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ETEC MACHADO DE ASSIS FERRAMENTAS DA QUALIDADE APLICADAS AO TERCEIRO SETOR: Estudo de caso ETEC Machado de Assis Caçapava – São Paulo 2º Semestre de 2016 ETEC MACHADO DE ASSIS Ana Carla Ribeiro Augusto Luiz de Oliveira Lucas Ribeiro dos Santos Thalita dos Santos Viana FERRAMENTAS DA QUALIDADE APLICADAS AO TERCEIRO SETOR: Estudo de caso ETEC Machado de Assis Caçapava – São Paulo 2º Semestre de 2016 ETEC MACHADO DE ASSIS Ana Carla Ribeiro Augusto Luiz de Oliveira Lucas Ribeiro dos Santos Thalita dos Santos Viana FERRAMENTAS DA QUALIDADE APLICADAS AO TERCEIRO SETOR: Estudo de caso ETEC Machado de Assis Relatório do Trabalho de Conclusão de Curso em Administração do terceiro módulo para obtenção do certificado de Técnico em Administração. Professor: Sonia Meire Lorena Soares Fonseca Caçapava – São Paulo 2º Semestre de 2016 ETEC MACHADO DE ASSIS Ana Carla Ribeiro Augusto Luiz de Oliveira Lucas Ribeiro dos Santos Thalita dos Santos Viana FERRAMENTAS DA QUALIDADE APLICADAS AO TERCEIRO SETOR: Estudo de caso ETEC Machado de Assis Relatório do Trabalho de Conclusão de Curso em Administração do terceiro módulo para obtenção do certificado de Técnico em Administração. Professor: Sonia Meire Lorena Soares Fonseca RESULTADO: _______________________________ DATA: _______/___________________/_____________ ASSINATURA: _______________________________________ Professor Sonia Meire Lorena Soares Fonseca Administração – ETEC Machado de Assis AGRADECIMENTOS O grupo agradece aos professores, Davi Lima, por sempre acreditar no nosso trabalho, contribuir com ideias e como novo diretor da ETEC Machado de Assis, permitir que tivéssemos toda liberdade para aplicar as hipóteses e levantar os dados necessários. Agradecer a professora Sonia Meire pela excelente condução na elaboração deste trabalho, propondo sempre melhorias e críticas construtivas. Agradecer ao querido José Carlos por ser um excepcional professor, contribuindo com livros e ideias sempre que possível. E a todos professores pelo conhecimento ministrado. DEDICATÓRIA Eu Lucas Ribeiro dedico este trabalho aos meus pais Ana Paula e Valdir pelo apoio aos meus estudos que sem eles não seria possível. Eu Augusto Oliveira dedico este trabalho aos meus pais Lilian e Mario por incentivarem durante todo o curso. Eu Ana Carla Ribeiro dedico este trabalho aos meus pais Aparecida e Luiz por todo apoio e tempo disposto para que fosse possível a conclusão do curso, e aos meus filhos Davi e Maria Luiza pela importância que os mesmos representam na minha vida. Eu Thalita Viana dedico este trabalho ao meu grupo de TCC pelo amparo. “O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele. ” - Kant, Immanuel. RESUMO OLIVEIRA, Augusto Luiz; RIBEIRO, Ana Carla Silva; SANTOS, Lucas Ribeiro; VIANA, Thalita Santos. FERRAMENTAS DA QUALIDADE APLICADAS AO TERCEIRO SETOR: Estudo de caso ETEC Machado de Assis. Caçapava: ETEC Machado de Assis, 2016. P.111 A temática desse estudo perfaz os caminhos que levam ao cenário acadêmico a situação que vivem as empresas que atuam no terceiro setor, que são organizações que tem como finalidade reverter seus esforços em receitas para gerar benesses para a comunidade em seu entorno, ou seja, no perímetro social em que atua. São exemplos desse tipo de empresa as ONGs, FUNAI, algumas instituições de ensino superior e as Associações de Pais e Mestres, conhecidas como APM. Tais instituições recebem a denominação de agremiação filantrópica e procuram suprir as desigualdades sociais emergentes das heterogeneidades socioeconômicas, atuando, portanto, nas lacunas deixadas pelo setor governamental. Percebeu-se que a maior adversidade para as instituições de cunho assistencialista surge da ausência de uma sistemática de comunicação institucional que auxilie a alavancar a formação de uma cultura de voluntariado ligada a esse setor. Para contextualizar a problemática aqui explicitada, foi utilizada como exemplo a ETEC Machado de Assis, principalmente pela difícil situação em que sua APM se encontrava no período da concepção do projeto que originou esse estudo, com baixas ou inexistentes doações, falta de clareza sobre o que essa instituição auxiliar representa para a escola e suas funções para o bom funcionamento da estrutura dessa Unidade de Ensino. A pesquisa bibliográfica que embasou esse estudo teve amparo em uma pesquisa participante, necessária para testar as propostas aqui elencadas para dinamizar a arrecadação monetária da APM da ETEC Machado de Assis, tais como conscientização no ato da matrícula bem como nas salas de aula, a implementação de uma caixa de doação, recolhimento mensal de contribuições, panfletos expostos em sala com todo o regimento regulamentador deste setor, todas elas surgidas por meio do uso das ferramentas da qualidade como auxiliares no planejamento e gestão empresarial, principalmente o Brainstorming, o diagrama de causa e efeito, os 5W2H e o ciclo PDCA. Como resultados desse estudo, as arrecadações da APM tiveram uma melhora significativa em relação a seus valores e na comunicação institucional onde a comunidade escolar detém o devido conhecimento das finalidades deste importante setor. Palavras chave: Terceiro Setor. Gestão Empresarial. Ferramentas da Qualidade. LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – Gráfico baseado em dados do IBGE .................................................... 62 FIGURA 2 – Gráfico baseado nos balancetes da APM ............................................. 64 FIGURA 3 – Indicadores de Ineficiência da APM ..................................................... 67 FIGURA 4 – Ciclo PDCA ........................................................................................... 71 FIGURA 5 – Conscientização no ato da matricula .................................................... 72 FIGURA 6 – Palestra em salas de aula sobre Associação de Pais e Mestres .......... 72 FIGURA 7 – Caixa de doação ................................................................................... 73 FIGURA 8 – Envelopes de recolhimento ................................................................... 75 FIGURA 9 – Panfletos expostos em sala .................................................................. 76 FIGURA 10 – Gráfico arrecadações 2° semestre 2016 ............................................. 76 LISTA DE QUADROS QUADRO 1 – Processo Brainstorming ...................................................................... 67 QUADRO 2 – Plano de ação 5W2H .......................................................................... 69 QUADRO 3 – Folha de verificação relacionado a hipóteses ..................................... 72 LISTA DE ABREVIAÇÕES GQT – Gestão da qualidade Total. DRE – Demonstração de resultado do exercício. ONG – Organizações não governamentais. PDCA – Do Inglês: PLAN - DO - CHECK – ACT. 5W2H – Do Inglês: What, Why, Where, When, Who, How, How Much. APM – Associação de pais e mestres. FASFIL – Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. FUNAI – Fundação Nacional do Índio ftp://ftp.ibge.gov.br/Fundacoes_Privadas_e_Associacoes/2010/fasfil.pdf SUMÁRIO RESUMO ...............................................................................................................................................7 LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................................... 8 LISTA DE QUADROS ......................................................................................................................... 9 LISTA DE ABREVIAÇÕES .............................................................................................................. 10 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 13 2. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................................... 16 2.1 ADMINISTRAÇÃO ............................................................................................................. 16 2.1.1 Definição ..................................................................................................................... 16 2.1.2 Conceito ...................................................................................................................... 18 2.1.3 Objetivo ....................................................................................................................... 19 2.1.4 Teorias da Administração ...................................................................................... 21 2.2 GESTÃO EMPRESARIAL ................................................................................................ 25 2.2.1 Definição ..................................................................................................................... 25 2.2.2 Conceito ...................................................................................................................... 28 2.3 TERCEIRO SETOR ........................................................................................................... 30 2.3.1 Conceito ...................................................................................................................... 30 2.3.2 Definição ..................................................................................................................... 34 2.3.2.1 Dados do IBGE ...................................................................................................... 37 2.4 FERRAMENTAS DA QUALIDADE................................................................................. 38 2.4.1 Conceito ...................................................................................................................... 