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RESENHA CRÍTICA DE CASO - Desenvolvimento Sustentável

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM GESTÃO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
Resenha Crítica de Caso 
Marco Aurélio Da Silva Barros Júnior
Trabalho da disciplina Desenvolvimento Sustentável Tutor: Prof. Maria Cecilia Trannin
Itaguaí, Rio de Janeiro
2020
 (
2
)
PROTOTIPAGEM DE UMA SMART VILLAGE (ALDEIA INTELIGENTE) ESCALÁVEL PARA CRIAR SIMULTANEAMENTE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E OPORTUNIDADES DE CRESCIMENTO DA EMPRESA
Referências: DARWIN, S e CHESBROUGH, H. Case Series. Berkeley: 1 de janeiro de 2017. Haas School of Businees. 
O artigo fala sobre o político indiano N. Chandrababu Naidu e a sua ideia de prototipagem de uma aldeia inteligente. O partido de Naidu, Telugu Desam, saiu vitorioso nas eleições do estado de Andhra Pradesh no ano de 1999, porém nas eleições subsequentes, que aconteceram no ano de 2004, o seu partido foi derrotado. Com a derrota, Naidu teve a ideia de fazer uma jornada para interagir mais de perto com os seus eleitores, a chamada Pada Yatra que durou 2 anos. Após percorrer 3000 quilômetros em sua viagem, Naidu prometeu encontrar maneiras inovadoras de melhorar a vida nas 38 mil vilas de Andhra Pradesh e assim surgiu a sua ideia de tornar a aldeia de Mori, no sul da índia, uma Smart Village. 
O objetivo de Naidu com a Pada Yatra era entender as preocupações, os desafios e os objetivos dos aproximadamente 35 milhões de residentes rurais do estado para que ele pudesse encontrar maneiras de melhorar a vida dessas pessoas. A principal observação obtida por Naidu após sua viagem foi o fato de que o bem-estar e outros programas governamentais e de desenvolvimento ajudaram a melhorar a vida dos moradores, mas em graus variados e não na medida prevista. Na viagem surgiram ainda duas ideias principais: os moradores queriam e precisavam ser capacitados para incentivar a participação em qualquer programa de desenvolvimento, e as populações das aldeias estavam diminuindo. Os moradores estavam se mudando para áreas urbanas ou para outros países com infraestrutura e oportunidades de trabalho comparativamente melhores, e essa emigração levava a uma escassez de mão-de-obra e uma fuga de cérebros nas aldeias. Um exemplo dessa emigração é visto na aldeia de Mori, a vida nela apresentava aos residentes desafios constantes, incluindo: a falta de acesso a recursos básicos, como cuidados com a saúde, saneamento e água limpa; a falta de acesso a educação; a falta de boas oportunidades econômicas. 
Havia aproximadamente 800 banheiros totais na aldeia, para uma população de 8000 pessoas, levando as pessoas a defecarem a céu aberto, o que resultava na reprodução de mosquitos. Por sua vez, os mosquitos espalhavam malária e dengue, um vírus que é uma das principais causas de doença e morte nos trópicos e subtrópicos e para os quais não há ainda quaisquer vacinas para prevenir a infecção. 
Assim como os banheiros, o acesso aos cuidados de saúde na aldeia também era limitado. Com apenas uma clínica pequena, não eram todos os aldeões que conseguiam se consultar, isso porque poucos médicos estavam dispostos a trabalhar devido à remuneração maior em hospitais da cidade ou sendo um médico particular. Aqueles que conseguiam se consultar muitas vezes não conseguiam questionar o que o médico diz ia por não terem estudo formal. Assim, muitos aldeões se consultavam com curandeiros espirituais ocasionando diagnósticos inadequados. E se o problema fosse mais grave a situação piorava, já que o hospital mais próximo ficava a 25 quilômetros de distância da aldeia. 
