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biosfera 2 resumo

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Biologia
@p r o f e s s o r f e r r e t t o w w w . p r o f e s s o r f e r r e t t o . c om . b r f b . c om / P r o f e s s o r F e r r e t t o
PROFESSOR FLÁVIO LANDIM
ASSUNTOS DA AULA.
• Fitogeografia do mundo 
• Principais vegetações da Terra
• Fitogeografia do Brasil
EPINOCICLO: BIOCICLO 
TERRESTRE
O Epinociclo, que é o biociclo terrestre, se divide em biocoras, 
que são grandes padrões de vegetação. Ocorrem 4 biocoras no 
biociclo terrestre: Florestas, Campos Sujos ou Savanas, Cam-
pos Limpos e Desertos.
- Florestas são caracterizadas pelo predomínio de vegetação 
arbórea, ou seja, árvores, que são plantas de grande porte, 
- Campos são caracterizados pelo predomínio de vegetação 
arbustiva, ou seja, arbustos, que são de médio porte, e herbácea, 
ou seja, ervas, que são de pequeno porte, sendo que, nos Campos 
Sujos ou Savanas, ocorrem também árvores, mas nos Campos 
Limpos, praticamente não ocorrem árvores;
- Desertos são caracterizados pela quase ausência ou pela 
ausência de vegetação.
 Zonas particulares dentro de uma biocora são chamadas de 
biomas, sendo que os biomas podem ser descritos como comuni-
dades clímax típicas de uma determinada região. Por exemplo, na 
biocora floresta, existem os biomas floresta tropical, floresta tem-
perada e floresta coníferas. O termo bioma é utilizado para ecos-
sistemas terrestres, principalmente, podendo ser dividido por um 
ecossistema de grande porte que abriga uma comunidade clímax.
Os fatores abióticos que mais influenciam a cobertura vegetal 
numa área são a disponibilidade de luz, relacionada à latitude, a 
temperatura e a pluviosidade, relacionadas à latitude, à altitude 
e ao relevo, e os fatores edáficos, ou seja, relativos ao solo. Uma 
vez que a atividade de fotossíntese é influenciada positivamente 
por fatores como grande disponibilidade de luz, altas tempera-
turas e grande disponibilidade de água, de modo geral, quan-
to menor for a latitude, maior será a disponibilidade de luz, 
a temperatura e a pluviosidade, a produtividade vegetal e, 
consequentemente, a diversidade de espécies vegetais e a 
densidade da vegetação.
Clique no assunto desejado e seja direcionado para o tema.
2 BIOLOGIA
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Os fatores abióticos podem ser físicos, estando relacionados ao clima e ao relevo, ou químicos, estando relacionados à com-
posição de atmosfera, solo e água.
Clima
O clima descreve a sucessão dos estados de tempo de uma determinada região, isto é um conjunto de fenômenos 
meteorológicos que caracterizam o estado médio da atmosfera de uma dada região, durante o período mínimo de 30 
anos. Entre os aspectos que contribuem para a caracterização do clima de uma região estão temperatura, luminosidade, pluviosi-
dade, umidade, altitude, regime de ventos, pressão atmosférica etc. Assim, os dois principais fatores determinantes do clima de uma 
região são a latitude e a altitude.
Latitude, Luminosidade e Temperatura
A intensidade de radiação solar recebida por uma região, e consequentemente a temperatura da mesma, são determinadas 
basicamente pelo aspecto geográfico no que diz respeito à latitude.
Quanto maior a latitude, maior a área de projeção do sol na Terra, e menor a concentração do calor na área, sendo 
menor a temperatura. Se dois feixes de luz solar de mesmo diâmetro têm a mesma energia, o que incide sobre a zona equatorial, 
de menor latitude, iluminará uma área menor, havendo, pois, maior concentração de calor. Já o que incide sobre a zona temperada, 
de maior latitude, iluminará uma área maior, havendo, pois, menor concentração de calor.
A pluviosidade é um dos principais fatores a determinar o tipo de cobertura vegetal da área, que por sua vez influencia nas 
comunidades animais. Isso porque os seres vivos dependem da água para sobreviver. 
Alguns fatores que determinam a pluviosidade de uma região são a umidade, a pressão atmosférica e o regime de ventos. 
O relevo pode influenciar também a pluviosidade, como ocorre no sertão do Nordeste do Brasil, onde serras existentes na região 
litorânea dificultam a passagem de nuvens de chuva provenientes do oceano: a consequência, bastante conhecida, é que a maior 
parte da chuva se concentra no lado da serra voltado para o litoral, conhecido como barlavento, enquanto que o lado da serra 
voltado por interior, o sotavento, é o início de uma região mais seca de menor pluviosidade.
Altitude 
Como já estudado anteriormente, uma vez que a radiação infravermelha (calor, com efeito direto de promoção de aquecimento) 
do Sol é barrada pelos gases de estufa na atmosfera, o aquecimento da mesma se dá indiretamente por ação dos raios ultravioleta 
(não calor, sem efeito direto de promoção de aquecimento). Esses raios ultravioleta atravessam a atmosfera e, ao atingirem o solo, 
refletem na forma de raios infravermelho, que aquecem a atmosfera a partir do solo onde surgiram. Assim, a Terra é aquecida do 
Observação:
Correntes marinhas podem influenciar consideravelmente na temperatura de uma região, uma vez que a temperatura da 
água nela pode influenciar na temperatura do ar de uma área. Um exemplo bastante conhecido é a ação da Corrente do Golfo, 
corrente marinha de águas quentes que vai do Golfo do México ao Norte da Europa, tornando sua temperatura mais amena. 
