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AULA 1 CUSTOS DE MÃO DE OBRA Prof. Eron Paluski 2 CONVERSA INICIAL A disciplina de Custos de Mão de Obra é estruturada em seis aulas segmentadas, abordando assuntos de relevância para o tema. Desta forma, a presente aula versará sobre os conceitos básicos de custos de mão de obra. Iniciaremos a matéria explorando conteúdos que proporcionarão o embasamento teórico. O objetivo deste estudo é mostrar, por meio dos conceitos fundamentais de custos, a importância de desempenhar as suas atividades com eficácia e eficiência, buscando como resultado maior vantagem competitiva para a sua empresa. Ótimo estudo! CONTEXTUALIZANDO Atualmente, diante do mercado globalizado, as empresas estão cada vez mais competitivas, pois os consumidores de serviços, materiais e/ou equipamentos estão exigindo preços cada vez mais baixos. Por esta razão, é de extrema importância saber se estamos obtendo lucro ou prejuízo em nosso negócio, pois caso contrário, dificilmente vamos sobreviver frente aos desafios estabelecidos. Para a criação de vantagem competitiva é necessário estabelecer um conjunto de atividades essenciais para agregar valor ao processo de fabricação do produto ou à prestação do serviço, desde a relação entre os fornecedores de matéria-prima até a entrega do produto ou serviço ao consumidor final. A gestão estratégica e a identificação correta dos custos e despesas empregados no processo produtivo fazem a empresa se destacar entre seus concorrentes. Os dados de custos são usados para desenvolver estratégias superiores; por essa razão é importante conhecer também seus clientes e fornecedores, a fim de procurar em toda a sua cadeia de valor onde estão as possibilidades de redução de custos visando à vantagem competitiva para a empresa. Com um controle dos custos adequado, com certeza a saúde organizacional de sua empresa só tem a ganhar. No entanto, a falta desse controle invariavelmente afetará os resultados planejados e poderá implicar numa possível 3 queda de produtividade. Mas, afinal, como você pode medir se está executando uma gestão de custos corretamente? Um bom controle depende de disciplina: se os colaboradores de gestão tiverem a competência para analisar de maneira contínua e assertiva os procedimentos, detalhá-los em planilhas e relatórios organizados e avaliar oportunidades de investimentos para que sua empresa possa crescer de forma sustentável, então você poderá chegar à conclusão de que seguir as regras básicas de organização e análise certamente influenciará a tomada de decisões, ou seja, sua empresa gastará menos e lucrará mais. Assim fica muito mais fácil atingir o crescimento almejado, maximizando a riqueza e consequentemente trazendo mais dividendos aos acionistas. TEMA 1 – A CADEIA DE VALOR COMO FONTE DE VANTAGEM COMPETITIVA A cadeia de valor representa o que a organização faz. É um elemento de comunicação muito eficaz utilizada na gestão por processos desde a fonte de matéria-prima básica, passando por fornecedores, e indo até o produto final entregue nas mãos do consumidor. Ballou (2006) comenta que “cadeia de suprimentos é um conjunto de atividades funcionais (transportes, controle de estoque, etc.) que se repetem inúmeras vezes ao longo do canal pelo qual matérias-primas vão sendo convertidas em produtos acabados, aos quais se agrega valor ao consumidor”. Em outras palavras, são todos os processos que compõem a cadeia de valor desde a matéria-prima até a entrega do produto acabado ao consumidor final. Por esta razão a cadeia deve ser bem estruturada, pois muitos custos agregam valor até chegar nas mãos do cliente, desde a etapa de produção até a etapa final, passando por vários processos como armazenagem, transporte, manipulação e faturamento. A cadeia de suprimentos, conforme ilustrado na imagem a seguir, refere-se ao caminho que é percorrido, partindo do fornecimento da matéria-prima, passando pela manufatura da indústria, até a distribuição do produto acabado no varejo, todos agregando valor para, por fim, entregar o produto ao consumidor. Dentre os principais benefícios de se fazer uma boa gestão de todo o processo, destaca-se possuir parcerias com fornecedores para conseguir, ao menor custo possível, produzir, armazenar e transportar as mercadorias. 4 O processo de criação da cadeia de valor leva em conta a identificação do valor ao cliente. Nesse contexto, podemos destacar três etapas importantes de conhecimento organizacional: Identificação dos Processos: Descrição do relacionamento dos processos: Identificação dos produtos: A cadeia de valor de Michael Porter, professor da Harvard Business School, é utilizada para um sentido mais eficiente e extensivo à empresa. Ela é estabelecida por um grupo de atividades criadoras de valor, desde a matéria- prima básica, transitando por fornecedores, até o produto final entregue nas mãos do consumidor. O propósito desse modelo é distinguir os principais fluxos de processos dentro de uma empresa. Trata-se substancialmente de um fluxograma de processos específicos interligados, os quais podem ainda ser divididos em outros processos e atividades de apoio. 1.1 elementos que formam a cadeia de valor Uma forma de identificar atividades que geram valor é averiguar que quanto mais profissionais e áreas funcionais participarem de um processo, ou quanto mais níveis de aprovação existirem, maior a chance de esse processo conter trabalhos que não agregam valor. Representa a organização em forma de processos organizacionais. É quando são relacionados os processos que compõem a organização. Descreve a estrutura lógica de interligação e interdependência entre os processos organizacionais, demonstrando a conexão entre eles. Associa o resultado obtido com a formulação dos processos ao valor almejado pelo cliente, provocando um ambiente de colaboração para a condução dos processos. 5 Em muitos casos, existem atividades administrativas e de apoio que não agregam valor ao processo produtivo, diferentemente dos processos ligados à fabricação do produto ou à prestação de serviço ao cliente. Os elementos que formam a cadeia de valor são: Logística interna ou de entrada: são todos os processos concernentes ao recebimento, ao armazenamento e à distribuição de entradas e insumos internamente. Suas relações com os fornecedores são preponderantes na criação de valor. É só imaginar os insumos como materiais e ferramentas de que você precisa dispor para executar a atividade empresarial que será vendida. Operações: são as atividades que transformam os insumos em resultados que são vendidos aos clientes. Aqui, seus sistemas operacionais criam valor. Nesse caso, é importante saber quais são as atividades que você tem que desempenhar para transformar seus insumos em algo de consumo para seus clientes. Logística externa ou de saída: essas atividades entregam seu produto ou serviço ao seu cliente. Como exemplo, podemos citar os sistemas de coleta, armazenamento e distribuição, que podem ser internos ou externos à sua organização. Marketing e vendas: são os processos que você usa para persuadir os clientes a comprarem de você em vez de seus concorrentes. Referem-se aos benefícios que você oferece e ao quão bem você os comunica. Serviço: são as atividades relacionadas à manutenção do valor de seu produto ou serviço para seus clientes, uma vez que foram comprados. Dessa maneira, aplicar uma estratégia de produção, considerando como base a cadeia de valor, pode determinar o sucesso e o fracasso de um empreendimento, uma vez que levam em consideração todas as etapas do processo produtivo. Administrar as atividades primárias pode ser crucial para o estabelecimento de uma vantagem competitiva.As atividades que são críticas para um fornecedor de materiais, equipamentos e serviços são as atividades de logística, pois qualquer situação que venha a ocorrer – seja por um atraso ou por deixar de entregar o material e/ou serviço – vai gerar um grande problema na linha de produção ou na entrega do serviço realizado, ocasionando custos enormes para a empresa. 6 Para Santos, Schmidt e Pinheiro (2006, p. 34), A Gestão estratégica de custos preconiza a utilização de custos para o processo de apoio ao processo de gestão estratégica. Nesse aspecto torna-se indispensável que a contabilidade forneça ou coloque à disposição do gestor de informações de custos de relevância estratégica que possa dar suporte às decisões tomadas na empresa capazes de comprometer sua vantagem competitiva em relação a seus competidores. Diante disso, podemos verificar que o desempenho da organização está ligado diretamente ao conhecimento do seu mercado e o mapeamento do seu processo produtivo, sendo muito necessário que a empresa tenha um completo conhecimento de informações relacionadas aos custos. TEMA 2 – A IMPORTÂNCIA DOS FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO O método dos fatores críticos de sucesso (FCS) busca identificar as variáveis que devem ser analisadas e monitoradas pela organização para que ela tenha um bom posicionamento dentro de seu ambiente competitivo. Dentre elas está o controle dinâmico de custos, que é uma das variáveis principais para o sucesso de seu negócio, além da adaptação e competência dos gestores da empresa frente a este mercado dinâmico e competitivo. Scandelari e Cunha (2009) argumentam que as capacidades dinâmicas devem ser consideradas por serem responsáveis pelas adaptações e inovações nas competências empresariais, tornando as vantagens competitivas dessas empresas sustentáveis. Os fatores críticos de sucesso devem e precisam ser encontrados