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Visoes de Gloria

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O DESLUMBRANTE RELATO DE UM 
HOMEM SOBRE OS ÚLTIMOS DIAS
VISÕES
de 
GLÓRIA
CONFORME RELATADAS A 
JOHN PONTIUS 
Edição contendo índice de referências das 
Escrituras Padrão dos Santos dos Últimos Dias 
VISÕES DE GLÓRIA 
Conforme Relatadas a John M. Pontius entre 2011 e 2012 
Tradução não autorizada para a língua portuguesa, para uso pessoal 
apenas. Cópias, reproduções ou reenvio só podem ser autorizados 
pelo editor 
Por Jesus Cristo, por toda boa coisa. 
A Terri, minha melhor amiga e companheira de 
jornada, que me ensinou a coisa mais importante 
que eu conheço. 
A Spencer, por uma vida de apego 5	A��--�	 !	"!--*B. 
Também de John M. Pontius
Following the Light of Christ into His Presence 
Millennial Quest Series: 
Spirit of Fire (formerly Angels in Coveralls) 
Angels Among Us 
Angles Forged in Fire 
Angels and a Flaming Sword, Part 1 
Angels and a Flaming Sword Part 2 
We Three Kings 
The Triumph of Zion 
Outros livros, ensaios, e trilhas 
sonoras de serõesNT1 estão disponíveis 
no site: 
www.followndotheLuz.org 
E no UnBlog 
http://unblogmysoul.wordpress.com 
John M. Pontius � Visões de Glória 
5 
Conteúdo
Prefácio 12
Meu Amigo Apostólico 19
Nota do Autor 23
Capítulo Um: Despertado pela Morte 25
Minha Primeira Experiência com a Norte 25
Minha Primeira Experiência Pós-Morte 27
Minha Vida Revista 32
Enfermeiras Angélicas 34
Meu amigo, o Valentão 40
Nossos Relacionamentos Vêm de Deus 42
Nossas Vidas Importam 44
Prioridade e Propósito da Dispensação 45
Visitando Minha Esposa em Espírito 46
Anjos entre Nós 47
O Ministério dos Anjos 53
O Poder da Queda 56
Explorando o Hospital 59
A�01%) *B	�	�� !%-�	!	�.	�! -�. 60
O Propósito das Coisas 61 
Nossa Glória Pré-mortal 62 
Um Clamor por Justiça 64
Retornando ao Meu Corpo 65
John M. Pontius � Visões de Glória
6 
Muitas Diferentes Experiências de Morte 67
De Volta para Casa 68
Capítulo Dois: Paraíso Perdido 69
Reorganizando Minha Vida 69
Nunca Estamos Sós 71
Redirecionando Minha Vida 72
Taiti 75
O Diorama do Inferno 79
A Oração Intercessora 81
Amado Profeta 86
Capítulo Três: Visão do Salvador 91
Visão do Salvador 91
O Que Está Contido em um Nome? 94
Saber Realmente 96
Até que Ponto o Homem Decaiu 96
Tentando Fazer Sentido 97
Curar as Crianças 99
Camadas de Significados 100
Capítulo Quatro: Provações Agravando-se 102
À Espera da Morte 102
O Conselho do Apóstolo 104
Câncer 105
Cirurgia no México 107
John M. Pontius � Visões de Glória 
7 
Minha Bela Anja 108
Você Não Vai Morrer 111
Estou Curado! 113
Capítulo Cinco: Cavernas, Chaves e Chamados 114
Três Visitantes 114
O Terceiro Visitante 115
Meu Anjo Guia 117
Cavernas e Grades 119
A Chave 122
O Significado dos Símbolos 123
Túnel de Luz 126
Dobrando o Universo 128
Pradaria e Lago 130
Infância Espiritual 135
Meu Quarto 137
A Biblioteca 141
Deus, o Tempo e a Lei 142
Voltando a Visitar o Meu Corpo 143
Capítulo Seis: Anjos e Demônios 145
Espíritos Malignos e Tentação 145
Na Casa Noturna 149
Na Corrida de Cavalos 152 
Entretenimento 154 
John M. Pontius � Visões de Glória
8 
Dons Espirituais 155 
As Correntes do Inferno 156 
O Ministério de Anjos 156 
Luz, Trevas, e a Terra 158 
Voando através da America 160 
A Próxima Primavera 161 
Dois Meses mais Tarde 162 
Tropas Estrangeiras 163 
Capítulo Sete: Tribulação e Plenitude 165 
Terremotos e Inundações 165 
Uma Peste Devastadora 174 
A Marca da Besta 181 
Sinais da Segunda Vinda 182 
Revivendo um Menino Morto 183 
Plenitude do Sacerdócio 184 
Conferência Geral 186 
Joseph Smith 190 
Adam-ondi-Ahman 191 
O Filho de Deus 194 
Transformados! 198 
Capítulo Oito: a Jornada Começa 199 
Preparando Nossa Caravana 199 
Outras Caravanas 201 
John M. Pontius � Visões de Glória 
9 
Nosso Enorme Caminhão 202 
Dons do Espírito 206 
Edificar Sião Onde Você Estiver 207 
Mudanças na Terra 209 
Sião no Canada 213 
Conferência em Cardston 215 
Esperando em Cardston 217 
Uma Sociedade em Evolução 220 
Deixando Cardston 228 
A Primeira Vinheta 232
A Segunda Vinheta 237
A Terceira Vinheta 240 
A Quarta Vinheta: o Templo 241 
Capítulo Nove: O Dia Milenar 250
A Caverna 250
Sua chegada em Sião 260
"A Água da Vida" 260
Tornar-se Eterno 264
A Bênção de ser Simples 265
Colunas de Fogo 266
Expandindo Sião 266
Retorno das Dez Tribos 270
Os Portais entre nós 272
John M. Pontius � Visões de Glória
10 
Dois Profetas 276
Lidando com a Guerra 277
Ensino com Poder 279
A Cidade de Enoque 281
Tecnologia Espiritual 282
Transladado versus Milenar 286
O Dia Milenar 288
Os 144.000 290
A Segunda Vinda 294
O Planeta Vermelho 297
Um Novo Céu e uma Nova Terra 299 
Epílogo 302
Apêndice 304
O Sonho de John Taylor (1877) 304
A Profecia de Cardston (1923) por Sols Caurdisto 308
Aviso para a América (1880) 
Pelo Presidente Wilford Woodruff 316
Anjos Destruidores estão Ativos (1931) 
Pelo Presidente Wilford Woodruff 317
Um Grande Teste Aproxima-se (1930) 
por Heber C. Kimball 318
Um Exército de Élderes (1931) por Heber C. Kimball 318
Um Sonho (1894) Charles D. Evans 319
John M. Pontius � Visões de Glória 
11 
O Sonho de Pragas (1884) 325
Profecia de Orson Pratt (1866) 329 
Notas do Tradutor NT1 a NT26 331
Referências nas Escrituras 1 a 65 338
Sobre o Autor 473
John M. Pontius � Visões de Glória
12 
PREFÁCIO
isões de glória: um deslumbrante relato dos últimos dias é 
um relato das três experiências quase-morte de Spencer e 
das visões, nos anos subsequentes, de sua futura jornada 
nos últimos dias1. Todos eles estão relatados aqui 
conforme Spencer os ditou para mim em mais de cinquenta horas 
de entrevistas. Todas as visões e experiências registradas aqui são 
de Spencer, mas a maior parte da linguagem é um resultado do meu 
esforço para colocar em palavras o que Spencer estava descrevendo 
para mim na forma de narrativas. Eu tentei preservar sua escolha 
de palavras e modo de falar, do começo ao fim. 
Spencer jamais havia falado em voz alta da maioria dessas 
visões, e as tem mantido para si, guardadas em seu coração. O que 
significa que ele teve que cavoucar profundamente para encontrar 
palavras para descrever as coisas que não têm paralelo na 
experiência mortal. 
Eu nunca conheci ninguém como Spencer. Ele é amoroso e 
gentil, e o seu rosto literalmente brilha com o Espírito Santo 
quando ele descreve suas experiências. Ele chora só de mencionar 
o nome do Salvador, e ele é profundamente interessado em tudo o 
que é espiritual. O seu comportamento é o de um verdadeiro Santo, 
cuja vida é inteiramente dedicada a Cristo. Eu não encontrei 
qualquer presunção ou arrogância nele, muito pelo contrário. Ele 
parecia ignorar o quão precioso ele é, o quão profundamente 
reveladoras são suas visões e o quão longe ele viu além dos limites 
da visão humana. 
Spencer tem sido membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos 
dos Últimos Dias a vida inteira. Ele atualmente serve como 
oficiante de ordenanças no templo e tem servido em bispados, 
sumo-conselhos, cargos na estaca e muitas outras posições. Ele 
V
John M. Pontius � Visões de Glória 
13 
atualmente serve no conselho consultivo geral para a Igreja e 
possui três pós graduações. 
Spencer morreu quatro vezes, inclusive foi considerado 
natimorto. Spencer me disse uma vez, "Eu não sei por que razão o 
Senhor me abençoou com essas visões. É como se os anjos que 
trouxeram-me de volta à vida a cada vez, deixassem a porta do céu 
entreaberta e os anjos têm continuado a atravessá-la no decorrer na 
minha vida desde então2." 
Três das visões de Spencer foram experiências quase-morte 
clássicas. A primeira levou-o de volta ao seu passado pré-mortal3. 
A seguinte levou-o ao presente e futuro próximo. A terceira 
mostrou-lhe o que iria acontecer no milênio e futuro distante. 
Muitas mais foram visões que ocorreram enquanto desperto, tarde 
da noite, e duranteo sono. Não há de fato um padrão na distribuição 
de suas experiências, mas há um rico padrão no conteúdo. Cada 
sucessiva visão era construída sobre a anterior, dando continuidade 
ao desenrolar da história da sua vida, bem como fornecia o 
necessário discernimento e educação para prepará-lo para suportar 
os desafios que iria enfrentar, muito tempo antes de acontecerem. 
Grande parte das informações em suas visões tem sido difíceis 
para ele interpretar, até recentemente. Esse foi outro motivo porque 
ele disse tão pouco sobre suas experiências ao longo dos anos. 
Por causa da natureza pessoal de cada uma dessas visões, e o 
fato de que elas lidavam com o seu próprio caminho, isso tem 
limitado sua perspectiva das coisas do porvir, a somente os locais e 
eventos em que ele iria participar. Ele não viu o que vai acontecer 
na Europa, América do Sul ou Ásia. Ele não sabe o que resultará de 
guerras ou eventos no mundo. Ele não viu todas as grandes 
destruições da terra e mar, profetizadas pelo livro do Apocalipse, 
porque elas aparentemente não impactarão no futuro de Spencer. 
