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Finanças Corporativas Diego Figueiredo Dias SOBRE A FACULDADE A Faculdade Cidade Verde (FCV) nasceu de um sonho, de um projeto de vida de professores universitários que compartilhavam de um mesmo desejo, o de produzir e difundir o conhecimento ao maior número de pes- soas, com o intuito de formar profi ssionais aptos a atuarem no mundo dos negócios. E assim, unidos por este propósito transformador, constituíram a FCV por meio da União Maringaense de Ensino Ltda (UME). 2005 - O Diário Ofi cial da União (DOU) ofi cializou o projeto com a publicação dos dois primeiros cursos: Administração e Ciências Contábeis. O sonho tomava forma, novos apoiadores vieram e os primeiros alunos, ao todo eram 35. Ainda em 2005, o grupo alçava mais um passo com a implantação dos cursos de pós-graduação latu-sensu, nas áreas de Gestão e Contabilidade. 2006 - mais uma conquista com a autorização do curso de Ciências Econômicas. A esta altura, o sonho já não cabia no pequeno espaço, e fez- se necessário melhorar a estrutura física. 2008 - Iniciou-se uma pesquisa de mercado com intuito de buscar um novo local, com facilidade de transporte e segurança. 2009 - O crescimento do novo centro de Maringá, a FCV inicia o seu processo de mudança para a Avenida Horácio Raccanello Filho, 5950. 2010 - Ocorreu a mudança para o atual endereço da instituição, ano em que houve também a autorização dos cursos tecnólogos em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Gestão Comercial e Gestão da Produção Industrial. 2011 - Direito passa a integrar o complexo de cursos e atividades que daria base ao desenvolvimento da FCV. 2014 - Em parceria com os Institutos Lactec, a FCV traz para Maringá o Mes- trado Profissional em Desenvolvimento de Tecnologia. 2015 - Mais dois novos cursos passam a integrar a oferta de cursos superio- res, os Tecnólogos em Gestão de Recursos Humanos e Tecnólogo em Marketing. De lá pra cá, foram muitas as lutas para garantir a qualidade de ensino e inovação. 2016 - As novas conquistas: os cursos de Psicologia e Design Gráfico. 2017 - Lançamento de oito cursos de Graduação e mais de oitenta cursos de Pós-Graduação à distância nas áreas de Educação, Gestão, Direito e Informática. Hoje, a FCV é reconhecida como um importante centro de produção e difusão de conhecimento com mais de vinte cursos de pós-graduação e onze de gradu- ação presenciais, lançando os cursos de Graduação e Pós-Graduação à distância, tendo como foco a manutenção dos mesmos padrões de qualidade apresentados nos cursos presenciais. As instalações atuais da sede estão distribuídas em mais de dez mil metros quadrados, comportando seus diversos departamentos admi- nistrativos; biblioteca (com acervo de dezoito mil livros); cinco laboratórios de informática, um de anatomia, uma brinquedoteca, trinta e quatro salas de aula, Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ), salas de professores e de apoio pedagógico, duas cantinas e área de laser. No tocante à qualificação dos professores, a FCV conta com mais de 90% do seu corpo docente composto por mestres e douto- res. Essa é a FCV de hoje, uma faculdade de negócios preocupada em formar ci- dadãos éticos, contribuindo para o desenvolvimento social, buscando resultados sustentáveis através do ensino presencial e a distância. AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO A P R E S E N T A Ç Ã O Finanças Corporativas Diego Figueiredo Dias Olá caro acadêmico! É um prazer tê-lo conosco na disciplina de Financas Corporativas. Sou o Professor Diego Figueiredo Dias, atuo como docente de graduação e pós-graduação desde que me formei em Economia, área em que também fi z meu mestrado. Neste livro, procurei abordar de forma prática este conteúdo que é tão importante em nosso cotidiano, seja na vida pessoal ou profi ssional. Quem nunca comprou nada parcelado?Quem nunca pensou em fi nanciar um veículo? Você sabe calcular se os juros anunciados são efetivamente os juros cobrados? Neste livro vou levar você ao mundo dos cálculos fi nanceiros! É muito importante que você, enquanto futuro profi ssional graduado na área da gestão, tenha uma calculadora fi nanceira. Recomendo a HP 12 C. Não é uma calculadora barata, então se você não pode comprar no momento, pode optar por acessar gratuitamente um emulador através do link: http://epx.com.br/ctb/hp12c.php AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO A P R E S E N T A Ç Ã O Nosso livro foi dividido em 3 unidades, onde a primeira trata sobre os conceitos iniciais da matemática fi nanceira, como porcentagem e juros e descontos simples. A segunda unidade aprofunda mais no conceito de juros e parte para os juros e descontos compostos, além de tratar também da correção monetária. A terceira e última unidade aborda os tipos de amortização, o conceito de depreciação e também introduz conceitos de análise de investimentos. Espero que você aproveite este conteúdo! Bons estudos! Prof. Me. Diego Figueiredo Dias S U M Á R IO UNIDADE 1: INTRODUÇÃO À MATEMÁTICA FINANCEIRA 11 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 13 PERCENTAGEM ................................................................................................................... 14 TAXA UNITÁRIA ................................................................................................................... 20 DESCONTO COMERCIAL OU DESCONTO POR FORA............................................. 35 UNIDADE 2: JUROS COMPOSTOS, DESCONTOS COMPOSTOS, AMORTIZAÇÃO E DEPRECIAÇÃO 43 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 45 CAPITALIZAÇÃO E DESCONTOS COMPOSTOS ........................................................ 48 DESCONTO RACIONAL OU POR DENTRO ................................................................. 51 DEPRECIAÇÃO E AMORTIZAÇÃO ................................................................................ 57 Método Linear (ou Quotas Constantes) .............................................................................58 Método Soma dos Dígitos .......................................................................................................60 Método Saldo Decrescente .....................................................................................................61 O segundo método é conhecido como Sistema de Amortização Constante (SAC) 70 UNIDADE 3: INTRODUÇÃO A ANÁLISE DE INVESTIMENTOS 75 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 77 MÉTODOS DETERMINÍSTICOS DE ANÁLISE DE INVESTIMENTOS ...................... 81 MÉTODO DO VALOR ANUAL UNIFORME EQUIVALENTE (VAUE) ....................... 83 A TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE (TMA) ................................................................ 84 MÉTODO DO VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) ...................................................... 85 S U M Á R IO MÉTODO DA TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) .................................................... 87 MÉTODOS NÃO EXATOS .................................................................................................. 89 ÁRVORES DE DECISÃO ..................................................................................................... 93 A ANÁLISE DE SENSIBILIDADE ...................................................................................... 101 A ANÁLISE DE CENÁRIOS ................................................................................................ 103 PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO ........................................................................108 QUAIS ANÁLISES UTILIZAR PARA CADA SITUAÇÃO .............................................. 123 CONCLUSÃO 128 REFERÊNCIAS 152 Introdução à matemática financeira UNIDADE 1 ObjEtIvOs DE AprENDIzAgEm • Introduzir os conceitos e as formas de cálculos de Porcentagem; • Abordar de forma prática o conceito de Juros e Desconto Simples. plANO DE EstUDO Serão abordados os seguintes tópicos: • Percentagem • Exercícios resolvidos de porcentagem • Elementos do cálculo percentual • Taxa unitária • Juros simples • Desconto racional ou desconto por dentro • Desconto comercial ou desconto por fora Diego Figueiredo Dias 13 UNIDADE I - Finanças Corporativas INTRODUÇÃO É muito comum em nosso cotidiano lidarmos com os assuntos que serão abordados nesta unidade: Cálculo percentual e de juros! Você vai ao comércio e logo vê uma placa: 50% de desconto à vista! Ou ainda: Financie seu veículo com taxa de 0,99% ao mês! Você sabe fazer um cálculo de porcentagem? Usando a calculadora? Ou sabe fa- zer de cabeça ou através de fórmulas? É muito comum fazermos tais contas de maneira intuitiva. Uso um exemplo clássico que com certeza já ocorreu na sua família ou com algum conhecido: Meu falecido avô paterno, quase sem nenhum estudo, mas a vida toda comerciante. Fazia contas difi cílimas sem o auxílio de calculadora e ainda fi cava bravo com os netos que a utilizavam. Cálculos percentuais exatos! Nós podemos treinar isto! Vamos lá? 14 UNIDADE I - Finanças Corporativas PERCENTAGEM Como podemos calcular qual foi o nosso aproveitamento em um determinado exame? Suponhamos que você tenha acertado, em um exame, 12 das 15 questões apresentadas. A razão entre o número de questões acertadas e o número total de questões é: 12/15 Isto signifi ca que se dividirmos 12 por 15 chegaremos ao resultado de 0,8. O valor 0,8 sig- nifi ca 80%. Sabe por quê? Como o próprio nome já diz “POR CENTO”, SE MULTIPLICARMOS 0,8 POR 100, CHEGAMOS AO 80%. Isto signifi ca que seu aproveitamento foi de 80% ao acertar 12 questões num exa- me que continha 15. Vamos utilizar outro exemplo: Se você conseguisse acertar 25 questões num exame de 50? Divida o 25/50 e chegará ao resultado de 0,5 que se multiplicado por 100, revela seu aproveitamento de 50%. 