por meio de uma análise detalhada dos objetivos da empresa, advinda de sua visão, missão e valores, tornando-se fonte de referências obrigatórias e fundamentais para que a empresa se mantenha no mercado, seja competitiva e tenha sucesso. Quando um fator crítico de sucesso está sendo analisado e consequentemente encontrado, é importante que se preste atenção para que as ações possibilitem o controle com ações corretivas e de melhoria para o sucesso de sua empresa. De nada adianta identificar os FCS e não reunir esforços para garantir que apresentem bom desempenho. Exemplos de FCS: Imagem de solidez financeira; 7 Qualificação da administração; Conhecimento do mercado; Imagem com os stakeholders; Equipamentos disponíveis; Relacionamento com os fornecedores; Expertise no controle de custos. É importante ter claro que a consecução dos objetivos propostos depende dessas variáveis pois, ao contrário das vantagens competitivas que fazem uma empresa se sobressair em relação às concorrentes, os FCS, se não bem analisados quando a estratégia de uma organização é definida, podem comprometer a sobrevivência da empresa no mercado. Se um fator é considerado crítico, então deve ser analisado e receber atenção e investimento, disponibilizar informações para controle, executar ações corretivas de melhoria e ser definido pela alta administração. TEMA 3 – APURAÇÃO DOS CUSTOS NA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA Para um gestor, uma das decisões mais importantes a serem tomadas é a composição do preço de venda, levando em consideração todas as variáveis que afetam diretamente o custo daquele produto e/ou serviço. A correta mensuração desta variável pode representar a rentabilidade, o quanto a empresa será competitiva ou não, além de sua existência, independentemente de seu porte. Conforme Megliorini (2007, p. 2), “uma empresa apura seus custos com vistas: a. Ao atendimento de exigências legais quanto à apuração de resultados de suas atividades e avaliação de estoques; b. Ao conhecimento dos custos para a tomada de decisões corretas e o exercício de controles”. Quando falamos em apuração de custos, é fundamental que a empresa atenda à legislação vigente para depois formular estratégias de redução de custos para a tomada de decisão. Por essa razão, a implantação de um sistema de custeio é tão importante para empresa, uma vez que se trata de uma ferramenta que traz informações pertinentes que vão permitir manter o produto a um custo menor que aquele 8 praticado pelos concorrentes. Observe que um preço abaixo da expectativa poderia prejudicar a venda, já um preço muito elevado poderia espantar os potenciais compradores. O conhecimento desse sistema de custos vai permitir que as empresas se tornem mais competitivas, respondendo às variações ocorridas tanto no âmbito externo quanto no interno. Vejamos três métodos importantes para a composição do preço de venda de seu produto, de acordo com a necessidade ou preferência: 3.1 Margem de contribuição Após serem descontados os custos e as despesas variáveis do produto final, será determinado quanto “sobra” dentro do custo de venda. É muito importante este método, pois permite que a empresa estabeleça o quanto deseja ganhar a cada item comercializado. A fórmula básica é: Exemplo: as despesas fixas e variáveis de um produto final fabricado pela indústria são de R$80,00, entre os custos de produção, impostos e de infraestrutura. A empresa quer uma margem de contribuição de R$ 20,00 a cada venda, então o número final será dado por: Valor de venda – 80 = R$20,00, logo, Valor da venda: R$100,00. Esse tipo de tratamento permite não apenas que a indústria cubra as suas despesas em geral como também obtenha uma margem líquida em cima de cada item que é vendido. Utilizado corretamente, este método ajuda o empreendimento a conquistar melhores resultados. 3.2 Markup O markup é um método que se baseia nos custos envolvidos em cada produto que está em produção. O principal objetivo é encontrar um preço que resguarde essas despesas e também ofereça o lucro desejado. Margem de contribuição = Valor de venda – Custos e Despesas variáveis ou na Forma percentual Margem de contribuição = (Valor de venda – Custos e Despesas variáveis) / Valor de venda 9 O markup não corresponde à margem de lucro, mas a uma estimativa que é considerada como sendo a mais apropriada para o negócio. A partir da contagem, encontra-se um índice multiplicador a respeito do custo-base. Fórmula do método markup: Vamos imaginar que em um produto qualquer as despesas variáveis sejam de 12% e as despesas fixas ficam em 13%. O lucro almejado é de 15%. Nesse caso, a fórmula é dada por: Se o seu produto tem um custo unitário de R$ 40,00, então o preço formado deverá ser de R$ 100,00, segundo esse método. 3.3 Fórmula baseada no lucro Quando a empresa se baseia no lucro desejado, dá-se importância aos custos. Nesse caso, será acrescido um determinado valor ao custo do produto para encontrar um montante mínimo para o número final. A fórmula é dada por: Imagine, por exemplo, que o custo inicial do produto é R$ 60,00 e que suas despesas fixas correspondem a 10%. Já o lucro desejado é de outros 10% do preço de venda. Nesse caso, o valor de vendas será: Markup = 100 / [100 – (DV + DF + LP)] As siglas correspondem a: DV = percentual das despesas variáveis; DF = percentual das despesas fixas; LP = percentual do lucro desejado. Markup = 100 / [100 – (12 + 13 + 15)] Markup = 100 / [100 – 60] Markup = 100/40 = Markup = 2,5 100% preço de venda = custo inicial + percentual das despesas fixas + percentual do lucro desejado 10 A abordagem feita diferencia-se em relação ao markup, mas conseguimos o mesmo resultado obtido por aquele método. Verificamos que não é possível estabelecer margem muito acima desses resultados, pois ela pode comprometer o resultado almejado pela empresa.TEMA 4 – A IMPORTÂNCIA DE REDUÇÃO DE CUSTOS NA EMPRESA Tendo em vista a necessidade de a empresa se destacar frente à concorrência neste mercado globalizado, é muito importante a análise de possibilidades para reduzir custos e despesas. Vejamos alguns exemplos: Redução de custos com telefone e internet: verifique se não existe a possibilidade de redução dos custos fixos; faça uma avaliação da real necessidade do plano da internet; veja a possibilidade de utilizar telefones e aplicativos; reduza ligações locais e interurbanas; verifique planos que se adequam à sua empresa. Redução de custos nas contas de água e energia: verifique com a sua concessionária de energia a possibilidade de reduzir a tarifa; invista em energias alternativas; substitua as torneiras e descargas por modelos mais econômicos; substitua as lâmpadas incandescentes por fluorescentes, que são mais econômicas; avalie a utilização dos sensores de presença para reduzir o gasto com energia. Papel e impressões: mesmo com o uso cada vez menor de impressões em papel, há documentos que às vezes precisam estar fisicamente em mãos. Nesses casos, faça a impressão utilizando os dois lados da folha, digitalize documentos em vez de imprimi-los, abuse das ferramentas colaborativas que temos on-line etc. Dívidas e tarifas bancárias: procure renegociar suas dívidas e tarifas bancárias com os seus credores e bancos. Essa pode ser uma alternativa para diminuir taxas de juros. 100% preço de venda = 60 + 10%PV + 10%PV 100% PV - 20%PV = 60 80% PV = 60 PV = 60 / 0,80 PV = 75 11 Estoques: faça uma análise de quais produtos estão estocados por muito tempo e diminua sua produção se for o caso, pois estoque parado traz prejuízos para a empresa – além de ocupar espaço, podendo ainda estragar com o tempo. Negociação com fornecedores: é importante negociar com fornecedores para uma possível redução de preços e prazos. Pesquise bem, faça visitas, mostre o seu interesse em negociar o fornecimento. Finalmente, solicite a seus parceiros uma avaliação sobre a necessidade de uma redução de custos, pois com a sua equipe você poderá colocar em prática as suas ideias, bem como aceitar outras, com o objetivo de reduzir custos para maximizar a riqueza. TEMA 5 – SISTEMAS TRADICIONAIS DE CUSTOS Na época da Revolução Industrial, os processos de produção entre as empresas eram muito parecidos, fazendo com que os profissionais identificassem os custos basicamente com os dados da matéria-prima e mão de obra, que eram sem dúvida os mais relevantes. Com o passar do tempo, a economia foi se desenvolvendo e passou a utilizar de maneira mais intensiva as máquinas e os equipamentos no processo de produção. Por essa razão, os novos custos apareceram e tornaram a medição muito mais complexa. O desafio de encontrar um método que propiciasse maior agilidade na mensuração dos custos de fabricação deu origem à contabilidade de custos. Por esta razão, as informações sobre os custos de maneira geral, desde que adequadamente apresentadas em relatórios, seriam uma grande contribuição para o controle e planejamento empresarial. Diante disso, a contabilidade de custos tornou-se, devido ao enorme leque de informações que a integra, um importante conjunto de informações gerenciais, proporcionando retorno dos investimentos e priorizando a implementação de programas nas áreas críticas em função dos custos. NA PRÁTICA Dentre os principais problemas de uma empresa em seu contexto organizacional está a falta de gestão em todo o seu processo produtivo. 