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Kaiany Geller - ATM 2027.2 Citogenética Clínica Citogenética clínica é o estudo dos cromossomos, sua estrutura e sua herança, aplicado à prática da genética médica. Inter relação entre histologia e citogenética; Procedimento diagnóstico. A análise cromossômica (e genômica) é um procedimento diagnóstico importante em diversas áreas da medicina. Transtornos cromossômicos: principal categoria de doenças genéticas. São responsáveis por grande proporção de perdas reprodutivas, malformações congênitas, deficiência intelectual e papel importante na patogênese do câncer. Responsáveis por grande quantidade de síndromes genéticas, que são mais comuns do que todos os distúrbios de genes únicos juntos. Estão presentes em: ● 1% dos nativivos ● 2% das gestações em mulheres com mais de 35 anos; Relacionado com o tempo do ovócito. ● 50% dos abortos espontâneos do 1º trimestre. Análise cromossômica: A melhor fase é a metáfase - alto grau de condensação dos cromossomos. Nesta fase já ocorreu a duplicação do material genético e os cromossomos estão formados por 2 filamentos (cromátides) unidos pelo centrômero. As células mais utilizadas são os leucócitos (linfócitos T). Para análise molecular qualquer material clínico apropriado desde que se possa obter DNA de qualidade (as células não precisam estar em divisão para essa finalidade), possível estudar o DNA a partir de, por exemplo, tecidos, tumores, sangue; Estimulador mitótico: fitohemaglutinina - estimula a mitose nas células; Inibidor mitótico: colchicina - interrompe na fase de metáfase. Solução hipotônica no sobrenadante - inchaço celular - liberação dos cromossomos. É retirado os sedimentos (cromossomos) e o material é estendido em uma lâmina. Indicações clínicas para a análise cromossômica - Problemas de crescimento e desenvolvimento; - Natimorto e morte neonatal ; - Problemas de fertilidade; - História familiar; - Neoplasia; - Gestação em mulheres com idade avançada. IDENTIFICAÇÃO DOS CROMOSSOMOS Kaiany Geller - ATM 2027.2 Método de Coloração: Método mais utilizado é o bandeamento com Giemsa = bandamento G. Regiões escuras: CG - rica em genes. Regiões claras: O padrão de bandas em cada cromossomo é numerado em cada braço a partir do centrômero para o telômero; Braço pequeno/ superior: P Braço longo/ inferior: Q Nº do Cromossomos - braço - região da banda - banda - sub-banda. Os centrômeros estão indicados pelas estreitas regiões em cinza-escuro separando os braços p e q. Cariótipos convencional: 5 a 10 mb Análise cromossômica de alta resolução: 2 a 3 mb. Para aumentar a sensibilidade, pode ser feito o bandeamento de alta resolução ► realizado na prometáfase (melhor para alterações cromossômicas estruturais sutis/ pequenas) Hibridização In Situ por Fluorescência (FISH) O bandeamento cromossômico de alta resolução foi amplamente substituído no início da década de 1990 pela hibridização in situ por fluorescência um método para detectar a presença ou ausência de uma determinada sequência de DNA, ou avaliar o número ou a organização de um cromossomo ou região cromossômica, in situ ( literalmente,“no local”). Tem a vantagem da disponibilidade de se encomendar coleções de clones de DNA recombinantes contendo DNA de toda a extensão do genoma. Clones contendo sequências específicas de DNA humano podem ser utilizados como sondas para detectar a região correspondente do genoma em preparações cromossômicas ou no núcleo interfásico, para uma variedade de objetivos de pesquisa ou diagnósticos. Análise genômica usando microarranjo Embora o cariótipo de bandas G continue sendo o teste diagnóstico de primeira linha para a maioria das aplicações clínicas, ele tem sido complementado ou mesmo substituído pelas abordagens genômicas mais amplas. •“Fornece uma resolução de 250 kb ao longo de uma porção inteira do genoma humano. Kaiany Geller - ATM 2027.2 Uma maior densidade de sondas pode ser utilizada para atingir resolução ainda maior (<25- 50 kb) sobre regiões de interesse clínico em particular. Complementa a cariotipagem convencional e proporciona uma avaliação muito mais sensível e de maior resolução do genoma • Os microarranjos têm sido utilizados com sucesso na identificação de anormalidades cromossômicas e genômicas em crianças com atraso de desenvolvimento não explicado, deficiência intelectual ou defeitos congênitos, revelando uma série de alterações genômicas patogênicas que não foram detectadas pelo bandeamento G convencional. DNA controle e o DNA do paciente competem para se ligarem a sonda. ANOMALIAS CROMOSSÔMICAS Os fenótipos de muitos organismos são afetados por mudanças no NÚMERO ou na ESTRUTURA dos cromossomos; Incidência de anomalias cromossômicas em recém nascidos, baseada na análise cromossômica de 68.000 recém nascidos; 1. Mudanças NUMÉRICAS são geralmente descritas como variações de PLOIDIA do organismo; Poliploidia: genoma completo; 3n, 4n; Aneuploidia: alterações em partes do genoma; Trissomia 2. Mudanças ESTRUTURAIS dos cromossomos resultam em arranjos BALANCEADOS (sem perda de material genético) ou NÃO BALANCEADOS (perda ou ganho de material genético); Para distúrbios cromossômicos é o aspecto QUANTITATIVO da expressão gênica que constitui a base da doença, em contraste com os distúrbios de gene único, nos quais a patogênese normalmente reflete aspectos QUALITATIVOS da função gênica. As CONSEQUÊNCIAS CLÍNICAS de qualquer anormalidade cromossômica em particular vão depender do DESEQUILÍBRIO resultante de partes do genoma, da combinação específica de genes contidos na ou afetados pela anormalidade, e da possibilidade de transmissão para a próxima geração. POLIPLOIDIA Causas mais comuns erro na ovogênese ou na espermatogênese, levando por exemplo a formação de um espermatozóide diplóide ou fertilização de um ovócito por dois espermatozóide (dispermia). Geralmente não é compatível com a vida - podem nascer vivos, embora não sobrevivam por muito tempo. A maioria não sobrevive até o 1 º trimestre da gestação. Tetraplóides (92, XXXX ou 92, XXYY) falha em completar a divisão inicial de clivagem do zigoto. ANEUPLOIDIA Causas: não disjunção ou não separação de 1 cromossomo durante a meiose ou mitose do zigoto. Ocorre com mais frequência nos cromossomos acrocêntricos, além do efeito da idade na ovogênese materna (já que o processo de Kaiany Geller - ATM 2027.2 formação dos gametas femininos estaciona por muitos anos no fim da prófase I). Pode ocorrer tanto na meiose I (mais frequente) como na meiose II. Se o erro ocorrer durante a meiose I, o gameta com 24 cromossomos conterá ambos os membros, paterno e materno, do par. Se ele ocorrer durante a meiose II, o gameta com o cromossomo extra conterá ambas as cópias tanto do cromossomo paterno quanto do materno. Nulissomia: 2N - 2 Monossomia: 2N - 1 Síndrome de Turner (45, X). Trissomia: 2N + 1 Síndrome de Down (47, XX ou XY, 21) Trissomias: 2N + 2 (48, XXXX) Trissomias Duplas: 2N + 1 + 1 Síndrome de Klinefelter PARCIAL: quando ocorre perda de uma parte do cromossomo. ANOMALIAS ESTRUTURAIS ARRANJOS DESBALANCEADOS Os rearranjos desbalanceados são detectados em aproximadamente um a cada 1.600 nativivos; o FENÓTIPO provavelmente será ANORMAL devido à deleção ou à duplicação de múltiplos genes, ou (em alguns casos) a ambas. A duplicação de parte de um cromossomo leva a uma trissomia parcial nos genes dentro desse segmento a deleção leva à monossomia parcial. ARRANJOS BALANCEADOS NÃO COSTUMAM levar a um efeito fenotípico, pois TODO O MATERIAL GENÉTICO ESTÁ PRESENTE, mesmo que organizado na forma diferente. Mesmo quando os rearranjos estruturais são verdadeiramente balanceados, eles podem representar uma AMEAÇA ÀS GERAÇÕES SUBSEQUENTES porque os PORTADORES SÃO MAIS SUSCETÍVEIS a produzir uma frequência significativa de GAMETAS DESBALANCEADOS, e portanto, tem risco aumentado de ter uma prole anormal. Também existe a possibilidade de que uma das quebras cromossômicas interrompa um gene, levando a uma mutação. TRANSLOCAÇÃO RECÍPROCA: há trocas de segmentos entre cromossomosque sofreram quebras. Geralmente só dois cromossomos estão envolvidos e, uma vez que a troca é recíproca, o número total de cromossomos permanece inalterado. NÃO RECÍPROCAS: o segmento de um cromossomo liga-se a outro, sem que, no entanto, haja troca entre eles. Kaiany Geller - ATM 2027.2 Geralmente não possuem efeito fenotípico, no entanto, como ocorre com outros rearranjos balanceados, elas estão associadas a um maior risco de gametas desbalanceados e progênie anormal. ROBERTSONIANAS: tipo mais comum. Envolve 2 cromossomos acrocêntricos que se fundem próximo a região do centrômero, com perda dos braços curtos. São não-recíprocas e resultam em um cariótipo com 45 cromossomos, incluindo o cromossomo translocado o qual, na prática é formado pelos braços longos dos dois cromossomos acrocêntrico; Braços curtos são perdidos; Podem envolver todas as combinações de cromossomos acrocêntricos, duas são relativamente comuns: 13q:14q e 14q:21q. INVERSÃO PERICÊNTRICAS: envolve a região do centrômero; mais grave. PARACÊNTRICA: não envolvidas com os centrômeros. mosaicismo Dois ou mais cariótipos diferentes em um mesmo indivíduo ou tecido devido à existência de duas ou mais linhagens celulares derivadas de um mesmo zigoto. Resulta da não-disjunção nas mitoses do início do desenvolvimento embrionário. Não são todas as células afetadas; Kaiany Geller - ATM 2027.2 Essas mutações também podem acontecer em células somáticas ao longo da vida e são marcadores de câncer, tanto em neoplasias hematológicas (p ex leucemias e linfomas) quanto no contexto da progressão de tumores sólidos; r: ring Cariótipos e genomas desbalanceados em recém nascidos orientações para o aconselhamento genético • As monossomias são mais deletérias do que as trissomias; • O fenótipo na aneuploidia parcial depende de uma série de fatores • O risco em caso de inversão depende da localização da inversão no que diz respeito ao centrômero e do tamanho do segmento invertido; • Para um cariótipo mosaico envolvendo qualquer anomalia cromossômica, todas as apostas estão fora.