15 UNIDADE I - Finanças Corporativas FIQUE POR DENTRO Na Calculadora HP 12C: 50 ENTER 25 %T Note que na HP12C existe uma tecla “%T” além da tecla normal “%”. Neste caso onde queremos saber o quanto um número (por exemplo, 25) representa percentualmente de outro (50), digitamos primeiro o nú- mero 50 na sequência apertamos ENTER, lançamos o 25 e por último a tecla %T. Tente você mesmo! EXERCÍCIOS RESOLVIDOS DE PORCENTAGEM 1. Quanto é 15% de 80? Multiplique 15 por 80 e divida por 100. 15 x 80 = 1200 1200/100 = 12 12 é 15% de 80 Se você achar mais fácil, você pode simplesmente multiplicar 15% na sua forma decimal, que é 0,15 por 80: 0,15 x 80 = 12 16 UNIDADE I - Finanças Corporativas 2. Quanto é 70% de 30? Multiplique 70 por 30 e divida por 100: 21 é 70% de 30 Ou então você pode multiplicar 70% na sua forma decimal, que é 0,70 por 30: 0,7 x 30 = 21 70% de 30 é igual a 21. 3. Quanto é 150% de 45? Multiplique 150 por 45 e divida por 100: 67,5 é 150% de 45 Você também pode simplesmente multiplicar 150% na sua forma decimal, que é 1,50 por 45: 1,50 x 45 = 67,5 17 UNIDADE I - Finanças Corporativas 4. Expresse a razão de 19 para 25 como uma porcentagem. A razão de 19 para 25 pode ser expressa nestas duas formas: Ao realizarmos a divisão de 19 por 25 iremos obter o valor da razão: Tal como procedemos no caso das razões centesimais, devemos multiplicar este valor decimal por cem e acrescentar o símbolo “%” para termos a representação da porcentagem, na verdade o multiplicamos por 100%: 18 UNIDADE I - Finanças Corporativas 5. 30% da população de uma cidade litorânea mora na área insular e os demais 337.799 habitantes moram na área continental. Quantas pessoas moram na ilha? Sabemos que 30% da população da cidade mora na ilha e o restante, ou seja, 70% mora no continente. Como 70% corresponde a 337.799 habitantes, podemos montar uma re- gra de três para calcularmos quantos habitantes correspondem aos 30% que moram na ilha: 337.799 está para 70, assim como x está para 30: Podemos resolver este exercício de uma outra forma. Se multiplicarmos 337.799 por 100 e dividirmos este produto por 70, iremos encontrar o número total de habitantes da cidade: Ao calcular 30% de 482.570 iremos encontrar o número de habitantes da ilha: 337.799 19 UNIDADE I - Finanças Corporativas ELEMENTOS DO CÁLCULO PERCENTUAL Vimos no exemplo do início desta unidade que: 12/15 = 80/100 Neste exemplo, chamando o 12 de percentagem, o 15 de principal e o 80 de taxa, temos: Percentagem/principal = taxa/100 Daí, obtemos as seguintes defi nições: Taxa é o valor que representa a quantidade de unidades tomadas em cada 100. Percentagem é o valor que representa a quantidade tomada de outra, proporcional- mente a uma taxa. Principal é o valor da grandeza da qual se calcula a percentagem. O principal, a percentagem e a taxa são os elementos do cálculo percentual. 20 UNIDADE I - Finanças Corporativas FIQUE POR DENTRO Na prática, é muito comum: — empregarmos as palavras desconto, comissão, multa, parte, quota, abatimen- to, prejuízo, lucro etc. em lugar de percentagem; — designarmos a taxa percentual simplesmente por percentagem. Assim, tanto faz dizermos, em uma situação qualquer, que o lucro foi de R$ 80,00 ou de 20%. TAXA UNITÁRIA Vimos que a taxa percentual se refere a 100, isto é: 25/100 = 25% Porém, na resolução de muitas questões, é mais prático (e, algumas vezes, neces- sário) tomarmos como valor referencial a unidade, obtendo o que chamamos de taxa unitária (simbolizada por i). Assim: 21 UNIDADE I - Finanças Corporativas JUROS SIMPLES Juros são defi nidos como sendo a remuneração do capital, a qualquer título. Assim, são válidas as seguintes expressões como conceitos de juros: A. remuneração do capital empregado em atividades produtivas; B. custo do capital de terceiros; C. remuneração paga pelas instituições fi nanceiras sobre o capital nelas aplicado. Os juros são fi xados por meio de uma taxa percentual que sempre se refere a uma unidade de tempo (ano, semestre, trimestre, mês, dia). 22 UNIDADE I - Finanças Corporativas Exemplos: 12% ao ano = 12% a.a. 4% ao semestre = 4% a.s. 1% ao mês = 1% a.m. Os regimes de juros estudados na Matemática Financeira são conhecidos como juros simples e juros compostos. No regime de juros simples, apenas o capital inicial, também chamado de principal, rende juros. Juros não são capitalizados e, consequentemente, não rendem juros. No regime de juros compostos, somam-se osi juros do período ao capital para o cálculo de novos juros nos períodos seguintes. Juros são capitalizados e passam a render juros. O regime de juros compostos será apresentado na unidade II. FIQUE POR DENTRO O Valor do Dinheiro no Tempo A Matemática Financeira está diretamente ligada ao valor do dinheiro no tempo, que, por sua vez, está interligado à existência da taxa de juros. Do ponto de vista da Matemática Financeira, $1.000,00 hoje não são iguais a $1.000,00 em qualquer outra data, pois o dinheiro cresce no tempo ao longo dos 23 UNIDADE I - Finanças Corporativas períodos, devido à taxa de juros por período. Assim, um capital de $1.000,00 aplicado hoje, com uma taxa de juros de 8% a.a., implicará um rendimento anual de $80,00, proporcionando um montante de $1.080,00 no fi nal de um ano. Pode-se dizer que considerando uma taxa de juros de, por exemplo, 8% a.a., é indiferente termos $1.000,00 hoje ou $1.080,00 daqui a um ano. Um capital de $1.000,00 hoje somente será igual a $1.000,00 daqui a um ano na hipótese irreal da taxa de juros ser considerada igual a zero. Vamos falar agora da simbologia que adotaremosA simbologia e a convenção utilizadas em todo este material didático serão idênticas àquelas adotadas por todas as calculadoras da marca HP, inclusive pela HP-12C. As grandezas monetárias podem ser representadas no fl uxo de caixa de acordo com as convenções de fi nal de período e de início de período, que são apresenta- das a seguir. 24 UNIDADE I - Finanças Corporativas Fonte: Matemática Financeira Objetiva e Aplicada – obra do autor Abelardo de Lima Puccini, 7a. edição, Editora Saraiva. No regime de juros simples, os juros de cada período são obtidos pela aplicação da taxa de juros i sempre sobre o principal PV, fazendo com que os juros tenham o mesmo valor em todos os períodos. Assim, temos: • juros de cada período: PV x i • juros de n períodos: n x PV x i 25 UNIDADE I - Finanças Corporativas O valor futuro FV, também chamado de montante, é resultante da aplicação de um principal PV, durante n períodos, com uma taxa de juros i por período. No regime de juros simples, FV é obtido pela expressão: FV = montante = principal + juros = PV + n x PV x i ou seja: FV = PV (1 + i x n) em que a unidade referencial de tempo da taxa de juros i deve coincidir com a unidade referencial de tempo utilizada para defi nir o número de períodos n. A Expressão Genérica FV = PV (1 + i x n) pode ser verifi cada, consideran- do PV = 1.000,00 e n = 8% ao ano, o montante FV, no fi nal de cada ano é: • n = 1 => FV = 1.000,00 (1 + 0,08 x 1) = 1.080,00 • n = 2 => FV = 1.000,00 (1 + 0,08 x 2) = 1.160,00 e assim por diante. Observe na tabela 2.1 que o montante FV corresponde ao Saldo no fi nal de cada ano após o pagamento. 