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AULA 1 CONTABILIDADE GERENCIAL Profª Marineusa Rodrigues 2 INTRODUÇÃO A presente aula tem o objetivo de discorrer sobre a contabilidade gerencial e responder a algumas perguntas, como: o que é contabilidade gerencial? Quem são os usuários das informações contábeis gerenciais e financeiras? A contabilidade gerencial e a contabilidade financeira são a mesma coisa? Contemplam os mesmos tipos de usuários? Além dessas, analisaremos também outras questões no decorrer desta aula. Uma pergunta importante que podemos fazer e que irá nortear uma boa parte desta aula será: por que há informação financeira/gerencial? Podemos afirmar com toda certeza que a informação só existe porque alguém precisa dela. Algum usuário, seja interno ou externo, precisa tomar uma decisão e, por esse motivo, será necessário ter em mãos uma informação rápida e certeira com o menor nível de viés possível. Com base nesta discussão, vamos iniciar a nossa aula para responder a esses e outros questionamentos. TEMA 1 – CONTABILIDADE GERENCIAL Vamos iniciar respondendo o que é a contabilidade gerencial. Padoveze (2010, p. 3) responde à questão da seguinte maneira: A contabilidade gerencial pode ser definida como o processo de identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação de informação (tanto financeira como operacional) utilizada pela administração para planejamento, avaliação e controle dentro da organização e para assegurar o uso e a responsabilidade sobre seus recursos. Podemos afirmar que a contabilidade gerencial cria valores, e esse valor pode ser representado pelo preço de mercado da ação ordinária da companhia. Para que o preço de mercado da ação de uma companhia possa representar valor, as informações financeiras e gerenciais devem ser claras e sem viés, desta forma os seus usuários passam a confiar nas informações divulgadas, fazendo com que o preço das ações suba e permaneça em patamares altos. Quando falamos em viés, estamos tratando da assimetria das informações geradas pelas companhias. Em se tratando da contabilidade financeira, as normas contábeis ajudam a diminuir essa assimetria nas informações fornecidas, já que podem existir interesses econômicos por parte dos gestores que podem afetar as informações divulgadas. 3 Figura 1 – Assimetria da informação 1.1 Usuário das informações contáveis – stakeholders Vamos, então, dar nomes a esses usuários? Antes de mais nada, vamos lembrar que temos usuários internos e externos. • Proprietários, administradores, gestores e funcionários são considerados usuários internos. • Já os acionistas, credores, investidores e governo são considerados usuários externos. É importante separarmos esses usuários para que possamos perceber como a informação contábil não pode ser elaborada da mesma forma para todos, pois como já dissemos, são públicos diferentes. Cada tipo de usuário possui um tipo de interesse e, dessa forma, as informações precisam ser efetuadas levando em consideração que a informação disponibilizada deverá atender a todos esses usuários. Saiba mais Veja no link a seguir um vídeo sobre a história da evolução da contabilidade produzido pelo CFC – Conselho Regional de Contabilidade: <https://www.youtube.com/watch?v=pxA-gFB98eM>. Quais informações são úteis para os credores? Vejamos que o interesse do credor se encontra em analisar a capacidade de liquidação das dívidas no futuro da empresa. E os investidores? Para o investidor, talvez a decisão seja ainda um pouco mais difícil, pois é o seu dinheiro que está aplicado naquela empresa, portanto ele precisa saber se pode ou não acreditar no futuro dela. Gestor Possui todas as informações que precisa para tomar uma decisão Deve fornecer informações sobre a entidade Investidores, Credores e Fisco 4 Pense que, para esses dois tipos de usuários, o que realmente interessa é o futuro da empresa. E o governo? Veja que o interesse do governo é distinto, pois, enquanto os credores e investidores se preocupam com o futuro da empresa, o governo se preocupa com seu passado. Trata-se de interesses econômicos diferentes, pois para o governo, o interesse econômico está em arrecadar tributos. Saiba mais Até o século XVIII, a contabilidade baseava-se exclusivamente em uma contabilidade financeira, pois naquela época a economia girava em torno das atividades comerciais. A produção de bens ficava por conta de pessoas físicas ou grupo de pessoas que raramente constituíam-se como pessoa jurídica. Porém, com a Revolução Industrial, ocorreu o advento das indústrias, e desta forma surgiu a necessidade de se implementar uma contabilidade mais arrojada. É sempre importante lembrar que a contabilidade é uma ciência social, portanto está ligada à evolução da sociedade. Hoje, estamos na Era da Tecnologia e Inovação, o que torna ainda mais importante estudarmos esta Ciência. 1.2 Fins gerenciais Os gestores poderiam utilizar demonstrações financeiras elaboradas com regras contábeis para fins gerenciais? Os relatórios contábeis elaborados de acordo com as normas contábeis podem ser bastante úteis para a contabilidade gerencial, na coleta de informações, porém não são detalhados da forma como o usuário interno necessita e deseja para efetuar os controles e organização da empresa. TEMA 2 – DIFERENÇA ENTRE CONTABILIDADE GERENCIAL E FINANCEIRA A contabilidade evoluiu ao longo dos anos e podemos destacar que o marco da separação entre seus dois tipos foi a adoção pelo Brasil das normas internacionais de contabilidade. A contabilidade internacional foi adotada no Brasil por meio da Lei n. 11.638, de 28 de dezembro de 2007, publicada no Diário Oficial da União nesta data. Anterior a essa Lei, o Brasil dispunha de normas próprias contidas em legislações e atos normativos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), aplicáveis às companhias abertas, e também havia a Lei n. 6.404, de 15 de 5 dezembro de 1976, porém, essas legislações possuíam uma forte influência da tributação dada principalmente pelo Decreto-Lei n. 1.598, de 26 de dezembro de 1977. A partir de então, a contabilidade deixou de ser regulada por Leis e passou a apoiar-se na primazia da essência sobre a forma. A contabilidade gerencial pode se utilizar de vários procedimentos adotados pela contabilidade financeira, contudo, trata-se de uma análise mais aprofundada e mais detalhada para atender às necessidades de informações que os gestores precisam para a sua tomada de decisão. Quadro 2 – Principais diferenças entre a contabilidade gerencial e a contabilidade financeira Pontos de comparação Contabilidade financeira Contabilidade gerencial Tipo de usuário Externos Internos Interessados na informação Acionistas, bancos, fornecedores, clientes, outros. Gestores, controllers e demais responsáveis pela administração da entidade. Tipos de relatório Abrange a entidade como um todo. Abrange parte da entidade: unidades, filiais, departamentos (produção). Objetivos dos relatórios Facilitar a análise financeira para as necessidades dos usuários externos. Em especial, facilitar planejamento, controle, avaliação de desempenho e tomada de decisão internamente. Forma dos relatórios Balanço Patrimonial, demonstração dos resultados, Demonstração do Fluxo de Caixa e Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. Orçamentos, Contabilidade por responsabilidade, relatórios de desempenho, relatórios de custo, relatórios especiais não rotineiros para facilitar a tomada de decisão. Frequência dos relatórios Obrigações legais podem exigir por trimestre, semestre e ano. Não há qualquer restrição, de acordo com a necessidade da entidade. Pode ser por dia. Regras/normas Normas e Princípios contábeis. IFRS, USGAAP e NBC (Brasileira). Nenhuma restrição, excetoas determinadas pela administração da entidade. Característica da informação fornecida Objetiva (Sem viés), verificável, relevante, comparável e tempestiva. Relevante e tempestiva, subjetiva sob a ótica do julgamento da finalidade do interesse, sem rigores de verificabilidade e precisão. 6 Horizonte de tempo considerado Informações e dados são retrospectivos e históricos. Histórica e preditiva – orientada para o futuro. Fonte: Iudícibus, 2010, p. 6. 2.1 Essência sobre a forma Você sabe o que significa essência sobre a forma? A contabilidade não é uma ciência exata, e sim uma ciência social. Por isso, deve sempre prevalecer mais a essência de uma operação do que o que está descrito em um documento, nota fiscal ou contrato. Saiba mais Em 25 de janeiro de 2019, ocorreu o rompimento da barragem em Brumadinho. A barragem é controlada pela Vale S/A, sendo a barragem da Mina Córrego do Feijão. O desastre causou a morte de muitas pessoas e outras estão desparecidas até hoje. A Vale teve sua imagem atingida, suas ações caíram e milhões foram pagos em multas e indenizações. Acesse o link a seguir e verifique o que a empresa fez para tentar melhorar sua imagem após este desastre: <http://www.vale.com/esg/pt/Paginas/Brumadinho.aspx>. TEMA 3 – GESTÃO ESTRATÉGICA Podemos definir a gestão estratégica como sendo os objetivos e práticas de uma companhia, os quais são definidos pelos seus gestores. Trata-se de uma função básica, um apoio à empresa que pode ser tanto na parte operacional como na parte estratégica. Assim, pode-se ter tanto modelos para decisões estratégicas quanto de cunho transacional. Aqui, vamos tratar do modelo de gestão estratégica, o qual está ligado ao sistema institucional da empresa, sua missão, crença e valores. Uma boa gestão estratégica passa pelas fases de planejamento, formulação, implantação e controle. Vamos analisar cada uma dessas fases a seguir. Saiba mais Acompanhe o Planejamento Estratégico da Petrobrás 2021-2025 no seguinte link: <https://api.mziq.com/mzfilemanager/v2/d/25fdf098-34f5-4608- b7fa-17d60b2de47d/174ab356-7f22-96e7-6828-94b10fcb3349?origin=1>. 