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APOSTILA CUSTOS DE MÃO DE OBRA

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AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CUSTOS DE MÃO DE OBRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Eron Paluski 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
A disciplina de Custos de Mão de Obra é estruturada em seis aulas 
segmentadas, abordando assuntos de relevância para o tema. 
Desta forma, a presente aula versará sobre os conceitos básicos de 
custos de mão de obra. Iniciaremos a matéria explorando conteúdos que 
proporcionarão o embasamento teórico. 
O objetivo deste estudo é mostrar, por meio dos conceitos fundamentais de 
custos, a importância de desempenhar as suas atividades com eficácia e 
eficiência, buscando como resultado maior vantagem competitiva para a sua 
empresa. 
Ótimo estudo! 
CONTEXTUALIZANDO 
Atualmente, diante do mercado globalizado, as empresas estão cada vez 
mais competitivas, pois os consumidores de serviços, materiais e/ou 
equipamentos estão exigindo preços cada vez mais baixos. Por esta razão, é de 
extrema importância saber se estamos obtendo lucro ou prejuízo em nosso 
negócio, pois caso contrário, dificilmente vamos sobreviver frente aos desafios 
estabelecidos. 
Para a criação de vantagem competitiva é necessário estabelecer um 
conjunto de atividades essenciais para agregar valor ao processo de fabricação 
do produto ou à prestação do serviço, desde a relação entre os fornecedores de 
matéria-prima até a entrega do produto ou serviço ao consumidor final. 
A gestão estratégica e a identificação correta dos custos e despesas 
empregados no processo produtivo fazem a empresa se destacar entre seus 
concorrentes. 
Os dados de custos são usados para desenvolver estratégias superiores; 
por essa razão é importante conhecer também seus clientes e fornecedores, a fim 
de procurar em toda a sua cadeia de valor onde estão as possibilidades de 
redução de custos visando à vantagem competitiva para a empresa. 
Com um controle dos custos adequado, com certeza a saúde 
organizacional de sua empresa só tem a ganhar. No entanto, a falta desse controle 
invariavelmente afetará os resultados planejados e poderá implicar numa possível 
 
 
3 
queda de produtividade. Mas, afinal, como você pode medir se está executando 
uma gestão de custos corretamente? 
Um bom controle depende de disciplina: se os colaboradores de gestão 
tiverem a competência para analisar de maneira contínua e assertiva os 
procedimentos, detalhá-los em planilhas e relatórios organizados e avaliar 
oportunidades de investimentos para que sua empresa possa crescer de forma 
sustentável, então você poderá chegar à conclusão de que seguir as regras 
básicas de organização e análise certamente influenciará a tomada de decisões, 
ou seja, sua empresa gastará menos e lucrará mais. Assim fica muito mais fácil 
atingir o crescimento almejado, maximizando a riqueza e consequentemente 
trazendo mais dividendos aos acionistas. 
TEMA 1 – A CADEIA DE VALOR COMO FONTE DE VANTAGEM COMPETITIVA 
A cadeia de valor representa o que a organização faz. É um elemento de 
comunicação muito eficaz utilizada na gestão por processos desde a fonte de 
matéria-prima básica, passando por fornecedores, e indo até o produto final 
entregue nas mãos do consumidor. 
Ballou (2006) comenta que “cadeia de suprimentos é um conjunto de 
atividades funcionais (transportes, controle de estoque, etc.) que se repetem 
inúmeras vezes ao longo do canal pelo qual matérias-primas vão sendo 
convertidas em produtos acabados, aos quais se agrega valor ao consumidor”. 
Em outras palavras, são todos os processos que compõem a cadeia de 
valor desde a matéria-prima até a entrega do produto acabado ao consumidor 
final. Por esta razão a cadeia deve ser bem estruturada, pois muitos custos 
agregam valor até chegar nas mãos do cliente, desde a etapa de produção até a 
etapa final, passando por vários processos como armazenagem, transporte, 
manipulação e faturamento. 
A cadeia de suprimentos, conforme ilustrado na imagem a seguir, refere-se 
ao caminho que é percorrido, partindo do fornecimento da matéria-prima, 
passando pela manufatura da indústria, até a distribuição do produto acabado no 
varejo, todos agregando valor para, por fim, entregar o produto ao consumidor. 
Dentre os principais benefícios de se fazer uma boa gestão de todo o 
processo, destaca-se possuir parcerias com fornecedores para conseguir, ao 
menor custo possível, produzir, armazenar e transportar as mercadorias. 
 
 
4 
O processo de criação da cadeia de valor leva em conta a identificação do 
valor ao cliente. Nesse contexto, podemos destacar três etapas importantes de 
conhecimento organizacional: 
 
Identificação dos Processos: 
 
Descrição do relacionamento dos processos: 
 
Identificação dos produtos: 
 
A cadeia de valor de Michael Porter, professor da Harvard Business School, 
é utilizada para um sentido mais eficiente e extensivo à empresa. Ela é 
estabelecida por um grupo de atividades criadoras de valor, desde a matéria-
prima básica, transitando por fornecedores, até o produto final entregue nas mãos 
do consumidor. 
O propósito desse modelo é distinguir os principais fluxos de processos 
dentro de uma empresa. Trata-se substancialmente de um fluxograma de 
processos específicos interligados, os quais podem ainda ser divididos em outros 
processos e atividades de apoio. 
1.1 elementos que formam a cadeia de valor 
Uma forma de identificar atividades que geram valor é averiguar que quanto 
mais profissionais e áreas funcionais participarem de um processo, ou quanto 
mais níveis de aprovação existirem, maior a chance de esse processo conter 
trabalhos que não agregam valor. 
Representa a organização em forma de processos organizacionais. É
quando são relacionados os processos que compõem a organização.
Descreve a estrutura lógica de interligação e interdependência entre os
processos organizacionais, demonstrando a conexão entre eles.
Associa o resultado obtido com a formulação dos processos ao valor
almejado pelo cliente, provocando um ambiente de colaboração para a
condução dos processos.
 
 
5 
Em muitos casos, existem atividades administrativas e de apoio que não 
agregam valor ao processo produtivo, diferentemente dos processos ligados à 
fabricação do produto ou à prestação de serviço ao cliente. 
Os elementos que formam a cadeia de valor são: 
 Logística interna ou de entrada: são todos os processos concernentes 
ao recebimento, ao armazenamento e à distribuição de entradas e insumos 
internamente. Suas relações com os fornecedores são preponderantes na 
criação de valor. É só imaginar os insumos como materiais e ferramentas 
de que você precisa dispor para executar a atividade empresarial que será 
vendida. 
 Operações: são as atividades que transformam os insumos em resultados 
que são vendidos aos clientes. Aqui, seus sistemas operacionais criam 
valor. Nesse caso, é importante saber quais são as atividades que você 
tem que desempenhar para transformar seus insumos em algo de consumo 
para seus clientes. 
 Logística externa ou de saída: essas atividades entregam seu produto ou 
serviço ao seu cliente. Como exemplo, podemos citar os sistemas de 
coleta, armazenamento e distribuição, que podem ser internos ou externos 
à sua organização. 
 Marketing e vendas: são os processos que você usa para persuadir os 
clientes a comprarem de você em vez de seus concorrentes. Referem-se 
aos benefícios que você oferece e ao quão bem você os comunica. 
 Serviço: são as atividades relacionadas à manutenção do valor de seu 
produto ou serviço para seus clientes, uma vez que foram comprados. 
Dessa maneira, aplicar uma estratégia de produção, considerando como 
base a cadeia de valor, pode determinar o sucesso e o fracasso de um 
empreendimento, uma vez que levam em consideração todas as etapas do 
processo produtivo. Administrar as atividades primárias pode ser crucial para o 
estabelecimento de uma vantagem competitiva.As atividades que são críticas para um fornecedor de materiais, 
equipamentos e serviços são as atividades de logística, pois qualquer situação 
que venha a ocorrer – seja por um atraso ou por deixar de entregar o material e/ou 
serviço – vai gerar um grande problema na linha de produção ou na entrega do 
serviço realizado, ocasionando custos enormes para a empresa. 
 
 
6 
Para Santos, Schmidt e Pinheiro (2006, p. 34), 
A Gestão estratégica de custos preconiza a utilização de custos para o 
processo de apoio ao processo de gestão estratégica. Nesse aspecto 
torna-se indispensável que a contabilidade forneça ou coloque à 
disposição do gestor de informações de custos de relevância estratégica 
que possa dar suporte às decisões tomadas na empresa capazes de 
comprometer sua vantagem competitiva em relação a seus 
competidores. 
Diante disso, podemos verificar que o desempenho da organização está 
ligado diretamente ao conhecimento do seu mercado e o mapeamento do seu 
processo produtivo, sendo muito necessário que a empresa tenha um completo 
conhecimento de informações relacionadas aos custos. 
TEMA 2 – A IMPORTÂNCIA DOS FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO 
O método dos fatores críticos de sucesso (FCS) busca identificar as 
variáveis que devem ser analisadas e monitoradas pela organização para que ela 
tenha um bom posicionamento dentro de seu ambiente competitivo. Dentre elas 
está o controle dinâmico de custos, que é uma das variáveis principais para o 
sucesso de seu negócio, além da adaptação e competência dos gestores da 
empresa frente a este mercado dinâmico e competitivo. 
Scandelari e Cunha (2009) argumentam que as capacidades dinâmicas 
devem ser consideradas por serem responsáveis pelas adaptações e inovações 
nas competências empresariais, tornando as vantagens competitivas dessas 
empresas sustentáveis. 
Os fatores críticos de sucesso devem e precisam ser encontrados por meio 
de uma análise detalhada dos objetivos da empresa, advinda de sua visão, missão 
e valores, tornando-se fonte de referências obrigatórias e fundamentais para que 
a empresa se mantenha no mercado, seja competitiva e tenha sucesso. 
Quando um fator crítico de sucesso está sendo analisado e 
consequentemente encontrado, é importante que se preste atenção para que as 
ações possibilitem o controle com ações corretivas e de melhoria para o sucesso 
de sua empresa. 
De nada adianta identificar os FCS e não reunir esforços para garantir que 
apresentem bom desempenho. 
Exemplos de FCS: 
 Imagem de solidez financeira; 
 