12 Estamos falando desde a compra da matéria-prima, estoque e fabricação até distribuição ao consumidor final. A cadeia de valor é um modelo que contempla as atividades importantes nas quais as empresas, por intermédio de sua análise, criam vantagem competitiva. Vamos imaginar um caso prático: você, como gestor de processos designado para avaliar a maneira como as atividades dessa cadeia de valor estão trazendo resultados para empresa, deve refletir a respeito do que foi analisado. Levando em consideração os estudos apresentados, responda: qual seria a sua atitude frente aos diretores da empresa? a. Deixar tudo como está, pois toda mudança var gerar custos desnecessários para a empresa no atual momento. Feedback: decisão errada, pois o investimento em ações de melhorias nos processos traz no futuro um retorno positivo para a empresa. b. Tentar resolver apenas os maiores problemas, tendo em vista a escassez de recursos já sinalizada pela diretoria da empresa. Feedback: infelizmente remediar apenas um processo não será interessante, visto que os processos são interligados, ou seja, é necessária a melhoria em toda a cadeia. c. Posicionar-se perante a Diretoria, afirmando que não há de fato necessidade de mudanças a curto prazo, afinal, em time que está ganhando não se mexe. Feedback: isso demonstra pouca preocupação em solucionar o problema para a empresa. Essa não é de fato a melhor solução, pois revela falta de interesse. FINALIZANDO A boa gestão da cadeia de valor para alcançar vantagem competitiva é preponderante para o sucesso da organização. A análise de todo o processo, desde a chegada até a entrega do produto ou serviço ao cliente, faz a diferença frente à concorrência. É de suma importância que a cadeia de valor esteja funcionando da melhor maneira possível e que os processos estejam todos interligados de modo alinhado em toda a cadeia produtiva da empresa. 13 Sua importância é tão grande que ela não trata apenas de problemas ligados ao processo produtivo, mas também de problemas relacionados ao monitoramento dos fatores críticos de sucesso. A cadeia de valor não pode – nem deve – se preocupar apenas com a cadeia propriamente dita, mas sim analisar e conhecer a cadeia de valor tanto de seus fornecedores quanto de seus clientes, pois essa prática é fundamental para conhecer ainda mais a fundo seu processo e analisar seus pontos fortes e fracos, assim como identificar oportunidades e ameaças no mercado. LEITURA OBRIGATÓRIA Texto de abordagem teórica MEGLIORINI, E. Parte 1 – Base para conhecimento de custos. In: ______. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. p. 1-5. Texto de abordagem prática RAMOS, A. F.; POLICÁRIO, S. M.; GOUVEIA, A. G. P.; DEORCE, R. B. Gestão de custos aplicada ao terceiro setor: Estudo de caso na APAE de Governador Valadares. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CUSTOS, 24., 2017, Florianópolis. Anais..., São Leopoldo: Associação Brasileira de Custos, 2017. Disponível em: <https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/view/4300/4300>. Acesso em: 8 maio 2018. https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/view/4300/4300 14 REFERÊNCIAS BALLOU, R. H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais e distribuição física. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. SANTOS, J. L. dos; SCHIMIDT, P.; PINHEIRO, P. R. Fundamentos de gestão estratégica de custos. São Paulo: Atlas, 2006. AULA 2 CUSTOS DE MÃO DE OBRA Prof. Eron Paluski 2 CONVERSA INICIAL A disciplina de Custos de Mão de Obra é estruturada em seis aulas segmentadas, abordando assuntos de relevância para o tema. A presente aula versará sobre os conceitos básicos de custos de mão de obra. Iniciaremos a matéria apresentando conteúdos que proporcionarão o embasamento teórico da temática do curso. O objetivo deste estudo é mostrar, por meio dos conceitos fundamentais de custos, a importância de desempenhar as suas atividades com eficácia e eficiência, buscando como resultado maior vantagem competitiva para a sua empresa. Ótimo estudo! CONTEXTUALIZANDO A análise e classificação de custos é fundamental para fornecer as informações necessáriaspara a correta avaliação dos processos de produção, além dos serviços atrelados ao negócio da empresa e o desempenho das atividades desenvolvidas dentro dela. Essa análise também auxilia no controle e planejamento das diversas operações da empresa. A gestão de custos e despesas é, portanto, a medida mais eficaz e eficiente para manter o índice de liquidez positivo e a performance organizacional da empresa. Se for malconduzida, poderá interferir nos resultados planejados e causar queda acentuada na produtividade. Quando a empresa investe em uma boa gestão na análise de custos, o resultado é lucrar mais e gastar menos. Os dados obtidos na gestão servirão para influir diretamente na tomada de decisões, servindo para que a empresa alcance os resultados almejados e defina os preços de venda do produto ou serviço com mais exatidão. Para definir preços de venda, é preciso o levantamento detalhado dos custos envolvidos em cada produto, evitando assim formar preços que não se ajustam à realidade do negócio, tornando-se muito caros para o consumidor ou prejudiciais para o comerciante, afetando negativamente sua margem de lucro. 3 TEMA 1 – A IMPORTÂNCIA DOS FATORES DE PRODUÇÃO Na aplicação das riquezas da sociedade, nós somos dependentes de fatores produtivos. A economia comporta três condições importantes: natureza, capital e trabalho, justificados por um quarto fator, denominado empresa. Para os economistas, o processo produtivo se justifica na aplicação conjunta desses fatores de produção. Cada um desses fatores de produção tem uma função específica, a saber: Com planejamento e controle você conduz efetivamente uma cadeia de suprimentos desde a matéria-prima até o consumidor final. Com o objetivo de reduzir custos e acelerar o processo de aprendizado, é importante estabelecer o gerenciamento dos diversos sistemas internos e externos, por meio do relacionamento com todos os profissionais envolvidos na cadeia de suprimentos, com foco em confiança, habilidade técnica e compartilhamento de informações. TEMA 2 – OBJETIVOS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS: Administrar uma empresa nunca é fácil. Você pode oferecer um ótimo produto ou serviço, porém não conseguir manter sua empresa com bons resultados financeiros. Por esse motivo, a gestão eficiente da contabilidade de custos é considerada como ponto-chave para o sucesso de seu negócio. Terra/natureza: fornece os insumos necessários à produção. São todos os recursos naturais, como as matérias-primas, os materiais, a energia etc. É o fator que oportuniza as entradas de insumos para que a produção possa ser realizada. Dentre os insumos, figuram os materiais e matérias-primas. Capital: fornece os recursos necessários na forma de dinheiro para adquirir os insumos e efetuar o pagamento da mão de obra. Representa o fator que permite a aquisição dos demais fatores de produção para gerar riquezas. Trabalho: é composto pelos recursos humanos aplicados no processamento e transformação dos insumos adquiridos, por meio de operações manuais ou de máquinas e ferramentas, em produtos acabados ou serviços prestados. Empresa: o conjunto equilibrado que permite que o resultado almejado seja maior do que a soma dos fatores aplicados no negócio. Constitui o sistema que concentra os fatores de produção envolvidos, fazendo com que o resultado do conjunto exceda o resultado isolado. Isto demonstra que a empresa tem um efeito multiplicador, capaz de proporcionar ganhos adicionais. 4 De acordo com Mattos (2018), podemos definir uma classificação para os objetivos da contabilidade de custos no que diz respeito aos custos de produção. 1. Inventariar os produtos fabricados e vendidos: 2. Planejar e controlar as atividades empresariais como instrumentos para a tomada de decisão: Conforme Megliorini (2007, p. 4): Para que esses objetivos sejam atingidos, as empresas se valem dos métodos de custeio estruturados a fim de serem alimentados de informações coletadas internamente. Um desses métodos de custeio é a assistência dada pelos sistemas de tecnologia à contabilidade de custos, que facilita as apurações e aumenta a rapidez e credibilidade das informações, pois os resultados obtidos por informações integradas refletem a realidade da empresa. TEMA 3 – TERMINOLOGIA E CONCEITOS INICIAIS Para o bom andamento de sua empresa, existe a necessidade da correta classificação de investimentos, gastos, perdas, custos e despesas. No início do um aprendizado sobre o assunto, os itens relacionados podem parecer iguais, porém não é essa a verdade: individualmente, esses itens representam uma Determinar o valor inicial e final de matéria-prima em estoque e dos produtos em processamento e terminados. Elaborar demonstrativos do custo de produção de cada produto fabricado. Elaborar demonstrativos de lucro, prejuízo e custo do produto vendido. Preparar orçamentos com base no custo de fabricação e determinar o custo padrão e o preço de venda. Aceitar ou rejeitar encomendas e determinar o preço de venda de cada item de produção. Determinar o volume da produção além do ponto de equilíbrio, porém dentro da capacidade física da empresa. 5 categoria distinta nos balanços de uma empresa, com normas contábeis próprias os especificando. 3.1 Investimento É de suma importância entender que qualquer investimento vai gerar custos iniciais para a empresa. O objetivo é recuperar esse valor investido em tempo por meio do aumento de produção da empresa. Consequentemente, o valor aplicado para aumentar a produção começa a gerar lucros maiores que os obtidos anteriormente. Porém, trata-se de um valor a ser aplicado que requer cuidado e precisa ser amplamente estudado pelos gestores da empresa de modo a evitar que se torne um gasto imprevisto ao empreendimento, ocasionando o que pode gerar dívidas inesperadas. 