7 3.1 Planejamento Planejar significa preparar algo, preparar um trabalho ou uma tarefa, por exemplo. Portanto, o planejamento estratégico seria um plano formal definido pelos gestores de uma organização. Para que o gestor consiga desenvolver um planejamento estratégico, é importante que ele defina: • qual é a missão da empresa; • como a empresa se vê no futuro; • princípios a serem zelados pela organização; • aonde a empresa deseja chegar; • quais são as metas e objetivos da empresa de acordo com o fator temporal. Corresponde aos planos a longo prazo e que estão ligados à continuidade da empresa no ambiente em que ela está inserida se relaciona, pois são planos que irão nortear toda a vida da organização. 3.2 Formulação Na etapa da formulação da estratégia, é necessário primeiramente fazer uma análise do ambiente interno e externo da empresa. Neste momento, você pode estar se perguntando: “or quê?”. Vejamos que é muito importante identificar os pontos fracos e os pontos fortes da organização, as oportunidades e as ameaças, avaliar os recursos que a empresa possui e que estão disponíveis, pois este é o momento de colher informações que ajudarão nos processos seguintes. 3.3 Implantação Nesta etapa, você irá colocar em prática tudo o que foi definido na etapa anterior, ou seja, na formulação. Portanto, podemos dizer que a etapa da implantação e da formulação devem andar juntas, pois se entendidas separadamente, a gestão estratégica da empresa será prejudicada. Por esse motivo, a formulação da estratégia precisa estar muito bem alinhada com a estrutura. Os trabalhadores do processo de formulação e implementação precisam estar envolvidos e comprometidos para que a implantação seja eficaz. A comunicação nas fases do processo determinará o sucesso ou fracasso do processo. 8 3.4 Controle Podemos dizer que esta é uma das fases mais importantes, pois é aqui que os gestores poderão analisar o desenvolvimento do seu planejamento estratégico. Nesta etapa, o gestor poderá analisar a sua trajetória, o desempenho da sua estratégia, fazer comparações com o que foi desejado e o que foi realizado e realizar ações para corrigir as etapas anteriores, caso identifique que precisam de correções. 3.5 Responda1 (CESPE – IINMETRO) O sistema de contabilidade gerencial se preocupa com o fornecimento de informações úteis ao planejamento, controle e tomada de decisões pelos administradores da empresa, em contraposição ao sistema de contabilidade financeira, preocupado em fornecer informações aos usuários externos. Em razão desse objetivo, o sistema de contabilidade gerencial caracteriza-se: 1. pela obediência rigorosa dos princípios e normas contábeis; 2. pela precisão na mensuração dos custos e resultados; 3. por ser voltada aos administradores, acionistas e órgãos reguladores; 4. por priorizar a objetividade sobre a relevância; 5. pela ênfase em decisões voltadas para o futuro. TEMA 4 – CONTABILIDADE GERENCIAL E SISTEMA DE INFORMAÇÃO Padoveze (2010, p. 48) define sistema de informação como um conjunto de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros agregados segundo uma sequência lógica para o processamento dos dados e tradução em informações, para com seu produto, permitir às organizações o cumprimento de seus objetivos principais. O que é mais comum vermos atualmente é a elaboração de sistemas de informação voltados para a escrituração contábil, ou seja, voltados para a parte financeira. Porém, para estruturar uma contabilidade gerencial, é necessário um sistema de informação voltado especificadamente para a parte gerencial. Contudo, será necessário que o sistema gerencial consiga “conversar” com o 1 O gabarito pode ser encontrado ao final deste material, após as referências. 9 sistema financeiro, pois poderá utilizar algumas informações para elaborar o próprio sistema gerencial. Os sistemas de informações classificam-se em: • Sistemas de informação às operações: esse sistema irá auxiliar os departamentos da empresa a executarem suas funções, como por exemplo, o setor de compras ou de produção. • Sistemas de informação de apoio à gestão: já o sistema de informações de apoio à gestão será elaborado tendo como base as informações geradas no sistema operacional e será voltado para informações econômico- financeiras da empresa. Saiba mais A seguir, colocamos o link do site da Empresa BRF, para que você possa analisar o relatório integrado da administração da organização e verificar a estratégia da utilizada pela empresa. Link: <https://s3.amazonaws.com/mz- filemanager/4d44a134-36cc-4fea-b520-393c4aceabb2/90df5368-9d93-4b02- bdb9-b83fa9a5c19d_BRF_Relatorio_Integrado_2019_PORT.pdf>. 4.1 Arquitetura de um sistema de informação contábil gerencial Para o sucesso de um sistema de informação gerencial, será necessário que dois critérios básicos sejam atendidos: a necessidade da informação e o seu planejamento e controle. Quando falamos em necessidade da informação, precisamos considerar que quem irá determinar essa necessidade é o usuário final, portanto é importante atender à necessidade do consumidor e não do contador que está elaborando essa informação. Em relação ao planejamento, é necessário entender que nem todos os usuários terão conhecimentos contábeis, portanto, será necessário desenvolver relatórios com aspectos diferenciados. Isso porque estamos tratando de usuários diferenciados. É importante ter isso em mente porque, para passar à fase de controle, será necessário que todos os usuários tenham entendido a informação disponibilizada. 10 4.2 Fundamentos de um sistema de informação contábil Conforme entendido porPadoveze (2010, p. 52), existem três pontos fundamentais para que um sistema e informação contábil tenha validade perene dentro de uma entidade: operacionalidade, integração e custo da informação. 4.2.1 Operacionalidade A operacionalidade diz respeito a como as informações são coletadas. Nessa fase de coleta de informações, o contador precisará contar com o apoio de profissionais de outras áreas, como produção, venda, estoque, entre outras. Isso se faz necessário pois ninguém melhor do que o colaborador que está dentro daquele setor para passar ao contador as informações de que ele precisa com uma boa precisão. 4.2.2 Integração Dentro das empresas, nós vemos sistemas de informação integrados e não integrados. O sistema integrado irá abranger todas as áreas necessárias para o gerenciamento das informações desejadas, já o sistema não integrado terá sistemas separado por área, como por exemplo: setor de custo, setor financeiro, setor orçamentário, entre outros, cada qual com um sistema isolado. Quando o sistema é integrado, as chances de um relatório gerencial estar impreciso são bem menores, pois para que a informação seja exata, é necessário que uma mesma informação coletada transite em todos os departamentos. Observe que nesta fase é importante a classificação do plano de contas que será utilizado por todos os departamentos, para que todos falem a mesma língua. É desejável que os lançamentos para classificação das despesas e custos de cada departamento não sejam efetuados dentro do setor contábil, visto que é mais fácil a identificação e classificação ao departamento que está vivenciando aquela despesa. 4.2.3 Custo da informação Neste ponto, não há muito o que discutir. Recomenda-se que o contador ou gerente que irá implantar o sistema na empresa observe o custo-benefício que 11 essa implantação trará para a empresa, lembrando que o custo deverá ficar sempre abaixo dos benefícios proporcionados. 4.3 Visão do contador e posição do usuário De acordo com Iudícibus (2020, p. 62), qual é a visão do contador e posição do usuário em um sistema de informação? O contador nunca deve impor sua visão da informação que está fornecendo. Sua obrigação é fornecer o que pedem, do jeito que pedem. Se consultado, ele pode opinar, mas nunca impor. Ele tem de respeitar a posição do usuário e sua forma de enxergar e utilizar a informação contábil. TEMA 5 – CONTABILIDADE GERENCIAL COMO FERRAMENTA DE DECISÃO A contabilidade gerencial é usada como ferramenta para tomada de decisões, porém ressaltamos aqui novamente que é importante que ela esteja integrada com a contabilidade financeira, a contabilidade de custos e todos os dados contábeis disponíveis. Algumas ferramentas são imprescindíveis na contabilidade gerencial, como: custeio por absorção, custeio direto ou variável, custeio padrão, orçamento, ABC, balancete scorecard, fluxo de caixa, demonstração de resultados, balanço, EVA, entre outros. A contabilidade gerencial depende da contabilidade financeira e também da contabilidade de custos para coletar dados para que possa produzir relatórios gerenciais confiáveis, portanto se faz necessário que analisemos também essas ferramentas que serão utilizadas na contabilidade gerencial. 