38 2.4.2 Definição ..................................................................................................................... 41 2.4.2.1 5W2H ........................................................................................................................ 44 2.4.2.2 Ciclo PDCA ............................................................................................................. 45 2.4.2.3 Folha de verificação ............................................................................................ 47 2.4.2.4 Brainstorming ........................................................................................................ 48 2.4.2.5 Diagrama de causa e efeito ............................................................................... 48 2.5 CONTABILIDADE .............................................................................................................. 50 2.5.1 Conceito ...................................................................................................................... 50 2.5.2 Definição ..................................................................................................................... 51 2.5.2.1 Balancete de verificação .................................................................................... 52 2.5.2.2 Demonstração do resultado do exercício ...................................................... 54 2.6 MARKETING INSTITUCIONAL ....................................................................................... 55 2.6.1 Definição ..................................................................................................................... 55 3. MÉTODO DE PESQUISA ......................................................................................................... 59 4. ANÁLISE E RESULTADOS ..................................................................................................... 61 4.1 ANÁLISE DA SITUAÇÃO ................................................................................................ 63 4.2 RESULTADOS DO ESTUDO .......................................................................................... 67 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................... 78 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 79 APÊNDICE A - Fluxograma de desenvolvimento do TCC .................................................... 85 APÊNDICE B – Cronograma de trabalho ................................................................................... 89 ANEXOS .............................................................................................................................................. 90 13 1. INTRODUÇÃO A Administração representa uma sistematização das técnicas de planejar, organizar, direcionar e fiscalizar pessoas, materiais e processos, a fim de alcançar objetivos. Ela ampara e otimiza o uso dos recursos e estimula os resultados da instituição. É um processo que consiste em analisar forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, incluindo a elaboração de programas, relatórios e projetos, para resolução dos problemas. A gestão empresarial é denominada como uma atividade, empregada por diferentes indivíduos especializados, tais como, administradores, diretores e gerentes, buscando a melhor resolução de problemáticas empresarias visando a produtividade e eficácia dentro de uma organização. Para uma determinada gestão ser considerada boa, se compreende que os resultados são obtidos pela resolução de problemas, enfrentar quaisquer adversidades requer uma compreensão da realidade da empresa, como um sistema em que tudo é interdependente, e usar com sobriedade os recursos em oportunidades importantes para o crescimento da instituição, isso faz com que a gestão empresarial seja tão utilizada nos dias de hoje. Contudo para que tal resultado seja alcançado o gestor tem fundamentos básicos para uma melhor aplicabilidade das funções, o planejamento a partir do qual os recursos são combinados de modo a elaborar novos projetos que sejam lucrativos, A organização que é importante para que aja escopo naquilo que se pretende executar, e a comunicação, que é basilar em toda gestão, que é essencial quando se deseja um bom ambiente de trabalho e aumento da eficiência. Gestão da qualidade pode ser definida como qualquer operação que direciona e coordena o controle de métodos para melhoria dos produtos e serviços, a expansão industrial tal como de instituições, consequentemente trouxe a necessidade de implementação de sistemas de qualidade que visava a uniformidade dos processos, sem haver uma preocupação explicita com a qualidade em si, mas com a atividade da empresa em geral. Para que seja implantado um sistema são necessárias algumas ferramentas para analisar fatos e auxiliar a tomada de decisões, esses instrumentos tem como objetivo chegar a um grau de eficácia no desempenho das atividades empresariais, como por exemplo minimizar o problema da baixa contribuição das 14 instituições pertencentes ao terceiro setor, onde se pretende constatar a aplicabilidade das ferramentas já citadas, tendo como protótipo a APM da ETEC Machado de Assis. OTerceiro Setor é constituído de organizações sem fins lucrativos, respalda- se de doações, trabalhando nas lacunas deixadas pelos setores públicos e privados, buscando o bem-estar social da população, porém o terceiro setor não exclui a responsabilidade do estado, servindo apenas de complemento e auxiliando na resolução dos problemas. Esse, é remanescente do setor público que trata de aplicar os recursos financeiros em ações para a sociedade, sendo assistido por prefeituras municipais, governos dos estados e a presidência da república, e o segundo setor tem como escopo empresas privadas, assim aplicando os recursos financeiros privados em suas próprias atividades. A problemática identificada foi a baixa contribuição ao terceiro setor atuante em diversas organizações, fora utilizado a Associação de Pais e Mestres da ETEC Machado de Assis como exemplo para elucidar esta problemática e determinar medidas de ação, diante disso foram levantadas às seguintes hipóteses, Incentivo a contribuição no ato da matrícula com sugestão de um valor mínimo, aumentando os recursos financeiros da APM; Conscientização dos alunos das áreas de gestão, logística e mecânica por meio de palestras assim esclarecendo os objetivos da APM; Utilização de panfletos e cartazes em pontos estratégicos, como quadros nas áreas comuns da escola e dentro das salas, fixara a importância da contribuição para APM; Caixas de arrecadação em pontos de maior fluxo de alunos, facilitará a doação voluntária de qualquer valor. Evitando constrangimento do aluno no ato da contribuição; Exposição do balancete da APM com as receitas e despesas, por explanação do grupo durante as aulas, e os mesmos dados expostos nos quadros da escola, demonstrará para os alunos os resultados; Criação de uma cultura voluntária com objetivo de motivar os alunos a contribuírem com este setor. Tendo como objetivo geral à demonstração da eficácia das ferramentas da qualidade para melhoria da comunicação interna, gerando entendimento sobre a importância das contribuições financeiras de caráter filantrópico, onde se encontra uma das instituições desse setor, a ETEC Machado de Assis. E como objetivos específicos apresentar as técnicas da qualidade e sua função na resolução de conflitos organizacionais; divulgar para a comunidade escolar a finalidade e importância da APM com os pontos falhos encontrados na instituição por meio da 15 experiência vivenciada; apresentar as propostas à direção escolar para que, caso julgue conveniente aplique as propostas aqui levantadas. A gestão empresarial é a atividade que busca aprimorar a eficácia e a competitividade de determinados processos em uma empresa ou negócio. Para que uma determinada gestão seja ideal e alcance bons resultados, deve corrigir as situações que possa afetar diretamente o desenvolvimento da instituição, identificando as adversidades e buscando novas soluções e estratégias. Algumas ferramentas da gestão permitem constatar problemáticas. As mesmas visam identificar os entraves em sua raiz e posteriormente encontrar soluções para serem aplicadas, como por exemplo: Diagrama de Ishikawa, Brainstorming, Folha de verificação, Ciclo PDCA e o 5W2H. A relevância do tema se torna pertinente devido as várias possibilidades de solução de determinados problemas que afetam diretamente as instituições, e também presente dentro das bases tecnológicas do curso de administração. A viabilidades de desenvolvimento do tema se dá devido a diversidade de bases bibliográficas a serem utilizadas no desenvolvimento do trabalho. 