Assim, apesar de Nova York, nos EUA, e Lisboa, em Portugal, estarem em latitudes próximas, os invernos de Nova York são 
bem mais frios que os de Lisboa, protegida pelo efeito de aquecimento proporcionado pela Corrente do Golfo.
FATORES ABIÓTICOS IMPORTANTES NO BIOCICLO TERRESTRE
3
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PROFESSOR L ANDIM
solo para a atmosfera. Como consequência, quanto maior a altitude de uma região, menor será sua temperatura, pois a 
maior parte do calor já se dissipou a partir da sua formação no solo. A cada 100 metros, a temperatura cai 1ºC em média.
Ao subir uma montanha, a temperatura vai gradualmente diminuindo, assim como a paisagem vegetal vai se modificando. Em 
plena região equatorial, é possível encontrar florestas temperadas, florestas de coníferas e até mesmo neves eternas, dependendo 
da altitude. O monte Kilimanjaro, em plena África Central, apresenta todas estas gradações, desde floresta tropical em sua base, até 
neves eternas acima de 6000 m de altitude.
Quanto maior a temperatura, mantidas em condição de água, maior a atividade de fotossíntese e a produtividade vegetal. Da 
mesma maneira, tem-se uma maior densidade e diversidade de vegetação. A altitude e latitude têm efeito de reduzir a temperatura 
como já visto anteriormente. Dessa maneira, devido às diferenças da pluviosidade, podemos distinguir as regiões do planeta:
Quanto maior a altitude, menor a temperatura, de modo que a vegetação passa a se assemelhar 
cada vez mais com a vegetação de altas latitudes.
FITOGEOGRAFIA DO MUNDO
4 BIOLOGIA
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- Zona equatorial, em latitude 0º, na linha do Equador, de altas temperaturas e pluviosidade, com florestas tropicais 
densas e de grande biodiversidade;
- Zona tropical, em latitude 20º, entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, de temperaturas mais amenas e baixa pluvio-
sidade, com grandes desertos nessa faixa, sendo que os maiores desertos do mundo, como o Saara, o da Arábia, o de Góbi e 
outros estão nessa área;
- Zona temperada, em latitude 40º, de temperaturas ainda mais amenas e melhores condições de pluviosidade, com 4 
estações bem definidas, com florestas temperadas menos densas e de menor pluviosidade;
- Zona polar, em latitude 60º, de temperaturas baixas e baixa pluviosidade, que ocorre na forma de neve, com florestas 
de coníferas, de baixa densidade e biodiversidade e predomínio de pinheiros, nas áreas mais próximas à zona temperada, e 
vegetação tundra, rasteira, formada basicamente por musgos e liquens, nas áreas mais distantes da zona temperada.
1. FLORESTA TROPICAL OU EQUATORIAL 
OU ÚMIDA OU PLUVIAL OU OMBRÓFILA
Intermediando essas vegetações,têm-se os campos. 
Outras formas de vegetação podem aparecer, como os 
manguezais em áreas litorâneas e quentes.
Deve-se lembrar, entretanto, dos efeitos da altitude e 
pluviosidade sobre o clima e, consequentemente sobre a 
vegetação.
O bioma mais rico em biodiversidade e densidade 
vegetal que ocorre na Terra é a Floresta Tropical ou Equa-
torial ou Úmida ou Pluvial ou Ombrófila, onde o termo 
ombrófila quer dizer adaptado à chuva. Nessa vegetação, o 
crescimento não é limitado, em qualquer parte do ano, por 
falta de água ou temperaturas extremas. Esse bioma ocorre 
em latitudes próximas ao zero, ou seja, na Zona Equatorial, 
entre o Equador e entre os trópicos. Em termos abióticos, 
ocorrem temperaturas elevadas, em torno de 21 a 32° C, e 
pluviosidade alta e regular, de cerca de 4.000 mm anu-
ais, com grandes e frequentes precipitações distribuídas ao 
longo do ano, não havendo estação seca intensa.
Características:
- Alta biodiversidade. A floresta tropical é muito mais 
rica em espécies do que a maioria das outras. A flora pos-
sui árvores de grande porte, como a seringueira, o guaraná, 
o açaí e outras, muitas delas endêmicas, ou seja, não en-
contradas em outras regiões. É difícil que aí uma planta 
ou árvore seja igual a sua vizinha. Em um único hectare de 
floresta tropical brasileira podem ser encontradas mais es-
pécies de borboletas do que em todos os EUA. As árvores 
PRINCIPAIS VEGETAÇÕES 
DA TERRA
são a vegetação mais comum, sendo bastante altas, com 
até 50 m. Sobre elas, há trepadeiras, cipós e várias outras 
epífitas, como orquídeas, bromélias e samambaias. A fauna 
é rica, encontrando-se grande diversidade de mamíferos ar-
borícolas, como macacos, e de mamíferos terrícolas. Ocorre 
também grande diversidade de aves, répteis, anfíbios e 
inúmeras espécies de insetos. 
- Vegetação perenifólia, latifoliada e higrófila. Esse 
bioma apresenta vegetação abundante, de crescimento 
rápido e perenifólia, ou seja, que nunca perde suas folhas 
em uma estação específica, como ocorre com a floresta 
temperada. Aqui, as folhas caem gradualmente e são logo 
substituídas por outras. A vegetação é latifoliada, ou 
seja, as folhas das árvores são geralmente grandes, para 
aproveitar o abundante sol e ao mesmo tempo eliminar o 
excesso de água através de uma eficiente transpiração. 
