanente”, ex-
primir sua vontade.
Dos Deveres De toDos perAnte A pessoA Com DefICIênCIA
O art. 7º da Lei n. 13.146/2015 trouxe um dever de “vigilância geral” aplicável a todos os 
cidadãos. Todos nós temos que comunicar às autoridades qualquer ameaça ou violação aos 
direitos da pessoa com deficiência.
A lei pontuou, ainda, em seu parágrafo único, que, uma vez verificado pelos juízes e tribu-
nais ofensa à lei em tela, as peças de informação deverão ser remetidas ao Ministério Público 
para que tome as providências para o fiel cumprimento da lei, inclusive na forma penal. Isso 
se dá em razão da função constitucional do MP como fiscal da lei, como autor da ação penal 
pública e como defensor dos interesses difusos e coletivos (art. 129, I e III, da Constituição).
Assim, se em um processo judicial que discuta um divórcio, por exemplo, constata-se 
que a parte desse processo que é PCD esteja sofrendo algum abuso (violência, exploração, 
discriminação, crueldade, tortura etc.), o juiz tem o dever de enviar cópia desse processo para 
o MP. Leia com atenção o dispositivo da Lei n. 13.146/2015:
Art. 7º – É dever de todos comunicar à autoridade competente qualquer forma de ameaça ou de 
violação aos direitos da pessoa com deficiência.
Parágrafo único. Se, no exercício de suas funções, os juízes e os tribunais tiverem conhecimento 
de fatos que caracterizem as violações previstas nesta Lei, devem remeter peças ao Ministério 
Público para as providências cabíveis.
Por fim, o último dispositivo que trata de um dever geral, mas agora não de “todos”, e, sim, 
do “Estado, da sociedade e da família”, é o de assegurar a efetivação dos direitos das pessoas 
com deficiência. Assim, não é papel apenas do Estado assegurar e implementar os direitos 
dessas pessoas previstos na Lei n. 13.146/2015, na Constituição Federal e da Convenção 
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. É dever também da sociedade e da família.
Nesse sentido, é o art. 8º da Lei n. 13.146/2015:
Art. 8º – É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar à pessoa com deficiência, com 
prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à 
maternidade, à alimentação, à habitação, à educação, à profissionalização, ao trabalho, à previdência 
social, à habilitação e à reabilitação, ao transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turis-
mo, ao lazer, à informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecnológicos, à dignidade, ao 
respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição 
Federal, da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo 
e das leis e de outras normas que garantam seu bem-estar pessoal, social e econômico.
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Do AtenDImento prIorItárIo
Chegamos ao último ponto da nossa aula!
No que tange ao atendimento prioritário, o art. 9º buscou “facilitar” a vida da pessoa com 
deficiência, dando-lhe prioridade em prontos socorros e instituições e serviços de atendi-
mento ao público. Essa “facilidade” obviamente tem o propósito de promover a igualdade de 
acesso a bens e serviços à pessoa com deficiência, conforme orientação geral da Lei e da 
Convenção em foco.
O art. 9º também destaca que o atendimento prioritário envolve a disponibilização às 
pessoas com deficiência de recursos, tanto humanos quanto tecnológicos, que garantam 
atendimento em igualdade de condições com as demais pessoas.
Ademais, no que tange à mobilidade urbana, o atendimento prioritário envolve a dispo-
nibilização de pontos de parada, estações e terminais acessíveis de transporte coletivo de 
passageiros e garantia de segurança no embarque e no desembarque.
Olhem que interessante! Ainda há atendimento prioritário no recebimento da restituição 
de imposto de renda, bem como na tramitação processual e procedimentos judiciais e ad-
ministrativos em que for parte ou interessada, em todos os atos e diligências. Assim, aquele 
carimbo ou adesivo na capa do processo judicial de “prioridade idoso” também passa a ser 
recorrente quando o processo tem como parte ou interessada uma pessoa com deficiência. 
Nesse processo, você vai encontrar o seguinte carimbo ou adesivo: “prioridade pessoa com 
deficiência”.