26 UNIDADE I - Finanças Corporativas EXEMPLO: 1. Um comerciante tomou emprestado num banco estatal a importância de R$ 18.000,00 pelo prazo de dois anos a uma taxa de juros de 30% ao ano. Qual será o valor dos juros e o montante a serem pagos? PV = R$ 18.000,00 FV = ? n = 2 anos i = 30% aa ou 30/100 = 0,3 FV = PV (1 + i x n) FV = 18.000,00 (1 + 0,3 X 2) FV = 18.000,00 x 1,6 FV = 28.800,00 27 UNIDADE I - Finanças Corporativas FIQUE POR DENTRO Em relação aos elementos do Diagrama Padrão são relevantes os seguintes comentários: a) os intervalos de tempo de todos os períodos são iguais. Assim, por exemplo, todos os meses têm a mesma duração de 30 dias; b) a unidade referencial de tempo da taxa de juros i deve necessariamente coin- cidir com a unidade referencial de tempo utilizada para defi nir o número de pe- ríodos n; c) os problemas comuns de Matemática Financeira envolvem, em geral, apenas quatro elementos, sendo que dois deles são obrigatoriamente a taxa de juros i e o número de períodos n. Os outros dois elementos a serem relacionados podem ser PV com FV, PV com PMT, e FV com PMT; d) as fórmulas deste compêndio são desenvolvidas apenas para este Diagrama Padrão, assumindo a convenção de fi nal de período. Os problemas que se enqua- dram nessa situação têm solução imediata. Os demais problemas deverão ser en- quadrados nesse Diagrama Padrão mediante desdobramentos e outros artifícios que não alteram o enunciado do problema; e) a Calculadora HP-12C está preparada para resolver os problemas que se enqua- dram neste Diagrama Padrão, com a convenção de fi nal de período. Ressaltamos os seguintes pontos: a calculadora está preparada para utilizar a convenção de fi nal de período quando a função END estiver ativa (acione as teclas g e END, e verifi que se a palavra BEGIN não aparece indicada no visor); a calculadora deve apresentar sempre a letra C indicada no visor (pressione 28 UNIDADE I - Finanças Corporativas concomitantemente as teclas STO e EEX), para que realize todos os cálculos a juros compostos, independentemente do valor de n ser um número inteiro ou fracionário; os valores monetários sejam de PV, FV ou PMT devem ser registrados na calcu- ladora sempre de acordo com a convenção de sinal, isto é, as entradas de caixa (recebimentos) devem ter o sinal positivo (+), e as saídas de caixa (pagamentos) devem ter o sinal negativo (–); os problemas que envolvem apenas quatro elementos devem ser resolvidos com o registro do número zero para o elemento monetário (PV, FV ou PMT) que não participa do problema; os valores do número de períodos n podem ser números inteiros ou fracionários. Por exemplo, n pode ser registrado em anos, fração de ano, fração de mês etc.; o registro de uma taxa de juros de 8%, por exemplo, deve ser feita com a coloca- ção do número 8 na tecla correspondente a i. A calculadora, internamente, faz as operações com 8%, isto é, com 8/100 = 0,08; a calculadora sempre interliga os cinco elementos (n, i, PV, PMT e FV). Por exem- plo, no caso de obtenção do PV, a HP-12C calcula a seguinte relação: PV = valor presente de FV + valor presente de PMT Fonte: Matemática Financeira Objetiva e Aplicada – obra do autor Abelardo de Lima Puccini, 7a. edição, Editora Saraiva. 29 UNIDADE I - Finanças Corporativas DESCONTO RACIONAL OU DESCONTO POR DENTRO A taxa de juros i, também denominada taxa de rentabilidade ou, ainda, taxa de desconto “por dentro”, pode ser obtida a partir da Relação a seguir, que fornece: O valor do desconto, expresso em $, corresponde aos juros acumulados no tempo. Assim, genericamente, ele pode ser obtido pela diferença entre o valor futuro FV, ou montante, e o valor presente PV, ou principal, ou seja: Desconto = FV − PV O valor do desconto “por dentro” (Dd), ou racional, é obtido multiplicando-se o valor presente PV pela taxa de desconto i, e esse produto pelo prazo da operação n, ou seja: Dd = PV X i X n Na prática, entretanto, o valor presente é sempre a incógnita, sendo normalmente conhecidos o valor futuro FV, o prazo n e a taxa de desconto i. Vamos a seguir 30 UNIDADE I - Finanças Corporativas deduzir a fórmula que permite obter o valor do desconto racional a partir das vari- áveis conhecidas. O valor do desconto “por dentro”, ou racional, é também obtido pela aplicação da expressão geral para desconto, isto é: Dd = FV – PV A partir da expressão acima, podemos chegar na seguinte relação: Substituindo o PV desta última equação, na equação anterior, temos: 31 UNIDADE I - Finanças Corporativas Vamos resolver alguns exercícios? 1. Calcule o número de meses necessário para um capital dobrar de valor, com uma taxa de juros de 2% ao mês, no regime de juros simples. Solução: Supondo o valor de PV = $100,00, então teríamos FV = $200,00, e os dados do problema seriam os seguintes: PV= $100,00; FV = 2 X 100,00 = $200,00; i = 2% ao mês = 0,02; n = ? Pela Relação apresentada anteriormente temos: FV = 200,00 = PV (1 + i X n) = 100,00 (1 + 0,02 X n) 200,00 = 100 + 2 X n que fornece n = 50 meses. 32 UNIDADE I - Finanças Corporativas 2. Calcule o valor da taxa mensal de desconto “por dentro” usada numa operação de desconto de 60 dias de um título cujo valor de resgate é $10.000,00 e cujo valor do principal é $9.750,00. Solução: Os dados do problema são os seguintes: PV= $9.750,00; FV = $10.000,00; n = 60 dias = 2 meses; i = ? (% ao mês) ou seja, 1,282% ao mês. OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Veja que sempre utilizamos as mesmas unidades de tempo, se nos derem o tempo em dias e a taxa em meses, temos que converter um ou outro para as mesmas unidades. Vai depender de como o problema pede. Se pedir em meses, transforme dias em meses, isto é, 60 dias = 2 meses. 33 UNIDADE I - Finanças Corporativas Outra coisa importante é que quando fazemos o cálculo do i no problema anterior, o resultado sai na forma unitária e se quisermos apresentar na forma percentual é só multiplicar por 100, isto é, 0,01282 X 100 = 1,282%. 3. Calcule o valor do desconto simples de um título de $1.000,00, com venci- mento para 60 dias, sabendo-se que a taxa de desconto “por dentro” é de 1,2% ao mês. Solução: Os dados do problema são os seguintes: FV = $1.000,00; n = 60 dias; i = 1,2% ao mês =1,2%/30; temos ao dia = 0,04% a.d. = 0,0004 Desconto = FV – PV = ? PV = FV/(1 + i X n) = 1.000,00/(1 +0,0004 X 60) = $ 976,56 e, portanto, o desconto “por dentro” é igual a (1.000,00 − 976,56) = $23,44. 34 UNIDADE I - Finanças Corporativas 4. Um empresário tem uma conta de cheque especial num banco que permite saques a descoberto e que cobra 1,5% ao mês sobre o saldo devedor, a juros simples, pelos dias que a conta fi car descoberta. Calcule o montante de juros cobrado no mês de abril, assumindo que a conta tem saldo zero no fi nal de março e que em abril são emitidos os seguintes cheques: Solução: Os dados do problema são os seguintes: i = 1,5% ao mês = 1,5%/30 = 0,05% ao dia = 0,0005 a.d. a) Calculando os juros devidos por período: • Juros de 1o. de abril a 10 de abril => durante esses 10 dias o saldo devedor é de $2.000,00, e portanto: Juros = 2.000,00 X 0,0005 X 10 = $10,00 • Juros de 11 de abril a 20 de abril => durante esses 10 dias o saldo devedor é de $3.000,00, e portanto: Juros = 3.000,00 X 0,000 X 10 = $15,00 35 UNIDADE I - Finanças Corporativas • Juros de 21 de abril a 30 de abril => durante esses 10 dias o saldo devedor é de $4.000,00, e portanto: Juros = 4.000,00 X 0,0005 X 10 = $20,00 Assim, o total de juros devidos no mês de abril é igual a: Juros do mês de abril = (10,00 + 15,00 + 20,00) = $45,00 b) Utilizando o conceito de saldo médio: O saldo devedor médio no mês de abril é obtido pela relação: SALDO MÉDIO = (2000 x 10 + 3000 x 10 + 4000 x 10)/ 30 O que nos dá o valor de $ 3000,00 DESCONTO COMERCIAL OU DESCONTO POR FORA No regime de juros simples, os descontos de cada período são obtidos pela aplicação da taxa de desconto d sempre sobre o valor futuro FV, ou montante, fazendo com que os descontos tenham o mesmo valor em todos os períodos. 36 UNIDADE I - Finanças Corporativas Assim temos: desconto de cada período: FV x d desconto de n períodos: n x FV x d Observar que a taxa de desconto d (“por fora”) é aplicada sobre o valor futuro FV para produzir o valor presente PV, ao passo que a taxa de desconto i (“por dentro”), ou taxa de rentabilidade, é aplicada sobre o valor presente PV para produzir o valor futuro FV. Assim, o valor do desconto “por fora” (Df ), ou comercial, é obtido multiplicando-se o valor futuro FV pela taxa de desconto d por período, e esse produto pelo número de períodos de desconto n, ou seja: Df = FV x d x n O valor presente PV, ou principal, resultante do desconto “por fora” sobre o montante FV, durante n períodos, com uma taxa de desconto d por período, é obtido, a juros simples, pela expressão: PV = montante −descontos = FV − n x FV x d 37 UNIDADE I - Finanças Corporativas ou seja: PV = FV (1 − d x n) em que a unidade referencial de tempo da taxa de desconto d deve coincidir com a unidade referencial de tempo utilizada para defi nir o número de períodos n. Podemos então expressar o desconto por fora, como: Vejamos um exemplo Calcule o valor do desconto simples de um título de $1.000,00, com vencimento para 60 dias, sabendo-se que a taxa de desconto “por fora” é de 1,5% ao mês. Solução: Os dados do problema são os seguintes: FV = $1.000,00; n = 60 dias; d = 1,5% ao mês = 1,5%/30 ao dia = 0,05% a.d. = 0,0005 a.d. 38 UNIDADE I - Finanças Corporativas Desconto = FV − PV = ? Sabemos que PV = FV (1 − d x n) = $1.000,00 x (1 − 0,0005 x 60) = $970,00 e, portanto, o desconto “por fora” é igual a (1.000,00 � 970,00) = $30,00. INDICAÇÃO DE LEITURA PUCCINI, Abelardo de Lima; PUCCINI, Adriana. Matemática Financeira: objetiva e aplicada. Ed. Compacta. São Paulo: Saraiva, 2009. CONSIDERAÇÕES FINAIS Caros alunos, nesta unidade trabalhamos as principais fórmulas do regime de juros simples e demonstramos algumas de suas aplicações em diversos problemas do mercado. É importante lembramos que, no regime de juros simples, a taxa de desconto d (“por fora”, ou comercial) é comumente utilizada apenas com o nome de taxa de desconto, por ser este o método consagrado pelo mercado nas operações de des- conto de títulos comerciais. 