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O DESLUMBRANTE RELATO DE UM HOMEM SOBRE OS ÚLTIMOS DIAS VISÕES de GLÓRIA CONFORME RELATADAS A JOHN PONTIUS Edição contendo índice de referências das Escrituras Padrão dos Santos dos Últimos Dias VISÕES DE GLÓRIA Conforme Relatadas a John M. Pontius entre 2011 e 2012 Tradução não autorizada para a língua portuguesa, para uso pessoal apenas. Cópias, reproduções ou reenvio só podem ser autorizados pelo editor Por Jesus Cristo, por toda boa coisa. A Terri, minha melhor amiga e companheira de jornada, que me ensinou a coisa mais importante que eu conheço. A Spencer, por uma vida de apego 5 A��--� ! "!--*B. Também de John M. Pontius Following the Light of Christ into His Presence Millennial Quest Series: Spirit of Fire (formerly Angels in Coveralls) Angels Among Us Angles Forged in Fire Angels and a Flaming Sword, Part 1 Angels and a Flaming Sword Part 2 We Three Kings The Triumph of Zion Outros livros, ensaios, e trilhas sonoras de serõesNT1 estão disponíveis no site: www.followndotheLuz.org E no UnBlog http://unblogmysoul.wordpress.com John M. Pontius � Visões de Glória 5 Conteúdo Prefácio 12 Meu Amigo Apostólico 19 Nota do Autor 23 Capítulo Um: Despertado pela Morte 25 Minha Primeira Experiência com a Norte 25 Minha Primeira Experiência Pós-Morte 27 Minha Vida Revista 32 Enfermeiras Angélicas 34 Meu amigo, o Valentão 40 Nossos Relacionamentos Vêm de Deus 42 Nossas Vidas Importam 44 Prioridade e Propósito da Dispensação 45 Visitando Minha Esposa em Espírito 46 Anjos entre Nós 47 O Ministério dos Anjos 53 O Poder da Queda 56 Explorando o Hospital 59 A�01%) *B � �� !%-� ! �. �! -�. 60 O Propósito das Coisas 61 Nossa Glória Pré-mortal 62 Um Clamor por Justiça 64 Retornando ao Meu Corpo 65 John M. Pontius � Visões de Glória 6 Muitas Diferentes Experiências de Morte 67 De Volta para Casa 68 Capítulo Dois: Paraíso Perdido 69 Reorganizando Minha Vida 69 Nunca Estamos Sós 71 Redirecionando Minha Vida 72 Taiti 75 O Diorama do Inferno 79 A Oração Intercessora 81 Amado Profeta 86 Capítulo Três: Visão do Salvador 91 Visão do Salvador 91 O Que Está Contido em um Nome? 94 Saber Realmente 96 Até que Ponto o Homem Decaiu 96 Tentando Fazer Sentido 97 Curar as Crianças 99 Camadas de Significados 100 Capítulo Quatro: Provações Agravando-se 102 À Espera da Morte 102 O Conselho do Apóstolo 104 Câncer 105 Cirurgia no México 107 John M. Pontius � Visões de Glória 7 Minha Bela Anja 108 Você Não Vai Morrer 111 Estou Curado! 113 Capítulo Cinco: Cavernas, Chaves e Chamados 114 Três Visitantes 114 O Terceiro Visitante 115 Meu Anjo Guia 117 Cavernas e Grades 119 A Chave 122 O Significado dos Símbolos 123 Túnel de Luz 126 Dobrando o Universo 128 Pradaria e Lago 130 Infância Espiritual 135 Meu Quarto 137 A Biblioteca 141 Deus, o Tempo e a Lei 142 Voltando a Visitar o Meu Corpo 143 Capítulo Seis: Anjos e Demônios 145 Espíritos Malignos e Tentação 145 Na Casa Noturna 149 Na Corrida de Cavalos 152 Entretenimento 154 John M. Pontius � Visões de Glória 8 Dons Espirituais 155 As Correntes do Inferno 156 O Ministério de Anjos 156 Luz, Trevas, e a Terra 158 Voando através da America 160 A Próxima Primavera 161 Dois Meses mais Tarde 162 Tropas Estrangeiras 163 Capítulo Sete: Tribulação e Plenitude 165 Terremotos e Inundações 165 Uma Peste Devastadora 174 A Marca da Besta 181 Sinais da Segunda Vinda 182 Revivendo um Menino Morto 183 Plenitude do Sacerdócio 184 Conferência Geral 186 Joseph Smith 190 Adam-ondi-Ahman 191 O Filho de Deus 194 Transformados! 198 Capítulo Oito: a Jornada Começa 199 Preparando Nossa Caravana 199 Outras Caravanas 201 John M. Pontius � Visões de Glória 9 Nosso Enorme Caminhão 202 Dons do Espírito 206 Edificar Sião Onde Você Estiver 207 Mudanças na Terra 209 Sião no Canada 213 Conferência em Cardston 215 Esperando em Cardston 217 Uma Sociedade em Evolução 220 Deixando Cardston 228 A Primeira Vinheta 232 A Segunda Vinheta 237 A Terceira Vinheta 240 A Quarta Vinheta: o Templo 241 Capítulo Nove: O Dia Milenar 250 A Caverna 250 Sua chegada em Sião 260 "A Água da Vida" 260 Tornar-se Eterno 264 A Bênção de ser Simples 265 Colunas de Fogo 266 Expandindo Sião 266 Retorno das Dez Tribos 270 Os Portais entre nós 272 John M. Pontius � Visões de Glória 10 Dois Profetas 276 Lidando com a Guerra 277 Ensino com Poder 279 A Cidade de Enoque 281 Tecnologia Espiritual 282 Transladado versus Milenar 286 O Dia Milenar 288 Os 144.000 290 A Segunda Vinda 294 O Planeta Vermelho 297 Um Novo Céu e uma Nova Terra 299 Epílogo 302 Apêndice 304 O Sonho de John Taylor (1877) 304 A Profecia de Cardston (1923) por Sols Caurdisto 308 Aviso para a América (1880) Pelo Presidente Wilford Woodruff 316 Anjos Destruidores estão Ativos (1931) Pelo Presidente Wilford Woodruff 317 Um Grande Teste Aproxima-se (1930) por Heber C. Kimball 318 Um Exército de Élderes (1931) por Heber C. Kimball 318 Um Sonho (1894) Charles D. Evans 319 John M. Pontius � Visões de Glória 11 O Sonho de Pragas (1884) 325 Profecia de Orson Pratt (1866) 329 Notas do Tradutor NT1 a NT26 331 Referências nas Escrituras 1 a 65 338 Sobre o Autor 473 John M. Pontius � Visões de Glória 12 PREFÁCIO isões de glória: um deslumbrante relato dos últimos dias é um relato das três experiências quase-morte de Spencer e das visões, nos anos subsequentes, de sua futura jornada nos últimos dias1. Todos eles estão relatados aqui conforme Spencer os ditou para mim em mais de cinquenta horas de entrevistas. Todas as visões e experiências registradas aqui são de Spencer, mas a maior parte da linguagem é um resultado do meu esforço para colocar em palavras o que Spencer estava descrevendo para mim na forma de narrativas. Eu tentei preservar sua escolha de palavras e modo de falar, do começo ao fim. Spencer jamais havia falado em voz alta da maioria dessas visões, e as tem mantido para si, guardadas em seu coração. O que significa que ele teve que cavoucar profundamente para encontrar palavras para descrever as coisas que não têm paralelo na experiência mortal. Eu nunca conheci ninguém como Spencer. Ele é amoroso e gentil, e o seu rosto literalmente brilha com o Espírito Santo quando ele descreve suas experiências. Ele chora só de mencionar o nome do Salvador, e ele é profundamente interessado em tudo o que é espiritual. O seu comportamento é o de um verdadeiro Santo, cuja vida é inteiramente dedicada a Cristo. Eu não encontrei qualquer presunção ou arrogância nele, muito pelo contrário. Ele parecia ignorar o quão precioso ele é, o quão profundamente reveladoras são suas visões e o quão longe ele viu além dos limites da visão humana. Spencer tem sido membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias a vida inteira. Ele atualmente serve como oficiante de ordenanças no templo e tem servido em bispados, sumo-conselhos, cargos na estaca e muitas outras posições. Ele V John M. Pontius � Visões de Glória 13 atualmente serve no conselho consultivo geral para a Igreja e possui três pós graduações. Spencer morreu quatro vezes, inclusive foi considerado natimorto. Spencer me disse uma vez, "Eu não sei por que razão o Senhor me abençoou com essas visões. É como se os anjos que trouxeram-me de volta à vida a cada vez, deixassem a porta do céu entreaberta e os anjos têm continuado a atravessá-la no decorrer na minha vida desde então2." Três das visões de Spencer foram experiências quase-morte clássicas. A primeira levou-o de volta ao seu passado pré-mortal3. A seguinte levou-o ao presente e futuro próximo. A terceira mostrou-lhe o que iria acontecer no milênio e futuro distante. Muitas mais foram visões que ocorreram enquanto desperto, tarde da noite, e duranteo sono. Não há de fato um padrão na distribuição de suas experiências, mas há um rico padrão no conteúdo. Cada sucessiva visão era construída sobre a anterior, dando continuidade ao desenrolar da história da sua vida, bem como fornecia o necessário discernimento e educação para prepará-lo para suportar os desafios que iria enfrentar, muito tempo antes de acontecerem. Grande parte das informações em suas visões tem sido difíceis para ele interpretar, até recentemente. Esse foi outro motivo porque ele disse tão pouco sobre suas experiências ao longo dos anos. Por causa da natureza pessoal de cada uma dessas visões, e o fato de que elas lidavam com o seu próprio caminho, isso tem limitado sua perspectiva das coisas do porvir, a somente os locais e eventos em que ele iria participar. Ele não viu o que vai acontecer na Europa, América do Sul ou Ásia. Ele não sabe o que resultará de guerras ou eventos no mundo. Ele não viu todas as grandes destruições da terra e mar, profetizadas pelo livro do Apocalipse, porque elas aparentemente não impactarão no futuro de Spencer. Mas ele teve profundas visões sobre o futuro da América do Norte e de grande eventos e devastações que purificarão e reformularão este país e partes do Canadá. Elas incluem invasão estrangeira, uma devastadora praga, inundações, sismos, a redivisão continental, a divisão da América por um novo despenhadeiro, o preenchimento do Golfo do México por uma nova extensão John M. Pontius � Visões de Glória 14 territorial, mudanças de clima e das constelações do céu, o retorno das Dez Tribos, o retorno milagroso dos Santos para construir a Nova Jerusalém e o Templo, o encontro dos eleitos, os milagres do Milênio, a missão e os prodigiosos poderes dos 144.000, e a final celestialização da terra ao fim do milênio. Ele viu essas coisas, bem como muitos outros eventos assombrosos profetizados nas Escrituras, mas nunca antes descritas em tão vívidos detalhes4. Spencer começou a ter visões em seus primeiros vinte anos e tem sido constantemente admoestado pelo Espírito Santo para manter a maioria dessas experiências sagradas e até secretas. As poucas vezes que ele tentou relatar suas