16 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 ADMINISTRAÇÃO 2.1.1 Definição Lacombe e Heilborn (2008, p.48) dizem que, “[...] administrar é o ato de trabalhar com e por meio de pessoas para realizar os objetivos tanto da organização quanto de seus membros. ” Segundo Maximiano (1997, p.16) Objetivos decisões e recursos são as palavras-chaves na definição de administração. A administração é o processo de tornar e colocar em pratica decisões sobre objetivos e utilização e recursos. Boettinger apud Trigueiro e Marques (2009, p.29) explanam que, [...] administrar consiste em arrastar a outros, e isso implica, para quem administra, a capacidade de compreender as necessidades e os desejos dos outros para compartilhar com eles uma visão que aceitam como própria, isto é, administrar é uma arte. Conforme Trigueiro e Marques (2009, p. 29-30) A Administração é denominada Ciência Social Aplicada, pois investiga as organizações, de modo a conhecê-las, para que possa aplicar constantemente novos conhecimentos, teorias, princípios, contribuindo assim, com o desenvolvimento das mesmas. Trigueiro e Marques (2009, p. 15) [...] podemos afirmar que a função do administrador consiste em fazer com que as pessoas exerçam suas atividades, ao mesmo tempo em que atende aos anseios do cliente ou público, dos parceiros e colaboradores. Para Trigueiro e Marques (2009, p. 14) “[...] a palavra administração, vem do latim ad, que significa direção e ministre, subordinação ou obediência; isto é, uma atividade realizada por alguém sob o comando de outro. ” Drucker (2002, p.36) afirma que “ [...] tarefa da administração é administrar as responsabilidades sociais da empresa e as repercussões sociais dela derivadas. ” Segundo Ferreira (2011, p.146) A administração [...] poderia ser classificada como um modelo de gestão fortemente embasado na participação direta dos funcionários. Em especial participação na produtividade e eficiência voltada para a tarefa, do que na linha gerencial das relações e desenvolvimento humanos desenvolvida e implementada principalmente pelos americanos. 17 Daft (2005, p.5) Um aspecto importante da administração é reconhecer o papel e a importância dos outros. Os bons gerentes sabem que a única maneira para conseguirem realizar qualquer coisa é pelas pessoas da organização. Para Chiavenato (2007, p.2) “ a administração faz acontecer. No fundo, ela não é apenas desempenho, planejamento, organização direcionamento e monitoração de esforços, mas sobretudo, obtenção de resultados. [...] ” Conforme citado por O’donnell apud Dias (2002, p.2) “ao classificar as funções de administração, cumpre distinguir claramente as de operação, tais como venda, fabrico, contabilidade, engenharia e compra. ” Para Maximiano (2000, p.29) “ o processo de administrar é importante em qualquer escala de utilização de recursos. ” Conforme Araújo (2005, p.4) Administração significa dirigir recursos humanos, financeiros e materiais reunidos em unidades organizadas, dinâmicas e capazes de alcançar os objetivos da organização e, ao mesmo tempo, proporcionar satisfação àqueles que obtém o produto / serviço e àqueles que executam o trabalho. Segundo Koontz, O’donnell e Wehrich (1986, p.5) “ [...] cabe aos administradores tomar medidas que possibilitem aos indivíduos a realização de suas melhores contribuições para a consecução dos objetivos dos grupos. ” De acordo com Koontz, O’donnell e Wehrich (1986, p.6) “a administração é essencial em toda forma de cooperação organizada, bem como em todos os níveis de organização numa instituição [...]. ” Koontz, O’donnell e Wehrich (1986, p.15) citam que, “[...] quando princípios e técnicas de administração podem ser desenvolvidos, provados e utilizados, a eficiência administrativa inevitavelmente deve aumentar. ” Conforme enumerado por Daft (2005, p.5) “administração é o alcance de metas organizacionais de maneira eficaz e eficiente por meio de planejamento, organização, liderança e controle de recursos organizacionais. ” Segundo Calderelli apud Araújo (2005, p.4) a administração é uma “ palavra que designa ação de reger ou governar negócios próprios ou de terceiros. ” A administração é processo de controlar e coordenar pessoas para que elas executem suas funções e processos de modoa alcançar suas metas pessoais e profissionais. 18 2.1.2 Conceito Lacombe e Heilborn (2008, p.48) definem que, A administração, em sua conceituação tradicional, é definida como um conjunto de princípios e normas que tem por objetivo planejar, organizar, dirigir, coordenar e controlar os esforços de um grupo de indivíduos que se associam para atingir um resultado comum. Trigueiro e Marques (2009, p.31) ” administração é uma ciência relativamente nova, mas que os seus princípios fundamentais já eram aplicados desde a Antiguidade. ” Conforme Megginson et al. apud Trigueiro e Marques (2009, p.14) citam a administração, [...] como sendo o trabalho através de recursos humanos, financeiros e materiais a fim de atingir objetivos organizacionais por meio do desempenho das funções de planejar, organizar, liderar e controlar. De acordo com Koontz, O’donnell e Wehrich (1986, p.42) Achava necessário um ‘sistema’ de administração, com uma clara estrutura organizacional em que as pessoas eram responsáveis e podiam ser complemente responsabilizadas – uma estrutura com um adequado sistema[...]. Para Koontz, O’donnell e Wehrich (1986, p.16) “a falta de entendimento dos conceitos, princípios e técnicas de administração dificulta a análise do trabalho administrativo, bem como o treinamento de administradores. ” Drucker (2002, p.38) afirma que, A administração deve sempre considerar o presente e o futuro; o curto e os longos prazos. A administração não estará resolvendo qualquer problema se conseguir lucros imediatos com o risco a saúde futura ou mesmo a sobrevivência da empresa. A decisão da administração será irresponsável se, em busca de um futuro grandioso, se expuser a um desastre neste ano. Para Maximiano (2000, p.26) “ administração significa, em primeiro lugar, ação. Administração é um processo de tomar decisões e realizar ações que compreende quatro processos principais: Planejamento, Organização, Execução e Controle. ” Conforme Drucker (2001, p.29) A administração trata dos seres humanos. Sua tarefa é capacitar as pessoas a funcionar em conjunto, efetivar suas forças e tornar irrelevantes suas fraquezas. É disso que trata uma organização, e esta é a razão pela qual a administração é um fator crítico e determinante. 19 Segundo explanado por Koontz, O’donnell e Wehrich (1986, p.5) “ [...] não devemos esquecer que os administradores jamais atuam num vácuo ou num sistema invisível a influências exógenas1 [...]. ” Drucker (2001, p.29) afirma que, A administração deve também capacitar a empresa e cada um de seus componentes a crescer e se desenvolver à medida que mudam as necessidades e oportunidades. Toda empresa é uma instituição de aprendizado e de ensino. Treinamento e desenvolvimento precisam ser instituídos em todos os níveis da sua estrutura. Em seu conceito base a administração tem como essência capacitar o capital humano dentro das organizações para que seja aplicado os quatro processos considerados pilares tais como: planejar, organizar, controlar e executar. 2.1.3 Objetivo Conforme Fayol apud Dias (2002, s/p) A função administrativa distingue-se claramente das outras cinco funções essenciais. É necessário não confundi lá com a direção. Dirigir é conduzir a empresa tendo vista os fins visados, procurando as maiores vantagens possíveis de todos os recursos de que ela dispõe; é assegurar a marcha das seis funções essenciais. Trigueiro e Marques (2009, p.17) afirmam que, A administração conduz as organizações de forma integrada, de modo que as áreas como finanças ou gestão de pessoas, por exemplo, possam convergir2 para os objetivos comuns, o que, no final das contas, significa contribuir com o desenvolvimento sócio econômico do país, por meio de produtos e serviços de qualidade. Segundo citado por Drucker (2002, p.33-34) Mas há um ponto fundamental a cujo respeito a administração da empresa não difere da administração de outras entidades: ela precisa dirigir. E dirigir não é um comportamento meramente passivo e adaptador; significa tomar medidas para fazer com que os resultados desejados aconteçam [...]. A administração não é mera criatura da economia; e também criadora. E é apenas na medida em que domine as circunstancias econômicas e as altere, através de atos conscientemente conduzidos, que ela realmente dirige. Administrar uma empresa significa, portanto, administrá-la por objetivos. Para Ferreira (2011, p.109) [...] toda ação administrativa tem como objetivo último a obtenção de resultados econômicos esperados. De forma a alcança-los, a gestão deve cumprir alguns encargos: gerir eficientemente à empresa, transformar recursos humanos e materiais em uma empresa produtiva e administrar o trabalho e os trabalhadores. [...] de forma geral podemos caracterizar a 1 ETIM exo- + -́geno que provém do exterior, que se produz no exterior (do organismo, do sistema), ou que é devido a causas externas. 