39 UNIDADE I - Finanças Corporativas A taxa de juros i (taxa de desconto “por dentro”, ou racional) é mais conhecida como taxa de rentabilidade. Tanto a taxa de desconto por dentro, quanto à taxa de desconto por fora são valo- res que não correspondem a “verdadeira” taxa de juros (taxa efetiva) da operação, pelo fato do regime de juros simples ser conceitualmente incorreto, na medida em que só remunera o capital inicial (principal) aplicado. O valor nominal de um título (valor de resgate) descontado a juros simples (descon- to comercial) representa o valor que será creditado na conta corrente do investidor. Esse é o valor presente do título. Para conhecer a taxa efetiva de desconto da ope- ração é preciso comparar o valor presente do título com o seu valor nominal, por meio do cálculo da taxa interna de retorno, que é feita a juros compostos. A HP-12C dispõe de funções especiais para realizar cálculos no regime de juros simples. Entretanto, os exemplos deste capítulo foram desenvolvidos sem o uso dessas operações especiais da calculadora, pois as fórmulas e expressões de ju- ros simples são de fácil solução com as operações convencionais de qualquer calculadora. 40 UNIDADE I - Finanças Corporativas ATIVIDADES 1) Calcule o montante acumulado no fi nal de quatro semestres e a renda recebida a partir da aplicação de um principal de $10.000,00, com uma taxa de juros de 1% ao mês, no regime de juros simples. 2) Um título com valor de resgate de $1.000,00, com 80 dias a decorrer até seu vencimento, está sendo negociado a juros simples, com uma taxa de descon- to “por fora” de 15% ao ano. Calcule: a) o valor do principal desse título; b) o valor do desconto simples; e c) a rentabilidade mensal desse título, até seu vencimento. 3) Imagine que o título do Problema 2 seja vendido com a garantia de recompra num prazo de três dias, e que nessa operação de três dias seja assegurada uma rentabilidade de 1,2% ao mês. Calcule: a) o valor do título por ocasião da recom- pra; e b) a rentabilidade mensal e a taxa de desconto anual (“por fora”) desse título para o seu prazo remanescente de 77 dias a decorrer até seu vencimento. 4) Um investidor aplicou um principal de $1.000,00 para receber um montante de $1.300,00 no prazo de 36 meses. Calcule, no regime de juros simples: a) a rentabilidade trimestral do investidor; e b) a taxa de desconto mensal (“por fora”) que corresponde à rentabilidade do item a. 41 UNIDADE I - Finanças Corporativas 5) Um banco comercial empresta $15.000,00 a um cliente, pelo prazo de três me- ses, com uma taxa de 1% ao mês, juros simples, cobrados antecipadamente. Dessa forma, o valor líquido liberado pelo banco é de $14.550,00, e o cliente deve pagar os $15.000,00 no fi nal do 3o. mês. Além disso, o banco exige um saldo médio de $1.500,00 ao longo de todo o prazo do empréstimo. Calcule a taxa de rentabilidade mensal do banco nessa operação, a juros simples. 6) Uma empresa deseja descontar títulos num banco comercial que opera com uma taxa de desconto comercial de 1% ao mês, juros simples. O primeiro títu- lo tem um valor de $10.000,00 e vencimento no prazo de 90 dias. O segundo título tem um valor de $10.000,00 e vencimento no prazo de 180 dias. Calcule o valor a ser creditado pelo banco na conta dessa empresa, pelo desconto desses títulos. juros compostos, descontos compostos, amortização e depreciação UNIDADE 2 ObjEtIvOs DE AprENDIzAgEm • Trabalhar os conceitos e formas de aplicação dos Juros e Descontos Compostos; • Abordar as formas de amortização e depreciação. plANO DE EstUDO Serão abordados os seguintes tópicos: • Capitalização e descontos compostos • Desconto racional ou por dentro • Amortização e depreciação Diego Figueiredo Dias 45 UNIDADE II - Finanças Corporativas INTRODUÇÃO Certa vez resolvi trocar meu veículopor um novo, mas como eu não tinha todo o dinheiro pra pagar à vista, resolvi fi nanciar uma parte. A concessionária anunciava em sua vitri- ne, uma taxa de juros de 0,99% ao mês para o fi nanciamento do carro, em 12 parcelas mensais. Como ando sempre com minha HP 12C, fui conferir, fazendo os cálculos. Conversando com o gerente da loja, ele me informou o seguinte: Para fi nanciar o valor de R$ 15.000,00, que correspondia à metade do valor de um carro, eu iria pagar 12 parcelas mensais de R$ 1.375,00, sendo a primeira 30 dias depois do fechamento do negócio. Com essas informações e com a calculadora HP 12C, em alguns segundos, você pode conferir se aquela taxa de 0,99% ao mês, divulgada pala empresa vendedora, é a taxa que realmente custa para você como consumidor. Vamos lá, pegue a sua calculadora HP 12 C ou no emulador online (que já passei o link na apresentação deste material) e faça junto comigo: 46 UNIDADE II - Finanças Corporativas 1. Primeiramente ligue a HP: tecla ON. 2. Apague todas as memórias fi nanceiras de sua HP, pois ela poderá pegar dados armazenados e fazer o cálculo errado. Para isso aperte duas teclas: digite primeiro a tecla f (amarela) e depois a tecla CLx. Faça isso sempre que você for começar um novo cálculo. (f CLx). 3. Digite a tecla f e a tecla do número 2 para aparecer duas casas decimais na HP. Se você quiser que apareça mais casas decimais é só teclar f e número desejado. (f 2) 4. Observe se no visor está aparecendo o termo BEGIN (ele não deve aparecer, pois ele serve para cálculos com uma parcela de entrada, que não é o caso, esse fi nanciamento é sem entrada). Assim, se você digitar a tecla g (azul) e depois a te- cla do número 7 (BEG) irá aparecer o termo BEGIN que serve para cálculos quanto você já paga uma parcela no ato da compra. Nesse caso, digite a tecla g e depois 8 (END), o termo BEGIN irá desaparecer e o cálculo será feito considerando um fi nanciamento sem entrada, como é esse caso. (g 8) 5. Digite 12, que é o número de parcelas do fi nanciamento, e aperte a tecla n. (12 n) 6. Digite 15000, que é o valor fi nanciado, aperte a tecla CHS para ele fi car negativo (-15.000,00) e digite PV. (15000 CHS PV) 47 UNIDADE II - Finanças Corporativas 7. Agora digite 1375, que é o valor de cada parcela, e depois a tecla PMT. (1375 PMT) 8. Por último, digite a tecla i, que é a informação que você deseja que a HP calcule, ou seja, a taxa de juro. (i) Observe que no visor apareceu 1,50. Caso não tenha aparecido esse valor, fi que tranquilo, refaça todos os passos bem devagar e com cuidado que vai dar certo. Dessa forma podemos concluir que a taxa que está custando para quem for com- prar esse carro fi nanciado é de 1,50% ao mês. Bem diferente da taxa de 0,99% estampada nas vitrines da loja. Mas, por que você acha que isso acontece? Neste caso, foi porque a loja informou apenas a taxa de juro do negócio e não in- formou que havia outros custos a mais para fazer o fi nanciamento, como o Imposto sobre Operações Financeiras, taxa para fazer o cadastro do cliente consumidor, taxa para a abertura de crédito etc. Essas outras informações não são apresenta- das de maneira clara para você que é o consumidor, mas estão todas escondidas e são acrescentadas diretamente no valor das prestações. Se você não fi car atento, pagará todas elas sem perceber e sem saber que está pagando. 