visões para os outros, isso custou-lhe amizades e o expôs ao ridículo e à rejeição em alguns casos. Spencer, pediu que eu não use seu nome real por várias razões. Em primeiro lugar, ele apoia o profeta vivo e seu chamado preeminente para receber a revelação da palavra de Deus para a Igreja5. Essas visões foram dadas a Spencer para prepará-lo pessoalmente para o que estava à frente em sua própria vida. Ele nunca considerou que estas visões do futuro foram para ou sobre a Igreja do Últimos Dias. Portanto, ele fica relutante em divulgar essas visões de forma que elas possam parecer uma tentativa de influenciar a Igreja de qualquer forma. Simplesmente não é este o caso. Ocultar a sua própria identidade é uma maneira eficaz de manter estas questões na ordem correta. A segunda razão para Spencer pedir-me que eu não usasse o nome dele é que ele não pretende se tornar o foco de perguntas das pessoas e da sua busca por respostas. Ele não quer ser o guru de ninguém. Ele não quer dar serõesNT1 ou falar em público sobre suas experiências. De fato, ele obedientemente manteve suas experiências para si mesmo, por quase quarenta anos, em parte para evitar este resultado possível de deixar que essas visões fossem publicadas. Ele tentou falar neste livro de tudo o que o Espírito Santo lhe desse palavras para descrever. As visões e acontecimentos que foram apenas pessoais ou sagradas demais para compartilhar foram retidas. John M. Pontius � Visões de Glória 15 Fiz-lhe milhares de perguntas buscando detalhes sobre os eventos que ele tinha compartilhado. No momento em que este livro é publicado, Spencer terá esvaziado o seu A��> * /!.*0-*B das experiências visionárias que ele é capaz de compartilhar neste momento, e ele não deseja ser solicitado por mais informações que ele não tem ou não pode compartilhar. Outra razão para a sua reticência é que Spencer é um orientador profissional de crianças e mantém todas as certificações necessárias para trabalhar neste campo. Justificadamente, ele considera o seu trabalho com crianças com dificuldades a sua missão na vida, e ele não quer que nenhuma forma de reconhecimento ou curiosidade interrompam esse trabalho mais importante. Encontrei-me com Spencer por meio de uma série de circunstâncias improváveis; tanto assim que a possibilidade de que seja uma coincidência é inconcebível. Um querido amigo de Spencer, que conhecia pequenos trechos de suas experiências, mudou-se para a mesma alaNT10 de minha doce e espiritualíssima filha e, com o passar do tempo, eles se tornaram grandes amigos. Ao conversarem sobre influências espirituais em suas vidas, a minha filha falou de mim, e este amigo de Spencer falou dele. Eles decidiram, "devemos apresentar o John ao Spencer!B Depois de algum tempo, minha filha me enviou um SMS com o nome de Spencer e a sugestão de que eu ligasse para ele. Ela achou que %-:�(*. A �- '%#�B� como ela fraseou. Eu geralmente não correspondo a sugestões como essa porque elas criam situações embaraçosas em que achamos difícil encontrar pontos em comum para poder "dar liga." O amigo do Spencer fez o mesmo com ele, e Spencer ficou igualmente relutante em me procurar, pelas mesmas razões. Numa certa tarde eu estava andando pela casa, e o Espírito sussurrou, "ligue para o Spencer, agora." eu sabia que era o Espírito Santo, então eu fui ao meu escritório e peguei meu telefone sem saber o que esperar, mas eu sabia que precisava ligar naquele exato momento. John M. Pontius � Visões de Glória 16 Spencer atendeu e eu me apresentei. Spencer respondeu em um tom mais alegre: "Sim, eu tenho estado ansioso por encontrar-me com você! Quando seria a sua primeira oportunidade?" Suas palavras me intrigaram porque eu ainda não sabia até então que ele também tinha as minhas informações de contato. Eu pensei que eu estava ligando sem ele saber de mim. Como nota adicional de interesse, durante os muitos meses de entrevistas e redação, tentei ligar para o Spencer dezenas de vezes e nunca consegui. A única vez em que ele realmente atendeu o telefone foi naquela primeira vez que liguei. Em todos os outros casos, eu deixei uma mensagem e ele retornou minha ligação. Encontramo-nos na semana seguinte e, sem recorrer à hipérbole, aquelas duas horas foram as mais espirituais da minha vida. Ele começou a me contar um pouco de suas experiências e eu fiquei atordoado ao ouvir. O motivo foi simplesmente este: eu tenho estudado, procurado, orado e obtido vislumbres do meu próprio caminho através dos últimos dias mas eu nunca tinha ouvido uma outra pessoa viva falar exatamente dessas mesmas coisas. Naqueles primeiros minutos, ele falou daquelas coisas de maneira factual. Eu mal podia conter a minha curiosidade e a minha ansiedade por ouvir mais. Enquanto eu tinha "aprendido" dessas coisas, ele as tinha "visto" e eu estava curioso por ouvir tudo o que ele tinha visto porque ele parecia estar descrevendo as peças do meu próprio caminho, as quais eu nunca tinha dito a ninguém exceto minha esposa. Eu entendia quase tudo o que ele estava falando. Depois de um tempo, senti o Espírito fortemente dizer que ele estava descrevendo coisas que tinha visto, mas não as compreendia totalmente. Perguntei finalmente: "Você sabe o que significam estas coisas?B Ele olhou inocente, e respondeu, "Não, não realmente. Não todas." Expliquei o pouco que entendi da visão em questão e ele chorou jubilosamente confessando, sem qualquer evidente orgulho ou pretenção, que ele tinha buscado a maior parte da sua vida pelo sentido dessa visão, o qual eu tinha apenas sugerido a ele. Nós falamos pelo restante de nossas primeiras horas juntos sobre essas John M. Pontius � Visões de Glória 17 coisas. A minha compreensãoe suas visões se encaixavam como uma luva, dando a cada um de nós um entendimento mais amplo. Nós dois estávamos cheios do Espírito Santo em elevado grau, e ele a recebia com admiração e espanto. Como eu disse anteriormente, foram as duas horas mais espirituais da minha vida, e também as mais reveladoras. Como nosso tempo aproximava-se do fim, ele simplesmente declarou, "Eu ainda não sei como avançar de onde estou hoje, para o que agora compreendo ser o significado de minha visão futura." O Espírito Santo inspirou-me logo que sai de minha casa a pegar uma cópia de um dos meus livros, The Triumph of Zion (O Triunfo de Sião). Eu tirei da minha maleta e entreguei a ele, dizendo: "Eu me senti inspirado a trazer este livro a você. Pode ser que você encontre algumas das suas respostas aqui." Para Spencer, esta primeira reunião foi como tombar o primeiro dominó. O meu papel de fornecer entendimento diminuiu com o tempo, conforme o Espírito Santo rapidamente preenchia os espaços em branco que suas visões não tinham revelado plenamente em sua juventude, e eles já estavam se tornando mais claros para ele. Nos abraçamos e, em seguida, planejamos nos reunir novamente na semana seguinte. Em algum momento durante o nosso segundo encontro, eu senti um forte impulso de fazer anotações, mas ele tinha dito várias vezes que ele estava me dizendo coisas que nunca tinha dito a ninguém. E estava ouvindo coisas tão grandes e importantes que eu não ousaria esquecer de nenhuma delas. As descrições de Spencer eram detalhadas acerca tudo. Quando ele "viu" suas visões, ele não as percebia como se fossem um filme em movimento; ele era um personagem participante da visão em todos os seus sentidos. Ele tocara e cheirara as coisas, sentira o triunfo e a tragédia das pessoas em torno dele, e experimentara o perigo e o medo exatamente como se ele estivesse lá. Ele lembrava de tudo em profundos detalhes, porque ele experimentara como se em sua própria carne. Finalmente, fiquei arrasado ao pensar na potencial tragédia de que todo esse conhecimento ficasse na cabeça de uma só pessoa e, em seguida, acabando por se perder. Era como se estivesse a ouvir John M. Pontius � Visões de Glória 18 a João o Amado ou a Moisés descrevendo eventos que o mundo tem refletido por muito tempo, e eu estava ouvindo em maravilhosos detalhes, datas, horários, locais, mesmo as cidades e os nomes das ruas onde as coisas aconteceriam. As suas palavras transportaram- me a lugares que eu podia ver em minha alma como ele descreveu. Eu ansiava e sofría interiormente, sentindo o quão trágico seria se essas coisas nunca fossem transmitidas para abençoar os outros assim como elas estavam mesmo ali abençoando-me. Ao levantarmos para partir pela segunda vez, eu disse algo como: "Spencer, não pode ser só uma coincidência nos encontrarmos. A sequência de eventos que nos aproximou, incluindo minha mudança do Alasca, o seu amigo e a minha filha mudando ao mesmo tempo para a mesma ala (congregação da Igreja), e mil outros eventos alinhando-se." "Eu sei que isso não foi uma coincidência," ele disse suavemente. "Foi um milagre". "Devo dizer, então, que o fato de que eu sou um escritor Santo dos Últimos Dias não pode ser mera coincidência. Proponho que você pergunte ao Pai, se eu poderia registrar essas visões que você me está a descrever. Deveriam pelo menos ser escritas e não serem perdidas para sempre, mesmo que você apenas as conserve e as transmita em sua família. Mas desejaria que o Pai celestial pudesse finalmente nos permitir publicá-los para o benefício de todo o mundo. Estas coisas parecem demasiado preciosas para ficarem escondidas com uma pessoa, em suas memórias. Eu acho que todo o mundo cristão se alegraria em saber estas coisas." Spencer ponderou isso com uma expressão de questionamento. Ele me tinha informado que lhe fora várias vezes dito para não divulgar qualquer destas coisas sagradas até que o Senhor lhe dissesse que estava na hora. Finalmente, ele sorriu e disse: "Eu vou pedir ao Pai encarecidamente, e estou muito interessado em sua resposta." Fiquei sem saber o que pensar, sem saber se eu tinha