5.1 Mensuração da situação patrimonial e financeira Os elementos que estão diretamente ligados à situação patrimonial e financeira da entidade são o ativo, o passivo e o patrimônio líquido. Tivemos recentemente a revisão da estrutura conceitual pelo International Accounting Standards Board (IASB) para o relatório financeiro (conceptual framework for financial) a partir de 1º de janeiro de 2020. No Brasil, tivemos a aprovação do documento de revisão do Pronunciamento Técnico CPC 00 pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e o Conselho Federal de 12 Contabilidade (CFC) por meio da Deliberação CVM n. 835, de 10 de dezembro de 2019. Vamos analisar como ficaram esses conceitos após a revisão: • Ativo: é um recurso econômico presente controlado pela entidade como resultado de eventos passados. Recurso econômico é um direito que tem o potencial de produzir benefícios econômicos. • Passivo: é uma obrigação presente da entidade de transferir um recurso econômico como resultado de eventos passados. • Patrimônio líquido: é a participação residual nos ativos da entidade após a dedução de todos os seus passivos. 5.2 Demonstrações financeiras e contábeis Mencionamos anteriormente que as demonstrações contábeis são tidas como ferramentas importantes para a tomada de decisão. Vamos então começar a analisar essas demonstrações individualmente para que você possa saber diferenciar as informações contábeis financeiras de informações úteis para os relatórios gerenciais. As demonstrações devem ser elaboradas de acordo com as normas provenientes do Comitê de Pronunciamento Contábil (CPC) e o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e os padrões internacionais pela convergência das normas internacionais de contabilidade, que são: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado (DRE), Demonstração do Resultado Abrangente (DRA), Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e Notas Explicativas. É importante frisar que a DVA não é obrigatória para todos os tipos de empresa, apenas para as companhias abertas. Em relação à DFC, a Lei n. 6.404 de 1976, art. 176, no parágrafo 6º, dispensa a sua elaboração nos casos em que se trate de uma companhia fechada com patrimônio líquido inferior a R$ 2 milhões, na data do balaço. Antes de falarmos individualmente sobre cada demonstração, é importante relembrarmos alguns princípios aplicados à contabilidade financeira: • Regime de competência: a contabilidade financeira deve adotar o regime de competência para o registro das suas operações. Esse regime 13 reconhece os efeitos das transações quando efetivamente ocorrem, e não quando são pagos ou recebidos. • Princípio da continuidade: as demonstrações contábeis financeiras devem ser sempre elaboradas levando em conta que a empresa não tem a intenção de entrar em liquidação ou reduzir suas operações. • Informação contábil financeira útil: para que a informação contábil seja tida como útil, ela precisará ser relevante, ter representação fidedigna, ser comparável, verificável, tempestiva e compreensiva. 5.2.1 Balanço patrimonial O balanço patrimonial é constituído de duas colunas: a coluna do lado direito representa as obrigações a pagar e as fontes e origens dos financiamentos que são denominadas de passivo e patrimônio líquido. Já a coluna do lado esquerdo representa os investimentos e a aplicação dos recursos que são originados do passivo e do patrimônio líquido, denominados de ativo. O Balanço Patrimonial deverá conter informações referentes a: clientes e outros recebíveis, Caixa e equivalente de Caixa, estoques, ativos financeiros, ativos não circulantes (classificados como disponíveis para venda), ativos biológicos, investimentos avaliados pelo MEP (Método de Equivalência Patrimonial), propriedade para investimentos, imobilizado, intangível, contas a pagar, provisões, obrigações financeiras, impostos diferidos, participação de não controladores, capital integralizado e reservas. 5.2.2 Demonstração do resultado do exercício (DRE) e demonstração do resultado abrangente (DRA) Na DRE ocorrerá a mensuração do resultado do período, momento em que são informadas as receitas e despesas do período. É importante frisar que as despesas reconhecidas no período devem estar associadas à receita que gerou essa despesa no mesmo período simultaneamente, aplicando-se assim o princípio da confrontação entre as receitas e despesas. Já na DRA serão informadas todas as modificações ocorridas noPatrimônio Líquido que estejam relacionadas como seus sócios, como por exemplo aumento ou redução de capital, os dividendos, receitas e despesas da 14 DRE e ajustes ocorridos na conta de ajustes de avaliações patrimoniais, ou seja, as avaliações a Valor Justo e o custo atribuído (Deemed cost). 5.2.3 Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMLP) Todas as variações ocorridas em todas as contas do patrimônio líquido da empresa em um determinado período são representadas na DMPL. Nesta demonstração, serão representados: o capital social, os ajustes de avaliações patrimoniais, as reservas de lucros, as ações em tesouraria, os prejuízos acumulados, os lucros acumulados (quando admitido) e outras contas que possam ser emitidas pelo CFC. 5.2.4 Demonstração do fluxo de caixa (DFC) Esta demonstração é muito importante para os usuários, pois é por meio dela que será avaliada a capacidade da entidade em gerar caixa e seus equivalentes, ou seja, representa o fluxo financeiro da entidade contribuindo de forma muito eficaz para a gestão. A DFC demonstra toda a entrada e a saída de dinheiro do caixa em um determinado período. Podemos dizer que essa demonstração é a união de duas outras demonstrações: O balanço patrimonial e a Demonstração do Resultado. Ela pode ser elaborada pelo método direto e ou indireto, ficando a escolha da entidade o método a ser utilizado: • Método direto: indica as contas que referem-se a recebimentos e desembolsos brutos das atividades operacionais (recebimentos de clientes, pagamentos a fornecedores entre outros); contas que se referem às atividades de Investimentos (aquisição de investimentos, pagamento pela compra de imobilizado e intangível, entre outros) e contas que se referem a atividades de financiamentos (empréstimos contraídos, amortizações de empréstimos, aumento de capital, distribuição de sobras e outras origens e aplicações). • Método Indireto: neste método, a demonstração tomará como base os lucros ou prejuízos informados na Demonstração do Resultado e, a partir disso, fará os ajustes para se chegar ao resultado líquido ajustado. As contas a serem ajustadas podem ser a depreciação/amortização, juros transcorridos e não pagos, reversão de provisão, provisão para créditos de 15 liquidação duvidosa, resultado de equivalência patrimonial entre outros ajustes. 5.2.5 Demonstração de valor adicionado (DVA) Segundo Iudicíbus (2010, p. 26), a finalidade desta demonstração é evidenciar a geração do valor econômico agregado pelos produtos e serviços oferecidos pela entidade e a sua respectiva distribuição para os salários de empregados, impostos com o governo, juros incorridos com instituição financeira e lucros e dividendos com os proprietários. Compõe-se basicamente de duas partes: • Evidenciação do valor adicionado gerado; • Evidenciação do valor adicionado distribuído. É importante frisarmos que essa demonstração é apenas obrigatória para as companhias abertas e que se trata de uma ferramenta importantíssima para a tomada de decisão dos gestores, pois ela traz uma estrutura básica de custos da entidade. 5.2.6 Notas explicativas As notas explicativas devem acompanhar as demonstrações contábeis de todas as empresas, independentemente do seu porte. Como o próprio nome já diz, elas explicam ou podemos falar também que elas complementam informações que não são suficientemente evidenciadas nas demonstrações, ou até mesmo que não estão contempladas nas demonstrações. Elas relatam as práticas contábeis adotadas pela entidade, como por exemplo: avaliação de ativos, método utilizado para avaliação dos estoques, ciclo operacional, entre outros. As notas explicativas também são bastante utilizadas pelas entidades que trabalham o seu lado social e ambiental, pois o “Balanço Social” delas é divulgado em notas explicativas. 5.3 Estudo de caso Uma empresa do ramo farmacêutico fundada em 1986, com sua matriz localizada na região de Curitiba e várias filiais distribuídas pela região metropolitana, explicou como faz a sua gestão da seguinte forma: o gerente da 16 loja verifica o preço de um produto e observa que mensalmente esse produto gera uma despesa mensal em torno de R$ 100,00, excluindo-se os impostos. A receita apresentada pelo mesmo produto é de R$ 500,00 e desta forma o gerente entende que a receita líquida desse produto é de R$ 400,00. Por meio dessa análise, ele decide se deve continuar a investir neste produto ou não. A forma como essa empresa toma a decisão de investir ou não em determinado produto está correta? Como você melhoraria esse processo?2 Saiba mais Acesse o link a seguir e verifique o BP, DRE e outras demonstrações contábeis da BRF: <https://ri.brf-global.com/informacoes-financeiras/planilha-de- resultados/>. 2 O gabarito pode ser encontrado ao final deste material, após as referências. 17 REFERÊNCIAS BRASIL. Norma Brasileira de Contabilidade, NBC TG Estrutura Conceitual, de 21 de novembro de 2019. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 dez. 2019. GELBCKE, E. R. et al. Manual de Contabilidade Aplicável a Todas as Sociedades. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2018. IUDICÍBUS, S. de. Contabilidade Gerencial: da Teoria à Prática. