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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
TRIBUTÁRIO
Garantias e Privilégios do Crédito 
Tributário
Livro Eletrônico
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Garantias e Privilégios do Crédito Tributário
DIREITO TRIBUTÁRIO
Sum ário
Garantias e Privilégios do Crédito Tributário ............................................................................ 3
1. As Disposições Gerais do Código Tributário Nacional sobre as Garantias e 
Privilégios do Crédito Tributário .................................................................................................. 4
1.1. “Arrolamento Fiscal de Bens e Direitos”, “Arrolamento de Bens Cautelar” e 
Medida Cautelar Fiscal .................................................................................................................. 9
1.2. Indisponibilidade de Bens Decretada Administrativamente por Procurador da 
Fazenda Nacional ...........................................................................................................................13
1.3. Ineficácia das Alienações em Fraude à Dívida Ativa .......................................................16
1.4. Indisponibilidade de Bens .................................................................................................... 22
2. As Disposições do Código Tributário Nacional sobre as Preferências do Crédito 
Tributário ........................................................................................................................................ 26
2.1. O Concurso de Credores e a Autonomia da Execução de Crédito Tributário ............. 32
2.2. Créditos Extraconcursais e Pagos com Preferência ...................................................... 37
2.3. A Prova de Extinção dos Créditos Tributários e a Prova de Quitação para 
Contratar com o Poder Público ..................................................................................................38
Questões de Concurso .................................................................................................................40
Gabarito ........................................................................................................................................... 74
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Garantias e Privilégios do Crédito Tributário
DIREITO TRIBUTÁRIO
GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Olá, aluno(a)!
Para iniciar a aula sobre garantias e privilégios do crédito tributário, em primeiro lugar, é 
preciso ter em mente que pagar tributos é um dever constitucional. Todos têm o dever funda-
mental de pagar seus tributos e contribuir para o custeio do Estado.
Assim, para além de constituir uma mera obrigação de dar dinheiro ao Estado, o tributo 
é um dever de matriz constitucional, com a função de propiciar condições materiais para dar 
movimento aos ditames maiores da Carta Magna, especialmente os relacionados à efetivação 
dos direitos fundamentais.
Localizado na ‘Constitution Ave’, na Capital norte-americana Washington D.C., está situado 
o imponente edifício do ‘Internal Revenue Service’ (IRS), que é o serviço de receita do Governo 
Federal dos Estados Unidos, em cuja fachada está gravada a seguinte frase: “Taxes are what 
we pay for civilized society” (Judge Oliver Holmes) – em tradução livre: tributos são o que pa-
gamos pela sociedade civilizada.
Dispõe o art. 13 da Declaração do Homem e do Cidadão de 1789 que: “Para a manutenção 
da força pública e para as despesas de administração é indispensável uma contribuição co-
mum que deve ser dividida entre os cidadãos de acordo com suas possibilidades”. 
Por sua vez, a Declaração Interamericana dos Direitos e Deveres do Homem de 1948, em 
seu Artigo XXXVI, estabelece que: “Toda pessoa tem o dever de pagar os impostos estabeleci-
dos pela Lei para a manutenção dos serviços públicos”. 
O doutrinador português José Casalta Nabais aponta que “o tema dos deveres fundamen-
tais é reconhecidamente considerado dos mais esquecidos da doutrina constitucional con-
temporânea.”
De fato, o constitucionalismo contemporâneo é marcado pelas extensas declarações de 
direitos, acompanhadas das eternas discussões acerca da implementação prática de tais ga-
rantias. Contudo, raro encontrar na Constituição Federal de 1988 normas que atribuem deveres 
expressos aos cidadãos. Pode-se dizer que os deveres foram esquecidos no atual sentimento 
constitucional brasileiro.
Entretanto, embora esquecido ou desconhecido, o dever tributário suporta os direitos ga-
rantidos aos cidadãos do Estado Democrático de Direito, que não mais se custeia por repara-
ções de guerra.
Sem os recursos que devem ser carreados (ou derivados) do particular para as mãos do 
Poder Público, não há educação ou saúde públicas (ou regulamentação/fiscalização da educa-
ção e saúde privada), apenas para citar essas duas prestações essenciais.
Ricardo Lobo Torres, citando James Buchanan, considera que o tributo é o ‘preço da liber-
dade’, sendo que esse custo se origina no pacto social entre o Estado e o cidadão, no qual este 
cede aquela parcela de seu patrimônio em troca de bens e serviços que proporcionem dignida-
de e satisfação comunitária.
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Garantias e Privilégios do Crédito Tributário
DIREITO TRIBUTÁRIO
Ao estudarmos as garantias e privilégios do crédito tributário devemos possuir a consciência 
de que o objeto da obrigação que busca seja satisfeita é a força motriz para toda a ação do 
Estado nos planos social e econômico.
Os argumentos de fraude e corrupção no gasto dos recursos públicos não podem servir de 
contraponto, pois se o emprego de recursos é levado a efeito com falhas, são estas que devem 
ser combatidas pelos órgãos de controle, como o Tribunal de Contas e o Ministério Público.
Não há argumentos para se furtar ao dever de contribuir com a sociedade, tampouco deve 
se invocar a existência de carga tributária extorsiva ou alta. A sonegação fiscal sob tal argu-
mento gera um ciclo vicioso, em que perdem todos os cidadãos.
Esse é o substrato sobre o qual precisamos partir para estudar as garantias do crédito 
tributário!
Sigamos!
1. As Disposições GerAis Do CóDiGo TribuTário NACioNAl sobre As GArAN-
TiAs e priviléGios Do CréDiTo TribuTário
O CTN cuida das garantias e dos privilégios do crédito tributário nos artigos 183 a 193, 
divididos em duas partes (“disposições gerais” e “preferências”), ostentando ora conteúdo de 
direito material, ora processual.
Estão englobadas nesse intervalo, exemplificativamente, a preferências do crédito tributá-
rio relativamente a créditos de outras naturezas – aspecto que é muito cobrado em concursos 
públicos, como veremos nas questões ao final dessa aula.
Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste Capítulo ao crédito tributário não exclui ou-
tras que sejam expressamente previstas em lei, em função da natureza ou das características do 
tributo a que se refiram.
Parágrafo único. A natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário não altera a natureza deste 
nem a da obrigação tributária a que corresponda.
O art. 183 deixa claro que a matéria é tratada no CTN, mas não em caráter exaustivo, admi-
tindo expressamente que o legislador estabeleça outras garantias e privilégios em atenção à 
natureza ou às características do tributo a que se refiram.
Obs.: � As garantias privilégios do crédito tributário são exemplificativas (art. 183 do CTN).
Estão sujeitos à satisfação do crédito tributário todos os bens e as rendas do sujeito pas-
sivo,inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, 
excetuados apenas os que a lei declare absolutamente impenhoráveis.
Nesse sentido são as seguintes disposições do CTN e da Lei n. 6.830/1980 – Lei de 
Execuções Fiscais:
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em 
lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer 
origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por 
ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição 
do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente 
impenhoráveis.
(...)
Art. 30 – Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos 
em lei, responde pelo pagamento da Divida Ativa da Fazenda Pública a totalidade dos bens e das 
rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa, inclusive os 
gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data 
da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declara 
absolutamente impenhoráveis.
Obs.: � A inalienabilidade e a impenhorabilidade estabelecidas, a qualquer tempo, por ato de 
vontade, não podem ser opostas ao Fisco.
Esse ponto tem sido bastante cobrado em concursos. Vejamos.
001. (VUNESP/2018/PREFEITURA DE BARRETOS-SP/ADVOGADO) Sem prejuízo dos privilé-
gios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamen-
to do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do 
sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, exceto os gravados por ônus real ou cláusula 
de inalienabilidade ou impenhorabilidade.
Justificativa encontrada no CTN. 
Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em 
lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer 
origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por 
ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição 
do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente 
impenhoráveis.
Errado.
002. (FCC/2019/CÂMARA DE FORTALEZA-CE/CONSULTOR TÉCNICO JURÍDICO) Respon-
de pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem 
ou natureza, do sujeito passivo, excetuados os bens e rendas que a lei declare absolutamente 
impenhoráveis.