ultrapassado algum limite sagrado mas ainda acreditando que eu tinha dito a verdade, que tudo isto não deve ser perdido. Eu também fora tocado pela sua resposta cheia de fé. John M. Pontius � Visões de Glória 19 Meu Amigo Apostólico Nós nos reunimos em seu escritório uma semana mais tarde, e ele me contou esta história: "todos esses anos eu me senti dolorosamente só, por não poder falar das coisas que tenho visto em visões. Elas tornaram-se uma parte importante de mim, de quem eu sou, e do que eu estou fazendo com a minha vida, e eu fui obrigado a silenciar-me. "Até eu relatar essas coisas a você eu nem sequer me dava conta de que elas poderiam vir a se realizar plenamente em minha vida ? principalmente considerando minha situação pessoal, falta de saúde, e fraquezas. Sempre soube que são verdadeiras, mas só recentemente eu passei a suspeitar que velas virão a se realizar. Fui perseguido e rejeitado nas poucas vezes em que me abri, mesmo que só um pouquinho. Tenho estado muito sozinho com isso por um longo período de tempo. Tem sido um dos aspetos mais difíceis da minha jornada. "Uma das minhas atribuições na Igreja, por muitos anos, envolvia visitas mensais ao Edifício dos Escritórios da Igreja em Salt Lake City. Encontro-me com várias autoridades gerais e passei a conhecer e amá-los pessoalmente. Ao longo dos anos, me tornei um bom amigo de um dos membros do Quórum dos Doze. Nos tornamos amigos íntimos. Nós, como ele costumava dizer, "partimos pão" juntos e passei momentos maravilhosos em sua companhia em numerosas ocasiões. A�ma noite, enquanto sozinho com ele, fui inspirado a contar- lhe uma das minhas visões. Ele ouviu com muito interesse e, em seguida, concluiu, dizendo-me que era de Deus e que eu deveria entesourá-la em meu coração, transcrevê-la, e não falar dela até que o Senhor me ordenasse6. Ele também aconselhou-me a não tentar interpretar o significado da mesma. Ele disse, "quando o Senhor quiser que você entenda, ele irá enviar alguém, ou dar-lhe o significado, mas, até então, é a vontade de Deus que você mantenha estas coisas para si mesmo e não tente interpretá-las sem mais revelação.B John M. Pontius � Visões de Glória 20 "Meu amigo apóstolo tornou-se uma força e uma fonte de grande conforto para mim. Ele se tornou uma fonte de segurança neste véu de lágrimas e a minha fonte de paz, de que o que eu via era de Deus e não algo de que eu devesse ter vergonha ou medoB Spencer olhou para baixo por alguns momentos antes de continuar. Quando ele olhou para cima, ele estava quase em lágrimas. "Quando o meu querido amigo morreu, chorei sua perda tão profundamente como se ele fosse meu pai ou meu filho. Eu não pude superar aquela dor por um longo período de tempo. Senti que não só tinha perdido um amigo querido, um apóstolo do Senhor, mas também a única pessoa na terra a quem me tinha sido dada permissão pelo Senhor, para compartilhar minhas experiências. "Eu chorei sua morte por meses. Às vezes eu não tinha vontade de comer ou dormir. Achei difícil funcionar corretamente. Eu estava a afundar em depressão. Então uma noite eu fui despertado por alguém ao lado do meu leito. Eram cerca de duas horas da manhã, e eu fui repentinamente desperto. Sentei-me e percebi que um mensageiro celeste estava de pé ao lado do meu leito. Este mesmo mensageiro me tinha conduzido através de muitas experiências visionárias, ainda assim eu nunca soube o nome dele, nem estava autorizado a perguntar-lhe. Movimentei-me como se fosse sair da cama e, em vez de dar um passo atrás para permitir-me fazê-lo, ele apenas sorriu para mim. "Ele não mexia os lábios, mas ele falou comigo do jeito que eu tinha me familiarizado nas visões, em que a informação apenas flui em minha mente e no meu coração na voz do meu visitante.Eu era capaz de responder da mesma forma, mas a maioria das vezes me esquecia e fazia minhas perguntas em voz alta. "Ele disse, 'Spencer", e eu sabia porque ele tinha vindo desta vez: porque o meu querido amigo, o Apóstolo, lhe tinha pedido. Ele irradiava amor e interesse ao continuar, "Você não deve chorar o passamento de seu amigo tão profundamente. Ele está incomodado pela sua tristeza por ele e sabe que você entende que ele está muito feliz, finalmente em paz, livre de dor e está indo em frente com o seu trabalho. Ele ama a você e, portanto, pede que você deixe de chorar por eleB John M. Pontius � Visões de Glória 21 "Eu me senti disposto a fazer tudo o que o anjo me pediu para fazer, e senti aquela profunda sensação de perda e luto rapidamente esvair-se. A paz substituiu a perda no meu coração. Mas eu tinha mais uma pergunta para ele. Eu disse, 'não tenho mais ninguém a quem o Senhor deu-me permissão para falar sobre minhas experiências. Eu acho que estou em luto por essa perda tambémB "O anjo sorriu e respondeu, "Eu compreendo, mas será apenas por um pouco mais de tempo. O senhor vai enviar o John (João) para sua vida. Ele vai entender a você e às suas visões. Você pode dizer-lhe tudo o que você já experimentou. Ele irá ajudar também você a compreender. Basta ser paciente até lá." Spencer disse-me que o anjo recolheu a luz à sua volta e desapareceu. Spencer deitou-se de novo e, depois de um longo tempo, caiu no sono. Spencer me olhou de forma penetrante e acrescentou: "Quando você primeiro me chamou e pediu para nos encontrarmos, foi então que eu percebi que o seu primeiro nome é John (João). A partir daquele dia passei a perguntar ao Pai fervorosamente se você era o John a quem o anjo se referira." E eu respondi, "Certamente ele estava falando de alguém mais importante do que eu ? como João, o Amado, ou João Batista, ou talvez alguém da Cidade de Enoque!B Spencer sorriu e disse: "Não, ele estava falando de você. Você é AoB John (João), que o anjo prometeu-me que estava para chegar. Esperei oito anos para que a promessa fosse cumprida. Tenho rogado ao Senhor, e Ele me deu permissão para contar-lhe toda a minha experiência e para permitir que você escrevesse certas partes dela para serem publicadas." Spencer disse que acredita que esta foi uma das razões porque havíamos nos encontrado neste momento. "Espero que alguma coisa que incluamos neste livro possa abençoar a alguma alma e possa dar esperança e clareza na preparação para o que se avizinha." O Espírito ardeu como fogo na minha alma, testemunhando ali e ainda me afirmando hoje, de que é verdade. Marcamos um outro encontro e, a partir daquele dia, nos encontramos pelo menos uma vez por semana por um período de seis meses. Juntos, produzimos John M. Pontius � Visões de Glória 22 um volume de anotações e mais de cinquenta horas de entrevistas gravadas. O que você está prestes a ler é, ao meu modo de pensar, o mais completo e poderoso entendimento sobre os últimos dias que já chegou a uma pessoa comum. Não é escritura e não deve ser considerado como tal. Não é profecia para ninguém, mas a Spencer apenas. É simplesmente um relato de como o Senhor tem preparado um homem humilde, meu amigo Spencer, para sua missão nos últimos dias. Você e eu, somos apenas afortunados como testemunhas casuais, por assim dizer. Como já referi anteriormente, nada disto é ficção; tudo está de acordo com o que me disse Spencer, que assume a responsabilidade pelo seu conteúdo. É algo que você nunca pode esquecer. NOTA DO AUTOR história de Spencer chegou aos meus ouvidos como uma narrativa que, em espírito de oração, condensei em um relato das viagens de Spencer além do véu. Desde os primeiros dias de entrevistas e perguntas, Spencer, leu e releu o que escrevi, e ele declarou que este livro é um relato verdadeiro e rigoroso da sua experiência visionária. Optei por escrever na voz do Spencer, porque todas estas coisas vieram dele. De forma nenhuma eu inventei pessoas ou eventos para dar substância ao relato ? embora eu tenha interpretado muito de sua narrativa a fim de torna-la clara, sequencial e compreensível. Eu também tentei preservar o seu modo peculiar de expressão e personalidade. Spencer e eu mudamos todos os nomes para proteger as identidades e suprimimos a localização exata de alguns eventos. Em alguns casos, atenuamos a descrição de alguns acontecimentos terríveis para manter este livro apropriado ao público geral. Temos removido tudo o que pudesse incitar medo ou pânico ao ser lido por alguém incapaz de compreender pelo Espírito Santo a mensagem maior de esperança e de libertação. O apêndice no final deste livro contém outras notáveis experiências visionárias semelhantes às de Spencer. Elas foram reproduzidas aqui sem modificação e talvez sejam mais explícitas do que seria adequado a leitores menores. As Escrituras dizem-nos que os tempos de tribulação estão próximos7 e que aqueles que estão no caminho da justiça ? que têm tomado o Espírito Santo como guia e que têm alinhado seus corações e desejos com Cristo, regozijar-se-ão com as mudanças. Quem participar nos cenários dos últimos dias em retidão, irá A John M. Pontius � Visões de Glória 24 crescer em força até que não haja medo, andando em grande poder e revelações para realizar seus labores. As Escrituras dos Últimos Dias também ensinam-nos que, à medida que o tempo se aproxima do retorno de Cristo, aqueles que suportarem o dia irão erguer-se para a plena glória de Sião. TransladaçãoNT6 será comum entre nós, e aprenderemos a viver sem doença ou morte. Vamos aprender a operar na plenitude do sacerdócio, e reuniremos em Sião os eleitos do mundo. Ali lhes ensinaremos, lhes administraremos as sagradas ordenanças e os protegeremos enquanto eles percorrem seu próprio caminho à Sião de Cristo nos últimos dias. Haverá anjos entre nós, mensageiros celestiais e milagres ainda maiores do que aqueles que livraram os filhos de Israel do Egito. E, no devido tempo, teremos o próprio Senhor entre nós. A Igreja irá erguer-se à plena glória total de seu