48 UNIDADE II - Finanças Corporativas Por isso é muito importante que você saiba fazer o cálculo da taxa correta, pois assim, você mesmo descobrirá se há mais valores sendo cobrados no seu fi nancia- mento e não fi cará dependendo das informações que lhe forem passadas. Esse é um exemplo de armadilha que o mercado prepara para os consumidores. Se você estiver preparado, não será surpreendido por nenhuma delas. Vamos agora verifi car estas situações e aprender a nos preparar! CAPITALIZAÇÃO E DESCONTOS COMPOSTOS Veremos nesta unidade que o conceito de juros compostos é muito importante, uma vez que esse é o sistema indicado para efetuar análises e transformações de fl uxos de caixa de forma conceitualmente correta. Inicialmente, apresentaremos o problema da capita- lização composta, que trata da valorização do dinheiro ao longo do tempo. Em seguida, apresentaremos o problema inverso, ou seja, o da diminuição das grandezas futuras, na medida em que são trazidas para o valor presente, mediante as operações de desconto composto. Nos dois casos, os estudos incluem deduções de fórmulas genéricas e suas aplicações em exemplos numéricos, cujas soluções são apresentadas pelo Simulador da HP-12C. 49 UNIDADE II - Finanças Corporativas No regime de juros compostos, os juros de cada período, quando não são pagos no fi nal do período, devem ser somados ao capital e, consequentemente, também passam a render juros. A esse processo dá-se o nome de capitalização de juros, e, como ele acontece no regime de juros compostos, costuma ser chamado de capitalização composta. No regime de juros compostos, os juros de cada período são obtidos pela aplica- ção da taxa de juros i sobre o capital aplicado no início do período de capitalização. Assim, temos: A. no 1° período de capitalização (n = 1) capital no início do período = PV juros do período = PV x i capital no fi nal do período = FV = PV +PV x i = PV (1 + i) 50 UNIDADE II - Finanças Corporativas B. no 2° período de capitalização (n = 2) capital no início do período = PV (1 + i) juros do período = PV (1 +i) x i capital no fi nal do período = FV = PV (1 +i) +PV (1 + i) x i = = PV (1 +i) x (1 +i) e portanto: FV = PV (1 +i)² C. no 3° período de capitalização (n = 3) A expressão para o valor futuro FV, ou montante, no fi nal do 3° período de capitali- zação pode ser deduzida de forma análoga, e toma o seguinte aspecto: FV = PV (1 +i)³ 51 UNIDADE II - Finanças Corporativas D. no enésimo período de capitalização A expressão genérica do valor futuro FV, ou montante, resultante da aplicação de um principal PV durante n pe- ríodos de capitalização, com uma taxa de juros i por período, no regime de juros compostos é: FV = PV (1 +i)n em que a unidade referencial de tempo da taxa de juros i deve coincidir com a uni- dade referencial de tempo utilizada para defi nir o número de períodos n. DESCONTO RACIONAL OU POR DENTRO A taxa de desconto i (por dentro, ou racional) é usualmente denominada taxa de desconto e é muito utilizada pelo mercado fi nanceiro. Temos que que fornece o valor do principal PV a partir de FV, em função dos parâmetros n e i. O valor do desconto “por dentro” (Dd), ou racional, expresso em $, é obtido pela aplicação da Expressão Genérica para desconto combinada com a Relação, isto é 52 UNIDADE II - Finanças Corporativas Se temos PV, achemos então FV O problema envolvendo o cálculo do valor futuro FV a partir do valor presente PV consiste na solução da Expressão Genérica (5.1), em que a relação (1 +i)n precisa ser calculada para os parâmetros i e n. A expressão (1+i)n pode ser calculada para qualquer valor de i e de n, com a utiliza- ção da HP-12, basta utilizar das teclas a seguir: Vamos exemplifi car? Calcule o valor acumulado no fi nal de seis anos, no regime de juros compostos, com uma taxa efetiva de 10% ao ano, a partir de um investimento inicial (principal) de $1.000,00. 53 UNIDADE II - Finanças Corporativas Solução: n = 6 anos; i = 10% ao ano; PV = $1.000,00; FV = ? Primeiro passo é limpar a calculadora: f Clx Segundo passo é digitar 1000 (que é o valor principal), inverter o sinal clicando em CHS. Isto deve ser feito, pois a calculadora reconhece a partir da inversão do sinal, que isto foi a entrada, o principal, como se fosse uma saída de caixa. Terceiro passo é digitar 10 i Quarto passo é digitar 6 n E por fi m, tecle em FV. A calculadora lhe dará o número 1.771,56. Isto signifi ca que após 6 anos, o capital de 1000 acumulará 771,56 de juros, permi-tindo um montante de 1.771,56. 54 UNIDADE II - Finanças Corporativas Quando o problema pedir o contrário, dado FV pra achar PV. Faça os mesmos passos apenas trocando a tecla PV por FV, inclusive mantenha a troca de sinal utilizando CHS. Vamos a mais um exercício? O montante de $1.000,00, colocado no fi nal do 4° mês do diagrama indicado a seguir, deve ser capitalizado e descontado com a taxa de 1% ao mês, no regime de juros compostos. Calcule: A. o valor acumulado no fi nal do 7° mês, pela capitalização do montante de $1.000,00 indicado no diagrama; B. o valor que deve ser investido no fi nal do 1° mês, para se obter o montante de $1.000,00 indicado no diagrama. 55 UNIDADE II - Finanças Corporativas Solução: a. montante no fi nal do 7° mês Assim, o valor de $1.000,00 fi ca colocado no ponto zero da nova escala de tempo, e deve ser tratado como um valor presente PV, que precisa ser capitalizado três meses para atingir o fi nal do 7° mês. Na HP 12C 1. 1000 CHS PV 2. 3 n 3. 1 i 4. FV O resultado será 1.030,30. 56 UNIDADE II - Finanças Corporativas b) principal no fi nal do 1° mês Nesse caso, para enquadrarmos o problema no Diagrama Padrão, precisaremos colocar o valor PV (a ser determinado) no ponto zero da nova escala de tempo, conforme indicado a seguir: Assim, o valor de $1.000,00 fi ca colocado no ponto 3 da nova escala de tempo, e deve ser tratado como um valor presente FV, que precisa ser descontado três meses para atingir o fi nal do 1° mês. Na HP 12C 1. 1000 CHS FV 2. 3 n 3. 1 i 4. PV O resultado será 970,59. 57 UNIDADE II - Finanças Corporativas DEPRECIAÇÃO E AMORTIZAÇÃO O que é DEPRECIAÇÃO? É a diminuição do valor dos bens corpóreos em decorrência de desgaste ou perda de utilidade pelo uso, ação da natureza ou obsolescência. Expressa a perda de valor que os valores imobilizados de utilização sofrem no tempo, por força de seu emprego na gestão. O encargo da depreciação poderá ser computado como custo ou despesa operacional, conforme o caso. A depreciação dos bens utilizados na produção será custo, enquanto a depreciação dos demais bens há de ser registrada como despesa operacional. O LANÇAMENTO PODE SER D = DESPESA DE DEPRECIAÇÃO OU C = DEPRECIAÇÃO ACUMULADA Segundo as leis brasileiras, segue uma tabela de depreciação: Alguns bens não se depreciam como: 58 UNIDADE II - Finanças Corporativas • Terrenos, salvo em melhoramentos ou construções; • Bens que normalmente aumentam de valor com o tempo, como obra de arte; • Prédios e construções não alugados nem utilizados por seu proprietário na produção de seus rendimentos ou imóveis destinados à venda. Como calculamos DEPRECIAÇÃO? Método Linear (ou Quotas Constantes) É o método que contabiliza, como despesa ou custo, uma parcela constante do valor do bem em cada período. Exemplo: A empresa comprou, no início de janeiro, um veículo com vida útil estima- da de 5 anos pelo valor de $ 30.000,00, sem valor residual estimado. Qual será o valor da depreciação? No fi nal do primeiro ano, deverá reconhecer a despesa de depreciação de $ 30.000,00 : 5 = $ 6.000,00 por ano. Para calcularmos o valor da depreciação mensal, para efeito de apuração de resul- tados mensais, basta dividir o valor da depreciação anual por 12: R$ 6.000,00 : 12 = R$ 500,00 por mês. 59 UNIDADE II - Finanças Corporativas Se considerarmos um valor residual de R$ 3.000,00 o valor anual da depreciação será: ($ 30.000,00 - $ 3.000,00) : 5 = $ 5.400,00 por ano. Para calcularmos o valor da depreciação mensal, para efeito de apuração de resul- tados mensais, basta dividir o valor da depreciação anual por 12: R$ 5.400,00 : 12 = R$ 450,00 por mês. A contabilização do valor da depreciação mensal será efetuada da seguinte forma: débito de despesa de depreciação e crédito da conta Depreciação Acumulada, portanto o lançamento será: Débito – Despesa de Depreciação $ 450,00 Crédito – Depreciação Acumulada $ 450,00 No fi nal do primeiro ano, o Ativo Imobilizado da empresa deverá ser apresentado no Balanço Patrimonial da seguinte forma: Veículos $ 30.000,00 (-) Depreciação Acumulada ($ 6.000,00) $ 24.000,00 Desta forma, o leitor do balanço saberá a idade aproximada do Ativo Imobilizado 60 UNIDADE II - Finanças Corporativas da empresa. Método Soma dos Dígitos Este método consiste em somar os algarismos desde a unidade até o algarismo que representa o número de anos da vida útil do bem. No exemplo do item anterior, sem considerar o valor residual, teríamos: 1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15 Quota do 1o. Ano = 5/15 x $ 30.000 = $ 10.000 Quota do 2o. Ano = 4/15 x $ 30.000 = $ 8.000 Quota do 3o. Ano = 3/15 x $ 30.000 = $ 6.000 Quota do 4o. Ano = 2/15 x $ 30.000 = $ 4.000 Quota do 5o. Ano = 1/15 x $ 30.000 = $ 2.000 soma = $ 30.000 Neste método, o valor mensal da depreciação: 61 UNIDADE II - Finanças Corporativas no primeiro ano, seria de R$ 10.000,00 : 12 = R$ 833,33. no segundo ano, seria de R$ 8.000,00 : 12 = R$ 666,67. no terceiro ano, seria de R$ 6.000,00 : 12 = R$ 500,00. no quarto ano, seria de R$ 4.000,00 : 12 = R$ 333,33. no quinto ano, seria de R$ 2.000,00 : 12 = R$ 166,67 Método