Além disso, têm extremidade afilada, em forma de gotei-
ra, para promover o escoamento da água das abundantes 
chuvas. Assim, a vegetação é adaptada à alta umidade, 
sendo chamada de higrófila.
- Alta densidade de vegetação e estratificação, com 
vários microclimas. As árvores formam uma densa cober-
tura, sob a qual existem vários estratos de vegetação, de 
acordo com a altura: arbustos, árvores menores e árvores 
de grande porte. Estes estratos possuem condições espe-
ciais, gerando microclimas de acordo com a área, uma vez 
que a vegetação modifica as condições de temperatura e 
umidade gerando situações especiais de clima. O estrato 
mais alto é conhecido com o nome de dossel, apresentan-
do maior disponibilidade de luz, de maneira que suas ár-
vores são heliófilas, ou seja, adaptadas ao sol intenso que 
recebem. Já o estrato mais baixo é conhecido como sub-
bosque, apresentando pequena disponibilidade de luz 
devido à sombra das outras árvores mais altas, de modo que 
suas árvores são umbrófilas, ou seja, adaptadas à sombra. 
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PROFESSOR L ANDIM
FLORESTA AMAZÔNICA OU HILEIA 
AMAZÔNICA
MATA ATLÂNTICA OU FLORESTA 
ATLÂNTICA
Próximo ao solo há pouca vegetação, uma vez que a luz não 
consegue chegar até ali. 
- Solo pobre devido à rápida atividade de decom-
posição. Não há acúmulo de nutrientes no solo, o que é 
comum em regiões de florestas temperadas. Ao contrário, 
a matéria orgânica que atinge o solo é logo degradada, pois 
as altas temperaturas e a umidade aceleram o processo de 
decomposição. Chama-se de serrapilheira a camada que 
mistura fragmentos de folhas, galhos e outros materiais 
orgânicos em decomposição, que fica sobre o solo das ma-
tas, formando húmus, um fertilizante natural onde os nutri-
entes se acumulam antes de serem absorvidos pelas raízes 
da vegetação. Como os minerais liberados são logo absorvi-
dos pela densa vegetação, não se acumulam no solo, e é por 
isso que os solos nessas regiões são pobres. 
Devido à abundância de água das chuvas e à rápida reci-
clagem de nutrientes, as raízes das árvores são geralmente, 
pouco profundas, e por isso, facilmente derrubadas nos des-
matamentos. 
A grande densidade de floresta nessa área pode fazer 
com que se pense que o solo deste tipo de floresta seja 
propício à agricultura, o que não ocorre, uma vez que os 
nutrientes minerais estão acumulados na vegetação, e não 
no solo. Quando a vegetação é desmatada, os minerais são 
também retirados. Os poucos minerais que restam são le-
vados pelas fortes chuvas para os lençóis subterrâneos, 
empobrecendo ainda mais o solo. Este fenômeno é dito 
lixiviação. Este normalmente não ocorre porque as folhas 
amortecem a força da água que está caindo na chuva. 
São exemplos de florestas equatoriais no mundo a Flo-
resta do Congo e as Selvas Asiáticas. São exemplos 
de florestas equatoriais no Brasil a Floresta Amazônica 
(Hileia Amazônica) e a Mata Atlântica.
A Floresta Amazônica é o maior bioma brasileiro, 
ocupando cerca de 40% do território nacional, basicamente 
na Região Norte do Brasil, mas também na Região Cen-
tro-Oeste e na Região Nordeste, no estado do Maranhão, 
e também se estende por outros países da América do 
Sul, sendo a maior floresta tropical do mundo, e a de maior 
biodiversidade e maior endemismo. Além da alta luminosi-
dade, das altas temperaturas e da alta pluviosidade, a flor-
esta amazônica é banhada pela maior bacia hidrográfica do 
mundo, que é a Bacia Amazônica, com maior rio do mundo 
em volume de água, que é o Rio Amazonas, de modo que a 
disponibilidade de água é ainda maior, e a vegetação é pro-
fundamente influenciada pela variação no leito dos rios de 
acordo com as estações de cheia e de seca, onde o volume 
de água nos rios diminui.
Assim, a Floresta Amazônica tem sua vegetação dividida 
em quatro áreas:
- Matas de igapó, permanentemente inundadas, mes-
mo na estação de seca dos rios;
- Matas de várzea, periodicamente inundadas, somente 
na estação de cheia dos rios;
- Matas de terra firme, nunca inundadas;
- Floresta semiúmida, na transição com outros 
ecossistemas, como cerrado, caatinga e mata dos cocais, 
sendo caracterizada como uma área de ecótono, ou seja, 
de transição entre ecossistemas.
A Mata Atlântica originalmente ocorria no litoral 
brasileiro do estado do Rio Grande do Norte na Região 
Nordeste até a Região Sul, normalmente restrita a 
uma estreita faixa litorânea, mas entrando mais para o 
sertão na Região Sudeste, numa área conhecida como 
Mares de Morros. Por ser litorânea, a Mata Atlântica por 
vezes faz parte das vegetações de restinga, que são as 
vegetações de praias. 
Devido a sucessivos ciclos de exploração econômi-
ca, começando com o extrativismo de madeira no ciclo 
do pau-brasil ainda na época de colônia, e a atividades 
agrícolas, pecuárias e de expansão imobiliária, a Mata 
Atlântica é uma das vegetações mais degradadas do 
mundo, restando somente cerca de 3 a 5% da vegetação 
original. 