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Justificativa encontrada no CTN. 
Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em 
lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer 
origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por 
ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição 
do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente 
impenhoráveis.
Certo.
003. (VUNESP/2019/PREFEITURA DA ESTÂNCIA TURÍSTICA DE GUARATINGUETÁ/PRO-
CURADOR) Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, responde pelo 
pagamento do crédito os bens que a lei declare absolutamente impenhoráveis.
Justificativa encontrada no CTN. 
Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em 
lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer 
origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por 
ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição 
do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente 
impenhoráveis.
Errado.
A diferença de tratamento entre a impenhorabilidade convencional e a impenhorabilidade 
legal fica clara no seguinte enunciado da VUNESP (2019 – Câmara de Mauá – SP – Procurador 
Legislativo).
A VUNESP formulou a seguinte disposição hipotética: “A” faz doação a “B” de automóvel 
raro no valor de R$ 500 mil, gravando-o com cláusula de inalienabilidade, incomunicabilidade 
e impenhorabilidade. Cerca de dois anos após a doação, “B” é executado por dívidas fiscais 
relativas a fatos geradores anteriores à doação. A respeito da situação descrita, é correto afir-
mar, com base no Código Tributário Nacional, que: responde pelo pagamento da dívida a to-
talidade dos bens de “B”, de qualquer origem ou natureza, inclusive os gravados por cláusula 
de inalienabilidade ou impenhorabilidade, excetuados apenas os casos de impenhorabilidade 
absoluta legalmente prevista.
Portanto, a impenhorabilidade que pode ser oposta ao fisco é a absoluta, declarada por lei.
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Porém, prestem atenção a algumas disposições legais que remetem à caracterização do 
bem como impenhorável por ato de disposição voluntária. Vejam que não é o fato de haver 
uma disposição legal, mas de a própria disposição legal, diretamente, tornar o bem impenhorá-
vel. Tomemos por exemplo o CPC/2015:
Art. 833. São impenhoráveis:
I – os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
A disposição legal acima diz que são impenhoráveis os bens declarados POR ATO VO-
LUNTÁRIO não sujeitos à execução. Vejam que se trata exatamente da impenhorabilidade 
convencional.
Não é pelo fato de a Lei, no caso acima é o Código de Processo Civil, dizer que “são impe-
nhoráveis” os bens declarados por ato involuntários como não sujeitos à execução que estará 
obstada a prerrogativa de o Fisco penhorá-los.
004. (FAUEL/2019/PREFEITURA DE JANDAIA DO SUL-PR/ASSESSOR JURÍDICO) As hipó-
teses de bens absolutamente impenhoráveis previstas no artigo 833 do Código de Processo 
Civil aplicam-se, integralmente, à execução fiscal.
O rol legal do art. 833 do CPC contempla hipóteses de bens impenhoráveis por convenção 
das partes.
Exemplo: 
Art. 833. São impenhoráveis:
I – os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
Entretanto, o CTN somente ressalva os bens objeto de impenhorabilidade legal, e não conven-
cional. CTN. 
Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em 
lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer 
origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por 
ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição 
do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas quea lei declare absolutamente 
impenhoráveis.
Errado.
Segundo o professor Leandro Paulsen (Curso de direito tributário completo), o conceito de 
bens absolutamente impenhoráveis, na execução fiscal, é, portanto, mais estreito do que aquele 
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constante do art. 833 do CPC, que estabelece serem impenhoráveis também os bens “declara-
dos, por ato voluntário, não sujeitos à execução”. A referência a ato voluntário, constante do art. 
833, I, do CPC, é inaplicável à execução fiscal. Os demais incisos e leis específicas são aplicáveis.
Eis a redação dos arts. 833 e 834 do CPC (Lei n. 13.105/2015):
Art. 833. São impenhoráveis:
I – os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II – os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, 
salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um 
médio padrão de vida;
III – os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor;
IV – os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposen-
tadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade 
de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autôno-
mo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º;
V – os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis 
necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;
VI – o seguro de vida;
VII – os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas;
VIII – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família;
IX – os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educa-
ção, saúde ou assistência social;
X – a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos;
XI – os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei;
XII – os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobi-
liária, vinculados à execução da obra.
§ 1º A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem, inclusive 
àquela contraída para sua aquisição.
§ 2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de 
prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 
50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 
8º, e no art. 529, § 3º.
§ 3º Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os implemen-
tos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa individual produtora rural, 
exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em garantia a ne-
gócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária.
Art. 834. Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e os rendimentos dos bens inalienáveis.
De ampla aplicação é, ainda, o art. 1º da Lei n. 8.009/1990, que cuida do “bem de família”, 
estabelecendo que o imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenho-
rável e não responderá por nenhum tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de 
outra natureza, sendo que a impenhorabilidade compreende não apenas o imóvel, mas tam-
bém os móveis que guarnecem a casa, excetuadas as obras de arte e os adornos suntuosos. 
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Tal impenhorabilidade é oponível à execução de créditos tributários, mas não à execução da-
queles relativos ao imposto predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do 
imóvel familiar, nos termos do art. 3º, inciso IV, da própria Lei n. 8.009/1990. A interpretação 
dessas exceções não deve ser extensiva, de acordo com a lição do professor Leandro Paulsen.
1.1. “ArrolAmeNTo FisCAl De beNs e DireiTos”, “ArrolAmeNTo De beNs 
CAuTelAr” e meDiDA CAuTelAr FisCAl
Um parêntese para abordar duas temáticas específicas, de garantia da cobrança do crédito 
tributário: o arrolamento administrativo de bens e a medida cautelar fiscal.
O ‘Arrolamento Fiscal de bens e direitos’ é exclusivamente previsto para a esfera federal. 
Portanto, de relevância para os concursos da área federal. Contudo, nada impede que os Es-
tados ou Municípios também instituam, por lei própria, instituto de natureza acauteladora e 
garantidora do crédito tributário, semelhante ao arrolamento previsto em Lei Federal.
A medida cautelar fiscal é possível de ser utilizada pelos Fiscos federal, estaduais e munici-
pais; contudo, seu estudo será minuciado quando da análise do processo judicial tributário. Por en-
quanto, apenas apresentaremos sua correlação com o instituto do arrolamento de bens e direitos.
O art. 64 da Lei n. 9.532/1997 determina à autoridade fiscal que proceda ao arrolamento 
de bens e direitos do sujeito passivo (preferencialmente bens imóveis) sempre que houver 
dívida vultosa, sendo os créditos tributários de sua responsabilidade de valor superior a trinta 
por cento de seu patrimônio conhecido e superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), 
conforme o § 7º do mesmo artigo, com o limite definido pelo Decreto n. 7.573/2011.
Art. 64. A autoridade fiscal competente procederá ao arrolamento de bens e direitos do sujeito 
passivo sempre que o valor dos créditos tributários de sua responsabilidade for superior a trinta por 
cento do seu patrimônio conhecido.
Não se deve confundir o “arrolamento prévio de bens”, que já foi exigido no passado como 
condição para a apresentação de insurgência administrativa (impugnação ao lançamento pro-
visório), com o ‘Arrolamento Fiscal de bens e direitos’, cabível sempre que o valor dos créditos 
tributários de responsabilidade do contribuinte for superior a trinta por cento do seu patrimô-
nio conhecido. (Artigo 64 da Lei Federal n. 9.532/1997).
Súmula Vinculante n. 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento pré-
vios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.
O ‘Arrolamento Fiscal de bens e direitos’ não é uma medida constritiva, mas sim um levan-
tamento prévio informativo destinado ao controle patrimonial do sujeito passivo, dando agili-
dade na análise da conveniência do ajuizamento da medida cautelar fiscal pelo Procurador da 
Fazenda Nacional.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. ARROLAMENTO DE BENS. LIMITAÇÃO AO DIREITO 
DE PROPRIEDADE. INEXISTÊNCIA.
