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Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Fluidos Refrigerantes Breve Histórico dos Refrigerantes – Início do Uso 1834: Refrigeração por compressão de vapor utilizando de éter etílico 1880- 1920: amônia, ácido sulfúrico, dióxido de carbono e propano 1930-1940: CFCs (R-12, R-11, R-114, R-113) 1950s: HCFCs (R-22, R-502) 1974: Teoria da destruição do Ozônio (Molina e Rowland) 1987: Protocolo de Montreal (início da substituição de CFCs e HCFCs) 1992: Convenção do Clima (UNFCC) 1997: Protocolo de Kyoto (redução das emissões de HFCs, PFCs, CO2, SF6 , N2O, CH4) Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Fluidos Refrigerantes Linha de tempo apresentando o desenvolvimento dos refrigerantes Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Fluidos Refrigerantes • Hidrocarbonetos • Hidrocarbonetos halogenados; • Compostos inorgânicos; • Misturas não azeotrópicas de hidrocarbonetos halogenados; • Misturas azeotrópicas de hidrocarbonetos halogenados; • Hidrofluorolefinas; Podem ser classificados nas seguintes categorias: Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Fluidos Refrigerantes Hidrocarbonetos halogenados Os refrigerantes da família dos hidrocarbonetos halogenados se caracterizam por possuírem átomos de flúor, cloro e eventualmente bromo Assim, estes fluidos refrigerantes podem ser classificados em três grupos: • Os derivados de hidrocarbonetos completamente halogenados, que não apresentam nenhum átomo de hidrogênio, como os CFCs (com átomos de cloro e flúor na moléculas). • Hidrocarbonetos parcialmente halogenados, incluindo os HCFCs (com átomos de hidrogênio, cloro e flúor na molécula). • Hidrocarbonetos puros, CmHn. Hidrocarbonetos puros Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Compostos Inorgânicos: Grupo ao qual correspondem os fluidos utilizados desde os inicios da refrigeração por compressão mecânica do vapor. Estes compostos são designados com o no 700 + peso molecular. Desse grupo destacam-se a amônia NH3 (R-717) e o dióxido de carbono CO2 (R-744), etc... Fluidos Refrigerantes Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Misturas Azeotrópicas: misturas de substâncias que não pode ser separada em seus componentes por destilação. Um azeótropo evapora e condensa como uma substância simples com propriedades diferentes das de cada um de seus constituintes Misturas Não Azeotrópicos: misturas que se comportam como uma mistura binária, a concentração da fase vapor é distinta da fase líquido quando ambas ocorrem em equilíbrio, a uma dada pressão e temperatura. Fluidos Refrigerantes Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI T<T2 T>T2 1 2 3 4 5 6 T Concentração Linha de condensação Linha de vaporização Vapor Superaquecido 0 1 T Concentração 0 1 Condição azeotrópica Misturas Azeotrópicas e Não-Azeotrópicas Fluidos Refrigerantes Não-Azeotrópica Azeotrópica Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Misturas Azeotrópicas Fluidos Refrigerantes Geralmente o ponto de ebulição resultante de uma mistura azeotrópica, é menor ou igual ao do componente com o mais baixo ponto de ebulição. Em sistemas com evaporador tipo "seco" ou de expansão direta, a mistura completa se evapora antes de sair do evaporador. Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Vantagens Misturas Não Azeotrópicas Fluidos Refrigerantes • Maior disponibilidade (aumento da possibilidade de se encontrar fluidos refrigerantes alternativos adequados para a substituição daqueles que estão sendo eliminados). • Permitir a otimização do desempenho através da variação da temperatura de saturação e da diferença de composição das fases liquidas e vapor durante o processo de mudança de fase. • Pode levar a uma redução no diferencial de temperatura do ciclo, o que reduz o trabalho de compressão para uma dada capacidade de refrigeração. Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Desvantagens Misturas Não Azeotrópicas Fluidos Refrigerantes • Durante o processo de carga do equipamento de refrigeração, ou numa eventualidade de vazamento, a variação da composição pode reduzir o desempenho do equipamento ou então tornar a mistura inflamável. • Existe uma degradação da transferência de calor durante o processo de mudança de fase • Resistência adicional à transferência de massa no processo de condensação, devido ao acumulo do componente mais volátil na interface liquido-vapor, reduzindo os coeficientes de transferência de calor e massa • “Glide” pode gerar desequilíbrio de carga no evaporador Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Fluidos Refrigerantes Designação e classificação (ASHRAE 34) • CFC (Clorofluorcarbonos) • HCFC (Hidroclorofluorcarbonos) • HFC (Hidrofluorcarbonos) Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Designação segundo a norma ASHRAE 34 (C-1) (H+1) (F) Número de átomos de flúor Número de átomos de hidrogênio mais 1 Número de átomos de carbono menos 1 Compostos derivados de hidrocarbonetos não saturados (nº de ligações insaturadas) Hidrocarbonetos halogenados e outros Fluidos Refrigerantes Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI (C-1) (H+1) (F) Nº de átomos de