chamado e vai ser a voz profética de orientação que todos seguiremos ao concluir esta grande dispensação da plenitude dos tempos. Estes serão dias gloriosos ? tempos para nunca mais serem esquecidos ? que serão canonizados nas Escrituras e histórias e canções que serão cantadas enquanto existirem descendentes de Adão, a longo das eternidades que nos esperam. ? John M. Pontius 1 � Despertado pela Morte 25 Capítulo Um DESPERTADO PELA MORTE Minha Primeira Experiência com a Morte u nasci morto. Quando entrei neste mundo, a minha pele era azul escura e preta. O médico lançou um olhar a mim e me entregou a um dos quatro enfermeiros da sala de operação. Eu era pequeno e pré-maturo, e a enfermeira não encontrou pulso ou respiração. Ela envolveu meu corpo inanimado em um jornal e me deitaram em uma pia de inox. A minha mãe estava sangrando muito, e a enfermeira com pressa para ajudar o médico. Eles disseram-lhe que eu fui natimorto e continuaram a cirurgia para salvar a sua vida. Ela mesma nunca me contou isso, mas eu descobri depois que ela sentira-se aliviada por eu não ter sobrevivido pois ela não queria essa gravidez. Segundo a minha mãe, quando a enfermeira voltou-se para cuidar do meu corpo inanimado, enrolado em jornal, ela encontrou- me lutando para respirar. Eles imediatamente me levaram para o Hospital Infantil da Primária para ver se eu poderia, por fim, sobreviver àquele sofrimento. Mais tarde, depois que minha mãe tinha se recuperado um pouco da cirurgia e haver uma pequena esperança de que eu poderia sobreviver, eles informaram-lhe que seu bebê natimorto havia "enrubescido um pouco." Quando meu pai tinha dezoito anos, ele e alguns amigos saíram para um passeio divertido. Eles estavam bebendo e dirigindo, e atingiram um idoso do ladoda estrada e o mataram. O meu pai foi considerado culpado de homicídio veicular. Mas a Segunda Guerra Mundial tinha recém irrompido, de modo que o juiz o "condenou" E John M. Pontius � Visões de Glória 26 a se juntar à Marinha. Ele serviu na Marinha até o fim da guerra. A culpa, vergonha e remorso devido à morte trágica daquele homem idoso atormentaram meu pai para o resto da sua vida, o que contribuiu para o fim da sua filiação e interesse pela religião, embora seus pais mantiveram-se sempre fiéis e continuaram a envolvê-lo e a orar e se preocupar com ele. Ele e mamãe casaram-se, para o desgosto dos pais de ambos, e eles mantiveram um relacionamento escabroso e abusivo. Após seu divórcio, minha mãe se recusou a falar sobre meu pai com quem quer que fosse, para o resto de sua vida. Nunca me encontrei com ele e sabia pouco mais sobre ele do que referências enfurecidas e comentários de menosprezo de outros membros da família. No momento do meu nascimento, meus pais haviam se separado recentemente mas ainda não divorciado. Mãe ficara grávida pouco antes da separação em uma última tentativa desesperada para salvar o seu casamento. O divórcio resultou desagradável e verbalmente abusivo. O meu pai foi embora e recusou-se a sustentá-la ou aos meus irmãos mais velhos. Quando ela percebeu que ela estava grávida, ela ficou inicialmente irritada, em seguida furiosa e depois, deprimida e ressentida da sua situação e da pouca vida dentro dela. Minha mãe voltou a trabalhar como enfermeira. O pai de minha mãe era um ministro leigo Metodista. Quando mamãe tinha casado com o meu pai, que era "Mórmon", seu pai lhe havia repudiado e lhe disse que ela já não era uma cristã e que ela e seus filhos iriam todos para o inferno. Quando percebeu que não podia sustentar sua família, mamãe contatou a seus pais para pedir ajuda. Seu pai reafirmou que ela não era bem-vinda em sua casa. Ela nunca se sentira mais rejeitada, isolada e abandonada. Isso foi sentido como mais uma rejeição e abandono na sequência de rejeições que ela tinha vivido desde jovem até o tempo presente. A mãe de meu pai, minha avó facilmente convenceu meu avô de que precisavam acolher minha mãe e apoiá-la até que ela pudesse se restabelecer. Então, neste momento de grande necessidade, minha mãe e nós, crianças, fomos carinhosamente acolhidos na casa de meus avós paternos. O meu avô era bispo no momento, e a minha avó era oficiante no templo local. Eles eram baluartes na Igreja e 1 � Despertado pela Morte 27 eram pessoas amorosas. Na minha juventude minha avó tornou-se a pessoa mais querida na minha vida. Os meus avós foram uma influência tão amorosa e cheia de fé sobre a minha mãe, que ela se juntou à Igreja cinco anos após o meu nascimento. Eles foram a solidez na sua vida, e na minha. Eles nunca nos falharam. Temos vivido uma vida abençoada e, por causa da influência constante e sincera dos meus avós, de carinho e generosidade, a minha mãe foi capaz de cuidar de nossas necessidades financeiras. Muitas vezes eu passei sem as coisas que eu queria como criança, mas eu nunca senti que éramos pobres. Eu me senti seguro e amado. No decurso de minha profissão como terapeuta infantil e familiar, tenho visto muitas outras crianças cujas vidas e almas foram dilaceradas pelas mães, que não se davam conta de que estavam prejudicando a criança ainda por nascer, ao viverem vidas de raiva e ressentimentos, pelas circunstâncias da concepção de sua criança. Eu tenho lutado com essas questões por toda minha vida e provavelmente escolhi minha atual profissão para tentar curar minhas feridas pré-natais. Não foi até 1983, quase trinta e três anos mais tarde, que eu finalmente compreendi o que havia realmente acontecido, e fui capaz de perdoar a ela e ao meu pai. Esse entendimento veio mais dolorosa e inesperadamente na segunda vez em que eu morri. Minha Primeira Experiência Pós Morte Era setembro de 1983, e eu estava tendo problemas de saúde com infecções internas crônicas, especialmente em meus rins, combatendo vários cálculos renais. Os médicos queriam saber se meus rins tinham sido danificados pelos contínuos problemas renais. O meu médico recomendou um raio-x com tintura de contraste iodada para realçar qualquer dano que pudesse ter ocorrido. Era supostamente um procedimento de rotina. Eu tinha trinta e três anos e tinha terminado um duplo mestrado e estava frequentando a escola para concluir o doutorado. Cada vez John M. Pontius � Visões de Glória 28 que eu tinha este distúrbio renal, eu tinha que ficar em casa, perder tempo no trabalho e atrasar meus estudos. O médico finalmente mencionou que eu deveria simplesmente parar de beber refrigerante, dizendo que, se não fosse pelos refrigerantes, ele estaria desempregado. Fiquei impressionado com o quão simples era solução e fiquei surpreso que ele não tinha mencionado isso anos antes. Parei de beber refrigerante, e nunca tive problemas renais desde então. Eu estava muito bem casado com Lyn (não é seu nome verdadeiro, é claro) a essas alturas. Tivemos cinco filhos e achei que já tínhamos parado de fazer filhos. Ainda éramos dedicados estudantes, embora eu estivesse trabalhando em tempo integral em um hospital. Estávamos ansiosos para concluir o meu curso de doutorado para que eu pudesse tornar-me um professor livre- docente e começar a minha própria prática privada. Eu já estava em diversas faculdades como professor e instrutor. Chegamos na clínica um pouco mais cedo para preencher a papelada. Eu tinha de vir em jejum. Nós nos sentamos na sala de espera, escutei o meu nome ser chamado. Antes do processo ter início, fui vestido em um avental de hospital. Fui escoltado para uma estreita mesa de metal e orientado a deitar de costas. Haviam tubos e frascos de líquido pendurados acima da minha cabeça. As paredes do quarto eram verde hospital. Uma máquina de raios x preta dominava a parede do fundo. O piso era de concreto verde com uma borda preta. As paredes combinavam. Era uma típica sala de procedimentos de hospital da década de 1970. Eu estava sentindo medo do procedimento, mas achei que era necessário, então aquiesci quando a enfermeira iniciou o intravenal. Ela era jovem, loira e atraente. Eu achei que ela estava em seus trinta e poucos. Eu gostei de sua simpatia, alegria e confiança. Conversamos sobre o procedimento e possíveis complicações. Ela explicou alguns dos possíveis sintomas de uma reação alérgica ao corante que ela cuidadosamente injetava no meu braço. Ela disse, "Se você se sentir um fluxo..." E naquele exato segundo comecei a sentir um fluxo. 1 � Despertado pela Morte 29 Ela continuou, "Se você sentir a sua pele coçar..." E eu comecei a sentir coceira severamente por todo o meu corpo. Ela disse, "Se você sentir pressão no peito ou se sentir como se não conseguisse respirar..." exatamente quando eu senti uma sensação de horrível esmagamento no meu peito, como se um elefante se sentasse sobre mim. Eu tentei dizer, "Eu não consigo respirar!" Mas não consegui pronunciar as palavras. Coloquei o meu braço e mão livres no meu pescoço e os passava rapidamente sobre minha garganta, tentando fazer enfermeira entender que eu estava em apuros. Eu peguei a minha garganta, gesticulando o que eu sabia ser o sinal universal de asfixia. Foi nesse momento que a enfermeira compreendeu os meus toques e percebeu que algo estava seriamente errado. Ela correu para a parede e apertou um grande botão vermelho. A campainha tocou em alto e bom som, e uma voz gravada do alto falante da clínica começou a repetir "código azul, quarto vinte e quatro! Código azul, quarto vinte e quatro!" Tendo trabalhado no hospital por muitos anos, eu tinha respondido a esse chamado muitas vezes, nunca prevendo que um dia eu seria o objeto de um anúncio como este. A próxima coisa de que eu me lembro foi que meu espírito estava afundando para baixo através da mesa. Eu estava deolhos bem abertos, não querendo perder qualquer parte desta experiência, e eu sentia meu espírito afundar até eu poder ver a parte inferior da mesa. Não queria ficar embaixo