3.2 Gasto Os gastos são considerados por Martins (2010, p. 24) como “compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade, sacrifício este representado por entrega ou promessa de entrega de ativos”. 3.3 Custo É de extrema importância você saber a diferença entre custo e despesa. Custo está rigorosamente ligado ao produto ou serviço, e a despesa não está claramente ligada ao processo de produção. • É todo o recurso aportado na empresa com o objetivo de aumentar a receita da empresa no futuro. • Exemplo: aquisição de máquinas e equipamentos para aumentar a produção. INVESTIMENTO • É todo o gasto associado a um produto até deixá- lo em condições de ser vendido. É tudo aquilo que é aplicado para produzir um bem ou serviço. • Exemplo: Material consumido na prestação de serviço. GASTO 6 Conforme Megliorini (2007, p. 7), “custos correspondem à parcela dos gastos consumida no ambiente fabril para a fabricação do produto, pela aquisição de mercadorias para revenda e para a realização de serviços” São caracterizados como custos todos os gastos inseridos diretamente nos fatores de produção, como matéria-prima, mão de obra, manutenção etc. 3.3.1 Custo fixo A definição de custos fixos, conforme Megliorini (2007, p. 7): São aqueles que decorrem da manutenção produtiva da empresa, independendo da quantidade que venha a ser fabricada dentro do limite da capacidade instalada. Exemplos desse comportamento são o custo do aluguel e a depreciação. Os custos fixos existem mesmo que não haja produção. Possuem uma ocorrência constante e periódica, e não variam em função do volume produzido, mas de maneira contrária a que a sua nomenclatura possa indicar, não possuem valores inalterados durante o tempo: eles podem variar em função de outros fatores que não dependem da produção. • É todo o gasto associado a um produto até deixá-lo em condições de ser vendido. É tudo aquilo que é aplicado para produzir um bem ou serviço. • Exemplo: material consumidona prestação de serviço e/ou fabricação. CUSTO • São os gastos que se mantêm constantes; independentemente do volume de produção, eles fazem parte da estrutura do negócio: por mais que a produção e vendas oscile, esses valores são mais estáticos. • Exemplo: serviços de segurança, limpeza, planos de telefonia, manutenção de equipamentos etc. CUSTO FIXO 7 3.3.2 Custo variável Os custos variáveis, conforme afirma Megliorini (2007), são aqueles que variam conforme a intensidade de produção, por exemplo, se a produção da empresa aumentar, maior será esse custo e, caso haja uma produção menor, o custo também diminui. Exemplo: matéria-prima, embalagens, energia etc. 3.4 Despesa Bornia (2002, p. 40) expõe que despesa “[...] é o valor dos insumos consumidos com o funcionamento da empresa e não identificados com a fabricação”. Despesa, segundo Perez Jr., Oliveira e Costa (2006, p. 22), são “gastos relativos aos bens e serviços consumidos no processo de geração de receitas e manutenção dos negócios da empresa”. 3.4.1 Despesa variável As despesas podem ser classificadas em fixas ou variáveis: • São aqueles que variam diretamente com a quantidade produzida ou vendida, na mesma proporção. • Exemplo: em uma indústria de cadeiras são produzidas, por mês, 100 cadeiras. Para a produção, é contratada mão de obra temporária, que varia de acordo com a volume de produção. Como essas produções exigem maior gasto de energia, quando a produção aumenta a conta de energia sobe 20%. Esse percentual é um clássico exemplo de custo variável. CUSTO VARIÁVEL • É todo o gasto que NÃO está associado diretamente ao produto ou serviço, mas é necessário para atender à estrutura da sua organização, ou seja, são gastos para “tocar a empresa em frente”. • Exemplo: gastos com salários de funcionários administrativos, zeladoria, cantina etc. DESPESA 8 As despesas variáveis normalmente são aquelas fundamentais para o faturamento do seu negócio. Elas estão vinculadas diretamente ao volume vendido ou produzido pela empresa em um determinado período. Ou seja, quanto mais se vender, maiores serão essas despesas. Como exemplo, imaginemos a personagem Dona Genoveva, vendedora de cachorro-quente. Se em um mês vender mais que no anterior, seus gastos vão variar de maneira proporcional ao volume de vendas, e Dona Genoveva precisará gastar mais com alimentos para a produção e com a embalagem. 3.4.2 Despesa fixa As despesas fixas são mais regulares. Seus valores independem do que for produzido ou vendido. O controle das despesas fixas é bastante simples. O profissional deve sempre ter uma reserva para custeá-las, deixando sempre um limite de segurança para evitar sustos desagradáveis, já que, embora consideradas fixas, as despesas com telefonia, por exemplo, podem variar extraordinariamente em um determinado mês. Se esses valores começarem a mudar muito, o gestor deve ficar alerta, pois alguma coisa pode estar saindo do controle. • Terá uma variação proporcional de acordo com volume produzido ou vendido pela empresa. • Exemplo: comissão de vendas, matérias- primas, entre outros. DESPESA VARIÁVEL • Não varia de acordo com o que for produzido ou vendido pela empresa. • Exemplo: material de escritório, mobiliário, estruturas físicas, entre outros. DESPESA FIXA 9 3.5 Perda As perdas de material de fabricação em sua maioria são um custo, já que são valores sacrificados de modo normal no processo de produção. O gasto com mão de obra durante um período de greve, por exemplo, é uma perda, não um custo de produção, pois acontecem involuntariamente. TEMA 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO Os bens e serviços consumidos na produção de outros bens e serviços são chamados de custos de produção. Este é um assunto relevante dentro do contexto econômico, pois a análise do custo de produção pode ser determinada no começo ou no final do processo produtivo: Antes: em casos de previsões de cenários futuros para investimentos ou até mesmo para elaborar fluxo de caixa, o custo é considerado com base no resultado atual do processo e na experiência do profissional que o faz. Depois: o custo é obtido depois do processo produtivo. Dessa maneira, aquela informação de custo realmente observada durante todo o processo é uma informação segura – se bem apurada. O profissional não deve seguir informações que não refletem a realidade, e sim dispor de meios procedentes para estimar e classificar o custo. • É o valor despendido em eventos imprevistos e anormais que trarão de certa forma prejuízo para a empresa. Em geral, esses eventos são imprevisíveis, e mesmo que em determinados momentos possa ser até possível preveni-los, a precaução acaba não sendo suficiente. • Exemplo: acidentes, inundações, incêndios e fatos desse tipo. PERDA Custo de produção Antes do processo produtivo Depois do processo produtivo 10 4.1 Custo direto Por essa razão, podemos dizer que aquilo que define o custo como sendo direto é justamente a propriedade que ele tem de ser medido de maneira clara. A indecisão por não saber classificar o custo como direto ou indireto pode causar transtornos na elaboração do orçamento da empresa. A regra é aparentemente simples: se você atribuir o custo diretamente a um serviço realizado, então ele é direto; do contrário, é indireto. 4.2 Custo indireto Quando nos referimos aos custos indiretos, estamos falando de situações em que não existem quantidades exatas para os gastos levantados com produtos ou serviços ou quando é impossível precificar esses gastos em função de cada unidade. Isso porque são valores que não podem ser quantificados de maneira tão simples quanto acontece com os custos diretos. Assim, vamos exemplificar utilizando o gasto de energia que a fábrica tem com a produção das janelas. Ainda que tenhamos como saber que houve aquele gasto e o quanto ele representou para o fluxo de caixa da empresa, não é possível determinar com precisão o quanto de energia foi gasto com cada janela produzida. Nesse caso, a solução é usar o que chamamos de critério de rateio, ou seja, estabelecer uma proporção aproximada para, somente assim, calcular o custo de cada unidade do produto. Porém, caso exista um equipamento que está • É o gasto aplicado diretamente no produto final, ou seja, se não houve produção, não haverá respectivamente a aplicação do custo. • Exemplo: matéria-prima, mão de obra do operador da máquina, insumos, entre outros. Esses são os mais fáceis de identificar. CUSTO DIRETO • Também são gastos com o processo produtivo, porém não estão diretamente relacionado ao produto final. • Exemplo: aluguel da fábrica, energia elétrica, depreciação das máquinas etc. CUSTO INDIRETO 11 sendo utilizado em um serviço exclusivo para atender a uma demanda específica, este será um custo direto, pois será associado apenas à fabricação desse produto, assim como as horas de mão de obra empregadas pelo profissional. Se você seguir esta linha de raciocínio, dificilmente terá problemas na classificação dos custos diretos e indiretos, e consequentemente vai acabar precificando os seus serviços corretamente. Quando a empresa tem mais custos variáveis do que fixos, como na maioria dos casos de prestação de serviços, fica mais difícil realizar uma política de descontos ou redução do preço final. Isso acontece porque o profissional deve buscar garantir o lucro em cada produto ou serviço vendido. O processo de avaliação deve ser bem ponderado, a fim de garantir a melhor rentabilidade. 