flúor Nº de átomos de hidrogênio mais 1 Nº de átomos de carbono menos 1 Compostos derivados de hidrocarbonetos não saturados 2 2C Cl FR12 Fluidos Refrigerantes Designação segundo a norma ASHRAE 34-1992 210- Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI (C-1) (H+1) (F) Nº de átomos de flúor Nº de átomos de hidrogênio mais 1 Nº de átomos de carbono menos 1 Compostos derivados de hidrocarbonetos não saturados Fluidos Refrigerantes Designação segundo a norma ASHRAE 34-1992 431-R134a C2H2 F4 Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Fluidos Refrigerantes Designação numérica dos Hidroflúorolefinas Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Fluidos Refrigerantes Hidrofluorolefina Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Fluidos Refrigerantes Hidrofluorolefina • HFOs são ZERO ODP e praticamente ZERO GWP, contribuem de forma sustentável para a proteção do meio ambiente; • HFOs são substâncias não inflamáveis; • Disponibilidade de produto ainda é limitada; Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI • Série 400: misturas não azeotrópicas R407c, R410a, R-449a, R454c (potencial substituto amônia) • Série 500: misturas azeotrópicas R502, R507, etc • Série 600: hidrocarbonetos (alguns). R600 (butano) • Série 700: compostos inorgânicos. R717 (amônia), R718 (água), R744 (CO2) Fluidos Refrigerantes Designação segundo a norma ASHRAE 34-1992 Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Características desejáveis de um refrigerante • Pressão de vaporização não muito baixa ou pressões acima da atmosférica (em caso de vazamento o ar não entra no sistema); • Pressão de condensação não muito elevada (para evitar equipamentos robustos); Temperaturas para PO = 1 bar e PC = 23 bar Pressão de condensação (TC = 50 Celsius) Fluidos Refrigerantes Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Características desejáveis de um refrigerante • Calor latente de vaporização elevado; • Volume específico reduzido (exceto compressores centrífugos • Coeficiente de performance elevado; • Temperatura de descarga não muito elevada; TC = 40 Celsius TO = -13 Celsius Superaquecimento = 10 oC Eficiência Isentrópica = 0,7 Fluidos Refrigerantes Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Compatibilidade com materiais: • Amônia: reage com cobre ou latão; • Halogenados: • Reagem com zinco e ligas de alumínio contento mais de 2% de magnésio. • Atacam certas borrachas (Buna N, Buna S, Natural); • Compatível com o óleo lubrificante do compressor Fluidos Refrigerantes Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Características desejáveis de um refrigerante • Condutividade térmica elevada; • Baixa viscosidade na fase líquida e gasosa ; • Não devem ser poluentes; • Devem ser de detecção fácil quando houver vazamentos ; • Devem ter preços moderados e ser facilmente disponíveis; • Não devem ser tóxicos ou excessivamenteestimulantes; • Não devem ser inflamáveis ou explosivos; • Ter miscibilidade com óleo lubrificante (facilidade de retorno do óleo ao compressor); • Não deve atacar o óleo; Fluidos Refrigerantes Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Características desejáveis de um refrigerante Fluidos Refrigerantes Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Classificação dos Refrigerantes Quanto ao Nível de Toxicidade e Inflamabilidade (ASHRAE 34-2013) • Toxicidade • Classe A - Compostos cuja toxicidade não foi identificada • Classe B - Foram identificadas evidências de toxicidade • Flamabilidade • Classe 1 – Não se observa propagação de chama em ar • Classe 2 – Limite inferior de inflamabilidade (L.I.I.) superior a 0,10 kg/m3 (23 oC e 101,325 kPa). Subclasse 2L: velocidade de chama < 0,1 m/s (23 oC e 101,325 kPa). • Classe 3 – Inflamabilidade elevada. L.I.I. inferior ou igual a 0,10 kg/m3 (23 oC e 101,325 kPa). Fluidos Refrigerantes Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Fluidos Refrigerantes Classificação dos Refrigerantes Quanto ao Nível de Toxicidade e Inflamabilidade (ASHRAE 34-2013) Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI O uso de fluidos refrigerantes inflamáveis (A2 e A3) em equipamentos que foram projetados para trabalhar apenas com substâncias não inflamáveis (A1) pode levar a graves acidentes Fluidos Refrigerantes Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Fluidos Refrigerantes Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI TWA (8 horas) Refrigerant Concentration Limit Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Fluidos Refrigerantes Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Destruição da Camada de Ozônio • 1974, foram detectados problemas relacionados aos CFCs • Compostos clorados migram para a estratosfera e destroem as moléculas de ozônio • Os CFCs são os maiores responsáveis pelo aparecimento do buraco na camada de ozônio sobre a Antártica • A camada de ozônio é responsável pela filtragem dos raios ultravioleta que, em quantidades elevadas, são prejudiciais ao meio ambiente e ao ser humano: • Doenças de pele (queimaduras, câncer, etc) • Envelhecimento precoce, etc... • https://cetesb.sp.gov.br/prozonesp/ • https://www.mma.gov.br/clima/protecao-da-camada-de-ozonio/acoes-brasileiras-para-protecao-da- camada-de-ozonio/programa-brasileiro-de-eliminacao-dos-hcfcs-pbh Fluidos Refrigerantes Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Destruição da Camada de Ozônio Fluidos Refrigerantes Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Fluidos Refrigerantes Caracterização do nível de ação dos refrigerantes em relação a camada de ozônio e ao efeito estufa • Pot. de Destruição da Camada de Ozônio (Ozone Depleting Potential ODP) O potencial de destruição dessa camada que um determinado composto apresenta em relação ao refrigerante R11, ao qual é atribuído o valor 1 • Pot. de Aquecimento Global (Global Warming Potential GWP) É relativo ao efeito estufa direto causado pelo refrigerante R11, ao qual é atribuído arbitrariamente o valor 1 Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Processo Natural Formação do O3: 322 OOOOOUVO (colisão) Destruição do O3: 22323 OOOOOOUVO (colisão) Resultado Líquido: camada de ozônio Destruição da Camada de Ozônio (ação dos CFC’s) 2 2 2 OO(colisão) O(colisão) OO(colisão) ClCl ClCl ClClCl 3 3 O OO O...BAUVCFC Fluidos Refrigerantes Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Destruição da Camada de Ozônio • Em 1987 o Protocolo de Montreal determinou a substituição dos CFCs provocando uma verdadeira revolução na indústria frigorífica • As importações de CFC-12 sofreram reduções gradativas em peso, da seguinte forma (CONAMA – 2000): - 15% em 2001 - 30% em 2002; - 55% em de 2003; - 75% em 2004; - 85% em de 2005; - 95% em 2006; - 100% em 2007. • Há certa tendência de adoção da amônia em instalações industriais de construção recente, • Refrigerantes como CO2, têm sido cogitados pela comunidade científica e industrial. Substituindo o R134a na Europa • O prob. da camada de ozônio tem se composto com o prob. do efeito estufa Fluidos Refrigerantes Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Destruição da Camada de Ozônio Fluidos Refrigerantes Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Destruição da Camada de Ozônio Fluidos Refrigerantes Programa Brasileiro de Eliminação de HCFCs (PBH) https://www.mma.gov.br/clima/protecao-da-camada-de-ozonio/acoes-brasileiras-para-protecao-da-camada-de- ozonio/programa-brasileiro-de-eliminacao-dos-hcfcs-pbh Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Fluidos Refrigerantes Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Fluidos Refrigerantes Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Fluidos Refrigerantes Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Retrofit de Refrigerante: o que é ??? • Retrofit de Refrigerantes é a tecnica de adequação de um equipamento de refrigeração ou AC, originalmente projetado para utilização de um CFC ou HCHC, para um fluido refrigerante ecologicamente correto. • O retrofit é uma solução prática com adequado custo x benefício e operacionalmente aceitável. • Um ponto importante é não deixar o desempenho do equipamento de lado; Algumas vantagens do Retrofit, são: • Pode ser planejado; • Adapta-se aos seus recursos financeiros; • Pode ser feito em etapas; • Pode reduzir consumo de energia; • Reduz custos de operação; • Reduz custos de manutenção; • Adapta-se à legislação. Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI O que é necessário para se fazer um Retrofit de Qualidade • A performance dos novos refrigerantes deve ser bastante similar aos dos refrigerantes que eles substituem; • Fluido refrigerante deve trabalhar em uma faixa de pressão e temperatura, onde a Temperatura de descarga não exceda à Temperatura limite de descarga do compressor; • As pressões máximas não devem ser maiores do que os limites atuais aceitáveis no sistema (tubulações/compressores tem que suportar a pressão); • Deve ser mantida a compatibilidade de materiais entre os novos refrigerantes (elastômeros, vedações, o'rings etc), materiais de construção do compressor e componentes do sistema (Cobre, Aço, Alumínio e etc); • Deve-se também garantir a compatibilidade do fluido refrigerante com o óleo lubrificante presente no sistema (Óleo Mineral, Poliol Ester, Alquil Benzeno); Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI RETROFIT • Equipamentos com mais de 20 anos: bons candidatos para substituição • Estão próximos do final de sua vida útil. • Equipamentos novos são muito mais eficientes do que equipamentos com 20 ou 30 anos (0,8 – 1,0 kW/ton para 0,50 - 0,60 kW/ton). • Equipamentos com até 10 anos: bons candidatos para conversão (“retrofit”): • Possuem mais da metade de sua vida útil. • Projeto mais recente já incorpora melhorias para o aumento de eficiência. • Equipamentos com 10 a 20 anos de uso. • Decisões mais difíceis uma vez que os equipamentos aqui ainda possuem vários anos de vida útil mas são de projeto mais antigo. Obs.: proprietários e usuários devem levar em consideração os aspectos mais amplos do problema, e efetuar uma análise detalhada Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Passo a passo para um Retrofit Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI Prof. Osvaldo J. Venturini – IEM/UNIFEI PARA CHILLERS - PARAFUSO Atuais (2016) Em desenvolvimento
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