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2020. PADOVEZE, C. L. Contabilidade Gerencial: Um enfoque em sistema de informação contábil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 18 GABARITO • Subtema 3.5: a resposta correta é a letra E. • Subtema 5.3: analisando a questão, concluímos que os gestores não demonstram utilizar de maneira plena as informações geradas pelas ferramentas, como balanço, DRE, DFC, sistema de custos, entre outras que são disponibilizadas pela contabilidade financeira, limitando-se apenas ao relato da despesa, custo e receita líquida. Dessa forma, o processo decisório não é muito eficaz e eficiente. Como sugestão, a empresa deveria analisar o custo de cada produto por meio de um método de custeio: Peps ou Custo Médio para verificar com mais precisão o custo efetivo dos produtos. AULA 2 CONTABILIDADE GERENCIAL Profª Marineusa Andreico Rodrigues 2 INTRODUÇÃO Nesta aula, vamos nos aprofundar um pouco mais no assunto controladoria e na sua importância para o gerenciamento das empresas. Vamos analisar também a estrutura organizacional de uma controladoria, suas atribuições e funções, passando pelas características exigidas para um controller nos dias atuais. TEMA 1 – PLANEJAMENTO O processo de gestão transita por três ciclos: planejamento, execução e controle. Na fase do planejamento, ainda pode ser dividido em três etapas: 1. Planejamento estratégico: está ligado à missão, à crença e aos valores da empresa; 2. Planejamento operacional: fase em que serão analisados recursos, volumes, preços, prazos, investimentos e outras variáveis; 3. Programação: podemos falar que a ferramenta básica da programação é o orçamento, pois ele se caracteriza por demonstrar a programação que será necessária para um próximo período. A seguir, vamos abordar o planejamento operacional. 1.1 Planejamento operacional O planejamento operacional decorre do planejamento estratégico, pois aqui os planos elaborados no planejamento estratégico serão detalhados. É onde o planejamento ganhará substância física, onde se determina questões como: volumes, preços, prazos, investimentos entre outros. Para o planejamento operacional é necessário análise econômica dos investimentos da empresa e também das fontes de capital que serão necessários para concretizar esse investimento. O processo de planejamento operacional está voltado para a estrutura do balanço patrimonial: ativo e passivo. • Primeiro passo: determinar a estrutura do ativo e das unidades de negócios; • Segundo passo: determinar a estrutura desejada e o financiamento necessário para alcançá-la.3 1.1.1 Definição da estrutura do ativo A estrutura do ativo nada mais é do que a decisão de investimento. Aqui começamos a verificar como o planejamento estratégico se liga com o planejamento operacional, pois é nessa fase que as decisões tomadas no planejamento estratégico irão determinar a estrutura desse ativo. O processo de estruturação do ativo é complexo, pois envolve muitas variáveis, como preço, volume, tecnologias, processos, estrutura do produto, entre outros. Por esse motivo devem ser definidos com antecedência, uma vez que haverá necessidade de investimentos e a empresa precisa se preparar para isso. Para definir a estrutura do ativo, são necessários os seguintes passos: • Primeiro passo: definir (na gestão estratégica) o negócio e a missão da empresa; • Segundo passo: definir produtos ou serviços, mercados, volume e preço de venda; • Terceiro passo: definir a cadeia produtiva e da tecnologia do produto; • Quarto passo: definir ou criar tecnologias essenciais da empresa; Vamos analisar um exemplo numérico que Padavoze (2005, p. 132) nos traz. Esse exemplo demonstra como se processa a estruturação de um ativo de uma nova empresa ou de uma nova unidade de negócios de uma empresa. A nossa nova unidade de negócios será do setor de confecção: • Primeiro passo – definição do ramo de negócio: no caso, opta-se pelo setor de confecção; • Segundo passo – definição do produto, mercado, volume, preço de venda – produto: a empresa decide fabricar camisas; volume: em média 2 mil camisas; preço: R$ 20,00 por camisa. • Terceiro passo – definição do segmento e da cadeia produtiva e tecnologia do produto: a empresa entrará no processo de aquisição do tecido pronto, ou seja, comprará o tecido para fabricar as camisas, porém precisará escolher se vai (1) introduzir as atividades desde o recebimento do tecido pronto até embalamento e atribuição da marca; (2) comprar a camisa pronta, com a etiqueta da marca também adquirida, pelo fornecedor, de outro fornecedor autorizado pela empresa. Caso a empresa escolha a opção 1, terá que adotar tecnologia de modelagem 4 por CAD/CAM, que é automatizada, mas os processos de costura e acabamento serão tradicionais. Caso escolha a opção 2, só fará o recebimento das camisas, estoque dos produtos acabados e logística de distribuição. • Quarto passo – definição das tecnologias essenciais: primeiramente devemos definir a tecnologia produtiva, comercial e administrativa: (1) tecnologia produtiva, tanto a opção 1 como a opção 2 seguirão normalmente a definição da etapa 3, não havendo necessidade de complementação de tecnologias produtivas; (2) tecnologia comercial: nesse caso a empresa estudou duas opções, ou seja, vontratar colaboradores próprios sem pagamento de comissão ou qualquer outro tipo de remuneração variável, apenas com salário fixo mensal; ou trabalhar com vendedores autônomos comissionados, sem ocupar espaço físico na empresa, pagando comissão de 15% sobre cada venda, com as despesas dos vendedores sendo arcadas por eles próprios; (3) tecnologia administrativa: esse negócio não exige tecnologia administrativa diferenciada, e as atividades introduzidas são aquelas utilizadas em qualquer negócio. • Quinto passo – detalhamento das variáveis básicas das tecnologias essenciais, conforme o Quadro 1, que traz duas opções, sendo (1) produzir e vender com o corpo próprio de vendas; (2) marca e comissiona vendedores terceirizados. Quadro 1 – Dados mensais Dados Mensais Opção1 Opção2 Vendas no Período Quantidade 2.000 2.000 Preço de Venda Unitário 20,00 20,00 Receita Total - R$ 40.000,00 40.000,00 Necessidades Área/ Imóveis $ $ - Estoques de Materiais Depreciação 10% aa 200,00 0,00 - Fábrica Depreciação 10% aa 200,00 0,00 - Produtos Acabados Aluguéis 500,00 500,00 - Vendas/AdministraçãoAluguéis 500,00 500,00 Soma 400,00 A 1.000,00 A 5 Giro - Estoque de Materiais 3 meses 0,00 - Prazo de Fornecedores 30 dias 20 dias - Produtos Acabados 2 meses 2 meses - Financiamento a Clientes 45 dias 45 dias Equipamentos - Fábrica Depreciação 10% aa 500,00 0,00 - Adm./Vendas Depreciação 10% aa 200,00 200,00 - Soma 700,00 B 200,00 B Gastos Mão de Obra Direta 7.400,00 0,00 Mão de Obra Industrial Indireta 2.400,00 0,00 Mão de Obra Direta Comercial Direta 5.000,00 0,00 Mão de Obra Direta Comercial Indireta 1.200,00 1.200,00 Dados Mensais Opção 1 Opção 2 Mão de Obra Administrativa 1.600,00 1.600,00 Energia Elétrica Fábrica 1.600,00 0,00 Energia Elétrica Outros 300,00 300,00 Manutenção Fábrica 500,00 0,00 Materiais Auxiliares Fábrica 700,00 0,00 Viagens Comerciais 2.500,00 0,00 Fretes Comerciais 1.600,00 1.600,00 Comunicações 800,00 800,00 Propaganda 1.000,00 1.000,00 Soma 26.600,00 C 6.500,00C Comissões 0,00 3,00 Un Custo Total de Comissões 0,00 6.000,00 Estrutura do Produto – Materiais Tecido (Opção 1) 2,00 unid 0,00 Acessórias (Opção 1) 1,00 unid 0,00 Embalagem (Opção 1) 1,00 unid 0,00 Camisa Pronta (Opção2) 0,00 12,20 unid Custo Unitário Total 4,00 12,20 Quantidade Produzida 2.000 unid 2.000 unid Consumo Total de Materiais 8.000,00 24.400,00 Fonte: Padoveze, 2005, p.130-132. 6 Com base nos dados do Quadro 1, podemos levantar vários itens que podem ser decisivos para uma escolha e também, com isso, efetuar várias outras análises, como lucro esperado e retorno do Investimento. Vejamos: Quadro 2 – Investimentos Giro $ % $ % - Estoque de Materiais 24.000,00 9,56% 0,00 0,00% - (-) Fornecedores (8.000,00) -3,19% (16.266,67) 13,96% Dados Mensais Opção1 Opção2 - Est. Prod.Acab. 43.000,00 17,13% 48.800,00 41,88% - Clientes 60.000,00 23,90% 60.000,00 1,49% Soma 119.000,00 47,00% 92.533,33 79,41% Ativo Fixo - Imóveis – Fábrica 48.000,00 19,12% 0,00 0,00% - Equipamentos Fábrica 60.000,00 23,90% 0,00 0,00% - Equip. Administ./Vendas 24.000,00 9,56% 24.000,00 20,59% Giro $ % $ % Soma 132.000,00 52,59% 24.000,00 20,59% Total 251.000,00 100,00 116.533,33 100,00 Fonte: Padoveze, 2005, p. 133. Agora vamos analisar o lucro operacional no Quadro 3. Quadro 3 – Demonstração do resultado Opção 1 Opção 2 Receita Total 40.000,00 100,00 40.000,00 61% (-) Custos Variáveis - Materiais 8.000,00 20,00% 24.400,00 61% - Comissões 0,00 0,00% 6.000,00 15% - Total 8.000,00 20,00% 30.400,00 76% Margem de Contribuição (1) 32.000,00 80,00% 9.600,00 24% (-)Custos/Desp.fixas (A+B+C) 28.700,00 71,75% 7.700,00 19,25% 7 Lucro Operacional (2) 3.300,00 8,25% 1.900,00 4,75% Grau de Alavancagem Operacional (1-2) 9,70 5,05 Fonte: Padoveze, 2005, p. 135. No Quadro 3, o gestor irá analisar o lucro que cada opção trará. Está óbvio que o lucro será diferente em cada opção. Quadro 4 – Rentabilidade do Ativo Opção 1 Opção 2 Lucro Operacional (A) 3.300,00 1.900,00 Ativo Total (B) 251.000,00 116,533,33 Rentabilidade do ativo Anualizado (A-B) 15,78% 19,57% Com base no exemplo, responda1: 1) Você percebe que na opção 1 será necessário um investimento muito maior do que na Opção 2? Então convém perguntar: por que isso ocorre? 2) O gestor poderá decidir pela opção 1 ou 2 apenas com base no resultado do Quadro 3? 