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ESTETICA-CORPORAL-1

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2 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 3 
2 AVALIAÇÃO E ANAMNESE APLICADAS À ESTÉTICA CORPORAL . 4 
3 AVALIAÇÃO ESTÉTICA CORPORAL ................................................... 5 
3.1 Exame físico funcional .................................................................. 5 
4 ÍNDICES AVALIATIVOS ....................................................................... 10 
5 IMAGEM CORPORAL E A EVOLUÇÃO DO PADRÃO DE BELEZA AO 
LONGO DA HISTÓRIA ............................................................................................. 13 
5.1 Imagem corporal e sua relação com a estética ........................... 16 
5.2 Imagem corporal e sua relação com a estética para o bem-estar do 
indivíduo......... ................................................................................................... 18 
6 PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS PARA FLACIDEZ CUTÂNEA 
CORPORAL .............................................................................................................. 21 
7 INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NO MANEJO DE AFECÇÕES 
CUTÂNEAS CORPORAIS ........................................................................................ 29 
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para ser esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse 
aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No 
espaço virtual, é o mesmo. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser 
direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 AVALIAÇÃO E ANAMNESE APLICADAS À ESTÉTICA CORPORAL 
Miranda (2018) menciona em relação ao conceito de beleza com mutável, que 
evolui continuamente na sociedade ao longo dos anos. Os padrões estéticos para 
definir o que é belo e aceitável podem fazer com que os indivíduos que não se 
encaixam em determinado formato corporal sintam-se insatisfeitos e levar à distorção 
ou insatisfação com a imagem corporal. Um dos fatores mais preocupantes 
relacionados aos problemas com a imagem corporal é o surgimento de transtornos 
alimentares, doenças mentais que, quando instauradas, são de difícil manejo e 
tratamento. Fazendo surgir a necessidade de identificar precocemente tais alterações, 
a fim de promover a saúde e prevenir o surgimento desses problemas. 
Vamos estudar, de forma aprofundada, os aspectos relacionados a imagem 
corporal no campo da estética, compreendendo como o conceito de beleza se 
aprofundou ao longo dos séculos. Além disso, vai conhecer a relação entre imagem 
corporal e transtornos alimentares, bem como as ferramentas para avaliação e 
autopercepção e satisfação da imagem corporal. 
Para que o profissional consiga elaborar um plano de tratamento estético 
corporal exige-se muita atenção, por meio da elaboração, a realização de uma 
“entrevista” antes de dar início aos protocolos de tratamento, por meio da utilização 
da ficha de anamnese. 
Para Matiello et al., (2021), os tratamentos estéticos afetam no funcionamento 
do organismo do (a) paciente, fazendo surgir a necessidade de que se busque um 
pouco mais sobre o histórico clínico (doenças, cirurgias, alergias e outros), bem como, 
seus hábitos diários, pois, caso não seja realizada uma avaliação criteriosa, podem 
ocorrer diversas intercorrências. Havendo a necessidade de que haja uma avaliação 
minuciosa em qualquer tratamento estético corporal, devendo ser utilizados métodos 
adequados visando obter todas as informações necessárias, a fim de que haja uma 
personalização do plano de tratamento de cada paciente de forma individual. 
O profissional deve se lembrar de registrar toda informação que julgar 
relevante. O cliente não é obrigado a responder todas as suas perguntas, mas é 
interessante que ele entenda a importância da fidedignidade das informações para 
 
5 
 
que o tratamento seja efetuado com segurança tanto para ele quanto para o 
profissional. No caso de omissão de informações por parte do cliente, cabe ao 
profissional decidir se realizará ou não o tratamento. 
3 AVALIAÇÃO ESTÉTICA CORPORAL 
A International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS) fornece 
estatísticas anuais do número de procedimentos estéticos e cosméticos em todo o 
mundo. Em sua última análise estatística, verificou-se que em 2020, 2.565.675 
milhões de procedimentos não invasivos foram realizados no Brasil, 985.564 foram 
procedimentos corporais, como redução da gordura localizada e remoção de pelos. 
Seguindo esses dados, vemos a importância do conhecimento, do cuidado e 
da prática baseada em evidência dos profissionais que atuam com tratamentos 
estéticos corporais, sendo nítido que, para ter bons resultados, deve ser seguida como 
padrão-ouro uma adequada avaliação clínica, para diagnóstico assertivo e elaboração 
da conduta terapêutica. Abordaremos os conceitos e as ferramentas subjetivas e 
científicas possíveis para uso na avaliação correta do tecido adiposo subcutâneo, do 
tecido tegumentar e das disfunções estéticas que os acometem (RENNÓ, 2022). 
3.1 Exame físico funcional 
Antropometria 
 
Segundo Rennó (2022), a palavra “antropometria” vem do grego anthropos, 
com o significado de “homem”, e metrom, que significa “medida”. O método estuda as 
medidas e proporções do corpo humano, incluindo dados de peso, altura, índice de 
massa corpórea (IMC), índices avaliativos e mensuração da composição corporal. 
Peso (kg) e altura (m2): são medidos em balança antropométrica e 
estadiômetro, com a paciente vestindo o mínimo de roupas e estando descalça ou 
com calçado baixo e leve. 
 
6 
 
IMC: utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para considerar se 
o paciente possui ou não quadros de obesidade. O dado é obtido calculando-se o 
peso em quilos dividido pelo quadrado da altura em metros, e a classificação dos seus 
resultados encontra-se na (Tabela 1). 
 
Tabela 1 - Classificação de sobrepeso e obesidade e grau de morbimortalidade: 
 
Faixa de IMC (kg/m²) Denominação Risco de complicações 
18,5-24,9 
 
Normal 
 
0 
25-29,9 
 
Sobrepeso (pré-
obesidade) 
 
Baixo 
30-34,9 
 
 
Obesidade I 
 
Moderado 
 
35-39,9 
 
Obesidade II 
 
Alto 
 
≥ 40 
 
Obesidade III ou mórbida 
 
Altíssimo 
Fonte: BRASIL (2013). 
O IMC atua como ferramenta de triagem individual e pode ser utilizado para a 
determinação de fatores de risco, pois se sabe que é proporcional à gordura corporal, 
dessa forma está diretamente associado ao desenvolvimento de doenças e 
disfunções estéticas. Apesar de ser a única ferramenta indicada pela OMS para avaliar 
o desenvolvimento do ganho de peso, o IMC não é o indicador mais fidedigno, pois 
não avalia a distribuição de gordura e massa magra; porém, na estética, nos traz 
dados importantes, pois indivíduos com obesidade apresentam disfunções do tecido 
tegumentar que afetam o processo de reparo e regeneração e a qualidade da pele. A 
conduta deve também associar uma equipe multidisciplinar para maior sucessono 
tratamento (RENNÓ, 2022). 
 
Perimetria/circunferência 
 
 
7 
 
Entre as medidas antropométricas, temos a perimetria, conjunto de medidas de 
circunferência, realizadas nos membros superiores, membros inferiores e diferentes 
pontos do tronco. 
Para a sua realização é necessária uma fita métrica, que preferencialmente deve 
ser metálica, por apresentar maior estabilidade durante seu posicionamento no local 
correto da medida. Para determinar as medidas reais, todas devem ser realizadas 
sem compressão da fita sobre a pele e em triplicata, considerando o cálculo da média 
dos resultados, todos os registros devem ser feitos com precisão de 0,1 cm (RENNÓ, 
2022). 
Para uma avaliação fidedigna, é necessário padronizar essa mensuração. A 
seguir, encontra-se descrita detalhadamente a padronização para a mensuração de 
diferentes regiões corporais: 
Circunferência do braço: com o paciente em pé, ombros relaxados, ligeiramente 
estendidos, cotovelo flexionado a 90.º e a palma da mão em supinação, o profissional 
faz a marcação do local exato da medida, que deve estar entre o processo acromial 
da escápula e o olecrano. Após a demarcação do local exato da medida, solicita-se 
ao paciente que realize a extensão do cotovelo e deixe a palma da mão voltada para 
a coxa. A fita métrica deve ser posicionada perpendicularmente ao eixo longo do 
braço, contornando-o no local demarcado no mesmo plano, em toda a sua extensão. 
Circunferência da coxa: a coxa pode ser medida em três circunferências: proximal 
(na linha inguinal), distal (acima da patela) e medial (entre o proximal e o distal). Para 
demarcação do local correto onde será efetuada a medida, o paciente deve estar em 
pé, com flexão de quadril e joelho de 90.º, para facilitar, o pé direito ou esquerdo pode 
estar sobre um apoio, assim se faz a demarcação. Para a realização da medida o 
paciente deve estar em pé, com o peso distribuído igualmente em ambos os pés, que 
deverão estar separados em aproximadamente 10 cm. 
Proximal: o avaliador deve se posicionar lateralmente ao paciente e posicionar a 
fita horizontalmente ao redor da coxa, abaixo da curvatura glútea. Nota-se que em 
alguns indivíduos esta não será a maior medida de circunferência da coxa. 
 