da mesa, e em um instante eu me encontrei ao lado da mesa de procedimento olhando para o meu corpo inanimado estendido diante de mim8. O grande relógio preto e branco na parede à direita diante de mim mostrava 09:20 hs. A enfermeira tentou encontrar pulso e não conseguia. Ela xingou e gritou com a sala de controle, "Estou perdendo ele! Estou perdendo ele!B Um técnico apressou-se ao quarto. Imediatamente as pessoas reuniram-se para tentar reanimar-me. Um médico a quem eu não tinha visto antes correu para o quarto e, por algum motivo, eu imediatamente soube que ele estava tendo um caso com a enfermeira que começou o intravenal. Era uma grande John M. Pontius � Visões de Glória 30 surpresa para mim que eu soubesse disso. Vi a minha mente cheia de novas informações que vinham a mim mais do meu coração do que dos meus sentidos habituais. Eu também sabia que essa enfermeira recentemente se havia divorciado. Eu sabia o quanto ela valorizava e também temia este relacionamento com o médico que já estava trabalhando ao seu lado para salvar-me. Eu sabia o quanto ela se esforçava para ser boa em sua profissão e, ainda assim, ser uma boa mãe para seus dois filhos em casa. Eu sabia que ela tinha terríveis problemas financeiros. Eu sabia tudo sobre ela, realmente todos os detalhes de sua vida, e todas as suas decisões, medo, esperança e ações que havia criado a sua vida. Eu podia ouvir a sua mente gritando de medo. Ela estava a orar por ajuda, tentando assumir o controle do seu medo e lembrar-se de seu treinamento. Ela desesperadamente não queria que eu morresse. Eu olhei para as outras pessoas na sala e foi com grande espanto que eu pude ouvir seus pensamentos e conhecer os detalhes sobre as suas vidas9, tão vividamente como a da enfermeira. Há uma maior sensibilidade espiritual que vem de estar morto que eu nunca houvera suposto ou ouvira falar antes. Eu sabia o que cada um estava pensando. Na verdade, ela era mais do que apenas saber o que eles estavam pensando. Eu também sabia de todos os detalhes de suas vidas. Eu sabia se eles eram pessoas boas ou ruins, se eles eram honestos ou corruptos, e eu sabia de todos os atos que os tinham trazido ao seu atual estado. Não era algo que eu sentia ou podia ver, era apenas o conhecimento que estava em mim. O que foi ainda mais interessante a mim foi que eu não me senti julgando a nenhum deles. Eu simplesmente sabia estas coisas. Era como saber que uma rosa é vermelha; não é algo para se julgar mas apenas o jeito que a flor é. O que me fez sentir, o que era totalmente novo para mim, foi uma rica compaixão por eles e suas circunstâncias. Uma vez que eu sabia tanto sobre eles, eu também sabia de suas dores e de sua motivação para tudo o que tinham feito e que os tinha levado até este momento. Também senti seu medo de me perder. As suas ações e as reações eram calculadas, forçando-os a manter a calma. Somente no médico que trabalhava comigo senti 1 � Despertado pela Morte 31 uma espécie de distanciamento que lhe permitiu agir com menos emoção. Sentindo seu medo e o impacto total da sua vida fez-me experimentar sua dor quase tão intensamente como eles a sentiam, e eu tinha total compaixão por eles. Eu não sentira temor por mim mesmo até então. Eu estava ocupado demais tentando entender todas estas novas sensações. Eu estava um pouco mais longe. Eu acho que eu tinha me afastado um pouco para dar-lhes espaço para trabalhar no meu corpo, porque eles estavam caminhando ou correr pelo mesmo espaço onde eu tinha estado. "Eu devo estar morto", lembrei-me de pensar. Eu tive de repensar esse processo algumas vezes antes que realmente caísse a ficha. Estou morto! finalmente me toquei, eu vi o meu corpo sobre a mesa, e eu numa nova forma corporal pairando acima, com total conforto e sem dor. Apenas há pouco tempo, eu estava na maior dor que eu jamais sentira, e agora eu estava completamente livre de toda dor e dos cuidados do tabernáculo de carne. Agora eles desapareceram. Foi um alívio descobrir que estar morto não causa qualquer grande angústia. Só aceitei que eu estava morto porque eu estava olhando para o meu corpo ali em cima da mesa. Eu estava ali em pé assistindo todas essas pessoas tentando reavivar-me. Eles estavam a gritar comandos e pedidos e a injetar-me com muitas substâncias para ressuscitação. A próxima consciência que eu tive foi que eu era capaz de compreender muitas coisas ao mesmo tempo. Eu não necessitava de me concentrar em uma única coisa qualquer, porque todas elas eram claras ao meu entendimento. Eu senti que eu podia compreender infinitas quantidades de conhecimento e focar em um número infinito de assuntos, dando a cada um a minha absoluta atenção. Isso foi incrível para mim e tão diferente da minha experiência como um esforçado pós-graduando, tentando memorizar volumes de informação. John M. Pontius � Visões de Glória 32 Minha Vida Revista Neste momento, comecei a ter uma visão de toda a minha vida10. Por ter essa nova capacidade de compreender tantas coisas de uma só vez, a visão era completamente envolvente, importante e curiosa para mim, mas eu ainda tinha uma plena compreensão de cada médico e enfermeiro em volta de mim e o que estava acontecendo com o meu corpo. A primeira coisa que vi foi a minha mãe levando-me em seu ventre. Eu não apenas a via, eu completamente compreendia a ela, toda a sua vida, suas dores e tristezas, cada pensamento que ela teve, cada decisão que ela tinha tomado, cada emoção que sentiu. Eu percebi que, em toda a minha vida, eu realmente não conhecia a minha mãe em completamente. Eu sempre a vira da perspectiva de uma criança, e eu nunca tinha sido capaz de desculpa-la totalmente por não me querer. Ela me contara a história de como o meu pai biológico a tinha abandonado grávida, paupérrima e sem-teto. Ela nunca havia falado indelicadamente do fato de eu ter nascido. No entanto, a vida inteira ela sempre deixou bem claro que os filhos eram um grande fardo para ela, e que ela foi deixada sozinha e sem ajuda para sustentá-los. Eu agora a percebia de modo completamente diferente. Assisti a minha própria concepção, e todas as emoções do momento. Com tudo isto, não houve julgamento de mim ou de Deus. Eu me sentia sem emoção sobre aquilo exceto maior compaixão por minha mãe. Eu vi que ela tinha outros dois filhos, sendo eu o terceiro. Observei-lhe cada suspiro, cada decisão, cada medo e lágrimas que ela derramou. Eu vi muitas pessoas, na sua maioria profissionais amigos, tentando convencê-la a abortar-me ou me dar para adopção. Disseram-lhe que seria um lembrete constante do meu pai incompetente e o que ele tinha feito para ela. Também vi outros, seus amigos e líderes da Igreja, inclusive meus avós, tentando convencê-la a manter-me e criar-me. Vi e senti o processo decisório de minha mãe até chegar à conclusão de me manter. Era como se ela tivesse passado por esse processo tantas vezes que ela podia ver os resultados desta escolha e como isso afetaria a ela e a mim para o resto de nossas vidas. Ela 1 � Despertado pela Morte 33 se sentia tão sozinha e rejeitada. Ela se sentia como fracasso, e simplesmente incapaz de criar um outro filho. No entanto, ela também era uma enfermeira que havia cuidado de mulheres em situações semelhantes à dela própria, e ela sentia que não deveria sujeitar o seu próprio filho ao processo de adoção. Ela concluiu que doar-me para viver com outra família não traria nada de bom para o bebê ou para si mesma. Ela tinha extrema dificuldade com amor, confiança e relacionamentos. Ela estava enfrentando sua própria depressão e sentimentos de perda, portanto amor não foi uma grande parte da sua decisão. Ela pensava coisas como, "dois erros não corrigem o erro anterior"e "Eu preciso limpar os meus próprios erros." A sua decisão não foi baseada no amor. Ela foi baseada na racionalização. Ela me manteve pelo dever e pela responsabilidade. Ela não tinha sido criada por pais amorosos. Seu pai era duro e fisicamente abusivo. A mãe era uma inválida que ficava em sua cama na maior parte do dia. Como eu já notara, ela tinha sido repudiada por seus pais, e ela sabia como isso é horrível para uma criança. Por isso, agora ela estava escolhendo fazer o que era certo, não o que era conveniente. Sua depressão e perda levou o amor materno para longe dela. Percebi também que eu estivera envolvido na vida de minha mãe antes de eu nascer. Eu tinha sido, de certo modo, um anjo ministrador para ela, assistindo e protegendo-a suas através dos momentos difíceis até meu nascimento. Era um entendimento pacífico e reafirmador para mim. Eu queria nascer dela, mesmo em circunstâncias difíceis, e ela havia tomado a difícil decisão de manter-me. Eu experimentei o amor que eu tinha por ela antes de eu nascer, e ele se manteve comigo desde sempre. Ele tem sido um Bálsamo de Gileade à minha alma e me permitiu não só perdoá-la, mas também plenamente compreendê-la como uma pessoa completamente diferente, ela realmente me amara, muito antes que ela ou eu tivéssemos nascido. Eu vi todos os acontecimentos de sua vida levando até ela ir ao hospital para parir-me. Eu sentia seu medo e raiva a cada passo do seu caminho. Ela não era saudável nem física nem emocionalmente. O As sombrias emoções daqueles dias minaram minha vida e John M. Pontius � Visões de Glória 34 roubaram de meu corpo em gestação a vitalidade que precisava para sobreviver. Eu vi minha mãe em trabalho de parto e fui surpreendido ao ver muitos anjos presentes no meu nascimento. Duas das enfermeiras na sala de parto não eram mortais, mas eram anjos. Elas eram ou seres transladados ou ressurretos, porque elas tinham corpos. Elas agiam como os outros enfermeiros, mostrando emoções e recebendo ordens. Mas eles estavam lá apenas para ajudar a mulher e o filho que estava morrendo no momento do nascimento. Minha mãe se