1. O arrolamento de bens, instituído pelo art. 64 da Lei n. 9.532/1997, gera cadastro em 
favor do Fisco, destinado apenas a viabilizar o acompanhamento da evolução patrimonial 
do sujeito passivo da obrigação tributária. Este último permanece no pleno gozo dos atri-
butos da propriedade, tanto que os bensarrolados, por não se vincularem à satisfação do 
crédito tributário, podem ser transferidos, alienados ou onerados, independentemente da 
concordância da autoridade fazendária.
2. Agravo Regimental não provido.
(AgRg no AREsp 289.805/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, jul-
gado em 06/08/2013, DJe 12/09/2013)
A suspensão da exigibilidade do crédito tributário não impede que o Fisco federal promova 
o chamado arrolamento administrativo de bens do devedor, conforme permite a lei.
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. OFENSA AO ART. 535 DO 
CPC/1973. INEXISTÊNCIA. ARROLAMENTO DE BENS. LEI 9.532/1997. CONSTITUIÇÃO 
DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. PENDÊNCIA DE RECURSO ADMINISTRATIVO. IRRELEVÂNCIA. 
ACÓRDÃO RECORRIDO EM SINTONIA COM O ENTENDIMENTO DO SUPERIOR TRIBUNAL 
DE JUSTIÇA. RECURSO NÃO PROVIDO.
(...)
4. O Superior Tribunal de Justiça possui o entendimento de que a existência de impug-
nações administrativas nos procedimentos fiscais, apesar de acarretar a suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 151, III, do CTN, não obsta a reali-
zação do arrolamento fiscal.
5. Dessume-se que o acórdão recorrido está em sintonia com o atual entendimento deste 
Tribunal Superior, razão pela qual não merece prosperar a irresignação.
6. Recurso Especial não provido.
(REsp 1679321/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 
21/09/2017, DJe 09/10/2017)
TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. ARROLAMENTO DE BENS. LEI N. 9.532/1997. ACÓR-
DÃO A QUO. HARMONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
1. Cinge-se a questão em verificar a legalidade de o Fisco proceder ao arrolamento de 
bens do sujeito passivo para garantia do crédito fiscal, antes de sua constituição defini-
tiva; ou seja, antes do julgamento de todos os recursos administrativos interpostos em 
face do lançamento.
2. O arrolamento de bens disciplinado pelo art. 64 da Lei n. 9.532 de 1997 revela-se por 
meio de um procedimento administrativo, no qual o ente estatal efetua levantamento de 
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DIREITO TRIBUTÁRIO
bens dos contribuintes, arrolando-os sempre que o valor dos créditos tributários de sua 
responsabilidade for superior a trinta por cento do seu patrimônio conhecido e superar 
R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) – [hoje, esse valor é de 2 milhões de reais]. Fina-
lizado o arrolamento, providencia-se o registro nos órgãos próprios, para efeitos de dar 
publicidade.
3. Não viola o art. 198 do CTN, pois o arrolamento em exame almeja, em último ratio, 
a execução do crédito fiscal, bem como a proteção de terceiros, inexistindo, portanto, 
suposta violação do direito de propriedade, do princípio da ampla defesa e do devido pro-
cesso legal.
4. A medida acautelatória, sob a ótica do interesse público, tem o intuito de evitar o des-
pojamento patrimonial indevido, por parte de contribuintes.
5. Precedentes: (AgRg no REsp 726.339/SC, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda 
Turma, julgado em 10.11.2009, DJe 19.11.2009, REsp 770.863/RS, Rel. Min. Teori Albino 
Zavascki, Primeira Turma, julgado em 1º.3.2007, DJ 22.3.2007) Agravo regimental impro-
vido.
(AgRg nos EDcl no REsp 1190872/RJ, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA 
TURMA, julgado em 12/04/2012, DJe 19/04/2012)
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. IMPOSTO DE RENDA. ARRO-
LAMENTO DE BENS. ART. 64 DA LEI N. 9.532/1997. IMPUGNAÇÃO ADMINISTRATIVA 
PENDENTE DE JULGAMENTO. MEDIDA PREVENTIVA. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES.
1. A existência de impugnações administrativas nos procedimentos fiscais, apesar de 
acarretar a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 151, III, 
do CTN, não obsta a realização do arrolamento fiscal, bastando para tanto que o crédito 
tributário esteja constituído.
2. O arrolamento fiscal não se assemelha ao procedimento de cobrança do débito tribu-
tário, sendo apenas uma medida acautelatória que visa assegurar a realização do crédito 
fiscal, impedindo que o contribuinte/devedor venda, onere ou transfira, a qualquer título, 
os bens e direitos arrolados, sem que o Fisco seja notificado.
3. Agravo regimental não provido.
(AgRg no REsp 726.339/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA 
TURMA, julgado em 10/11/2009, DJe 19/11/2009)
De outro lado, há o chamado “arrolamento de bens cautelar”, levado a efeito pelo próprio 
contribuinte em juízo, com a finalidade de suspender previamente a exigibilidade do crédito 
tributário. No Recurso Especial n. 1.057.365/RS, entendeu o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
pela possibilidade de o contribuinte proceder o arrolamento de bens, em sede de ação caute-
lar, para se viabilizar a expedição de Certidão Positiva com Efeito de Negativa em relação ao 
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crédito tributário cuja execução ainda não foi ajuizada. Asseverou o Ministro Luiz Fux que ‘não 
pode ser imputado ao contribuinte solvente, isto é, aquele em condições de oferecer bens su-
ficientes à garantia da dívida, prejuízo pela demora do Fisco em ajuizar a execução fiscal para 
a cobrança do débito tributário’. Portanto, deve se ter cuidado com essa terminologia “arrola-
mento de bens”, para distinguir em qual contexto ela está sendo utilizada.
Tema Repetitivo do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 237 – “É possível ao contribuinte, 
após o vencimento da sua obrigação e antes da execução, garantir o juízo de forma ante-
cipada, para o fim de obter certidão positiva com efeito de negativa” (REsp 1123669/RS, 
Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/12/2009, DJe 01/02/2010).
Voltando ao instituto do arrolamento de bens e direitos, feito pelo Fisco Federal no âmbito 
administrativo, dispõe o Artigo 64 da Lei Federal n. 9.532/1997, em seus § 2º e 3º:
§ 3º A partir da data da notificação do ato de arrolamento, mediante entrega de cópia do respectivo 
termo, o proprietário dos bens e direitos arrolados, ao transferi-los, aliená-los ou onerá-los, deve 
comunicar o fato à unidade do órgão fazendário que jurisdiciona o domicílio tributário do sujeito 
passivo.
§ 4º A alienação, oneração ou transferência, a qualquer título, dos bens e direitos arrolados, sem 
o cumprimento da formalidade prevista no parágrafo anterior, autoriza o requerimento de medida 
cautelar fiscal contra o sujeito passivo.
Ou seja, as mutações patrimoniais do devedor, após a realização do Arrolamento Fiscal, 
devem ser acompanhadas pela Administração Tributária, sob pena de se autorizar o requeri-
mento judicial de medida cautelar fiscal contra o sujeito passivo.
De acordo com entendimento do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, esse dever de comu-
nicação pode ser executado posteriormente à alienação do bem.
TRIBUTÁRIO. MEDIDA CAUTELAR FISCAL. ARROLAMENTO DE BENS. NECESSIDADE DE 
COMUNICAÇÃO AO ÓRGÃO FAZENDÁRIO. REQUISITO PREENCHIDO. RECURSO ESPE-
CIAL PROVIDO PARA RESTABELECER A SENTENÇA DE FLS. 1.058/1.067.
1. A Lei n. 9.532/1997, que deu nova redação à Lei n. 8.397/92, em seu art. 64, § 3º., não 
exige que a notificação ao órgão fazendário seja prévia à alienação, mas simplesmente 
que exista a comunicação.
2. Assim, diante da efetiva comunicação (fls. 1.065/1.066 e 1.617), não subsistem os 
elementos para a Medida Cautelar Fiscal, devendo a sentença de fls. 1.058/1.067 ser 
restabelecida.
3. Recurso Especial provido para restabelecer a sentença de fls. 1.058/1.067, que julgou 
improcedente aCautelar Fiscal.