Mas ele teve profundas visões sobre o futuro da América do 
Norte e de grande eventos e devastações que purificarão e 
reformularão este país e partes do Canadá. Elas incluem invasão 
estrangeira, uma devastadora praga, inundações, sismos, a redivisão 
continental, a divisão da América por um novo despenhadeiro, o 
preenchimento do Golfo do México por uma nova extensão 
John M. Pontius � Visões de Glória
14 
territorial, mudanças de clima e das constelações do céu, o retorno 
das Dez Tribos, o retorno milagroso dos Santos para construir a 
Nova Jerusalém e o Templo, o encontro dos eleitos, os milagres do 
Milênio, a missão e os prodigiosos poderes dos 144.000, e a final 
celestialização da terra ao fim do milênio. Ele viu essas coisas, bem 
como muitos outros eventos assombrosos profetizados nas 
Escrituras, mas nunca antes descritas em tão vívidos detalhes4. 
Spencer começou a ter visões em seus primeiros vinte anos e 
tem sido constantemente admoestado pelo Espírito Santo para 
manter a maioria dessas experiências sagradas e até secretas. As 
poucas vezes que ele tentou relatar suas visões para os outros, isso 
custou-lhe amizades e o expôs ao ridículo e à rejeição em alguns 
casos. 
Spencer, pediu que eu não use seu nome real por várias razões. 
Em primeiro lugar, ele apoia o profeta vivo e seu chamado 
preeminente para receber a revelação da palavra de Deus para a 
Igreja5. Essas visões foram dadas a Spencer para prepará-lo 
pessoalmente para o que estava à frente em sua própria vida. 
Ele nunca considerou que estas visões do futuro foram para ou 
sobre a Igreja do Últimos Dias. Portanto, ele fica relutante em 
divulgar essas visões de forma que elas possam parecer uma 
tentativa de influenciar a Igreja de qualquer forma. Simplesmente 
não é este o caso. Ocultar a sua própria identidade é uma maneira 
eficaz de manter estas questões na ordem correta. 
A segunda razão para Spencer pedir-me que eu não usasse o 
nome dele é que ele não pretende se tornar o foco de perguntas das 
pessoas e da sua busca por respostas. Ele não quer ser o guru de 
ninguém. Ele não quer dar serõesNT1 ou falar em público sobre suas 
experiências. De fato, ele obedientemente manteve suas 
experiências para si mesmo, por quase quarenta anos, em parte para 
evitar este resultado possível de deixar que essas visões fossem 
publicadas. 
Ele tentou falar neste livro de tudo o que o Espírito Santo lhe 
desse palavras para descrever. As visões e acontecimentos que 
foram apenas pessoais ou sagradas demais para compartilhar foram 
retidas. 
John M. Pontius � Visões de Glória 
15 
Fiz-lhe milhares de perguntas buscando detalhes sobre os 
eventos que ele tinha compartilhado. No momento em que este livro 
é publicado, Spencer terá esvaziado o seu A��>	 * /!.*0-*B das 
experiências visionárias que ele é capaz de compartilhar neste 
momento, e ele não deseja ser solicitado por mais informações que 
ele não tem ou não pode compartilhar. 
Outra razão para a sua reticência é que Spencer é um orientador 
profissional de crianças e mantém todas as certificações necessárias 
para trabalhar neste campo. Justificadamente, ele considera o seu 
trabalho com crianças com dificuldades a sua missão na vida, e ele 
não quer que nenhuma forma de reconhecimento ou curiosidade 
interrompam esse trabalho mais importante. 
Encontrei-me com Spencer por meio de uma série de 
circunstâncias improváveis; tanto assim que a possibilidade de que 
seja uma coincidência é inconcebível. 
 Um querido amigo de Spencer, que conhecia pequenos trechos 
de suas experiências, mudou-se para a mesma alaNT10 de minha doce 
e espiritualíssima filha e, com o passar do tempo, eles se tornaram 
grandes amigos. Ao conversarem sobre influências espirituais em 
suas vidas, a minha filha falou de mim, e este amigo de Spencer 
falou dele. Eles decidiram, "devemos apresentar o John ao 
Spencer!B
Depois de algum tempo, minha filha me enviou um SMS com o 
nome de Spencer e a sugestão de que eu ligasse para ele. Ela achou 
que %-:�(*.	 A �-	 '%#�B� como ela fraseou. Eu geralmente não 
correspondo a sugestões como essa porque elas criam situações 
embaraçosas em que achamos difícil encontrar pontos em comum 
para poder "dar liga." 
O amigo do Spencer fez o mesmo com ele, e Spencer ficou 
igualmente relutante em me procurar, pelas mesmas razões. 
Numa certa tarde eu estava andando pela casa, e o Espírito 
sussurrou, "ligue para o Spencer, agora." eu sabia que era o Espírito 
Santo, então eu fui ao meu escritório e peguei meu telefone sem 
saber o que esperar, mas eu sabia que precisava ligar naquele exato 
momento. 
John M. Pontius � Visões de Glória
16 
Spencer atendeu e eu me apresentei. Spencer respondeu em um 
tom mais alegre: "Sim, eu tenho estado ansioso por encontrar-me 
com você! Quando seria a sua primeira oportunidade?" Suas 
palavras me intrigaram porque eu ainda não sabia até então que ele 
também tinha as minhas informações de contato. Eu pensei que eu 
estava ligando sem ele saber de mim. Como nota adicional de 
interesse, durante os muitos meses de entrevistas e redação, tentei 
ligar para o Spencer dezenas de vezes e nunca consegui. A única 
vez em que ele realmente atendeu o telefone foi naquela primeira 
vez que liguei. Em todos os outros casos, eu deixei uma mensagem 
e ele retornou minha ligação. 
Encontramo-nos na semana seguinte e, sem recorrer à hipérbole, 
aquelas duas horas foram as mais espirituais da minha vida. Ele 
começou a me contar um pouco de suas experiências e eu fiquei 
atordoado ao ouvir. O motivo foi simplesmente este: eu tenho 
estudado, procurado, orado e obtido vislumbres do meu próprio 
caminho através dos últimos dias mas eu nunca tinha ouvido uma 
outra pessoa viva falar exatamente dessas mesmas coisas. Naqueles 
primeiros minutos, ele falou daquelas coisas de maneira factual. Eu 
mal podia conter a minha curiosidade e a minha ansiedade por ouvir 
mais. Enquanto eu tinha "aprendido" dessas coisas, ele as tinha 
"visto" e eu estava curioso por ouvir tudo o que ele tinha visto 
porque ele parecia estar descrevendo as peças do meu próprio 
caminho, as quais eu nunca tinha dito a ninguém exceto minha 
esposa. 
Eu entendia quase tudo o que ele estava falando. Depois de um 
tempo, senti o Espírito fortemente dizer que ele estava descrevendo 
coisas que tinha visto, mas não as compreendia totalmente. 
Perguntei finalmente: "Você sabe o que significam estas coisas?B
Ele olhou inocente, e respondeu, "Não, não realmente. Não 
todas." 
Expliquei o pouco que entendi da visão em questão e ele chorou 
jubilosamente confessando, sem qualquer evidente orgulho ou 
pretenção, que ele tinha buscado a maior parte da sua vida pelo 
sentido dessa visão, o qual eu tinha apenas sugerido a ele. Nós 
falamos pelo restante de nossas primeiras horas juntos sobre essas 
John M. Pontius � Visões de Glória 
17 
coisas. A minha compreensãoe suas visões se encaixavam como 
uma luva, dando a cada um de nós um entendimento mais amplo. 
Nós dois estávamos cheios do Espírito Santo em elevado grau, e ele 
a recebia com admiração e espanto. Como eu disse anteriormente, 
foram as duas horas mais espirituais da minha vida, e também as 
mais reveladoras. 
Como nosso tempo aproximava-se do fim, ele simplesmente 
declarou, "Eu ainda não sei como avançar de onde estou hoje, para 
o que agora compreendo ser o significado de minha visão futura." 
O Espírito Santo inspirou-me logo que sai de minha casa a pegar 
uma cópia de um dos meus livros, The Triumph of Zion (O 
Triunfo de Sião). Eu tirei da minha maleta e entreguei a ele, 
dizendo: "Eu me senti inspirado a trazer este livro a você. Pode ser 
que você encontre algumas das suas respostas aqui." 
Para Spencer, esta primeira reunião foi como tombar o primeiro 
dominó. O meu papel de fornecer entendimento diminuiu com o 
tempo, conforme o Espírito Santo rapidamente preenchia os espaços 
em branco que suas visões não tinham revelado plenamente em sua 
juventude, e eles já estavam se tornando mais claros para ele. 
Nos abraçamos e, em seguida, planejamos nos reunir novamente 
na semana seguinte. 
Em algum momento durante o nosso segundo encontro, eu senti 
um forte impulso de fazer anotações, mas ele tinha dito várias vezes 
que ele estava me dizendo coisas que nunca tinha dito a ninguém. E 
estava ouvindo coisas tão grandes e importantes que eu não ousaria 
esquecer de nenhuma delas. As descrições de Spencer eram 
detalhadas acerca tudo. Quando ele "viu" suas visões, ele não as 
percebia como se fossem um filme em movimento; ele era um 
personagem participante da visão em todos os seus sentidos. Ele 
tocara e cheirara as coisas, sentira o triunfo e a tragédia das pessoas 
em torno dele, e experimentara o perigo e o medo exatamente como 
se ele estivesse lá. Ele lembrava de tudo em profundos detalhes, 
porque ele experimentara como se em sua própria carne. 
Finalmente, fiquei arrasado ao pensar na potencial tragédia de 
que todo esse conhecimento ficasse na cabeça de uma só pessoa e, 
em seguida, acabando por se perder. Era como se estivesse a ouvir 
John M. Pontius � Visões de Glória
18 
a João o Amado ou a Moisés descrevendo eventos que o mundo tem 
refletido por muito tempo, e eu estava ouvindo em maravilhosos 
detalhes, datas, horários, locais, mesmo as cidades e os nomes das 
ruas onde as coisas aconteceriam. As suas palavras transportaram-
me a lugares que eu podia ver em minha alma como ele descreveu. 
Eu ansiava e sofría interiormente, sentindo o quão trágico seria se 
essas coisas nunca fossem transmitidas para abençoar os outros 
assim como elas estavam mesmo ali abençoando-me. 
Ao levantarmos para partir pela segunda vez, eu disse algo 
como: "Spencer, não pode ser só uma coincidência nos 
encontrarmos. A sequência de eventos que nos aproximou, 
incluindo minha mudança do Alasca, o seu amigo e a minha filha 
mudando ao mesmo tempo para a mesma ala (congregação da 
Igreja), e mil outros eventos alinhando-se." 
"Eu sei que isso não foi uma coincidência," ele disse suavemente. 
"Foi um milagre". 
"Devo dizer, então, que o fato de que eu sou um escritor Santo 
dos Últimos Dias não pode ser mera coincidência. Proponho que 
você pergunte ao Pai, se eu poderia registrar essas visões que você 
me está a descrever. Deveriam pelo menos ser escritas e não serem 
perdidas para sempre, mesmo que você apenas as conserve e as 
transmita em sua família. Mas desejaria que o Pai celestial pudesse 
finalmente nos permitir publicá-los para o benefício de todo o 
mundo. Estas coisas parecem demasiado preciosas para ficarem 
escondidas com uma pessoa, em suas memórias. Eu acho que todo 
o mundo cristão se alegraria em saber estas coisas." 