4.3 Custo médio unitário O método de custo médio unitário corresponde à busca de uma média do preço unitário levando em consideração as entradas período a período, ou seja, cada entrada ao preço unitário diferente do preço médio anterior faz com que se altere o preço médio – o que justifica o seu cálculo. Tabela 1– Exemplo da formação do custo unitário Custo médio unitário Descrição Quantidade Preço Total Material para produção 20 R$ 110,00 R$ 2.200,00 Mão de obra 3 R$ 1.300,00 R$ 3.900,00 Embalagem 1.200 R$ 3,00 R$ 3.600,00 Total de custo geral R$ 9.700,00 Total de produtos já prontos 2.800 Total do custo médio unitário R$ 3,46 • É o custo de produção de uma unidade ou serviço obtido pela divisão do custo total de produção pela quantidade de produto produzido. • Exemplo: quilos de frango, quilos de carne etc. CUSTO MÉDIO UNITÁRIO 12 Na tabela anterior, o custo unitário foi simulado usando material para a produção, mão de obra e embalagem, lembrando que esses valores são apenas para a produção. O total de gastos foi de R$ 9.700,00 e o total de produtos que foram produzidos foi de 2.800. O custo médio unitário será a divisão de 9.700 por 2.800, que resultará em um custo médio unitário de R$ 3,46. 4.4 Custo total Por definição, o custo total é o cálculo que considera todos os custos, sejam eles fixos ou variáveis, a serem atribuídos a uma atividade ou a um conjunto de atividades, dadas as quantidades de fatores de produção utilizados. É o gasto total da empresa com os fatores de produção: Representa, para efeito de análise, o menor custo total para atingir um determinado nível de produção. São os gastos com mão de obra, insumos e equipamentos necessários para produzir bens. Assim, podemos concluir que quanto maior o custo destas variáveis, maior o custo total. TEMA 5 – TABELA COMPARATIVA ENTRE CUSTOS E DESPESAS É fundamental que o empresário em busca da maximização de sua riqueza saiba fazer uma boa gestão de custos, pois quando se define o preço do produto a ser comercializado é necessário identificar todos os custos e despesas da atividade de produção e do negócio: • Custo para produzir determinada quantidade de produtos. É o conjunto de custos a ser imputado a uma atividade ou conjunto de atividades, dadas as quantidades de fatores de produção utilizados. CUSTO TOTAL Fórmula utilizada: CT = CF + CV 13 Quadro 1 – Comparação custos/despesas fixas e variáveis A identificação de custos de maneira equivocada pode trazer sérias consequências à composição do preço. Assim, o dimensionamento correto de alocação do capital e o combate aos desperdícios financeiros podem contribuir para um ótimo resultado financeiro para a empresa. NA PRÁTICA Agora que aprendemos os conceitos relacionados a custos e despesas, vamos treinar nossa aprendizagem? Foram lançadas no Quadro 2 as descrições da empresa Eldorado Equipamentos Ltda. 14 Quadro 2 – Eldorado Equipamentos Ltda. Descrição C u s to d e p ro d u ç ão D e s p e s a d e v en d a s In v e s ti m e n to s D e s p e s a P e rd a s Comissão de vendedores Salários de fábrica Aquisição de máquinas para produção maior Matéria-prima consumida Salários da administração Depreciação da fábrica Seguros da fábrica Compra de um caminhão para transporte do produto final Incêndio no barracão Despesas financeiras Honorários da diretoria Materiais diversos – fábrica Energia elétrica – fábrica Inundação temporária na linha de produção Energia elétrica – Escritório Manutenção – fábrica Despesas de entrega Correios e telefone Material de consumo – escritório Esses dados suscitam perguntas desafiadoras, como: Este produto é rentável para minha empresa? Preciso reduzir custos de produção para aumentar meu lucro? Qual retorno este produto oferece? Devo continuar produzindo-o? Tendo em vista a concorrência existente nos dias atuais, é necessário conhecer a composição do preço de seus produtos e/ou serviços. Saber classificar custos, despesas, perdas e investimentos é fundamental para a tomada de decisões inteligentes com vistas ao aumento da lucratividade. FINALIZANDO Um bom processo de gestão depende da identificação correta dos custos e despesas fixas e variáveis. Isso fará com que os recursos financeiros possam ser utilizados de maneira mais eficiente para a empresa, além de indicar 15 alternativas de mudança, obtendo assim vantagem competitiva para a organização. A análise permite tomar decisões estratégicas com mais rapidez. Aproveitando o tempo de maneira eficiente, o gestor terá o conhecimento de várias etapas do processo, como: o custo de fornecedores, a variação de preços, a sobreposição de compras, os desperdícios na economia, os estoques, além de poder comparar os custos e despesas com outras empresas do mesmo segmento. Portanto, quanto mais controle e identificação dos custos associados ao seu processo produtivo, maior sua probabilidade de sucesso. LEITURA OBRIGATÓRIA Texto de abordagem teórica Livro: (parte 1- Bases para conhecimento de custos; páginas 6-18) MEGLIORINI, E. Parte 1 – Bases para conhecimento de custos. In: _____. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. p. 6-18. Texto de abordagem prática CARNEIRO, D. M. Determinantes de custos: uma proposta de sistematização. 161 f. Dissertação (Mestrado em Controladoria e Contabilidade: Contabilidade) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-21012016-115917/pt- br.php>. Acesso em: 8 maio 2018. 16 REFERÊNCIAS MARTINS, E. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MATTOS, J. G. Custo de produção – história, teoria e conceitos. Disponível em: <http://www.gea.org.br/scf/aspectosteoricos.html>. Acesso em: 8 maio 2018. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. AULA 3 CUSTOS DE MÃO DE OBRA Prof. Eron Paluski 2 CONVERSA INICIAL A disciplina de Custos de Mão de Obra é estruturada em seis aulas segmentadas, abordando assuntos de relevância para o tema. Desta forma, a presente aula versará sobre a importância da avaliação dos estoques e a utilização da contabilidade de custos no processo decisório, momento este em que vamos estudar sobre temas que proporcionarão o embasamento teórico relacionado ao conteúdo abordado. Ótimo estudo! CONTEXTUALIZANDO Antigamente, a contabilidade de custos era relacionada com a atividade industrial, pois se tratava normalmente da apuração de custos dos produtos que estavam em processo de produção, em elaboração e acabados. Diante da evolução natural dos negócios e consequentemente a modernização dos processos, nos quais são relacionados os detalhes dos custos inerentes ao processo industrial ou de serviços, a contabilidade de custos tornou- se uma ferramenta importante de controle e de suporte às tomadas de decisões empresariais. De acordo com Carvalho (2006, p. 2), A competição existente no atual cenário econômico força a organização a buscar técnicas gerenciais que possam direcionar com mais rapidez as decisões no ambiente em que se encontram inseridas”. Por esta razão é de suma importância a utilização de várias ferramentas de análise, sejam elas contábeis, financeiras ou operacionais, para o auxílio no momento da tomada de decisão. A utilização dos métodos de contabilidade de custo busca analisar suas estruturas e seus principais conceitos que agregam e fornecem suporte para que a empresa possa utilizar toda a sua produção com eficiência no intuito de almejar a plena lucratividade. TEMA 1 – A INFLUÊNCIA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS NO PROCESSO DECISÓRIO O avanço tecnológico nos dias atuais, e a disponibilização de métodos de custeio, faz com que as empresas estejam focadas na redução de custos e no desenvolvimento ainda maior de sua produtividade, o que torna um grande desafio 3 no sentido de controlar os meios gerenciais para especificaros custos que envolvem a produção. Para Iudicibus (2008 p. 89), “O objetivo da contabilidade pode ser estabelecido como sendo o de fornecer informações estruturadas de natureza econômica, financeira e subsidiariamente física, de produtividade e social, aos usuários internos e externos à entidade objeto da contabilidade”. Os controles dos custos são realizados por métodos gerenciais com o principal objetivo de compreender o processo de produção para saber quanto está sendo empregado para se produzir cada produto, podendo, desta maneira, buscar a otimização do processo; por esta razão, a contabilidade de custo tem como importante tarefa: Estabelecer os custos associados para determinado período; Monitorar as quantidades físicas produzidas por meio da aplicação do custo médio; Criar sistemas de controle de custo que permitam análises detalhadas; Dar suporte às decisões gerenciais para determinar o preço de venda; Atender à legislação fiscal; Contribuir com embasamento aos orçamentos e projeções financeiras. Associado ao processo de gestão empresarial, a contabilidade de custos nos permite compreender a gestão e a formação de preços planejados para o futuro. Vejamos algumas dessas aplicações: Na indústria: Determina o custo dos produtos vendidos; O estoque dos produtos na etapa de fabricação e finalizados; O estoque de materiais de embalagem, matéria-prima e almoxarifado. Na indústria extrativista: O estoque dos produtos extraídos ou de produção primária; O estoque de materiais ainda não utilizados na produção; O custo dos produtos explorados. No comércio: Determina o custo das mercadorias vendidas; O estoque das mercadorias; O estoque de bens que não são para a revenda. 