3) E agora, analisando o retorno, qual opção você escolheria? TEMA 2 – CONTROLE INTERNO As organizações hoje vivem em um momento em que a competitividade é muito grande. Para suportar esse mercado tão competitivo são necessários o melhor controle e a melhor estrutura. As mudanças são muito rápidas e a empresa necessita acompanhar estas mudançasna mesma velocidade. Isso é o que pode determinar sua sobrevivência, ou não, no mercado atual. O controle interno é uma ferramenta da controladoria. Sabemos que a controladoria tem como função controlar as atividades da empresa, servir como suporte e monitorar trabalhos executados. É muito importante que a controladoria não passe a executar tarefas que não lhe sejam próprias, pois isso acaba por desviá-la de sua função principal, que é monitorar e tomar decisões. Observemos que controle é uma função gerencial e este será sempre uma preocupação permanente da controladoria. Para Oliveira, Perez Júnior e 1 As respostas podem ser encontradas no gabarito ao final deste material, após as referências. 8 Silva, (2011 p. 71), o controle interno deve ser devidamente analisado pelo conjunto de sua natural aplicação no contexto das rotinas empresariais, de acordo com as necessidades da empresa, seu tamanho e cultura própria, diversidade de negócios, dimensão geográfica, bem como nas áreas operacionais. Já para Crepaldi e Crepaldi (2014, p. 71-72), o controle interno deve fornecer segurança quanto à consecução de objetivos como confiabilidade e rapidez nas informações, obediência às leis e regulamentos e eficácia e eficiência de operações. Em nosso ponto de vista, as duas definições são muito válidas, visto que cada empresa terá que adotar métodos organizacionais internos levando em consideração o tamanho da sua estrutura e a diversidade do seu negócio. Contudo, essa estrutura precisa estar embasada em dados confiáveis para que a controladoria tome decisões assertivas. O objetivo do controle interno é criar padrões que servirão como ponto de análise para a controladoria. Por exemplo, analisar se o desempenho da empresa está de acordo com o esperado; se o planejamento estratégico elaborado na primeira fase está sendo bem desenvolvido, entre outras situações. O papel da controladoria é colher informações, mas como ela efetua esse recolhimento? Pelo controle contábil e de custos, pois esses controles encontram-se dentro do controle organizacional da empresa, e são eles que gerarão os dados para auxiliar a controladoria a tomar decisões. A controladoria deverá analisar os controles internos para verificar a eficácia deles, analisar o plano de ação para corrigir aspectos falhos e corrigi-los, se necessário. Segundo Crepaldi e Crepaldi (2014, p. 72), a existência e o bom funcionamento de um sistema de controle, devidamente auditado, pode evitar a empresa elevados custos com fraudes, erros e omissões, pois um gestor munido de um bom controle interno possui maior probabilidade de acertar continuamente o processo decisório e atingir eficácia almejada. Ainda segundo Crepaldi e Crepaldi (2014, p. 65), todas as empresas são estruturas para atingir um ou vários objetivos específicos. Para que esses objetivos sejam atingidos de modo eficiente, as empresas agrupam e organizam de modo lógico todas as funções que têm por finalidade realizar determinada tarefa. Esse agrupamento consiste em rotinas denominadas sistemas que, em última análise, representam o modo lógico pelo qual se executa determinada tarefa. Geralmente, a administração da empresa não está em posição de verificar se cada função de seus sistemas está sendo cotidianamente cumprida 9 como foi estabelecido. Assim, a empresa passa a criar outro sistema, que terá a função de certificar que as funções estão sendo desenvolvida corretamente, este então passa a ser o controle interno da organização. Os tipos de controle interno que podem ser adotados nas organizações são: operacionais; contábeis; administrativos; de custos, controle de revisão e análise; de instalação e manutenção dos equipamentos; e de análise. Por exemplo, no controle contábil poderão ser analisadas a veracidade e confiabilidade das informações coletadas pelo setor contábil. No controle de análise, poderá ser avaliado o desempenho do planejamento estratégico da empresa e assim por diante. Assim, conclui-se que o controle interno é uma ferramenta importantíssima para que o patrimônio da empresa fique preservado, para que as informações prestadas sejam confiáveis e que fraudes e erros graves que possam a vir causar prejuízos para a empresa sejam evitados. Agora, responda: quem são os responsáveis pelo bom funcionamento dos controles internos? Resposta: se você respondeu que é o controller, cometeu um equívoco, porque todos os funcionários da empresa, até administração e presidência, são responsáveis para que os objetivos do plano estratégico da empresa sejam atingidos. O controller será responsável pela avaliação do controle interno, afinal a controladoria tem a função de analisar, controlar, vigiar. Saiba mais Para saber mais sobre esse assunto, sugerimos a leitura do artigo a seguir, sobre a transformação pela qual a indústria de bens de consumo passa atualmente em nosso país. Disponível em: <https://revistaempreende.com.br/2020/06/01/industria-de-bens-de-consumo- passa-por-transformacoes/?v=19d3326f3137>. TEMA 3 – CONTROLADORIA, ESTRUTURA E FUNÇÕES As organizações não podem se limitar apenas às rotinas contábeis e fiscais; elas precisam se estruturar para atingir suas metas e objetivos, e aqui entra a função da controladoria: estruturar e determinar funções para que o planejamento seja atingido. Muitas empresas brasileiras não possuem uma organização formal, principalmente as empresas familiares, é uma estrutura informal que existe 10 dentro de um ambiente formal. A organização informal é formada, muitas vezes, pelas relações interpessoais. É o que ocorre, por exemplo, quando existe um colaborador na empresa que não possui cargo de liderança, porém tem grande influência com seu grupo. Neste caso, podemos chamá-lo de líder informal. A estrutura informal é muito mutável e não traz segurança para a empresa, motivo pelo qual é importante que empresas possuam uma organização formal. A estrutura formal é vertical, ou seja, decisões são de cima para baixo assimilando-se a uma pirâmide. A estrutura da organização vai sendo definida de acordo com o aumento da complexidade das organizações, pois com o aumento do seu tamanho, por exemplo, começa a ter a necessidade de estruturação mais formal para auxiliá-la a atingir seus objetivos. Padoveze (2010, p. 37) entende que a controladoria deve ser estruturada em duas grandes áreas: contábil/fiscal; e planejamento/controle. Observe na Figura 1 que a área contábil/fiscal é responsável pela contabilidade societária, pelo controle patrimonial, ou seja, guarda dos ativos da empresa, controle de inventário, demonstrativos para publicação e gestão de impostos. Já a área de planejamento/controle se preocupará com orçamento, projeções, custos, ou seja, será o setor responsável pela análise do negócio, analisará o mercado, irá elaborar e acompanhar projetos e investimentos da empresa. Para isso, é de suma importância utilizar sistemas de informações de apoio. Você também pode observar na Figura 1 que o sistema de informação gerencial está sob a responsabilidade do controller, pois entendemos que, tendo a empresa um sistema de informações integrado, é importante que este fique sob o controle do controller para que possa ser monitorado permanentemente, não havendo duplicação de informações coletadas pela área de escrituração. 11 Figura 1 – Sistema de informação gerencial Fonte: Padoveze, 2010, p. 3. 3.1 Exercício Marque V para verdadeiro e F para falso2. a) A função fundamental da controladoria é assegurar a otimização dos resultados e a eficácia empresarial. b) A controladoria tem missões e atribuições específicas que implicam um comportamento proativo e influenciador no desempenho dos negócios. c) Podemos considerar a controladoria como o atual estágio evolutivo da contabilidade.d) A controladoria é uma área de conhecimentos humanos, porém, ainda não há elementos suficientes para diferenciá-la da contabilidade. TEMA 4 – O CONTROLE NA ORGANIZAÇÃO: FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES O controle na organização é uma função administrativa em que é possível corrigir falhas nos processos ou no planejamento, assim como prevenir novas falhas. Portanto, o controle é importante para que tudo o que foi planejado venha a ser cumprido. Em uma organização, é característico ter uma divisão do trabalho bem definida, pois ela constituirá a base da organização. Para a teoria clássica existem dois tipos de divisões: vertical e horizontal. 