8 
 
Medial: o avaliador deve se posicionar anteriormente ao paciente e posicionar a 
fita horizontalmente ao redor da coxa, ao nível do ponto médio entre a linha inguinal e 
a borda proximal da patela. 
Distal: o avaliador deve se posicionar anteriormente ao paciente e posicionar a 
fita horizontalmente ao redor da coxa, próximo ao epicôndilo femoral e imediatamente 
acima da borda superior da patela. 
Circunferência da cintura: com o paciente em pé, o músculo abdominal relaxado, 
os braços ao lado do tronco e os pés unidos, o avaliador posiciona uma fita métrica 
ao redor do tronco do paciente, onde se encontra a menor circunferência, que deverá 
estar entre a última costela e a crista ilíaca no plano horizontal. A medida deve ser 
coletada de maneira que a fita métrica seja mantida em frente à caixa torácica e uma 
de suas extremidades esteja abaixo do restante dela. Deve ser tomada ao final de 
uma expiração normal. 
Circunferência do abdome: segue o mesmo padrão postural do paciente e 
avaliador, utilizado na medida de circunferência da cintura. No entanto, nesse caso, a 
fita métrica deve ser posicionada na maior circunferência ao nível do abdome, que na 
maioria das vezes está ao nível da cicatriz umbilical. A medida deve ser coletada de 
maneira que a fita métrica seja mantida em frente à caixa torácica e uma de suas 
extremidades esteja abaixo do restante dela. Deve ser tomada ao final de uma 
expiração normal. 
Circunferência do quadril: segue o mesmo padrão postural do paciente, utilizado 
na medida de circunferência da cintura e abdome. No entanto, nesse caso o avaliador 
se posiciona lateralmente ao paciente, onde deve posicionar a fita métrica na região 
de maior circunferência ao nível do músculo glúteo máximo (Figura 1). 
 
Figura 1 - Métodos para medidas de circunferência 
Método para medir a circunferência do braço: 
 
9 
 
 
Método para medir a circunferência da coxa proximal: 
 
Método para medir a circunferência da coxa medial: 
 
 
Método para medir a circunferência da coxa distal: 
 
 
10 
 
Método para medir a circunferência da cintura: 
 
Método para medir a circunferência do abdome: 
 
Método para medir a circunferência do quadril: 
 
Fonte: RENNÓ, 2022. 
 
4 ÍNDICES AVALIATIVOS 
Classificação do biotipo corporal 
 
11 
 
 
Rennó (2022) traz que um dos índices que determinam o biotipo, segundo a 
distribuição de gordura corporal, que pode ser do tipo androide (maçã) ou ginoide 
(pera). Existem ainda outros índices corporais, os quais são constituídos pela relação 
matemática entre duas ou mais dimensões antropométricas observadas no mesmo 
paciente, e estabelecem valores de referência, ajustados por sexo, idade ou outras 
condições específicas, assim como o IMC. 
Indicador da relação cintura-quadril (RCQ): divide-se a medida da circunferência 
da cintura (cm) com a medida da circunferência do quadril (cm). 
Indicador da circunferência de cintura (CC): medida da circunferência da cintura 
(cm). 
Tipo Androide: Acúmulo de gordura na região abdominal, localizada tanto entre os 
órgãos quanto no tecido subcutâneo. Esse tipo de disposição de gordura reflete um 
perfil metabólico alterado e está associado à maior ocorrência de doenças crônicas. 
Tipo Ginoide: Acúmulo de gordura na região gluteofemoral (quadril, nádegas e 
pernas). Comumente observada no sexo feminino e favorece o desenvolvimento do 
fibroedema geloide. 
 
Mensurações da composição corporal 
Ainda Segundo Rennó (2022), existem, basicamente, três métodos para 
avaliação da composição corporal: 
Direto: faz a pesagem de cada um dos componentes corporais, como na dissecação 
de cadáveres. 
Método Indireto: não há a manipulação dos componentes separadamente, mas a 
partir de princípios químicos e físicos, que visam à extrapolação das quantidades de 
gordura e massa magra, como pletismografia, tomografia computadorizada, 
ressonância magnética e ultrassom. 
Duplamente indiretos: baseados nas medidas antropométricas de perimetria e 
adipometria e na bioimpedância elétrica, pois resultam de equações ou normogramas 
derivados dos métodos indiretos. 
 
12 
 
 
Adipometria 
 
Trata-se de um método de medição das pregas cutâneas de espessura da 
pele e do tecido adiposo subcutâneo em determinadas regiões do corpo, para a 
estimativa de gordura corporal de forma localizada e de forma conjunta, quando 
utilizado mais de um resultado dessas medidas em determinada equação para a 
estimativa da composição corporal. A técnica é simples, rápida e de baixo custo, e 
seus resultados são terapeuta-dependentes. É preciso usar um adipômetro 
(plicômetro) e seguir corretamente a padronização. 
Segundo o Comitê de Antropometria do Grupo de Alimento e Nutrição do 
Conselho Nacional de Pesquisa (USA) e do Comitê Internacional para a Padronização 
dos Testes de Aptidão Física, todas as medidas de dobras cutâneas devem ser feitas 
do lado direito do corpo. Orienta-se demarcar, primeiramente, o local da dobra 
cutânea, por meio de duas linhas paralelas distanciadas por cerca de 3 a 4 cm, mais 
ou menos a largura de dois dedos, para mensurar o local exato da medida. 
A dobra cutânea deve ser pinçada (tomada por uma pegada), levantando a 
pele e o tecido gorduroso do tecido subjacente segurando os tecidos entre o polegar 
e o indicador; em seguida, aplica-se o adipômetro a 1 cm distalmente do polegar e do 
indicador, a meio caminho entre o ápice e a base da dobra; continua-se a segurar a 
dobra com o polegar e o indicador durante a medida; após aplicar o adipômetro por 2 
a 3 segundos, lê-se a medida da dobra com precisão de 0,5 mm e somente se solta a 
pegada após retirado o adipômetro dolocal da dobra. Realizam-se as medidas em 
triplicata até que as leituras se estabilizem com precisão de ± 1,0 mm e calcula-se a 
média dos resultados (Figura 3). 
 
Figura 3 - Demonstração da técnica correta da adipometria. 
 
 
13 
 
 
Fonte: RENNÓ (2022). 
5 IMAGEM CORPORAL E A EVOLUÇÃO DO PADRÃO DE BELEZA AO LONGO 
DA HISTÓRIA 
Calza (2019) expressa que a beleza está no campo da subjetividade, podendo 
ser expressa nas coletividades a partir de uma determinação cultural ou de uma 
imagem consensual do que é considerado belo, desejável ou atrativo. Os padrões de 
beleza determinados pela sociedade em diferentes tempos da história influenciam de 
forma direta a percepção da imagem corporal, já que o julgamento de um corpo 
adequado ou não está baseado em um modelo corporal padronizado. 
Na pré-história, as pinturas rupestres compunham a representação de corpos 
volumosos, o que indicava um padrão de beleza feminino que poderia estar 
relacionado à fertilidade e à sobrevivência, já que este era um momento de escassez 
de alimentos. Esse padrão foi mantido durante toda Antiguidade (PIMENTA, 2012). 
Ao comparar, por exemplo, corpos de indivíduos da nobreza com plebeus, é 
notável que aqueles que possuíam mais bens eram os detentores de corpos mais 
volumosos, enquanto os pobres possuíam corpos mais magros. Portanto, para além 
de um padrão de beleza, o padrão corporal indicava também o status social do 
 
14 
 
indivíduo. As classes mais nobres podiam revelar seu poder social pela abundância 
de comida, por grandes banquetes, pouco desgaste físico e por seus corpos, 
enquanto indivíduos pobres estavam vinculados à fome e ao trabalho físico 
extenuante. Nesse momento da história, há uma clara relação entre gordura e poder 
(SCAGLIUSI et al., 2006). 
Para Calza (2019), foi a partir do século XIX, que se deu início a era industrial, 
nesse cenário a estética corporal foi modificada. Momento em que houve uma 
inversão da compreensão do belo; antes associado à exuberância e gordura, a partir 
de então é definido pela magreza e pela negação do corpo gordo. Esse padrão foi 
reafirmado no século XX, momento em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) 
reconhece a obesidade como uma doença. Todos esses fatores, reforçados pela 
mídia, culminam na implementação do “estigma do obeso”, estereotipando e 
relacionando a obesidade com fracasso social, preguiça, indisciplina, falta de controle, 
infelicidade, falta de profissionalismo, solidão, dentre outras características que não 
se limitam apenas à ingestão de alimentos ou ao processo de fome e saciedade. 
Em contrapartida, o corpo magro passou a significar o corpo de um indivíduo 
com autodisciplina, o qual tem controle da sua ingestão alimentar, portanto, de todas 
as outras áreas da vida (PIMENTA, 2012). Atualmente, o estereótipo da magreza 
ainda predomina e se agrava com o advento das mídias sociais digitais e toda 
tecnologia midiática que possibilita a construção de imagens corporais irreais. Ao 
utilizar as mídias sociais, em particular aquelas em que se compartilham fotos, pode 
haver um sentimento de inadequação e culpa, ou seja, de uma insatisfação com a 
imagem corporal baseada nesse padrão inalcançável. Outro fator que culmina na 
“aversão à gordura” é o comportamento consumista, o qual incentiva o uso de uma 
gama de produtos e técnicas que prometem eliminar a gordura corporal. 
Simultaneamente, a atual forma de produzir alimentos com alta densidade 
calórica, amplo prazo de validade (às custas da utilização de conservantes que atuam 
como disruptores endócrinos, capazes de modificar a ação de hormônios), hipersabor, 
abundantes e a promessa de uma comida rapidamente produzida, como as fast-foods, 
propiciam um ambiente obesogênico. Em suma, simultaneamente, em que se 
estabelece um padrão de magreza inalcançável, há estímulo para o avanço da 
 