4 Nas prestadoras de serviços: O custo dos serviços vendidos; O estoque de serviços em andamento; O custo de materiais adquiridos e não incorporados a serviços em andamento. Os dados apurados norteiam de maneira significativa decisões a serem tomadas pelos gestores, nos mais diversos campos de aplicação, na área industrial, extrativista, comercial e prestação de serviços. TEMA 2 – MÉTODOS DE CONTROLE DA MATÉRIA-PRIMA Todas as medidas tomadas sobre os estoques de matéria-prima influenciarão diretamente nos custos na cadeia de produção, às vezes muitas empresas não levam em consideração esta importante regra que necessita compor as diretrizes de uma organização. As principais ações a serem tomadas pelos gestores são: a. Armazenar corretamente e controlar seus estoques: É importante a correta armazenagem da matéria-prima, como também de todas as partes integrantes do processo, como recebimento, carregamento no estoque, conservação. b. Dimensionar o espaço: Melhor aproveitamento do espaço onde será estocada a matéria-prima; Redução dos custos de movimentação, bem como da existência; Facilidade na fiscalização do processo; Redução de perdas e inutilidades. c. Avaliar o custo do pedido: Pode ser considerado um custo de estoque fixo. São todas as despesas relacionadas com gerenciamento de contas dos clientes, cobranças e comunicação. d. Avaliar os custos implícitos de logística: Esses custos são variáveis e vão depender do valor do frete e do volume total de pedidos. O custo do frete é capaz de causar fortes variações no valor unitário dos pedidos e consequentemente sua margem de lucro. e. Custo dos riscos de estoque: São as prováveis perdas de valor dos itens por conta do período em que 5 ficam armazenados. Essa variável é importante em empresas que lidam com produtos perecíveis. Os gestores da organização deverão designar ao departamento que controla o estoque os objetivos a serem atingidos, isto é, fundamentar diretrizes aos profissionais da área de controle para estabelecerem critérios no que tange à medição do desenvolvimento do departamento. 2.1 O custo da matéria-prima Dentre os bens denominados econômicos, podemos definir os recursos naturais, que é a matéria-prima utilizada para produzir um delimitado produto, ou seja, tudo o que consumimos vem deste recurso, exceto quando são consumidas de maneira direta, sem produção. Quando você depende da matéria-prima para a comercialização de seus produtos, deve-se levar em consideração um possível risco na atividade, que seria a má gestão de sua compra, pois é muito importante levar em conta todos os valores que a envolvem. Além do preço do produto, frete, valores de seguros e de impostos devem ser analisados; também deverão ser analisados o aluguel, a depreciação das máquinas e equipamentos e atualização de seus ativos. Também o salário bruto do funcionário, os encargos da folha de pagamentos, os benefícios, uniformes e treinamentos, tudo isso é importante para você saber o quanto a mão de obra está pesando nos custos de produção. TEMA 3 – MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES A avaliação dos estoques por meio de métodos alternativos é de fundamental importância para o controle de custos da empresa. O simples fato de uma empresa efetuar compras de materiais para o seu estoque e não controlar seus pedidos de entrada e saída poderá lhe acarretar prejuízos na falta do material para a fabricação, e ainda terá uma incorreta classificação das despesas e custos associados ao processo de produção. Vanderbeck e Nagy (2001) relatam que as empresas atualmente estão dando mais ênfase no controle de custos em uma tentativa de manter os seus produtos competitivos. 6 O principal objetivo do cálculo por meio destes métodos é a separação dos custos dos produtos que já foram vendidos e o que permaneceu em estoque. As entradas no estoque de matéria-prima, normalmente com custos diferentes entre si, vão interferir no valor das saídas desse mesmo estoque; por esta razão a importância de utilizá-los. Vamos verificar as principais formas de avaliação de estoque: Preço específico – Este termo é um dos principais conceitos entre os critérios de avaliação de estoque. O custo de cada produto em estoque é identificado de maneira individual, ou seja, o vendedor atribui o preço do produto de acordo com o valor pago pela unidade que está em estoque. Quadro 1 – Exemplo de movimentação no ano de 2018 Preço específico Item Data Entrada Saída Vlr. unit. (R$) Valor total (R$) Veículo A 15/02 1.000 --- 60.000 60.000 Veículo B 29/03 1.000 63.000 63.000 Veículo A 31/03 500 60.000 60.000 Veículo B 500 63.000 63.000 Esta forma é aplicável normalmente quando é possível fazer a identificação individual do preço de cada unidade de estoque, como em indústrias de revenda de veículos e tratores, por exemplo. PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair) – No método PEPS é utilizado o custo do estoque das matérias-primas com preço mais antigo, e permanecem em estoque os que ficam avaliados pelos custos mais recentes. Assim, à medida que ocorrem as vendas e o estoque do lote mais antigo vai se esgotando, vai sendo utilizado o custo do lote estocado de matéria-prima mais recente e assim sucessivamente. 7 Quadro 2 – Exemplo de movimentação no ano de 2018 Estoque PEPS Item Data Entrada Saída Vlr. unit. (R$) Valor total (R$) Mercadoria A 15/02 1.000 --- 50,00 50.000,00 Mercadoria A 29/03 2.000 --- 60,00 120.000,00 Então teremos 31\03 2.000 60,00 120.000,00 200 50,00 10.000,00 UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair) – O custo das mercadorias vendidas ou demandadas estará sempre baseado nas compras mais recentes, ou seja, as primeiras unidades compradas ou produzidas serão as primeiras a serem transferidas para o custo dos produtos vendidos. De acordo com as Normas da Legislação do Imposto de renda, o método UEPS não é utilizado no Brasil Quadro 3 – Exemplo de movimentação no ano de 2018 Estoque UEPS Item Data Entrada Saída Vlr. unit. (R$) Valor total(R$) Mercadoria A 15/02 1.000 --- 50 50.000 Mercadoria A 29/03 2.000 --- 60 120.000 Mercadoria A 31/03 --- -2.200 Então teremos 31\03 2.200 60,00 120.000 Custo Médio Ponderado Móvel e Fixo: Móvel: Cada produto que entra no estoque por custo diferente do custo médio anterior, consequentemente altera o custo médio, e cada saída também altera a sua média. Os valores de cada produto no estoque vão se alterar com a compra ou a produção de outras unidades que tenham preço diferente. É um dos métodos aceitos pela legislação brasileira para fins de recolhimento de impostos. (Schier, 2006) Fixo: O custo médio de cada produto disponível para consumo é calculado através da média de todos os produtos em estoque. Isto é feito em um único momento no final do mês ou ano. O custo médio ponderado é determinado dividindo-se o estoque disponível pela quantidade existente. (Rosa, 2004) 8 Quadro 4 – Exemplo de movimentação no ano de 2018 Item Entrada Vlr. unit. (R$) Valor total do lote (R$) Mercadoria A 1.000 50,00 50.000 Mercadoria A 2.000 57,50 115.000 Cálculo 50.000 + 115.000 dividido por (1.000+2.000) 165.000/3.000 = 55,00 a unidade TEMA 4 – CÁLCULO DO CUSTO DA MERCADORIA VENDIDA O Custo da Mercadoria Vendida – CMV – envolve todas as despesas para produzir e armazenar a mercadoria até que seja vendida. É um cálculo que envolve a aquisição de insumos e processo de pós-venda, como custos com produção, transporte, armazenamento e qualquer detalhe que antecede a venda, por exemplo (Varejo Inteligente, 2017). Para os gestores, este cálculo demonstra a realidade dos custos inerentes ao processo, e apontam os itens que precisam de revisão e adequação, para que não causem prejuízos e, sim, lucro. Por meio do inventário periódico calculamos o CMV pela diferença, e não por cada venda concretizada (Ventura, 2017). Fórmula utilizada para o cálculo: CMV = EI+C-EF - (EI = estoque inicial – C = compras do mês ou período (incluir produtos devolvidos) – EF = inventário, ou estoque final) (Varejo Inteligente, 2017). Quadro 5 – Exemplo de movimentação no ano de 2018 Item Data Posição Quantidade Mercadoria A 02/04 Saldo 11.500 Mercadoria A 16/04 Compra 5.500 30/04 Estoque final 12.000 CMV = EI+C-EF = 11.000+5.500-12.000 = 5.000 Pelo saldo monetário, o cálculo do CMV permite que você utilize as mesmas variáveis. Veja o exemplo: Quadro 6 – Exemplo de movimentação no ano de 2018 Item Data Posição Valor Mercadoria A 02/04 Saldo 115.000 Mercadoria A 16/04 Compra 55.000 30/04 Estoque final 120.000 CMV = EI+C-EF = 115.000+55.000-120.000 = 5.000 9 O valor encontrado corresponde ao CMV total do mês apurado. Ela também pode ser utilizada para encontrar o custo do produto unitário, com a diferença de que isso exigiria um cálculo para cada tipo de item. As despesas comuns do negócio não incidem sobre o custo das mercadorias e, por isso, não são utilizadas para encontrar o lucro bruto: Impostos sobre o faturamento, como PIS/ Cofins, IRPJ e ICMS; Despesas com vendas, como comissões; Despesas operacionais com frete. O resultado deste cálculo contribui para a empresa no sentido de levantar os custos classificados em cada item estocado, que, apesar de simples, é útil para melhorar a sua gestão econômica financeira. TEMA 5 – CÁLCULO DO CUSTO NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS Podemos observar em nosso dia a dia que é muito comum encontrar empresários do segmento da prestação de serviços que apresentam dificuldades na Gestão dos Custos na prestação de serviços em suas empresas. Essas dificuldades caracterizam-se por vários motivos. Alguns deles podemos elencar como: O desconhecimento para avaliar os custos dos serviços aplicados; A consideração de que é muito difícil e complicado controlar, acompanhar e tomar decisões em relação aos custos dos serviços oferecidos; O sentimento de que nem sempre estas medições fazem a empresa lucrar mais. Qualquer atividade empresarial sem que seus administradores tenham domínio sobre os custos do negócio está sujeita a situações muito complicadas e ainda desfavoráveis, que podem até levar empresas à falência. Famá (2008, p. 188) retrata que: Os procedimentos empregados, de modo geral, na análise de custos nascem da aplicação direta das normas e princípios da contabilidade, que possuem o propósito maior do registro do patrimônio. Na gestão empresarial, porém, a ênfase deve estar baseada nas decisões tomadas e seus efeitos subsequentes. Nem sempre rotinas e procedimentos contábeis mostram-se adequados ao auxílio dos processos de tomada de decisões. 