2 As respostas podem ser encontradas no gabarito ao final deste material, após as referências. Controladoria Planejamento e controle Escrituração Auditoria interna Sistema de informação gerencial Orçamento e projeções Contabilidade de custos Contabilidade por responsabilidades Acompanhamento do negócio e estudos Especiais/análise de investimentos Contabilidade societária Controle patrimonial Contabilidade tributária 12 Vertical é uma escala hierárquica em que a autoridade aumenta à medida que aumenta a função. Nesses moldes, temos a chamada organização linear. Horizontal é o tipo de estrutura em que pode ocorrer, por exemplo, de no mesmo nível hierárquico cada departamento ou seção passar a ser responsável por uma atividade específica e própria. Nesse modelo, temos a departamentalização, ou seja, a divisão por departamentos. Em uma empresa, essa divisão de tarefas poderá ser materializada em setores ou departamentos, podendo variar de acordo com o porte da empresa o número de funcionários entre outros. A departamentalização de uma empresa pode ser feita de várias maneiras, por exemplo, por clientes, produtos ou serviços, por área geográfica, por processos ou até mesmo por projetos. Vamos analisar algumas estruturas nas figuras abaixo: Figura 2 – Departamentalização por função Fonte: Rodrigues, 2021. Figura 3 – Departamentalização por produto em uma loja varejista de vestuário Fonte: Rodrigues, 2021. Há também duas linhas que a empresa pode seguir para se organizar: • Organização em linha ou linear: o nome vem de linha de comando, muito utilizado na estrutura do exército. Nesse tipo de organização fica muito Presidência Produção Comercial Administrativo Diretoria Diretoria Moda Feminina Moda Masculina Moda Adulta Moda Infantil Moda Adulta Moda Infantil 13 claro a hierarquia da empresa; ocorre de forma vertical, do presidente para os gerentes, dos gerentes para os subordinados. Podemos citar como características da organização linear: autoridade linear ou única, linhas formais e comunicação, centralização de decisões, formato piramidal, forma generalista onde todos entendem de tudo. Figura 4 – Organização linear Fonte: Rodrigues, 2021. • Organização linha staff: esse tipo de organização tem função mais de controle e estratégia, segue função horizontal, possuindo interação com todas as outras áreas da empresa. Podemos citar como características: garantir a junção da hierarquia e especialização ao mesmo tempo; maior interação dos membros, principalmente na esfera do conhecimento. Figura 5 – Organização linha staff Fonte: Rodrigues, 2021. Saiba mais No link a seguir, você poderá verificar na prática como é a estrutura organizacional de uma grande empresa: <https://ri.brf-global.com/governanca- corporativa/estrutura-societaria/>. CEO Gerente Financeiro Gerente Contábil Gerente de RH Diretor Diretor CEO Gerente Financeiro Gerente Contábil Gerente de RH Diretor Diretor Staff 14 TEMA 5 – CARACTERÍSTICAS DO CONTROLLER Em relação ao controller, vamos adotar a posição de Horngren, (1985, p. 9), segundo a qual o autor afirma que o título de controller se aplica a diversos cargos na área de contabilidade, cujo nível e cujas responsabilidades variam de uma empresa para outra. Contudo, o conceito moderno de controladoria sustenta que, num sentindo especial, o controller realmente controla, fazendo relatórios e interpretando dados pertinentes. O controller exerce força ou influência, ou projeta uma atitude que impede a administração rumo a decisões ilógicas e incompatíveis com os objetivos. Segundo Iudícibus (2020, p. 7), atualmente, o mercado procura muito pelo controller e define esse profissional como generalista, com capacidade para interagir com várias áreas, tanto internas como externas, que tem a responsabilidade de extrair e consolidar informações relevantes, confiáveis e oportunas em relatórios que auxiliem a tomada de decisões, garantindo a execução dos recursos da empresa da forma mais rentável possível. Deverá possuir formação bastante ampla, com conhecimentos em tributos, administração, contabilidade, microeconomia, informática entre outros. O controller não precisa ser o contador da empresa, mas precisa ter conhecimentos contábeis para analisar relatórios da área que serão úteis para a formação dos relatórios gerenciais. 5.1 Estudo de caso Maria trabalhava como gerente da empresa Nossa Casa Ltda. Era uma empresa familiar, sua atividade era de industrialização de componentes de informática. Era uma empresa com apenas 100 funcionários, de médio porte e organização informal, ou seja, todos faziam de tudo um pouco e entendiam de tudo um pouco; ninguém era especialista em nada. Maria foi promovida ao cargo de CEO e gostaria muito de escolher uma forma de organização que fosse condizente com o porte da empresa. O que você sugeriria a ela? Ajude Maria a montar a estrutura da empresa3. 3 As respostas podem ser encontradas no gabarito ao final deste material, após as referências. 15 REFERÊNCIAS CHIAVENATTO, I. Introdução Teoria Geral da Administração. 7. ed. Rio de Janeiro, 2003.IUDICÍBUS, S. de. Contabilidade Gerencial da Teoria à Prática. 7. ed. São Paulo: Atlas. 2020. CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade Gerencial, teoria e prática. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014. HORNGREN, C. T. Introdução à Contabilidade Gerencial. 5. ed. Rio de Janeiro,1985. OLIVEIRA, L. M. de; PEREZ JR., J. H.; SILVA, C. A. dos S. Controladoria Estratégica. Textos e Casos Práticos com Solução. 8. ed. São Paulo: Altas, 2011. PADOVEZE, C. L. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. 7. ed. São Paulo: Atlas. 2010. 16 GABARITO Subtema 1.1.1: 1. Isso se deve à necessidade de ter mais ativos fixos e estoques, pelo fato de a empresa efetuar sua própria produção. Por exemplo, a empresa irá necessitar de um espaço física maior, de máquinas produtivas, entre outros. 2. Analisamos que a opção 1 está evidenciando lucro de R$ 3.300,00 e a opção 2 lucro de R$ 1.900,00, portanto, se fôssemos levar em consideração apenas o fator resultado ou lucro, certamente escolheríamos a opção 1. Contudo, não se engane, pois antes de tomar uma decisão será necessário analisar a rentabilidade, ou seja, do retorno que este investimento trará. 3. Esta é a análise definitiva, pois é ela que irá determinar a escolha pela opção 1 ou opção 2, portanto considerando que a rentabilidade da opção 2 é maior, a decisão do gestor deverá ser por esta. Subtema 3.1: V, V, V, V. Subtema 5.1: primeiramente, sugeriríamos que Maria elaborasse uma estrutura formal de organização, analisasse cargos e funções de cada colaborador, definisse a função de cada um, contando com a colaboração do setor de recursos humanos para identificar o perfil de cada colaborador e direcioná-lo a uma função disponível na empresa. Maria poderia escolher a departamentalização por função baseada na estrutura linear, considerando que se trata de uma empresa pequena e familiar. AULA 3 CONTABILIDADE GERENCIALProfª Marineusa Rodrigues 2 CONVERSA INICIAL Nesta aula, vamos falar sobre uma parte muito importante da contabilidade, que é a contabilidade de custos. As mudanças ocorrem muito rapidamente no mundo globalizado e a contabilidade de custos teve a necessidade de se adequar a essas mudanças também. A contabilidade de custos nasceu da contabilidade financeira a partir do momento em que as indústrias começaram a surgir de uma forma estruturada e passaram a ter a necessidade de avaliar os seus estoques de uma forma mais apurada, pois a precificação utilizada pelo comércio já não atendia às necessidades das indústrias. Vamos, então, começar nosso primeiro tema analisando os principais conceitos e fundamentos da contabilidade de custo, assim como os métodos mais utilizados para custeamento dos produtos e suas diferenças. TEMA 1 – CONTABILIDADE DE CUSTOS Em custos, temos algumas terminologias que precisamos conhecer. No sentido popular, a palavra custo pode significar gasto, mas será que na contabilidade, custo também pode significar gasto? Vamos analisar: De acordo com Martins (2003, p. 17), em contabilidade de custos, gasto corresponde à compra de um produto ou serviço qualquer que gera sacrifício, esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). Este conceito pode ser aplicado, por exemplo, ao gasto com a compra de matérias-primas, gasto com mão de obra, gastos com os honorários da diretoria, gastos na compra de ativo imobilizado, entre outros. Você deve estar se perguntando: mas a compra de um ativo imobilizado é um gasto? Não seria um investimento? Veja que o gasto ocorre na passagem da propriedade do bem para a empresa, ou seja, no momento do reconhecimento contábil da dívida ou da redução do ativo, nos casos de pagamento à vista. Posteriormente, esse gasto pode virar uma despesa ou um investimento, a depender da sua classificação. • Investimento: quando falamos em investimento, entendemos que seja um gasto que será ativado, podendo ser um ativo imobilizado, um ativo intangível ou até um estoque. Esse bem adquirido será posteriormente 3 baixado por meio da sua venda ou seu uso. Por exemplo: A matéria-prima inicialmente é um gasto que gerará um desembolso financeiro e que será lançada no ativo, porém, ficará no ativo temporariamente, pois esta matéria-prima se transformará em um custo futuramente, quando da sua venda ou em uma despesa, se for baixada por perdimento; • Custo: podemos definir como custo o gasto necessário para a produção de determinado bem ou serviço. O custo inicialmente também é um gasto que somente irá se converter em custo no momento da sua utilização. Por exemplo: a matéria-prima primeiramente é um gasto, transforma-se em um investimento, pois é ativada, transformando-se num custo no momento da sua utilização na fabricação do bem ou serviço. Porém, nem todos os gastos são ativados, como é o caso da energia elétrica. Ela é inicialmente um gasto, contudo, considerando que a empresa não a estoca no ativo, ela passa diretamente da fase de gasto para despesa ou custo. • Desembolso: desembolso refere-se aos pagamentos necessários para a aquisição de determinado bem ou serviço; • Despesa: podemos definir despesa como o gasto que é consumido direta ou indiretamente para se obter determinada receita. De modo geral, as despesas estão ligadas à área administrativa ou comercial da empresa. Citamos como exemplos de despesas a comissão do vendedor, os computadores do setor administrativo da empresa, a folha de pagamento dos funcionários dos setores administrativos, entre outras; • Perda: a definição para perda relaciona-se a tudo que ocorre de forma anormal e involuntária. É importante observar que a perda não se confunde com despesa nem com custo, pois o custo envolve um sacrifício efetuado para a obtenção de determinada receita, o que não ocorre quando tratamos de perda. Exemplos de perdas involuntárias são o obsoletismo do estoque eas perdas com incêndios. Dica Perdas Normais no processo produtivo: são custos. Defeito anormal e raro num equipamento: é despesa. 