 
7 
 Qualificação da administração; 
 Conhecimento do mercado; 
 Imagem com os stakeholders; 
 Equipamentos disponíveis; 
 Relacionamento com os fornecedores; 
 Expertise no controle de custos. 
É importante ter claro que a consecução dos objetivos propostos depende 
dessas variáveis pois, ao contrário das vantagens competitivas que fazem uma 
empresa se sobressair em relação às concorrentes, os FCS, se não bem 
analisados quando a estratégia de uma organização é definida, podem 
comprometer a sobrevivência da empresa no mercado. 
Se um fator é considerado crítico, então deve ser analisado e receber 
atenção e investimento, disponibilizar informações para controle, executar ações 
corretivas de melhoria e ser definido pela alta administração. 
TEMA 3 – APURAÇÃO DOS CUSTOS NA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA 
Para um gestor, uma das decisões mais importantes a serem tomadas é a 
composição do preço de venda, levando em consideração todas as variáveis que 
afetam diretamente o custo daquele produto e/ou serviço. 
A correta mensuração desta variável pode representar a rentabilidade, o 
quanto a empresa será competitiva ou não, além de sua existência, 
independentemente de seu porte. 
Conforme Megliorini (2007, p. 2), “uma empresa apura seus custos com 
vistas: 
a. Ao atendimento de exigências legais quanto à apuração de resultados de 
suas atividades e avaliação de estoques; 
b. Ao conhecimento dos custos para a tomada de decisões corretas e o 
exercício de controles”. 
Quando falamos em apuração de custos, é fundamental que a empresa 
atenda à legislação vigente para depois formular estratégias de redução de custos 
para a tomada de decisão. 
Por essa razão, a implantação de um sistema de custeio é tão importante 
para empresa, uma vez que se trata de uma ferramenta que traz informações 
pertinentes que vão permitir manter o produto a um custo menor que aquele 
 
 
8 
praticado pelos concorrentes. Observe que um preço abaixo da expectativa 
poderia prejudicar a venda, já um preço muito elevado poderia espantar os 
potenciais compradores. 
O conhecimento desse sistema de custos vai permitir que as empresas se 
tornem mais competitivas, respondendo às variações ocorridas tanto no âmbito 
externo quanto no interno. 
Vejamos três métodos importantes para a composição do preço de venda 
de seu produto, de acordo com a necessidade ou preferência: 
3.1 Margem de contribuição 
Após serem descontados os custos e as despesas variáveis do produto 
final, será determinado quanto “sobra” dentro do custo de venda. 
É muito importante este método, pois permite que a empresa estabeleça o 
quanto deseja ganhar a cada item comercializado. 
A fórmula básica é: 
 
Exemplo: as despesas fixas e variáveis de um produto final fabricado pela 
indústria são de R$80,00, entre os custos de produção, impostos e de 
infraestrutura. A empresa quer uma margem de contribuição de R$ 20,00 a cada 
venda, então o número final será dado por: Valor de venda – 80 = R$20,00, logo, 
Valor da venda: R$100,00. 
Esse tipo de tratamento permite não apenas que a indústria cubra as suas 
despesas em geral como também obtenha uma margem líquida em cima de cada 
item que é vendido. Utilizado corretamente, este método ajuda o empreendimento 
a conquistar melhores resultados. 
3.2 Markup 
O markup é um método que se baseia nos custos envolvidos em cada 
produto que está em produção. O principal objetivo é encontrar um preço que 
resguarde essas despesas e também ofereça o lucro desejado. 
Margem de contribuição = Valor de venda – Custos e Despesas variáveis
ou na Forma percentual
Margem de contribuição = (Valor de venda – Custos e Despesas variáveis) / 
Valor de venda
 
 
9 
O markup não corresponde à margem de lucro, mas a uma estimativa que 
é considerada como sendo a mais apropriada para o negócio. A partir da 
contagem, encontra-se um índice multiplicador a respeito do custo-base. 
 
Fórmula do método markup: 
 
Vamos imaginar que em um produto qualquer as despesas variáveis sejam 
de 12% e as despesas fixas ficam em 13%. O lucro almejado é de 15%. Nesse 
caso, a fórmula é dada por: 
 
Se o seu produto tem um custo unitário de R$ 40,00, então o preço formado 
deverá ser de R$ 100,00, segundo esse método. 
3.3 Fórmula baseada no lucro 
Quando a empresa se baseia no lucro desejado, dá-se importância aos 
custos. Nesse caso, será acrescido um determinado valor ao custo do produto 
para encontrar um montante mínimo para o número final. 
A fórmula é dada por: 
 
Imagine, por exemplo, que o custo inicial do produto é R$ 60,00 e que suas 
despesas fixas correspondem a 10%. Já o lucro desejado é de outros 10% do 
preço de venda. Nesse caso, o valor de vendas será: 
Markup = 100 / [100 – (DV + DF + LP)]
As siglas correspondem a:
DV = percentual das despesas variáveis;
DF = percentual das despesas fixas;
LP = percentual do lucro desejado.
Markup = 100 / [100 – (12 + 13 + 15)]
Markup = 100 / [100 – 60]
Markup = 100/40 = Markup = 2,5
100% preço de venda = custo inicial + percentual das despesas fixas + 
percentual do lucro desejado
 
 
10 
 
A abordagem feita diferencia-se em relação ao markup, mas conseguimos 
o mesmo resultado obtido por aquele método. Verificamos que não é possível 
estabelecer margem muito acima desses resultados, pois ela pode comprometer 
o resultado almejado pela empresa.TEMA 4 – A IMPORTÂNCIA DE REDUÇÃO DE CUSTOS NA EMPRESA 
Tendo em vista a necessidade de a empresa se destacar frente à 
concorrência neste mercado globalizado, é muito importante a análise de 
possibilidades para reduzir custos e despesas. Vejamos alguns exemplos: 
 Redução de custos com telefone e internet: verifique se não existe a 
possibilidade de redução dos custos fixos; faça uma avaliação da real 
necessidade do plano da internet; veja a possibilidade de utilizar telefones 
e aplicativos; reduza ligações locais e interurbanas; verifique planos que se 
adequam à sua empresa. 
 Redução de custos nas contas de água e energia: verifique com a sua 
concessionária de energia a possibilidade de reduzir a tarifa; invista em 
energias alternativas; substitua as torneiras e descargas por modelos mais 
econômicos; substitua as lâmpadas incandescentes por fluorescentes, que 
são mais econômicas; avalie a utilização dos sensores de presença para 
reduzir o gasto com energia. 
 Papel e impressões: mesmo com o uso cada vez menor de impressões 
em papel, há documentos que às vezes precisam estar fisicamente em 
mãos. Nesses casos, faça a impressão utilizando os dois lados da folha, 
digitalize documentos em vez de imprimi-los, abuse das ferramentas 
colaborativas que temos on-line etc. 
 Dívidas e tarifas bancárias: procure renegociar suas dívidas e tarifas 
bancárias com os seus credores e bancos. Essa pode ser uma alternativa 
para diminuir taxas de juros. 
100% preço de venda = 60 + 10%PV + 10%PV
100% PV - 20%PV = 60
80% PV = 60
PV = 60 / 0,80
PV = 75 
 
 
11 
 Estoques: faça uma análise de quais produtos estão estocados por muito 
tempo e diminua sua produção se for o caso, pois estoque parado traz 
prejuízos para a empresa – além de ocupar espaço, podendo ainda 
estragar com o tempo. 
 Negociação com fornecedores: é importante negociar com fornecedores 
para uma possível redução de preços e prazos. Pesquise bem, faça visitas, 
mostre o seu interesse em negociar o fornecimento. 
Finalmente, solicite a seus parceiros uma avaliação sobre a necessidade 
de uma redução de custos, pois com a sua equipe você poderá colocar em prática 
as suas ideias, bem como aceitar outras, com o objetivo de reduzir custos para 
maximizar a riqueza. 
TEMA 5 – SISTEMAS TRADICIONAIS DE CUSTOS 
Na época da Revolução Industrial, os processos de produção entre as 
empresas eram muito parecidos, fazendo com que os profissionais identificassem 
os custos basicamente com os dados da matéria-prima e mão de obra, que eram 
sem dúvida os mais relevantes. 
Com o passar do tempo, a economia foi se desenvolvendo e passou a 
utilizar de maneira mais intensiva as máquinas e os equipamentos no processo 
de produção. Por essa razão, os novos custos apareceram e tornaram a medição 
muito mais complexa. O desafio de encontrar um método que propiciasse maior 
agilidade na mensuração dos custos de fabricação deu origem à contabilidade de 
custos. 
Por esta razão, as informações sobre os custos de maneira geral, desde 
que adequadamente apresentadas em relatórios, seriam uma grande contribuição 
para o controle e planejamento empresarial. Diante disso, a contabilidade de 
custos tornou-se, devido ao enorme leque de informações que a integra, um 
importante conjunto de informações gerenciais, proporcionando retorno dos 
investimentos e priorizando a implementação de programas nas áreas críticas em 
função dos custos. 
NA PRÁTICA 
Dentre os principais problemas de uma empresa em seu contexto 
organizacional está a falta de gestão em todo o seu processo produtivo. 
 