Todos os itens de atendimento prioritário são extensivos ao acompanhante da pessoa 
com deficiência ou ao seu atendente pessoal, exceto a restituição de imposto de renda e a 
tramitação processual prioritária. Assim, o acompanhante tem direito à preferência de aten-
dimento, a serviços públicos, a socorro, aos pontos de parada acessíveis etc.
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Para que nenhum detalhe do art. 9º da Lei n. 13.146/2015 lhe escape, leia com atenção 
o dispositivo:
Art. 9º – A pessoa com deficiência tem direito a receber atendimento prioritário, sobre- tudo com 
a finalidade de:
I – proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
II – atendimento em todas as instituições e serviços de atendimento ao público;
III – disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tecnológicos, que garantam atendimento 
em igualdade de condições com as demais pessoas;
IV – disponibilização de pontos de parada, estações e terminais acessíveis de transporte coletivo 
de passageiros e garantia de segurança no embarque e no desembarque;
V – acessoàs informações e disponibilização de recursos de comunicação acessíveis; VI – rece-
bimento de restituição de imposto de renda;
VII – tramitação processual e procedimentos judiciais e administrativos em que for parte ou inte-
ressada, em todos os atos e diligências.
§ 1º – Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao acompanhante da pessoa com defi-
ciência ou ao seu atendente pessoal, exceto quanto ao disposto nos incisos VI e VII deste artigo.
§ 2º – Nos serviços de emergência públicos e privados, a prioridade conferida por esta Lei é con-
dicionada aos protocolos de atendimento médico.
Caro(a) candidato(a), para essa aula, são essas as considerações que temos a fazer.
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RESUMO
A Convenção sobre Direitos da Pessoa Humana com Deficiência foi promulgada pelo 
Decreto n. 6.949/2009, após a aprovação, pelo Congresso Nacional, do Decreto Legislativo 
n. 186/2008.
Essa é uma norma internacional relativa aos direitos humanos e, por isso, consta do De-
creto, de forma expressa, que o procedimento adotado para a aprovação da Convenção no 
âmbito do Congresso Nacional foi o do art. 5º, § 3º, da Constituição. O art. 5º, § 3º, da CF, 
assim dispõe:
§ 3º – Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em 
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos 
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
A Convenção sobre Direitos da Pessoa Humana com Deficiência, por ter sido aprovada com 
esse quórum especial no Congresso Nacional, tem status de “emenda constitucional”, ou seja, 
as disposições da Convenção têm o mesmo “valor” das regras colocadas na Constituição.
A Lei n. 13.146/2015 confere um notável avanço para a proteção da dignidade da pessoa 
com deficiência.
A inovação é de inclusão social. Para isso, a lei elaborou mecanismo de igualdade. Quis o 
estatuto trazer essa “pessoa” para uma condição mais igualitária, mais digna, mais humana. 
A Lei n. 13.146/2015 promove uma ação afirmativa. Para que haja igualdade, é necessário 
que a pessoa com deficiência se utilize de meios e prerrogativas legais, formatadas nesse 
novo texto, para garantir ao indivíduo que ele exerça seus direitos de forma que essa inclusão 
social aconteça da forma mais plena e eficaz possível.
Conceito de “pessoa com deficiência”, previsto no art. 2º da Lei n. 13.146/2015:
Art. 2º – Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de 
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, 
pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as 
demais pessoas.
Identificamos 3 elementos para conceituar uma pessoa como “pessoa com deficiência”:
• impedimento de longo prazo;
• de natureza física, mental, intelectual ou sensorial;
• ligação entre o impedimento e a obstrução de participar na sociedade em igualdade de 
condições com as demais pessoas.
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A avaliação da deficiência deverá ser feita por uma equipe multiprofissional e interdis-
ciplinar, levando em considerações todos os aspectos que permeiam o indivíduo. A análise 
será biopsicossocial (biológica + psicológica + social).
Conceitos importantes da Lei n. 13.146/2015:
• acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e 
autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, 
informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros 
serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto 
na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida;
• desenho universal: concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem 
usados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto específico, 
incluindo os recursos de tecnologia assistiva;
• tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, 
metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, 
relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade 
reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social;
• pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de 
movimentação, permanente ou temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da 
flexibilidade, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, gestante, lactante, 
pessoa com criança de colo e obeso;
• atendente pessoal: pessoa, membro ou não da família, que, com ou sem remuneração, 
assiste ou presta cuidados básicos e essenciais à pessoa com deficiência no exercício 
de suas atividades diárias, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados com 
profissões legalmente estabelecidas;
• acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com deficiência, podendo ou não de-
sempenhar as funções de atendente pessoal.