4 Vamos analisar as figuras abaixo para que o assunto fique um pouco mais claro: Figura 1 – Compra de matéria-prima Fonte: Rodrigues, 2021. Figura 2 – Compra de um Ativo Imobilizado Fonte: Rodrigues, 2021. Veja como fica o “gasto” representado na DRE. Quadro 1 – Esquema básico dos gastos na Demonstração de Resultados Fonte: elaborado por Rodrigues, 2021, com base em Padoveze, 2010, p. 321. 1º MOMENTO Compra da MP (Gasto) 2º MOMENTO Estocagem da MP (Investimento) 3º MOMENTO Momento da utilização (Custo) 4º MOMENTO Momento da baixa do custo (despesa) 1º MOMENTO Compra de uma máquina para a fábrica (Gasto) 2º MOMENTO Ativação no ativo não circulante (Investimento) 3º MOMENTO Momento da depreciação (Custo) 4º MOMENTO Momento da venda (despesa) 5 Exercício 1. Agora é com você: gastos, custos e despesas são palavras sinônimas ou dizem respeito a conceitos diferentes? O gabarito da questão pode ser consultado ao final deste material. 1.1 Custos ou despesas fixas e/ou variáveis x custos e despesas diretas e/ou indiretas Entendemos ser importante revisar os conceitos que nos ajudarão nos próximos temas: • Custos/Despesas Fixas: esta classificação leva em consideração a relação entre o volume total de um custo e o volume da atividade numa unidade de tempo, ou seja, são custos que não variarão de acordo com a quantidade produzida. Por exemplo: o aluguel da fábrica; • Custos/Despesas Variáveis: nesse caso, o valor dos custos irá variar de acordo com a quantidade produzida em determinado período, ou seja, quanto maior a quantidade fabricada, maior será o consumo de determinado item. Por exemplo: a matéria-prima; • Custos/Despesas Diretas: são todos os custos e/ou despesas que podem ser apropriados diretamente aos produtos fabricados, podendo ser inclusive por meio de uma medida de consumo. Por exemplo: hora de mão de obra, quilogramas de materiais utilizados, entre outras; • Custos/Despesas Indiretas: os custos e/ou despesas indiretas ocorrerão sempre que não houver uma medida objetiva de alocar diretamente determinados custos aos produtos, ou seja, cada vez que for necessário utilizar-se de critérios de rateio ou estimativas para apropriar determinado custo ao produto, classificamos como custo e/ou despesa indireta. Exercício 2. Classifique os eventos descritos a seguir em Investimento (I), Custo (C), Despesa (D) ou Perda (P) (Martins, 2015, p.15): ( ) Compra de matéria-prima ( ) Depreciação de prédio da Empresa ( ) Consumo de energia elétrica ( ) Consumo de matéria-prima ( ) Gastos com mão de obra ( ) Aquisição de embalagens ( ) Consumo de combustível ( ) Deterioração do estoque por enchente ( ) Salário faturamento ( ) Remuneração de pessoal em greve 6 ( ) Aquisição de Máquinas ( ) Geração de Sucata no processo produtivo ( ) Depreciação de Máquinas ( ) Estrago acidental de lote de material ( ) Comissões prop. às vendas ( ) Duplicata incobrável –reconhecimento ( ) Salário equipe contábil ( ) Desenvolvimento de novos produtos ( ) Seguro contra incêndio ( ) Consumo de embalagens O gabarito da questão pode ser consultado ao final deste material. Saiba mais O link a seguir contém um material da FEA-RP, escrito por Maganin (2017), que trata sobre custo e suas terminologias, acesse e confira: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4132432/mod_resource/content/1/Slide %20aula%2018102017.pdf>. Acesso em: 18 maio 2021. TEMA 2 – CUSTEIO POR ABSORÇÃO O custeio por absorção é o método mais tradicional utilizado na contabilidade de custos, pois é onde todos os gastos industriais, sejam diretos ou indiretos, fixos ou variáveis, são alocados nos produtos para seobter o custo. Existem outros critérios que surgiram ao longo do tempo, porém, este critério é o único que é aceito pela Contabilidade Financeira também para fins de Balanço e Demonstração de Resultado. Veremos mais adiante que outros métodos de custeio não são aceitos pela Contabilidade Financeira e que, quando utilizados, ensejam que a empresa adote dois critérios, um para atender à contabilidade financeira e outro para atender à contabilidade de custos. O custeio por absorção também é o método utilizado como base pelas empresas de Auditoria, contudo, se analisarmos pelo lado gerencial, não é um método muito lógico e deixa muito a desejar nos controles gerenciais. 2.1 Custeio por absorção e o conceito fiscal Fiscalmente, devemos tomar como base o Decreto-Lei n. 1.598, de 1977, que determina que ao custo do produto também sejam integrados: a) o custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer outros bens ou serviços aplicados ou consumidos na produção; b) o custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão direta, manutenção e guarda das instalações de produção; 7 c) os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de depreciação dos bens aplicados na produção; d) os encargos de amortização diretamente relacionados com a produção; e) os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na produção. Podemos observar que o fisco também exige a adoção de reconhecimento de custo pelo critério de absorção para a parte fiscal, pois adota a posição de que todos os custos incorridos ligados à produção devem ser agregados obrigatoriamente. Contudo, é importante ressaltarmos que recentemente o fisco vem abrindo mão de alguns gastos que são de difícil apropriação, fazendo com que a empresa possa ter mais flexibilidade para definir critérios de separação entre custos e despesas. Os passos para se utilizar o critério de absorção são: 1º Separar os custos das despesa; 2º Apropriar os Custos Diretos, diretamente aos produtos ou serviços; e 3º Ratear os Custos Indiretos. 2.2 Exemplo de custeio por absorção Segundo Martins (2003, p. 142-143), uma indústria elaborando um único produto tem a seguinte movimentação: Quadro 2 – Custeio na elaboração de um produto Produção Vendas Estoque Final Período Unidades Unidades Unidades 1º ano 60.000 40.000 20.000 2º ano 50.000 60.000 10.000 3º ano 70.000 50.000 30.000 4º ano 40.000 70.000 - Fonte: Martins, 2003. Quadro 3 – Características dos custos de produção Custos Variáveis: Matéria-prima $20/un. Energia $4/un. Materiais Indiretos $6/un. $30/un Custos Fixos: Mão de obra: $1.300.000/ano Depreciação/Impostos: $400.000/ano Manutenção: $300.000/ano Diversos: $100.000/ano $2.100.000/ano Fonte: Martins, 2003. 8 Preço de Venda: $ 75/un. A indústria apropria seus custos pelo Custeio por Absorção e avalia seus estoques tendo como base o PEPS (ou FIFO). Os dados para a elaboração das Demonstrações de Resultado e fixação dos valores dos estoques finais para cada ano são calculados assim: Quadro 4 – 1º ano Vendas: 40.000 un. X $ 75/un. $ 3.000.000 Custo dos Produtos Vendidos Custo de Produção Custos Variáveis: 60.000 un. x $ 30/un. $ 1.800.000 Custos Fixos $ 2.100.000 Custos da Produção Acabada $ 3.900.000 (-) Estoque Final de Produtos Acabados 3.900.000/60.000 x 20.000 un. = $ 65/un. X 20.000 un. ($ 1.300.000) CPV $ 2.600.000 Fonte: Martins, 2003. Quadro 5 –2º ano Vendas: 60.000 un. X $ 75/un. $ 4.500.000 Custo dos Produtos Vendidos Custo de Produção Custos Variáveis: 50.000 un. x $ 30/un. $ 1.500.000 Custos Fixos $ 2.100.000 Custos da Produção Acabada ($72 p/un.) $ 3.600.000 (+) Estoque inicial de Produtos acabados $ 1.300.000 (-) Estoque final: 10.000 un. X 72/un. $ 720.000 CPV $ 4.180.000 Fonte: Martins, 2003. 9 Quadro 6 – 3º ano Vendas: 50.000 un. X $ 75/un. $ 3.750.000 Custo dos Produtos Vendidos Custo de Produção Custos Variáveis: 70.000 un. x $ 30/un. $ 2.100.000 Custos Fixos $ 2.100.000 Custos da Produção Acabada ($72 p/un.) $4.200.000 / 70.000 un. $ 60 p/un. $ 4.200.000 (+) Estoque inicial de Produtos acabados $10.000 un. x 72/un. $ 720.000 Produção do período: 40.000 un. $ 60 p/ un. $ 2.400.000 CPV $ 3.120.000 Estoque final: 30.000 un. x $60 p/un. = 1.800.000 Fonte: Martins, 2003. Quadro 7 – 4º ano Vendas: 70.000 un. X $ 75/un. $ 5.250.000 Custo dos Produtos Vendidos Estoque anterior: 30.000un. x $ 60/un. 1.800.000 Produto do Período Custos Variáveis: 40.000 un. x $ 30/un. $ 1.200.000 Custos Fixos $ 2.100.000 CPV $ 5.100.00 Fonte: Martins, 2003. Quadro 8 – Conclusão 1º ano 2º ano 3º ano 4º ano Total Vendas $3.000.000 $4.500.000 $3.750.000 $5.250.000 $16.500.000 (-) CPV ($2.600.000) ($4.180.000) ($3.120.000) (5.100.000) ($15.000.000) Lucro $400.000 $320.000 $630.000 $150.000 $1.500.000 Estoque Final 1.300.000 720.000 1.800.000 - - Fonte: Martins, 2003. Análise: com os resultados dos quatro anos, notamos que, ao passar de $3.000.000 para $4.500.000 em vendas, a empresa teve seu resultado diminuído de $400.000 para $320.000. Houve aumento de 50% nas vendas, mas uma queda de 20% no lucro. Quanto aos estoques, caíram 50%, de 20.000 unidades para 10.000 unidades do primeiro para o segundo ano, mas não houve tal redução em reais. No terceiro ano, houve uma redução de 16,7% nas vendas, em comparação com o ano anterior, mas os lucros aumentaram em 96,9%. No quarto período, há 10 outro acréscimo violento nas vendas (40%), mas outra vez o resultado reagiu de forma diferente, caindo 76%. Em suma, os resultados não acompanham necessariamente a direção das vendas, sendo muitíssimo influenciados pelo volume de produção. Exercício 3. Cite as vantagens e desvantagens do Método de Custeio Variável. O gabarito da questão pode ser consultado ao final deste material. TEMA 3 – CUSTEIO DIRETO OU VARIÁVEL A principal diferença entre este método e o método do custeio por absorção visto anteriormente está no fato de que no de custeio direto/variável, o custo dos produtos e serviços vendidos são formados apenas pelos custos e despesas variáveis, sendo os custos e despesas fixos levados integralmente para o resultado do período. Para Padoveze (2010, p. 352), além dos custos variáveis, incorpora-se também a mão de obra direta, uma vez que, embora esse tipo de gasto possua uma característica de comportamento fixo num horizonte de curto prazo (um ano, por exemplo), na realidade, ele tem as características de custo variável a longo prazo, já que nenhuma empresa retém por muito tempo mão de obra direta ociosa. Características fundamentais do custeio direto/variável: • Trata os custos fixos de produção como sendo custo do período e não do produto; • Abate das vendas os custos e despesas variáveis para determinar a Margem de Contribuição; • Possibilita a comparação dos custos unitários dos produtos; • Facilita o controle orçamentário; • É mais útil para o controle gerencial. 