Spencer ponderou isso com uma expressão de questionamento. 
Ele me tinha informado que lhe fora várias vezes dito para não 
divulgar qualquer destas coisas sagradas até que o Senhor lhe 
dissesse que estava na hora. Finalmente, ele sorriu e disse: "Eu vou 
pedir ao Pai encarecidamente, e estou muito interessado em sua 
resposta." 
Fiquei sem saber o que pensar, sem saber se eu tinha 
ultrapassado algum limite sagrado mas ainda acreditando que eu 
tinha dito a verdade, que tudo isto não deve ser perdido. Eu também 
fora tocado pela sua resposta cheia de fé. 
John M. Pontius � Visões de Glória 
19 
Meu Amigo Apostólico 
Nós nos reunimos em seu escritório uma semana mais tarde, e 
ele me contou esta história: "todos esses anos eu me senti 
dolorosamente só, por não poder falar das coisas que tenho visto em 
visões. Elas tornaram-se uma parte importante de mim, de quem eu 
sou, e do que eu estou fazendo com a minha vida, e eu fui obrigado 
a silenciar-me. 
"Até eu relatar essas coisas a você eu nem sequer me dava conta 
de que elas poderiam vir a se realizar plenamente em minha vida ?
principalmente considerando minha situação pessoal, falta de saúde, 
e fraquezas. Sempre soube que são verdadeiras, mas só 
recentemente eu passei a suspeitar que velas virão a se realizar. Fui 
perseguido e rejeitado nas poucas vezes em que me abri, mesmo que 
só um pouquinho. Tenho estado muito sozinho com isso por um 
longo período de tempo. Tem sido um dos aspetos mais difíceis da 
minha jornada. 
"Uma das minhas atribuições na Igreja, por muitos anos, 
envolvia visitas mensais ao Edifício dos Escritórios da Igreja em 
Salt Lake City. Encontro-me com várias autoridades gerais e passei 
a conhecer e amá-los pessoalmente. Ao longo dos anos, me tornei 
um bom amigo de um dos membros do Quórum dos Doze. Nos 
tornamos amigos íntimos. Nós, como ele costumava dizer, 
"partimos pão" juntos e passei momentos maravilhosos em sua 
companhia em numerosas ocasiões. 
A�ma noite, enquanto sozinho com ele, fui inspirado a contar-
lhe uma das minhas visões. Ele ouviu com muito interesse e, em 
seguida, concluiu, dizendo-me que era de Deus e que eu deveria 
entesourá-la em meu coração, transcrevê-la, e não falar dela até que 
o Senhor me ordenasse6. Ele também aconselhou-me a não tentar 
interpretar o significado da mesma. Ele disse, "quando o Senhor 
quiser que você entenda, ele irá enviar alguém, ou dar-lhe o 
significado, mas, até então, é a vontade de Deus que você mantenha 
estas coisas para si mesmo e não tente interpretá-las sem mais 
revelação.B
John M. Pontius � Visões de Glória
20 
"Meu amigo apóstolo tornou-se uma força e uma fonte de 
grande conforto para mim. Ele se tornou uma fonte de segurança 
neste véu de lágrimas e a minha fonte de paz, de que o que eu via 
era de Deus e não algo de que eu devesse ter vergonha ou medoB
Spencer olhou para baixo por alguns momentos antes de 
continuar. Quando ele olhou para cima, ele estava quase em 
lágrimas. "Quando o meu querido amigo morreu, chorei sua perda 
tão profundamente como se ele fosse meu pai ou meu filho. Eu não 
pude superar aquela dor por um longo período de tempo. Senti que 
não só tinha perdido um amigo querido, um apóstolo do Senhor, 
mas também a única pessoa na terra a quem me tinha sido dada 
permissão pelo Senhor, para compartilhar minhas experiências. 
"Eu chorei sua morte por meses. Às vezes eu não tinha vontade 
de comer ou dormir. Achei difícil funcionar corretamente. Eu estava 
a afundar em depressão. Então uma noite eu fui despertado por 
alguém ao lado do meu leito. Eram cerca de duas horas da manhã, 
e eu fui repentinamente desperto. Sentei-me e percebi que um 
mensageiro celeste estava de pé ao lado do meu leito. Este mesmo 
mensageiro me tinha conduzido através de muitas experiências 
visionárias, ainda assim eu nunca soube o nome dele, nem estava 
autorizado a perguntar-lhe. Movimentei-me como se fosse sair da 
cama e, em vez de dar um passo atrás para permitir-me fazê-lo, ele 
apenas sorriu para mim. 
"Ele não mexia os lábios, mas ele falou comigo do jeito que eu 
tinha me familiarizado nas visões, em que a informação apenas flui 
em minha mente e no meu coração na voz do meu visitante.Eu era 
capaz de responder da mesma forma, mas a maioria das vezes me 
esquecia e fazia minhas perguntas em voz alta. 
"Ele disse, 'Spencer", e eu sabia porque ele tinha vindo desta 
vez: porque o meu querido amigo, o Apóstolo, lhe tinha pedido. Ele 
irradiava amor e interesse ao continuar, "Você não deve chorar o 
passamento de seu amigo tão profundamente. Ele está incomodado 
pela sua tristeza por ele e sabe que você entende que ele está muito 
feliz, finalmente em paz, livre de dor e está indo em frente com o 
seu trabalho. Ele ama a você e, portanto, pede que você deixe de 
chorar por eleB
John M. Pontius � Visões de Glória 
21 
"Eu me senti disposto a fazer tudo o que o anjo me pediu para 
fazer, e senti aquela profunda sensação de perda e luto rapidamente 
esvair-se. A paz substituiu a perda no meu coração. Mas eu tinha 
mais uma pergunta para ele. Eu disse, 'não tenho mais ninguém a 
quem o Senhor deu-me permissão para falar sobre minhas 
experiências. Eu acho que estou em luto por essa perda tambémB
"O anjo sorriu e respondeu, "Eu compreendo, mas será apenas 
por um pouco mais de tempo. O senhor vai enviar o John (João) 
para sua vida. Ele vai entender a você e às suas visões. Você pode 
dizer-lhe tudo o que você já experimentou. Ele irá ajudar também 
você a compreender. Basta ser paciente até lá." 
Spencer disse-me que o anjo recolheu a luz à sua volta e 
desapareceu. Spencer deitou-se de novo e, depois de um longo 
tempo, caiu no sono. 
Spencer me olhou de forma penetrante e acrescentou: "Quando 
você primeiro me chamou e pediu para nos encontrarmos, foi então 
que eu percebi que o seu primeiro nome é John (João). A partir 
daquele dia passei a perguntar ao Pai fervorosamente se você era o 
John a quem o anjo se referira." 
E eu respondi, "Certamente ele estava falando de alguém mais 
importante do que eu ? como João, o Amado, ou João Batista, ou 
talvez alguém da Cidade de Enoque!B
Spencer sorriu e disse: "Não, ele estava falando de você. Você 
é AoB John (João), que o anjo prometeu-me que estava para chegar. 
Esperei oito anos para que a promessa fosse cumprida. Tenho 
rogado ao Senhor, e Ele me deu permissão para contar-lhe toda a 
minha experiência e para permitir que você escrevesse certas partes 
dela para serem publicadas." 
Spencer disse que acredita que esta foi uma das razões porque 
havíamos nos encontrado neste momento. "Espero que alguma coisa 
que incluamos neste livro possa abençoar a alguma alma e possa dar 
esperança e clareza na preparação para o que se avizinha." 
O Espírito ardeu como fogo na minha alma, testemunhando ali 
e ainda me afirmando hoje, de que é verdade. Marcamos um outro 
encontro e, a partir daquele dia, nos encontramos pelo menos uma 
vez por semana por um período de seis meses. Juntos, produzimos 
John M. Pontius � Visões de Glória
22 
um volume de anotações e mais de cinquenta horas de entrevistas 
gravadas. 
O que você está prestes a ler é, ao meu modo de pensar, o mais 
completo e poderoso entendimento sobre os últimos dias que já 
chegou a uma pessoa comum. 
Não é escritura e não deve ser considerado como tal. Não é 
profecia para ninguém, mas a Spencer apenas. É simplesmente um 
relato de como o Senhor tem preparado um homem humilde, meu 
amigo Spencer, para sua missão nos últimos dias. Você e eu, somos 
apenas afortunados como testemunhas casuais, por assim dizer. 
Como já referi anteriormente, nada disto é ficção; tudo está de 
acordo com o que me disse Spencer, que assume a responsabilidade 
pelo seu conteúdo. 
É algo que você nunca pode esquecer.
NOTA DO AUTOR
história de Spencer chegou aos meus ouvidos como uma 
narrativa que, em espírito de oração, condensei em um 
relato das viagens de Spencer além do véu. Desde os 
primeiros dias de entrevistas e perguntas, Spencer, leu e 
releu o que escrevi, e ele declarou que este livro é um relato 
verdadeiro e rigoroso da sua experiência visionária. 
Optei por escrever na voz do Spencer, porque todas estas coisas 
vieram dele. De forma nenhuma eu inventei pessoas ou eventos para 
dar substância ao relato ? embora eu tenha interpretado muito de 
sua narrativa a fim de torna-la clara, sequencial e compreensível. Eu 
também tentei preservar o seu modo peculiar de expressão e 
personalidade. 
Spencer e eu mudamos todos os nomes para proteger as 
identidades e suprimimos a localização exata de alguns eventos. Em 
alguns casos, atenuamos a descrição de alguns acontecimentos 
terríveis para manter este livro apropriado ao público geral. Temos 
removido tudo o que pudesse incitar medo ou pânico ao ser lido por 
alguém incapaz de compreender pelo Espírito Santo a mensagem 
maior de esperança e de libertação. 
O apêndice no final deste livro contém outras notáveis 
experiências visionárias semelhantes às de Spencer. Elas foram 
reproduzidas aqui sem modificação e talvez sejam mais explícitas 
do que seria adequado a leitores menores. 
As Escrituras dizem-nos que os tempos de tribulação estão 
próximos7 e que aqueles que estão no caminho da justiça ? que têm 
tomado o Espírito Santo como guia e que têm alinhado seus 
corações e desejos com Cristo, regozijar-se-ão com as mudanças. 
Quem participar nos cenários dos últimos dias em retidão, irá 
A
John M. Pontius � Visões de Glória 
24 
crescer em força até que não haja medo, andando em grande poder 
e revelações para realizar seus labores. 
As Escrituras dos Últimos Dias também ensinam-nos que, à 
medida que o tempo se aproxima do retorno de Cristo, aqueles que 
suportarem o dia irão erguer-se para a plena glória de Sião. 