A vegetação de Mata Atlântica é caracterizada como 
um dos dois hotspots brasileiros, sendo o outro o Cerra-
do. 
Hotspots (do inglês hot, ‘quente’, e spot, 'mancha') 
são biomas caracterizados por alto grau de biodiver-
sidade, alto grau de endemismo e alto grau de 
degradação, e que, por isso, merecem prioridade de 
proteção.
Observação: A Floresta Amazônica também possui 
alto grau de biodiversidade e de endemismos, mas não 
é considerada um hotspot por não ter um grau de de-
gradação tão elevado. A Mata deAraucária na Região 
Sul é tão degradada quanto a Mata Atlântica (sendo 
6 BIOLOGIA
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Mata Atlântica e Mata de Araucária os dois ecossistemas com menor cobertura original restante no Brasil), mas a Mata de 
Araucária não é considerada um hotspot por não ter um grau de biodiversidade tão elevado, havendo nítido predomínio de 
gimnospermas araucárias.
Os campos são formações abertas, com predomínio de vegetação arbustiva, ou seja, arbustos, de porte médio, e 
herbácea, ou seja, ervas, de pequeno porte, encontradas tanto em regiões tropicais como em regiões temperadas, 
em áreas com alta luminosidade e pluviosidade baixa. De modo geral, o fator limitante ao crescimento das plantas é a 
pequena disponibilidade de água, o que impede o desenvolvimento de florestas, apesar de poderem ocorrer árvores espar-
sas.
A fauna de campos africanos inclui mamíferos de grande porte que vivem aos bandos, como leão, búfalo, antílope, zebra, 
girafa, ou de porte menor, como hienas. Há várias espécies de pássaros, lagartos e insetos. Os anfíbios são raros, pois não 
conseguem se adaptar bem ao ambiente seco, devido ao grande risco de ressecação. Nos campos sul-americanos aparecem 
tatus, pacas, cotias e veados, e nos norte-americanos aparecem bisões, caribus, lobos, coiotes etc. Um mecanismo adaptati-
vo desenvolvido pelos mamíferos de grande porte de campos é o hábito de formar bandos, como uma espécie de proteção, 
uma vez que há poucos abrigos. Os mamíferos de pequeno porte, como as marmotas ou cães de pradaria, cavam o solo e 
vivem em galerias subterrâneas. 
Campos podem ser classificados em Campos Sujos ou Savanas e Campos Limpos. 
- Campos Sujos ou Savanas, onde há muitos arbustos e ocorrem árvores esparsas, como as Savanas da África e 
os Cerrados e a Caatinga no Brasil;
- Campos Limpos, onde há basicamente gramíneas e arbustos, quase não ocorrendo arvores, como as Estepes na 
Rússia, as Pradarias ou Chaparral na América do Norte, e os Pampas da América do Sul, inclusive no Brasil, estando 
restritos ao estado do Rio Grande do Sul.
Os Cerrados ocupam cerca de 25% do território brasileiro, sendo o segundo maior bioma brasileiro em área ocupada 
e se estendendo principalmente pela Região Centro-Oeste do Brasil, mas também pela Regiões Norte, Nordeste e Sudeste. 
As características mais marcantes dos cerrados são o clima seco, com baixa pluviosidade e baixa umidade do ar, mas 
com água abundante no subsolo, de modo que a falta de água não é fator limitante. Assim, a vegetação é caracterizada 
como pseudoxerófita, ou seja, parece xerófita (adaptada à seca), mas não é xerófita, uma vez que água não é fator limitante. 
A razão de a vegetação apresentar aparência de xerófita está no solo, que oferece dificuldades ao desenvolvimento vegetal, 
graças a aspectos como:
- pobreza em nutrientes minerais, particularmente compostos nitrogenados;
- alta acidez, que dificulta a absorção de sais minerais essenciais como o ferro;
- riqueza em alumínio, que é tóxico aos vegetais. 
A escassez de nitrogênio no solo dificulta a produção de proteínas pela planta, o que desvia seu metabolismo para a 
produção de carboidratos, particularmente celulose, que, ao se acumularem na casca, conferem a típica aparência retorcida 
das árvores de cerrado. Para descrever essa aparência retorcida das plantas devido à falta de nutrientes, utiliza-se o termo 
escleromorfismo oligotrófico (esclero = duro; morpho = forma; oligo = poucos; trophos = alimentação).
Devido à baixa umidade do ar, ocorrem incêndios frequentes nos cerrados. Por esse motivo, plantas de cerrado possuem 
folhas coriáceas (espessas) com cutícula espessa, para evitar desidratação e proteger contra os incêndios. Algumas plantas 
dos cerrados apresentam órgãos subterrâneos, denominados xilopódios, derivados de caule e raiz, que armazenam água e 
nutrientes. Assim, mesmo que a parte aérea da planta morra com o incêndio, o xilopódio sobrevive e possibilita a formação 
de uma nova parte aérea.
Os cerrados são considerados as savanas de maior biodiversidade na Terra. Como mencionado anteriormente, Cerrados e 
2. CAMPOS 
CERRADOS
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PROFESSOR L ANDIM
Os desertos encontram-se ao redor das latitudes de 30°, norte ou sul, em regiões de baixa pluviosidade e baixa 
umidade do ar. O principal fator limitante é a falta de água, uma vez que apresenta pluviosidade muito baixa, inferior a 
125 mm anuais. 