 
12 
Estamos falando desde a compra da matéria-prima, estoque e fabricação 
até distribuição ao consumidor final. A cadeia de valor é um modelo que contempla 
as atividades importantes nas quais as empresas, por intermédio de sua análise, 
criam vantagem competitiva. Vamos imaginar um caso prático: você, como gestor 
de processos designado para avaliar a maneira como as atividades dessa cadeia 
de valor estão trazendo resultados para empresa, deve refletir a respeito do que 
foi analisado. Levando em consideração os estudos apresentados, responda: qual 
seria a sua atitude frente aos diretores da empresa? 
a. Deixar tudo como está, pois toda mudança var gerar custos desnecessários 
para a empresa no atual momento. 
Feedback: decisão errada, pois o investimento em ações de melhorias nos 
processos traz no futuro um retorno positivo para a empresa. 
b. Tentar resolver apenas os maiores problemas, tendo em vista a escassez 
de recursos já sinalizada pela diretoria da empresa. 
Feedback: infelizmente remediar apenas um processo não será 
interessante, visto que os processos são interligados, ou seja, é necessária 
a melhoria em toda a cadeia. 
c. Posicionar-se perante a Diretoria, afirmando que não há de fato 
necessidade de mudanças a curto prazo, afinal, em time que está 
ganhando não se mexe. 
Feedback: isso demonstra pouca preocupação em solucionar o problema 
para a empresa. Essa não é de fato a melhor solução, pois revela falta de 
interesse. 
FINALIZANDO 
A boa gestão da cadeia de valor para alcançar vantagem competitiva é 
preponderante para o sucesso da organização. A análise de todo o processo, 
desde a chegada até a entrega do produto ou serviço ao cliente, faz a diferença 
frente à concorrência. É de suma importância que a cadeia de valor esteja 
funcionando da melhor maneira possível e que os processos estejam todos 
interligados de modo alinhado em toda a cadeia produtiva da empresa. 
 
 
13 
Sua importância é tão grande que ela não trata apenas de problemas 
ligados ao processo produtivo, mas também de problemas relacionados ao 
monitoramento dos fatores críticos de sucesso. 
A cadeia de valor não pode – nem deve – se preocupar apenas com a 
cadeia propriamente dita, mas sim analisar e conhecer a cadeia de valor tanto de 
seus fornecedores quanto de seus clientes, pois essa prática é fundamental para 
conhecer ainda mais a fundo seu processo e analisar seus pontos fortes e fracos, 
assim como identificar oportunidades e ameaças no mercado. 
LEITURA OBRIGATÓRIA 
Texto de abordagem teórica 
MEGLIORINI, E. Parte 1 – Base para conhecimento de custos. In: ______. 
Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. p. 1-5. 
Texto de abordagem prática 
RAMOS, A. F.; POLICÁRIO, S. M.; GOUVEIA, A. G. P.; DEORCE, R. B. Gestão 
de custos aplicada ao terceiro setor: Estudo de caso na APAE de Governador 
Valadares. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CUSTOS, 24., 2017, Florianópolis. 
Anais..., São Leopoldo: Associação Brasileira de Custos, 2017. Disponível em: 
<https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/view/4300/4300>. Acesso em: 8 
maio 2018. 
 
 
https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/view/4300/4300
 
 
14 
REFERÊNCIAS 
BALLOU, R. H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais e 
distribuição física. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. 
MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice 
Hall, 2007. 
SANTOS, J. L. dos; SCHIMIDT, P.; PINHEIRO, P. R. Fundamentos de gestão 
estratégica de custos. São Paulo: Atlas, 2006. 
 
AULA 2 
CUSTOS DE MÃO DE OBRA 
Prof. Eron Paluski 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
A disciplina de Custos de Mão de Obra é estruturada em seis aulas 
segmentadas, abordando assuntos de relevância para o tema. 
A presente aula versará sobre os conceitos básicos de custos de mão 
de obra. Iniciaremos a matéria apresentando conteúdos que proporcionarão o 
embasamento teórico da temática do curso. 
O objetivo deste estudo é mostrar, por meio dos conceitos fundamentais de 
custos, a importância de desempenhar as suas atividades com eficácia e 
eficiência, buscando como resultado maior vantagem competitiva para a sua 
empresa. 
Ótimo estudo! 
CONTEXTUALIZANDO 
A análise e classificação de custos é fundamental para fornecer as 
informações necessáriaspara a correta avaliação dos processos de produção, 
além dos serviços atrelados ao negócio da empresa e o desempenho das 
atividades desenvolvidas dentro dela. Essa análise também auxilia no controle e 
planejamento das diversas operações da empresa. 
A gestão de custos e despesas é, portanto, a medida mais eficaz e eficiente 
para manter o índice de liquidez positivo e a performance organizacional da 
empresa. Se for malconduzida, poderá interferir nos resultados planejados e 
causar queda acentuada na produtividade. 
Quando a empresa investe em uma boa gestão na análise de custos, o 
resultado é lucrar mais e gastar menos. Os dados obtidos na gestão servirão para 
influir diretamente na tomada de decisões, servindo para que a empresa alcance 
os resultados almejados e defina os preços de venda do produto ou serviço com 
mais exatidão. 
Para definir preços de venda, é preciso o levantamento detalhado dos 
custos envolvidos em cada produto, evitando assim formar preços que não se 
ajustam à realidade do negócio, tornando-se muito caros para o consumidor ou 
prejudiciais para o comerciante, afetando negativamente sua margem de lucro. 
 
 
3 
TEMA 1 – A IMPORTÂNCIA DOS FATORES DE PRODUÇÃO 
Na aplicação das riquezas da sociedade, nós somos dependentes de 
fatores produtivos. A economia comporta três condições importantes: natureza, 
capital e trabalho, justificados por um quarto fator, denominado empresa. 
Para os economistas, o processo produtivo se justifica na aplicação 
conjunta desses fatores de produção. Cada um desses fatores de produção tem 
uma função específica, a saber: 
 
 
 
 
Com planejamento e controle você conduz efetivamente uma cadeia de 
suprimentos desde a matéria-prima até o consumidor final. Com o objetivo de 
reduzir custos e acelerar o processo de aprendizado, é importante estabelecer o 
gerenciamento dos diversos sistemas internos e externos, por meio do 
relacionamento com todos os profissionais envolvidos na cadeia de suprimentos, 
com foco em confiança, habilidade técnica e compartilhamento de informações. 
TEMA 2 – OBJETIVOS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS: 
Administrar uma empresa nunca é fácil. Você pode oferecer um ótimo 
produto ou serviço, porém não conseguir manter sua empresa com bons 
resultados financeiros. Por esse motivo, a gestão eficiente da contabilidade de 
custos é considerada como ponto-chave para o sucesso de seu negócio. 
Terra/natureza: fornece os insumos necessários à produção. São todos os
recursos naturais, como as matérias-primas, os materiais, a energia etc. É o
fator que oportuniza as entradas de insumos para que a produção possa ser
realizada. Dentre os insumos, figuram os materiais e matérias-primas.
Capital: fornece os recursos necessários na forma de dinheiro para adquirir os
insumos e efetuar o pagamento da mão de obra. Representa o fator que
permite a aquisição dos demais fatores de produção para gerar riquezas.
Trabalho: é composto pelos recursos humanos aplicados no processamento e
transformação dos insumos adquiridos, por meio de operações manuais ou de
máquinas e ferramentas, em produtos acabados ou serviços prestados.
Empresa: o conjunto equilibrado que permite que o resultado almejado seja
maior do que a soma dos fatores aplicados no negócio. Constitui o sistema
que concentra os fatores de produção envolvidos, fazendo com que o
resultado do conjunto exceda o resultado isolado. Isto demonstra que a
empresa tem um efeito multiplicador, capaz de proporcionar ganhos
adicionais.
 
 
4 
De acordo com Mattos (2018), podemos definir uma classificação para os 
objetivos da contabilidade de custos no que diz respeito aos custos de produção. 
1. Inventariar os produtos fabricados e vendidos: 
 
2. Planejar e controlar as atividades empresariais como instrumentos 
para a tomada de decisão: 
 
Conforme Megliorini (2007, p. 4): 
Para que esses objetivos sejam atingidos, as empresas se valem dos 
métodos de custeio estruturados a fim de serem alimentados de 
informações coletadas internamente. 
Um desses métodos de custeio é a assistência dada pelos sistemas de 
tecnologia à contabilidade de custos, que facilita as apurações e aumenta a 
rapidez e credibilidade das informações, pois os resultados obtidos por 
informações integradas refletem a realidade da empresa. 
TEMA 3 – TERMINOLOGIA E CONCEITOS INICIAIS 
Para o bom andamento de sua empresa, existe a necessidade da correta 
classificação de investimentos, gastos, perdas, custos e despesas. No início do 
um aprendizado sobre o assunto, os itens relacionados podem parecer iguais, 
porém não é essa a verdade: individualmente, esses itens representam uma 
Determinar o valor inicial e final de matéria-prima em estoque e dos 
produtos em processamento e terminados.
Elaborar demonstrativos do custo de produção de cada produto 
fabricado.
Elaborar demonstrativos de lucro, prejuízo e custo do produto 
vendido.
Preparar orçamentos com base no custo de fabricação e determinar o 
custo padrão e o preço de venda.
Aceitar ou rejeitar encomendas e determinar o preço de venda de 
cada item de produção.
Determinar o volume da produção além do ponto de equilíbrio, porém 
dentro da capacidade física da empresa.
 
 
5 
categoria distinta nos balanços de uma empresa, com normas contábeis próprias 
os especificando. 
3.1 Investimento 
 
É de suma importância entender que qualquer investimento vai gerar 
custos iniciais para a empresa. O objetivo é recuperar esse valor investido em 
tempo por meio do aumento de produção da empresa. Consequentemente, o valor 
aplicado para aumentar a produção começa a gerar lucros maiores que os obtidos 
anteriormente. Porém, trata-se de um valor a ser aplicado que requer cuidado e 
precisa ser amplamente estudado pelos gestores da empresa de modo a evitar 
que se torne um gasto imprevisto ao empreendimento, ocasionando o que pode 
gerar dívidas inesperadas. 
3.2 Gasto 
 
Os gastos são considerados por Martins (2010, p. 24) como “compra de um 
produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade, 
sacrifício este representado por entrega ou promessa de entrega de ativos”. 
3.3 Custo 
É de extrema importância você saber a diferença entre custo e despesa. 
Custo está rigorosamente ligado ao produto ou serviço, e a despesa não está 
claramente ligada ao processo de produção. 
• É todo o recurso aportado na empresa 
com o objetivo de aumentar a receita da 
empresa no futuro.
• Exemplo: aquisição de máquinas e 
equipamentos para aumentar a 
produção.
INVESTIMENTO
• É todo o gasto associado a um produto até deixá-
lo em condições de ser vendido. É tudo aquilo que
é aplicado para produzir um bem ou serviço.
• Exemplo: Material consumido na prestação de 
serviço.
GASTO
 
 
6 
 
Conforme Megliorini (2007, p. 7), “custos correspondem à parcela dos 
gastos consumida no ambiente fabril para a fabricação do produto, pela aquisição 
de mercadorias para revenda e para a realização de serviços” 
São caracterizados como custos todos os gastos inseridos diretamente nos 
fatores de produção, como matéria-prima, mão de obra, manutenção etc. 
3.3.1 Custo fixo 
 
A definição de custos fixos, conforme Megliorini (2007, p. 7): 
São aqueles que decorrem da manutenção produtiva da empresa, 
independendo da quantidade que venha a ser fabricada dentro do limite 
da capacidade instalada. Exemplos desse comportamento são o custo 
do aluguel e a depreciação. 
Os custos fixos existem mesmo que não haja produção. Possuem uma 
ocorrência constante e periódica, e não variam em função do volume produzido, 
mas de maneira contrária a que a sua nomenclatura possa indicar, não possuem 
valores inalterados durante o tempo: eles podem variar em função de outros 
fatores que não dependem da produção. 
 