A Lei n. 13.146/2015 nos trouxe a seguinte definição de discriminação em razão da 
deficiência:
Art. 4º:
§ 1º – Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de distinção, restrição ou 
exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular 
o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com defi-
ciência, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.
Incorrerá em uma discriminação, aquele que se recusar a promover adaptações, modi-
ficações e ajustes necessários e adequados que não acarretarem ônus desproporcional e 
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indevido para assegurar que a pessoa com deficiência possa gozar ou exercer em igualdade 
de condições os seus direitos (art. 3º, VI, da Lei n. 13.146/2015).
Também incorrerá em discriminação aquele que deixar de inserir, em seus produtos e 
serviços, dispositivos tecnológicos que proporcionem o acesso da pessoa com deficiência a 
esses bens. Interessante observar que a igualdade que a Lei n. 13.146/2015 busca promover 
não é impositiva para a pessoa com deficiência.
O art. 5º da Lei n. 13.146/2015 trata da proteção da pessoa com deficiência. A pessoa com 
deficiência será protegida de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, 
tortura, crueldade, opressão e tratamento desumano ou degradante.
O parágrafo único traz um conceito superimportante, o de especialmente vulnerável. Se 
a pessoa com deficiência já é vulnerável e merece a proteção especial da Lei, mais proteção 
ainda merecem a criança, o adolescente, a mulher e o idoso com deficiência.
Vimos acima que o conceito de pessoa com deficiênciaenvolve, necessariamente, um 
impedimento de “longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial…” (art. 2º).
Muito cuidado com a nova redação do art. 4º, II, do Código Civil. Desde 2015, com a edição 
da lei em estudo (Lei n. 13.146/2015), passou-se a considerar “relativamente incapaz” aquele 
que, por causa “transitória” ou “permanente”, não possa exprimir sua vontade.
Assim, o impedimento de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, tanto o de longo 
prazo (pessoa com deficiência) como o de curto prazo, somente pode gerar a incapacida-
de relativa.
O art. 3º do Código Civil define a incapacidade absoluta somente para o menor de 16 anos.
Todas as pessoas com deficiência passam a ser, em regra, plenamente capazes para o 
Direito Civil, o que visa à sua plena inclusão social em prol de sua dignidade. Compare as 
redações dos art. 3º e 4º do Código Civil antes e após a Lei n. 13.146/2015 para que você 
compreenda a alteração no regime das incapacidades.
Antes da Lei n. 13.146/2015 Após a Lei n. 13.146/2015
Art. 3º – São absolutamente incapazes de exercer 
pessoalmente os atos da vida civil:
– os menores de dezesseis anos;
– os que, por enfermidade ou deficiência mental, não 
tiverem o necessário discernimento para a prática 
desses atos;
– os que, mesmo por causa transitória, não puderem 
exprimir sua vontade.
Art. 3º – São absolutamente incapazes de exercer 
pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 
(dezesseis) anos.
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Antes da Lei n. 13.146/2015 Após a Lei n. 13.146/2015
Art. 4º – São incapazes, relativamente a certos atos 
ou à maneira de os exercer:
– os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
– os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os 
que, por deficiência mental, tenham o discernimento 
reduzido;
– os excepcionais, sem desenvolvimento mental 
completo;
– os pródigos.
Art. 4º – São incapazes, relativamente a certos atos 
ou à maneira de os exercer: (Redação dada pela Lei n. 
13.146, de 2015) (Vigência) I:
– os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
– os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação 
dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
– aqueles que, por causa transitória ou permanente, 
não puderem exprimir sua vontade; (Redação dada pela 
Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
– os pródigos.
O art. 6º da Lei n. 13.146/2015 reforça a conclusão acima exposta de que, em regra, as 
pessoas com deficiência têm, sim, capacidade civil, pois informa que “a deficiência não afeta 
a capacidade civil da pessoa”. Esse dispositivo vai ainda mais além, pois apresenta um rol 
exemplificativo de atos da vida civil que são de livre autonomia da pessoa com deficiência.