Saldo Decrescente Também denominado método de Matheson ou Exponencial, ou ainda método da por- centagem fi xa sobre o valor contábil. Onde n é o número estimado de anos da vida útil do bem. Usando o exemplo anterior e supondo um valor residual de R$ 1.500, teríamos: 62 UNIDADE II - Finanças Corporativas % anual = 1 – 0,54928 % anual = 0,45072 ou 45,072% Quota do 1o. Ano = 45,072% x 30.000 = $ 13.521,60 Quota do 2o. Ano = 45,072% x 16.478,40 = $ 7.427.15 Quota do 3o. Ano = 45,072% x 9.051,25 = $ 4.079,58 Quota do 4o. Ano = 45,072% x 4.971,67 = $ 2.240,83 Quota do 5o. Ano = 45,072% x 2.730,84 = $ 1.230,84 Total = $ 28.500,00 Neste caso, a depreciação mensal seria de: No primeiro ano = R$ 13.521,60 : 12 = R$ 1.126,80 63 UNIDADE II - Finanças Corporativas No segundo ano = R$ 7.427,15 : 12 = R$ 618,93 No terceiro ano = R$ 4.079,58 : 12 = R$ 339,97 No quarto ano = R$ 2.240,83 : 12 = R$ 186,74 No quinto ano = R$ 1.230,84 : 12 = R$ 102,57 O inconveniente deste método é a necessidade de um valor residual para proceder o cálculo da depreciação. FIQUE POR DENTRO Exemplo de depreciação de um Congelador Vida útil determinada pelo empresário = 4 anos Valor de aquisição = 4.800 Valor residual (valor do mesmo congelador com 4 anos de uso) = 2.400 Valor Depreciável = Valor contábil - Valor residual Valor Depreciável = 4.800 - 2.400 = 2.400 Taxa anual de depreciação = 25% a.a. Depreciação no primeiro ano = 600 No segundo ano: 64 UNIDADE II - Finanças Corporativas Valor contábil = 4.800 - 600 = 4.200 Valor residual do congelador, agora para 3 anos = 1.800 (valor deve ser avaliado ano a ano) Valor depreciável = 4.200 - 1.800 = 2.400 Taxa de depreciação no segundo ano = 33,3333% Depreciação no segundo ano = 800 No terceiro ano: Valor contábil = 4.200 - 800 = 3.400 Valor residual do congelador, agora com 2 anos de uso e mais dois ano a usar = 1.000 Valor depreciável = 3.400 - 1000 = 2.400 Taxa de depreciação no terceiro ano = 50% Depreciação no terceiro ano = 1.200 No último ano: Valor contábil = 3.400 - 1.200 = 2.200 Valor residual, nesta data, é igual ao valor de mercado = 1.100 Valor Depreciável = 2.200 - 1.100 = 1.100 Taxa de depreciação no quarto ano = 100% Depreciação no quarto ano = 1.100 Como consequência, o valor contábil estará refl etindo o valor recuperável do ativo. Caso o empresário resolva continuar a usar o congelador, deverá ele estipular nova vida útil e o valor contábil de partida será os 1.100. 65 UNIDADE II - Finanças Corporativas O que é AMORTIZAÇÃO? É a perda do valor dos bens imateriais em razão do tempo. Enquanto a deprecia- ção é usada para os bens materiais (tangíveis), a amortização é usada para os bens imateriais (intangíveis),como benfeitorias e imóveis de terceiros, marcas e patentes,despesa de organizações etc. A amortização dos componentes do intangível sujeita-se a dois prazos: • Um mínimo de cinco anos, para fi ns fi scais; • Um máximo de dez anos, que é aplicável a todas as pessoas jurídicas que possuam escrituração contábil regular. O LANÇAMENTO SER D = AMORTIZAÇÃO E C = AMORTIZAÇÃO ACUMULADA Quais são os métodos de amortização? Os dois métodos mais utilizados são: Sistema de Amortização Progressivo (SAP, PRICE, ou Sistema Francês) e Sistema de Amortização Constante (SAC). O primeiro método, conhecido também como Price ou Francês utiliza-se da Tabela Price e é um método usado em amortização de empréstimo cuja principal 66 UNIDADE II - Finanças Corporativas característica é apresentar prestações (ou parcelas) iguais. O método foi apresentado em 1771 por Richard Price em sua obra “Observações sobre Pagamentos Remissivos” (em in- glês: Observations on Reversionary Payments). O método foi idealizado pelo seu autor para pensões e aposentadorias. No entanto, foi a partir da 2ª revolução industrial que sua metodologia de cálculo foi aproveita- da para cálculos de amortização de empréstimo. A Tabela Price usa o regime de juros compostos para calcular o valor das parcelas de um empréstimo e, dessa parcela, qual é a proporção relativa aos pagamentos dos juros e a amortização do valor emprestado. Tomemos como exemplo um empréstimo de $ 1.000,00 com taxa de juros de 3% ao mês a ser pago em 4 parcelas mensais. Para calcular o valor da parcela, deve-se usar a fórmula de juros compostos combinada com a da progressão geométrica, resultando em: 67 UNIDADE II - Finanças Corporativas Um mês depois do empréstimo, o saldo devedor cresce 3% indo para $ 1.030,00, porém, como também deve ocorrer o pagamento de $ 269,03, o saldo devedor passa a ser $ 760,97. Perceba que o pagamento da parcela cobriu os juros de $ 30,00 e também fez a amortização de $ 239,03 (269,03 - 30,00) do valor empresta- do. O mesmo ocorre nos meses seguintes, porém, como o saldo devedor diminui a cada mês, o valor das parcelas relativo ao pagamento dos juros é decrescente. 68 UNIDADE II - Finanças Corporativas FIQUE POR DENTRO Tabela Price no Brasil No Brasil, a interpretação matemática da existência de juro composto na Tabela Price fi ca condicionada a fórmula anterior, que estabelece como regra geral na formação dos juros embutidos nas parcelas uma progressão Geométrica decres- cente, ou seja do maior para o menor. Vale ressaltar que juros compostos é uma unidade de medida, assim como juros contínuos ou juros simples. Em uma mes- ma série de pagamentos, podemos medir o custo fi nanceiro por diversas unida- des de medida, especialmente juros compostos e juros contínuos. A proibição legal no Brasil é a cobrança de juros sobre juros já cobrados do mutuário. Apesar de amplamente utilizada em todo o mundo ocidental, a metodologia de cálculo é discutida em alguns países do mundo, por ser o único sistema que permite o pagamento em parcelas iguais e periódicas ao longo do prazo do empréstimo. Embora a tabela Price seja também muito utilizada no Brasil pelo mercado e 69 UNIDADE II - Finanças Corporativas segmentos fi nanceiros, seu uso tem sido contestado perante o judiciário, uma vez que a legislação brasileira permite o uso de juros compostos somente em deter- minadas operações que possuam previsão legal. “A aplicação da Tabela Price aos contratos de prestações diferidas no tempo im- põe excessiva onerosidade aos mutuários devedores do SFH, pois no sistema em que a mencionada Tabela é aplicada, os juros crescem em progressão geométri- ca, sendo que, quanto maior quantidade de parcelas a serem pagas, maior será a quantidade de vezes que os juros se multiplicam por si mesmos, tornando o contrato, quando não impossível de se adimplir, pelo menos abusivo em relação ao mutuário, que vê sua dívida se estender indefi nidamente e o valor do imó- vel exorbitar até transfi gurar-se inacessível e incompatível ontologicamente com os fi ns sociais do Sistema Financeiro da Habitação.” (Min José Delgado, STJ, REsp 668795 / RS ; Recurso Especial2004/0123972-0, 2005). Porém, este é o único mé- todo que permite pagamentos iguais ao longo do período. É muito conhecido o trecho do texto de Price para defi nir a transferência de renda pelo juro composto de suas tabelas: Um centavo de libra emprestado na data de nascimento de nosso Salvador a um juro composto de cinco por cento teria, no presente ano de 1781, resultado em um montante maior do que o contido em DUZENTOS MILHÕES de Terras, todas de ouro maciço. Porém, caso ele tivesse sido emprestado a juro simples ele teria, no mesmo período, totalizado não mais do que SETE XELINS E SEIS CENTAVOS. (Nogueira, 2002, Tabela price da Prova Documental e Precisa elucidação de seu anatocismo) FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tabela_Price O segundo método é conhecido como Sistema de Amortização 70 UNIDADE II - Finanças Corporativas Constante (SAC) Sistema de Amortização Constante (SAC) é uma forma de amortização de um empréstimo por prestações que incluem os juros, amortizando assim partes iguais do valor total do empréstimo. Neste sistema o saldo devedor é reembolsado em valores de amortização iguais. Desta forma, no sistema SAC o valor das prestações é decrescente, já que os ju- ros diminuem a cada prestação. O valor da amortização é calculada dividindo-se o valor do principal pelo número de períodos de pagamento, ou seja, de parcelas. O SAC é um dos tipos de sistema de amortização utilizados em fi nanciamentos imobiliários. A principal característica do SAC é que ele amortiza um percentual fi xo do saldo devedor desde o início do fi nanciamento. Esse percentual de amorti- zação é sempre o mesmo, o que faz com que a parcela de amortização da dívida seja maior no início do fi nanciamento, fazendo com que o saldo devedor caia mais rapidamente do que em outros mecanismos de amortização. Exemplo 71 UNIDADE II - Finanças Corporativas Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses a uma taxa de juros de 1,0% ao mês (em juros simples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização iremos obter um valor igual a R$ 10.000,00. Essa fórmula é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$ 120.000,00 / 12 meses. Logo, a tabela SAC fi ca: Note que o juro é sempre 1,0% do saldo devedor do mês anterior, a prestação é a soma da amortização e o juro. Sendo assim, o juro é decrescente e diminui sempre 72 UNIDADE II - Finanças Corporativas na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as prestações. A soma das prestações é de R$ 127.800,00. Gerando juros de R$ 7.800,00. Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão arit- mética (PA) de r = -100. FIQUE POR DENTRO Fórmulas A=cte Rk=[(n-k+1).i+1].P/n Rk=A+Jk A=P/n Jk=(n-k+1).i.P/n em que: P: Financiamento n: Quantidade de Prestações i: taxa de juros Rk: Prestação A: Parcela da Amortização Jk: Parcela do Juro k FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_de_Amortiza%C3%A7%C3%A3o_ Constante 73 UNIDADE II - Finanças Corporativas INDICAÇÃO DE LEITURA INTRODUÇÃO À MATEMÁTICA FINANCEIRA Autores CLOVIS DE FARO GERSON LACHTERMACHER JONATHAN HERNANDES MARCANTONIO CLOVIS DE FARO CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro aluno, esta unidade trouxe os conceitos mais importantes sobre capitalização e des- conto compostos, bem como depreciação e amortização. São conceitos que você utilizará muito em sua vida profi ssional. Atualmente mui- tas empresas de assessoria fi nanceira e ou contábil contratam profi ssionais desta área, pois muitas pessoas não gostam ou não sabem trabalhar com estes temas. Pense que isto pode ser um diferencial muito importante na sua carreira. 74 UNIDADE II - Finanças Corporativas ATIVIDADES 1) Calcule o saldo de uma caderneta de poupança que rende juroscompostos de 10% ao mês, com deposito inicial de R$ 1.000,00 aplicado durante 3 meses. 2) Calcule o valor que você deve aplicar com juros compostos de 2% ao mês, durante 5 meses, para conseguir um montante de R$40.000,00? 3) Um capital de R$ 25.000,00 aplicado por 5 meses produziu um montante de R$ 37.800,00. Qual a taxa mensal de juros? 4) Durante quanto tempo deve fi car aplicado R$ 5.000,00 à taxa de 7% ao mês para produzir o montante de R$ 12.000,00? Introdução a análise de investimentos UNIDADE 3 ObjEtIvOs DE AprENDIzAgEm • Introduzir conceitos de análise de investimentos • Verificar alguns métodos utilizados por especialistas em tomada de decisões. plANO DE EstUDO Serão abordados os seguintes tópicos: • Métodos exatos de análise de investimentos • Método do valor anual uniforme equivalente (vaue) • A taxa mínima de atratividade (tma) • Método do valor presente líquido (vpl) • Método da taxa interna de retorno (tir) • Métodos não exatos • As árvores de decisão • A análise de sensibilidade • A análise de cenários • Processo de tomada de decisão • Exemplo de aplicação • Quais análises utilizar para cada situação Diego Figueiredo Dias 77 UNIDADE III - Finanças Corporativas INTRODUÇÃO Diversas pessoas que lidam com projetos de investimentos, sempre se deparam com a es- colha de alternativas que envolvem estudos econômicos. E o pior, é muito comum vermos estas pessoas fazerem suas escolhas sem que o custo do capital empregado seja conside- rado de maneira correta. Somente um estudo econômico pode confi rmar a viabilidade de projetos tecnicamente corretos. Neste material, nós veremos parte do que os estudiosos chamam de “Engenharia Econômica”. Tal engenharia objetiva a análise econômica de decisões sobre inves- timentos e tem muitas aplicações, pois os investimentos poderão ser de empresas privadas, públicas ou mesmo investimentos pessoais. Alguns exemplos de problemas que estudaremos são: • Temos o dinheiro, é melhor comprar o veículo a vista ou a prazo • Construir uma indústria com esteira para transportar materiais ou fazer o transporte manualmente • Utilizar tubo de maior ou menor diâmetro para a construção de uma rede de abastecimento de águas 78 UNIDADE III - Finanças Corporativas REFLITA Uma coisa que deveria ser comum, mas nem sempre é: Uma empresa sempre deveria fazer uma análise de viabilidade ao comprar uma nova máquina, ao instalar uma nova fábrica, ou até mesmo ao alugar um novo equipamento, ou seja, sempre que fi zer um investimento! Sempre que formos fazer uma análise sobre investimentos, devemos considerar os aspec- tos econômicos do mesmo, ou seja, devemos nos preocupar com a rentabilidade. Aplicando corretamente os critérios econômicos, poderemos saber quais inves- timentos são rentáveis ou não. Ou ainda, como poderemos aplicar dinheiro de maneira a obter maior retorno. Mas de nada adianta analisarmos a rentabilidade dos rendimentos se não pos- suirmos o dinheiro para aplicar, nem termos a possibilidade de conseguir fi nancia- mentos. Os investimentos mais rentáveis deverão ser analisados de acordo com critérios fi nanceiros, os quais mostrarão os efeitos do investimento na situação fi nanceira da empresa, ou seja, como o investimento poderá afetar o capital de giro da empresa. 79 UNIDADE III - Finanças Corporativas Além do supracitado, existem fatores a serem analisados que não são conversíveis em dinheiro. Vejamos a seguir. A decisão de se implantar um projeto deve considerar três critérios relevantes: • Econômico: rentabilidade do investimento • Financeiro: disponibilidade de recursos • Imponderáveis: fatores não conversíveis em dinheiro Este último critério trata das repercussões de um investimento que não são direta- mente conversíveis em dinheiro, por isso chamado de imponderáveis. Um exem- plo: investir para manter o nível de emprego. Manter a satisfação do cliente, dentre outros. Geralmente quem faz a análise deste último critério não somos nós, gesto- res do projeto, mas sim a alta administração da organização. De acordo com Filho e Kopittke (2008), é conveniente ter em mente que para se fazer um estudo econômico adequado, alguns princípios básicos devem ser con- siderados, como: • Observar alternativas de investimento. De nada adianta calcular se é vantajo- so comprar algo a vista se não há condição de conseguir dinheiro para isso. 80 UNIDADE III - Finanças Corporativas • Expressar as alternativas sempre em dinheiro. Não há como comparar 200 horas/mensais de mão de obra com 200 Kwh de energia. Convertendo os dados em dinheiro teremos um denominador comum muito prático. • Considerar apenas as alternativas. Por exemplo, numa análise para decidir sobre o tipo de motor a comprar não é relevante saber o consumo de energia dos mesmos se for igual para os dois. • Mensurar sempre os juros sobre o capital empregado. Sempre existe algu- ma maneira de empregar o dinheiro de modo que ele renda alguma coisa. Quando aplicamos o dinheiro em um projeto devemos ter certeza de ser esta a coisa mais rentável a se fazer. • Não considerar o passado, pois o que interessa é o presente e o futuro. Não posso dizer: “este carro não pode ser vendido por menos que 30.000,00, pois eu gastei muito com ele em ofi cina”. Isto não existe. O que realmente importa é o valor de mercado do carro. 81 UNIDADE III - Finanças Corporativas MÉTODOS DETERMINÍSTICOS DE ANÁLISE DE INVESTIMENTOS Para que o método de análise de um projeto seja defi nido, temos antes que defi nir qual é o objetivo da empresa que está elaborando e analisando o projeto. Não faz muito tempo, as empresas apenas pensavam no lucro ao fi nal do ano ao fazerem um projeto. Porém os objetivos das empresas mudaram, assim como mu- daram também os modelos de gestão com o passar dos tempos. REFLITA! Hoje é comum, vermos empresários abrindo mão do lucro presente para garantir um aumento no market share e quem sabe chegar até a uma sonhada liderança dentro de 3 anos. Para uma análise sob este enfoque é necessário utilizarmos o conceito de “custo de recuperação do capital”. De acordo com Filho e Kopittke (2008), antigamente as empresas normalmente utilizavam a contabilidade de custos conjugada à contabilidade fi nanceira. Com 82 UNIDADE III - Finanças Corporativas isso, todo investimento feito era amortizado em determinada quantidade de anos, sob a forma de depreciação. A recuperação do capital era lançada a uma taxa zero. Pelo conceito de equivalência, deve haver uma taxa tal que torne equivalente o in- vestimento feito e sua recuperação. E é esta taxa que determina o custo do capital investido a ser lançado como despesa. Por isso é interessante que a empresa separe as contabilidades! Utilizamos 3 métodos1 de análises de investimentos que se ajustam a tais conceitos: 1. Método do Valor Anual Uniforme Equivalente (VAUE): consiste em achar uma série uniforme equivalente a todos os custos e receitas para cada alternativa. A alternativa que tiver o maior saldo positivo é a melhor. 