10 Para a permanência neste mercado competitivo é necessário saber calcular o custo de prestação de serviço adequadamente. Porém, para a correta avaliação de seus produtos e serviços é necessária a utilização de fórmula: Figura 1 – Fórmula do preço de venda Como já foi estudado, o custo é o gasto necessário para a produção de bens ou serviços. Sua composição é feita por, custos fixos e variáveis, diretos e indiretos. O método Markup calcula a margem de lucro levando em consideração os gastos não incluídos no custo como tributos, despesas gerais administrativas e a margem de lucro que o empreendedor deseja obter. (QuickBooks, S.d.) A fórmula está relacionada a seguir: Figura 2 – Fórmula do markup Em que: 100 representa o preço unitário total de venda em percentual; DV para Despesas Variáveis; DF para Despesas Fixas; e LP para Margem de Lucro Pretendida. Exemplo Prático: Na empresa XYZ os produtos comercializados custam R$40,00, e através de cálculos anteriores você apurou os seguintes índices: a) Despesas com vendas = 10%, b) Despesas fixas = 10% c) Lucro pretendido = 10%. Cálculo Markup: 100/[100-(DV+DF+LP)] 100/[100-(10+10+10)] 100/[100-30) ------ 100/70------1,4286P Preço de venda = custo + markup Markup = 100/[100-(DV+DF+LP)] 11 Para calcular o preço de venda, será multiplicado o valor que representa o custo direto unitário da mercadoria pelo índice encontrado. Ou seja: Preço de Venda = R$40,00 x 1,4286 = 57,14. (Adaptado de Endeavor Brasil, 2015) O resultado encontrado demonstra que a empresa tem um custo direto unitário de R$57,14, ou seja, para obter um lucro precisa comercializar o seu produto acima do valor encontrado, respeitando o percentual de lucratividade ou até mesmo reduzir os custos associados de produção. FINALIZANDO Para uma empresa que comercializa mercadorias, estão associados ao preço do produto final custos como transporte, recepção, preço de compra, inspeção, além de gastos administrativos associados ao controle dos estoques. Segundo Stickney e Weil (2001), a contabilidade constitui-se em um sistema de informações formal e estruturado, tendo como um dos objetivos principais disponibilizar informações para controle do patrimônio, avaliação de desempenho e tomada de decisão. O papel da contabilidade nas empresas é o de produzir informações de forma ordenada, expressas em relatórios, de modo a atender às necessidades dos usuários. Observamos que o controle de estoque com o objetivo de reduzir custos associados à matéria-prima é fundamental para a sobrevivência de uma empresa e consequentemente sua maior competitividade. LEITURA OBRIGATÓRIA Texto de abordagem teórica 1 – Livro: parte 1 – Bases para conhecimento de custos; páginas 26-31: MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo, Pearson Prentice Hall, 2007. (Disponível na biblioteca virtual Pearson). 2 – Determinantes de custos. Dissertação de doutorado, 2013 (páginas 125-147). Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde- 02052013-135506/pt-br.php>. Acesso em: 13 jun. 2018. 12 REFERÊNCIAS CARVALHO, J. R. M. de; CALDAS NETO, C.; ARAÚJO, A. O. Informações de custos utilizadas no processo decisório de uma empresa salineirado rio grande do norte. Custos e agronegócio on-line, Pernambuco, v. 2. p. 2, 2006. COMO achar o preço ideal para seus produtos ou serviços? A resposta pode ser o mark-up. Endeavor Brasil, 2015. Disponível em: <https://endeavor.org.br/markup/>. Acesso em: 13 jun. 2018. FAMÁ, R. Gestão de custos e formação de preço. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008. p. 188. IUDICIBUS, S.; MARION, J. C. Introdução à teoria da contabilidade. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008. p. 89. O QUE é CMV e como posso calculá-lo? Quickbooks, 2017. Disponível em: <https://conteudo.precocerto.co/o-que-e-cmv-e-como-posso-calcula-lo/>. Acesso em: 13 jun. 2018. ROSA. M. F. Apuração do custo de estoque: método de apuração e critérios contábeis. Fisco Soft, 2004. Disponível em: <http://www.fiscosoft.com.br/main_online_frame.php?page=/index.php?PID=125 619&key=2554266>. Acesso em: 13 jun. 2018. SAIBA como calcular o custo de prestação de serviço. Quickbooks. Disponível em: <https://quickbooks.intuit.com/br/blog/planejamento-financeiro/como- calcular-custo-de-prestacao-de-servico/>. Acesso em: 13 jun. 2018. SCHIER, C. U. C. Gestão de custos. Curitiba: Ibpex, 2006. STICKNEY, C. P.; WEIL, R. L. Contabilidade financeira: uma introdução aos conceitos, métodos e usos. São Paulo: Atlas, 2001. VANDERBECK, E. J.; NAGY, C. F. Contabilidade de custos. Tradução por Robert Brian Taylor. São Paulo: Pioneira, 2001. VENTURA, G. CMV: como calcular o custo de mercadoria vendida na sua loja virtual. Mandaê, 15 fev. 2017. Disponível em: <https://www.mandae.com.br/blog/cmv-como-calcular-o-custo-de-mercadoria- vendida/>. Acesso em: 13 jun. 2018. AULA 4 CUSTOS DE MÃO DE OBRA Prof. Eron Paluski 2 CONVERSA INICIAL A disciplina de Custos de Mão de Obra é estruturada em seis aulas segmentadas, abordando assuntos de relevância para o tema. Desta forma, a presente aula versará sobre os Conceitos Básicos de Custos de Mão de Obra que operam direta e indiretamente na produção e serviços; veremos também a sua classificação, seus aspectos remuneratórios e sua importância nos dias atuais, momento este em que vamos estudar sobre temas que proporcionarão o embasamento teórico relacionado ao conteúdo abordado. Ótimo estudo! CONTEXTUALIZANDO Mão de obra é uma das principais atividades no processo de produção; em torno dela incorrem os mais diversos gastos e despesas, por isso é importante analisar e controlar estas variáveis que influenciam no resultado operacional e financeiro de uma organização. A dinâmica da economia e a complexidade dos setores produtivos faz com que os gestores enfrentem grandes desafios para continuar atuando no mercado, por esta razão o controle dos custos de mão de obra resulta em ganhos de produtividade frente à concorrência. Existem classes distintas de mão de obra, nas quais a responsabilidade está atrelada diretamente na fabricação de um bem ou na prestação de serviço. Quanto mais cara é a mão de obra, mais alto será o valor do serviço ou produto fabricado. TEMA 1 – CUSTO DE MÃO DE OBRA A modernização, objeto dos avanços tecnológicos, afeta diretamente a execução de tarefas nas empresas, o que vem substituindo cada vez mais o trabalho humano pela automação, isso ocorre tanto no setor de fabricação como em prestação de serviços, porém, os gastos das empresas com mão de obra ainda são elevados, o que faz com que os gestores dediquem atenção ainda maior e mais rigorosa ao gerenciamento desses gastos. Bruni e Famá (2009) definem gasto, de modo geral, como sendo medidas monetárias dos sacrifícios com os quais uma organização tem que arcar a fim de atingir seus objetivos. 3 O número crescente dos gastos com pesquisa e desenvolvimento de produtos e processos, nos quais o salário de cientistas e pesquisadores é relativamente alto, influenciam e até mesmo superam o valor da mão de obra direta aplicada à própria produção em determinados casos e na hora de formar o preço de venda de determinado produto. 1.1 Conceito de mão de obra A definição usual de mão de obra é o trabalho manual e/ ou braçal necessário para estabelecer qualquer atividade empregada por um indivíduo ou grupo de pessoas para o andamento de determinada obra ou tarefa. O conceito aparece normalmente ligado ao setor industrial e de construção civil, mas pode ser empregado a qualquer ramo de atividade ou trabalho. Com os avanços tecnológicos e a dinâmica da economia ao passar do tempo, fizeram com que houvesse uma transformação estrutural em que o emprego e a renda se deslocassem da agricultura para a indústria, sendo determinada pelo avanço dos serviços. Por esta razão, o setor terciário está em franca expansão e a tendência é um crescimento mais intensificado para os próximos anos, pois é uma forma de viabilizar as atividades de outros setores da economia. 1.2 Remuneração básica O empregado sai de sua residência e vai até a empresa para trabalhar, esta dedicação pessoal transmitida por seus conhecimentos e habilidades com o objetivo de produzir ou gerar serviços, é retribuído pelo empregador em forma de um valor pago pelo esforço realizado; este pagamento é o que chamamos de remuneração. De acordo com a Consolidação da Leis do Trabalho – CLT, (1999, Art. 457): Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. § 1º integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador. § 2º Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as diárias para viagem que não excedam de 50% do salário percebido pelo empregado. 4 A remuneração paga pela sua mão de obra executada, entre outros benefícios, tem o objetivo de incentivá-los a ter um melhor desempenho em suas atribuições. 