sentiu tão sozinha. A sua principal emoção foi de abandono e tristeza. Ela não sabia nada sobre esses anjos que ali estavam ajudando-a, o que parece ser o caso da maioria das intervenções angelicais. Temos ciência de muito pouco do que os anjos fazem. Nas suas dores de parto nestas tristes circunstâncias, ela não percebia que todos esses personagens espirituais estavam lá, interferindo, protegendo e trazendo vida. Mesmo em seu desespero, seres divinamente comissionados estavam ali dando-lhe força e amorosamente ajudando-a, para que ela e eu pudéssemos ter uma vida juntos. Enfermeiras Angélicas Como eu estava vendo o meu próprio nascimento, vi que o meu pequeno corpo natimorto era, de fato, preto e azul escuro. Assisti a enfermeira verificar batimento cardíaco com um estetoscópio. Como não ouviu mais nada, ela envolveu-me em jornal porque eu estava coberto de sangue e fluidos escuros. Eu até cheirava mal, e ela não queria sujar as toalhas do hospital. Ela tristemente colocou- me na pia e voltou para a operação. As duas enfermeiras que foram designadas para cuidar do meu corpo recém-nascido afastaram-se da minha mãe e começaram a trabalhar comigo, apesar do fato de que eu estava morto. Percebi que eram duas anjas, e elas foram assistidas por outros anjos invisíveis diante de descendo dos portais do céu. Cheguei mais perto deles. Eles tinham puxado o jornal para revelar o meu rostinho franzido. Ele estava preto, coberto de sangue, se eu estivesse no meu 1 � Despertado pela Morte 35 eu mortal, aquela imagem, sem dúvida alguma, me faria mal. Em espírito, eu achei curioso e triste, e ainda mais interessante que essas duas enfermeiras estavam movendo suas mãos para dentro e para fora do meu corpo. Era quase como se estivessem fazendo ressuscitação, mas suas mãos estavam efetivamente penetrando meu corpinho. A cada passagem minha pele ficava um pouco mais rosada, um pouco mais viva. Eu podia ouvi-las falando espiritualmente uma com a outra, coordenando e concentrando seus esforços para socorrer-me. Grande parte de seu discurso era louvor e oração, pedindo a Deus que abençoasse seus esforços e exaltando Seu poderoso desígnio. Elas tinham urgência, mas nem um pouco temerosas ou desanimadas. Eu que eles não conseguiam me ver, ou pelo menos não deram sinal de que me viam assistir ansiosamente. Eu vi o corpinho dentro da pia, o meu próprio corpo, ofegante, lutando para viver. A enfermeira puxou o jornal abrindo um pouco mais virou para o médico. Seu rosto era sereno, mas a sua voz era de surpresa fingida. Ela gritou, "doutor! eu acho que esse bebê ainda está vivo! Ele ficou corado!B Por esta altura o médico havia salvo minha mãe e estancado o sangramento interno. Dirigiu-se ao redor, suas mãos ensanguentadas erguidas à frente. O seu rosto era incrédulo; no entanto, ele caminhou para a pia. Ele olhou para o relógio na parede, preparando-se para anunciar o horário da morte do menino. Quando ele me olhou, ele ordenou que as mesmas enfermeiras que ressuscitaram-me me tirassem da pia e me aquecessem. Elas viraram as costas, e carregaram para o mal assistido e mal operado berçário. Fui imediatamente transferido para Hospital Infantil da Primária onde eu lutei por semanas para permanecer vivo. Fui colocado num velho respirador artificial de ferro até conseguir respirar sozinho. Quando alguém vê a sua Avida repassadaB, que é como eu chamo o processo, passa a ver tudo através da grande lente objetiva do amor de Deus. Eu estava vendo todo o meu nascimento e a minha vida adulta, pelos olhos de todos: da minha mãe, meus, dos meus irmãos, dos meus avós e dos meus amigos e mesmo de pessoas com quem John M. Pontius � Visões de Glória 36 eu só tinha interagido acidentalmente. O sentimento avassalador para mim foi que esta experiência era como assistir ao meu próprio funeral, era ver a sua vida contada por todos aqueles que te conheciam - na verdade, todos em seu mundo. Cada pessoa teve a experiência de você de forma única e diferente. Nem tudo era lisonjeador ou correto, mas oh! que tesouro de informações foi adquirido a partir desse singular ponto de vista! Eu vi tudo de bom que fiz, todo o amor que eu dei, o serviço e a bondade, mas também vi toda tristeza e dor que eu havia causado. Eu vi todos os meus erros e como todos foram afetados por eles. Eu vi alguns erros que não afetam somente a uma pessoa, mas seus filhos, e os filhos deles e assim por diante. Eu vi todo o encadeamento de ações através do tempo até que sua energia fosse dissipada. Felizmente, eu era jovem, e eu havia tentado viver uma vida correta mesmo na minha juventude, de modo que esta revisão da vida não foi desagradável de ver. Algumas das coisas que eu vi me deixaram satisfeito comigo mesmo. Senti-me como se eu fosse a única pessoa que estava sendo condenatória sobre minha vida. Eu compreendia tudo em detalhes perfeitos. Neste grande e revelador detalhamento, vi-me como cada pessoa me via. Todos os da sentença foi correta e na justiça. O bom e o mau, tudo era filtrado pela luz de Cristo, e o seu julgamento era claro, justo e misericordioso. Não podia haver disputa, porque a minha vida foi registrada em perfeitos detalhes. Eu sabia que era verdade, e eu sabia que era justo. Eu ainda estou espantado com o quão objetiva foi a revisão da minha vida. Não houve nenhum julgamento ou emoção sobre minhas ações, quer de mim ou de Deus. Eu vi e percebi como minha vida influenciou meus colegas de escola, minha mãe e meus irmãos. Isso mudou a minha perspectiva sobre quase todas as pessoas da minha vida. Na revisão, eu vivi minha vida através dos olhos dos outros. Eu entendi com perfeita clareza como as minhas decisões os afetaram, que emoções eles experimentaram por minha causa, e o impacto que as minhas palavras e atos tiveram sobreeles pelo resto de suas vidas. Eu vi o que suas vidas foram, antes, durante e depois de eu ter cruzado com eles. Eu também vi o verdadeiro resultado 1 � Despertado pela Morte 37 dos seus atos sobre mim, que por vezes era muito diferente do que eu havia percebido no momento. Quando eu considerei do ponto de vista do meu pai biológico em relação a estes acontecimentos, ao abandonar e divorciar da minha mãe, eu aprendi que não era só egoísmo, não era só narcisismo, como eu havia suposto por toda minha vida. Quando ele percebeu que minha mãe estava grávida, ele sabia, ou pensava que sabia, que eu ficaria melhor sem ele. Isso pode não ter sido verdadeiro, mas que foi a sua percepção. Ele sabia que suas escolhas na vida só poderiam prejudicam-me. Ele não me abandonou por causa do egoísmo ou apenas pelo alcoolismo, como eu tinha sido ensinado. Ele realmente pensava que eu ficaria melhor sem ele. Eu entendi a sua dor, sua infância, seus conflitos com seus pais, e seu relacionamento com o pai. Eu entendi as coisas perfeitamente, como nenhum mortal pode compreender, durante a vida mortal; nem mesmo o meu pai entendia deste modo. Eu percebi pela primeira vez que meu pai realmente amava muito a minha mãe. A sua fraqueza e histórico bloqueavam sua capacidade de deixar que o amor triunfasse em suas decisões. Eu também vi o amor de Cristo e o amor do Pai Celeste por ele, não importa que erros ele tivesse cometido. Este serviu para mudar completamente o meu julgamento sobre meus pais, e a minha opinião sobre porque tinham feito o que fizeram. Esta nova perspectiva criava um grande conflito em mim porque ela mudou quase todo o julgamento e conclusão que eu tinha feito durante a minha vida. Ela foi toda varrida numa fração de segundo naquela perspectiva imortal. Eu vira coisas que agora me forçavam a abandonar a minha ira e ressentimento. Literalmente levou décadas desde então para conciliar aquilo que me ensinaram quando criança com o que eu tinha visto realmente acontecer. Às vezes minhas emoções e velhos pensamentos causavam um amargo conflito dentro da minha mente e alma. Esse foi o conflito que levou tanto tempo para resolver, pois eu sabia a verdade agora, mas o meu lado Ahomem naturalB lutou contra as visões espirituais adquiridas através deste experiência não-terrena. John M. Pontius � Visões de Glória 38 Não sei, é claro, se o conflito teria continuado se eu tivesse realmente morrido. Talvez, teria sido resolvido no amor de Deus, porque tudo isso veio a mim sem julgamento ou oposição. Quando voltei ao meu corpo, em vez de morrer, e retomei a minha vida, no entanto, era difícil conciliar a minha antiga crença com tudo o que eu tinha visto em visão. Eu estava habituado a pensar e considerar de uma forma, porém eu espiritualmente sabia uma verdade maior, uma tal verdade a qual minhas emoções tinham dificuldade de submeter-se, como um floco que permanece em uma folha por todo verão, recusando-se a ceder ao calor do sol. Nem sei dizer se hoje já terminei essa tarefa. Um dos obstáculos para a reconciliação dessas emoções conflitantes foi que meu pai já havia morrido a essa altura, e eu não podia resolver tudo isso com ele. A minha mãe não tinha me permitido nem mesmo ver o meu pai enquanto ele ainda estava vivo. A sua forte convicção e suas conclusões e a raiva dominavam todas as conversas que tivemos sobre o meu pai. Ela recusava-se a alterar sua posição de justificado ressentimento que ela havia formado dentro si. Isso a protegia da crueza de sua dor vir à superfície novamente e ficando exposta. Eu nunca consegui falar na sua presença as palavras amorosas que eu tinha guardado na minha mente sobre ele. Finalmente tive de concluir que deixaria essas conversas e ideias nas mãos amorosas de nosso Salvador para o momento em que Ele sabia, na sua precisão impecável, que minha mãe finalmente fosse capaz de entender através de suas ternas misericórdias. Não foi até após a morte da minha mãe que fui capaz de começar a reconciliar-me com ela através de várias experiências espirituais