2 ETIM lat. convērgo,is,ĕre 'id.' Ficar reunido; agregar-se, agrupar-se, reunir-se 20 gestão organizacional, dentro da filosofia da gestão por objetivos, como uma tentativa de moldar o cenário econômico e planejar, iniciar e executar transformações nesse cenário, minimizando a distância entre o possível e o desejável. ‘E embora nenhum homem possa realmente dominar seu ambiente, embora será sempre prisioneiro das possibilidades, a tarefa especifica da administração é transformar o desejável no possível e o possível no efetivo. ’ Gerir, portanto, significa gerir por objetivos. Segundo Perel (1977, p.28) A função administrativa se distingui claramente das outras cinco funções essenciais; é necessário não a confundir com o governo. Governar é conduzir a empresa até a meta proposta, procurando obter o maior rendimento possível de todos os recursos de que dispõe, é garantir não é do que uma das seis funções, cujo andamento deve assegurar o governo, mas ela ocupa na atuação dos altos chefes um lugar importante que pode às vezes parecer que está atuação é exclusivamente administrativa. Conforme Daft (2005, p.5) “ a função administrativa evolvida com a definição de metas para o desempenho organizacional futura e com a decisão sobre as tarefas e o uso dos recursos necessários para alcança-las. ” Segundo Explanado Daft (2005, p.6) “ a função administrativa envolvida com a atribuição de tarefas, agrupamento de tarefas em departamentos, e alocação de recursos para os departamentos. ” Daft (2005, p.6) exemplifica que “ a função administrativa que envolve o uso de influência para motivas os funcionários a alcançarem as metas da organização. ” De acordo com Koontz, O’donnell e Wehrich (1986, p.17) [...] hipóteses podem ser utilizadas para orientar a pesquisa. E se a pesquisa for realizada à construção de teoria adicional ou para expandir os horizontes do conhecimento, parece ser útil o estabelecimento de um arcabouço3 estrutural de conhecimentos para uma pesquisa produtiva. Koontz, O’donnell e Wehrich (1986, p.15) afirmam que, O administrador consciencioso4 pode tornar-se mais eficaz empregando diretrizes bem definidas para resolver problemas, sem se entregar à trabalhosa pesquisa original ou à arriscada pratica baseada em tentativa e erro. Daft (2005, p.5) cita que, [...] a administração é geralmente considerada universal por que ela usa os recursos organizacionais para alcançar metas e obter um desempenho alto em todos os tipos de organizações comerciais e sem fins lucrativos. Drucker (2012, p.14) conceitua que a, Administração para obter resultado precisa ser definido e executado com direção método e proposito, os resultados são obtidos pela exploração de oportunidades e não pela solução de problemas e pelo método mais simples que darão resultados adequados, e quais são as ferramentas mais simples.3 ETIM arca mais el. de orig.obsc. Delineamento inicial; esboço. 4 ETIM consciência + -oso cuja execução é minuciosa, segundo todas as regras; meticuloso, cuidadoso. 21 Afinal Albert Einstein Nunca usou nada mais complicado que um quadro negro. Koontz, O’donnell e Wehrich (1986, p.16) afirmam que, [...]administradores devem ter autoridade organizacional necessária para alcançar os resultados deles esperados, e que nenhum administrador pode elaborar um plano que faça sentido sem uma noção clara da meta a ser atingida e do ambiente futuro imaginado para a unidade que dirige. Segundo Drucker (2001, p.19) [...]a administração, o órgão da sociedade especificamente encarregado de transformar os recursos em produção, isto é, que tem a responsabilidade de promover o progresso econômico organizado, que reflete o espírito básico da era moderna. Para Koontz, O’donnell e Wehrich (1986, p.5) Talvez não exista área mais importante da atividade humana do que a administração, pois a tarefa básica de todos os administradores, em todos os níveis e indivíduos, trabalhando juntos em grupos, possam cumprir missões e objetivos preestabelecidos. Segundo explanado por Koontz, O’donnell e Wehrich (1986, p.5) Os administradores sempre devem levar em conta as muitas influências, internas e externas à organização, que afetam seu trabalho, independentemente da natureza da organização que dirigem, seja ela um órgão público, uma empresa privada, um departamento ou qualquer outra subunidade de uma organização. O Objetivo da administração tem como premissa resolver os tramites necessários para que seja mais eficaz e não somente eficiente. 2.1.4 Teorias da Administração De acordo com Koontz, O’donnell e Wehrich (1986, p.15) Como ocorre em todas os campos da cooperação humana, a eficiência do esforço grupal está muito atrás da eficiência das maquinas, a aplicação do conhecimento administrativo deve contribuir para o progresso da humanidade. Para Maximiano (1997, p.20) “a teoria geral da administração é o corpo de conhecimentos a respeito das organizações e do processo de administra-las. Ela compreende dois tipos principais de conhecimento: descritivos e prescritivos. ” Maximiano (1997, p.17) enumera que, A administração é processo ou atividade dinâmica, que consiste em tomar decisões sobre objetivos e recursos. O processo de administrar é inerente5 a qualquer situação em que haja pessoas utilizando recursos para atingir algum 5 ETIM inerir (com vogal do tema -i- > -e-) + -nte que existe como um constitutivo ou uma característica essencial de alguém ou de algo 22 tipo de objetivo. Em última instancia, a administração é o processo que procura aumentar e garantir a qualidade de decisões sobre objetivos e recursos. DECISOES significam escolhas. O processo administrativo abrange quatro tipos principais de decisões ou escolhas, também chamadas PROCESSOS. Planejamento: o processo de planejamento abrange as decisões sobre objetivos, ações futuras e recursos necessários para realizar objetivos. Organização: o processo de organização compreende as decisões sobre a divisão de autoridade, tarefas e responsabilidades entre pessoas e sobre a divisão de recursos para realizar tarefas. Direção ou coordenação: o processo de direção significa ativar o comportamento das pessoas por meio de ordens; coordenação significa ajudá-las a tomar decisões por conta própria. A escolha entre um ou outro modelo depende do modelo e da cultura de administração. Controle: o processo de controle compreende as decisões sobre a compatibilidade entre objetivos esperados e resultados avançados. Conforme citado por Maximiano (1997, p.16) A palavra administração é usada tão frequentemente no dia-a-dia que parece não haver dúvidas com relação a seu significado. As palavras administrador, gerente, governante, dirigente, empresário, presidente e mesmo chefe também parecem ser usadas, normalmente, como se indicassem as mesmas figuras. O mesmo acontece com as palavras eficiência e eficácia, que igualmente desempenham papel importante dentro do campo da administração [...]. Trigueiro e Marques (2009, p.42) afirmam que, As funções administrativas nas organizações contemporâneas estão intimamente ligadas às funções organizacionais, porque cada uma delas – como operações e vendas – requer dinheiro, pessoas, materiais e insumos, equipamentos e tecnologias específicas. Para exercer sua atividade profissional, o administrador ocupa diversas posições estratégicas nas organizações e desenvolve papéis fundamentais para a sustentabilidade e crescimento dos negócios. Para desempenhar suas funções e sustentar sua posição [...]. Levitt apud Trigueiro e Marques (2009, p.29) diz que, [...] administrar consiste em analisar racionalmente uma situação e selecionar os objetivos a serem alcançados, desenvolvendo sistematicamente estratégias para atingir tais objetivos, coordenando os recursos, desenhando racionalmente a estrutura, dirigindo e controlando com precisão, e finalmente motivando e recompensando as pessoas que trabalham para que os objetivos sejam efetivamente alcançados, isto é, Administração é uma ciência. Conforme citado por Trigueiro e Marques (2009, p.28) Vimos neste tópico que no campo da Administração as teorias significam um conjunto de conhecimentos a respeito do funcionamento das organizações e da forma como são administradas. Nesse sentido, estamos tratando da área científica da Administração. No entanto, Administração também é considerada uma arte. Drucker (2002, p.40) cita que, Três são as tarefas básicas – podem ser chamadas dimensões – da administração. A primeira é ponderar com cuidado e decidir qual é a finalidade e a missão especifica da organização – seja empresa, hospital, escola ou órgão público. A segunda é fazer com que o trabalho seja produtivo e o trabalhador se realize. Finalmente, há a tarefa de administrar as 23 responsabilidades sociais da empresa e as repercussões sociais de suas atividades. Drucker (2002, p.32) enumera que, Em toda decisão e atuação, a administração da empresa deve sempre colocar seu desempenho econômico em primeiro plano. Ela só poderá justificar sua existência e autoridade através dos resultados econômicos que gerar. A administração da empresa terá falhado se deixar de produzir esses resultados econômicos[...]. O primeiro ponto a considerar na administração da empresa é que ela constitui um órgão econômico, o órgão especificamente econômico da sociedade industrial. Cada ato, cada decisão, cada deliberação da administração tem no desempenho econômico usa primeira dimensão. Segundo Drucker (2002, p.2) A administração e os administradores constituem necessidades especificas de todas as entidades, da menor a maior. Constituem o órgão especifico de toda entidade. São eles que mantem, sua coesão e a fazem trabalhar. Nenhuma de nossas entidades poderia funcionar sem o concurso dos administradores. E os administradores fazem o serviço que lhes é inerente6 – não o fazem por delegação do ‘proprietário’. A necessidade da administração não deriva simplesmente do fato de o serviço ter assumido dimensões grandes demais para que uma pessoa só dele se encarregue. Administrar uma empresa provada ou uma entidade pública de prestação de serviços é intrinsecamente7 diferente de dirigir o que nos pertença, ou de dirigir o exercício da medicina ou o de uma advocacia por si mesmo praticada. De acordo com Koontz, O’donnell e Wehrich (1986, p.17) “[...] a administração [...] trata do planejamento de ações, da confecção de controles e do agrupamento de atividade, e o progresso em termos de pesquisa nessas áreas é lento e caro. ” Para Perel (1977, p.28) [...] administrar é prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Prever sondar o futuro e confeccionar o programa de ação. Organizar-seé constituir o duplo organismo, material e social da empresa. Comandar é dirigir o pessoal. Coordenar é ligar, unir e harmonizar todos os atos e todos os esforços. Controlar é vigiar para que tudo ocorre conforme as regras estabelecidas e a ordem dadas. De acordo com Koontz, O’donnell e Wehrich (1986, p.17) [...] o desenvolvimento do conhecimento administração, aumentando a eficiência no de recursos humanos e materiais, inquestionavelmente exerceria um impacto revolucionário sobre o nível cultural da sociedade. Para Koontz, O’donnell e Wehrich (1986, p.16) “os fundamentos funcionam como lista de verificação do significado da administração. Sem eles, o treinamento de administradores passa a depender de um processo aleatório de tentativa e erro. ” 6 ETIM inerir (com vogal do tema -i- > -e-) + -nte que existe como um constitutivo ou uma característica essencial de alguém ou de algo. 7 ETIM lat.tar. intrinsĕcus que é real; que tem importância, significação por si próprio, independentemente da relação com outras coisas. Que faz parte de ou que constitui a essência, a natureza de algo; que é próprio de algo; inerente. 