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Kamilla Galiza / 6º P 1 Síntese dos hormônios tireoidianos 1. Captação 2. Oxidação 3. Organifização 4. Acoplamento 5. Transporte – mecanismo de ação Captação do iodo Oxidação do iodo Organificação do iodo Acoplamento do iodo Deiodinases: T4 → T3 » Tipo 1: Fígado, Rins e Músculos Esqueléticos • Bloqueio: Amiodarona, Propranolol, PTU, Corticoide, Anorexia, Doença Sistêmicas Graves, Estresse • Ativação: Rifampicina, Fenitoina, Carbamazepina, Fenobarbital, Sertralina » Tipo 2: Hipotálamo/Hipófise • A maior parte do T3 intracelular provém da conver- são local de T4 em T3 • T3 produzido é utilizado no próprio tecido (SNC) » Tipo 3: Placenta • T4 —> T3 reverso / T3 —> T2 (Hormônios Inativos) • Placenta – Protege o feto dos excessos de HTs ma- ternos • Em condições de Hipertireoidismo: Aumento de D3 Transporte dos hormônios tireoidianos » Baixa Hidrossolubilidade » Transporte: Proteínas Carreadoras Específicas » Mais de 99% dos HTs se apresentam ligados às proteínas transportadoras » 0,2-0,4% de T3 livre / 0,02-0,04% de T4 livre Kamilla Galiza / 6º P 2 Mecanismo de ação » Se dissociam das proteínas transportadoras » Disponíveis aos tecidos-alvo para o seu efeito metabó- lico • Crescimento e Desenvolvimento • Metabolismo ósseo • Metabolismo dos lipídeos • Desenvolvimento neurológico • Função cardíaca » Transporte dos HTs para dentro das células Regulação da função Eixo H-H-T Ingestão do iodo » Oferta dietética: • Normal: 150 mg • Gestante: 250 mg • Lactação: 290 mg » Redução do Iodo: • Redução da síntese dos HTs • Elevação do TRH e TSH • Bócio Endêmico » Aumento do Iodo: Efeitos dependem da dose / duração » Dose Moderada / Curto Período: Aumento da síntese de HTs » Dose Excessiva / Aguda: Inibição da atividade tireoidiana • Efeito Wolff-Chaikoff • Mecanismo: Redução da atividade e expressão da NIS HIPOTIREIODISMO » Síndrome clínica resultante da deficiente produção ou ação dos hormônios tireoidianos » Primário: • 95% dos casos • Redução da produção dos HTs (T4 livre) pela pró- pria Tireoide » Secundário: • Causa hipofisária → Deficiência de tireotrofina (TSH) » Terciário: • Causa hipotalâmica → Deficiência do hormônio li- berador de tireotrofina (TRH) » Outras causas: • Resistência aos hormônios tireoidianos devido a mutações em seus receptores • Hipotireoidismo consuntivo Fatores de risco • > 60 anos • Sexo feminino • Bócio • História familiar Kamilla Galiza / 6º P 3 • Radioterapia • Doenças autoimunes • Fármacos • Baixa ingesta de iodo • Sindrome de down • Sindrome de Turner Hipotireoidismo primário » Doenças tireoidianas: • Tireoidite de Hashimoto (Marcador de doença: An- ticorpos antiperoxidase – Anti-TPO – elevados) • Tireoidites subagudas (granulomatosa, linfocítica e pós-parto) • Tireoidite de Riedel • Doenças infiltrativa da tireoide » Tratamentos do Hipertireoidismo / Câncer de Tireoide: • Radioiodo ou Cirurgia • Uso de tionamidas em doses excessivas » Fármacos: • Lítio, Amiodarona, Quimioterápicos (Sunitinibe) » Radioterapia externa para tratamento de tumores de cabeça e pescoço » Hipotireoidismo Congênito: Agenesia, Hipoplasia e Ecto- pia tireoidiana Hipotireoidismos secundário ou central » Adquirido: • Processo neoplásico (Macroadenoma hipofisário / TU de SNC / Tratamento) • Processo inflamatório (Hipofisite) • Processo infiltrativo (Sarcoidose, Hemocromatose) • Processo infeccioso (Tuberculose, Abscesso) • Necrose hipofisária pós-parto (Síndrome de Sheehan) • Ataque isquêmico ou traumático • Uso de análogos de somatostatina » Congênito: • Lesões congênitas (hipoplasia hipofisária, displasia septoóptica, encefalocele basal) • Mutações nos genes do receptor de TSH Sinais e sintomas Diagnóstico Tratamento » Administração de Levotiroxina: • Meia vida de 7 dias • Administrada em dose única diária • Em jejum pela manhã • Necessário aguardar 30-60 min para o desjejum » Dose: • Adultos jovens: 1,6 mcg/kg/dia • Idoso (> 65 anos), coronariopatas: Iniciar com dose 12,5-25mcg/dia, reajustando a cada 15 a 30 dias até a dose terapêutica Avaliação terapêutica e monitoramento » Nova dosagem de TSH e T4 livre após 6/8 semanas do início do tratamento ou mudança de dose » Meta TSH: • 20 a 60 anos: Entre 1 a 2,5 • 60 a 70 anos: Entre 3 a 4 • > 70: Entre 4 a 6 • Ajuste de dose: +/- 12,5 a 25 μg/dia até que se con- siga sua normalização » Hipotireoidismo central: • Ajustes de acordo com nível do T4 livre (terço su- perior da faixa normal) Kamilla Galiza / 6º P 4 Kamilla Galiza / 6º P 5 HIPERTIREOIDISMO » Hipertireoidismo: • Aumento da formação e liberação dos HT • Doença Autoimune (Doença de Graves) ou Do- ença Nodular Tóxica » Tireotoxicose: • Síndrome clínica resultante do excesso circulante de T3 e T4 • Tireoidites Subagudas, Tireoidite Factícia Doença de graves » Doença Autoimune: • TRAB – Anticorpo antirreceptor de TSH » Etiologia mais comum de hipertireoidismo (80%) » Prevalência: 0,4 a 1% » 5-10x mais comum em mulheres » Pico de incidência: 30 a 60 anos de idade » 50% podem evoluir para hipotireoidismo após 10-20 anos » Fisiopatologia: Poligênica e multifatorial • Fatores genéticos (contribuem em 80%) com pre- disposição familiar (materna) » Clínica: Sintomas + Bócio Difuso + Oftalmopatia + Der- mopatia Sinais e sintomas Diagnóstico clínico » Bócio Difuso: Kamilla Galiza / 6º P 6 • Assimétrico ou lobular, volume variável • Pode ter frêmito e sopro (aumento do fluxo sanguí- neo) » Oftalmopatia: • Anticorpos promovem autoagressão intraorbitária • Pode preceder o hipertireoidismo (20%), sucedê-lo (40%) ou surgir concomitantemente (40%) • Evidente em 50% dos casos de DG • Retração palpebral, olhar fixo e assustado, edema periorbital e exoftalmia, diplopia, oftalmoplegia e ptose palpebral » Dermopatia: • 5-10% dos pacientes → Associado a altos títulos de TRAB • Espessamento da pele pré-tibial → Aspecto de casca de laranja Diagnóstico Complementar » TSH baixo ou indetectável » T3 e T4 elevados » TRAB: • Sensibilidade 97,1% - 97,4% • Especificidade 98,3% - 99,2% » Cintilografia: Captação aumentada difusamente » Diagnóstico diferencial com Tireoidite » US com doppler: Glândula hipoecogênica, difusamente aumentada Bócio Uninodular Tóxico » Doença de Plummer / Adenoma Tóxico » Adenoma folicular verdadeiro • Tumor benigno produtor de T4 e T3 (Maligno < 1%) • Autônomo • Mutação somática monoclonal adquirida » Epidemiologia: • 30 e 60 anos • 6:1 a 15:1 (Sexo feminino) • Áreas com ingestão deficiente de iodo » Como o paciente se apresenta? • Aumento de volume da região cervical ou detec- ção acidental por US • Nódulo