• É todo o gasto associado a um produto
até deixá-lo em condições de ser
vendido. É tudo aquilo que é aplicado
para produzir um bem ou serviço.
• Exemplo: material consumidona
prestação de serviço e/ou fabricação.
CUSTO
• São os gastos que se mantêm constantes;
independentemente do volume de produção, eles
fazem parte da estrutura do negócio: por mais que a
produção e vendas oscile, esses valores são mais
estáticos.
• Exemplo: serviços de segurança, limpeza, planos de 
telefonia, manutenção de equipamentos etc.
CUSTO 
FIXO
 
 
7 
3.3.2 Custo variável 
 
Os custos variáveis, conforme afirma Megliorini (2007), são aqueles que 
variam conforme a intensidade de produção, por exemplo, se a produção da 
empresa aumentar, maior será esse custo e, caso haja uma produção menor, o 
custo também diminui. Exemplo: matéria-prima, embalagens, energia etc. 
3.4 Despesa 
 
Bornia (2002, p. 40) expõe que despesa “[...] é o valor dos insumos 
consumidos com o funcionamento da empresa e não identificados com a 
fabricação”. 
Despesa, segundo Perez Jr., Oliveira e Costa (2006, p. 22), são “gastos 
relativos aos bens e serviços consumidos no processo de geração de receitas e 
manutenção dos negócios da empresa”. 
3.4.1 Despesa variável 
As despesas podem ser classificadas em fixas ou variáveis: 
• São aqueles que variam diretamente com a quantidade
produzida ou vendida, na mesma proporção.
• Exemplo: em uma indústria de cadeiras são
produzidas, por mês, 100 cadeiras. Para a produção, é
contratada mão de obra temporária, que varia de
acordo com a volume de produção. Como essas
produções exigem maior gasto de energia, quando a
produção aumenta a conta de energia sobe 20%. Esse
percentual é um clássico exemplo de custo variável.
CUSTO 
VARIÁVEL
• É todo o gasto que NÃO está associado diretamente
ao produto ou serviço, mas é necessário para
atender à estrutura da sua organização, ou seja, são
gastos para “tocar a empresa em frente”.
• Exemplo: gastos com salários de funcionários 
administrativos, zeladoria, cantina etc.
DESPESA
 
 
8 
 
As despesas variáveis normalmente são aquelas fundamentais para o 
faturamento do seu negócio. Elas estão vinculadas diretamente ao volume 
vendido ou produzido pela empresa em um determinado período. Ou seja, quanto 
mais se vender, maiores serão essas despesas. 
Como exemplo, imaginemos a personagem Dona Genoveva, vendedora de 
cachorro-quente. Se em um mês vender mais que no anterior, seus gastos vão 
variar de maneira proporcional ao volume de vendas, e Dona Genoveva precisará 
gastar mais com alimentos para a produção e com a embalagem. 
3.4.2 Despesa fixa 
 
As despesas fixas são mais regulares. Seus valores independem do que 
for produzido ou vendido. 
O controle das despesas fixas é bastante simples. O profissional deve 
sempre ter uma reserva para custeá-las, deixando sempre um limite de segurança 
para evitar sustos desagradáveis, já que, embora consideradas fixas, as despesas 
com telefonia, por exemplo, podem variar extraordinariamente em um 
determinado mês. Se esses valores começarem a mudar muito, o gestor deve 
ficar alerta, pois alguma coisa pode estar saindo do controle. 
 
• Terá uma variação proporcional de
acordo com volume produzido ou
vendido pela empresa.
• Exemplo: comissão de vendas, matérias-
primas, entre outros.
DESPESA 
VARIÁVEL
• Não varia de acordo com o que for
produzido ou vendido pela empresa.
• Exemplo: material de escritório,
mobiliário, estruturas físicas, entre
outros.
DESPESA 
FIXA
 
 
9 
3.5 Perda 
 
As perdas de material de fabricação em sua maioria são um custo, já que 
são valores sacrificados de modo normal no processo de produção. O gasto com 
mão de obra durante um período de greve, por exemplo, é uma perda, não um 
custo de produção, pois acontecem involuntariamente. 
TEMA 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO 
Os bens e serviços consumidos na produção de outros bens e serviços são 
chamados de custos de produção. Este é um assunto relevante dentro do contexto 
econômico, pois a análise do custo de produção pode ser determinada no começo 
ou no final do processo produtivo: 
 
 Antes: em casos de previsões de cenários futuros para investimentos ou 
até mesmo para elaborar fluxo de caixa, o custo é considerado com base 
no resultado atual do processo e na experiência do profissional que o faz. 
 Depois: o custo é obtido depois do processo produtivo. Dessa maneira, 
aquela informação de custo realmente observada durante todo o processo 
é uma informação segura – se bem apurada. 
O profissional não deve seguir informações que não refletem a realidade, e 
sim dispor de meios procedentes para estimar e classificar o custo. 
• É o valor despendido em eventos imprevistos e
anormais que trarão de certa forma prejuízo
para a empresa. Em geral, esses eventos são
imprevisíveis, e mesmo que em determinados
momentos possa ser até possível preveni-los, a
precaução acaba não sendo suficiente.
• Exemplo: acidentes, inundações, incêndios e 
fatos desse tipo.
PERDA
Custo de produção
Antes do processo produtivo
Depois do processo produtivo
 
 
10 
4.1 Custo direto 
 
Por essa razão, podemos dizer que aquilo que define o custo como sendo 
direto é justamente a propriedade que ele tem de ser medido de maneira clara. 
A indecisão por não saber classificar o custo como direto ou indireto pode 
causar transtornos na elaboração do orçamento da empresa. A regra é 
aparentemente simples: se você atribuir o custo diretamente a um serviço 
realizado, então ele é direto; do contrário, é indireto. 
4.2 Custo indireto 
 
Quando nos referimos aos custos indiretos, estamos falando de situações 
em que não existem quantidades exatas para os gastos levantados com produtos 
ou serviços ou quando é impossível precificar esses gastos em função de cada 
unidade. Isso porque são valores que não podem ser quantificados de maneira 
tão simples quanto acontece com os custos diretos. 
Assim, vamos exemplificar utilizando o gasto de energia que a fábrica tem 
com a produção das janelas. Ainda que tenhamos como saber que houve aquele 
gasto e o quanto ele representou para o fluxo de caixa da empresa, não é possível 
determinar com precisão o quanto de energia foi gasto com cada janela produzida. 
Nesse caso, a solução é usar o que chamamos de critério de rateio, ou 
seja, estabelecer uma proporção aproximada para, somente assim, calcular o 
custo de cada unidade do produto. Porém, caso exista um equipamento que está 
• É o gasto aplicado diretamente no
produto final, ou seja, se não houve
produção, não haverá respectivamente a
aplicação do custo.
• Exemplo: matéria-prima, mão de obra do
operador da máquina, insumos, entre
outros. Esses são os mais fáceis de
identificar.
CUSTO 
DIRETO
• Também são gastos com o processo
produtivo, porém não estão diretamente
relacionado ao produto final.
• Exemplo: aluguel da fábrica, energia
elétrica, depreciação das máquinas etc.
CUSTO 
INDIRETO
 
 
11 
sendo utilizado em um serviço exclusivo para atender a uma demanda específica, 
este será um custo direto, pois será associado apenas à fabricação desse produto, 
assim como as horas de mão de obra empregadas pelo profissional. Se você 
seguir esta linha de raciocínio, dificilmente terá problemas na classificação dos 
custos diretos e indiretos, e consequentemente vai acabar precificando os seus 
serviços corretamente. 
Quando a empresa tem mais custos variáveis do que fixos, como na 
maioria dos casos de prestação de serviços, fica mais difícil realizar uma política 
de descontos ou redução do preço final. Isso acontece porque o profissional deve 
buscar garantir o lucro em cada produto ou serviço vendido. O processo de 
avaliação deve ser bem ponderado, a fim de garantir a melhor rentabilidade. 
4.3 Custo médio unitário 
 
O método de custo médio unitário corresponde à busca de uma média do 
preço unitário levando em consideração as entradas período a período, ou seja, 
cada entrada ao preço unitário diferente do preço médio anterior faz com que se 
altere o preço médio – o que justifica o seu cálculo. 
Tabela 1– Exemplo da formação do custo unitário 
Custo médio unitário 
Descrição Quantidade Preço Total 
Material para produção 20 R$ 110,00 R$ 2.200,00 
Mão de obra 3 R$ 1.300,00 R$ 3.900,00 
Embalagem 1.200 R$ 3,00 R$ 3.600,00 
 
Total de custo geral R$ 9.700,00 
Total de produtos já prontos 2.800 
Total do custo médio unitário R$ 3,46 
 
• É o custo de produção de uma unidade
ou serviço obtido pela divisão do custo
total de produção pela quantidade de
produto produzido.
• Exemplo: quilos de frango, quilos de
carne etc.
CUSTO MÉDIO 
UNITÁRIO
 