(REsp 1217129/SC, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, jul-
gado em 27/10/2016, DJe 21/11/2016)
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De toda forma, o descumprimento do dever informativo das mutações patrimoniais – alie-
nação, oneração ou transferência, a qualquer título, dos bens e direitos arrolados – autoriza o 
ajuizamento da medida cautelar fiscal.
A Lei Nacional n. 8.397/1992, que abrange todos os entes políticos, disciplina a Medida 
Cautelar Fiscal, aplicável aos créditos de natureza tributária ou não.
Diferentemente do arrolamento administrativo de bens e direitos, a medida cautelar fiscal 
se constitui em uma medida constritiva do patrimônio do sujeito passivo, cuja finalidade é 
acautelar o resultado prático da futura execução fiscal.
São hipóteses de ajuizamento legal da medida cautelar:
Art. 2º A medida cautelar fiscal poderá ser requerida contra o sujeito passivo de crédito tributário ou 
não tributário, quando o devedor:
I – sem domicílio certo, intenta ausentar-se ou alienar bens que possui ou deixa de pagar a obriga-
ção no prazo fixado;
II – tendo domicílio certo, ausenta-se ou tenta se ausentar, visando a elidir o adimplemento da obri-
gação;
II – caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens;
IV – contrai ou tenta contrair dívidas que comprometam a liquidez do seu patrimônio;
V – notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao recolhimento do crédito fiscal:
a) deixa de pagá-lo no prazo legal, salvo se suspensa sua exigibilidade;
b) põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros;
VI – possui débitos, inscritos ou não em Dívida Ativa, que somados ultrapassem trinta por cento do 
seu patrimônio conhecido;
VII – aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao órgão da Fazenda Pública com-
petente, quando exigível em virtude de lei;
VIII – tem sua inscrição no cadastro de contribuintes declarada inapta, pelo órgão fazendário;
IX – pratica outros atos que dificultem ou impeçam a satisfação do crédito.
Abordaremos o instituto da medida cautelar fiscal por ocasião da aula sobre o processo 
judicial tributário.
1.2. iNDispoNibiliDADe De beNs DeCreTADA ADmiNisTrATivAmeNTe por 
proCurADor DA FAzeNDA NACioNAl
Esse é mais um tópico que contém assuntos de interesse para as carreiras federais. Não 
obstante, é interessante que todos tenham conhecimento. Os assuntos a seguir tratados estão 
inseridos dentro das garantias dadas pela Lei para a eficaz cobrança dos créditos tributários 
que tenha sido inscrito em dívida ativa da União. É comum que Estados e Municípios adotem, 
por legislação própria, institutos análogos.
O art. 20-B da Lei n. 10.522/2002 dispõe que:
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Art. 20-B. Inscrito o crédito em dívida ativa da União, o devedor será notificado para, em até cinco 
dias, efetuar o pagamento do valor atualizado monetariamente, acrescido de juros, multa e demais 
encargos nela indicados
§ 1º A notificação será expedida por via eletrônica ou postal para o endereço do devedor e será con-
siderada entregue depois de decorridos quinze dias da respectiva expedição.
§ 2º Presume-se válida a notificação expedida para o endereço informado pelo contribuinte ou res-
ponsável à Fazenda Pública.
§ 3º Não pago o débito no prazo fixado no caput deste artigo, a Fazenda Pública poderá:
I – comunicar a inscrição em dívida ativa aos órgãos que operam bancos de dados e cadastros 
relativos a consumidores e aos serviços de proteção ao crédito e congêneres; e
II – averbar, inclusive por meio eletrônico, a certidão de dívida ativa nos órgãos de registro de bens 
e direitos sujeitos a arresto ou penhora, tornando-os indisponíveis.
O dispositivo normativo tem a clara finalidade de abrir a oportunidade de pagamento volun-
tário, após a inscrição em dívida ativa da União.
Importante destacar que o crédito encaminhado para inscrição em dívida ativa da União 
já contou, na sua formação, com a participação (ou possibilidade de participação) do contri-
buinte; nesse momento, será aberto prazo de cinco dias para pagamento dos valores. Essa 
notificação para pagamento é feita no endereço que o próprio contribuinte, ou responsável, 
informa à Fazenda Pública.
Constitui ônus do contribuinte, seja ele pessoa natural ou jurídica, manter o seu endereço 
atualizado perante a Fazenda Pública. Por esse motivo, o § 2º do art. 20-B presume válida a 
notificação expedida para o endereço informado pelo contribuinte ou responsável à Fazen-
da Pública.
Esse ônus, de manter seu endereço atualizado perante o Fisco, já foi mais de uma vez re-
conhecido pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme se depreende da Súmula n. 435/SUPE-
RIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA e do seguinte precedente repetitivo:
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTRO-
VÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC. REDIRECIONAMENTO DE EXECUÇÃO FISCAL DE DÍVIDA 
ATIVA NÃO TRIBUTÁRIA EM VIRTUDE DE DISSOLUÇÃO IRREGULAR DE PESSOA JURÍ-
DICA. POSSIBILIDADE. ART. 10, DO DECRETO N. 3.078/19 E ART. 158, DA LEI N. 6.404/78 
– LSA C/C ART. 4º, V, DA LEI N. 6.830/80 – LEF.
(...)
2. Consoante a Súmula n. 435/SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA: “Presume-se dissolvida 
irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunica-
ção aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o 
sócio-gerente”.
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3. É obrigação dos gestores das empresas manter atualizados os respectivos cadastros, 
incluindo os atos relativos à mudança de endereço dos estabelecimentos e, especial-
mente, referentes à dissolução da sociedade. A regularidade desses registros é exigida 
para que se demonstre que a sociedade dissolveu-se de forma regular, em obediência 
aos ritos e formalidades previstas nos arts. 1.033 à 1.038 e arts. 1.102 a 1.112, todos do 
Código Civil de 2002 – onde é prevista a liquidação da sociedade com o pagamento dos 
credores em sua ordem de preferência – ou na forma da Lei n. 11.101/2005, no caso de 
falência. A desobediência a tais ritos caracteriza infração à lei.
(...)
7. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do art.
543-C do CPC e da Resolução SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 08/2008.
(REsp 1371128/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, jul-
gado em 10/09/2014, DJe 17/09/2014)
Prosseguindo, até o § 2º do art. 20-B da Lei n. 10.522/2002 temos a regulação da oportu-
nidade de pagamento voluntário por parte do contribuinte, após a inscrição em dívida ativa da 
União. Já no § 3º do art. 20-B a Lei introduz duas importantes consequências para o não paga-
mento espontâneo do crédito inscrito em dívida ativa da União: I – comunicar a inscrição em 
dívida ativa aos órgãos que operam bancos de dados e cadastros relativos a consumidores e 
aos serviços de proteção ao crédito e congêneres; e II – averbar, inclusive por meio eletrônico, 
a certidão de dívida ativa nos órgãos de registro de bens e direitos sujeitos a arresto ou penho-
ra, tornando-os indisponíveis.A negativação do devedor e a averbação da certidão de dívida ativa nos órgãos de registro 
de bens e direitos certamente não são medidas que causa polêmica, uma vez que o próprio 
Código de Processo Civil também abre possibilidade semelhante, nas execuções por quan-
tia certa. 
Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz, com identifi-
cação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos ou 
de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade).
Obs.: � A parte polêmica desse dispositivo se encontra no final do inciso II, do § 3º: a indispo-
nibilidade dos bens. Vale dizer, o Procurador da Fazenda Nacional poderá diligenciar 
no sentido de tornar indisponíveis bens e direitos.
Essa medida de indisponibilidade tem a função de dar eficiência ao procedimento de co-
brança de um crédito público inscrito em dívida ativa da União. A permissão legal foi objeto 
de ações diretas de inconstitucionalidade. É preciso aguardar para analisar o entendimento do 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL acerca da possibilidade de o procurador da Fazenda realizar 
um ato de indisponibilidade de bens, ou se isso seria algo restrito à esfera judicial.
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1.3. iNeFiCáCiA DAs AlieNAções em FrAuDe à DíviDA ATivA
O art. 185 do CTN dispõe no sentido de que se presume fraudulenta a alienação ou onera-
ção de bens ou rendas por sujeito passivo inscrito em dívida ativa.
Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por 
sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito 
como dívida ativa.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo 
devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita.
Estabelece, assim, um marco depois do qual eventuais alienações que comprometam a 
satisfação do crédito tributário, ainda que realizadas a título oneroso, serão consideradas pelo 
Juiz da Execução como ineficazes perante o Fisco.
Efetivamente, a ineficácia do negócio só poderá ser afastada se demonstrado, pelo execu-
tado, que reservou bens suficientes para fazer frente aos seus débitos inscritos em dívida ativa.
Conforme alerta Leandro Paulsen, o art. 185 estabelece uma presunção em favor do Fisco, 
não o impedindo, de outro lado, de buscar a ineficácia de negócios anteriores à própria inscrição 
em dívida ativa quando possa demonstrar seu caráter fraudulento e a ausência de boa-fé tam-
bém por parte do adquirente. Neste caso, contudo, não bastará alegar na execução fiscal; terá de 
fazê-lo através da ação própria (pauliana ou revocatória). Poderá o Fisco, ainda, valer-se da Medi-
da Cautelar Fiscal, a fim de obstar negócios que venham a comprometer patrimônio do devedor, 
ameaçando a garantia de satisfação dos créditos tributários, nos termos da Lei n. 8.397/92.
A distinção entre a fraude à execução e a fraude contra credores é útil na diferenciação 
de tais situações, devendo-se apenas atentar para o fato de que, em matéria tributária, para 
a ineficácia correspondente à fraude à execução basta que o débito esteja inscrito em dívida 
ativa, mesmo que ainda não protestada a CDA (art. 1º, parágrafo único, da Lei n. 9.492/97, com 
redação da Lei n. 12.767/12) nem ajuizada execução fiscal (Lei n. 6.830/80).
Nesse sentido, é o entendimento firmado em recurso repetitivo do SUPERIOR TRIBUNAL 
DE JUSTIÇA.
Tema Repetitivo 290 – “Se o ato translativo foi praticado a partir de 09.06.2005, data de 
início da vigência da Lei Complementar n. 118/2005, basta a efetivação da inscrição em dívida 
ativa para a configuração da figura da fraude” (REsp 1141990/PR, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRI-
MEIRA SEÇÃO, julgado em 10/11/2010, DJe 19/11/2010).
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 
543-C, DO CPC. DIREITO TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE TERCEIRO. FRAUDE À EXECUÇÃO FIS-
CAL. ALIENAÇÃO DE BEM POSTERIOR À CITAÇÃO DO DEVEDOR. INEXISTÊNCIA DE REGISTRO 
NO DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO – DETRAN. INEFICÁCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO. INSCRI-
ÇÃO EM DÍVIDA ATIVA. ARTIGO 185 DO CTN, COM A REDAÇÃO DADA PELA LC N. 118/2005. 
Súmula n. 375/SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. INAPLICABILIDADE.
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1. A lei especial prevalece sobre a lei geral (lex specialis derrogat lex generalis), por isso 
que a Súmula n. 375 do Egrégio SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA não se aplica às execu-
ções fiscais.
2. O artigo 185, do Código Tributário Nacional – CTN, assentando a presunção de fraude à 
execução, na sua redação primitiva, dispunha que: “Art. 185. Presume-se fraudulenta a aliena-
ção ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com 
a Fazenda Pública por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa em fase de 
execução. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido 
reservados pelo devedor bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida em fase de 
execução.”
3. A Lei Complementar n. 118, de 9 de fevereiro de 2005, alterou o artigo 185, do CTN, que 
passou a ostentar o seguinte teor: “Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração 
de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Públi-
ca, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa. Parágrafo único. O disposto 
neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas 
suficientes ao total pagamento da dívida inscrita.”
4. Consectariamente, a alienação efetivada antes da entrada em vigor da LC n. 118/2005 
(09.06.2005) presumia-se em fraude à execução se o negócio jurídico sucedesse a citação 
válida do devedor; posteriormente à 09.06.2005, consideram-se fraudulentas as alienações 
efetuadas pelo devedor fiscal após a inscrição do crédito tributário na dívida ativa.
5. A diferença de tratamento entre a fraude civil e a fraude fiscal justifica-se pelo fato de 
que, na primeira hipótese, afronta-se interesse privado, ao passo que, na segunda, interesse 
público, porquanto o recolhimento dos tributos serve à satisfação das necessidades coletivas.
6. É que, consoante a doutrina do tema, a fraude de execução, diversamente da fraude 
contra credores, opera-se in re ipsa, vale dizer, tem caráter absoluto, objetivo, dispensando o 
concilium fraudis. (FUX, Luiz. O novo processo de execução: o cumprimento da sentença e a 
execução extrajudicial. 1. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008, p. 95-96 / DINAMARCO, Cândido 
Rangel. Execução civil. 7. ed. São Paulo: Malheiros, 2000, p. 278-282 / MACHADO, Hugo de Bri-
to. Curso de direito tributário. 22. ed. São Paulo: Malheiros, 2003, p. 210-211 / AMARO, Luciano. 
Direito tributário brasileiro. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. p. 472-473 / BALEEIRO, Aliomar. 
Direito Tributário Brasileiro. 10. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1996, p. 604).
7. A jurisprudência hodierna da Corte preconiza referido entendimento consoante se colhe 
abaixo: “O acórdão embargado, considerando que não é possível aplicar a nova redação do art. 
185 do CTN (LC 118/2005) à hipótese em apreço (tempus regit actum), respaldou-se na inter-
pretação da redação original desse dispositivo legal adotada pela jurisprudência do SUPERIOR 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA”(EDcl no AgRg no Ag 1.019.882/PR, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, 
Primeira Turma, julgado em 06/10/2009, DJe 14/10/2009) “Ressalva do ponto de vista do re-
lator que tem a seguinte compreensão sobre o tema: [...] b) Na redação atual do art. 185 do 
CTN, exige-se apenas a inscrição em dívida ativa prévia à alienação para caracterizar a presun-
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ção relativa de fraude à execução em que incorrem o alienante e o adquirente (regra aplicá-
vel às alienações ocorridas após 9.6.2005);”. (REsp 726.323/SP, Rel. Ministro Mauro Campbell 
Marques, Segunda Turma, julgado em 04/08/2009, DJe 17/08/2009) “Ocorrida a alienação do 
bem antes da citação do devedor, incabível falar em fraude à execução no regime anterior à 
nova redação do art. 185 do CTN pela LC 118/2005”. (AgRg no Ag 1.048.510/SP, Rel. Ministra 
Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 19/08/2008, DJe 06/10/2008) “A jurisprudência 
do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, interpretando o art. 185 do CTN, até o advento da LC 
118/2005, pacificou-se, por entendimento da Primeira Seção (EREsp 40.224/SP), no sentido de 
só ser possível presumir-se em fraude à execução a alienação de bem de devedor já citado em 
execução fiscal”. (REsp 810.489/RS, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 
23/06/2009, DJe 06/08/2009)
8. A inaplicação do art. 185 do CTN implica violação da Cláusula de Reserva de Plenário 
e enseja reclamação por infringência da Súmula Vinculante n. 10, verbis: “Viola a cláusula de 
reserva de plenário (cf, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não 
declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afas-
ta sua incidência, no todo ou em parte.”
9. Conclusivamente: (a) a natureza jurídica tributária do crédito conduz a que a simples 
alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, pelo sujeito passivo por quantia 
inscrita em dívida ativa, sem a reserva de meios para quitação do débito, gera presunção ab-
soluta (jure et de jure) de fraude à execução (lei especial que se sobrepõe ao regime do direito 
processual civil); (b) a alienação engendrada até 08.06.2005 exige que tenha havido prévia 
citação no processo judicial para caracterizar a fraude de execução; se o ato translativo foi 
praticado a partir de 09.06.2005, data de início da vigência da Lei Complementar n. 118/2005, 
basta a efetivação da inscrição em dívida ativa para a configuração da figura da fraude; (c) a 
fraude de execução prevista no artigo 185 do CTN encerra presunção jure et de jure, conquan-
to componente do elenco das “garantias do crédito tributário”; (d) a inaplicação do artigo 185 
do CTN, dispositivo que não condiciona a ocorrência de fraude a qualquer registro público, 
importa violação da Cláusula Reserva de Plenário e afronta à Súmula Vinculante n. 10, do 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
10. In casu, o negócio jurídico em tela aperfeiçoou-se em 27.10.2005, data posterior à en-
trada em vigor da LC 118/2005, sendo certo que a inscrição em dívida ativa deu-se anterior-
mente à revenda do veículo ao recorrido, porquanto, consoante dessume-se dos autos, a cita-
ção foi efetuada em data anterior à alienação, restando inequívoca a prova dos autos quanto à 
ocorrência de fraude à execução fiscal.