TransladaçãoNT6 será comum entre nós, e aprenderemos a viver sem 
doença ou morte. Vamos aprender a operar na plenitude do 
sacerdócio, e reuniremos em Sião os eleitos do mundo. Ali lhes 
ensinaremos, lhes administraremos as sagradas ordenanças e os 
protegeremos enquanto eles percorrem seu próprio caminho à Sião 
de Cristo nos últimos dias. Haverá anjos entre nós, mensageiros 
celestiais e milagres ainda maiores do que aqueles que livraram os 
filhos de Israel do Egito. E, no devido tempo, teremos o próprio 
Senhor entre nós. A Igreja irá erguer-se à plena glória total de seu 
chamado e vai ser a voz profética de orientação que todos 
seguiremos ao concluir esta grande dispensação da plenitude dos 
tempos. 
Estes serão dias gloriosos ? tempos para nunca mais serem 
esquecidos ? que serão canonizados nas Escrituras e histórias e 
canções que serão cantadas enquanto existirem descendentes de 
Adão, a longo das eternidades que nos esperam. 
? John M. Pontius 
1 � Despertado pela Morte 
25 
Capítulo Um 
DESPERTADO PELA 
MORTE 
Minha Primeira Experiência com a Morte 
u nasci morto. Quando entrei neste mundo, a minha pele 
era azul escura e preta. O médico lançou um olhar a mim 
e me entregou a um dos quatro enfermeiros da sala de 
operação. Eu era pequeno e pré-maturo, e a enfermeira 
não encontrou pulso ou respiração. Ela envolveu meu corpo 
inanimado em um jornal e me deitaram em uma pia de inox. A 
minha mãe estava sangrando muito, e a enfermeira com pressa para 
ajudar o médico. Eles disseram-lhe que eu fui natimorto e 
continuaram a cirurgia para salvar a sua vida. Ela mesma nunca me 
contou isso, mas eu descobri depois que ela sentira-se aliviada por 
eu não ter sobrevivido pois ela não queria essa gravidez. 
Segundo a minha mãe, quando a enfermeira voltou-se para 
cuidar do meu corpo inanimado, enrolado em jornal, ela encontrou-
me lutando para respirar. Eles imediatamente me levaram para o 
Hospital Infantil da Primária para ver se eu poderia, por fim, 
sobreviver àquele sofrimento. 
Mais tarde, depois que minha mãe tinha se recuperado um pouco 
da cirurgia e haver uma pequena esperança de que eu poderia 
sobreviver, eles informaram-lhe que seu bebê natimorto havia 
"enrubescido um pouco." 
Quando meu pai tinha dezoito anos, ele e alguns amigos saíram 
para um passeio divertido. Eles estavam bebendo e dirigindo, e 
atingiram um idoso do ladoda estrada e o mataram. O meu pai foi 
considerado culpado de homicídio veicular. Mas a Segunda Guerra 
Mundial tinha recém irrompido, de modo que o juiz o "condenou" 
E
John M. Pontius � Visões de Glória 
26 
a se juntar à Marinha. Ele serviu na Marinha até o fim da guerra. A 
culpa, vergonha e remorso devido à morte trágica daquele homem 
idoso atormentaram meu pai para o resto da sua vida, o que 
contribuiu para o fim da sua filiação e interesse pela religião, 
embora seus pais mantiveram-se sempre fiéis e continuaram a 
envolvê-lo e a orar e se preocupar com ele. 
Ele e mamãe casaram-se, para o desgosto dos pais de ambos, e 
eles mantiveram um relacionamento escabroso e abusivo. Após seu 
divórcio, minha mãe se recusou a falar sobre meu pai com quem 
quer que fosse, para o resto de sua vida. Nunca me encontrei com 
ele e sabia pouco mais sobre ele do que referências enfurecidas e 
comentários de menosprezo de outros membros da família. 
No momento do meu nascimento, meus pais haviam se separado 
recentemente mas ainda não divorciado. Mãe ficara grávida pouco 
antes da separação em uma última tentativa desesperada para salvar 
o seu casamento. O divórcio resultou desagradável e verbalmente 
abusivo. O meu pai foi embora e recusou-se a sustentá-la ou aos 
meus irmãos mais velhos. Quando ela percebeu que ela estava 
grávida, ela ficou inicialmente irritada, em seguida furiosa e depois, 
deprimida e ressentida da sua situação e da pouca vida dentro dela. 
Minha mãe voltou a trabalhar como enfermeira. 
O pai de minha mãe era um ministro leigo Metodista. Quando 
mamãe tinha casado com o meu pai, que era "Mórmon", seu pai lhe 
havia repudiado e lhe disse que ela já não era uma cristã e que ela e 
seus filhos iriam todos para o inferno. Quando percebeu que não 
podia sustentar sua família, mamãe contatou a seus pais para pedir 
ajuda. Seu pai reafirmou que ela não era bem-vinda em sua casa. 
Ela nunca se sentira mais rejeitada, isolada e abandonada. Isso foi 
sentido como mais uma rejeição e abandono na sequência de 
rejeições que ela tinha vivido desde jovem até o tempo presente. 
A mãe de meu pai, minha avó facilmente convenceu meu avô 
de que precisavam acolher minha mãe e apoiá-la até que ela pudesse 
se restabelecer. Então, neste momento de grande necessidade, 
minha mãe e nós, crianças, fomos carinhosamente acolhidos na casa 
de meus avós paternos. O meu avô era bispo no momento, e a minha 
avó era oficiante no templo local. Eles eram baluartes na Igreja e 
1 � Despertado pela Morte 
27 
eram pessoas amorosas. Na minha juventude minha avó tornou-se a 
pessoa mais querida na minha vida. 
Os meus avós foram uma influência tão amorosa e cheia de fé 
sobre a minha mãe, que ela se juntou à Igreja cinco anos após o meu 
nascimento. Eles foram a solidez na sua vida, e na minha. Eles 
nunca nos falharam. Temos vivido uma vida abençoada e, por causa 
da influência constante e sincera dos meus avós, de carinho e 
generosidade, a minha mãe foi capaz de cuidar de nossas 
necessidades financeiras. Muitas vezes eu passei sem as coisas que 
eu queria como criança, mas eu nunca senti que éramos pobres. Eu 
me senti seguro e amado. 
No decurso de minha profissão como terapeuta infantil e 
familiar, tenho visto muitas outras crianças cujas vidas e almas 
foram dilaceradas pelas mães, que não se davam conta de que 
estavam prejudicando a criança ainda por nascer, ao viverem vidas 
de raiva e ressentimentos, pelas circunstâncias da concepção de sua 
criança. 
Eu tenho lutado com essas questões por toda minha vida e 
provavelmente escolhi minha atual profissão para tentar curar 
minhas feridas pré-natais. Não foi até 1983, quase trinta e três anos 
mais tarde, que eu finalmente compreendi o que havia realmente 
acontecido, e fui capaz de perdoar a ela e ao meu pai. 
Esse entendimento veio mais dolorosa e inesperadamente na 
segunda vez em que eu morri. 
Minha Primeira Experiência Pós Morte 
Era setembro de 1983, e eu estava tendo problemas de saúde 
com infecções internas crônicas, especialmente em meus rins, 
combatendo vários cálculos renais. Os médicos queriam saber se 
meus rins tinham sido danificados pelos contínuos problemas 
renais. O meu médico recomendou um raio-x com tintura de 
contraste iodada para realçar qualquer dano que pudesse ter 
ocorrido. Era supostamente um procedimento de rotina. 
Eu tinha trinta e três anos e tinha terminado um duplo mestrado 
e estava frequentando a escola para concluir o doutorado. Cada vez 
John M. Pontius � Visões de Glória 
28 
que eu tinha este distúrbio renal, eu tinha que ficar em casa, perder 
tempo no trabalho e atrasar meus estudos. O médico finalmente 
mencionou que eu deveria simplesmente parar de beber 
refrigerante, dizendo que, se não fosse pelos refrigerantes, ele 
estaria desempregado. Fiquei impressionado com o quão simples 
era solução e fiquei surpreso que ele não tinha mencionado isso anos 
antes. Parei de beber refrigerante, e nunca tive problemas renais 
desde então. 
Eu estava muito bem casado com Lyn (não é seu nome 
verdadeiro, é claro) a essas alturas. Tivemos cinco filhos e achei que 
já tínhamos parado de fazer filhos. Ainda éramos dedicados 
estudantes, embora eu estivesse trabalhando em tempo integral em 
um hospital. Estávamos ansiosos para concluir o meu curso de 
doutorado para que eu pudesse tornar-me um professor livre-
docente e começar a minha própria prática privada. Eu já estava em 
diversas faculdades como professor e instrutor. 
Chegamos na clínica um pouco mais cedo para preencher a 
papelada. Eu tinha de vir em jejum. Nós nos sentamos na sala de 
espera, escutei o meu nome ser chamado. Antes do processo ter 
início, fui vestido em um avental de hospital. Fui escoltado para 
uma estreita mesa de metal e orientado a deitar de costas. Haviam 
tubos e frascos de líquido pendurados acima da minha cabeça. 
As paredes do quarto eram verde hospital. Uma máquina de 
raios x preta dominava a parede do fundo. O piso era de concreto 
verde com uma borda preta. As paredes combinavam. Era uma 
típica sala de procedimentos de hospital da década de 1970. 
Eu estava sentindo medo do procedimento, mas achei que era 
necessário, então aquiesci quando a enfermeira iniciou o intravenal. 
Ela era jovem, loira e atraente. Eu achei que ela estava em seus trinta 
e poucos. Eu gostei de sua simpatia, alegria e confiança. 
Conversamos sobre o procedimento e possíveis complicações. Ela 
explicou alguns dos possíveis sintomas de uma reação alérgica ao 
corante que ela cuidadosamente injetava no meu braço. 
Ela disse, "Se você se sentir um fluxo..." E naquele exato 
segundo comecei a sentir um fluxo. 
1 � Despertado pela Morte 
29 
Ela continuou, "Se você sentir a sua pele coçar..." E eu comecei 
a sentir coceira severamente por todo o meu corpo. 
Ela disse, "Se você sentir pressão no peito ou se sentir como se 
não conseguisse respirar..." exatamente quando eu senti uma 
sensação de horrível esmagamento no meu peito, como se um 
elefante se sentasse sobre mim. Eu tentei dizer, "Eu não consigo 
respirar!" Mas não consegui pronunciar as palavras. Coloquei o meu 
braço e mão livres no meu pescoço e os passava rapidamente sobre 
minha garganta, tentando fazer enfermeira entender que eu estava 
em apuros. Eu peguei a minha garganta, gesticulando o que eu sabia 
ser o sinal universal de asfixia. 
Foi nesse momento que a enfermeira compreendeu os meus 
toques e percebeu que algo estava seriamente errado. Ela correu 
para a parede e apertou um grande botão vermelho. A campainha 
tocou em alto e bom som, e uma voz gravada do alto falante da 
clínica começou a repetir "código azul, quarto vinte e quatro! 