A pobreza de vegetação acaba por influenciar bastante o clima dos desertos, que apresentam baixa umidade do ar, 
consequente da pequena atividade de transpiração. Assim, os desertos apresentam grandes amplitudes térmicas diárias: 
durante o dia, as temperaturas são altas devido à intensa insolação; entretanto, a baixa umidade atmosférica impede a re-
tenção do calor gerado durante o dia, de modo que as noites são frias.
A Caatinga ocupa cerca de 11% do território brasileiro, sendo o terceiro maior bioma brasileiro em área ocupada e se 
estendendo por todos os estados da Região Nordeste e parte do estado de Minas Gerais (que é o único estado com vege-
tação de caatinga fora da Região Nordeste).
O termo caatinga vem do tupi e significa “mata branca”, que é uma referência ao predomínio de plantas caducifólias, 
que perdem suas folhas na estação seca para reduzir as perdas de água por transpiração, perdendo assim a coloração verde 
típica da vegetação normal, e assumindo uma coloração branco-acinzentada.
A caatinga ocorre em áreas com clima semiárido, de temperatura elevada, baixa umidade relativa do ar e pluvi-
osidade baixa e irregular. Assim, as precipitações na região da caatinga são baixas, de cerca de 250 a 500 mm anuais, e 
bastante irregular, podendo a estação seca durar até 9 meses no ano. Como consequência, a maioria dos rios seca na es-
tação seca, com raras exceções, como o rio São Francisco que é perene. A estação das chuvas, chamada popularmente de 
“inverno”, equivale na verdade ao verão do Hemisfério Sul.
Além da pluviosidade pequena e irregular, as secas nas regiões de caatinga são agravadas pelo solo impermeável, que 
dificulta a infiltração de água e facilita sua evaporação. 
A vegetação de caatinga é xerófita, ou seja, adaptada à seca, sendo algumas das características do xeromorfismo descri-
tas a seguir: 
- caducifolia, rápido fechamento dos estômatos e cutícula espessa nas folhas para reduzir as perdas de água por 
transpiração; 
- folhas microfoliadas (de folhas pequenas) para reduzir as perdas de água por transpiração;
- raízes longas para otimizar a absorção de água a partir do solo;
- xilopódios para permitir a sobrevivência a secas e queimadas.
Os cactos são plantas xerófitas particularmente bem adaptados a condições secas, ocorrendo em abundância na 
caatinga, como mandacaru e xique-xique, com adaptações como:
- folhas transformadas em espinhos para reduzir as perdas de água por transpiração e defender a planta de animais 
sedentos;
- caules chamados de cladódios, caracterizados por serem suculentos, capazes de armazenar água, e clorofilados, para 
realizarem fotossíntese e compensar a pequena fotossíntese nas folhas de superfície reduzida;
- raízes profundas, capazes de atingir grandes profundidades no solo em busca de água;
- metabolismo CAM, em que os estômatos se fecham durante o dia para evitar perdas de água por transpiração, e se 
abrem durante a noite para captar gás carbônico; o gás carbônico, por não poder ser usado para a fotossíntese durante a 
noite, pela ausência de luz, é armazenado na forma de ácidos orgânicos, como o ácido málico; durante o dia, os ácidos são 
reconvertidos em gás carbônico, que será aproveitado juntamente com a luz para a realização de fotossíntese. 
Apesar de marginalizado durante muito tempo, hoje se sabe que o bioma da caatinga é bastante rico em biodiversidade 
e endemicidade.
3. DESERTO
CAATINGA
Mata Atlântica são as duas vegetações brasileiras consideradacomo hotspots, sendo caracterizadas por alta biodiversidade, 
alta endemicidade e alto grau de degradação.
8 BIOLOGIA
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Características:
- Pequena biodiversidade e densidade de vegetação. Devido à limitada disponibilidade de água, a vegetação dos deser-
tos é pouco abundante e muito esparsa, sendo composta basicamente, por gramíneas e plantas arbustivas, como os 
cactos, e apresentando uma série de adaptações ao ambiente de seca, conhecidas como xeromorfismo. A fauna do deserto 
é pobre assim como a flora. Constitui-se basicamente de escorpiões, insetos, lagartos e roedores, organismos que também 
apresentam adaptações ao ambiente de seca. Os mamíferos, por exemplo, obtêm água da vegetação da qual se alimentam, 
como o rato-canguru dos desertos norte-americanos, que nunca bebem água na vida (!!!), e têm hábitos noturnos, para evitar 
transpiração. A urina desses animais é bastante concentrada, bem como eles apresentam grande redução na quantidade de 
glândulas sudoríparas, ambas medidas para reduzir as perdas corporais de água. 
- Vegetação xerófita. A vegetação capaz de sobreviver às duras condições do deserto deve estar bastante adaptada às 
condições de seca, sendo então xerófita, com abundância de cactos.
Algumas outras plantas apresentam folhas reduzidas e muito espessas, acumulando água no tecido foliar, enquanto 
outras perdem as folhas durante os períodos de seca, o que também diminui a área de transpiração, sendo então caducifólias. 
São exemplos de desertos quentes no mundo o Deserto do Saara, maior deserto do mundo, localizado no norte da África, o 
Deserto de Kalahari, no sudoeste da África, o Deserto Australiano e o Vale da Morte, no oeste dos EUA. Esses são quentes 
durante o dia e frios durante a noite. Outros desertos, como o Deserto de Góbi, na Ásia central, e o Deserto de Atacama, 
deserto mais seco do mundo, que engloba áreas de Chile, Bolívia e Peru, são sempre frios devido às grandes altitudes.