 
12 
Na tabela anterior, o custo unitário foi simulado usando material para a 
produção, mão de obra e embalagem, lembrando que esses valores são apenas 
para a produção. O total de gastos foi de R$ 9.700,00 e o total de produtos que 
foram produzidos foi de 2.800. O custo médio unitário será a divisão de 9.700 por 
2.800, que resultará em um custo médio unitário de R$ 3,46. 
4.4 Custo total 
 
Por definição, o custo total é o cálculo que considera todos os custos, sejam 
eles fixos ou variáveis, a serem atribuídos a uma atividade ou a um conjunto de 
atividades, dadas as quantidades de fatores de produção utilizados. É o gasto 
total da empresa com os fatores de produção: 
 
Representa, para efeito de análise, o menor custo total para atingir um 
determinado nível de produção. São os gastos com mão de obra, insumos e 
equipamentos necessários para produzir bens. Assim, podemos concluir que 
quanto maior o custo destas variáveis, maior o custo total. 
TEMA 5 – TABELA COMPARATIVA ENTRE CUSTOS E DESPESAS 
É fundamental que o empresário em busca da maximização de sua riqueza 
saiba fazer uma boa gestão de custos, pois quando se define o preço do produto 
a ser comercializado é necessário identificar todos os custos e despesas da 
atividade de produção e do negócio: 
 
• Custo para produzir determinada
quantidade de produtos. É o conjunto de
custos a ser imputado a uma atividade ou
conjunto de atividades, dadas as
quantidades de fatores de produção
utilizados.
CUSTO TOTAL
Fórmula utilizada: CT = CF + CV
 
 
13 
Quadro 1 – Comparação custos/despesas fixas e variáveis 
 
A identificação de custos de maneira equivocada pode trazer sérias 
consequências à composição do preço. Assim, o dimensionamento correto de 
alocação do capital e o combate aos desperdícios financeiros podem contribuir 
para um ótimo resultado financeiro para a empresa. 
NA PRÁTICA 
Agora que aprendemos os conceitos relacionados a custos e despesas, 
vamos treinar nossa aprendizagem? 
Foram lançadas no Quadro 2 as descrições da empresa Eldorado 
Equipamentos Ltda. 
 
 
 
14 
Quadro 2 – Eldorado Equipamentos Ltda. 
Descrição 
C
u
s
to
 d
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 p
ro
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u
ç
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P
e
rd
a
s
 
Comissão de vendedores 
Salários de fábrica 
Aquisição de máquinas para produção maior 
Matéria-prima consumida 
Salários da administração 
Depreciação da fábrica 
Seguros da fábrica 
Compra de um caminhão para transporte do produto final 
Incêndio no barracão 
Despesas financeiras 
Honorários da diretoria 
Materiais diversos – fábrica 
Energia elétrica – fábrica 
Inundação temporária na linha de produção 
Energia elétrica – Escritório 
Manutenção – fábrica 
Despesas de entrega 
Correios e telefone 
Material de consumo – escritório 
 
Esses dados suscitam perguntas desafiadoras, como: 
 Este produto é rentável para minha empresa? 
 Preciso reduzir custos de produção para aumentar meu lucro? 
 Qual retorno este produto oferece? Devo continuar produzindo-o? 
Tendo em vista a concorrência existente nos dias atuais, é necessário 
conhecer a composição do preço de seus produtos e/ou serviços. Saber classificar 
custos, despesas, perdas e investimentos é fundamental para a tomada de 
decisões inteligentes com vistas ao aumento da lucratividade. 
FINALIZANDO 
Um bom processo de gestão depende da identificação correta dos custos 
e despesas fixas e variáveis. Isso fará com que os recursos financeiros possam 
ser utilizados de maneira mais eficiente para a empresa, além de indicar 
 
 
15 
alternativas de mudança, obtendo assim vantagem competitiva para a 
organização. 
A análise permite tomar decisões estratégicas com mais rapidez. 
Aproveitando o tempo de maneira eficiente, o gestor terá o conhecimento de 
várias etapas do processo, como: o custo de fornecedores, a variação de preços, 
a sobreposição de compras, os desperdícios na economia, os estoques, além de 
poder comparar os custos e despesas com outras empresas do mesmo segmento. 
Portanto, quanto mais controle e identificação dos custos associados ao 
seu processo produtivo, maior sua probabilidade de sucesso. 
LEITURA OBRIGATÓRIA 
Texto de abordagem teórica 
Livro: (parte 1- Bases para conhecimento de custos; páginas 6-18) 
MEGLIORINI, E. Parte 1 – Bases para conhecimento de custos. In: _____. 
Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. p. 6-18. 
Texto de abordagem prática 
CARNEIRO, D. M. Determinantes de custos: uma proposta de sistematização. 
161 f. Dissertação (Mestrado em Controladoria e Contabilidade: Contabilidade) –
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. Disponível em: 
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-21012016-115917/pt-
br.php>. Acesso em: 8 maio 2018. 
 
 
 
16 
REFERÊNCIAS 
MARTINS, E. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
MATTOS, J. G. Custo de produção – história, teoria e conceitos. Disponível 
em: <http://www.gea.org.br/scf/aspectosteoricos.html>. Acesso em: 8 maio 2018. 
MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice 
Hall, 2007. 
 
 
AULA 3 
CUSTOS DE MÃO DE OBRA
Prof. Eron Paluski 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
A disciplina de Custos de Mão de Obra é estruturada em seis aulas 
segmentadas, abordando assuntos de relevância para o tema. 
Desta forma, a presente aula versará sobre a importância da avaliação dos 
estoques e a utilização da contabilidade de custos no processo decisório, 
momento este em que vamos estudar sobre temas que proporcionarão o 
embasamento teórico relacionado ao conteúdo abordado. 
Ótimo estudo! 
CONTEXTUALIZANDO 
Antigamente, a contabilidade de custos era relacionada com a atividade 
industrial, pois se tratava normalmente da apuração de custos dos produtos que 
estavam em processo de produção, em elaboração e acabados. 
Diante da evolução natural dos negócios e consequentemente a 
modernização dos processos, nos quais são relacionados os detalhes dos custos 
inerentes ao processo industrial ou de serviços, a contabilidade de custos tornou-
se uma ferramenta importante de controle e de suporte às tomadas de decisões 
empresariais. 
De acordo com Carvalho (2006, p. 2), 
A competição existente no atual cenário econômico força a organização 
a buscar técnicas gerenciais que possam direcionar com mais rapidez 
as decisões no ambiente em que se encontram inseridas”. Por esta 
razão é de suma importância a utilização de várias ferramentas de 
análise, sejam elas contábeis, financeiras ou operacionais, para o auxílio 
no momento da tomada de decisão. 
A utilização dos métodos de contabilidade de custo busca analisar suas 
estruturas e seus principais conceitos que agregam e fornecem suporte para que 
a empresa possa utilizar toda a sua produção com eficiência no intuito de almejar 
a plena lucratividade. 
TEMA 1 – A INFLUÊNCIA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS NO PROCESSO 
DECISÓRIO 
O avanço tecnológico nos dias atuais, e a disponibilização de métodos de 
custeio, faz com que as empresas estejam focadas na redução de custos e no 
desenvolvimento ainda maior de sua produtividade, o que torna um grande desafio 
 
 
3 
no sentido de controlar os meios gerenciais para especificaros custos que 
envolvem a produção. 
Para Iudicibus (2008 p. 89), “O objetivo da contabilidade pode ser 
estabelecido como sendo o de fornecer informações estruturadas de natureza 
econômica, financeira e subsidiariamente física, de produtividade e social, aos 
usuários internos e externos à entidade objeto da contabilidade”. 
Os controles dos custos são realizados por métodos gerenciais com o 
principal objetivo de compreender o processo de produção para saber quanto está 
sendo empregado para se produzir cada produto, podendo, desta maneira, buscar 
a otimização do processo; por esta razão, a contabilidade de custo tem como 
importante tarefa: 
 Estabelecer os custos associados para determinado período; 
 Monitorar as quantidades físicas produzidas por meio da aplicação do custo 
médio; 
 Criar sistemas de controle de custo que permitam análises detalhadas; 
 Dar suporte às decisões gerenciais para determinar o preço de venda; 
 Atender à legislação fiscal; 
 Contribuir com embasamento aos orçamentos e projeções financeiras. 
Associado ao processo de gestão empresarial, a contabilidade de custos 
nos permite compreender a gestão e a formação de preços planejados para o 
futuro. Vejamos algumas dessas aplicações: 
Na indústria: 
 Determina o custo dos produtos vendidos; 
 O estoque dos produtos na etapa de fabricação e finalizados; 
 O estoque de materiais de embalagem, matéria-prima e almoxarifado. 
Na indústria extrativista: 
 O estoque dos produtos extraídos ou de produção primária; 
 O estoque de materiais ainda não utilizados na produção; 
 O custo dos produtos explorados. 
No comércio: 
 Determina o custo das mercadorias vendidas; 
 O estoque das mercadorias; 
 O estoque de bens que não são para a revenda. 
 