11. Recurso especial conhecido e provido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C 
do CPC e da Resolução SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA n. 08/2008.
(REsp 1141990/PR, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 10/11/2010, DJe 
19/11/2010)
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DIREITO TRIBUTÁRIO
As seguintes conclusões, extraídas do repetitivo, são de extrema relevância para todos os 
concursos públicos:
(a) a natureza jurídica tributária do crédito conduz a que a simples alienação ou oneração 
de bens ou rendas, ou seu começo, pelo sujeito passivo por quantia inscrita em dívida ativa, 
sem a reserva de meios para quitação do débito, gera presunção absoluta (jure et de jure) de 
fraude à execução (lei especial que se sobrepõe ao regime do direito processual civil);
(b) a alienação engendrada até 08.06.2005 exige que tenha havido prévia citação no pro-
cesso judicial para caracterizar a fraude de execução; se o ato translativo foi praticado a partir 
de 09.06.2005, data de início da vigência da Lei Complementar n. 118/2005, basta a efetivação 
da inscrição em dívida ativa para a configuração da figura da fraude;
(c) a fraude de execução prevista no artigo 185 do CTN encerra presunção jure et de jure, 
conquanto componente do elenco das “garantias do crédito tributário”;
(d) a inaplicação do artigo 185 do CTN, dispositivo que não condiciona a ocorrência de 
fraude a qualquer registro público, importa violação da Cláusula Reserva de Plenário e afronta 
à Súmula Vinculante n. 10, do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
Nesse sentido:
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE TERCEIRO. FRAUDE À EXECUÇÃO. CA-
RACTERIZAÇÃO. OMISSÃO NO JULGADO. INEXISTÊNCIA. REEXAME FÁTICO-PROBATÓRIO. IN-
VIABILIDADE.
(...)
3. A Primeira Seção do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, por ocasião do julgamento do 
REsp 1.141.990/PR, submetido ao rito do art. 543-C do CPC/1973, consolidou o entendimento 
de que não se aplica à execução fiscal a Súmula n. 375 do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, 
decidindo que, na hipótese de a alienação ter sido efetivada antes da entrada em vigor da Lei 
Complementar n. 118, de 09/06/2005, que alterou o art. 185 do CTN, configura-se fraude à 
execução se o negócio jurídico tiver ocorrido após a citação do devedor e, se posteriormente à 
publicação da referida norma, a transação realizar-se após a inscrição do débito tributário em 
dívida ativa.
4. In casu, a Corte regional concluiu, após análise minudente das especificidades do caso 
concreto, que a fraude à execução ficou caracterizada, tendo em vista que o imóvel foi vendido 
após a citação do devedor originário (o que está de acordo com o entendimento do SUPERIOR 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA antes da alteração trazida pela LC 118/2005), bem como que haveria 
indícios contundentes de fraude à execução aptos a afastar o argumento da recorrente de que 
a devedora, à época da celebração do negócio jurídico, não estava em estado de insolvência.
(...)
6. Agravo interno desprovido.
(AgInt no REsp 1826831/PE, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA, julgado 
em 28/04/2020, DJe 07/05/2020)
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DIREITO TRIBUTÁRIO
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. ATO TRANSLATIVO IMOBILIÁRIO PRATICADO APÓS A 
VIGÊNCIA DA LEI COMPLEMENTAR N. 118/2005 (9/6/2005). ACÓRDÃO RECORRIDO EM DIS-
SONÂNCIA COM O ENTENDIMENTO DESTA CORTE.
I – Na origem, trata-se de embargos de terceiro ajuizados contra a União Federal, susten-
tando não se tratar de hipótese de fraude à execução fiscal na aquisição do imóvel. Na senten-
ça, o pedido foi julgado procedente, sob o fundamento de que nenhuma restrição pendia sobre 
o bem adquirido, conforme matrícula do imóvel juntada, evidenciando a boa-fé dos adquiren-
tes. No Tribunal a quo, a sentença foi mantida.
II – Opresente caso versa sobre a hipótese em que o ato translativo imobiliário foi pra-
ticado após a vigência da Lei Complementar n. 118/2005 (9/6/2005), tendo o Tribunal de 
origem afastado a ocorrência de fraude à execução e entendido pela configuração da boa-fé 
dos adquirentes do imóvel, considerando que, na matrícula do imóvel juntada aos autos, 
não constava restrição sobre o bem; entendendo, assim, desarrazoado o dever de os ad-
quirentes investigarem ações ajuizadas em desfavor do alienante. III – O acórdão recorrido 
não está em consonância com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, que ficou 
pacificada, no julgamento do REsp 1.141.990/PR, sob o rito dos recursos repetitivos, no 
sentido de que “a simples alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, pelo 
sujeito passivo por quantia inscrita em dívida ativa, sem a reserva de meios para quitação 
do débito, gera presunção absoluta (jure et de jure) de fraude à execução”, de modo que, “se 
o ato translativo foi praticado a partir de 9.6.2005, data de início da vigência da Lei Comple-
mentar 118/2005, basta a efetivação da inscrição em dívida ativa para a configuração da 
figura da fraude”. REsp n. 1.141.990/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 
10/11/2010, DJe 19/11/2010.
IV – No recurso repetitivo, consagrou-se o entendimento de que a presunção de fraude 
é absoluta, não comportando prova em sentido contrário; fato que torna irrelevante o enten-
dimento do Tribunal de origem a respeito da suposta boa-fé dos adquirentes. V – Tem-se 
pacificado, na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o entendimento de que a pru-
dência esperada do adquirente implica a apresentação de certidões de distribuição de ações 
cíveis e criminais contra o alienante, a fim de se certificar da inexistência de débito inscrito 
em dívida ativa, com demanda ajuizada e citação realizada; não bastando, portanto, apenas 
a apresentação da matrícula do imóvel desprovida de apontamentos. Confira-se: REsp n. 
1.655.055/RS, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 6/4/2017, DJe 
27/4/2017.
VI – Correta, portanto, a decisão que deu provimento ao recurso especial, a fim de determi-
nar que seja mantida a penhora sobre o imóvel objeto dos embargos de terceiro.
VII – Agravo interno improvido.
(AgInt no REsp 1819357/SC, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA, julgado 
em 19/11/2019, DJe 26/11/2019)
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Fiquem sempre atentos ao parágrafo único do art. 185 do CTN:
Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por 
sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito 
como dívida ativa.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo 
devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita.
Assim, existindo comprovação de que o devedor possuía outros bens suficientes a supor-
tar a satisfação da dívida executada, cabe à Fazenda credora o ônus de provar que a aquisição 
do bem pelo terceiro seria capaz de levar o alienante/executado à insolvência, sob pena de 
violar o disposto no parágrafo único do art. 185 do CTN.
Nesse sentido:
EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO 
EM RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS DE TERCEIRO. ALIENAÇÃO DO BEM APÓS A INSCRIÇÃO 
DO DÉBITO EM DÍVIDA ATIVA. EXISTÊNCIA DE OUTROS BENS SUFICIENTES PARA GARANTIR A 
DÍVIDA TRIBUTÁRIA. HIPÓTESE DO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 185 DO CTN CONFIGURADA. 
FRAUDE À EXECUÇÃO AFASTADA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM COM BASE NO EXAME DO ACER-
VO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS E COM FUNDAMENTOS NÃO IMPUGNADOS NAS RAZÕES 
RECURSAIS. INCIDÊNCIA DOS ÓBICES DAS SÚMULAS 7/SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA E 
284/SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. EXISTÊNCIA DE OMISSÕES E OBSCURIDADES NO ACÓR-
DÃO EMBARGADO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DO PARTICULAR ACOLHIDOS, COM EFEITOS 
MODIFICATIVOS, PARA NÃO CONHECER DO RECURSO ESPECIAL DA FAZENDA NACIONAL.