autônomo (Cintilografia: Hipercaptante) + Eutireoidismo (> 75% dos casos) » Evolução para o Hipertireoidismo: • Gradual e depende do tamanho do nódulo • Nódulo > 3 cm • Idosos • Áreas com baixa ingestão de iodo • Ingestão de iodo ou medicamentos ricos em iodo (amiodarona) Diagnóstico Clínico » Crescimento indolente » Oligossintomáticos • Fibrilação Atrial • Sintomas periféricos menos intensos • Rara: Paralisia periódica hipocalêmica » Não apresentam oftalmopatia ou dermopatia (Auto- imune) » Associação de BNT e Doença de Graves: Síndrome de Marine-Lenhart Kamilla Galiza / 6º P 7 Diagnóstico Laboratorial » TSH suprimido + T4 livre elevado » Hipertireoidismo subclínico • Pré-Plummer ou Adenoma pré-tóxico » US: dimensões do nódulo » Cintilografia com Iodo 131ou 99m-tecnécio: confirma- ção diagnóstica • Nódulo Hipercaptante (quente) com supressão to- tal ou parcial do restante da glândula • 99m-tecnécio: 6-8% de taxa de falso-positivo Bócio Multinodular Tóxico » Bócio Multinodular (BMN): • Aumento progressivo e nodular da tireoide na au- sência de doença AI, malignidade ou inflamação • Associado a mais de um nódulo • Participação de fatores genéticos e ambientais » Áreas de autonomia funcional → Bócio Multinodular Tó- xico » Complicação tardia do BMN » Sexo feminino e idade > 60 anos » Maioria é benigna Diagnóstico Clínico » Como o paciente se apresenta? • Acompanhamento de BMN • Bócio volumoso com sintomas de disfonia, dis- pneia e disfagia • Sintomas cardíacos: ICC e arritmias • Sintomas de Hipertireoidismo mais discretos e de- pendem do número de folículos autônomos » Laboratório: Hiper ou Hiper subclínico » US: dois ou mais nódulos tireoidianos » Cintilografia com Iodo 131: » Aspecto heterogêneo, áreas de autonomia funcio- nal, hipercaptação confinada a um ou a poucos nódulos, hipocaptação no restante da glândula Tratamento Drogas antitireoidianas » Metimazol – 1ª escolha: Inibe a tireoperoxidase • Longa duração (>24h) e Dose única diária • Mais bem tolerado e Menor hepatotoxicidade • Dose inicial de Tapazol: - Elevação do T4 1 a 1,5x LSN – 5 a 10mg/dia - Elevação do T4 1,5 a 2x LSN – 10 a 20mg/dia - Elevação do T4 2 a 3x LSN – 30 a 40mg/dia » Propiltiouracil: Inibe a conversão periférica de T4 em T3 • Primeira escolha em gestantes (1º trimestre) e es- colha quando reação adversa ao Metimazol Iodo Radioativo » Terapia definitiva de escolha no Hipertireoidismo » Complicações: • Hipotireoidismo • Tireoidite Actínica: dor cervical, crise tireotóxica • Precipitar ou exacerbar doença ocular » Contraindicação: Gestação e Suspeita de malignidade • Relativas: Bócio muito volumoso, oftalmopatia infil- trativa grave Kamilla Galiza / 6º P 8 • Nódulo suspeito → PAAF para análise citológica do nódulo suspeito Cirurgia » Tireoidectomia Parcial ou Total ou Istmectomia » Vantagens: Reversão do hipertireoidismo em 100% dos casos e eventual retirada de áreas malignas » Desvantagens: Riscos cirúrgicos e anestésicos » Principais indicações: • Sintomas compressivos • Bócio mergulhante • Suspeita de coexistência de malignidade ou hiper- paratireoidismo associado • Nódulo ou Bócio volumoso (> 80 gramas) • Necessidade de rápida correção do hipertireoi- dismo • RAIU insuficiente para a radioiodoterapia
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