O acesso à educação também era restrito, não havendo vagas para todos os filhos dos moradores da aldeia nas duas escolas públicas locais. Os jovens adultos que desejavam seguir carreiras na medicina, engenharia, lei ou educação deviam saber falar inglês para entrar nos programas de educação profissional. Porém, nenhuma aula para crianças da 1 a 5 série era lecionada em inglês. Além disso, o transporte de ônibus dentro da aldeia era muitas vezes irregular, tornando difícil para os estudantes frequentar regularmente a escola no horário correto. Para aqueles alunos que desejavam ter acesso ao ensino superior o desafio era ainda maior, tendo que viajar de 10 a 20 quilômetros. 
A falta de boas oportunidades econômicas também era um dos motivos pelos quais os moradores de Mori deixavam a aldeia em busca de uma vida melhor. A maioria dos habitantes ganhava muito pouco, como o relato de um trabalhador assalariado diário de uma fábrica têxtil que ganhava 30 Rúpias (cerca de 45 centavos de dólar americano) por dia. Além disso, a mecanização e a automação destruíram muitos empregos nas indústrias de artesanato, cerâmica e ourives. Para as pessoas ainda empregadas na indústria do artesanato, os salários eram baixos e o estoque não vendido estava sendo acumulado. 
Naidu via a necessidade de capacitar os moradores para que eles pudessem moldar o seu próprio futuro. Ele buscava uma solução que fornecesse às aldeias informações, treinamento e outras ferramentas de que as pessoas precisam para se tornar empresários bem-sucedidos. E para isso, devia-se concentrar na resolução de problemas reais enfrentados pelos moradores, em vez de abordar o que as pessoas que viviam fora da aldeia dizia m ser problemas. Justamente por Mori ter tantos problemas que causavam a emigração, que Naidu a elegeu como o seu protótipo. Todo o processo de prototipagem destina-se a facilitar o desenvolvimento de um modelo de negócios sustentável e autônomo que seja escalável. O sucesso depende da criação de produtos e serviços pelas empresas que atendam às necessidades dos aldeões a preços acessíveis. Essas ofertas bem-sucedidas serão, portanto, mais propensas a oferecer valor para os moradores em qualquer lugar do estado de Andhra Pradesh, na Índia, e em outros países em desenvolvimento, essa abordagem das empresas é chamada de valor compartilhado. 
Segundo o professor Solomon Darwin: “Uma vila inteligente é uma comunidade habilitada por tecnologias digitais e plataformas de inovação aberta para acessar mercados globais.” Naidu compartilhava da definição de vila inteligente do professor, assim desenvolveu seu plano de melhoria baseado em cinco princípios: pobreza, justiça social, bem-estar dos agricultores, emprego juvenil e governança adequada. Para esses objetivos, foi criado um programa com abordagem integrada visando capacitar os aldeões com acesso à tecnologia inteligente e simples, informações transparentes, ferramentas digitais fáceis de usar e recursos para desenvolver habilidades empresariais e acesso direto aos mercados globais. 
Criar uma vila inteligente faz com que os aldeões se tornem economicamente independentes ao mesmo tempo cria oportunidades de negócios para empresas que trazem seus produtos e serviços para a aldeia. Assim, as despesas do governo na área podem diminuir ou ser redirecionadas para novos projetos de maior valor. O governo ainda teria uma maior arrecadação de impostos. 
A ideia de Naidu é muito boa, porém só veio após seu partido perder as eleições. Se a situação das aldeias como Mori eram tão precárias assim, ele deveria ter feito mais como político quando ele estava no poder antes da derrota nas urnas. Na sua gestão ele privilegiou grandes centros urbanos como Hyderabad, que pouco depois se separou do estado e formou um novo, perdendo assim uma grande parte do seu eleitorado. Portanto a intenção por trás das ideias de Naidu fica em cheque, pra mim parece mais que ele tentou ganhar eleitorado, ainda mais sendo os moradores das aldeias pessoas simples sem estudo formal.