Código azul, quarto vinte e quatro!" Tendo trabalhado no hospital 
por muitos anos, eu tinha respondido a esse chamado muitas vezes, 
nunca prevendo que um dia eu seria o objeto de um anúncio como 
este. 
A próxima coisa de que eu me lembro foi que meu espírito 
estava afundando para baixo através da mesa. Eu estava deolhos 
bem abertos, não querendo perder qualquer parte desta experiência, 
e eu sentia meu espírito afundar até eu poder ver a parte inferior da 
mesa. Não queria ficar embaixo da mesa, e em um instante eu me 
encontrei ao lado da mesa de procedimento olhando para o meu 
corpo inanimado estendido diante de mim8. 
O grande relógio preto e branco na parede à direita diante de 
mim mostrava 09:20 hs. 
A enfermeira tentou encontrar pulso e não conseguia. Ela 
xingou e gritou com a sala de controle, "Estou perdendo ele! Estou 
perdendo ele!B Um técnico apressou-se ao quarto. 
Imediatamente as pessoas reuniram-se para tentar reanimar-me. 
Um médico a quem eu não tinha visto antes correu para o quarto e, 
por algum motivo, eu imediatamente soube que ele estava tendo um 
caso com a enfermeira que começou o intravenal. Era uma grande 
John M. Pontius � Visões de Glória 
30 
surpresa para mim que eu soubesse disso. Vi a minha mente cheia 
de novas informações que vinham a mim mais do meu coração do 
que dos meus sentidos habituais. Eu também sabia que essa 
enfermeira recentemente se havia divorciado. Eu sabia o quanto ela 
valorizava e também temia este relacionamento com o médico que 
já estava trabalhando ao seu lado para salvar-me. Eu sabia o quanto 
ela se esforçava para ser boa em sua profissão e, ainda assim, ser 
uma boa mãe para seus dois filhos em casa. Eu sabia que ela tinha 
terríveis problemas financeiros. Eu sabia tudo sobre ela, realmente 
todos os detalhes de sua vida, e todas as suas decisões, medo, 
esperança e ações que havia criado a sua vida. Eu podia ouvir a sua 
mente gritando de medo. Ela estava a orar por ajuda, tentando 
assumir o controle do seu medo e lembrar-se de seu treinamento. 
Ela desesperadamente não queria que eu morresse. 
Eu olhei para as outras pessoas na sala e foi com grande espanto 
que eu pude ouvir seus pensamentos e conhecer os detalhes sobre 
as suas vidas9, tão vividamente como a da enfermeira. 
Há uma maior sensibilidade espiritual que vem de estar morto 
que eu nunca houvera suposto ou ouvira falar antes. Eu sabia o que 
cada um estava pensando. Na verdade, ela era mais do que apenas 
saber o que eles estavam pensando. Eu também sabia de todos os 
detalhes de suas vidas. Eu sabia se eles eram pessoas boas ou ruins, 
se eles eram honestos ou corruptos, e eu sabia de todos os atos que 
os tinham trazido ao seu atual estado. Não era algo que eu sentia ou 
podia ver, era apenas o conhecimento que estava em mim. 
O que foi ainda mais interessante a mim foi que eu não me senti 
julgando a nenhum deles. Eu simplesmente sabia estas coisas. Era 
como saber que uma rosa é vermelha; não é algo para se julgar mas 
apenas o jeito que a flor é. 
O que me fez sentir, o que era totalmente novo para mim, foi 
uma rica compaixão por eles e suas circunstâncias. Uma vez que eu 
sabia tanto sobre eles, eu também sabia de suas dores e de sua 
motivação para tudo o que tinham feito e que os tinha levado até 
este momento. Também senti seu medo de me perder. 
As suas ações e as reações eram calculadas, forçando-os a 
manter a calma. Somente no médico que trabalhava comigo senti 
1 � Despertado pela Morte 
31 
uma espécie de distanciamento que lhe permitiu agir com menos 
emoção. Sentindo seu medo e o impacto total da sua vida fez-me 
experimentar sua dor quase tão intensamente como eles a sentiam, 
e eu tinha total compaixão por eles. Eu não sentira temor por mim 
mesmo até então. Eu estava ocupado demais tentando entender 
todas estas novas sensações. 
Eu estava um pouco mais longe. Eu acho que eu tinha me 
afastado um pouco para dar-lhes espaço para trabalhar no meu 
corpo, porque eles estavam caminhando ou correr pelo mesmo 
espaço onde eu tinha estado. 
"Eu devo estar morto", lembrei-me de pensar. Eu tive de 
repensar esse processo algumas vezes antes que realmente caísse a 
ficha. Estou morto! finalmente me toquei, eu vi o meu corpo sobre 
a mesa, e eu numa nova forma corporal pairando acima, com total 
conforto e sem dor. Apenas há pouco tempo, eu estava na maior dor 
que eu jamais sentira, e agora eu estava completamente livre de toda 
dor e dos cuidados do tabernáculo de carne. Agora eles 
desapareceram. Foi um alívio descobrir que estar morto não causa 
qualquer grande angústia. Só aceitei que eu estava morto porque eu 
estava olhando para o meu corpo ali em cima da mesa. Eu estava ali 
em pé assistindo todas essas pessoas tentando reavivar-me. Eles 
estavam a gritar comandos e pedidos e a injetar-me com muitas 
substâncias para ressuscitação. 
A próxima consciência que eu tive foi que eu era capaz de 
compreender muitas coisas ao mesmo tempo. Eu não necessitava de 
me concentrar em uma única coisa qualquer, porque todas elas eram 
claras ao meu entendimento. Eu senti que eu podia compreender 
infinitas quantidades de conhecimento e focar em um número 
infinito de assuntos, dando a cada um a minha absoluta atenção. Isso 
foi incrível para mim e tão diferente da minha experiência como um 
esforçado pós-graduando, tentando memorizar volumes de 
informação. 
John M. Pontius � Visões de Glória 
32 
Minha Vida Revista 
Neste momento, comecei a ter uma visão de toda a minha vida10. 
Por ter essa nova capacidade de compreender tantas coisas de uma 
só vez, a visão era completamente envolvente, importante e curiosa 
para mim, mas eu ainda tinha uma plena compreensão de cada 
médico e enfermeiro em volta de mim e o que estava acontecendo 
com o meu corpo. 
A primeira coisa que vi foi a minha mãe levando-me em seu 
ventre. Eu não apenas a via, eu completamente compreendia a ela, 
toda a sua vida, suas dores e tristezas, cada pensamento que ela teve, 
cada decisão que ela tinha tomado, cada emoção que sentiu. Eu 
percebi que, em toda a minha vida, eu realmente não conhecia a 
minha mãe em completamente. Eu sempre a vira da perspectiva de 
uma criança, e eu nunca tinha sido capaz de desculpa-la totalmente 
por não me querer. Ela me contara a história de como o meu pai 
biológico a tinha abandonado grávida, paupérrima e sem-teto. Ela 
nunca havia falado indelicadamente do fato de eu ter nascido. No 
entanto, a vida inteira ela sempre deixou bem claro que os filhos 
eram um grande fardo para ela, e que ela foi deixada sozinha e sem 
ajuda para sustentá-los. 
Eu agora a percebia de modo completamente diferente. Assisti 
a minha própria concepção, e todas as emoções do momento. Com 
tudo isto, não houve julgamento de mim ou de Deus. Eu me sentia 
sem emoção sobre aquilo exceto maior compaixão por minha mãe. 
Eu vi que ela tinha outros dois filhos, sendo eu o terceiro. 
Observei-lhe cada suspiro, cada decisão, cada medo e lágrimas que 
ela derramou. Eu vi muitas pessoas, na sua maioria profissionais 
amigos, tentando convencê-la a abortar-me ou me dar para adopção. 
Disseram-lhe que seria um lembrete constante do meu pai 
incompetente e o que ele tinha feito para ela. Também vi outros, 
seus amigos e líderes da Igreja, inclusive meus avós, tentando 
convencê-la a manter-me e criar-me. 
Vi e senti o processo decisório de minha mãe até chegar à 
conclusão de me manter. Era como se ela tivesse passado por esse 
processo tantas vezes que ela podia ver os resultados desta escolha 
e como isso afetaria a ela e a mim para o resto de nossas vidas. Ela 
1 � Despertado pela Morte 
33 
se sentia tão sozinha e rejeitada. Ela se sentia como fracasso, e 
simplesmente incapaz de criar um outro filho. No entanto, ela 
também era uma enfermeira que havia cuidado de mulheres em 
situações semelhantes à dela própria, e ela sentia que não deveria 
sujeitar o seu próprio filho ao processo de adoção. Ela concluiu que 
doar-me para viver com outra família não traria nada de bom para o 
bebê ou para si mesma. Ela tinha extrema dificuldade com amor, 
confiança e relacionamentos. Ela estava enfrentando sua própria 
depressão e sentimentos de perda, portanto amor não foi uma grande 
parte da sua decisão. Ela pensava coisas como, "dois erros não 
corrigem o erro anterior"e "Eu preciso limpar os meus próprios 
erros." A sua decisão não foi baseada no amor. Ela foi baseada na 
racionalização. Ela me manteve pelo dever e pela responsabilidade. 
Ela não tinha sido criada por pais amorosos. Seu pai era duro e 
fisicamente abusivo. A mãe era uma inválida que ficava em sua 
cama na maior parte do dia. Como eu já notara, ela tinha sido 
repudiada por seus pais, e ela sabia como isso é horrível para uma 
criança. Por isso, agora ela estava escolhendo fazer o que era certo, 
não o que era conveniente. Sua depressão e perda levou o amor 
materno para longe dela. 
Percebi também que eu estivera envolvido na vida de minha 
mãe antes de eu nascer. Eu tinha sido, de certo modo, um anjo 
ministrador para ela, assistindo e protegendo-a suas através dos 
momentos difíceis até meu nascimento. Era um entendimento 
pacífico e reafirmador para mim. Eu queria nascer dela, mesmo em 
circunstâncias difíceis, e ela havia tomado a difícil decisão de 
manter-me. Eu experimentei o amor que eu tinha por ela antes de eu 
nascer, e ele se manteve comigo desde sempre. Ele tem sido um 
Bálsamo de Gileade à minha alma e me permitiu não só perdoá-la, 
mas também plenamente compreendê-la como uma pessoa 
completamente diferente, ela realmente me amara, muito antes que 
ela ou eu tivéssemos nascido. 
Eu vi todos os acontecimentos de sua vida levando até ela ir ao 
hospital para parir-me. Eu sentia seu medo e raiva a cada passo do 
seu caminho. Ela não era saudável nem física nem emocionalmente. 
O As sombrias emoções daqueles dias minaram minha vida e 
John M. Pontius � Visões de Glória 
34 
roubaram de meu corpo em gestação a vitalidade que precisava para 
sobreviver. 