(...)
3. Na hipótese dos autos, verifica-se o caráter aclaratório ou integrativo dos Embargos, 
porquanto há necessidade de alguns esclarecimentos no acórdão de fls. 254/262, que adotou 
o entendimento firmado no REsp. 1.141.990/PR, sob o regime do recurso especial repetitivo, 
segundo o qual há presunção absoluta da fraude à execução quando a alienação é efetivada 
após a inscrição do débito tributário em dívida ativa, sendo desnecessária, portanto, a dis-
cussão acerca da má-fé ou não do adquirente, sendo inaplicável a Súmula n. 375/SUPERIOR 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
4. Todavia, embora fixada a premissa fática de que a alienação do veículo ocorreu em 2011, 
após a inscrição em Dívida Ativa da União e ajuizamento da Execução Fiscal, e quando plena-
mente vigente a atual redação do art. 185 do CTN, alterada pela Lei Complementar 118/2005, 
não se considerou os fundamentos adotados pelo Tribunal de origem para julgar procedentes 
os Embargos de Terceiros, notadamente que o bem em discussão não é o único patrimônio 
do devedor da Execução Fiscal, porquanto a União também indicou à penhora os direitos que 
o executado possui sobre a moto Honda/CG, pacla MCH6485 (fls. 106). Com base nesse ar-
gumento, o Tribunal de origem consignou que a fraude à execução não é oponível ao terceiro, 
pois constata a boa-fé na hipótese.
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5. Logo, existindo comprovação de que o devedor possuía outros bens suficientes a su-
portar a satisfação da dívida executada, caberia à Fazenda credora o ônus de provar que a 
aquisição do bem pelo terceiro seria capaz de levar o alienante/executado à insolvência, sob 
pena de tornar-se letra morta o disposto no parágrafo único do art. 185 do CTN, com a redação 
conferida pela LC 118/2005.
6. Oportuno registrar, ainda, que a fundamentação de que o devedor fiscal detém outros 
bens reservados à penhora é apta, por si só, para respaldar o resultado do julgamento do acór-
dão de origem, e não houve impugnação sobre o ponto nas razões do Apelo Nobre de iniciativa 
da FAZENDA NACIONAL, o que faz incidir, por analogia, o óbice da Súmula 283/SUPREMO TRI-
BUNAL FEDERAL, a impedir a cognição da pretensão recursal.
7. Outrossim, torna-se inviável, em sede de Recurso Especial, desconstituir a conclusão 
alcançada pela Corte de origem de que o devedor dispõe de outros bens para garantir a dívida, 
porquanto demandaria o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que é vedado pela 
Súmula 7/SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
8. Embargos de Declaração do Particular acolhidos, para, atribuindo-lhes efeitos modifica-
tivos, não conhecer do Recurso Especial da FAZENDA NACIONAL, restabelecendo, na íntegra, 
o acórdão do TRF-4a. Região.
(EDcl no AgRg no AREsp 639.842/SC, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRI-
MEIRA TURMA, julgado em 19/05/2020, DJe 25/05/2020)
1.4. iNDispoNibiliDADe De beNs
O devedor citado em execução fiscal tem o dever de apresentar o seu patrimônio para a 
satisfação do crédito tributário. É dever do executado indicar onde se encontram os bens su-
jeitos à execução, exibir a prova de propriedade e se abster de qualquer atitude que dificulte ou 
embarace a realização da penhora.
Caso o devedor tributário, citado, não pagar nem apresentar bens à penhora e não forem 
encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará,por força do estabelecido no art. 185-A do 
CTN, a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente 
por meio eletrônico, para os órgãos de registros de transferência de bens, especialmente ao 
registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e de capitais.
Foi a Lei Complementar no 118/2005 que introduziu no CTN o Artigo 185-A, deter-
minando que:
Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens 
à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponi-
bilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos 
órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao registro 
público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a 
fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial.
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§ 1º A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á ao valor total exigível, devendo 
o juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que excederem 
esse limite.
§ 2º Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata o caput deste artigo 
enviarão imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade 
houverem promovido.
No AgRg no Ag 1.429.330, relator Min. Herman Benjamin, 1a Seção, julgado em agosto de 
2012, o Superior Tribunal de Justiça firmou os seguintes delineamentos do instituto da indis-
ponibilidade de bens do Artigo 185-A, aplicável apenas aos créditos tributários:
4. Consoante previsão do art. 185-A do CTN, são requisitos para a concessão do provi-
mento em questão: a) devedor tributário; b) citação; c) ausência de nomeação de bens à 
penhora; e d) impossibilidade de localização de bens passíveis de constrição.
5. A indisponibilidade de bens torna-se possível quando o devedor tributário, devidamente 
citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados 
bens penhoráveis. Esta última exigência conduz à conclusão lógica de que a medida sob 
análise deve suceder às tentativas de penhora.
(...)
7. Entende-se como “esgotamento de diligências” o uso dos meios ordinários que possi-
bilitam o encontro de bens e direitos de titularidade da parte executada, como, por exem-
plo, o acionamento do sistema Bacen Jud e a expedição de ofícios aos registros públicos 
de bens para que informem se há patrimônio em nome do devedor. Por outro lado, não 
se pode exigir que a Fazenda Pública realize busca em todos os registros de imóveis do 
País. A razoabilidade impõe que tal providência seja adotada no cartório do domicílio do 
executado.
Em novembro de 2014 a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, julgando o RESP 
1.377.507/SP – Representativo da Controvérsia – firmou os seguintes delineamentos para a 
aplicação do Artigo 185-A do CTN: A indisponibilidade de bens e direitos autorizada pelo art. 
185-A do CTN depende da observância dos seguintes requisitos:
(i) citação do devedor;
(ii) inexistência de pagamento ou apresentação de bens à penhora no prazo legal; e
(iii) a não localização de bens penhoráveis após o esgotamento das diligências realizadas 
pela Fazenda, ficando este caracterizado quando houver nos autos (a) pedido de acionamento 
do Bacen Jud e consequente determinação pelo magistrado e (b) a expedição de ofícios aos 
registros públicos do domicílio do executado e ao Departamento Nacional ou Estadual de Trân-
sito – DENATRAN ou DETRAN.
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Quanto aos demais aspectos para a aplicabilidade do Art. 185-A do CTN, o Informativo 
de Jurisprudência do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 552 de dezembro de 2014 – no 
qual veiculada a decisão do repetitivo RESP 1.377.507/SP – trouxe os seguintes entendi-
mentos, merecendo relevo as observações quanto ao que se entende como esgotamento 
de diligências:
Quanto aos requisitos para indisponibilidade de bens e direitos, infere-se do art. 185-A 
do CTN que a ordem judicial para a decretação da indisponibilidade de bens e direitos 
do devedor ficou condicionada aos seguintes: (i) citação do executado; (ii) inexistência 
de pagamento ou de oferecimento de bens à penhora no prazo legal; e, por fim, (iii) não 
forem encontrados bens penhoráveis. (Nesse sentido: AgRg no REsp 1.409.433-PE, 
Primeira Turma, DJe 18/12/2013). Especificamente em relação ao último requisito, a 
Primeira Seção do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA firmou entendimento no sentido 
de que o credor deve comprovar o esgotamento das diligências aptas à localização 
dos bens do devedor, quando pretender a indisponibilidade de bens e direitos com base 
no art. 185-A do CTN (AgRg no AREsp 343.969-RS, Segunda Turma, DJe 3/12/2013; e 
AgRg no AREsp 428.902-BA, Primeira Turma, DJe 28/11/2013). Nessa medida, importa 
ponderar a respeito das diligências levadas a efeito pela Fazenda Pública, para saber 
se as providências tomadas correspondem, razoavelmente, a todas aquelas que pode-
riam ser realizadas antes do requerimento de indisponibilidade de bens requerida no 
âmbito do Poder Judiciário (art. 185-A do CTN). Sob essa perspectiva, tem-se que o 
acionamento do Bacen Jud e a expedição de ofícios aos registros públicos de bens no 
cartório do domicílio do executado são medidas razoáveis a se exigir do Fisco quando 
este pretender a indisponibilidade de bens do devedor. Além dessas medidas, tem-se 
ainda por razoável a exigência de prévia expedição de ofício ao Departamento de Trân-
sito Nacional ou Estadual (DENATRAN ou DETRAN), pois, se houver um veículo na 
titularidade do executado, facilmente se identificará. REsp 1.377.507-SP, Rel. Min. Og 
Fernandes, julgado em 26/11/2014.