As Florestas Temperadas são encontradas em regiões temperadas, cujo clima temperado é caracterizado pela ocor-
rência de quatro estações do ano bem definidas, com pluviosidade média e precipitações uniformemente distribuí-
das ao longo do ano.
A estação seca das regiões temperadas é o inverno, onde as baixas temperaturas levam ao congelamento da água, que se 
precipita como neve e se acumula no solo como gelo, não sendo aproveitável pela planta, num fenômeno conhecido como 
seca fisiológica. Assim, a vegetação das florestas temperadas é decídua ou caducifólia, ou seja, ocorre perda das folhas 
no inverno para reduzir as perdas de água por transpiração. 
A vegetação é muito diversificada, mas bem menos que nas florestas tropicais. As árvores mais comuns são a faia, o bor-
do, o carvalho, a magnólia, a nogueira, a castanheira e a bétula. Além das árvores de grande porte, as florestas temperadas 
apresentam arbustos, plantas herbáceas e musgos, chegando a formar até quatro estratos de vegetação: um de árvores, um 
de arbustos, um de plantas herbáceas e uma camada rasteira de musgos. 
Ao contrário do que ocorre nas florestas tropicais, onde a rápida decomposição impede o acúmulo de restos orgânicos 
no solo, as florestas temperadas apresentam o solo normalmente recoberto por uma camada de material orgânico derivado 
de restos de folhas e animais, conhecida como serrapilheira, que não se decompõe tão rapidamente devido à menor tem-
peratura do ambiente, que retarda a atividade metabólica dos decompositores, sendo a camada de serrapilheira bem mais 
espessa que nas florestas tropicais.
A fauna deste bioma é muito diversificada, podendo-se citar, entre os mamíferos, javalis, esquilos, gambás, ratos silves-
tres, racuns, camundongos, lobos, linces, raposas, lebres e pumas. Além desses, há grande diversidade de pássaros, répteis, 
anfíbios e insetos. 
Nos meses de inverno, grande parte das aves emigra, os mamíferos procuram abrigo em tocas e alguns, como os ursos, 
hibernam (os processos metabólicos reduzem-se, ficando o animal em estado de torpor mantendo apenas o metabolismo 
basal). Muitas espécies de invertebrados permanecem em estado dormente até a primavera. 
São exemplos de florestas temperadas no mundo as Florestas Temperadas Europeia e Norte-Americana.
A Floresta de Coníferas ou Taiga é encontrada em regiões de altas latitudes no hemisfério norte, as quais apresentam 
clima frio e invernos rigorosos. São regiões de baixa pluviosidade, com precipitações pequenas e normalmente na forma 
de neve. Como resultado, as plantas encontram-se num estado de seca fisiológica, onde a água do meio não pode ser ab-
4. FLORESTA TEMPERADA OU FLORESTA DECÍDUA 
5. FLORESTA DE CONÍFERAS OU TAIGA
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6. TUNDRA
sorvida pelos vegetais por estar congelada.
Os solos são rasos, cobertos por espessa camada de 
serrapilheira, composta por folhas e de ramos mortos em 
decomposição. A vegetação da taiga apresenta pequena 
biodiversidade, sendo baseada em coníferas, grupo de 
plantas gimnospermas ao qual pertencem os pinheiros Pi-
nus sp, profundamente adaptados ao frio. Assim, coníferas 
são perenifólias, não perdendo as folhas sazonalmente, 
uma vez que o clima frio é sempre seco, aciculifoliadas, com 
folhas em agulha para reduzir a superfície de transpiração e 
conter a perda água, além de evitar o acúmulo de neve que 
poderia danificá-las, e dotadas de caules com espessa 
camada de súber (cortiça), tecido vegetal que atua como 
isolante térmico. A forma cônica dos pinheiros Pinus sp é ex-
plicada pelo fato de a vegetação ser heliófila, ou seja, adap-
tada ao sol: como as folhas são pequenas, precisam de muita 
luz para realizarem fotossíntese de modo satisfatório, sendo 
que o formato cônico aumenta a superfície de exposição à 
luz, bem como dificultam o acúmulo de neve.
A vegetação da taiga é, portanto, homogênea, de baixa 
biodiversidade, sendo composta, basicamente, por gim-
nospermas, como pinheiros Pinus sp e abetos. Com-
pondo a fauna, encontramos lobos, ursos, camundongos, 
porcos-espinhos, lebres, linces, alces, cervos, esquilos, 
martas, doninhas, raposas e carcajus, entre outros animais. 
Também há migração e hibernação de animais no inverno. 
A floresta de coníferas ocorre em norte da América do 
Norte, norte da Europa e norte da Rússia, sendo a Taiga 
Russa a maior floresta do mundo em extensão territorial.
A vegetação de Tundra ocorre no hemisfério norte 
próximo à região polar que não apresenta vegetação, 
conhecida como gelos eternos, formando um cinturão 
entre as latitudes de 60º e 80º N. A região onde ocorre a 
tundra apresenta clima muito frio e seco, apresentando 
apenas três meses mais quentes no ano, sendo que nesta 
época a temperatura máxima não ultrapassa 10º C. Os prin-
cipais fatores limitantes são a pequena disponibilidade 
de luz e a baixa precipitação na região, principalmente 
na forma de neve.