Eu vi minha mãe em trabalho de parto e fui surpreendido ao ver 
muitos anjos presentes no meu nascimento. Duas das enfermeiras 
na sala de parto não eram mortais, mas eram anjos. Elas eram ou 
seres transladados ou ressurretos, porque elas tinham corpos. Elas 
agiam como os outros enfermeiros, mostrando emoções e recebendo 
ordens. Mas eles estavam lá apenas para ajudar a mulher e o filho 
que estava morrendo no momento do nascimento. 
Minha mãe se sentiu tão sozinha. A sua principal emoção foi de 
abandono e tristeza. Ela não sabia nada sobre esses anjos que ali 
estavam ajudando-a, o que parece ser o caso da maioria das 
intervenções angelicais. Temos ciência de muito pouco do que os 
anjos fazem. Nas suas dores de parto nestas tristes circunstâncias, 
ela não percebia que todos esses personagens espirituais estavam lá, 
interferindo, protegendo e trazendo vida. Mesmo em seu desespero, 
seres divinamente comissionados estavam ali dando-lhe força e 
amorosamente ajudando-a, para que ela e eu pudéssemos ter uma 
vida juntos. 
Enfermeiras Angélicas 
Como eu estava vendo o meu próprio nascimento, vi que o meu 
pequeno corpo natimorto era, de fato, preto e azul escuro. Assisti a 
enfermeira verificar batimento cardíaco com um estetoscópio. 
Como não ouviu mais nada, ela envolveu-me em jornal porque eu 
estava coberto de sangue e fluidos escuros. Eu até cheirava mal, e 
ela não queria sujar as toalhas do hospital. Ela tristemente colocou-
me na pia e voltou para a operação. 
As duas enfermeiras que foram designadas para cuidar do meu 
corpo recém-nascido afastaram-se da minha mãe e começaram a 
trabalhar comigo, apesar do fato de que eu estava morto. Percebi 
que eram duas anjas, e elas foram assistidas por outros anjos 
invisíveis diante de descendo dos portais do céu. Cheguei mais perto 
deles. Eles tinham puxado o jornal para revelar o meu rostinho 
franzido. Ele estava preto, coberto de sangue, se eu estivesse no meu 
1 � Despertado pela Morte 
35 
eu mortal, aquela imagem, sem dúvida alguma, me faria mal. Em 
espírito, eu achei curioso e triste, e ainda mais interessante que essas 
duas enfermeiras estavam movendo suas mãos para dentro e para 
fora do meu corpo. Era quase como se estivessem fazendo 
ressuscitação, mas suas mãos estavam efetivamente penetrando 
meu corpinho. A cada passagem minha pele ficava um pouco mais 
rosada, um pouco mais viva. 
Eu podia ouvi-las falando espiritualmente uma com a outra, 
coordenando e concentrando seus esforços para socorrer-me. 
Grande parte de seu discurso era louvor e oração, pedindo a Deus 
que abençoasse seus esforços e exaltando Seu poderoso desígnio. 
Elas tinham urgência, mas nem um pouco temerosas ou 
desanimadas. Eu que eles não conseguiam me ver, ou pelo menos 
não deram sinal de que me viam assistir ansiosamente. 
Eu vi o corpinho dentro da pia, o meu próprio corpo, ofegante, 
lutando para viver. A enfermeira puxou o jornal abrindo um pouco 
mais virou para o médico. Seu rosto era sereno, mas a sua voz era 
de surpresa fingida. Ela gritou, "doutor! eu acho que esse bebê ainda 
está vivo! Ele ficou corado!B
Por esta altura o médico havia salvo minha mãe e estancado o 
sangramento interno. Dirigiu-se ao redor, suas mãos 
ensanguentadas erguidas à frente. O seu rosto era incrédulo; no 
entanto, ele caminhou para a pia. Ele olhou para o relógio na parede, 
preparando-se para anunciar o horário da morte do menino. Quando 
ele me olhou, ele ordenou que as mesmas enfermeiras que 
ressuscitaram-me me tirassem da pia e me aquecessem. Elas 
viraram as costas, e carregaram para o mal assistido e mal operado 
berçário. Fui imediatamente transferido para Hospital Infantil da 
Primária onde eu lutei por semanas para permanecer vivo. Fui 
colocado num velho respirador artificial de ferro até conseguir 
respirar sozinho. 
Quando alguém vê a sua Avida repassadaB, que é como eu chamo 
o processo, passa a ver tudo através da grande lente objetiva do amor 
de Deus. Eu estava vendo todo o meu nascimento e a minha vida 
adulta, pelos olhos de todos: da minha mãe, meus, dos meus irmãos, 
dos meus avós e dos meus amigos e mesmo de pessoas com quem 
John M. Pontius � Visões de Glória 
36 
eu só tinha interagido acidentalmente. O sentimento avassalador 
para mim foi que esta experiência era como assistir ao meu próprio 
funeral, era ver a sua vida contada por todos aqueles que te 
conheciam - na verdade, todos em seu mundo. Cada pessoa teve a 
experiência de você de forma única e diferente. Nem tudo era 
lisonjeador ou correto, mas oh! que tesouro de informações foi 
adquirido a partir desse singular ponto de vista! 
Eu vi tudo de bom que fiz, todo o amor que eu dei, o serviço e 
a bondade, mas também vi toda tristeza e dor que eu havia causado. 
Eu vi todos os meus erros e como todos foram afetados por eles. Eu 
vi alguns erros que não afetam somente a uma pessoa, mas seus 
filhos, e os filhos deles e assim por diante. Eu vi todo o 
encadeamento de ações através do tempo até que sua energia fosse 
dissipada. Felizmente, eu era jovem, e eu havia tentado viver uma 
vida correta mesmo na minha juventude, de modo que esta revisão 
da vida não foi desagradável de ver. Algumas das coisas que eu vi 
me deixaram satisfeito comigo mesmo. Senti-me como se eu fosse 
a única pessoa que estava sendo condenatória sobre minha vida. 
Eu compreendia tudo em detalhes perfeitos. Neste grande e 
revelador detalhamento, vi-me como cada pessoa me via. Todos os 
da sentença foi correta e na justiça. O bom e o mau, tudo era filtrado 
pela luz de Cristo, e o seu julgamento era claro, justo e 
misericordioso. Não podia haver disputa, porque a minha vida foi 
registrada em perfeitos detalhes. Eu sabia que era verdade, e eu 
sabia que era justo. 
Eu ainda estou espantado com o quão objetiva foi a revisão da 
minha vida. Não houve nenhum julgamento ou emoção sobre 
minhas ações, quer de mim ou de Deus. Eu vi e percebi como minha 
vida influenciou meus colegas de escola, minha mãe e meus irmãos. 
Isso mudou a minha perspectiva sobre quase todas as pessoas da 
minha vida. Na revisão, eu vivi minha vida através dos olhos dos 
outros. Eu entendi com perfeita clareza como as minhas decisões os 
afetaram, que emoções eles experimentaram por minha causa, e o 
impacto que as minhas palavras e atos tiveram sobreeles pelo resto 
de suas vidas. Eu vi o que suas vidas foram, antes, durante e depois 
de eu ter cruzado com eles. Eu também vi o verdadeiro resultado 
1 � Despertado pela Morte 
37 
dos seus atos sobre mim, que por vezes era muito diferente do que 
eu havia percebido no momento. 
Quando eu considerei do ponto de vista do meu pai biológico 
em relação a estes acontecimentos, ao abandonar e divorciar da 
minha mãe, eu aprendi que não era só egoísmo, não era só 
narcisismo, como eu havia suposto por toda minha vida. Quando ele 
percebeu que minha mãe estava grávida, ele sabia, ou pensava que 
sabia, que eu ficaria melhor sem ele. Isso pode não ter sido 
verdadeiro, mas que foi a sua percepção. Ele sabia que suas escolhas 
na vida só poderiam prejudicam-me. Ele não me abandonou por 
causa do egoísmo ou apenas pelo alcoolismo, como eu tinha sido 
ensinado. Ele realmente pensava que eu ficaria melhor sem ele. 
Eu entendi a sua dor, sua infância, seus conflitos com seus pais, 
e seu relacionamento com o pai. Eu entendi as coisas perfeitamente, 
como nenhum mortal pode compreender, durante a vida mortal; 
nem mesmo o meu pai entendia deste modo. Eu percebi pela 
primeira vez que meu pai realmente amava muito a minha mãe. A 
sua fraqueza e histórico bloqueavam sua capacidade de deixar que 
o amor triunfasse em suas decisões. Eu também vi o amor de Cristo 
e o amor do Pai Celeste por ele, não importa que erros ele tivesse 
cometido. 
Este serviu para mudar completamente o meu julgamento sobre 
meus pais, e a minha opinião sobre porque tinham feito o que 
fizeram. Esta nova perspectiva criava um grande conflito em mim 
porque ela mudou quase todo o julgamento e conclusão que eu tinha 
feito durante a minha vida. Ela foi toda varrida numa fração de 
segundo naquela perspectiva imortal. Eu vira coisas que agora me 
forçavam a abandonar a minha ira e ressentimento. Literalmente 
levou décadas desde então para conciliar aquilo que me ensinaram 
quando criança com o que eu tinha visto realmente acontecer. Às 
vezes minhas emoções e velhos pensamentos causavam um amargo 
conflito dentro da minha mente e alma. Esse foi o conflito que levou 
tanto tempo para resolver, pois eu sabia a verdade agora, mas o meu 
lado Ahomem naturalB lutou contra as visões espirituais adquiridas 
através deste experiência não-terrena. 
John M. Pontius � Visões de Glória 
38 
Não sei, é claro, se o conflito teria continuado se eu tivesse 
realmente morrido. Talvez, teria sido resolvido no amor de Deus, 
porque tudo isso veio a mim sem julgamento ou oposição. 
Quando voltei ao meu corpo, em vez de morrer, e retomei a 
minha vida, no entanto, era difícil conciliar a minha antiga crença 
com tudo o que eu tinha visto em visão. Eu estava habituado a 
pensar e considerar de uma forma, porém eu espiritualmente sabia 
uma verdade maior, uma tal verdade a qual minhas emoções tinham 
dificuldade de submeter-se, como um floco que permanece em uma 
folha por todo verão, recusando-se a ceder ao calor do sol. Nem sei 
dizer se hoje já terminei essa tarefa. 
 Um dos obstáculos para a reconciliação dessas emoções 
conflitantes foi que meu pai já havia morrido a essa altura, e eu não 
podia resolver tudo isso com ele. A minha mãe não tinha me 
permitido nem mesmo ver o meu pai enquanto ele ainda estava vivo. 
A sua forte convicção e suas conclusões e a raiva dominavam todas 
as conversas que tivemos sobre o meu pai. Ela recusava-se a alterar 
sua posição de justificado ressentimento que ela havia formado 
dentro si. Isso a protegia da crueza de sua dor vir à superfície 
novamente e ficando exposta. Eu nunca consegui falar na sua 
presença as palavras amorosas que eu tinha guardado na minha 
mente sobre ele. Finalmente tive de concluir que deixaria essas 
conversas e ideias nas mãos amorosas de nosso Salvador para o 
momento em que Ele sabia, na sua precisão impecável, que minha 
mãe finalmente fosse capaz de entender através de suas ternas 
misericórdias. Não foi até após a morte da minha mãe que fui capaz 
de começar a reconciliar-me com ela através de várias experiências 
espirituais com ela, além do véu. 