15 
 
obesidade. Tal impasse traz conflitos em relação à satisfação corporal. Schieler foi o 
primeiro autor a descrever o conceito de imagem corporal, compreendendo “a imagem 
que formamos em nossa mente do nosso corpo” (DI PIETRO; SILVEIRA, 2012, p. 22, 
tradução nossa). 
Com a evolução do conceito, a imagem corporal passou a se traduzir na 
percepção que temos em nossas mentes do tamanho, do contorno e da forma de 
nossos corpos, bem como em nossos sentimentos com relação a tais características 
e às partes constituintes do nosso corpo. A imagem corporal pode ser compreendida 
como um processo mutável, ou seja, que pode ser modificável ao longo do tempo, da 
representação do corpo que um indivíduo faz em sua mente. A imagem corporal é 
influenciada pela interação com a sociedade, por aspectos biológicos, emocionais, 
relacionais, culturais e contextuais (SCHILDER, 1999). 
Podemos definir de forma objetiva que a imagem corporal é como percebemos 
o nosso corpo mediante fatores externos. A imagem corporal pode ser avaliada pela 
dimensão perceptiva e atitudinal. A dimensão perceptiva é relativa à identificação 
exata do tamanho corporal atual e, assim, pode resultar na presença ou ausência de 
distorção da imagem corporal. Por outro lado, a dimensão atitudinal refere-se aos 
sentimentos relativos à aparência e à forma do corpo, ou seja, gostar ou desgostar, 
resultando em (in) satisfação com a imagem corporal (OLIVEIRA et al., 2020). 
A insatisfação com a imagem corporal deriva da supervalorização de corpos 
idealizados pela sociedade, o que pode levar a práticas extremas para o controle de 
peso, redução de percentual de gordura, modificação de formas e volumes corporais, 
apesar de o conceito de beleza estar em constante modificação. Essas práticas 
podem ser consideradas um dos sintomas iniciais para o surgimento de transtornos 
alimentares. A identificação da insatisfação com imagem corporal é pertinente, dadas 
as possíveis repercussões na saúde e na qualidade de vida dos indivíduos, 
principalmente relacionadas aos transtornos alimentares. 
A seguir, veremos de forma mais específica como problemas com a imagem 
corporal podem evoluir para o surgimento de transtornos alimentares. A influência da 
imagem corporal no desenvolvimento de transtornos alimentares. As intensas 
pressões sociais para se construir um corpo perfeito podem levar o indivíduo a praticar 
 
16 
 
ações de risco para saúde física e mental. A frequente exposição a corpos 
inalcançáveis nas redes sociais e nos comerciais, as promessas de emagrecimento 
definitivo e a formação de uma falsa relação em que práticas de beleza se justificam 
como promoção de saúde levam os indivíduos a ficarem insatisfeitos com seu corpo 
e até a desenvolverem uma distorção da autoimagem corporal. Algumas pessoas 
podem estar mais vulneráveis ao desenvolvimento dessas práticas, como mulheres, 
adolescentes e atletas (TARAGANO; ALVARENGA, 2019). 
Em mulheres, há uma pressão social da objetificação de seus corpos a fim de 
que atinjam um “corpo ideal”, o que gera insatisfação corporal, oscilações no estado 
de humor e comportamentos de alimentação inadequados (KACHANI; CORDÁS, 
2021). 
As cobranças para atingir padrões de beleza em mulheres são mais rígidas 
do que para homens. O corpo feminino magro passa a ser idealizado como sinônimo 
de sucesso. Entretanto, padrões corporais para o sexo masculino também têm sido 
evidenciados. Enquanto o ideal de corpo feminino é tido como magro, os homens são 
cobrados para terem corpos mais musculosos e um baixo percentual de gordura. 
5.1 Imagem corporal e sua relação com a estética 
A adolescência é um período crítico, pois é nessa fase que ocorrem mudanças 
físicas e mentais decorrentes da puberdade. Estima-se que se adquira cerca de 50% 
da massa corporal, fazendo os requerimentos de energia e nutrientes aumentarem a 
fim de suprirem o crescimento dos tecidos (PEARSON et al., 2012). 
Além das mudanças somáticas, ocorrem alterações psicossociais, como o 
desenvolvimento da autoimageme da personalidade, fato que pode ser prejudicado 
pelo culto ao corpo, exaltado nas sociedades ocidentais. Esse cenário pode levar à 
insatisfação com a imagem corporal. No ambiente esportivo, o atleta é exposto a 
fatores de risco para o desenvolvimento de distorção da imagem corporal. Atletas 
podem sentir-se pressionados a reduzir massa corporal e a alterar composição 
corporal, apesar de desconhecerem a maneira mais adequada de fazê-lo. 
 
17 
 
Além disso, modalidades esportivas em que há exposição do corpo, 
categorias de competição baseadas na massa corporal ou situações em que a leveza 
ou a estética podem ser subjetivamente pontuadas também podem ser desfavoráveis 
para a autoimagem. Dúvidas com a autoimagem corporal podem desencadear graves 
e irreversíveis problemas de saúde, como o caso dos transtornos alimentares. Eles 
são vistos como um fenômeno pluridimensional resultante da interação de fatores 
psicológicos, biológicos, familiares e socioculturais e que se caracteriza pela intensa 
preocupação com alimento, peso e corpo. 
São definidos como comportamentos anormais de alimentação 
diagnosticados por critérios muito restritos, e, como consequência dessa restrição, 
inúmeras pessoas não são diagnosticadas com transtornos alimentares, apesar de 
apresentarem notoriamente comportamento alimentar anormal. Nesse sentido, surge 
o conceito de comer transtornado, que não aborda todos os critérios de restrição dos 
transtornos alimentares, mas possibilita a caracterização de indivíduos com 
comportamentos alimentares anormais, o que é imprescindível para a prevenção de 
prejuízos à saúde (COELHO et al., 2015). 
Dentre os transtornos alimentares, estão a anorexia nervosa, a bulimia 
nervosa, os transtornos alimentares não especificados (TANEs) e o transtorno de 
compulsão alimentar periódica (TCAP). Conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico 
de Transtornos Mentais (DSM-V), anorexia nervosa é um transtorno alimentar que se 
caracteriza por perda de peso voluntária, acompanhada por distorção da imagem 
corporal. Ela leva a um peso significativamente baixo e a comprometimento físico, 
psíquico e social. 
O indivíduo segue uma dieta restritiva motivado pela insatisfação com a 
imagem ou massa corporal. Há restrição de refeições, de alimentos de alta densidade 
calórica, além de alimentos fonte de carboidratos e gorduras. O baixo peso 
autoinduzido e as perturbações da imagem corporal são os critérios principais para o 
diagnóstico. Ainda, pode ser classificada em dois tipos: restritiva e purgativa. 
A anorexia nervosa restritiva: é caracterizada por restrição da ingesta calórica, 
aumento do gasto energético e jejum. Tal restrição pode estar acompanhada ou não 
de atividade física excessiva e uso de anorexígenos (inibidores do apetite, hormônios 
 
18 
 
sintéticos, entre outros). Já a purgativa é composta por episódios de compulsão 
alimentar e/ou comportamentos purgativos como vômitos autoinduzidos, laxantes, 
diuréticos e/ou enemas (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014). 
Já a bulimia nervosa é caracterizada por um ciclo constituído de uma dieta restritiva, 
compulsão e purgação, cujos critérios diagnósticos incluem episódios recorrentes de 
compulsão alimentar; comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes a 
fim de impedir o ganho de peso, como vômitos autoinduzidos; uso indevido de 
laxantes, diuréticos ou outros medicamentos; e jejum ou exercício em excesso. A 
compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios inapropriados ocorrem, 
em média, no mínimo uma vez por semana durante três meses, e a autoavaliação é 
indevidamente influenciada por forma e peso corporais (AMERICAN 
PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014). 
A dismorfia corporal, também conhecida como transtorno dismórfico corporal 
(TDC), é uma doença mental caracterizada pela insatisfação com a imagem corporal 
que afeta a relação que o indivíduo tem com sua aparência. A TDC é marcada por 
uma percepção exacerbada de falhas no próprio corpo, sendo estas pouco ou não 
perceptíveis para outras pessoas (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014). 
Os transtornos alimentares são condições de difícil tratamento, com 
constantes recidivas, e podem atrapalhar não apenas a saúde física, mas também 
outras áreas da vida, como trabalho, família, dentre outros relacionamentos, já que a 
obsessão se torna o cerne da vida dos indivíduos com transtornos alimentares. Evitar 
a progressão da doença é imprescindível. 
5.2 Imagem corporal e sua relação com a estética para o bem-estar do 
indivíduo 
A identificação precoce é o cenário ideal de tratamento desses problemas de 
saúde, por isso, profissionais de saúde devem conhecer as ferramentas adequadas 
para identificação de problemas com a imagem corporal. Testes de avaliação de 
autopercepção e satisfação da imagem corporal, podem ser utilizados. 
 