Sobre o tema, foi editada a seguinte Súmula do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA:
Súmula n. 560 do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA: “A decretação da indisponibilidade 
de bens e direitos, na forma do art. 185-A do CTN, pressupõe o exaurimento das dili-
gências na busca por bens penhoráveis, o qual fica caracterizado quando infrutíferos 
o pedido de constrição sobre ativos financeiros e a expedição de ofícios aos registros 
públicos do domicílio do executado, ao Denatran ou Detran”.
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Não se deve confundir a indisponibilidade de bens (sendo que o Art. 185-A do CTN men-
ciona o requisito do esgotamento de diligências) com a penhora por BACENJud como primeira 
medida constritiva, para a qual o Superior Tribunal de Justiça entendeu que é desnecessário o 
esgotamento de diligências em busca de outros bens penhoráveis do devedor. Essa distinção 
fica muito clara na leitura do acórdão em representativo de controvérsia transcrito quando fa-
lamos acerca do BACENJud (REsp 1.184.765/PA, Primeira Seção, Rel. Ministro Luiz Fux, DJe 
3.12.2010).
Tema Repetitivo 425: A utilização do Sistema BACEN-JUD, no período posterior à vacatiolegis da Lei n. 11.382/2006 (21.01.2007), prescinde do exaurimento de diligências extra-
judiciais, por parte do exequente, a fim de se autorizar o bloqueio eletrônico de depósitos 
ou aplicações financeiras (REsp 1.184.765/PA, Primeira Seção, Rel. Ministro Luiz Fux, DJe 
3.12.2010).
Com ensina o professor Leandro Paulsen, efetivamente, a penhora de dinheiro, ainda que 
mediante utilização do BacenJud, não está sujeita à disciplina do art. 185-A do CTN, mas à do 
art. 854 do CPC (Lei n. 13.105/2015):
Art. 854. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação financeira, o juiz, a 
requerimento do exequente, sem dar ciência prévia do ato ao executado, determinará às instituições 
financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro 
nacional, que torne indisponíveis ativos financeiros existentes em nome do executado, limitando-se 
a indisponibilidade ao valor indicado na execução.
O dinheiro ocupa o todo da lista de bens preferenciais para fins de penhora na execução 
fiscal, nos termos do art. 11 da Lei n. 6.830/80. Aliás, também na execução disciplinada pelo 
CPC, o dinheiro é preferencial, conforme o art. 835, I, do Código. Considerando-se que, citado 
para pagar ou para nomear bens à penhora, o devedor tem o dever de indicar os seus bens res-
peitando a preferência legal, é legítimo que, na ausência de indicação de dinheiro penhorável 
e de outros bens, ou não concordando o Fisco justificadamente com a penhora de outro bem 
não preferencial, possa o juízo da execução, mediante requerimento do exequente, utilizar-se 
do BacenJud para identificar e penhorar dinheiro. Desnecessário, portanto, o esgotamento de 
diligências, para essa finalidade.
A procura pelo devedor e por bens penhoráveis toma boa parte do tempo da execução 
fiscal. Nos casos em que as diligências na busca por bens de devedor tributário regularmente 
citado se esgotam sem sucesso (leia-se ‘esgotamento’ segundo o conteúdo jurídico do termo 
fixado pelo SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA), poderá o procurador da Fazenda pleitear ao 
juízo a decretação de indisponibilidade de bens.
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No entanto, em verdade – me permitam um comentário quanto à aplicação pragmática do 
art. 185-A –, este dispositivo legal promete mais do que efetivamente entrega, em termos de 
realização das finalidades da execução fiscal. Basta parar para pensar que, se a Procuradoria e 
o Judiciário ‘esgotaram diligências’ em busca de bens e nada foi encontrado, vai se determinar 
a indisponibilidade do que?
Ou seja, se já não foram encontrados bens à penhora, dificilmente a ordem de indisponibilidade terá 
sucesso, enquanto não falarmos de bens futuros. Quanto a estes, nem assim a medida se mostra 
muito mais eficiente, por absoluta falta de instrumental bem delineado (MELO FILHO, João Aurino 
de (coordenador). Execução fiscal aplicada: análise pragmática do processo de execução fiscal. 
Salvador: Juspodivm, 2012. p. 144).
Na verdade, seria impossível que o juízo informasse a todos os cartórios de registro de 
imóveis brasileiros, por exemplo, a indisponibilidade de bens; não existem meios informatiza-
dos para que isso se viabilize, e seria impensável fazê-lo mecanicamente – por isso, aliás, que 
o recurso representativo de controvérsia acima colacionado deixa claro que a expedição de 
ofícios será aos registros públicos do domicílio do executado e ao Departamento Nacional ou 
Estadual de Trânsito.
Ainda assim, sob o ponto de vista da aquisição de bens futuros, seria preciso um me-
canismo de comunicação constante entre a execução e os cartórios de bens; e estamos 
pensando apenas em bens imóveis, mas a indisponibilidade também deveria abranger a 
comunicação aos Cartórios de Registro de Títulos e Documentos, Capitanias de Portos, 
Comissão de Valores Mobiliários, Departamento Nacional de Trânsito, Agência Nacional 
de Aviação Civil, ou qualquer outro órgão que detenha a responsabilidade de manter regis-
tro de bens.
Observa-se que, na prática, o devedor citado que não tem bens dificilmente irá adquirir 
qualquer coisa em seu nome. Por isso, a medida do Artigo 185-A do CTN não tem sido apli-
cada tanto quanto a letra da Lei promete, diante das severas dificuldades práticas em sua 
efetivação.
2. As Disposições Do CóDiGo TribuTário NACioNAl sobre As preFerêNCiAs 
Do CréDiTo TribuTário
O crédito tributário tem preferência relativamente a créditos de outra natureza, indepen-
dentemente do tempo da sua constituição, ressalvados apenas os créditos trabalhistas e os 
relativos a acidente de trabalho, conforme disposição inequívoca do art. 186 do CTN.
Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de 
sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente 
de trabalho.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
005. (VUNESP/2019/CÂMARA DE MONTE ALTO-SP/PROCURADOR JURÍDICO) No que con-
cerne às preferências do crédito tributário, é correto afirmar que prefere a qualquer outro, seja 
qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados apenas os créditos decor-
rentes da legislação do trabalho.
Justificativa encontrada no CTN. 
Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de 
sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de 
trabalho.
Errado.
006. (VUNESP/2019/PREFEITURA DE POÁ-SP/PROCURADOR JURÍDICO) O crédito tributá-
rio prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressal-
vados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho, superiores 
a 100 (cem) salários-mínimos, e a extinção das obrigações do falido requer prova de quitação 
ou do parcelamento de todos os tributos.
CTN. Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo 
de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente 
de trabalho. 
Errado.
007. (VUNESP/2018/CÂMARA DE INDAIATUBA-SP/PROCURADOR JURÍDICO) O crédito tri-
butário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, 
ressalvados unicamente os créditos decorrentes da legislação do trabalho.
Justificativa encontrada no CTN. 
Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua 
constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de tra-
balho.
Errado.
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Garantias e Privilégios do Crédito Tributário
DIREITO TRIBUTÁRIO
008. (VUNESP/2019/TJ-RJ/JUIZ SUBSTITUTO) Exceto na falência, a lei poderá impor limites 
à preferência dos créditos de natureza trabalhista sobre os créditos tributários e aos créditos 
decorrentes de indenização por acidente de trabalho.
Justificativa encontrada no CTN. 
Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo

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