Tenho tido experiências espirituais, não sonhos ou visões, mas 
visitas tanto do meu pai como da mãe desde então, as quais me 
ajudaram a trazer a paz para a minha alma e, eu acho, para a deles. 
Em uma ocasião, ouvi a porta da sala de espera do meu 
escritório abrir e fechar. Alguém entrou pela porta para a sala de 
espera. Eu estava no meu escritório a escrever anotações de 
pacientes logo após a minha sessão anterior. Eu disse sem olhar para 
cima, "Por favor, sente-se. Já lhe atenderei." Eu ouvi, quem quer 
1 � Despertado pela Morte 
39 
que fosse, sentar-se na poltrona. Quando eu acabei de escrever e abri 
a porta, não havia nenhum humano ali. Tive a forte impressão de 
que meu pai estava no meu escritório. Pela mesma voz interior eu 
tinha ouvido durante a minha experiência quase-morte, ele me deu 
uma data específica, que era o aniversário da sua morte. Eu percebi 
que ele estava a pedir-me para ir ao templo, naquela data. Fi-lo com 
todo o prazer, pensando que eu iria ver o meu pai. Mas eu passei 
pela sessão sem vê-lo e sem mesmo sentir a sua presença. 
Ao me vestir, eu novamente senti a sua presença, e a mensagem, 
dada na mesma forma poderosa, foi a de que ele já era digno de 
entrar no templo, e ele queria que eu fosse com ele. Era uma doce 
mensagem. Ela expressou volumes que ele se havia preparado, 
arrependeu e agora era digno de entrar no templo. Como resultado, 
eu sabia que ele tinha aceitado e se beneficiado das nossas 
ordenanças em seu nome. Isso foi e é um conforto para mim. 
 Um dos maravilhosos entendimentos eu ganhei de minha 
primeira experiência quase-morte foi em relação a minha irmã mais 
velha que engravidou aos dezesseis anos. Eu nunca tinha entendido 
o poderoso efeito que isso teve sobre ela ou sobre o resto de minha 
família. Enquanto eu estava vivendo aqueles momentos, eu tinha 
somente a minha perspectiva. Eu era o terceiro filho e o meu auto 
atribuído papel em nossa família foi o de pacificador. Eu tentava 
manter a harmonia na nossa família, inserindo-me em tudo, 
incluindo coisas que não eram da minha conta. Eu vi que o meu 
juízo dela e de suas circunstâncias não era correto, embora eu 
estivesse tentando manter a paz. 
Eu vi o impacto que a gravidez teve no meu irmão mais velho. 
Assisti ele ter uma longa caminhada de três a quatro horas. Eu 
experimentei o que ele estava pensando e sentindo e que ele sentia 
que tinha fracassado com ela e com o resto de nós, de alguma forma. 
Eu percebi, pela primeira vez, que ele decidiu naquele momento e 
lugar, a fazer mudanças em sua própria vida, de modo que ele jamais 
nos desapontasse. Eu estava tão surpreso de ver como ele estava 
preocupado com seus irmãos e irmãs, e assumiu responsabilidade 
por nós. Eu ignorava a intensidade de seus sentimentos até que os 
John M. Pontius � Visões de Glória 
40 
vi na revisão da minha vida. Isso deu-me grande empatia e respeito 
por ele. 
Também senti a dor da minha irmã e todos os motivos para a 
sua dor. Eu não estava ciente, até ver naquela visão, que a minha 
mãe e os pais do pai do bebê os tinha levado em um carro para Las 
Vegas para casar os dois. Eu vi a dor e a tensão no carro enquanto 
viajávamos. Eu vivi os acontecimentos com ela de uma forma que 
nem mesmo os mortais presentes poderiam ter experimentado. Foi 
a primeira vez que eu realmente entendi minha irmã e me condoí 
por ela. Eu vi o meu jovem impacto sobre ela e como ela se sentiu 
banida, rejeitada e julgada por mim e pela sua família. Tive grande 
empatia por ela e isso gerou ternura na nossa relação pelos anos que 
se seguiram. 
Eu perguntei à minha mãe e irmã anos mais tarde para confirmar 
aquilo que eu tinha visto. Minha mãe e irmã ambas reconheceram 
que aquele havia sido de fato um casamento à ponta de espingarda. 
Esta confirmação deu-me um rico senso de compaixão e 
proximidade com a minha família. Foi uma amplailustração do 
impacto da minha vida na deles e por que nossas vidas são hoje da 
forma como são. 
Meu Amigo, o Valentão 
Eu tinha medo, em minha juventude, dos valentões da escola, 
especialmente do Jake. Ele era um ano mais velho, maior, e 
simplesmente malvado. Ele parecia ter prazer em me aterrorizar. 
Pelo menos uma vez por semana, Jake me batia ou fazia algo 
agressivo e malvado comigo. Eu ia para casa com muitos 
machucados e olhos roxos por causa dele. Naqueles dias os adultos 
achavam melhor que os meninos resolvessem seus próprios 
problemas e aprendessem a defender-se sozinhos, e a minha mãe e 
avós incentivaram-me a aprender a me defender em vez de 
interferirem na minha vida. Até que, na quinta série, finalmente tive 
a coragem de revidar. No repasse da minha vida, eu vi aquele dia. 
Eu também vi minha recém descoberta coragem dessa perspectiva, 
que incluía o horrível abuso que ele próprio recebia de seu pai. 
1 � Despertado pela Morte 
41 
Quando enfrentei o Jake e revidei, ele mudou totalmente sua 
forma de pensar sobre o seu mundo. Eu vi que ele se sentia 
impotente e vítima dele próprio. O meu pequeno ato de coragem lhe 
mostrou que ele não estava em controle. Ele nunca mais me 
perseguiu nem a qualquer outra pessoa novamente. Ele foi alterado 
por essa experiência. Ele se tornou meu amigo porque eu tinha 
inconscientemente lhe dado a chave para libertar-se da sua própria 
tirania. A nossa nova amizade permitiu que Jake resolvesse os 
conflitos de relacionamento com o seu próprio pai. Ele ganhou mais 
corajem para enfrentar seu pai por causa de minha ação. Assim 
como Jake parou de me atacar, seu pai parou de abusar dele, quando 
Jake se recusou-se a submeter-se, o seu pai de fato foi embora pouco 
tempo depois. 
Perceber o impacto que a minha amizade causou nele, foi uma 
revelação para mim. Eu nunca tinha suspeitado que houvesse 
qualquer motivação para suas agressões exceto malvadeza. Após a 
visão, eu entendi por que ele estava descontando sua frustração em 
mim e em outros. 
No repasse da minha vida eu aprendi que tudo isso foi 
divinamente concebido, que ambos precisávamos desta estreita 
relação, e ela tinha que começar com suas agressões, a fim de curá-
lo. Eu vi que eu tinha concordado em tudo isso antes de nosso 
nascimento. Nossa amizade, divinamente pré-ordenada, teve um 
impacto duradouro na sua cura, em seu relacionamento com a 
família e sobre mim. Eu não teria aprendido essas coisas sem ele. 
O que eu aprendi, vendo tudo isso foi que nosso relacionamento 
foi projetado por Deus e teve um impacto significativo sobre nós 
dois. Ambos mudamos. Parei de ter medo de valentões e da vida em 
geral. Não só minhas ações iniciaram a cura do seu abuso, mas sua 
parte na minha vida iniciou a minha cura também. Percebi que o 
medo não era necessário e que eu podia me defender e, até mesmo, 
fazer amigos por causa da minha coragem. Essa descoberta ainda 
me influencia até hoje. Nosso relacionamento foi pré-ordenado e 
projetado por Deus para nos salvar. Em meu pensamento hoje, 
valeram a pena os poucos hematomas que me custou. 
John M. Pontius � Visões de Glória 
42 
A última coisa que fizemos antes de Jake formar-se e mudar-se, 
foi encenar o musical Oklahoma! Ele fez o Jud e eu fiz o Curly. No 
musical, Jud e Curly são apaixonados por Laurey. Curly confronta 
Jud sobre sua malvadeza com os outros e eles ficam mais ou menos 
amigos. Mas depois Laurey concorda em se casar com a minha 
personagem, Curly, e Jud invade o casamento e ameaça Curly com 
uma faca. Na briga que se segue, Jud cai sobre sua faca e morre. 
Curly, é claro, fica com a garota. A peça era uma metáfora do nosso 
relacionamento, o que não escapou de nenhum de nós. 
Muitas vezes tenho perguntado por que razão Deus permitiu-me 
ver essa repassagem da minha vida, sabendo que eu não estava 
realmente morrendo. Eu achava, antes desta experiência, que você 
via a sua vida repassada apenas uma vez, quando você realmente 
morre. Perguntei-me por muitos anos porque Deus me daria este 
poderoso entendimento da minha própria vida e, em seguida, 
enviar-me novamente à mortalidade. 
Nossos Relacionamentos Vêm de Deus 
A verdade é que ver estas coisas mudou a minha vida para 
sempre, e me deu uma nova perspectiva sobre todos os meus 
relacionamentos e o propósito da minha própria vida. Não acredito 
que eu poderia ter feito tudo o que eu tinha prometido fazer sem 
estas experiências. Na verdade, estou certo disso. 
Agora sei que os relacionamentos não são apenas 
acontecimentos causais ou coincidências. Todos esses eventos 
acontecem para finalidades divinas. Eles ensinaram-me que Deus 
realmente nos abençoa nos detalhes de nossas vidas. Essas 
interações e relacionamentos, quem pode parecer aleatórios no 
momento, são designados para abençoar e aperfeiçoar a nossa vida. 
 Desde essa intensa revisão da minha vida, tenho olhado para a 
vida e os relacionamentos como se fossem um quebra-cabeças, 
ciente de que todas as coisas e as relações têm impacto divino. A 
minha pergunta desde então foi onde está o propósito divino deste 
momento presente, deste evento, desta relação, ou dessa pessoa 
entrando em minha vida? O que tenho para aprender com essas 
1 � Despertado pela Morte 
43 
interações e essas pessoas que entram ou saem do palco da minha 
experiência? Comecei a orar para que Deus revelasse estas coisas a 
mim e que Ele me guiasse para abençoar essas pessoas, em vez de 
deixar-me vaguear sem saber, através de suas vidas. A minha oração 
tornou-se: "Deixa-me ser a tua voz, deixa-me ser as tuas mãos, 
deixa-me estar conscientemente envolvido, para que eu possa ser 
inspirado a fazer a tua obra em suas vidas." Eu tenho pessoalmente, 
falhando nesse propósito às vezes mas, conforme amadureci, minha 
capacidade aumentou gradualmente e minha resolução firmou-se. 