com ela, além do véu. Tenho tido experiências espirituais, não sonhos ou visões, mas visitas tanto do meu pai como da mãe desde então, as quais me ajudaram a trazer a paz para a minha alma e, eu acho, para a deles. Em uma ocasião, ouvi a porta da sala de espera do meu escritório abrir e fechar. Alguém entrou pela porta para a sala de espera. Eu estava no meu escritório a escrever anotações de pacientes logo após a minha sessão anterior. Eu disse sem olhar para cima, "Por favor, sente-se. Já lhe atenderei." Eu ouvi, quem quer 1 � Despertado pela Morte 39 que fosse, sentar-se na poltrona. Quando eu acabei de escrever e abri a porta, não havia nenhum humano ali. Tive a forte impressão de que meu pai estava no meu escritório. Pela mesma voz interior eu tinha ouvido durante a minha experiência quase-morte, ele me deu uma data específica, que era o aniversário da sua morte. Eu percebi que ele estava a pedir-me para ir ao templo, naquela data. Fi-lo com todo o prazer, pensando que eu iria ver o meu pai. Mas eu passei pela sessão sem vê-lo e sem mesmo sentir a sua presença. Ao me vestir, eu novamente senti a sua presença, e a mensagem, dada na mesma forma poderosa, foi a de que ele já era digno de entrar no templo, e ele queria que eu fosse com ele. Era uma doce mensagem. Ela expressou volumes que ele se havia preparado, arrependeu e agora era digno de entrar no templo. Como resultado, eu sabia que ele tinha aceitado e se beneficiado das nossas ordenanças em seu nome. Isso foi e é um conforto para mim. Um dos maravilhosos entendimentos eu ganhei de minha primeira experiência quase-morte foi em relação a minha irmã mais velha que engravidou aos dezesseis anos. Eu nunca tinha entendido o poderoso efeito que isso teve sobre ela ou sobre o resto de minha família. Enquanto eu estava vivendo aqueles momentos, eu tinha somente a minha perspectiva. Eu era o terceiro filho e o meu auto atribuído papel em nossa família foi o de pacificador. Eu tentava manter a harmonia na nossa família, inserindo-me em tudo, incluindo coisas que não eram da minha conta. Eu vi que o meu juízo dela e de suas circunstâncias não era correto, embora eu estivesse tentando manter a paz. Eu vi o impacto que a gravidez teve no meu irmão mais velho. Assisti ele ter uma longa caminhada de três a quatro horas. Eu experimentei o que ele estava pensando e sentindo e que ele sentia que tinha fracassado com ela e com o resto de nós, de alguma forma. Eu percebi, pela primeira vez, que ele decidiu naquele momento e lugar, a fazer mudanças em sua própria vida, de modo que ele jamais nos desapontasse. Eu estava tão surpreso de ver como ele estava preocupado com seus irmãos e irmãs, e assumiu responsabilidade por nós. Eu ignorava a intensidade de seus sentimentos até que os John M. Pontius � Visões de Glória 40 vi na revisão da minha vida. Isso deu-me grande empatia e respeito por ele. Também senti a dor da minha irmã e todos os motivos para a sua dor. Eu não estava ciente, até ver naquela visão, que a minha mãe e os pais do pai do bebê os tinha levado em um carro para Las Vegas para casar os dois. Eu vi a dor e a tensão no carro enquanto viajávamos. Eu vivi os acontecimentos com ela de uma forma que nem mesmo os mortais presentes poderiam ter experimentado. Foi a primeira vez que eu realmente entendi minha irmã e me condoí por ela. Eu vi o meu jovem impacto sobre ela e como ela se sentiu banida, rejeitada e julgada por mim e pela sua família. Tive grande empatia por ela e isso gerou ternura na nossa relação pelos anos que se seguiram. Eu perguntei à minha mãe e irmã anos mais tarde para confirmar aquilo que eu tinha visto. Minha mãe e irmã ambas reconheceram que aquele havia sido de fato um casamento à ponta de espingarda. Esta confirmação deu-me um rico senso de compaixão e proximidade com a minha família. Foi uma amplailustração do impacto da minha vida na deles e por que nossas vidas são hoje da forma como são. Meu Amigo, o Valentão Eu tinha medo, em minha juventude, dos valentões da escola, especialmente do Jake. Ele era um ano mais velho, maior, e simplesmente malvado. Ele parecia ter prazer em me aterrorizar. Pelo menos uma vez por semana, Jake me batia ou fazia algo agressivo e malvado comigo. Eu ia para casa com muitos machucados e olhos roxos por causa dele. Naqueles dias os adultos achavam melhor que os meninos resolvessem seus próprios problemas e aprendessem a defender-se sozinhos, e a minha mãe e avós incentivaram-me a aprender a me defender em vez de interferirem na minha vida. Até que, na quinta série, finalmente tive a coragem de revidar. No repasse da minha vida, eu vi aquele dia. Eu também vi minha recém descoberta coragem dessa perspectiva, que incluía o horrível abuso que ele próprio recebia de seu pai. 1 � Despertado pela Morte 41 Quando enfrentei o Jake e revidei, ele mudou totalmente sua forma de pensar sobre o seu mundo. Eu vi que ele se sentia impotente e vítima dele próprio. O meu pequeno ato de coragem lhe mostrou que ele não estava em controle. Ele nunca mais me perseguiu nem a qualquer outra pessoa novamente. Ele foi alterado por essa experiência. Ele se tornou meu amigo porque eu tinha inconscientemente lhe dado a chave para libertar-se da sua própria tirania. A nossa nova amizade permitiu que Jake resolvesse os conflitos de relacionamento com o seu próprio pai. Ele ganhou mais corajem para enfrentar seu pai por causa de minha ação. Assim como Jake parou de me atacar, seu pai parou de abusar dele, quando Jake se recusou-se a submeter-se, o seu pai de fato foi embora pouco tempo depois. Perceber o impacto que a minha amizade causou nele, foi uma revelação para mim. Eu nunca tinha suspeitado que houvesse qualquer motivação para suas agressões exceto malvadeza. Após a visão, eu entendi por que ele estava descontando sua frustração em mim e em outros. No repasse da minha vida eu aprendi que tudo isso foi divinamente concebido, que ambos precisávamos desta estreita relação, e ela tinha que começar com suas agressões, a fim de curá- lo. Eu vi que eu tinha concordado em tudo isso antes de nosso nascimento. Nossa amizade, divinamente pré-ordenada, teve um impacto duradouro na sua cura, em seu relacionamento com a família e sobre mim. Eu não teria aprendido essas coisas sem ele. O que eu aprendi, vendo tudo isso foi que nosso relacionamento foi projetado por Deus e teve um impacto significativo sobre nós dois. Ambos mudamos. Parei de ter medo de valentões e da vida em geral. Não só minhas ações iniciaram a cura do seu abuso, mas sua parte na minha vida iniciou a minha cura também. Percebi que o medo não era necessário e que eu podia me defender e, até mesmo, fazer amigos por causa da minha coragem. Essa descoberta ainda me influencia até hoje. Nosso relacionamento foi pré-ordenado e projetado por Deus para nos salvar. Em meu pensamento hoje, valeram a pena os poucos hematomas que me custou. John M. Pontius � Visões de Glória 42 A última coisa que fizemos antes de Jake formar-se e mudar-se, foi encenar o musical Oklahoma! Ele fez o Jud e eu fiz o Curly. No musical, Jud e Curly são apaixonados por Laurey. Curly confronta Jud sobre sua malvadeza com os outros e eles ficam mais ou menos amigos. Mas depois Laurey concorda em se casar com a minha personagem, Curly, e Jud invade o casamento e ameaça Curly com uma faca. Na briga que se segue, Jud cai sobre sua faca e morre. Curly, é claro, fica com a garota. A peça era uma metáfora do nosso relacionamento, o que não escapou de nenhum de nós. Muitas vezes tenho perguntado por que razão Deus permitiu-me ver essa repassagem da minha vida, sabendo que eu não estava realmente morrendo. Eu achava, antes desta experiência, que você via a sua vida repassada apenas uma vez, quando você realmente morre. Perguntei-me por muitos anos porque Deus me daria este poderoso entendimento da minha própria vida e, em seguida, enviar-me novamente à mortalidade. Nossos Relacionamentos Vêm de Deus A verdade é que ver estas coisas mudou a minha vida para sempre, e me deu uma nova perspectiva sobre todos os meus relacionamentos e o propósito da minha própria vida. Não acredito que eu poderia ter feito tudo o que eu tinha prometido fazer sem estas experiências. Na verdade, estou certo disso. Agora sei que os relacionamentos não são apenas acontecimentos causais ou coincidências. Todos esses eventos acontecem para finalidades divinas. Eles ensinaram-me que Deus realmente nos abençoa nos detalhes de nossas vidas. Essas interações e relacionamentos, quem pode parecer aleatórios no momento, são designados para abençoar e aperfeiçoar a nossa vida. Desde essa intensa revisão da minha vida, tenho olhado para a vida e os relacionamentos como se fossem um quebra-cabeças, ciente de que todas as coisas e as relações têm impacto divino. A minha pergunta desde então foi onde está o propósito divino deste momento presente, deste evento, desta relação, ou dessa pessoa entrando em minha vida? O que tenho para aprender com essas 1 � Despertado pela Morte 43 interações e essas pessoas que entram ou saem do palco da minha experiência? Comecei a orar para que Deus revelasse estas coisas a mim e que Ele me guiasse para abençoar essas pessoas, em vez de deixar-me vaguear sem saber, através de suas vidas. A minha oração tornou-se: "Deixa-me ser a tua voz, deixa-me ser as tuas mãos, deixa-me estar conscientemente envolvido, para que eu possa ser inspirado a fazer a tua obra em suas vidas." Eu tenho pessoalmente, falhando nesse propósito às vezes mas, conforme amadureci, minha capacidade aumentou gradualmente e minha resolução firmou-se. Desta perspectiva da minha vida revista, alguns acontecimentos da minha vida, que eu achava que eram simples ou banais, resultaram ser significativas e propositadas aos olhos de Deus. Deus realmente conta cada momento de