19 
 
A identificação precoce de problemas relacionados à imagem corporal, como 
a insatisfação e a distorção, é de grande importância para evitar a implementação e o 
consequente agravo de transtornos alimentares. A insatisfação corporal é a 
discrepância entre o corpo ideal e o corpo percebido pelo indivíduo; já a distorção 
ocorre quando a percepção que o indivíduo tem da própria imagem corporal é afetada, 
levando-o a ter preocupações irracionais sobre defeitos em alguma parte de seu corpo 
(KACHANI; CORDÁS, 2021). 
Alguns testes de avaliação da autopercepção e satisfação da imagem corporal 
podem contribuir com diagnóstico precoce, sendo possível avaliar os sintomas desses 
quadros, mesmo antes de o transtorno se implementar. Esses testes avaliam o 
componente atitudinal da imagem corporal. Esses questionários de investigação são 
ferramentas muito utilizadas, com diversas vantagens, como, por exemplo, serem um 
método rápido, de baixo custo e de fácil de aplicação. 
Além disso, não requerem treinamento especializado e são eficientes para 
avaliação de coletividades. Essas ferramentas fornecem maior autonomia ao indivíduo 
em comparação à entrevista clínica, pois retiram o viés de omissão das informações 
por constrangimento e exposição da realidade. Ainda conseguem fornecer uma 
resposta objetiva e padronizada, já que todos os participantes respondem à mesma 
pergunta, independentemente de sua individualidade clínica. Outro ponto de 
vantagem é que mitigam o viés resultante da interação entre o entrevistador e o 
indivíduo (SCAGLIUSI et al., 2006). 
Segundo Di Pietro; Silveira (2012), os questionários mais utilizados para 
identificação de problemas com a imagem corporal, utilizados na população brasileira 
são: 
 
 A Escala de Figuras de Stunkard, 
 O Questionário de Imagem Corporal (Body Shape Questionnaire – BSQ) e 
 O Questionário de Atitudes Corporais (Ben – Tovin and Walker Body Attitudes 
Questionnaire – BAQ). 
 
Menos utilizadas são: 
 
20 
 
 
 A Body Dismorphic Disorder Examination (BDDE) e 
 A Escala de Avaliação de Insatisfação Corporal para Adolescentes. 
 
Imagem corporal e sua relação com a estética 
 
O BSQ é utilizado para verificar a preocupação do indivíduo com o formato 
corporal e seu peso, além de mensurar a frequência com que indivíduos 
experimentam a sensação de se “sentirem gordos”, apresentando avaliação contínua 
e descritiva dos distúrbios da imagem corporal tanto em indivíduos que apresentam 
sinais e sintomas, como naqueles subclínicos dos transtornos alimentares (GRIMM et 
al., 2021). O BSQ foi traduzido e validado para uma população de universitários 
brasileiros. 
A Escala de Figuras de Stunkard possui nove silhuetas que representam 
diferentes pesos corporais. O indivíduo deve selecionar a figura que mais se parece 
com seu corpo e a que gostaria de ter, possibilitando a compreensão do tamanho atual 
percebido, do tamanho desejado e da discrepância entre essas variáveis, o que é 
interpretado como o grau de insatisfação corporal dos entrevistados (STUNKARD,1984). A escala foi validada para a população brasileira. 
O BAQ (BEN-TOVIM; WALKER, 1991) avalia as atitudes em relação ao corpo 
por meio de seis subescalas que investigam a depreciação do corpo, o sentir-se gordo, 
a gordura nos membros inferiores, a saliência (importância pessoal do tamanho e da 
forma corporais), a atração física e a aptidão física. A escala foi traduzida e validada 
para a população brasileira (SCAGLIUSI et al., 2006). Menos aplicado, o BDDE 
pretende avaliar a qualidade de vida relacionada à imagem corporal, ajudando no 
diagnóstico do TDM. É validado para população brasileira. 
A Escala de Avaliação da Insatisfação Corporal para Adolescentes entre 12 e 
19 anos, de ambos os sexos, tem o mesmo objetivo e também foi validada para a 
população brasileira (CONTI; SLATER; LATORRE, 2009). Ainda, o teste de Avaliação 
da Dimensão Corporal® (ADC) é utilizado para avaliar a presença da distorção da 
dimensão corporal. 
 
21 
 
Dessa forma, avalia a diferença entre a medida percebida do próprio corpo e 
a medida real do sujeito (THURM et al., 2021) por meio de um índice de percepção 
corporal que indica se indivíduo tem: 
 
 Percepção adequada ou patológica, 
 Hipoesquematia (quando o sujeito se percebe menor do que ele é) e 
 Hiperesquematia, leve, moderada ou grave (quando o sujeito se percebe maior 
do que ele realmente é) (THURM et al., 2021). 
 
Verifica-se a existência de diversos instrumentos para avaliação da imagem 
corporal. Sendo, os principais métodos, os questionários e as escalas de silhuetas. 
Ferramentas essas que podem auxiliar os profissionais da saúde a identificarem 
precocemente problemas relacionados à imagem corporal, evitando que os sintomas 
e atitudes se agravem e evoluam para um transtorno alimentar. Ademais, é importante 
cuidar para que os pacientes sob responsabilidade do nutricionista desconstruam 
ideias como o padrão de beleza ideal e os estereótipos acerca da obesidade, 
passando a valorizar aspectos de saúde mais relevantes. 
6 PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS PARA FLACIDEZ CUTÂNEA CORPORAL 
Calza (2019) explica em relação aos tratamentos da flacidez cutânea, cujo 
principal objetivo é a reestruturação do tecido conjuntivo, tornando-o mais firme. Dito 
dessa maneira, parece uma tarefa fácil, porém, na prática, o profissional deve estar 
atento a alguns pontos cruciais para proporcionar os melhores resultados. 
Diante disso, faremos uma análise do mecanismo fisiopatológico da flacidez 
cutânea, visando conhecer os procedimentos estéticos para o seu tratamento, bem 
como os ativos e as possíveis associações para os protocolos. 
 
Fisiopatologia da flacidez cutânea 
 
 
22 
 
Para escolher o tratamento adequado é fundamental entender as alterações 
fisiológicas da pele e as necessidades ao nível celular para planejar de forma 
estratégica as intervenções estéticas para restabelecer as funções celulares e 
promover a reestruturação da pele. A pele é um órgão que reveste todo o corpo 
delimitando as estruturas internas do ambiente externo, atuando na proteção dos 
demais sistemas. Diferentemente destes, está exposta constantemente às agressões 
do meio externo, sofrendo desgaste ao longo dos anos (HARRIS, 2017). 
Tassinary; Sinigaglia; Sinigaglia (2019) conceituam a flacidez cutânea como 
sendo a perda de sustentação da pele causada pela diminuição de elementos 
fundamentais que constituem o tecido conjuntivo. Processo esse que ocorre de forma 
natural ao longo dos anos na combinação de fatores intrínseco e extrínseco. Dentro 
dos fatores intrínsecos estão a genética, os hormônios e o estresse oxidativo. Porém, 
os fatores externos aceleram o processo degenerativo do tecido cutâneo, onde se 
destaca a exposição solar, a alimentação, o aumento do peso corporal, entre outros. 
A perda da propriedade viscoelástica do tecido está relacionada 
principalmente à redução da produção de fibras de colágeno e elastina, que diminuem 
progressivamente após os 30 anos. Porém, esse processo não se limita apenas a 
esses dois elementos. 
Além do envelhecimento fisiológico, as propriedades biomecânicas da pele 
podem sofrer modificações quando o tegumento é submetido a cargas de tração 
excessivas, como obesidade ou redução drástica de peso e gravidez. A Lei de Hooke 
traz como teoria a deformação de um corpo elástico ao se expandir, ou seja, determina 
a capacidade do tecido de sofrer deformação quando submetido a uma determinada 
força (carga). Um bom exemplo para visualizar esse efeito é a analogia do estiramento 
de um atilho (banda elástica): quando o estiramento estiver de acordo com a 
capacidade de distensão do atilho, ao soltar, ele irá retornar à forma original. 
Porém, se o estiramento ultrapassar o limite de força e tempo de distensão do 
atilho, este não voltará à sua forma original, ocorrendo sua deformação e possível 
rompimento. 
As alterações visuais causadas pela flacidez devem ser bem avaliadas para 
a assertividade do tratamento, ocorrendo por muitas vezes a confusão pelos 
 
23 
 
profissionais em relação à hipotonia muscular e à flacidez cutânea. O processo 
fisiopatológico e o tratamento desses dois tipos de flacidez diferem, porém, o mesmo 
indivíduo pode ter a combinação de ambos, resultando no comprometimento do 
contorno corporal (TASSINARY; SINIGAGLIA; SINIGAGLIA, 2019). 
 
Procedimentos estéticos 
 
Para Calza (2019), o microagulhamento trata-se de uma técnica que utiliza 
um dispositivo com microagulhas que perfuram a pele, resultando em dois principais 
mecanismos de ação: a indução percutânea de colágeno e o drug delivery. A lesão 
provocada pelas micropunturas desencadeia, por meio da perda da integridade do 
tecido e da dissociação dos queratinócitos, a liberação de citocinas e fatores de 
crescimento que, por consequência, promovem um aumento das Glicosaminoglicanos 
– GAGs (longas cadeias de carboidratos de açúcar encontradas em numerosas 
células do corpo humano) e do colágeno. 
Além disso, os microcanais criados ao aplicar o dispositivo na pele podem ser 
aproveitados para aumentar a disponibilidade de elementos essenciais para a 
manutenção das células por meio de ativos próprios para a realização do 
microagulhamento. A técnica aumenta a permeação dos ativos em até 80%, 
potencializando o efeito do tratamento, sendo fundamental a escolha correta dos 
ativos conforme o objetivo do tratamento (SETTERFIELD, 2020). 
Existem diferentes métodos para a aplicação do microagulhamento, sendo os 
dois a seguir os mais utilizados: 
Microagulhamento com roller: equipamento composto por uma haste onde em uma 
das extremidades tem um rolo com microagulhas encravadas, variando na quantidade 
e no comprimento das agulhas. 
Microagulhamento elétrico: é realizado por meio de um dispositivo elétrico que 
funciona por uma bateria ou ligado diretamente na tomada por meio de um carregador. 
Para realizar as micropunturas, são utilizados cartuchos com diferentes quantidades 
de agulhas. 
 