3.1 Exemplo de custeio variável Vamos analisar o mesmo exemplo colocado no item 2.2 desta aula, porém, agora, pelo custeio direto ou variável. Como faremos isso? Muito simples, vamos apenas adicionar ao produto o custo variável, alocando os custos fixos integralmente para o resultado do período em que incorreram. Dessa forma, cada 11 unidade estocada passa a ser avaliada por R$ 30,00, independentemente do volume de produção. Teríamos, então: Quadro 9 – Custeio Direto ou Variável 1º ano 2º ano 3º ano 4º ano Total Vendas $3.000.000 $4.500.000 $3.750.000 $5.250.000 $16.500.000 (-) CVPV1 $1.200.000 $1.800.000 $1.500.000 $2.100.000 $6.600.000 = MC2 $1.800.000 $2.700.000 $2.250.000 $3.150.000 $9.900.000 (-) CF3 ($2.100.000) ($2.100.000) ($2.100.000) ($2.100.000) ($8.400.000)Lucro ($300.000) $600.000 $150.000 $1.050.000 $1.500.000 EF4 600.000 300.000 900.000 - - Fonte: Martins, 2003. Podemos verificar aqui que, aumentando-se as vendas, aumenta-se também o lucro; reduzindo-se o faturamento, cai o resultado. Não há, é claro, relacionamento igual em ambos em termos percentuais: aumentando-se as vendas em 50% no segundo ano, temos uma melhoria no resultado de 300%, passando de negativo de $ 300.000 para positivo de $ 600.000. Ao cair o faturamento em 16,7%, do segundo para o terceiro ano, caiu o lucro em 75%. Isso é fácil de explicar, uma vez que de diferentes valores de margem de contribuição, é sempre deduzido o mesmo montante de custo fixo. Basta ver que as alterações dos valores das margens de contribuição são exatamente iguais às das vendas em termos percentuais Exercício 4. Cite vantagens e desvantagens do método de custeio direto/variável. O gabarito da questão pode ser consultado ao final deste material. Quais as razões para não se utilizar o Custeio Direto ou Variável nos Balanços? Conforme Martins (2003, p. 145), o Custeio Direto ou Variável não é aceito pela Contabilidade Financeira porque fere os princípios contábeis: ele (o Custeio Variável) de fato fere os Princípios Contábeis, principalmente o Regime de Competência e a Confrontação. Segundo estes, devemos apropriar as receitas e delas deduzir todos os sacrifícios envolvidos para sua obtenção. Ora, se produzimos hoje, incorremos hoje em custos que são sacrifícios para a obtenção das receitas derivadas das vendas dos produtos feitos, e essas vendas poderão em parte vir amanhã. Não seria, dentro desse raciocínio, muito correto jogar todos os 1 CVPV = Custo Variável dos Produtos Vendidos 2 MC = Margem de Contribuição 3 CF = Custos Fixos 4 EF = Estoque Final 12 custos fixos contra as vendas de hoje, se parte dos produtos feitos só será vendida amanhã; deve então também ficar para amanhã uma parcela dos custos, quer variáveis, quer fixos, relativos a tais produtos. TEMA 4 – CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES Este método é conhecido como Custo ABC, que vem do inglês Activity Based Cost e surgiu de pesquisas efetuadas por profissionais e empresas que desejavam encontrar uma forma mais eficaz de apurar seus custos, já que os sistemas até então apresentados (custeio por absorção e custeio direto/variável) apresentavam controvérsias que não os satisfaziam integralmente. Padoveze (2010, p. 365), define o custeio ABC como um método de custeamento que identifica um conjunto de custos para cada evento ou transação (atividade) na organização, que age como um direcionador de custos. Os custos indiretos são então alocados aos produtos e serviços na base do número desses eventos ou transações que o produto ou serviço tem gerado ou consome como recurso. Características do Custeio ABC: 1. Consiste em direcionar os custos indiretos aos produtos não por centro de custo ou departamento, mas por atividade; 2. Não está restrito à alocação dos custos de fabricação ou prestação de serviços, podendo ser aplicado também para alocação de despesas administrativas e comerciais; 3. Procura reduzir sensivelmente as distorções que são provocadas por meio do rateio arbitrário dos custos indiretos; 4. A diferença fundamental entre este método e os demais está relacionado ao tratamento dado aos custos indiretos; 5. Não poderá ser utilizado para elaboração das demonstrações contábeis, já que as despesas não devem ser alocadas aos produtos, mas sim aos períodos. Como o nome diz, é uma forma de custeio baseada em atividades e não em produtos, por esse motivo, essa metodologia passou a levar em consideração que são as atividades utilizadas para fabricar determinado produto que consomem recursos e custos, e não os produtos exatamente. Uma atividade é uma ação. Essa ação consome recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros para que determinado produto seja produzido, portanto, são todas as atividades necessárias e essenciais para a 13 concretização do processo de produção. Dessa forma o primeiro passo para elaborar o custeio ABC é identificar quais são as atividades relevantes dentro de cada departamento. O elemento mais importante nesse método de custeio é o direcionador (cost driver). A empresa pode trabalhar com mais de um direcionador, porém, a quantidade de direcionadores com que se vai trabalhar dependerá muito do grau de precisão que se deseja alcançar. A definição dos direcionadores que serão utilizados depende da atividade que está sendo realizada, pois o direcionador será o fator que irá determinar a forma como os produtos consomem as atividades e, portanto, o direcionador será a base para atribuir os custos das atividades aos produtos. Os direcionadores podem se basear na quantidade ou no tempo. Para a atividade de receber matéria-prima, você poderá utilizar como direcionador a quantidade de lotes recebidos, por exemplo, ou o tempo como direcionador: quanto tempo leva para receber os lotes de matérias-primas. 4.1 Exemplo prático Vamos para um exemplo prático. MARTINS, 2003, p. 61 (Adaptado) Quadro 10 – Dados do Exercício Produto Produção mensal Preço Unitário Total das vendas Calças 10.000 $ 8,00 $ 80.000,00 Vestidos 5.000 $12,00 $ 60.000,00 Fonte: elaborado por Rodrigues, 2021, com base em Martins, 2003, p. 61. Quadro 11 – Custos diretos por unidade de produto Calças Vestidos Tecido $ 2,00 $ 2,00 Mão de obra $ 0,50 $ 0,80 Total por unidade $ 2,50 $ 2,80 Fonte: elaborado por Rodrigues, 2021, com base em Martins, 2003, p. 61. Quadro 12 – Custos Indiretos + despesas Aluguel $ 15.000,00 Material de Consumo $ 10.000,00 Despesas com vendas $ 8.000,00 Total $ 33.000,00 14 Fonte: elaborado por Rodrigues, 2021, com base em Martins, 2003, p. 61. 1º Passo: identificar as atividades relevantes de cada departamento. Com base nos estudos realizados, chegamos à conclusão de que as atividades relevantes são: Quadro 13 – Atividades relevantes Departamentos Atividades Compras Comprar materiais Corte e Costura Cortar e Costurar Fonte: elaborado por Rodrigues, 2021, com base em Martins, 2003, p. 61. 2º Passo: Quadro 14 – Atribuição dos custos às atividades Departamentos Atividades Custos Ind. + Desp. Compras Comprar materiais $ 13.000,00 Corte e Costura Cortar e Costurar $ 20.000,00 Total $ 33.000,00 Fonte: elaborado por Rodrigues, 2021, com base em Martins, 2003. 3º Passo: Quadro 15 – Levantamento dos direcionadores das atividades e o levantamento da quantidade de direcionadores para cada produto Departamentos Atividades Direcionadores Compras Comprar materiais Número de pedidos Corte e Costura Cortar e Costurar Tempo de corte e costura Fonte: elaborado por Rodrigues, 2021, com base em Martins, 2003. Quadro 16 – Levantamento da quantidade de direcionadores por produto Direcionadores de atividades Calças Vestidos Total Número de pedidos 100 un. 150 un. 250 un. Tempo de Corte e Costura 1.500 h 2.000 h 3.500 h Fonte: elaborado por Rodrigues, 2021, com base em Martins, 2003. 4º Passo: 15 Quadro 17 – Apuração do custo da atividade de comprar materiais Custo Total: $ 13.000,00 Direcionador: Número de Pedidos Calças Vestidos Total Número de Pedidos 100 150 250 Proporção (Nr. Ped. /total de ped.) x 100 40% (100/250) x 100 60% (150/250)x100 100% Custo de Comprar os materiais 40% x 13.000 = $ 5.200 60% x13.000=$7.800 $13.000,00 Fonte: elaborado por Rodrigues, 2021, com base em Martins, 2003. 5º Passo; Quadro 18 – Apuração do custo da atividade de Cortar e Costurar Custo Total: $ 20.000,00 Direcionador: Tempo de corte e costura Calças Vestidos Total Tempo de corte e costura 1.500 h 2.000 h 3.500 h Proporção (Nr. Ped. /total de ped.) 42,85% 57,15% 100% Custo de Cortar e Costurar 42,85% x
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