 
4 
Nas prestadoras de serviços: 
 O custo dos serviços vendidos; 
 O estoque de serviços em andamento; 
 O custo de materiais adquiridos e não incorporados a serviços em 
andamento. 
Os dados apurados norteiam de maneira significativa decisões a serem 
tomadas pelos gestores, nos mais diversos campos de aplicação, na área 
industrial, extrativista, comercial e prestação de serviços. 
TEMA 2 – MÉTODOS DE CONTROLE DA MATÉRIA-PRIMA 
Todas as medidas tomadas sobre os estoques de matéria-prima 
influenciarão diretamente nos custos na cadeia de produção, às vezes muitas 
empresas não levam em consideração esta importante regra que necessita 
compor as diretrizes de uma organização. 
As principais ações a serem tomadas pelos gestores são: 
a. Armazenar corretamente e controlar seus estoques: 
É importante a correta armazenagem da matéria-prima, como também de 
todas as partes integrantes do processo, como recebimento, carregamento 
no estoque, conservação. 
b. Dimensionar o espaço: 
 Melhor aproveitamento do espaço onde será estocada a matéria-prima; 
 Redução dos custos de movimentação, bem como da existência; 
 Facilidade na fiscalização do processo; 
 Redução de perdas e inutilidades. 
c. Avaliar o custo do pedido: 
Pode ser considerado um custo de estoque fixo. São todas as despesas 
relacionadas com gerenciamento de contas dos clientes, cobranças e 
comunicação. 
d. Avaliar os custos implícitos de logística: 
Esses custos são variáveis e vão depender do valor do frete e do volume 
total de pedidos. O custo do frete é capaz de causar fortes variações no 
valor unitário dos pedidos e consequentemente sua margem de lucro. 
e. Custo dos riscos de estoque: 
São as prováveis perdas de valor dos itens por conta do período em que 
 
 
5 
ficam armazenados. Essa variável é importante em empresas que lidam 
com produtos perecíveis. 
Os gestores da organização deverão designar ao departamento que 
controla o estoque os objetivos a serem atingidos, isto é, fundamentar diretrizes 
aos profissionais da área de controle para estabelecerem critérios no que tange à 
medição do desenvolvimento do departamento. 
2.1 O custo da matéria-prima 
Dentre os bens denominados econômicos, podemos definir os recursos 
naturais, que é a matéria-prima utilizada para produzir um delimitado produto, ou 
seja, tudo o que consumimos vem deste recurso, exceto quando são consumidas 
de maneira direta, sem produção. 
Quando você depende da matéria-prima para a comercialização de seus 
produtos, deve-se levar em consideração um possível risco na atividade, que seria 
a má gestão de sua compra, pois é muito importante levar em conta todos os 
valores que a envolvem. 
Além do preço do produto, frete, valores de seguros e de impostos devem 
ser analisados; também deverão ser analisados o aluguel, a depreciação das 
máquinas e equipamentos e atualização de seus ativos. 
Também o salário bruto do funcionário, os encargos da folha de 
pagamentos, os benefícios, uniformes e treinamentos, tudo isso é importante para 
você saber o quanto a mão de obra está pesando nos custos de produção. 
TEMA 3 – MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES 
A avaliação dos estoques por meio de métodos alternativos é de 
fundamental importância para o controle de custos da empresa. O simples fato de 
uma empresa efetuar compras de materiais para o seu estoque e não controlar 
seus pedidos de entrada e saída poderá lhe acarretar prejuízos na falta do material 
para a fabricação, e ainda terá uma incorreta classificação das despesas e custos 
associados ao processo de produção. 
Vanderbeck e Nagy (2001) relatam que as empresas atualmente estão 
dando mais ênfase no controle de custos em uma tentativa de manter os seus 
produtos competitivos. 
 
 
6 
O principal objetivo do cálculo por meio destes métodos é a separação dos 
custos dos produtos que já foram vendidos e o que permaneceu em estoque. As 
entradas no estoque de matéria-prima, normalmente com custos diferentes entre 
si, vão interferir no valor das saídas desse mesmo estoque; por esta razão a 
importância de utilizá-los. 
Vamos verificar as principais formas de avaliação de estoque: 
 Preço específico – Este termo é um dos principais conceitos entre os 
critérios de avaliação de estoque. O custo de cada produto em estoque é 
identificado de maneira individual, ou seja, o vendedor atribui o preço do 
produto de acordo com o valor pago pela unidade que está em estoque. 
Quadro 1 – Exemplo de movimentação no ano de 2018 
Preço específico 
Item Data Entrada Saída Vlr. unit. 
(R$) 
Valor total 
(R$) 
Veículo A 15/02 1.000 --- 60.000 60.000 
Veículo B 29/03 1.000 63.000 63.000 
 
Veículo A 
31/03 
500 60.000 60.000 
Veículo B 500 63.000 63.000 
 
Esta forma é aplicável normalmente quando é possível fazer a identificação 
individual do preço de cada unidade de estoque, como em indústrias de revenda 
de veículos e tratores, por exemplo. 
 PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair) – No método PEPS é utilizado 
o custo do estoque das matérias-primas com preço mais antigo, e 
permanecem em estoque os que ficam avaliados pelos custos mais 
recentes. 
Assim, à medida que ocorrem as vendas e o estoque do lote mais antigo 
vai se esgotando, vai sendo utilizado o custo do lote estocado de matéria-prima 
mais recente e assim sucessivamente. 
 
 
 
7 
Quadro 2 – Exemplo de movimentação no ano de 2018 
Estoque PEPS 
Item Data Entrada Saída 
Vlr. unit. 
(R$) 
Valor total 
(R$) 
Mercadoria A 15/02 1.000 --- 50,00 50.000,00 
Mercadoria A 29/03 2.000 --- 60,00 120.000,00 
 
Então teremos 31\03 
2.000 60,00 120.000,00 
200 50,00 10.000,00 
 
 UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair) – O custo das mercadorias 
vendidas ou demandadas estará sempre baseado nas compras mais 
recentes, ou seja, as primeiras unidades compradas ou produzidas serão 
as primeiras a serem transferidas para o custo dos produtos vendidos. 
De acordo com as Normas da Legislação do Imposto de renda, o método 
UEPS não é utilizado no Brasil 
Quadro 3 – Exemplo de movimentação no ano de 2018 
Estoque UEPS 
Item Data Entrada Saída 
Vlr. unit. 
(R$) 
Valor total(R$) 
Mercadoria A 15/02 1.000 --- 50 50.000 
Mercadoria A 29/03 2.000 --- 60 120.000 
Mercadoria A 31/03 --- -2.200 
 Então teremos 31\03 2.200 60,00 120.000 
 
 Custo Médio Ponderado Móvel e Fixo: 
Móvel: Cada produto que entra no estoque por custo diferente do custo 
médio anterior, consequentemente altera o custo médio, e cada saída 
também altera a sua média. 
Os valores de cada produto no estoque vão se alterar com a compra ou 
a produção de outras unidades que tenham preço diferente. É um dos 
métodos aceitos pela legislação brasileira para fins de recolhimento de 
impostos. (Schier, 2006) 
Fixo: O custo médio de cada produto disponível para consumo é 
calculado através da média de todos os produtos em estoque. Isto é feito 
em um único momento no final do mês ou ano. O custo médio ponderado 
é determinado dividindo-se o estoque disponível pela quantidade 
existente. (Rosa, 2004) 
 
 
 
8 
Quadro 4 – Exemplo de movimentação no ano de 2018 
Item Entrada Vlr. unit. (R$) Valor total do lote (R$) 
Mercadoria A 1.000 50,00 50.000 
Mercadoria A 2.000 57,50 115.000 
Cálculo 
50.000 + 115.000 dividido por (1.000+2.000) 
165.000/3.000 = 55,00 a unidade 
TEMA 4 – CÁLCULO DO CUSTO DA MERCADORIA VENDIDA 
O Custo da Mercadoria Vendida – CMV – envolve todas as despesas para 
produzir e armazenar a mercadoria até que seja vendida. É um cálculo que 
envolve a aquisição de insumos e processo de pós-venda, como custos com 
produção, transporte, armazenamento e qualquer detalhe que antecede a venda, 
por exemplo (Varejo Inteligente, 2017). Para os gestores, este cálculo demonstra 
a realidade dos custos inerentes ao processo, e apontam os itens que precisam 
de revisão e adequação, para que não causem prejuízos e, sim, lucro. 
Por meio do inventário periódico calculamos o CMV pela diferença, e não 
por cada venda concretizada (Ventura, 2017). 
Fórmula utilizada para o cálculo: CMV = EI+C-EF - (EI = estoque inicial – C 
= compras do mês ou período (incluir produtos devolvidos) – EF = inventário, ou 
estoque final) (Varejo Inteligente, 2017). 
Quadro 5 – Exemplo de movimentação no ano de 2018 
Item Data Posição Quantidade 
Mercadoria A 02/04 Saldo 11.500 
Mercadoria A 16/04 Compra 5.500 
 30/04 Estoque final 12.000 
CMV = EI+C-EF = 11.000+5.500-12.000 = 5.000 
Pelo saldo monetário, o cálculo do CMV permite que você utilize as 
mesmas variáveis. Veja o exemplo: 
Quadro 6 – Exemplo de movimentação no ano de 2018 
Item Data Posição Valor 
Mercadoria A 02/04 Saldo 115.000 
Mercadoria A 16/04 Compra 55.000 
 30/04 Estoque final 120.000 
CMV = EI+C-EF = 115.000+55.000-120.000 = 5.000 
 
 
9 
O valor encontrado corresponde ao CMV total do mês apurado. Ela também 
pode ser utilizada para encontrar o custo do produto unitário, com a diferença de 
que isso exigiria um cálculo para cada tipo de item. 
As despesas comuns do negócio não incidem sobre o custo das 
mercadorias e, por isso, não são utilizadas para encontrar o lucro bruto: 
 Impostos sobre o faturamento, como PIS/ Cofins, IRPJ e ICMS; 
 Despesas com vendas, como comissões; 
 Despesas operacionais com frete. 
O resultado deste cálculo contribui para a empresa no sentido de levantar 
os custos classificados em cada item estocado, que, apesar de simples, é útil para 
melhorar a sua gestão econômica financeira. 
TEMA 5 – CÁLCULO DO CUSTO NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 
Podemos observar em nosso dia a dia que é muito comum encontrar 
empresários do segmento da prestação de serviços que apresentam dificuldades 
na Gestão dos Custos na prestação de serviços em suas empresas. Essas 
dificuldades caracterizam-se por vários motivos. 
Alguns deles podemos elencar como: 
 O desconhecimento para avaliar os custos dos serviços aplicados; 
 A consideração de que é muito difícil e complicado controlar, acompanhar 
e tomar decisões em relação aos custos dos serviços oferecidos; 
 O sentimento de que nem sempre estas medições fazem a empresa lucrar 
mais. 
Qualquer atividade empresarial sem que seus administradores tenham 
domínio sobre os custos do negócio está sujeita a situações muito complicadas e 
ainda desfavoráveis, que podem até levar empresas à falência. 
Famá (2008, p. 188) retrata que: 
Os procedimentos empregados, de modo geral, na análise de custos 
nascem da aplicação direta das normas e princípios da contabilidade, 
que possuem o propósito maior do registro do patrimônio. Na gestão 
empresarial, porém, a ênfase deve estar baseada nas decisões tomadas 
e seus efeitos subsequentes. Nem sempre rotinas e procedimentos 
contábeis mostram-se adequados ao auxílio dos processos de tomada 
de decisões. 
 