24 
 
Para obter resultados efetivos com o microagulhamento, é necessário que as 
agulhas cheguem até a junção dermoepidérmica para realizar a indução percutânea 
de colágeno. O intervalo entre as sessões é de no mínimo 28 dias, respeitando o 
tempo de cicatrização das lesões. 
 
Procedimentos estéticos para flacidez cutânea corporal 
 
Para Calza (2019), a corrente galvânica é amplamente utilizada na estética 
com diferentes objetivos, caracterizando-se por uma corrente contínua de fluxo 
unidirecional, constante e com efeitos polares. 
A iontoforese utiliza-se dessa corrente para aumentar a permeabilidade 
transcutânea de substâncias ionizáveis, na qual se utiliza um equipamento com 
eletrodos, aplicado na pele utilizando uma solução com ativos formulados para a 
realização da técnica. 
Baseado na lei física de Du Fay, na qual "cargas de um mesmo polo se 
repelem e cargas de polos diferentes se atraem", os ativos utilizadosse encontram 
em soluções ionizáveis com polaridades específicas, que por meio da repulsão 
contínua gerada pela aplicação da corrente conseguem penetrar nos tecidos. Existe 
uma grande variedade de soluções ionizáveis que devem ser escolhidas conforme o 
objetivo do tratamento, sendo responsabilidade do fabricante indicar a polaridade da 
solução para a aplicação da polaridade correta (BORGES, 2006). 
Calza (2019) explica que a radiofrequência é um equipamento de eletroterapia 
que por meio da corrente elétrica gera o aumento da temperatura nos tecidos, que 
promove uma cascata inflamatória, resultando na regeneração tecidual. Sua aplicação 
para o tratamento da flacidez cutânea age de diferentes maneiras: 
 
 Promove o aumento da circulação sanguínea; 
 Incrementa a oxigenação e nutrição dos tecidos; 
 Desnatura as fibras de colágeno; 
 Promove a contração do tecido conjuntivo. 
 
 
25 
 
Esse mecanismo de ação desencadeia um processo inflamatório que, 
posteriormente, resulta na neocolagenase. Para se obter resultados com a aplicação, 
é essencial atingir parâmetros específicos na aplicação da radiofrequência. As 
publicações demonstram que para a neocolagênese acontecer é essencial alcançar 
uma temperatura entre 39°C e 42°C (TAGLIOLATTO, 2019). 
Existem diferentes configurações de equipamentos que devem ser 
consideradas para obter os melhores resultados, como o Número de eletrodos na 
manopla: 
 
 Monopolar promove aquecimento nas camadas profundas da pele, atingindo o 
tecido subcutâneo; 
 
 Multipolar promove aquecimento mais superficial, atingindo a derme (SADICK; 
ROTHAUS, 2016). 
 
A Frequência do equipamento pode variar de 0,5 a 1,5MHz: 
 
 Frequências baixas têm ação mais profunda; 
 
 Frequências altas têm ação mais superficial (CUNHA; FIDELIS; PINTO, 2019). 
 
Calza (2019) menciona que o campo elétrico gerado pela aplicação da 
radiofrequência promove a aceleração das moléculas de água gerando aquecimento 
das camadas da pele. Dependendo do equipamento, esse aquecimento pode atingir 
a derme e a hipoderme. O efeito imediato da aplicação da radiofrequência é a 
contração do colágeno, conhecido como efeito lifting, e o incremento da circulação 
sanguínea local. O efeito tardio é a estimulação da síntese de colágeno, resultante na 
efetividade do uso da radiofrequência no tratamento da flacidez cutânea. A frequência 
de aplicação é de no máximo uma vez por semana e no mínimo uma vez a cada 21 
dias. 
 
26 
 
A criofrequência é a união da radiofrequência multipolar e da monopolar, 
sendo aplicadas simultaneamente por meio de um aplicador, com um termo indutor 
que chega a temperaturas de até –10°C. Essa técnica de tratamento combina 
diferentes estímulos de temperatura simultaneamente, que trabalham de forma 
sinérgica, sendo que o frio age de fora para dentro e o calor, de dentro para fora. 
Esse estímulo de inúmeros choques térmicos proporciona efeitos fisiológicos 
fundamentais para atingir os resultados com a técnica: 
 
 Procedimentos estéticos para flacidez cutânea corporal; 
 Aumento da vasodilatação; 
 Incremento da reabsorção de catabólicos; 
 Aumento da oxigenação dos tecidos; 
 Aumento do aporte de nutrientes; 
 Aumento da hidratação; 
 Contração das fibras de colágeno (BRITO et al., 2019). 
 
A utilização do resfriamento da ponteira evita danos indesejáveis da epiderme 
gerando conforto do paciente, permitindo a elevação da temperatura interna dos 
tecidos que potencializa o seu efeito. O intervalo entre as sessões pode variar de uma 
semana a quinze dias (BRITO et al., 2019). 
Para Calza (2019), a carboxiterapia é a aplicação do gás carbônico medicinal 
por meio de um equipamento conectado a um cilindro onde o gás é armazenado. Os 
resultados da terapia dependem da região anatômica que o gás será injetado, sendo 
importante determinar o volume de gás, o fluxo de entrada nos tecidos e a frequência 
segundo o objetivo do tratamento. O dióxido de carbono utilizado na carboxiterapia é 
inodoro, incolor e atóxico. Esse gás também é produzido constantemente de forma 
natural pelo metabolismo celular em grandes volumes, sendo eliminado pela 
respiração. 
A aplicação da carboxiterapia aumenta o fluxo sanguíneo, por consequência 
o acréscimo da oxigenação e da nutrição celular gera aumento do fluxo linfático, que 
auxilia na eliminação de metabólicos e melhora o tônus da pele pelo aumento da 
 
27 
 
produção de colágeno. As sessões são realizadas até duas vezes por semana com 
duração de 15 a 30 minutos, dependendo da área tratada. O fluxo de aplicação varia 
de 20 e 80mL/min, com volume total aplicado de 600 a 1.000mL (MILANI, 2020). O 
corpo humano tem uma corrente elétrica endógena na faixa de microampères, que 
participa de quase todas as funções celulares. 
A microcorrente, conhecida como MENS, é a utilização de uma corrente que 
atua com parâmetros de intensidade na faixa de microampères, sendo considerada 
uma corrente fisiológica e homeostática, pois trabalha na mesma faixa de intensidade 
da corrente elétrica endógena do corpo. Quando um tecido se encontra saudável, a 
corrente elétrica endógena flui livremente pelo organismo, porém quando o tecido se 
encontra em desequilíbrio, esse fluxo é interrompido. 
A utilização de microcorrentes pretende restaurar a homeostase dos tecidos 
auxiliando no fluxo da corrente fisiológica. No tratamento para flacidez cutânea, a 
microcorrente atua no aumento da síntese de ATP (adenosina trifosfato) celular em 
até 500% e no aumento do transporte de aminoácidos que, por consequência, 
aumenta a síntese de proteínas de 30 a 40% (BORGES, 2006). 8 Procedimentos 
estéticos para flacidez cutânea corporal. 
A dermotonia ou vacuoterapia é a utilização de um equipamento de vácuo que 
promove uma sucção, ou seja, pressão negativa nos tecidos por meio de ventosas 
conectadas ao equipamento. Sua aplicação favorece as trocas gasosas, o aumento 
da mobilidade dos líquidos corporais e o aumento do trofismo e da tonificação cutânea. 
No tratamento da flacidez cutânea, a dermotonia age no estímulo das fibras de 
colágeno e elastina, como também no aumento do aporte de enzimas e nutrientes nos 
tecidos (BORGES, 2006). 
 
Princípios ativos e associação no tratamento da flacidez cutânea 
 
Setterfield (2020) menciona que no tratamento para flacidez cutânea, é 
importante o profissional ter o conhecimento de que, além do estímulo ao fibroblasto 
para a produção de colágeno, é necessário fornecer às células os elementos 
essenciais para que esse processo ocorra de forma efetiva. Existem diversos 
 
28 
 
princípios ativos que atuam diretamente no estímulo dos fibroblastos, assim como 
também fornecem os elementos essenciais para ocorrer a produção de colágeno e 
outros componentes fundamentais para reestruturar o tecido. 
Os fatores de crescimento são proteínas que atuam como mensageiros 
regulando as funções celulares, alterando o crescimento, a diferenciação e a 
proliferação das células. Existem diferentes fatores de crescimento que ativam e 
desativam diferentes atividades celulares, atuando na manutenção da estrutura da 
pele, na produção e maturação de células novas, na produção e na distribuição do 
colágeno e da elastina. Esses compostos são produzidos pelo organismo, porém os 
tratamentos estéticos podem estimular sua produção e são ainda utilizados como 
princípios ativos em formulações. 
Cirillo; Germano; Maluf (2015) trazem ainda os principais fatores utilizados no 
combate à flacidez cutânea. 
Fator transformador de crescimento-beta3 (TGF-ß3): induz a proliferação e o 
crescimento de células da derme e a síntese de colágeno e elastina. 
Fator de crescimento epidermal (EGF): regula o crescimento dos fibroblastos, bem 
como sua proliferação e diferenciação. 
Fator de crescimento fibroblástico (b-FGF): induz a proliferação e a migração dos 
fibroblastos. 
 