Desta perspectiva da minha vida revista, alguns acontecimentos 
da minha vida, que eu achava que eram simples ou banais, 
resultaram ser significativas e propositadas aos olhos de Deus. Deus 
realmente conta cada momento de nossas vidas e, se deixarmos que 
Ele nos guie, esses momentos se tornam eternamente significativos. 
É interessante para mim que o impacto negativo das minhas 
ações sobre as pessoas não era o tema da revisão da minha vida. Ele 
estava lá, e eu o vi, mas isso parecia menos importante do que o bem 
que eu fiz e sua reação em cadeia nessas vidas. Quando eu vi as 
partes negativas da minha vida, a mensagem para mim não era o 
quão ruim eram mas que, se eu desse continuidade a esses 
comportamentos, eles potencialmente teriam me afastado do 
trabalho específico que o Senhor tinha para eu realizar em minha 
vida. Não era condenatória, apenas instrutiva. Para alcançar o meu 
potencial máximo eu precisava cumprir com os compromissos que 
eu tinha feito na minha vida premortal senão eu não cumpriria com 
os objetivos da minha vida. Tenho de lembrar-me de que Deus não 
estava mostrando a revisão da vida a alguém que estava deixando a 
mortalidade, de modo que a minha experiência pode não ter 
enfatizado meus erros mais no sentido de incentivar e ensinar-me. 
Tenho a sensação de que se eu tivesse realmente morrido, não teria 
havido propósito em me alertar e o peso dos meus atos negativos 
seriam de maior consequência. 
Descobrir os convênios que fizemos na premortalidade para 
cumprir na terra é uma descoberta que se desdobra continuamente. 
Às vezes só podemos ver um pequenino passo adiante, e outras 
vezes somos abençoados com uma ampla visão do que nos 
John M. Pontius � Visões de Glória 
44 
tornaremos e do que faremos. Eu estava sendo ensinado de que eu 
tinha de escolher deliberadamente permanecer no caminho que 
Deus colocava diante de mim, não importa como isso chegasse ao 
meu conhecimento, fazendo tudo corretamente tanto quanto 
soubesse fazer. 
Já que eu não estava morrendo de fato, o grande efeito da 
revisão da minha vida foi mostrar-me que eu tinha a escolha 
fundamental da minha vida. Eu estavalivre para escolher o que 
quisesse; no entanto, minhas escolhas iriam ou levar-me para a luz 
ou deixar-me na escuridão. 
Aprendi também que as nossas vidas estão todas registradas em 
algum lugar, detalhe a detalhe, sem falha. Tudo o que fazemos 
interessa, nada é apenas trivial. Tudo é profundamente significativo, 
a vida tem um sentido e é cheia de propósito. 
Nossas Vidas Importam 
Eu aprendi a não minimizar o que está acontecendo na minha 
vida. Tento ver tudo o que faço como sendo de valor eterno. Eu 
aprendi e me disciplinei, a acreditar que eu não sou apenas uma 
simples pessoa com pouco valor ou impacto sobre o mundo. Tudo 
o que fazemos tem importância, e Deus está envolvido nos detalhes 
de nossas vidas. Eu acredito que se pode dizer até mesmo que Ele 
está nos detalhes minuciosos de nossas vidas. Eu costumava pensar 
que Deus era um pai divino e firme que nos enviou à terra apenas 
dizendo: "Vá, e vamos ver como você se sai depois de morrer." Mas 
a verdade é que para Ele, e seus anjos, nós somos mesmo a Sua obra 
e a Sua glória. Somos o que Ele está fazendo. Somos o que Ele é. 
Eu aprendi que a família, irmãos e irmãs, primos e tios e tias têm 
propósito divino, as filiações e parentescos. Mesmo que seja mais 
fácil criticar ou ignorar as pessoas, na verdade esses parentescos são 
cheios de propósito11. 
Eu aprendi que realmente existe um +-*�!..*	 !	 A1*'/�-	 !	
re'�/�-B	na nossa vida presente, o qual não utilizamos corretamente. 
Eu recomendo que nos habituemos a fazer isso nas nossas orações19
diárias pessoais e em família, bem como em nossos 
1 � Despertado pela Morte 
45 
relacionamentos, que pratiquemos o voltar e relatar. "Isto é o que o 
Senhor me pediu que fizesse hoje, isso foi o que eu fiz, e isso foi o 
que aconteceu" e, em seguida, suplicar pela intervenção eterna nos 
detalhes. 
Aprendi que toda a nossa existência é desse modo. Deus dá-nos 
algum elemento necessário para a nossa jornada, mesmo antes de 
nascermos, então ele dá-nos tempo para explorar e experimentar a 
vida, e, em seguida, ele exige de nós um relatório. Agora, ele nos 
deu um corpo e uma experiência mortais, e todos nós seremos 
requeridos a apresentar um relatório. A contabilidade das nossas 
vidas vai ser nos muitos pormenores, pois nossos próprios corpos 
contam a história das nossas vidas. Cada parte de nós tem escrito 
sobre ela tudo o que fazemos, pensamos, e somos. O Senhor pode 
ler tudo isso na sua totalidade. Ele pode e vai nos ler como um livro, 
para ele está tudo dentro de nós, escrito em nossos próprios ossos, 
coração e nervos. 
Prioridade e Propósito da DispensaçãoNT2
Finalmente, aprendi que existe uma prioridade e propósito para 
cada dispensação, por que estamos aqui neste momento. Não é 
fortuito. Não é por acaso. É divinamente arquitetado. Quando nós 
fizermos o nosso relatório final, vamos ver uma vez mais todas as 
razões por que nós viemos para a terra agora, os propósitos 
interativos e convênios que fizemos que destinaram cada um de nós 
à terra no nosso momento e local específicos para fazer coisas 
específicas. Para nós mortais, esta é uma noção nebulosa, mas a 
Deus, ela é uma ciência exata, uma matemática divina por assim 
dizer. Ele registra cada ato de nossas vidas, incluindo Sua constante 
direção, que a maioria de nós ignora. 
Nós gastamos tanto tempo nos divertindo e agradando a nós 
mesmos que não percebemos plenamente o quão verdadeiramente 
importante é para Deus cada momento e cada interação. A maioria 
de nós está de tal maneira aprisionada em nossas próprias vidas de 
negócios e lazer, que sequer sentimos a mão de Deus dirigindo 
Keiko Mottola Oliveira
Keiko Mottola Oliveira
Keiko Mottola Oliveira
John M. Pontius � Visões de Glória 
46 
nossas vidas, tampouco conseguimos ouvir a sua voz, que está 
constantemente orientando-nos. 
Toda esta informação me veio muito rapidamente enquanto eu 
estava ali assistindo os médicos tentando reanimar o meu corpo. 
Todas essas coisas estavam acontecendo ao mesmo tempo, e eu 
poderia concentrar-me em todas elas. 
Visitando Minha Esposa em Espírito 
Tornei-me consciente de que minha esposa estava sentada na 
sala de espera. Ela havia lido uma revista no momento em que o 
sistema de alto-falantes começou a bradar "código azul! código 
azul!" Lyn começou a se preocupar comigo, temendo ser eu que 
estivesse em apuros. Eu sabia que ela estava preocupada da mesma 
maneira que eu sabia tudo sobre as enfermeiras e médicos. Eu quis 
estar perto dela, e eu instantaneamente apareci ao lado dela. Eu 
aparentemente me movi à velocidade do pensamento. Não me 
lembro de andar ou passar através das paredes, eu só apareci ali. 
Toda a minha atenção foi para ela, mas isso não diminui o meu 
entendimento ou total atenção ao que ainda estava acontecendo ao 
seu redor no meu corpo. Eu sabia que tinha atravessado duas 
paredes para estar na sala de espera com ela, mas eu não tive a 
experiência de passar por elas. 
Eu estava parado próximo a ela. Eu poderia descrever tudo sobre 
ela. Eu sabia exatamente o que ela estava sentindo e pensando. Eu 
sabia o que ela havia lido na revista que ela recém pusera no colo. 
Ela estava preocupada e desejava que alguém viesse lhe dizer que 
eu estava bem, que não era uma parada cardíaca. 
Eu pensei, aqui estou. Estou morto e fora do meu corpo, e eu 
não consigo sequer me comunicar com você. Eu senti empatia pelo 
seu medo e dor, mas fui surpreendido com um dilema, até um pouco 
engraçado. Eu podia vê-la e ouvir seus pensamentos, mas eu não 
poderia falar com ela de uma forma que ela pudesse compreender. 
Lembro-me de pensar, como é que eu vou fazer você saber que 
eu estou muito bem, embora já não esteja vivo?
Keiko Mottola Oliveira
1 � Despertado pela Morte 
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Comecei a me perguntar se ela seria capaz de sentir-me, ou me 
ouvir talvez, se eu passasse através dela. Pedi a ela na minha mente 
se eu poderia ter a sua permissão para passar por ela. Mesmo ela 
não estando consciente de mim, o espírito respondeu: "Sim." E eu 
instintivamente sabia que tinha que ter a sua permissão para fazer 
isso. Eu entendi isso, mas não tenho certeza por que ou como. Não 
até então, mas depois eu comecei a entender que entrar no corpo de 
outra pessoa é muito invasivo, e um espírito justo procura sempre 
permissão se tiver necessidade. Maus espíritos esperam por 
oportunidades quando estamos espiritualmente fracos ou depois de 
nos ter tornado vulneráveis por desobediência às leis de Deus, e eles 
entram em nós num ato de violência espiritual. 
Após o seu espírito responder que eu podia, eu me movi através 
dela, e imediatamente entendi a diferença entre seu corpo físico e o 
seu corpo espiritual. O seu eu físico não tinha consciência de que eu 
estava interagindo com ela. Sua pessoa espiritual, no entanto, estava 
plenamente consciente de mim e do que eu estava a tentar fazer e 
dizer. O problema foi que, como a maioria dos mortais, ela estava 
apenas consciente do seu corpo físico ? cativa a ele, por assim dizer, 
e não estando em sintonia com o seu espírito nesse momento de sua 
vida. 
Eu percebi que mover-me através dela não adiantava nada em 
minha tentativa de me comunicar com ela. Ao passar por ela, eu 
aprendi muitas coisas sobre como sua experiência de mortalidade 
tinha sido ? como é que se sente como mulher, de ser amada, de ser 
protegida, e agora de sentir receio pelo seu protetor. Eu entendi 
completamente, incluindo como era ter os nossos filhos e filhas, e 
como era difícil viver com as minhas doenças e dificuldades. 
Anjos entre Nós 
Lyn estava sentada em uma sala de espera lotada. Depois que 
passei por ela sem ter efeito, comecei a olhar ao redor do quarto. Eu 
podia ver que havia muitas pessoas espirituais no quarto junto com 
os mortais que ali estavam. 
Keiko Mottola Oliveira
John M. Pontius � Visões de Glória 
48 
Os mortais pareciam muito diferentes das pessoas em espírito. 
Mortais tem um aspecto sólido e parecem estar completamente 
inconscientes

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