24 Andrade (2011, p.7) enumera que, A administração é uma ciência, pois lida com fenômenos complexos, sobre os quais o administrador tem pouco conhecimento. Por ser uma ciência inexata, o administrador toma decisões como base em informações incontroláveis, devido aos limites cognitivos de racionalidade e por serem o negócio altamente mutáveis e circunstanciais. Andrade (2011, p.8) afirma que, [...] Administração é a arte de liderar pessoas e de gerir recursos escassos e valiosos dentro e fora das organizações. O gestor, diante do paradigma da instabilidade, da incerteza e da imprevisibilidade, deve atuar muito mais como um artista do que como um executor de tarefas [...]. De acordo com Koontz, O’donnell e Wehrich (1986, p.16) “[...] os princípios nos dizem que nenhum administrador pode conceber controles sem baseá-los em planos[...]. ” Segundo Chiavenato (2004, p.13) A administração é um fenômeno universal no mundo moderno. Cada organização requer o alcance de objetivos em um cenário de concorrência acirrada, a tomada de decisões a coordenação de múltiplas atividades, a condução de pessoas, a avaliação do desempenho dirigido a metas previamente determinadas, a obtenção e a alocação de recursos etc. Para Chiavenato (2004, p.48) A chamada teoria clássica, preocupada em aumentar a eficiência da empresa por meio da sua organização e da aplicação de princípios gerais da administração em bases científicas. Muito embora ambos não tenham se comunicado entre si e tenham partido de pontos de vistas diferentes e mesmo opostos, o certo é que suas ideias constituem as bases da chamada abordagem clássica da administração, cujo postulados dominaram as quatro primeiras décadas do século XX no panorama administrativo das organizações. De acordo com Koontz, O’donnell e Wehrich (1986, p.40) [...] dentre as muitas técnicas de administração desenvolvidas [...] encontram-se coisas tais como pesquisa de mercado e previsão. Planejamento do arranjo físico de maquinas em termos das exigências do fluxo de trabalho, planejamento da produção, padrões para o processo de produção e padronização de componentes de produtos. Chiavenato (2013, s/p) define que, Cada teoria administrativa surgiu como resposta aos problemas organizacionais relevantes de sua época, e todos foram bem-sucedidas ao apresentar soluções específicas para tais problemas. De certo modo todas teorias são aplicáveis às situações atuais e o administrador precisa conhece- las para ter à sua disposição um leque de alternativas adequadas para cada situação. A teoria da administração é uma união de erudições das entidades como resposta aos problemas. 25 2.2 GESTÃO EMPRESARIAL 2.2.1 Definição Segundo Drucker (2006, p.154) O gestor que deseja ser eficaz e que sua organização seja eficaz está continuamente policiando todos os programas, todas as atividades, todas as tarefas. Está sempre perguntando: ‘Ainda vale a pena fazer isso? ’. E, se não vale, livra-se disso para poder concentrar-se nas poucas tarefas que, executadas com perfeição, farão uma real diferença nos resultados de seu próprio trabalho e no desempenho da organização. Trigueiro e Marques (2009, p.157) enumera que, “o gerente é quem lidera os representantes de sua organização em negociações. É quem pode lidar com sindicatos, clientes, credores ou empregados individuais, entre outras atividades. ” Ferreira (2011, p.18) por outro lado define que, A administração cientifica não faz referência ao ambiente da empresa. A organização é vista de forma fechada, desvinculada de seu mercado, tendo negligenciadas as influencias que recebe e impõe ao que a cerca. A premissa básica para Taylor (1995, p.26) é que, [...] o objetivo mais importante de ambos, trabalhador e administração, deve ser a formação e o aperfeiçoamento do pessoal da empresa, de modo que os homens possam executar em ritmo mais rápido e com maior eficiência os tipos mais elevados de trabalho, de acordo com suas aptidões naturais. Um conceito empregado por Taylor (1995, p.34) é de que, [...] na administração, cujo dever é incrementar essa ciência, devem também orientar e auxiliar o operário sob sua chefia e chamar a si maior soma de responsabilidades do que, sob condições comuns, são atribuídas à direção. Conforme citado por Taylor (1995, p.26) Conclui-se que o objetivo mais importante de ambos, trabalhador e administração, deve ser a formação e o aperfeiçoamento do pessoal da empresa, de modo que os homens possam executar em ritmo mais rápido e com maior eficiência os tipos mais elevados de trabalho, de acordo com suas aptidões naturais. Ferreira (2011, p.112) parte do escopo que, [...] sistema de gestão por objetivos pode ser descrito como o processo pelo qual os gestores superiores e subordinados de uma organização identificam em conjunto os seus objetivos comuns, definem o campo de responsabilidade de cada indivíduo em termos dos resultados que se esperam dele e usam estas medidas como guias para a operação da unidade e para avaliar a contribuição de cada um dos seus membros’ [...]. Para que a gestão por objetivos possa ser adotada e gerar os resultados esperados é fundamental que o principal executivo da organização se comprometa com sua implantação. 26 Taylor (1995, p. 24) estrutura a ideia que, “o principal objetivo da administração deve ser o de assegurar o máximo de prosperidade ao patrão e, ao mesmo tempo, o máximo de prosperidade ao empregado. ” Conforme Taylor (1995, p.34) delineia uma ótica de, “ [...] cooperação estreita, íntima e pessoal, entre a direção e o trabalhador, é parte essencial da administração científica ou administração das tarefas. ” Taylor (1995, p.34) lança uma visão de que, “o principal problema da administração pode ser, então, resumido em obter a melhor iniciativa de cada operário. ” Taylor (1995, p.24) defina como premissa, “ a máxima prosperidade para o patrão acompanhada da máxima prosperidade para o empregado devem ser os dois fins principais da administração [...]. ” Drucker (2006, p.3) parte do princípio que, Nas organizações modernas, qualquer trabalhador com conhecimentos é um gestor se, em virtude de sua posição ou deste conhecimento, for responsável por uma contribuição que afeta materialmente a performance da organização em obter resultados. Koontz, O’donnell e Wehrich (1986, p.44-45) definem que, “ [...] em sua essência, a administração cientifica envolve uma revolução mental completa por parte do trabalhador envolvido em qualquer estabelecimento ou atividade em particular. ” Drucker (2006, p.5) salienta que, Do que poucos se convenceram até agora, contudo, foi a quantidade de pessoas que existemem qualquer organização, seja de negócios ou repartição governamental, laboratório de pesquisa ou hospital, que têm de tomar decisões de impacto significativo e irreversível. Isso por que a autoridade do conhecimento é tão legítima quanto a da posição [...] além disso, tais decisões são do mesmo tipo das da alta administração. Segundo precisado por Drucker (2006, p.38) Os gestores eficazes diferem amplamente em temperamento e habilidades, no que fazem e como fazem, em suas personalidades, conhecimento, interesses – na verdade em quase tudo distingui os seres humanos. O único fato em comum é a capacidade de conseguir que as coisas certas sejam feitas. Conforme Taylor apud Koontz, O’donnell e Wehrich (1986, p.43-44) [...] Taylor enfatizou a importância de planejamento prévio cuidadoso pelos administradores, bem como a responsabilidade, por parte dos administradores, pela construção de sistemas de trabalho que permitissem o melhor desempenho possível pelos trabalhadores. Mas, ao falar da administração, ele jamais ignorou o fato de que ‘as relações entre empregadores e empregados formam inquestionavelmente a parte mais importante desta arte. 27 De acordo com Taylor apud Koontz, O’donnell e Wehrich, (1986, p.46) “Taylor acreditava que as pessoas deviam ser cuidadosamente selecionadas e treinadas e que deviam ser encarregadas das tarefas que melhor pudessem executar." Drucker (2006, p.93-94) enfatiza que, “o gestor eficaz preenche as posições e promove na base do que uma pessoa pode fazer, não toma decisões sobre o pessoal para diminuir fraquezas, e sim aumentar a força. ” Motta (1997, p.7) evidencia que, [...] existe uma única maneira certa, que, descoberta e adotada, maximizara a eficiência do trabalho. [...] é analisar o trabalho em suas diferentes fases e estudar os movimentos necessários à sua execução e modo a simplifica-los e reduzi-los ao mínimo. [...] serão realizadas experiências como movimentos diferentes, cuja duração será medida até que se encontre a maneira mais rápida. A fim de determinar a produção-padrão, além de se determinar a ‘única