1.2.1 Remuneração complementar É quando o empregado recebe além de sua remuneração, um reforço pelo tempo à disposição da empresa. Podemos elencar várias razões para que isto aconteça, por exemplo: prêmios e adicionais ao empregado pela sua assiduidade, pontualidade, produção, produtividade, por não ocorrência de acidentes, horas extras, periculosidade, insalubridade, dupla função, diárias para viagens, gratificações, entre outros. A remuneração geralmente se distingue do salário pela diversidade que essa se apresenta, seja em consequência do trabalho adicional realizado ou aumento de produção. 1.2.2 Remuneração indireta Os empregados e seus dependentes recebem, por força de lei, negociação individual ou coletiva, fundos para a promoção de atividades sociais, como: serviços médicos e odontológicos, serviços de alimentação, creches, seguro de vida, seguro-saúde, auxílio desemprego, auxílio aposentadoria etc (Rocha, 1992). A remuneração indireta destinada ao bem-estar, alinhado com as estratégias da organização, fazem com que os colaboradores retornem com comprometimento e produtividade. 1.2.3 Ausência Remunerada São obrigações devidas pelos empregadores quando o empregado não está à disposição da empresa como: Repouso semanal remunerado, feriados, ausências por motivos pessoais, por motivos cívicos, serviço militar, auxílio doença, auxílio acidente, etc. (Rocha, 1992). A legislação trabalhista admite determinadas situações em que o empregado poderá deixar de comparecer ao serviço, sem prejuízo do salário. 5 TEMA 2 – ENCARGOS SOCIAIS DO CUSTO DE MÃO DE OBRA São direitos do trabalhador previstos em lei, que são custeados pelo empregador com a responsabilidade de cumprir seu papel social. Após contratação de um empregado registrado de acordo com a consolidação das leis do trabalho, vai resultar em um grande desafio para a empresa que o contratou, pois, além do seu salário, terá a incidênciade encargos trabalhistas e sociais. Vejamos alguns exemplos de encargos sociais: Taxas e contribuições pagas pelo empregador definidas por lei ou convenção coletiva; Direitos referentes à saúde, previdência e assistência social; Amparo aos seus dependentes para o caso de morte, doenças e invalidez resultantes de acidente no trabalho ou velhice; Para os casos de maternidade, aposentadorias e desemprego involuntário, também existe um amparo, desde que o tributo tenha sido recolhido. Esses benefícios indiretos oferecidos ao funcionário que são parte do valor efetivamente pago na manutenção daquele emprego, tornam-se custos indiretos ao empregador. 2.1 Amplitudes de abordagem dos encargos sociais Os encargos sociais são definidos como um aglomerado de obrigações pós-salário que a empresa deve pagar a seus funcionários; é uma responsabilidade inerente a qualquer tipo de vínculo empregatício, está ordenado em várias alíquotas e é tratado como um custo indireto para o empregador. O pagamento feito ao trabalhador para um fundo coletivo público é chamado de encargo trabalhista. Ambos têm a finalidade de beneficiar a mão de obra realizada na empresa. É de extrema importância a correta classificação destes encargos tendo em vista a diferenciação do sistema de arrecadação entre a grande empresa e pequena empresa que é contemplada com um sistema simplificado de declaração de impostos. Os principais encargos sociais que incidem na folha de pagamento são, de modo geral: 6 Figura 1 – Principais encargos sociais que incidem na folha de pagamento INSS ‒ Instituto Nacional de Seguro Social Conforme descrito em lei (Art. 194 a 202 da Constituição Federal de 1988), a previdência social, mediante contribuição, atenderá a: cobertura de eventos de doença, invalidez, morte, velhice; reclusão; ajuda a manutenção dos dependentes de baixa renda; proteção à maternidade; proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; e pensão por morte do segurado. FGTS ‒ Fundo de Garantia por Tempo de Serviço Conforme descrito no site da Caixa, foi criado com o objetivo de proteger o trabalhador demitido sem justa causa, mediante a abertura de uma conta vinculada ao contrato de trabalho. No caso de demissão sem justa causa, o empregador deverá ainda indenizar o funcionário em um valor equivalente a 40% dos depósitos efetuados ao FGTS no período de trabalho. O depósito do FGTS é devido pela empresa, também nos seguintes casos de afastamento: · Serviço militar obrigatório; · Os quinze primeiros dias de afastamento por motivos de doença; · Durante todo o período de afastamento por motivo de acidente de trabalho; · Licença maternidade e paternidade; · Gozo de férias. PIS/PASEP ‒ Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público Conforme definido no site da Caixa, foi criado, por meio da Lei Complementar n. 7/1970, o Programa de Integração Social (PIS). O programa buscava a integração do empregado do setor privado com o desenvolvimento da empresa. O pagamento do PIS é de responsabilidade da Caixa. Paralelamente à criação do PIS, a Lei Complementar n. 8/1970 instituiu o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP), com o qual União, Estados, Municípios, Distrito Federal e territórios contribuíam com o fundo destinado aos empregados do setor público. O pagamento do PASEP é feito pelo Banco do Brasil. GILRAT ‒ Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho É mais uma contribuição previdenciária que incide sobre a folha de pagamento. É destinada a financiar a remuneração ao empregado caso ele se torne impossibilitado devido a ocorrências no ambiente de trabalho. As alíquotas variam de acordo com a atividade da sua empresa. Salário Educação É um encargo social previsto na Constituição Federal, e serve de fonte adicional para o financiamento do ensino fundamental público. Ou seja, destina-se a custear programas, projetos e ações voltadas para a educação básica pública. A incidência ocorre apenas na folha de pagamento de empresas do setor privado. Sistema S É a contribuição destinada às instituições de interesse de categorias profissionais para empresas do setor privado como SESC/ SENAC, SENAI/ SESI, Sebrae, Incra. IRRF ‒ Imposto de Renda Retido na Fonte No caso do trabalhador registrado com carteira assinada, um percentual correspondente ao Imposto de Renda é descontado todos os meses do seu salário. O governo federal é quem fixa as alíquotas do IRRF considerando as faixas salariais dos trabalhadores. 7 É importante a correta gestão de folha de pagamento a fim de atentar para riscos e suas consequências. Nesse sentido, vale adotar um bom sistema para administrar de maneira integrada a folha de pagamento para se ter um bom controle de custos. TEMA 3 – CLASSIFICAÇÃO DO CUSTO DE MÃO DE OBRA A mão de obra é o trabalho do homem aplicado direta ou indiretamente na fabricação e/ou serviços. Em torno dela incidem outros custos, por esta razão é importante analisar e controlar estes indicativos. Podemos, assim, classificar os custos de acordo com a função principal da empresa como mão de obra direta e indireta e podem estar localizadas na produção, em vendas, na comercialização, na administração geral como também em outros lugares, conforme finalidade específica. Nesses gastos diretos e indiretos estão incluídos todos os tributos, bem como as vantagens adicionais, os gastos referentes à contratação, desligamento e benefícios para manter os empregados (Rocha, 1992). Eliseu Martins (2001, p. 63) define que a mão de obra indireta: “Só é apropriada por meio de fatores de rateio, com alto grau de arbitrariedade, e que pode, com menor grau de erro e arbitrariedade, ser alocada ao produto”. Também existe a classificação dos custos de mão-de-obra quanto à sua variabilidade em relação à produção. Conhecer esses encargos sociais previstos por lei é muito importante para entender o cálculo do custo real da mão de obra, pois estes fatores podem interferir na decisão de investimentos da empresa. 3.1 Ações determinantes para redução dos custos Para a empresa ser competitiva no mercado, a redução de custos é fator primordial para o alcance deste resultado. A má gestão destes custos pode trazer prejuízos para a eficiência empresarial. A melhoria frequente dos processos com o intuito de aumentar a produtividade é o desafio dos empresários. Por esta razão é essencial manter a motivação e focar nos resultados que realmente importam. Vejamos algumas ações a serem tomadas para reduzir custos: 8 Mapear seus processos – É importante o mapeamento de todas as suas atividades produtivas para analisar o que pode ser melhorado. Analisar a concorrência – Para reduzir custos é muito importante analisar o que as outras empresas concorrentes estão fazendo em relação às melhores práticas do mercado. Terceirizar a logística – É estratégico transferir as atividades para quem tem a expertise nas operações de transporte, pois com certeza você vai reduzir muitos custos associados à operação. Investir em treinamentos – O investimento em treinamentos periódicos pode resultar em um consequente aumento da produtividade, com a possibilidade de atingir as metas em um prazo menor. Não perder foco – Procure avaliar os processos de comunicação interna e estabeleça políticas para uso de internet em redes sociais durante o horário de trabalho. Com essas dicas relacionadas à gestão empresarial, você poderá eliminar atividades que não agregam valor, de fato, ao produto e consequentemente poderá reduzir custos sem que a qualidade de seus serviços ou capacidade de produção sejam comprometidas. Segundo Padoveze (2006, p. 76), “O método é o fundamento teórico mais importante na questão da contabilidade de custos. Definido o método a ser utilizado pela empresa, todos
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