 
10 
Para a permanência neste mercado competitivo é necessário saber calcular 
o custo de prestação de serviço adequadamente. Porém, para a correta avaliação 
de seus produtos e serviços é necessária a utilização de fórmula: 
Figura 1 – Fórmula do preço de venda 
 
Como já foi estudado, 
o custo é o gasto necessário para a produção de bens ou serviços. Sua 
composição é feita por, custos fixos e variáveis, diretos e indiretos. O 
método Markup calcula a margem de lucro levando em consideração os 
gastos não incluídos no custo como tributos, despesas gerais 
administrativas e a margem de lucro que o empreendedor deseja obter. 
(QuickBooks, S.d.) 
A fórmula está relacionada a seguir: 
Figura 2 – Fórmula do markup 
 
Em que: 
 100 representa o preço unitário total de venda em percentual; 
 DV para Despesas Variáveis; 
 DF para Despesas Fixas; e 
 LP para Margem de Lucro Pretendida. 
Exemplo Prático: Na empresa XYZ os produtos comercializados custam 
R$40,00, e através de cálculos anteriores você apurou os seguintes índices: 
a) Despesas com vendas = 10%, 
b) Despesas fixas = 10% 
c) Lucro pretendido = 10%. Cálculo Markup: 
100/[100-(DV+DF+LP)] 
100/[100-(10+10+10)] 
100/[100-30) ------ 100/70------1,4286P 
Preço de venda = custo + markup
Markup = 100/[100-(DV+DF+LP)]
 
 
11 
Para calcular o preço de venda, será multiplicado o valor que representa o 
custo direto unitário da mercadoria pelo índice encontrado. Ou seja: Preço de 
Venda = R$40,00 x 1,4286 = 57,14. (Adaptado de Endeavor Brasil, 2015) 
O resultado encontrado demonstra que a empresa tem um custo direto 
unitário de R$57,14, ou seja, para obter um lucro precisa comercializar o seu 
produto acima do valor encontrado, respeitando o percentual de lucratividade ou 
até mesmo reduzir os custos associados de produção. 
FINALIZANDO 
Para uma empresa que comercializa mercadorias, estão associados ao 
preço do produto final custos como transporte, recepção, preço de compra, 
inspeção, além de gastos administrativos associados ao controle dos estoques. 
Segundo Stickney e Weil (2001), a contabilidade constitui-se em um 
sistema de informações formal e estruturado, tendo como um dos objetivos 
principais disponibilizar informações para controle do patrimônio, avaliação de 
desempenho e tomada de decisão. O papel da contabilidade nas empresas é o 
de produzir informações de forma ordenada, expressas em relatórios, de modo a 
atender às necessidades dos usuários. 
Observamos que o controle de estoque com o objetivo de reduzir custos 
associados à matéria-prima é fundamental para a sobrevivência de uma empresa 
e consequentemente sua maior competitividade. 
LEITURA OBRIGATÓRIA 
Texto de abordagem teórica 
1 – Livro: parte 1 – Bases para conhecimento de custos; páginas 26-31: 
MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo, Pearson Prentice 
Hall, 2007. (Disponível na biblioteca virtual Pearson). 
2 – Determinantes de custos. Dissertação de doutorado, 2013 (páginas 125-147). 
Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-
02052013-135506/pt-br.php>. Acesso em: 13 jun. 2018. 
 
 
 
12 
REFERÊNCIAS 
CARVALHO, J. R. M. de; CALDAS NETO, C.; ARAÚJO, A. O. Informações de 
custos utilizadas no processo decisório de uma empresa salineirado rio grande 
do norte. Custos e agronegócio on-line, Pernambuco, v. 2. p. 2, 2006. 
COMO achar o preço ideal para seus produtos ou serviços? A resposta pode ser 
o mark-up. Endeavor Brasil, 2015. Disponível em: 
<https://endeavor.org.br/markup/>. Acesso em: 13 jun. 2018. 
FAMÁ, R. Gestão de custos e formação de preço. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008. 
p. 188. 
IUDICIBUS, S.; MARION, J. C. Introdução à teoria da contabilidade. 4. ed. São 
Paulo: Atlas, 2008. p. 89. 
O QUE é CMV e como posso calculá-lo? Quickbooks, 2017. Disponível em: 
<https://conteudo.precocerto.co/o-que-e-cmv-e-como-posso-calcula-lo/>. Acesso 
em: 13 jun. 2018. 
ROSA. M. F. Apuração do custo de estoque: método de apuração e critérios 
contábeis. Fisco Soft, 2004. Disponível em: 
<http://www.fiscosoft.com.br/main_online_frame.php?page=/index.php?PID=125
619&key=2554266>. Acesso em: 13 jun. 2018. 
SAIBA como calcular o custo de prestação de serviço. Quickbooks. Disponível 
em: <https://quickbooks.intuit.com/br/blog/planejamento-financeiro/como-
calcular-custo-de-prestacao-de-servico/>. Acesso em: 13 jun. 2018. 
SCHIER, C. U. C. Gestão de custos. Curitiba: Ibpex, 2006. 
STICKNEY, C. P.; WEIL, R. L. Contabilidade financeira: uma introdução aos 
conceitos, métodos e usos. São Paulo: Atlas, 2001. 
VANDERBECK, E. J.; NAGY, C. F. Contabilidade de custos. Tradução por 
Robert Brian Taylor. São Paulo: Pioneira, 2001. 
VENTURA, G. CMV: como calcular o custo de mercadoria vendida na sua loja 
virtual. Mandaê, 15 fev. 2017. Disponível em: 
<https://www.mandae.com.br/blog/cmv-como-calcular-o-custo-de-mercadoria-
vendida/>. Acesso em: 13 jun. 2018. 
AULA 4 
CUSTOS DE MÃO DE OBRA
Prof. Eron Paluski 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
A disciplina de Custos de Mão de Obra é estruturada em seis aulas 
segmentadas, abordando assuntos de relevância para o tema. 
Desta forma, a presente aula versará sobre os Conceitos Básicos de Custos 
de Mão de Obra que operam direta e indiretamente na produção e serviços; 
veremos também a sua classificação, seus aspectos remuneratórios e sua 
importância nos dias atuais, momento este em que vamos estudar sobre temas que 
proporcionarão o embasamento teórico relacionado ao conteúdo abordado. 
Ótimo estudo! 
CONTEXTUALIZANDO 
Mão de obra é uma das principais atividades no processo de produção; em 
torno dela incorrem os mais diversos gastos e despesas, por isso é importante 
analisar e controlar estas variáveis que influenciam no resultado operacional e 
financeiro de uma organização. 
A dinâmica da economia e a complexidade dos setores produtivos faz com 
que os gestores enfrentem grandes desafios para continuar atuando no mercado, 
por esta razão o controle dos custos de mão de obra resulta em ganhos de 
produtividade frente à concorrência. 
Existem classes distintas de mão de obra, nas quais a responsabilidade 
está atrelada diretamente na fabricação de um bem ou na prestação de serviço. 
Quanto mais cara é a mão de obra, mais alto será o valor do serviço ou produto 
fabricado. 
TEMA 1 – CUSTO DE MÃO DE OBRA 
A modernização, objeto dos avanços tecnológicos, afeta diretamente a 
execução de tarefas nas empresas, o que vem substituindo cada vez mais o 
trabalho humano pela automação, isso ocorre tanto no setor de fabricação como 
em prestação de serviços, porém, os gastos das empresas com mão de obra 
ainda são elevados, o que faz com que os gestores dediquem atenção ainda maior 
e mais rigorosa ao gerenciamento desses gastos. 
Bruni e Famá (2009) definem gasto, de modo geral, como sendo medidas 
monetárias dos sacrifícios com os quais uma organização tem que arcar a fim de 
atingir seus objetivos. 
 
 
3 
O número crescente dos gastos com pesquisa e desenvolvimento de 
produtos e processos, nos quais o salário de cientistas e pesquisadores é 
relativamente alto, influenciam e até mesmo superam o valor da mão de obra 
direta aplicada à própria produção em determinados casos e na hora de formar o 
preço de venda de determinado produto. 
1.1 Conceito de mão de obra 
A definição usual de mão de obra é o trabalho manual e/ ou braçal 
necessário para estabelecer qualquer atividade empregada por um indivíduo ou 
grupo de pessoas para o andamento de determinada obra ou tarefa. 
O conceito aparece normalmente ligado ao setor industrial e de construção 
civil, mas pode ser empregado a qualquer ramo de atividade ou trabalho. 
Com os avanços tecnológicos e a dinâmica da economia ao passar do 
tempo, fizeram com que houvesse uma transformação estrutural em que o 
emprego e a renda se deslocassem da agricultura para a indústria, sendo 
determinada pelo avanço dos serviços. 
Por esta razão, o setor terciário está em franca expansão e a tendência é 
um crescimento mais intensificado para os próximos anos, pois é uma forma de 
viabilizar as atividades de outros setores da economia. 
1.2 Remuneração básica 
O empregado sai de sua residência e vai até a empresa para trabalhar, esta 
dedicação pessoal transmitida por seus conhecimentos e habilidades com o 
objetivo de produzir ou gerar serviços, é retribuído pelo empregador em forma de 
um valor pago pelo esforço realizado; este pagamento é o que chamamos de 
remuneração. 
De acordo com a Consolidação da Leis do Trabalho – CLT, (1999, Art. 457): 
Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos 
legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como 
contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. 
§ 1º integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também 
as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens 
e abonos pagos pelo empregador. 
§ 2º Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as diárias 
para viagem que não excedam de 50% do salário percebido pelo 
empregado. 
 