maneira certa’. É preciso encontrar quem a realize. Conforme Drucker (2006, p.38) exemplifica, Identifique as perdas de tempo que resultam da falta de sistema e de previsão. O sintoma a ser verificado é a ‘crise’ recorrente, a crise que se repete ano após ano. Uma crise que ocorre uma segunda vez é uma crise que não deve ocorrer mais. A crise do estoque anual é um exemplo desse tipo de crise. Uma crise recorrente deveria sempre prevista. Ela pode, portanto, ser impedida ou reduzida ao uma rotina com a qual os funcionários consigam lidar [...] A crise recorrente não está circunscrita aos níveis inferiores de uma empresa. Ela aflige todos. Conforme enumerado por Forte e Ramirez (2002, p.7) “os que seguiam os princípios de Taylor visavam como fator fundamental a organização de tarefas e a racionalização do trabalho de cada operário. ” Taylor (1995, p.42) frisa uma concepção de que, “a administração científica, em grande parte, consiste em preparar e fazer executar essas tarefas. ” Conforme elucidado por Drucker (2006, p.41) O gestor eficaz concentra seu foco na contribuição. Ele para de olhar para seu próprio trabalho e olha para fora, para as metas. Ele se pergunta: “que tipo de contribuição posso oferecer que afetará significativamente o desempenho e os resultados da empresa para a qual eu trabalho? Sua ênfase é colocada na responsabilidade. O gestor tem como proposito a teoria clássica da administração que se baseia na eficácia na execução de tarefas. 28 2.2.2 Conceito Conforme afirma Pinheiro apud Terrence (2002, s/p) Atualmente, a gestão empresarial envolve a determinação de objetivos, a projeção e a construção de estruturas organizacionais adequadas, a mobilização dos recursos necessários para o alcance dos objetivos, além da necessidade do desenvolvimento de um processo de direção coerente, lógico e criativo, que ordene o comportamento das pessoas na organização e que possibilite cursos alternativos de ação na busca dos melhores resultados possíveis. Conforme denotado por Motta (1997, p.6) Uma das ideias centrais do Movimento de Administração Cientifica é a de que o homem é um ser eminentemente racional e que ao tomar uma decisão conhece todos os cursos de ação disponíveis, bem como as consequências da opção por qualquer um deles. Pode, assim, escolher sempre a melhor alternativa e maximizar os resultados de sua decisão. [...], no entanto, os economistas clássicos foram melhor sucedidos que os teóricos da administração. Isso é compreensível dada a natureza os problemas que interessam ao economista – problema de natureza econômica - que então sobrepõe os valores de ordem econômica aos demais. [...] já o administrador e seus subordinados lidam com problemas que nem sempre são de natureza econômica ou não o são em estado puro. Segundo explicitado por Ferreira (2011, p.107) Conforme se nota, a gestão por objetivos não surgiu como um método revolucionário de gestão, contestador das práticas da época. Na verdade, propunha a adoção de alguns princípios que aprimoravam as práticas correntes. A administração por objetivos incorpora a maioria dos princípios de gestão geralmente aceitos. Além disso, entre as suas múltiplas vantagens figuram melhores métodos de avaliação de resultados. Fayol apud Ferreira (2011, p.24) enumera que, [...] Fayol enunciou as funções precípuas8 da gerencia administrativa. O conjunto das funções administrativas forma o processo administrativo. A ideia de processo inclui o aspecto dinâmico da relação entre as diferentes funções, com cada uma delas influenciando e sendo influenciada pelas demais. São elas: PLANEJAR - significa estabelecer os objetivos da organização, especificando a forma como serão atingidos. Parte de uma sondagem do futuro, desenvolvendo um plano de ações para atingir os objetivos traçados. É a primeira das funções, já que servira de base diretora à operacionalização das outras. COMANDAR – significa fazer com que os subordinados executem o que deve ser feito. Pressupõe que as relações hierárquicas estejam claramente definidas, ou seja, que a forma como administradores e subornados se influenciam esteja explícita, assim como o grau de participação e colaboração de cada um para a consecução9 dos objetivos definidos. ORGANIZAR – é a forma de coordenar todos os recursos da empresa, sejam humanos, financeiro ou materiais, alocando-os da melhor forma, segundo o planejamento traçado. CONTROLAR – controlar é estabelecer padrões e medidas de desempenho que permitam assegurar que as atitudes adotadas são as mais compatíveis com o que a organização almeja. O controle das atividades desenvolvidas permite maximizar a probabilidade de que tudo ocorra conforme as regras estabelecidas e as 8 ETIM. do latim: praecipuus Característica do que é principal e essencial. 9 ETIM lat. consecutĭo,ōnis 'ação de seguir, ir atrás, acompanhar, construção, colocação das palavras, ação de obter, aquisição' 29 ordens ditadas. COORDENAR – a implantação de qualquer planejamento seria inviável sem a coordenação das atitudes e esforços de toda a organização (departamentos e pessoal), tendo em vista os objetivos traçados. Para Taylor (1995, p.95) são princípios, “ 1°desenvolvimento de uma verdadeira ciência; 2° Seleção científica do trabalhador; 3° Sua instrução e treinamento científico; 4° Cooperação íntima e cordial entre a direção e os trabalhadores. ” Para Taylor (1995, p.39) uma parte basilar é definir, [...] o melhor tipo de administração de uso comum pode ser definido como aquele em que o trabalhador dá a melhor inciativa e em compensação recebe incentivos pessoais de seu patrão. Este sistema de administração será chamado de administração por iniciativa e incentivo, para distingui-loda administração cientifica ou administração das tarefas, com que vai ser comparado. Segundo Taylor (1995, p.25) exemplifica, [...] a administração cientifica tem, por seus fundamentos, a certeza de que os verdadeiros interesses em ambos são um único e mesmo: de que a prosperidade do empregador não pode existir, por muitos anos, se não for acompanhada da prosperidade do empregado, e vice-versa [...]. Na ótica de Daft (2005, p.31) “um subcampo da perspectiva administrativa clássica que enfatiza as mudanças cientificamente determinadas nas práticas administrativas como a solução para melhoras a produtividade da mão de obra. ” Moritz e Linhares (2005, p.1) enfatizam um conceito, [...] tradicional de gestão, sustentado, principalmente no modelo Clássico de Taylor e Fayol, já não tem tanta validade dentro deste ambiente de instabilidade e incerteza que vive as organizações brasileiras, provenientes das turbulências dos mercados (aspectos macroeconômicos) e porque não dizer também, da sua dinâmica interna[...]. Koontz, O’donnell e Wehrich (1986, p.12) [...] as primeiras contribuições no sentido de encarar a administração geral de um ponto de vista intelectual e cientifico se originaram de experientes administradores, tais com, Fayol, Mooney, Alvin Brown, Sheldon, Barnard e Urwick. Taylor apud Koontz, O’donnell e Wehrich (1986, p.43-44) exemplifica que, A principal preocupação de Taylor, [...] foi com o aumento da eficiência na produção, não somente para reduzir custos e elevar os lucros, mas também para possibilitar o aumento da remuneração dos trabalhadores, graças à sua maior produtividade. [...]. Em resumo, Taylor considerou a produtividade como solução tanto para maiores salários quanto maiores lucros, e acreditou que a aplicação de métodos científicos, em lugar de costumes e regras rudimentares10, poderia levar a esse nível de produtividade sem o dispêndio11 de mais energia ou esforço por parte dos indivíduos. 10 ETIM rudimento + -ar adj. pouco desenvolvido, limitado quanto a valores morais, intelectuais, psicológicos. 11 ETIM lat. dispendĭum,ĭi 'id.' Aquilo que se gasta, se consome; gasto, consumo, despesa. 30 Para Bachtold (2011, p.162) “a grande maioria das empresas visa resultados financeiros; outras buscam resultados sociais; outras buscam expansão. Mas no final, todas buscam atingir os objetivos traçados. ” Um conceito preconizado consiste na gestão por objetivos que prega alguns princípios que aperfeiçoam as práticas vigentes. 