Procedimentosestéticos para flacidez cutânea corporal 
 
É importante a associação dos cosméticos com diferentes técnicas de 
tratamento para potencializar os resultados. Além disso, é fundamental o tratamento 
home care, que são os produtos cosméticos e os cuidados que o cliente deve realizar 
em casa. 
Para receber tratamento estético, a pele deve ser previamente preparada para 
obter o máximo de aproveitamento dos estímulos que serão dados ao tecido durante 
as sessões, sendo fundamental a redução do estrato córneo, a hidratação e a nutrição 
dos tecidos. 
 
29 
 
Para associar diferentes técnicas no mesmo plano de tratamento, o 
profissional deve compreender o mecanismo de ação dos procedimentos estéticos, a 
fim de não fazer associações equivocadas. A aplicação dos protocolos sugeridos pode 
variar conforme a avaliação do profissional, bem como as contraindicações do cliente 
(CALZA, 2019). 
7 INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NO MANEJO DE AFECÇÕES CUTÂNEAS 
CORPORAIS 
Existe uma pressão externa, baseada em padrões de beleza estabelecida 
pela mídia, este padrão mobiliza a percepção do indivíduo sobre si mesmo e a 
autoestima que se seguiu, o que faz com que a relação entre os indivíduos se torne 
cada vez mais curta, onde, a aparência e impressão corporal trata-se de elementos 
importantes de julgamento na interação social, cujo comportamento está estruturado 
para ser considerado mais ou menos bonito. 
Conforme Sahd (2020) explica, a beleza se torna um valor social, a qual pode 
garantir sucesso ou fracasso tanto nas relações interpessoais quanto na vida 
profissional. O fato da beleza ter se tornado algo tão importante, fez também com que 
houvesse um movimento em busca de tratamentos e aparelhos com alta inovação 
tecnológica e procedimentos de beleza com vários ativos agregados, o que pode 
trazer felicidade e bem-estar aos consumidores. 
O que se tem observado na contemporaneidade, é que esse interesse não 
está apenas no público feminino, mas também no masculino, fazendo com que cada 
vez mais indústrias da estética invistam em mecanismos que incentivam os indivíduos 
a comprar esses bens ou serviços. 
Isto posto, faremos uma análise das inovações tecnológicas, bem como de 
seu mecanismo fisiológico na estética corporal e protocolos utilizados nos 
tratamentos. Além disso, poderemos perceber a relação entre os recursos estéticos 
com as inovações tecnológicas. 
 
Inovações tecnológicas e mecanismos fisiológicos 
 
30 
 
 
A prática clínica dermatológica com o uso de lasers ablativos de CO₂ (10.600 
nm) e Erbium (2.940 nm) para fins terapêuticos, iniciou-se na década de 1990. Sendo, 
inúmeras as inovações tecnológicas desenvolvidas nos últimos anos pela indústria, 
as quais são empregadas em tratamentos de disfunções estéticas corporais, como 
lipodistrofia localizada (gordura localizada), fibroedema geloide, flacidez tissular e 
estrias. Além de outras inovações tecnológicas empregadas no tratamento dessas 
disfunções corporais, como: laser fracionado (fototermólise fracionada), terapia por 
ondas de choque, tecarterapia, endermoterapia vibratória, radiofrequência 
microagulhada e intradermoterapia pressurizada. 
Laser fracionado (fototermólise fracionada): a busca por tratamentos que 
proporcionem efeitos positivos e com menor número de atendimento, faz surgir a 
opção de tratamento baseado em tecnologia a laser (luz por emissão estimulada pela 
radiação). Segundo Ramsdell (2012), a energia do laser possui características físicas 
que liberam a emissão de radiação com grande potencial de energia, empregado em 
um comprimento de onda específico baseado no objetivo terapêutico. 
Lasers ablativos: são aqueles que removem a epiderme e a derme superficial, e, 
podem alcançar até a derme profunda e gerar um calor residual acentuado, de forma 
que promove um aquecimento da água contida na derme profunda, podendo chegar 
a uma temperatura de até 100°C, fazendo com que ocorra uma redução na elastose 
actínica e a promoção da neocolagênese. 
Sahd (2020) traz ainda que embora essa técnica possa ser considerada 
eficiente, foram observados efeitos colaterais recorrentes e acentuados, como 
cicatrizes hipertróficas e queloideanas e hipocromia transitória ou definitiva, fazendo 
com que seu uso entrasse em declínio. Diante disso, visando reduzir os efeitos 
colaterais decorrentes do uso de lasers ablativos, foram desenvolvidos os lasers 
fracionados não ablativos, como o Erbium modificado (1.540 –1.550 nm) e o YAG 
laser (1.440 nm). 
Para Manstein et al., (2004), estes possuem uma baixa afinidade pela água e, 
por não serem ablativos, não conseguem remover a epiderme. Apesar de não 
possuírem efeitos colaterais. Um ponto positivo é que devido ao seu curto 
 
31 
 
comprimento de onda, a capacidade de produção de colágeno é limitada, fazendo 
com que se obtenha resultados satisfatórios. 
Resultando, no desenvolvimento de um novo conceito de tratamento a laser 
que não apresenta os efeitos colaterais do laser ablativo contínuo de CO₂ e do 
Erbium, que proporciona o estímulo em 2004. 
 
Inovações tecnológicas no manejo de afecções cutâneas corporais da 
neocolagênese 
 
Dessa maneira, foi criada a fototermólise fracionada (Fractional 
Photothermolysis), com o intuito de proporcionar eficácia e recuperação tecidual 
rápida, considerando o caráter estético da intervenção. A ampliação da luz por 
emissão de radiação estimulada é uma sigla que forma a palavra laser (light 
amplification by stimulated emission of radiation). Essa radiação tem propriedades 
físicas específicas que permitem emitir de forma abundante energia com 
comprimentos de ondas específicos. Qualquer laser tem quatro componentes: 
 
 Sistema de transmissão de energia (composto por um braço articulado com 
fibra óptica ou espelhos, que garante a emissão correta de luz na direção do 
alvo), meio (líquido, sólido ou gasoso), fonte de energia (onde os átomos são 
excitados e há a inversão de polaridade) e cavidade óptica onde o meio se 
encontra (local onde a amplificação é processada). 
 
Existem três propriedades únicas que divergem o laser de outras fontes de 
energia luminosa: 
Colimação: a emissão do feixe luminoso ocorre de maneira alinhada, sem 
divergências, atingindo uma longa distância, para que a energia possa ser aplicada 
de forma pontual; 
Monocromática: a luz tem o mesmo comprimento de onda sendo absorvida 
seletivamente por alvos de tecido específicos, denominados cromóforos 
(hemoglobina, melanina, água, etc.); e 
 
32 
 
Coerência: as ondas de luz se propagam juntas no tempo e no espaço. 
Dentro do mecanismo fisiológico que envolve o laser fracionado temos a 
molécula que absorve a luz, chamada de cromóforo, que se transforma em um 
fotoproduto e desencadeia uma série de respostas bioquímicas que podem ser 
observadas de forma clínica. 
Com a absorção da luz, o cromóforo emite calor, inovações tecnológicas no 
manejo de afecções cutâneas corporais desencadeando uma reação térmica com 
capacidade de promover a destruição do tecido. Este é o princípio da fototermólise 
seletiva. 
Concluiu-se com essa teoria que o laser realiza a preservação das estruturas 
circunvizinhas ao seu alvo, podendo ser empregado no tratamento de cicatrizes 
atróficas, como nas estrias. 
A radiação exerce grande influência sobre o cromóforo água e colunas de 
lesão dérmica são geradas por feixes de laser que se alternam com o tecido íntegro, 
chamadas de zonas microtérmicas (microthermal treatment zone). No tecido íntegro 
ocorrerá a migração dos queratinócitos para as microthermal treatment zone (caminho 
mais curto) derivadas de uma rápida reepitelização com menor risco de cicatrizes 
inestéticas e discromias (BODENDORF et al., 2009). 
Estipula-se que a temperatura estimulada da derme seja de 60 a 100°C em 
640 microssegundos e, decorrente ao aquecimento, ocorre uma vaporização das 
células com desnaturação do colágeno.Esse processo gera um estímulo à 
reorganização e à contração da derme. Também acontece a dissipação de energia 
por meio da formação de radicais livres que se ligam a células íntegras, lesionando-
as. Na camada córnea há pouca presença de água, por isso, permanece 
funcionalmente íntegra sobre a coluna de lesão, minimizando o risco de efeitos 
adversos e infecções. 
 
Terapias por ondas de choque 
 
Sems, Dimeff e Iannotti (2006), explicam que na década de 1980, a técnica 
de terapias por ondas de choque era aplicada em tratamentos médicos para o 
 
33 
 
tratamento de cálculos renais, somente a partir da década de 1990, começou a ser 
aplicada em patologias ortopédicas com ótimos resultados. 
Assim, essa terapia é uma das mais recentes inovações tecnológicas 
utilizadas no tratamento da lipodistrofia localizada. Trata-se de uma energia mecânica 
que possui alta potência (onda sonora), a qual é emitida por um dispositivo específico, 
que penetra no tecido adiposo, promovendo um forte efeito de cavitação instável 
(ruptura de microbolhas), causando efeitos microscópicos no tecido tratado. 
Ainda segundo os autores, os geradores de ondas de choque funcionam 
baseados em quatro sistemas, que variam conforme o fabricante: 
 
 Sistema eletro-hidráulico: ondas de choque focal; 
 Sistema eletromagnético: ondas de choque focal; 
 Sistema piezoelétrico: ondas de choque focal; 
 Sistema eletropneumático: ondas de choque radial. 
 