Devido às baixas temperaturas, o solo da tundra 
permanece constantemente congelado, exceto no verão, 
quando ocorre degelo da camada superficial, formando 
grandes brejos. Ainda assim, há uma camada de solo mais 
profunda que permanece permanentemente congelada, 
As principais formações vegetais que ocorrem no Brasil 
são:
- Floresta Amazônica;
- Cerrados;
- Caatinga;
- Mata Atlântica;
- Mata de Araucária;
- Mata dos Cocais;
- Manguezais;
- Pantanal Matogrossense.
sendo denominada permafrost. 
Uma vez que o solo se encontra congelado no inver-
no, não ocorre vegetação nessa época do ano. No verão, 
com o derretimento de parte do solo, a vegetação da tun-
dra aparece. Entretanto, como o verão é bastante curto, 
apenas vegetais de pequeno porte e ciclo de vida rápido 
conseguem se desenvolver nesses meses mais quentes. 
Esta vegetação é herbácea, como o capim e o junco, além 
de muitos musgos e liquens e de alguns poucos arbustos. 
No verão, muitos animais podem ser encontradosnesse 
bioma. Os maiores são os caribus, que ocorrem na tundra 
da América do Norte, e as renas, na tundra da Europa e Ásia. 
Podem ser encontrados também lemingues, ptarmigans 
(espécie de pombo), raposas, bois almiscarados, lebres, lo-
bos, muitos insetos e aves migratórias. 
No inverno, os grandes mamíferos migram para o sul em 
direção à taiga, as aves migram para outras regiões e os in-
setos entram em dormência.
As ptarmigans, as lebres e as raposas são alguns dos 
poucos animais que vivem o ano inteiro na tundra. As ptar-
migans fazem túneis dentro dos bancos de neve, e as lebres 
e as raposas refugiam-se em tocas. Nesses animais, a co-
bertura do corpo muda segundo as estações do ano, tor-
nando-se branca no inverno e escura no verão. Essa adap-
tação permite que se confundam com o meio, tornando-se 
alvos menos visíveis dos animais que deles se alimentam 
(camuflagem protetora). 
A tundra é encontrada apenas nas regiões próximas ao 
Círculo Polar Ártico.
FITOGEOGRAFIA DO BRASIL
10 BIOLOGIA
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O maior dos biomas brasileiros em extensão é a Floresta Amazônica, ocupando cerca de 
40% do território nacional, sendo seguido pelos Cerrados, ocupando cerca de 25% desse ter-
ritório, e da Caatinga, ocupando cerca de 11% desse território. 
Os manguezais ou mangues são uma vegetação arbustiva que ocorre em regiões litorâneas, aparecendo junto a de-
sembocaduras de rios e em litorais protegidos da ação direta do mar, tais como baías de águas paradas ou litorais 
guarnecidos por diques de areia, o que explica seu solo lodoso e salgado e sua água salobra. No Brasil, os manguezais 
se estendem por toda a costa, com interrupção nas regiões de litoral rochoso, do Amazonas ao Paraná. 
A distribuição tão ampla dos manguezais, em estados do norte e do sul mostra que este bioma é pouco afetado pelo clima, 
e suas características se devem predominantemente à transição entre rios e mar e a fatores edáficos, isto é, relativos ao 
solo, que é formado por areia fina e lodo e apresenta teor variado de sal. 
Pela sua localização em desembocaduras de rios, os manguezais acumulam grande quantidade de nutrientes em sua 
água, sendo ambientes naturalmente eutrofizados. O acúmulo de nutrientes pode ser justificado pela diferença de den-
sidade entre a água do mar, salgada e mais densa, e a água dos rios, doce e menos densa, de modo que, ao se encontrarem, 
a água do mar mais densa afunda e desloca nutrientes do fundo para a superfície, disponibilizando mais nutrientes minerais 
para os produtores, de modo semelhante ao que ocorre na ressurgência.
Devido ao alto teor de nutrientes orgânicos na água, ocorre alta atividade de decomposição aeróbica, típica de 
ambientes eutrofizados, com alta taxa de consumo de oxigênio (alto débito biológico de oxigênio), o que leva a baixos 
teores de oxigênio na água. Essa pobreza em oxigênio determina a abundância de bactérias decompositoras anaeróbi-
cas produtoras de metano e gás sulfídrico, sendo que esse último confere o cheiro característico dos mangues. 
A água dos mangues pode ser descrita então como salobra, rica em nutrientes e pobre em oxigênio, como efeito 
da eutrofização. O resultado é que manguezais acabam se tornando um ambiente muito sensível à poluição por esgotos 
MANGUEZAIS
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RESTINGAS
MATA DOS COCAIS
domésticos, o que agravaria a eutrofização e reduziria ainda mais esses teores de oxigênio. 
Devido à água salobra, a vegetação de manguezais é halófila, ou seja, adaptada à alta salinidade, com alto potencial os-
mótico em suas células, muito maior do que o das células de plantas de outras regiões, o que lhes permite absorver água por 
osmose mesmo com o alto teor de sal em água e solo.
Por se encontrar em regiões submetidas a variações de maré, o solo dos mangues se apresenta sempre encharcado, 
de modo a se apresentar pobre em oxigênio, sendo ainda lodoso e instável. Assim, plantas de mangues são higrófilas, ou 
seja, adaptadas à umidade, e apresentam algumas adaptações a estas condições: 
- Avicennia tommentosa, Avicennia schaueriana e Laguncularia racemosa, popularmente chamados mangue 
branco ou siriúba, ocorrem mais frequentemente nos manguezais próximos à orla marítima e possuem raízes cujas extremi-
dades afloram perpendicularmente em relação ao solo, as raízes respiratórias ou pneumatóforas, que possuem pequenos 
orifícios denominados pneumatódios e que absorvem oxigênio direto no ar devido à reduzida quantidade deste gás no solo. 