2. Método do Valor Presente Líquido (VPL): calcula o valor presente equivalente das saídas de fl uxo de caixa de cada alternativa, somando-o ao investimento inicial. A opção que apresentar o Valor Presente Líquido Total mais positivo é a melhor. A taxa utilizada para descontar o fl uxo de caixa é a TMA2. 1 O nosso objetivo não é aprofundar nos métodos, pois vocês terão estes conteúdos aprofunda- dos em seu curso mais adiante, em outras disciplinas. 2 Taxa Mínima de Atratividade é a taxa a partir da qual o investidor considera que está obtendo ganhos financeiros. É uma taxa associada a um baixo risco, ou seja, qualquer sobra de caixa pode ser aplicada, na pior das hipóteses, na TMA. Geralmente é utilizada a SELIC (taxa básica de juros da econo- mia), a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) e/ou a TR (Taxa Referencial). 83 UNIDADE III - Finanças Corporativas 3.Método da Taxa Interna de Retorno (TIR): taxa para qual a saída do fl uxo de caixa proveniente de um investimento é equivalente ao valor inicial investido, ou seja, é a taxa que zera os ganhos do investidor. Este método calcula a TIR de todas as alternativas para compará-las com a TMA defi nida. Os investi- mentos com TIR maior que a TMA são consideráveis rentáveis. Estes métodos são equivalentes e, se bem aplicados conduzem ao mesmo resulta- do. Porém, cada um se adapta melhor a determinado tipo de problema. Veremos cada um deles brevemente. MÉTODO DO VALOR ANUAL UNIFORME EQUIVALENTE (VAUE) Como já mencionado o VAUE consiste em achar uma série uniforme equivalente a todos os custos e receitas para cada alternativa. A alternativa que tiver o maior saldo positivo é a melhor. Porém os mais utilizados são a TIR e o VPL. Como custo de oportunidade, temos o conceito de TMA que veremos a diante. 84 UNIDADE III - Finanças Corporativas A TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE (TMA) Como já mencionado, ao considerarmos uma proposta de investimentos, devemos levar em conta de que estamos perdendo a oportunidade de aplicarmos estes recursos em ou- tras coisas. Por exemplo, se eu investir $ 100 mil na compra de um equipamento, eu posso ter que deixar de investir este dinheiro em ações, ou na própria poupança e ainda quem sabe num outro projeto. Porém, como as oportunidades são várias, nós devemos levar em consideração algumas opções de fácil acesso e um tanto quanto segura. No Brasil, para pessoas físicas, é comum a TMA ser igual à rentabilidade da pou- pança. Para pessoas jurídicas, a determinação da TMA é mais complexa e depen- de do prazo do investimento ou da importância estratégica das alternativas. Agora, quando vamos fazer comparações de curto prazo, como comprar uma componente da produção hoje com desconto ou daqui a 10 dias sem desconto, utilizamos a remuneração dos títulos bancários de curto prazo como os CDB´s. 85 UNIDADE III - Finanças Corporativas MÉTODO DO VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) De acordo com GROPPELLI e NIKBAKHT (2006), existem vantagens e desvantagens neste método, veja a seguir. FIQUE POR DENTRO VANTAGENS E DESVANTAGENS O método do valor presente líquido tem três vantagens importantes. Primeira, ele usa os fl uxos de caixa em lugar dos lucros líquidos. Fluxos de caixa (lucros líquidos + depreciação) incluem a depreciação como uma fonte de fundos. Isso funciona porque a depreciação não é um desembolso de caixa no ano em que o ativo é depreciado. Ao contrário da contabilidade, no campo das fi nanças considera-se o fl uxo de caixa em lugar dos lucros líquidos. Portanto, a abordagem do VPL, ao contrário do método da taxa média de retorno, é consistente com a moderna te- oria fi nanceira. Segunda, o método do VPL, ao contrário dos métodos da taxa média de retorno e do período de amortização (payback), reconhece o valor do dinheiro no tem- po. Quanto maior o tempo, maior o desconto. Ou, simplifi cando, se os fl uxos de caixa de um projeto, com risco médio, são descontados à 10%, um outro proje- to com um maior grau de risco deve ser descontado a uma taxa superior à de 10%. Portanto, o valor do dinheiro no tempo para um projeto está refl etido na taxa de desconto, que deve ser selecionada com cuidado pelo analista fi nanceiro. Geralmente, a taxa de desconto tende a se elevar caso a oferta monetária esteja 86 UNIDADE III - Finanças Corporativas escassa e haja expectativa de elevação da taxa de juros. Terceira, aceitando so- mente projetos com VPL positivos, a companhia também aumentará o seu valor. Um aumento no valor da companhia, na realidade, é um aumento no preço das ações ou na riqueza dos acionistas. O método do VPL do orçamento de capital deve, portanto, no fi nal das contas, acarretar maior riqueza aos acionistas. Já que o objetivo da moderna administração fi nanceira é aumentar, continuamente, a riqueza dos acionistas, o método do VPL deve ser visto como a técnica mais mo- derna de orçamento de capital. Existem, entretanto, algumas limitações à aborda- gem do VPL. O método supõe que a administração seja capaz de fazer previsões detalhadas dos fl uxos de caixa dos anos futuros. Na realidade, entretanto, quanto maior o período, mais difícil a estimativa dos fl uxos de caixa futuros. Os fl uxos de caixa futuros são infl uenciados pelas vendas futuras, pelos custos da mão-de-o- bra, dos materiais e dos custos indiretos de fabricação, pelas taxas de juro, pelos gostos dos consumidores, pelas políticas governamentais, pelas mudanças de- mográfi cas etc. A superestimação ou subestimação dos fl uxos de caixa futuros podem levar à aceitação de um projeto que deveria ser rejeitado, ou à rejeição de um projeto que deveria ser aceito. Além do mais, o método do VPL supõe que a taxa de desconto seja a mesma durante toda a duração do projeto. No exemplo precedente, você descontou os fl uxos de caixa à 10% durante quatro anos, po- rém uma taxa de desconto de 10% pode não ser realista. A taxa de desconto de um projeto, tal como a taxa de juro, na realidade, muda de um ano para o outro. A taxa de desconto pode ser afetada por oportunidades de reinvestimento de fl uxos de caixa futuros, pelas taxas de juro futuras e pelos custos de levantamen- to de novos capitais. O problema pode ser resolvido pela previsão das taxas de juros futuras e, então, pelo desconto do fl uxo de caixa de cada ano futuro pela taxa de desconto prevista. Embora essa seja uma sugestão inteligente, você há de 87 UNIDADE III - Finanças Corporativas concordar que a predição de uma taxa de juro para os próximos cinco ou dez anos é tão incerta quanto os resultados de se lançar uma moeda cinco ou dez vezes! Contudo, não obstante tais limitações, o método do VPL é ainda o melhor método de orçamento de capital. MÉTODO DA TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) De acordo com GROPPELLI e NIKBAKHT (2006), existem vantagens e desvantagens neste método, veja a seguir. FIQUE POR DENTRO VANTAGENS E DESVANTAGENS Numerosas pesquisas têm mostrado que, na prática, o método da TIR é mais uti- lizado que a abordagem do VPL. A razão disso pode ser atribuída à facilidade de cálculo da TIR, parecida com a TMR; porém, ao usar os fl uxos de caixa e ao reco- nhecer o valor do dinheiro no tempo, parece-se com o VPL. Em outras palavras, embora a TIR seja fácil e compreensível, ela não possui as restrições da TMR e do período de amortização (payback), pois ambos os métodos ignoram o valor do dinheiro no tempo. O principal problema com o método da TIR é que ele, muitas vezes, fornece taxas de retorno não-realistas. Suponha uma taxa mínima de retorno de 11% e uma TIR calculada de 40%. Isso signifi ca que a administração deve aceitar imediatamente o projeto por causa da sua TIR de 40%? A resposta é não! Uma TIR de 40% implica 88 UNIDADE III - Finanças Corporativas em que a companhia tem uma oportunidade de reinvestir seus fl uxos de caixa futuros à taxa de 40%. Se a experiência passada e a economia indicarem que os 40% representam uma taxa não-realista para futuros investimentos, então uma TIR de 40% é suspeita. Falando francamente, uma TIR de 40% é muito boa para ser verdade! A menos que a TIR calculada seja uma taxa razoável para reinvestimento dos fl uxos de caixa futuros, ela não deve servir como parâmetro de aceitação ou rejeição de um projeto. Um outro problema com o método da TIR é que ele pode fornecer diferentes ta- xas de retorno. Suponha que haja duas taxas de desconto (duas TIR´s) que tornem o valor presente igual ao investimento inicial. Nesse caso, qual taxa deve ser usada na comparação com a taxa mínima? A fi na- lidade dessa pergunta não é resolver os casos em que haja diferentes TIR´s, mas que você saiba que o método da TIR, não obstante sua popularidade no mundo dos negócios, apresenta mais problemas do que imagina um profi ssional. 89 UNIDADE III - Finanças Corporativas
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