As ondas de choque radial trata-se de partículas superficiais as quais têm a 
propriedade de se propagar radialmente a partir do aplicador, e quando penetram no 
tecido, perdem energia e ocorre a cavitação perto do aplicador, indicado na estética 
para tratamento de flacidez tissular, fibroedema geloide e aspecto celulítico. De forma 
que as ondas de choque focal são mais profundas e concentram toda a energia gerada 
em um ponto distante da fonte. Que por meio de um pico de energia pode variar de 
baixo a alto. Sendo, a onda desfocada de forma ampla, a qual não tem foco e não se 
propaga radialmente, ideal para tratamentos muito superficiais, como úlceras na pele 
e celulite (SEMS; DIMEFF; IANNOTTI, 2006). 
 
Inovações tecnológicas no manejo de afecções cutâneas corporais 
 
O mecanismo de ação fisiológica da terapia de ondas de choque se baseia na 
ação mecânica, que proporciona a formação de microbolhas que eclodem, 
fragmentando a estrutura tecidual local; ação analgésica por estímulo intenso local, 
que libera enzimas locais de atuação na fisiologia da dor; e ação vascular decorrente 
 
34 
 
da liberação de mediadores como fator de crescimento endotelial vascular, que 
aumentam a circulação local e a angiogênese. 
O equipamento de terapia por ondas de choque auxilia também no processo 
de reabilitação por meio dos seguintes mecanismos de ação: 
 
 Liberação de óxido nítrico: o óxido nítrico é um importante vasodilatador 
formado nos neurônios do corno posterior da medula espinal. Ele promove um 
efeito inibitório nas vias nervosas aferentes da dor, causando a modulação da 
dor. 
 Liberação de fator de crescimento vascular endotelial, síntese de óxido nítrico 
endotelial e proteínas ósseas morfogênicas. 
 Liberação de fator de crescimento vascular endotelial, síntese de óxido nítrico 
endotelial e proteínas ósseas morfogênicas: estes fatores auxiliam na 
cicatrização das tendinopatias em inserções tendíneas, além de estimularem a 
liberação de fatores angiogênicos e a neovascularização, melhorando o fluxo 
sanguíneo local, promovendo a cicatrização de tendões e ossos. 
 
Tecarterapia 
 
O termo tecarterapia segundo Sahd (2020), trata-se de um dos tipos de 
radiofrequência, o qual provêm da transferência elétrica capacitiva e resistiva da 
terapia, na realidade, ela é um aperfeiçoado retorno de um equipamento antigo de 
Arséne D’Ansorval, o qual estudou o objetivo da excitação neuromuscular produzida 
pelas correntes de alta frequência, e, obtém uma corrente cujo efeito principal baseia 
–se no aquecimento em profundidade. 
Tecnologia essa que possui dois sistemas: resistivo (calor de fora para dentro, 
com ação profunda, atingindo os tecidos fibróticos e mais resistentes) e capacitivo 
(calor de dentro para fora, ação mais superficial, efeito localizado sobre o tecido). 
Dentre os seus benefícios de aplicação, estão: 
 
 A melhora no aspecto da pele, 
 
35 
 
 O aumento da quantidade de oxigênio e nutrientes no tecido, 
 A redução da lipodistrofia localizada. 
 
Diante disso, a tecarterapia representa atualmente uma forma de onda 
uniforme e segura, a qual evita todo e qualquer tipo de lesão cutânea. Além de se 
tratar de um procedimento seguro e não invasivo, o qual possui como efeito primordial 
a produção de calor ao atravessar o organismo humano. 
 
Terapia vibro-oscilatória 
 
Sahd (2020) ensina que a primeira aplicação da terapia vibro-oscilatória surgiu 
em 1968, quando Hagbarth e Eklund usaram vibração oscilatória em alta frequência 
(150 Hz) para tratar pacientes com espasticidade, rigidez e doença cerebelar, e 
concluíram que a terapia também pode causar o relaxamento muscular antagonista 
avaliado. 
Realizada de forma precisa e pontual, essa técnica não implica em 
comprometimento do tecido adjacente aos micropontos vaporizados e proporciona 
significativo impacto no tecido, favorecendo o estímulo para a síntese do novo 
colágeno. Os eletrodos que contêm as agulhas são compostos, respectivamente, de 
duas, quatro ou oito agulhas de tungstênio, com diâmetro de 200 milésimos de 
milímetro, com peso e comprimento idênticos e dispostos de forma paralela, tendo 
como objetivo atingir o mesmo plano de profundidade. As agulhas com comprimento 
de 1,5 mm ultrapassam a epiderme e agem na derme, estimulando a contração e a 
renovação do colágeno. 
Conforme esclarece Min et al. (2015), a radiofrequência fracionada propicia 
uma corrente entre as microagulhas, gerando uma lesão térmica diretamente na 
derme e, assim, demonstrando a sua eficácia no aumento da deposição de colágeno 
em tratamentos de cicatrizes. 
Portanto, a radiofrequência pulsada microagulhada leva à ativação de 
fibroblastos dérmicos, melhorando a formação de colágeno e resultando em melhora 
da pele. 
 
36 
 
 
Intradermoterapia pressurizada 
 
Segundo Al-Kaf; Othman (2017), a intradermoterapia pressurizada trata-se de 
uma tecnologia sem agulha que tem por objetivo a liberação de medicamentos na pele 
por meio de força mecânica, pressão de gás e ondas de choque sem a necessidade 
de injetar agulhas, este tratamento permite diferentes aspectos estéticos, como 
gordura localizada, flacidez e celulite, promovendo maior conforto ao paciente durante 
a aplicação. 
Tendo sido descrito pela primeira vez em 1936, esse sistema de entrega sem 
agulha desenvolvido por Marshall Lockhart e, em 1940, Higson e outros 
pesquisadores também desenvolveram dispositivos de alta pressão os quais usavam 
jatos finos de fluido para penetrar na pele e depositar o fármaco no tecido subjacente, 
o que permitiu a administração de medicamentos altamente viscosos que as agulhas 
tradicionais geralmente não conseguiam gerenciar, tornando a aplicação menos 
dolorosa. 
Já na França, em 1964, a intradermoterapia pressurizada recebeu mais 
atenção, e foi então fundada a Sociedade Francesa de Mesoterapia. Fazendo com 
que a técnica de intradermoterapia se espalhasse pelo mundo, sendo descrita como 
a injeção na derme de fármacos altamente diluídos sem necessidade de agulhas 
perfurocortantes. Assim, o uso da intradermoterapia para o tratamento da lipodistrofia 
localizada envolve a utilização de fármacos, reagentes e extratos de plantas nas 
camadas de gordura e tecido conjuntivo da pele, os quais consistem em uma ampla 
gama de agentes usados para dilatar vasos sanguíneos, como enzimas, nutrientes, 
antibióticos e hormônios. 
Tratamento esse, indicado para pequenasáreas com excesso de gordura ou 
depósitos de gorduras localizadas, ou correção de irregularidades, ou assimetria do 
contorno corporal após qualquer procedimento cirúrgico (MOHAMED; EL-DESOKY; 
MOHAMED, 2015). 
Mohamed, El-Desoky e Mohamed (2015) visando uma efetiva redução da 
adiposidade abdominal, utilizaram aplicações de intradermoterapia em seis sessões 
 
37 
 
semanais combinadas com dieta, durante as aplicações os ativos fosfatidilcolina e 
desoxicolato. Foram observadas, como resultado, a diminuição do volume e da 
espessura de gordura, porém, não foi possível identificar o aumento da circulação, os 
marcadores inflamatórios ou as alterações no metabolismo da glicose e dos lipídios. 
Apesar da existência de algumas lacunas nos mecanismos de ação da 
intradermoterapia pressurizada, alguns estudos mostraram resultados promissores 
para o tratamento da adiposidade localizada sem grandes efeitos adversos. 
 
Inovações tecnológicas no manejo de afecções cutâneas corporais 
 
Para Sahd (2020), a intradermoterapia pressurizada, tem a vantagem de ser 
aprovado para uso por todos os profissionais da área cosmética, por ser um 
tratamento inovador, não cirúrgico, sem agulhas, que garante um tratamento indolor, 
eficaz e confortável. 
Nesta técnica, a aplicação de ativos acontece para dentro do tecido 
subcutâneo devido a uma caneta pressurizada a qual consegue disparar jatos com 
alta velocidade, causando o rompimento do tecido epitelial, reduzindo 
significativamente as contaminações causadas pelo uso de agulhas. À profundidade 
que os ativos podem chegar, varia conforme o tipo de equipamento utilizado e o ativo 
administrado. Ativos estes que para uso na intradermoterapia pressurizada são 
associados, recebendo o nome de mescla, em que se tem o conjunto de ativos 
específicos para tratamento de afecções estéticas diferentes. Dentre essas mesclas, 
temos associações para tratamentos de lipodistrofia localizada, fibroedema geloide e 
flacidez tissular. Veja a seguir as mesclas para tratamento de lipodistrofia localizada 
e fibroedema geloide. 
 