- Rhizophora mangle, popularmente chamado mangue vermelho, é um arbusto facilmente identificado pelas suas 
raízes-escoras ou rizóforas, de formato arqueado, apoiando a planta no chão e aumentando sua área de sustentação, o 
que é uma nítida adaptação ao solo argiloso e pouco firme do mangue. 
Como são poucas as plantas capazes de se adaptar as condições do mangue, manguezais possuem baixa biodiversi-
dade vegetal.
As águas dos manguezais apresentam cadeias alimentares detritívoras, que se iniciam com restos de matéria orgânica 
provenientes dos rios, dos mares e das margens, os quais sustentam diversas espécies de caranguejos e moluscos, bem como 
aves aquáticas, entre as quais as garças, havendo alta biodiversidade animal.
A alta disponibilidade de nutrientes minerais e matéria orgânica faz do mangue uma grande fonte de alimento para diver-
sas espécies marinhas, sendo importantes áreas de reprodução para peixes, cujos filhotes encontram proteção contra pre-
dadores nas águas escuras e com facilidade de abrigo entre as raízes das plantas de mangue. Como resultado, os mangues 
são muito importantes para a pesca local em rio ou mar. 
O mangue é um ambiente dito ecótone, ou seja, de transição entre ecossistemas, no caso, entre rio e mar, o que explica 
sua enorme biodiversidade. 
As restingas são vegetações litorâneas com fisionomias diversas que ocorrem em depósitos arenosos paralelos à linha 
da costa, ou seja, em praias, podendo ser herbáceas, arbustivas ou arbóreas, sendo que certas áreas de Mata Atlântica são 
consideradas como restingas arbóreas.
A Mata dos Cocais é uma vegetação com predomínio de vegetais angiospermas da família das palmáceas, represen-
tadas na região por palmeiras como o babaçu e a carnaúba. A Mata dos Cocais se apresenta como uma faixa de transição 
entre a caatinga na região Nordeste e a floresta amazônica na região Norte, se estendendo pelos estados do Rio Grande do 
Norte, Ceará. Piauí e Maranhão. 
Com relação ao clima, a região dos babaçuais apresenta pluviosidade alta, entre 1500 e 2200 mm anuais, e temperatura 
média anual de 26°C. Um aspecto interessante é que o solo, na região dos cocais, possui um lençol freático pouco profundo, 
permanecendo úmido o ano inteiro. Devido a sua proximidade com o litoral, muitas áreas de cocais são expostas a água sal-
gada do mar durante as marés altas, sendo plantas bastante tolerantes à elevada salinidade.
A mata dos cocais tem uma grande importância econômica para a região Nordeste. Do babaçu, por exemplo, se extrai o 
óleo de babaçu, e a carnaúba é explorada para a produção de cera de carnaúba, de excelentes propriedades de grande 
dureza e impermeabilidade, sendo usada no revestimento de chips de computador e códigos de barra, como proteção 
mecânica e contra a umidade.
12 BIOLOGIA
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PANTANAL MATOGROSSENSE
MATA DE ARAUCÁRIA OU MATA DOS PINHAIS 
PAMPAS
REGIÕES FAUNÍSTICAS ZOOGEOGRÁFICAS
O Pantanal Matogrossense ou Complexo do Pantanal é um bioma constituído principalmente por uma savana 
semelhante ao cerrado, periodicamente alagada em sua maior parte, com cerca de 250 mil km² de extensão e situado 
no sul de Mato Grosso e no noroeste de Mato Grosso do Sul, além de também englobar o norte do Paraguai e leste da 
Bolívia, onde é chamado de chaco boliviano. Apesar do nome, o pantanal não é um pântano propriamente dito, uma vez 
que pântanos sãopermanentemente alagados e o pantanal é periodicamente alagado, somente na estação de cheias dos 
rios. Assim, ocorre um reduzido número de áreas pantanosas, ou seja, permanentemente alagadas, na região pantaneira, 
que é considerado a maior planícia alágavel da Terra.
A Mata de Araucária ou Mata dos Pinhais ocorre nas áreas de maior altitude da região sul do Brasil, sendo formada 
basicamente pelo pinheiro-do-paraná ou Araucaria augustifolia, podendo ser descrita como uma floresta de coníferas. Jun-
tamente com a Mata Atlântica, está entre os ecossistemas mais degradados do Brasil.
Os Pampas constituem uma vegetação de campos limpos, com predomínio de vegetação herbácea, com amplas pasta-
gens, poucos arbustos e pouquíssimas árvores, no sul da América do Sul, na Argentina, no Uruguai e no Rio Grande Sul, sendo 
a única vegetação brasileira restrita a um único estado. 
Estudos da distribuição de animais na Terra mostraram a existência de seis regiões biogeográficas, cada uma 
caracterizada por uma fauna específica. As regiões biogeográficas foram definidas, no início, em função da distribuição 
de mamíferos; no entanto, verificou-se que esta divisão é válida também para outros grupos de animais e para plantas. 
Os mapas a seguir mostram as seis regiões, com alguns animais característicos de cada uma delas. 
- Paleártica: Europa, norte da África e norte da Ásia; 
- Etiópica: África subsaariana; 
- Oriental: China e Sudeste da Ásia; 
- Australiana: Oceania; 
- Neártica: EUA e Canadá; 
- Neotropical: México, América Central e América do Sul.
Tome nota:
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