nossas vidas e, se deixarmos que Ele nos guie, esses momentos se tornam eternamente significativos. É interessante para mim que o impacto negativo das minhas ações sobre as pessoas não era o tema da revisão da minha vida. Ele estava lá, e eu o vi, mas isso parecia menos importante do que o bem que eu fiz e sua reação em cadeia nessas vidas. Quando eu vi as partes negativas da minha vida, a mensagem para mim não era o quão ruim eram mas que, se eu desse continuidade a esses comportamentos, eles potencialmente teriam me afastado do trabalho específico que o Senhor tinha para eu realizar em minha vida. Não era condenatória, apenas instrutiva. Para alcançar o meu potencial máximo eu precisava cumprir com os compromissos que eu tinha feito na minha vida premortal senão eu não cumpriria com os objetivos da minha vida. Tenho de lembrar-me de que Deus não estava mostrando a revisão da vida a alguém que estava deixando a mortalidade, de modo que a minha experiência pode não ter enfatizado meus erros mais no sentido de incentivar e ensinar-me. Tenho a sensação de que se eu tivesse realmente morrido, não teria havido propósito em me alertar e o peso dos meus atos negativos seriam de maior consequência. Descobrir os convênios que fizemos na premortalidade para cumprir na terra é uma descoberta que se desdobra continuamente. Às vezes só podemos ver um pequenino passo adiante, e outras vezes somos abençoados com uma ampla visão do que nos John M. Pontius � Visões de Glória 44 tornaremos e do que faremos. Eu estava sendo ensinado de que eu tinha de escolher deliberadamente permanecer no caminho que Deus colocava diante de mim, não importa como isso chegasse ao meu conhecimento, fazendo tudo corretamente tanto quanto soubesse fazer. Já que eu não estava morrendo de fato, o grande efeito da revisão da minha vida foi mostrar-me que eu tinha a escolha fundamental da minha vida. Eu estavalivre para escolher o que quisesse; no entanto, minhas escolhas iriam ou levar-me para a luz ou deixar-me na escuridão. Aprendi também que as nossas vidas estão todas registradas em algum lugar, detalhe a detalhe, sem falha. Tudo o que fazemos interessa, nada é apenas trivial. Tudo é profundamente significativo, a vida tem um sentido e é cheia de propósito. Nossas Vidas Importam Eu aprendi a não minimizar o que está acontecendo na minha vida. Tento ver tudo o que faço como sendo de valor eterno. Eu aprendi e me disciplinei, a acreditar que eu não sou apenas uma simples pessoa com pouco valor ou impacto sobre o mundo. Tudo o que fazemos tem importância, e Deus está envolvido nos detalhes de nossas vidas. Eu acredito que se pode dizer até mesmo que Ele está nos detalhes minuciosos de nossas vidas. Eu costumava pensar que Deus era um pai divino e firme que nos enviou à terra apenas dizendo: "Vá, e vamos ver como você se sai depois de morrer." Mas a verdade é que para Ele, e seus anjos, nós somos mesmo a Sua obra e a Sua glória. Somos o que Ele está fazendo. Somos o que Ele é. Eu aprendi que a família, irmãos e irmãs, primos e tios e tias têm propósito divino, as filiações e parentescos. Mesmo que seja mais fácil criticar ou ignorar as pessoas, na verdade esses parentescos são cheios de propósito11. Eu aprendi que realmente existe um +-*�!..* ! A1*'/�- ! re'�/�-B na nossa vida presente, o qual não utilizamos corretamente. Eu recomendo que nos habituemos a fazer isso nas nossas orações19 diárias pessoais e em família, bem como em nossos 1 � Despertado pela Morte 45 relacionamentos, que pratiquemos o voltar e relatar. "Isto é o que o Senhor me pediu que fizesse hoje, isso foi o que eu fiz, e isso foi o que aconteceu" e, em seguida, suplicar pela intervenção eterna nos detalhes. Aprendi que toda a nossa existência é desse modo. Deus dá-nos algum elemento necessário para a nossa jornada, mesmo antes de nascermos, então ele dá-nos tempo para explorar e experimentar a vida, e, em seguida, ele exige de nós um relatório. Agora, ele nos deu um corpo e uma experiência mortais, e todos nós seremos requeridos a apresentar um relatório. A contabilidade das nossas vidas vai ser nos muitos pormenores, pois nossos próprios corpos contam a história das nossas vidas. Cada parte de nós tem escrito sobre ela tudo o que fazemos, pensamos, e somos. O Senhor pode ler tudo isso na sua totalidade. Ele pode e vai nos ler como um livro, para ele está tudo dentro de nós, escrito em nossos próprios ossos, coração e nervos. Prioridade e Propósito da DispensaçãoNT2 Finalmente, aprendi que existe uma prioridade e propósito para cada dispensação, por que estamos aqui neste momento. Não é fortuito. Não é por acaso. É divinamente arquitetado. Quando nós fizermos o nosso relatório final, vamos ver uma vez mais todas as razões por que nós viemos para a terra agora, os propósitos interativos e convênios que fizemos que destinaram cada um de nós à terra no nosso momento e local específicos para fazer coisas específicas. Para nós mortais, esta é uma noção nebulosa, mas a Deus, ela é uma ciência exata, uma matemática divina por assim dizer. Ele registra cada ato de nossas vidas, incluindo Sua constante direção, que a maioria de nós ignora. Nós gastamos tanto tempo nos divertindo e agradando a nós mesmos que não percebemos plenamente o quão verdadeiramente importante é para Deus cada momento e cada interação. A maioria de nós está de tal maneira aprisionada em nossas próprias vidas de negócios e lazer, que sequer sentimos a mão de Deus dirigindo Keiko Mottola Oliveira Keiko Mottola Oliveira Keiko Mottola Oliveira John M. Pontius � Visões de Glória 46 nossas vidas, tampouco conseguimos ouvir a sua voz, que está constantemente orientando-nos. Toda esta informação me veio muito rapidamente enquanto eu estava ali assistindo os médicos tentando reanimar o meu corpo. Todas essas coisas estavam acontecendo ao mesmo tempo, e eu poderia concentrar-me em todas elas. Visitando Minha Esposa em Espírito Tornei-me consciente de que minha esposa estava sentada na sala de espera. Ela havia lido uma revista no momento em que o sistema de alto-falantes começou a bradar "código azul! código azul!" Lyn começou a se preocupar comigo, temendo ser eu que estivesse em apuros. Eu sabia que ela estava preocupada da mesma maneira que eu sabia tudo sobre as enfermeiras e médicos. Eu quis estar perto dela, e eu instantaneamente apareci ao lado dela. Eu aparentemente me movi à velocidade do pensamento. Não me lembro de andar ou passar através das paredes, eu só apareci ali. Toda a minha atenção foi para ela, mas isso não diminui o meu entendimento ou total atenção ao que ainda estava acontecendo ao seu redor no meu corpo. Eu sabia que tinha atravessado duas paredes para estar na sala de espera com ela, mas eu não tive a experiência de passar por elas. Eu estava parado próximo a ela. Eu poderia descrever tudo sobre ela. Eu sabia exatamente o que ela estava sentindo e pensando. Eu sabia o que ela havia lido na revista que ela recém pusera no colo. Ela estava preocupada e desejava que alguém viesse lhe dizer que eu estava bem, que não era uma parada cardíaca. Eu pensei, aqui estou. Estou morto e fora do meu corpo, e eu não consigo sequer me comunicar com você. Eu senti empatia pelo seu medo e dor, mas fui surpreendido com um dilema, até um pouco engraçado. Eu podia vê-la e ouvir seus pensamentos, mas eu não poderia falar com ela de uma forma que ela pudesse compreender. Lembro-me de pensar, como é que eu vou fazer você saber que eu estou muito bem, embora já não esteja vivo? Keiko Mottola Oliveira 1 � Despertado pela Morte 47 Comecei a me perguntar se ela seria capaz de sentir-me, ou me ouvir talvez, se eu passasse através dela. Pedi a ela na minha mente se eu poderia ter a sua permissão para passar por ela. Mesmo ela não estando consciente de mim, o espírito respondeu: "Sim." E eu instintivamente sabia que tinha que ter a sua permissão para fazer isso. Eu entendi isso, mas não tenho certeza por que ou como. Não até então, mas depois eu comecei a entender que entrar no corpo de outra pessoa é muito invasivo, e um espírito justo procura sempre permissão se tiver necessidade. Maus espíritos esperam por oportunidades quando estamos espiritualmente fracos ou depois de nos ter tornado vulneráveis por desobediência às leis de Deus, e eles entram em nós num ato de violência espiritual. Após o seu espírito responder que eu podia, eu me movi através dela, e imediatamente entendi a diferença entre seu corpo físico e o seu corpo espiritual. O seu eu físico não tinha consciência de que eu estava interagindo com ela. Sua pessoa espiritual, no entanto, estava plenamente consciente de mim e do que eu estava a tentar fazer e dizer. O problema foi que, como a maioria dos mortais, ela estava apenas consciente do seu corpo físico ? cativa a ele, por assim dizer, e não estando em sintonia com o seu espírito nesse momento de sua vida. Eu percebi que mover-me através dela não adiantava nada em minha tentativa de me comunicar com ela. Ao passar por ela, eu aprendi muitas coisas sobre como sua experiência de mortalidade tinha sido ? como é que se sente como mulher, de ser amada, de ser protegida, e agora de sentir receio pelo seu protetor. Eu entendi completamente, incluindo como era ter os nossos filhos e filhas, e como era difícil viver com as minhas doenças e dificuldades. Anjos entre Nós Lyn estava sentada em uma sala de espera lotada. Depois que passei por ela sem ter efeito, comecei a olhar ao redor do quarto. Eu podia ver que havia muitas pessoas espirituais no quarto junto com os mortais que ali estavam. Keiko Mottola Oliveira John M. Pontius � Visões de Glória 48 Os mortais pareciam muito diferentes das pessoas em espírito. Mortais tem um aspecto sólido e parecem estar completamente inconscientes
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