 Lipoxyn: peptídeo que promove ação antiadipogênese (impede o recrutamento 
de células que armazenam gordura). 
 Cafeína: inibe a enzima fosfodiesterase, atuando no processo de degradação 
dos triglicérides armazenados nos adipócitos. 
 
38 
 
 Actigym: de origem marinha e obtido por biotecnologia, auxilia na definição do 
abdômen e aumenta o tônus muscular, evitando flacidez. 
 Planta carnívora: extrato da planta carnívora responsável pela eliminação da 
gordura que favorece a lipólise. 
 
As mesclas para tratamento de flacidez tissular são as seguintes: 
 
 DMAE: atua diretamente na flacidez. 
 Silício orgânico: combinação de antioxidantes que hidratam profundamente 
a pele e promovem a luminosidade, devolvendo a jovialidade ao tecido. 
 Hialuronato de sódio: combinação de antioxidantes que hidratam 
profundamente a pele e promovem a luminosidade, devolvendo a 
jovialidade ao tecido. 
 
Protocolos utilizados nas inovações tecnológicas 
 
Para Low; Reed (2001), A anamnese sempre deve ser o início de todo e 
qualquer tratamento, buscando nela compreender qual disfunção o paciente 
apresenta, se está em um grau inicial ou avançado e quais serão os melhores recursos 
empregados na busca da obtenção de um melhor resultado ao final. Algumas das 
inovações tecnológicas têm sido mais empregadas nas clínicas de estética corporal, 
dentre elas, temos: tecarterapia, terapia vibro-oscilatória e terapias por ondas de 
choque (Quadro 1). 
 
Quadro 1 - Passo a passo para a aplicação da tecarterapia 
 
Examine de forma minuciosa a pele do paciente e limpe a área de tratamento com 
solução de clorexidina alcoólica. 
Programe o equipamento e escolha a melhor ponteira conforme a disfunção estética 
e o tratamento desejado. 
 
39 
 
Aplique gel neutro como meio de contato do aparelho com a pele. 
Observe se a superfície do cabeçote está em contato com a pele do paciente. 
Movimente o cabeçote de forma uniforme e circular. 
Pode ser aplicado em região de coxas, glúteos, abdômen e braços. 
Após o término da aplicação, retire o gel neutro e limpe a região. 
Ao final do tratamento, a região pode apresentar hiperemia, sensação de calor, 
desconforto e estiramento cutâneo. 
Fonte: Adaptado de LOW; REED (2001). 
 
Quadro 2 - Passo a passo para a aplicação da terapia vibro-oscilatória 
 
Examine de forma minuciosa a pele do paciente. 
Limpe as ponteiras de aplicação antes e depois de cada sessão. 
Sugestão para a escolha da ponteira ideal: 
 Ponteira multipontas: auxilia na redução temporária da aparência do 
fibroedema geloide, modela o contorno corporal, melhora a circulação 
sanguínea local e alivia as dores musculares. 
 
 Ponteira côncava para drenagem: como o nome já diz, auxilia na drenagem 
linfática. 
 
 Ponteira, quatro pontos e ponto central: melhora a circulação sanguínea local 
e alivia as dores musculares. 
 
Esfolie a pele do paciente. 
Programe o equipamento conforme a disfunção estética e o tratamento desejado. 
Aplique creme ou óleo vegetal como meio de contato do aparelho com a pele. 
Pode ser aplicado em região de coxas, glúteos, abdômen e braços. 
Após o término da aplicação, retire o excesso do creme ou óleo vegetal. 
Ao final do tratamento, a região pode apresentar hiperemia e aumento da 
temperatura local. 
Fonte: Wanner; Avram (2008). 
 
Quadro 3 - Passo a passo para a aplicação da terapia por ondas de choque 
 
40 
 
 
Examine de forma minuciosa a pele do paciente e limpe a área de tratamento com 
solução de clorexidina alcoólica caso contenha creme na pele. 
Programe o equipamento conforme a disfunção estética e o tratamento desejado. 
Aplique gel neutro como meio de contato do aparelho com a pele. 
Observe se a superfície do cabeçote está em contato com a pele do paciente. 
Realize uma aplicação estática pontual ou movimentos lentos com o aplicador sobre 
o local de tratamento, dependendo do objetivo terapêutico. 
Posicione o aplicador do cabeçote de forma vertical sobre a área tratada e inicie os 
disparos. 
Pode ser aplicado em região de coxas, glúteos, abdômen e braços. 
Após o término da aplicação, retire o gel neutro e limpe a região. 
Ao final do tratamento, a região pode apresentar hiperemia e discreto quadro de 
petéquias e/ou equimose. O paciente deve ser orientado a não se expor ao sol. 
Fonte: Adaptado de ADATTO et al. (2011). 
 
Recursos estéticos com inovações tecnológicas 
 
Para Sahd (2020), nas clínicas de estética e saúde, vem sendo demonstrado 
um crescente aumento na associação de recursos estéticos com inovações 
tecnológicas para tratamento de afecções estéticas corporais. Essa união de 
procedimentos permite alcançar resultados mais rápidos e evidentes. Na lipodistrofia 
localizada ou gordura Inovações tecnológicas no manejo de afecções cutâneas 
corporais localizada, temos o excesso de adipócitos localizados de forma 
desordenada em regiões específicas do corpo. Nessa disfunção existe uma hipertrofia 
das células adiposas uniloculares encontradas em uma região específica do corpo. 
Para alcançar um tratamento eficaz, são necessárias associações entre 
recursos estéticos e inovações tecnológicas que proporcionem a lipólise, dentre elas, 
temos: a tecarterapia, com efeito, hipertérmico (hiperativação), que propicia aumento 
no metabolismo celular, oxigenação intracelular, estímulo de fluxo sanguíneo e 
 
41 
 
aquecimento do tecido (39–42°C), ideais para tratar lipólise termoinduzida, termolesão 
tecidual e termocontração de colágeno. 
Esse tratamento pode ser associado com o recurso manual da massagem 
modeladora, que melhora a circulação, auxilia na redução de edemas, melhora a 
aparência da pele e do metabolismo celular e, além disso, pode-se associar aos dois 
tratamentos o recurso da terapia por ondas de choque, que é uma das mais recentes 
inovações tecnológicasusadas no tratamento da lipodistrofia localizada, na qual a 
energia mecânica com alta potência (onda sonora), emitida por um dispositivo 
específico, penetra no tecido adiposo promovendo um forte efeito de cavitação 
instável (ruptura de microbolhas), acarretando efeitos microscópicos no tecido tratado. 
O fibroedema geloide está relacionado a uma infiltração edematosa do tecido 
conjuntivo subcutâneo, de característica não inflamatória, seguida de polimerização 
da substância fundamental amorfa presente no espaço intersticial da derme. Esse 
edema se infiltra no tecido conjuntivo e produz uma reação fibrótica consecutiva. 
Desse modo, podem ser encontrados a fibrose e o edema que acometem o tecido 
conjuntivo da derme e o tecido subcutâneo (BORGES; SCORZA, 2016). 
Na procura por um tratamento eficaz que melhore o aspecto fibrótico do 
fibroedema geloide, existe a busca por recursos que incrementem o sistema 
circulatório, diminuam o edema, eliminem toxinas e melhorem, assim, a oxigenação e 
a nutrição tecidual. Dentre a associação de recursos estéticos e inovações 
tecnológicas que obtenham esses efeitos, temos: a tecarterapia com seu efeito 
atérmico (bioestimulação) com mobilização iônica (Na+, K+, Ca₂ +) através da 
membrana do meio intracelular para o extracelular, que visa a melhorar a resposta 
celular e, com isso, o funcionamento das células, além da drenagem linfática local e o 
efeito térmico (vascularização), proporcionando o aumento da microcirculação, 
levando à oxigenação intracelular, estimulando o metabolismo celular e promovendo 
um leve aquecimento do tecido (37–38°C), sendo ideal para tratar fibroses. 
Pode ser associado à intradermoterapia pressurizada utilizando ativos 
específicos para o fibroedema geloide e recursos da drenagem linfática manual, que 
auxiliam no metabolismo celular, na excreção. 
 
42 
 
Inovações tecnológicas no manejo de afecções cutâneas corporais de toxinas 
e no equilíbrio hídrico dos espaços intersticiais, mantendo em equilíbrio a pressão 
tissular e hidrostática. A flacidez tissular ou cutânea é causada pela redução das fibras 
de sustentação da pele (elastina e colágeno), acarretando uma hipotonia, ou seja, um 
baixo tônus dérmico. As fibras do tecido conjuntivo sofrem alterações com a flacidez, 
e a elastina perde gradualmente a sua característica de elasticidade, enquanto o 
colágeno se torna rígido. 
O tratamento para essa disfunção com radiofrequência pulsada 
microagulhada segue como objetivo para o aumento da atividade nervosa 
parassimpática com diminuição da simpática, elevação da elasticidade dos tecidos 
com abundância de colágeno, neoelastogênese e neocolanogênese. 
Pode ser associado aos recursos cosméticos estéticos, com ativos 
específicos para flacidez, como: seiva da Pistácia grega, sacarídeos da Peonia, 
Dmae, gluconolactona, silício orgânico, extrato de chá-verde, Matrixyl®, entre outros. 
É sempre importante observar cada peculiaridade existente nas disfunções e 
entender de maneira correta como funciona cada recurso, a fim de fazer uma 
associação que agregue melhorias, pois, se feita de maneira errônea, pode 
desencadear uma piora no quadro da afecção do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
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