O art. 7º da Lei n. 13.146/2015 trouxe um dever de “vigilância geral” aplicável a todos os 
cidadãos. Todos nós temos que comunicar às autoridades qualquer ameaça ou violação aos 
direitos da pessoa com deficiência.
A lei pontuou, ainda, em seu parágrafo único, que uma vez verificado pelos juízes e tribunais 
ofensa à lei em tela, as peças de informação deverão ser remetidas ao Ministério Público para 
que tome as providências para o fiel cumprimento da lei, inclusive na forma penal.
Por fim, o último dispositivo que trata de um dever geral, mas agora não de “todos”, e, 
sim, do “Estado, da sociedade e da família”, é o de assegurar a efetivação dos direitos das 
pessoas com deficiência.
Quanto ao atendimento prioritário, leia o art. 9º da Lei n. 13.146/2015:
Art. 9º – A pessoa com deficiência tem direito a receber atendimento prioritário, sobretudo com 
a finalidade de:
I – proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
II – atendimento em todas as instituições e serviços de atendimento ao público;
III – disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tecnológicos, que garantam atendimento 
em igualdade de condições com as demais pessoas;
IV – disponibilização de pontos de parada, estações e terminais acessíveis de transporte coletivo 
de passageiros e garantia de segurança no embarque e no desembarque;
V – acesso a informações e disponibilização de recursos de comunicação acessíveis;
VI – recebimento de restituição de imposto de renda;
VII – tramitação processual e procedimentos judiciais e administrativos em que for parte ou inte-
ressada, em todos os atos e diligências.
§ 1º – Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao acompanhante da pessoa com defi-
ciência ou ao seu atendente pessoal, exceto quanto ao disposto nos incisos VI e VII deste artigo.
§ 2º – Nos serviços de emergência públicos e privados, a prioridade conferida por esta Lei é con-
dicionada aos protocolos de atendimento médico.
Por hoje é isso, aluno(a)! Vamos analisar, agora, algumas questões que já caíram em concurso.
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (NC-UFPR/2019) Em 2015 foi sancionada a Lei n. 13.146/2015, que instituiu o Estatuto 
da Pessoa com Deficiência. Observa-se que esse Estatuto estabelece mudanças relacionadas 
à proteção da dignidade da pessoa com deficiência, avançando em muitos aspectos relaciona-
dos à garantia de direitos, à cidadania, à educação, à acessibilidade, ao trabalho e ao combate 
ao preconceito e à discriminação. A respeito do assunto, considere as seguintes afirmativas:
1) O Estatuto garante à pessoa com deficiência direito à igualdade de oportunidades e a não 
sofrer nenhuma espécie de discriminação, negligência, exploração, violência, tratamento degra-
dante ou desumano e opressão.
2) Outros avanços na legislação contidos no Estatuto referem-se à plena capacidade civil da 
pessoa com deficiência, garantindo-lhe o direito de constituir família, casar-se, realizar planeja-
mento familiar e decidir sobre o número de filhos.
3) A Lei incube ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompa-
nhar e avaliar sistemas educacionais inclusivos em todos os níveis e modalidades.
Assinale a alternativa correta:
a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
002. (VUNESP/TJ-SP/2019) Conforme disciplinado na Lei n. 13.146/2015, é correto afirmar que
a) todos os direitos previstos para a pessoa com deficiência não são extensivos aos seus acom-
panhantes ou ao seu atendente pessoal, sem qualquer ressalva prevista na Lei.
b) a pessoa com deficiência está obrigada à fruição de benefícios decorrentes de ação afirmativa.
c) a deficiência não afeta o direito de conservar a fertilidade, sendo obrigatória a esterilização 
compulsória nos casos previstos em lei.
d) a deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para casar-se e constituir 
união estável.
e) a pessoa com deficiência não tem atendimento prioritário no que diz respeito ao acesso à 
informação e ao recebimento de restituição de imposto de renda.
003. (VUNESP/TJ-SP/2019) A concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a 
serem usados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou projeto específico, 
incluindo os recursos de tecnologia assistiva, conforme disciplinado na Lei n. 13.146/2015,

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