2.3 TERCEIRO SETOR 2.3.1 Conceito Forte e Ramirez (2002, p.33) afirmam que, O Primeiro setor é o governo, que é responsável pelas questões sociais. O segundo setor é o privado, composto pela indústria, comércio e empresas, responsável pelas questões individuais e o bem público. Pouco conhecido e valorizado. O Terceiro setor cresceu no vácuo e na incompetência e omissão do estado. Segundo Fernandes apud Matos (2005, p.39) elucidam O terceiro setor não pode ser considerado uma categoria neutra. Deve-se reconhecer claramente a origem norte-americana (third sector12), tendo como inspiração o modelo dos non-profits13 encontrando-se carregada das referências da cultura política dos Estados Unidos, marcada pelo associativismo e pelo voluntariado baseados no individualismo. Trigueiro e Marques (2009, p. 15) denotam, As empresas com fins lucrativos buscam, além de aumentar seus lucros, também atender às necessidades de diversos públicos de interesse, tais como os: clientes, fornecedores, comunidade, governo, funcionários e outros com os quais mantenham relacionamentos diretos ou indiretos. Para aquelas sem fins lucrativos, os objetivos podem ser os mais diversos, como atender aos anseios da sociedade, no caso de uma empresa pública ou de uma Organização Não-Governamental (ONG). Drucker (2002, p.31) evidencia que, As empresas privadas – assim como as entidades públicas de prestação de serviços – são órgãos da sociedade. Não existem para si mesmas, e sim para atender a uma finalidade social especifica e atender a uma necessidade especifica da sociedade, da comunidade ou da pessoa. Não constituem fins em si mesmos, apenas meios. [...] a administração é o órgão da entidade. Não tem função em si mesma, e, na verdade, não tem existência em si mesma. Matos (2005, p.39) define, “ terceiro setor é uma expressão que vem sendo utilizada com múltiplos e diferenciados significados: é um tipo de ‘Frankenstein’: grande, heterogêneo, construído de pedaços, desajeitado, com múltiplas facetas. ” 12 Terceiro Setor 13 organizações sem fins lucrativos 31 Prédes (2007, p.190) determina uma concepção de, [...] solidariedade [...] como argumento principal na defesa do terceiro setor e, acontece juntamente com a diminuição das respostas do estado à necessidade social. Este conceito de solidariedade empregado no debate hegemônico do terceiro setor baseia-se no voluntarismo, na doação e tem pretensão de ocultar a de responsabilização estatal como a resposta às sequelas da questão social. Segundo Fernandes apud Matos (2005, p.40) Para alguns poderiam ser reconhecidos quatro segmentos do terceiro setor: formas tradicionais de ajuda mútua (creches, asilos, hospitais); movimentos sociais e das associações civis que lutam por uma determinada causa, assumindo um caráter reivindicatório14 ou contestatório15 junto à sociedade e ao estado; ou organismos por elas financiados, que apoiam a execução de projeto sociais, sem preocupação com lucratividade. Fischer e Falconer (1998, p.10) aclaram que, [...] o estado nem sempre tem respondido com a necessária eficiência na construção desta parceria. A redução de recursos orçamentários em áreas vitais para o desenvolvimento; a ação restrita a macro programas que verticalizam as ações acaba por obstaculizar a descentralização administrativa; o investimento pequeno em aperfeiçoar os procedimentos de parceria e em desenvolver os parceiros, são alguns fatores que merecem análise e tratamento imediatos, se a proposta é para valer. Prédes (2007, p.199) enuncia um entendimento que o, [...] terceiro setor seja um setor ‘independente’ da ‘ineficiência’ que caracteriza o primeiro setor (Estado) e da ganância que caracteriza o segundo setor (mercado). Seria a opção mais apropriada para atuar nas resoluções dos problemas sociais coletivos. Assim, o terceiro setor vem se configurando como uma nova forma de enfrentamento da questão social contemporânea. Conforme explicitado por Fischer e Falconer (1998, p.4) Muitas organizações sem fins lucrativos, vocacionadas para atividades de assistência social e desenvolvimento comunitário, originaram-se de agregações religiosas ou mesmo sem esta característica, mas, certamente, não tinham nascido de um esforço coletivo de oposição ao Estado ou ao regime político. De Acordo com Teixeira apud Assaf, Araújo e Fregones, (2006, p.111) Nas organizações do Terceiro Setor não existe a figura do acionista. Os proprietários de capital que investem nessas firmas não possuem expectativa de retorno financeiro. Contudo, esperam que tal investimento seja revertido para uma comunidade. Assim, apesar de não haver o acionista, existe sim o objetivo de maximização de valor econômico agregado, mas à comunidade (considera-se comunidade um conjunto de pessoas com as mesmas características/ problemas, por exemplo, comunidade de menores abandonados da cidade de São Paulo. 14 ETIM rad. depreendido de reivindicação p. ana. reivindic- + -ar requerer (algo sobre o qual se tem direito); solicitar; tentar reaver, readquirir, recuperar 15 ETIM lat. contestatĭo,ōnis oposição, contradição; impugnação 32 No conspícuo de Fischer e Falconer (1998, p.9) Parece evidente que somenteo estabelecimento de uma relação de parceria negociada entre Estado e organizações do Terceiro Setor, na qual vigorem16 critérios e indicadores aceitos formalmente e monitorados por ambos os lados, permitirá frutificar 17esta proposta de reformulação dos papéis e das relações entre ambos. Há aqui uma responsabilidade a ser assumida pelo governo, pelas entidades sem fins lucrativos e pelos estudiosos e pesquisadores desta área do conhecimento. Porque, assim como em outros campos, a elaboração de indicadores é uma tarefa de alta complexidade técnica, enquanto sua aceitação na utilização cotidiana dos modelos de gestão, depende da confiabilidade em sua precisão e fidedignidade.18 Segundo Melo apud Assaf, Araújo e Fregones (2006, p.106) é evidente a concepção de que, A instituição sem fins lucrativos não implica em empresa não lucrativa, tal expressão diz respeito à distribuição dos resultados. Todo lucro gerado deve ser reinvestido, não existe distribuição de dividendos, ou seja, não é verdade que essas organizações não podem ser lucrativas, elas podem e devem ser lucrativas, gerando recursos para investir em novos projetos sociais. De Acordo com Assaf, Araújo e Fregones (2006, p.106-107) O objetivo [...] dessas organizações deve ser maximizar os benefícios gerados com cada real arrecadado. Logo, o lucro indica o uso eficiente dos recursos, ou seja, foi possível repor os gastos e ainda existe recursos para reinvestimento. O superávit no final do exercício, além de não ser ilegal, como se imagina, permite a ampliação da ajuda dada à sociedade pela organização. Conforme demonstrado por Assaf, Araújo e Fregones (2006, p.106-107) “ a escassez de recursos nessas empresas, visto que a maior parte delas depende da solidariedade alheia, exige, ainda mais, uma gestão eficiente da organização. ” De Acordo com Teixeira apud Assaf, Araújo e Fregones (2006, p.107) As deficiências na gestão organizacional destas entidades, a pressão para buscarem sua auto sustentação financeira, a escassez de apoio técnico e a grande diversidade de membros que compõe suas estruturas são restrições a um maior desenvolvimento do terceiro setor [...]. Conforme exemplificado por Costa e Visconti (2001, p.4) [...] subconjunto formado pelas organizações não governamentais, conhecidas como ONGs, e pelas fundações e institutos com atuação pública vinculados às empresas, que se apresentam como a inserção19 empresarial no terceiro setor. Segundo citado por Junqueira (2004, p.31) [...]organizações sem fins lucrativos e não-governamentais constituem aquilo que se denomina terceiro setor, sem serem consideradas nem estado nem mercado. São organizações públicas privadas, porque não estão voltadas à 16 ETIM lat. vĭgor,ōris manifestação de firmeza, segurança. 17 ETIM lat. Fructifĭco produzir resultados vantajosos. Dar fruto (s) 18 ETIM expr. lat. fide dignus digno de crédito, de confiança, de fé. 19 ETIM do lat.tar. insertione 'id.' Introdução ou inclusão de uma coisa em outra; intercalação, interposição. 33 distribuição de lucros para acionistas ou diretores, mas para a realização de interesses públicos, entretanto, desvinculadas do aparato estatal. Costa e Visconti (2001, p.4) afirmam observar a expansão, [...] de um ‘terceiro setor’, coexistindo com os dois setores tradicionais: o primeiro setor, aquele no qual a origem e a destinação dos recursos são públicas, corresponde às ações do Estado e o segundo setor, correspondente ao capital privado, sendo a aplicação dos recursos revertida em benefício próprio. O terceiro setor constitui-se na esfera de atuação pública não-estatal, formado a partir de iniciativas privadas, voluntárias, sem fins lucrativos, no sentido do bem comum. Nesta definição, agregam-se, estatística e conceitualmente, um conjunto altamente diversificado de instituições, no qual incluem-se organizações não governamentais fundações e institutos empresariais, associações comunitárias, entidades assistenciais e filantrópicas20, assim como várias outras instituições sem fins lucrativos. Conforme citado por Laville apud França (2002, p.10-11) o terceiro setor vem de uma filiação, [...] anglo-saxônica, refletiria apenas a ponta do iceberg que representada este mar de iniciativas não-governamentais e não mercantis na América Latina. Portanto, a interpretação do terceiro setor via literatura anglo- saxônica, que é dominante, funda uma verdadeira abordagem específica desse termo, em que sua existência é explicada principalmente “pelos fracassos do mercado quanto à redução das assimetrias informacionais, como também pela falência do Estado na sua capacidade de satisfazer as demandas minoritárias. Costa e Visconti (2001, p.5) demonstram que, “ o conceito mais aceito atualmente é o de uma esfera de atuação pública, não-estatal, formada a partir de iniciativas privadas voluntárias, sem fins lucrativos, no sentido do bem comum. ” Forte e Ramirez (2002, p.34) ratificam uma ideia que, O terceiro setor vem crescendo pela participação das ONG’s – Organizações não governamentais, cujo termo ganhou força nas décadas de 80 e 90. Após a redemocratização do país [...]os fatores que impulsionam o crescimento deste segmento o terceiro setor seriam a maior organização da sociedade civil na luta pelos direitos do cidadão e o interesse das empresas em formas entidades de caráter social. Conforme dito por França (2002, p.13) O termo economia social serve [...] para designar, de um ponto de vista jurídico, o universo constituído por quatro tipos organizacionais fundamentais: as cooperativas, as organizações mutualistas, as fundamentações e algumas formas de associação de grande porte. É justamente em relação às características atuais assumidas pela economia social que vem se demarcar a noção de economia solidária, pela afirmação da dimensão política na sua ação. França (2002, p.16) argumenta um conceito importante para o sucesso do terceiro setor que é, 20 ETIM lat. Philanthropĭa, desprendimento, generosidade para com outrem; caridade. 