 
4 
A remuneração paga pela sua mão de obra executada, entre outros 
benefícios, tem o objetivo de incentivá-los a ter um melhor desempenho em suas 
atribuições. 
1.2.1 Remuneração complementar 
É quando o empregado recebe além de sua remuneração, um reforço pelo 
tempo à disposição da empresa. Podemos elencar várias razões para que isto 
aconteça, por exemplo: prêmios e adicionais ao empregado pela sua assiduidade, 
pontualidade, produção, produtividade, por não ocorrência de acidentes, horas 
extras, periculosidade, insalubridade, dupla função, diárias para viagens, 
gratificações, entre outros. 
A remuneração geralmente se distingue do salário pela diversidade que essa 
se apresenta, seja em consequência do trabalho adicional realizado ou aumento de 
produção. 
1.2.2 Remuneração indireta 
Os empregados e seus dependentes recebem, por força de lei, negociação 
individual ou coletiva, fundos para a promoção de atividades sociais, como: serviços 
médicos e odontológicos, serviços de alimentação, creches, seguro de vida, 
seguro-saúde, auxílio desemprego, auxílio aposentadoria etc (Rocha, 1992). 
A remuneração indireta destinada ao bem-estar, alinhado com as 
estratégias da organização, fazem com que os colaboradores retornem com 
comprometimento e produtividade. 
1.2.3 Ausência Remunerada 
São obrigações devidas pelos empregadores quando o empregado não está 
à disposição da empresa como: Repouso semanal remunerado, feriados, 
ausências por motivos pessoais, por motivos cívicos, serviço militar, auxílio doença, 
auxílio acidente, etc. (Rocha, 1992). 
A legislação trabalhista admite determinadas situações em que o 
empregado poderá deixar de comparecer ao serviço, sem prejuízo do salário. 
 
 
 
5 
TEMA 2 – ENCARGOS SOCIAIS DO CUSTO DE MÃO DE OBRA 
São direitos do trabalhador previstos em lei, que são custeados pelo 
empregador com a responsabilidade de cumprir seu papel social. Após contratação 
de um empregado registrado de acordo com a consolidação das leis do trabalho, 
vai resultar em um grande desafio para a empresa que o contratou, pois, além do 
seu salário, terá a incidênciade encargos trabalhistas e sociais. 
Vejamos alguns exemplos de encargos sociais: 
 Taxas e contribuições pagas pelo empregador definidas por lei ou 
convenção coletiva; 
 Direitos referentes à saúde, previdência e assistência social; 
 Amparo aos seus dependentes para o caso de morte, doenças e invalidez 
resultantes de acidente no trabalho ou velhice; 
 Para os casos de maternidade, aposentadorias e desemprego involuntário, 
também existe um amparo, desde que o tributo tenha sido recolhido. 
Esses benefícios indiretos oferecidos ao funcionário que são parte do valor 
efetivamente pago na manutenção daquele emprego, tornam-se custos indiretos 
ao empregador. 
2.1 Amplitudes de abordagem dos encargos sociais 
Os encargos sociais são definidos como um aglomerado de obrigações 
pós-salário que a empresa deve pagar a seus funcionários; é uma 
responsabilidade inerente a qualquer tipo de vínculo empregatício, está ordenado 
em várias alíquotas e é tratado como um custo indireto para o empregador. 
O pagamento feito ao trabalhador para um fundo coletivo público é 
chamado de encargo trabalhista. Ambos têm a finalidade de beneficiar a mão de 
obra realizada na empresa. 
É de extrema importância a correta classificação destes encargos tendo em 
vista a diferenciação do sistema de arrecadação entre a grande empresa e 
pequena empresa que é contemplada com um sistema simplificado de declaração 
de impostos. Os principais encargos sociais que incidem na folha de pagamento 
são, de modo geral: 
 
 
 
6 
Figura 1 – Principais encargos sociais que incidem na folha de pagamento 
 
 
 
 
 
 
 
INSS ‒ Instituto Nacional de Seguro Social
Conforme descrito em lei (Art. 194 a 202 da Constituição Federal de 1988), a previdência
social, mediante contribuição, atenderá a: cobertura de eventos de doença, invalidez, morte,
velhice; reclusão; ajuda a manutenção dos dependentes de baixa renda; proteção à
maternidade; proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; e pensão por
morte do segurado.
FGTS ‒ Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
Conforme descrito no site da Caixa, foi criado com o objetivo de proteger o trabalhador
demitido sem justa causa, mediante a abertura de uma conta vinculada ao contrato de
trabalho. No caso de demissão sem justa causa, o empregador deverá ainda indenizar o
funcionário em um valor equivalente a 40% dos depósitos efetuados ao FGTS no período de
trabalho. O depósito do FGTS é devido pela empresa, também nos seguintes casos de
afastamento:
· Serviço militar obrigatório;
· Os quinze primeiros dias de afastamento por motivos de doença;
· Durante todo o período de afastamento por motivo de acidente de trabalho;
· Licença maternidade e paternidade;
· Gozo de férias.
PIS/PASEP ‒ Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor 
Público 
Conforme definido no site da Caixa, foi criado, por meio da Lei Complementar n. 7/1970, o
Programa de Integração Social (PIS). O programa buscava a integração do empregado do
setor privado com o desenvolvimento da empresa. O pagamento do PIS é de
responsabilidade da Caixa​.
Paralelamente à criação do PIS, a Lei Complementar n. 8/1970 instituiu o Programa de
Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP), com o qual União, Estados,
Municípios, Distrito Federal e territórios contribuíam com o fundo destinado aos empregados
do setor público. O pagamento do PASEP é feito pelo Banco do Brasil.
GILRAT ‒ Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos 
Ambientais do Trabalho 
É mais uma contribuição previdenciária que incide sobre a folha de pagamento. É destinada a
financiar a remuneração ao empregado caso ele se torne impossibilitado devido
a ocorrências no ambiente de trabalho. As alíquotas variam de acordo com a atividade da sua
empresa.
Salário Educação
É um encargo social previsto na Constituição Federal, e serve de fonte adicional para o
financiamento do ensino fundamental público. Ou seja, destina-se a custear programas,
projetos e ações voltadas para a educação básica pública. A incidência ocorre apenas na
folha de pagamento de empresas do setor privado.
Sistema S
É a contribuição destinada às instituições de interesse de categorias profissionais para
empresas do setor privado como SESC/ SENAC, SENAI/ SESI, Sebrae, Incra.
IRRF ‒ Imposto de Renda Retido na Fonte
No caso do trabalhador registrado com carteira assinada, um percentual correspondente ao
Imposto de Renda é descontado todos os meses do seu salário. O governo federal é quem
fixa as alíquotas do IRRF considerando as faixas salariais dos trabalhadores.
 
 
7 
É importante a correta gestão de folha de pagamento a fim de atentar para 
riscos e suas consequências. Nesse sentido, vale adotar um bom sistema para 
administrar de maneira integrada a folha de pagamento para se ter um bom 
controle de custos. 
TEMA 3 – CLASSIFICAÇÃO DO CUSTO DE MÃO DE OBRA 
A mão de obra é o trabalho do homem aplicado direta ou indiretamente na 
fabricação e/ou serviços. Em torno dela incidem outros custos, por esta razão é 
importante analisar e controlar estes indicativos. 
Podemos, assim, classificar os custos de acordo com a função principal da 
empresa como mão de obra direta e indireta e podem estar localizadas na 
produção, em vendas, na comercialização, na administração geral como também 
em outros lugares, conforme finalidade específica. 
Nesses gastos diretos e indiretos estão incluídos todos os tributos, bem 
como as vantagens adicionais, os gastos referentes à contratação, desligamento e 
benefícios para manter os empregados (Rocha, 1992). 
Eliseu Martins (2001, p. 63) define que a mão de obra indireta: 
“Só é apropriada por meio de fatores de rateio, com alto grau de 
arbitrariedade, e que pode, com menor grau de erro e 
arbitrariedade, ser alocada ao produto”. Também existe a 
classificação dos custos de mão-de-obra quanto à sua variabilidade 
em relação à produção. 
Conhecer esses encargos sociais previstos por lei é muito importante para 
entender o cálculo do custo real da mão de obra, pois estes fatores podem interferir 
na decisão de investimentos da empresa. 
3.1 Ações determinantes para redução dos custos 
Para a empresa ser competitiva no mercado, a redução de custos é fator 
primordial para o alcance deste resultado. A má gestão destes custos pode trazer 
prejuízos para a eficiência empresarial. 
A melhoria frequente dos processos com o intuito de aumentar a 
produtividade é o desafio dos empresários. Por esta razão é essencial manter a 
motivação e focar nos resultados que realmente importam. 
Vejamos algumas ações a serem tomadas para reduzir custos: 
 
 
8 
 Mapear seus processos – É importante o mapeamento de todas as suas 
atividades produtivas para analisar o que pode ser melhorado. 
 Analisar a concorrência – Para reduzir custos é muito importante analisar 
o que as outras empresas concorrentes estão fazendo em relação às 
melhores práticas do mercado. 
 Terceirizar a logística – É estratégico transferir as atividades para quem 
tem a expertise nas operações de transporte, pois com certeza você vai 
reduzir muitos custos associados à operação. 
 Investir em treinamentos – O investimento em treinamentos periódicos 
pode resultar em um consequente aumento da produtividade, com a 
possibilidade de atingir as metas em um prazo menor. 
 Não perder foco – Procure avaliar os processos de comunicação interna e 
estabeleça políticas para uso de internet em redes sociais durante o horário 
de trabalho. 
Com essas dicas relacionadas à gestão empresarial, você poderá eliminar 
atividades que não agregam valor, de fato, ao produto e consequentemente poderá 
reduzir custos sem que a qualidade de seus serviços ou capacidade de produção 
sejam comprometidas. 
Segundo Padoveze (2006, p. 76), “O método é o fundamento teórico mais 
importante na questão da contabilidade de custos. Definido o método a ser utilizado 
pela empresa, todos

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