34 O mutirão21 é um sistema de auto-organização popular e comunitária para a realização e a concretização de projetos que consiste em associas o conjunto dos membros de uma comunidade na execução dos seus próprios projetos coletivos. Junqueira (2004, p.27) conceitua que, A incorporação das organizações do terceiro setor introduz uma nova dinâmica na gestão das políticas sociais, que, privilegiando a lógica do cliente, valoriza a gestão Intersetorial, que possibilita o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e equânime22. Ciconello et al. (2004, p.67) diz que, [...] organizações do terceiro setor devem ter fontes de recursos diversas, não dependendo única e exclusivamente de seus financiadores e associados. Devem desenvolver ações que busquem sua auto-sustentabilidade, entendida como não dependência de terceiros, para viabilizar o atendimento adequado das suas finalidades sociais. Segundo frisado por Ciconello et al. (2004, p.67) Entendem-se com programas de geração de renda os projetos executados dentro das organizações do terceiro setor que geram recursos para a manutenção das próprias entidades. Esses programas englobam a venda de produtos e a prestação de serviços. Conforme explanado Costa e Visconti (2001, p.25) [...] o setor de educação respondia pela maior concentração de organizações (cerca de 29%) excetuando-se aquelas entidades que prestam apenas algum tipo de assessoria. Apesar das outras áreas que vêm se incorporando ao escopo23 de trabalho das ONGs mais recentemente formadas, notamos uma prioridade pela atuação junto à educação, visualizada, também, pelo volume de periódicos, cartilhas, manuais e vídeos produzidos pelas instituições. Há que se ressaltar o crescimento significativo de um ramode atuação dentro da própria educação: a educação para a cidadania, conceito historicamente presente nas ações implementadas pelas ONG’s. O terceiro setor se embasa na filantropia devido à grande diversidade das classes sociais existentes. 2.3.2 Definição França (2002, p.10) afirma que este termo é herdeiro de, [...] uma tradição anglo-saxônica24, particularmente impregnada pela ideia de filantropia. Essa abordagem identifica o terceiro setor ao universo das organizações sem fins lucrativos. 21 Mobilização coletiva para auxílio mútuo de caráter gratuito, esp. entre trabalhadores do campo, por ocasião de roçada, colheita etc. 22 ETIM lat. aequanimĭtas,ātis 'id.' Julgamento ou consideração imparcial; equidade, imparcialidade, retidão, neutralidade. 23 ETIM gr. Skopós ponto em que se mira; alvo. Intenção; objetivo. 24 Refere-se aos países das Américas que tem como principal idioma o inglês e que também possuam laços históricos, étnicos, linguísticos e culturais com o Reino Unido. 35 Fernandes apud Trigueiro e Marques (2009, p. 16) denota uma percepção que o terceiro setor é um, [...] conjunto de organizações e iniciativas privadas que visam à produção de bens e serviços públicos. Este é o sentido positivo da expressão. ‘Bens e serviços públicos’, nesse caso, implicam uma dupla qualificação: não geram lucros e respondem a necessidades coletivas. Albuquerque (2006, p.18) enumera que, A expressão ‘terceiro setor’ é uma tradução do termo em inglês third sector, que, nos estados unidos, é usado junto com outras expressões, como ‘organizações sem fins lucrativos’ (nonprofit organizations) ou ‘setor voluntário’ (Voluntary sector25). Para Salamon (1998, p.11) “a tarefa para organizações do terceiro setor é encontrar um modus vivendi 26com o governo que propicie suficientes suportes legal e financeiro, preservando grau significativo de independência e autonomia. ” De Acordo com Assaf, Araújo e Fregones (2006, p.111) “[...] as empresas do Terceiro Setor, apesar de não possuírem finalidades lucrativas, devem apresentar resultados positivos permitindo o reinvestimento em projetos sociais. ” Conforme Albuquerque (2006, p.80) a filantropia do terceiro setor está no fato de que, O trabalho voluntário não gera vínculo empregatício nem obrigação de natureza trabalhista, previdenciária etc. Para que seja considerado voluntário, é preciso que o trabalho preencha os seguintes requisitos: Ser voluntário (não pode ser imposto ou exigido como contrapartida de algum benefício prometido pela entidade). Ser gratuito. Ser prestado pelo indivíduo isoladamente (e não por organização de qual ele faça parte). Ser prestado a entidade governamental ou privada sem fins lucrativos e voltada para objetivos públicos. Matos (2005, p.39) afirma que o denominado o, [...] terceiro setor, que, vinculado à filantropia empresarial, busca atuar e se firma por meio das variadas ações propositivas e afirmativas, tendendo a se estruturar como empresas denominadas cidadãs, por serem sem fins lucrativos. De Acordo com Assaf, Araújo e Fregones (2006, p.106) O Terceiro Setor é constituído de organizações sem fins lucrativos e com um objetivo social bem definido, ou seja, firmas cuja finalidade maior é promover benefícios à sociedade. Geralmente, elas dependem de recursos oriundos de doações, transferência de fundos sem ônus27 e de trabalho voluntário. Segundo exemplificado por Costa e Rosa apud Assaf, Araújo e Fregones (2006, p.110) 25 Setor Voluntário 26 Locução substantivo: jur. Acordo em virtude do qual se estabelece uma situação a ser seguida pelos contratantes, em caráter temporário. 27 ETIM lat. ŏnus,ĕris aquilo que implica uma sobrecarga; carga, peso. 36 Terceiro Setor é avaliado por muitos com otimismo, pois são essas organizações sem fins lucrativos a via eficaz para assegurar a participação social, eliminar a ineficiência da burocracia estatal e assegurar a eficácia dos serviços públicos. Costa e Rosa apud Assaf, Araújo e Fregones (2006, p.110) explicitam o conceito que, “o terceiro setor vem atuar como uma extensão da ação do Estado tradicional, e amplia o espaço do próprio Estado, cobrindo lacunas de participação social. ” Segundo citado Junqueira (2004, p.27) A incorporação das organizações do terceiro setor introduz uma nova dinâmica na gestão das políticas sociais, que, privilegiando a lógica do cliente, valoriza a gestão Intersetorial, que possibilita o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e equânime28. França (2002, p.12) afirma que, As iniciativas gestadas no seio dessa economia social nascente aparecem como alternativas, em termo de organização do trabalho, àquela proposta pela forma dominante de trabalho assalariado instituída pelo princípio econômico que começava a se tornar hegemônico29, imposto pela empresa capitalista nascente. Costa e Visconti (2001, p.5-6) empregam o conceito de que, [...] as entidades que compõem o terceiro setor não possuíam qualificação específica, por finalidade ou causa, no direito brasileiro. Tal heterogeneidade30, além da complexidade em se mapear, quantificar, qualificar e analisar tais organizações, dificultava o estabelecimento de normas, incentivos e políticas para o setor, representando uma grande barreira para seu desenvolvimento e para a clara percepção da sociedade quanto aos diferentes propósitos aos quais serviam. Assim, sob o mesmo estatuto jurídico estavam as organizações efetivamente de interesse e utilidade pública, que prestavam serviços gratuitos à população, e outros tipos de organizações como clubes de serviços, de futebol, universidades e escolas privadas, dentre outros. Deste modo, a ideia de um terceiro setor aplica-se mais para delimitar um tipo de atuação diferenciada das instâncias de governo e de mercado, mas que, embora com a mesma característica legal, é composto por um conjunto de instituições bastante diferentes quanto à filosofia de atuação, dimensões, temáticas e formas de intervenção. Conforme mencionado por Fernandes apud Assaf, Araújo e Fregones (2006, p.109) [...]terceiro setor: é composto de organizações sem fins lucrativos, criadas e mantidas principalmente pela participação voluntária, em um âmbito não governamental, dando continuidade às práticas tradicionais da caridade, da filantropia e do mecenato e expandindo o seu sentido para outros domínios, graças, sobretudo, à incorporação do conceito de cidadania e de suas múltiplas manifestações na sociedade civil. 28 ETIM lat. aequanimĭtas,ātis 'id.' Julgamento ou consideração imparcial; equidade, imparcialidade, retidão, neutralidade. 29 ETIM gr. hēgemonía,as 'id.' Supremacia, influência preponderante exercida por cidade, povo, país etc. sobre outros. Autoridade soberana; liderança, predominância ou superioridade. 30 ETIM heterogêne(o) que possui natureza desigual e/ou apresenta diferença de estrutura, função, distribuição etc. (diz-se de qualquer coisa em comparação com outra). 37 Assaf, Araújo e Fregones (2006, p.106) apontam uma ideia de que, [...] as alianças com as empresas lucrativas são extremamente valiosas para as organizações sem fins lucrativos, pois, além de levarem recursos financeiros para essas entidades, disseminaram ainda mais, no Brasil, a cultura de preocupar-se com os problemas sociais do país. Atualmente, muitas escolas já ensinam às crianças a importância de proteger o meio ambiente e incentivam o voluntariado na ajuda ao próximo. Conforme dito por França (2002, p.14) Na prática, o termo economia solidária identifica hoje uma série de experiências organizacionais inscritas numa dinâmica atual em torno das chamadas novas formas de solidariedade. O Fato é que se vêm verificando a emergência
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