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1 @odontotro7ao - Jonathan Melo – Odontologia IMPLANTODONTIA BASES BIOLÓGICAS DA OSSEOINTEGRAÇÃO A osseointegração ocorre com a aposição de osso neoformado e remodelado em relação íntima com o implante, incluindo as irregularidades de sua superfície, mesmo em análise microscópica, de modo que não haja interposição de tecido conjuntivo e fibroso e desde que uma conexão estrutural e funcional direta seja estabelecida, capaz de suportar a carga fisiológica normal, sem sofrer deformações e infecções. Um implante está osseointegrado se não houver mobilidade relativa progressiva entre implante fixado e tecido ósseo ao redor, em condições de carga funcional durante toda a vida do paciente. A osseointegração inicia a partir do contato do sangue com o implante, formando-se um coágulo nos sítios livres localizados na linha de perfuração e no material. O fibrinogênio do sangue se coloca sobre o implanta, o que permite o contato das plaquetas com a superficie, assim a degranulação plaquetária disponibiliza fatores de crescimento e solicitam células mesenquimais. Enquanto se forma o coágulo, forma-se a rede de fibrina. Células osteogênicas diferenciam-se em osteoblastos, que secretam matriz com osteopontina e sialoproteína, que são mineralizadas. A aposição cria um osso tramado, reconhecido pela desorganização das fibras colágenas mineralizadas. Após, osteoblastos incluem-se na matriz óssea e são diferenciados em osteócitos. Depois das fases de amadurecimento ósseo do osso de Havers, numa disposição concêntrica, os atributos mecânicos são aumentados. Ao remover o segmento injuriado se dá início à remodelação óssea, levando em média dezoito semanas. Embora o tecido não vital seja retirado e em seu lugar se aposta um osso imaturo, este se calcifica e se torna um tecido maduro trabecular, preenchendo os espaços. TIPOS DE OSSOS I. Tipo I: osso predominantemente cortical (compacto). II. Tipo II: camada espessa de osso cortical circundando osso trabecular denso. III. Tipo III: camada delgada de osso cortical circundando osso trabecular denso. IV. Tipo IV: camada fina de osso cortical circundando um núcleo de osso trabecular com baixa densidade. • Obs.: a) Maxila: predomínio do osso tipo III b) Mandíbula: predomínio do osso tipo II c) O osso tipo II é o ideal para a colocação de implantes. FASES DA OSSEOINTEGRAÇÃO 1. Hemostasia: imediatamente 2. Inflamatória: algumas horas após 3. Proliferativa: alguns dias 4. Remodelatória: 1 a 2 semanas HEMOSTASIA Plaquetas e trombócitos cuidarão do início da coagulação e regeneração dos vasos lesionados. Os Tromboxanos liberados pelas plaquetas induzirão a diferenciação de células e fibroblastos e eles criarão uma rede de fibrina que servirá como matriz temporária para a regeneração. INFLAMATÓRIA A permeabilidade seletiva das células endoteliais permitirá a formação do infiltrado Inflamatório. Os leucócitos iniciam o processo de eliminação de bactérias. Os macrófagos terminarão de eliminar bactérias e outros resíduos gerados pelo procedimento cirúrgico através da fagocitose. Os macrófagos são muito presentes na fase inflamatória. 2 @odontotro7ao - Jonathan Melo – Odontologia PROLIFERATIVA A hipóxia da região induzirá as células perivasculares a se diferenciarem em células endoteliais que permitirão a vascularização até a superfície do implante. Células Mesenquimais também se diferenciarão em fibroblastos e Osteoblastos. A partir do sétimo dia, osteoclastos iniciarão o processo de reabsorção óssea criando espaço para a cicatrização. Nessa hora há uma redução na estabilidade do implante. Osteoblastos formarão a matriz orgânica que posteriormente se mineralizará com fosfato de cálcio, assim a estabilidade do implante aumentará com a formação dessa matriz óssea. REMODELAÇÃO O novo osso formado em forma de trabéculas será reorganizado devido à sinergia entre osteoblastos e osteoclastos. Os osteoclastos serão ativados por mensageiros dos osteoblastos fazendo a reorganização em osso lamelar. CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA A OSSEOINTEGRAÇÃO a) Condições assépticas de instalação; b) Perfuração atraumática; c) Material biocompatível; d) Tempo de cicatrização livre de carga por 3 meses na mandíbula e 6 meses na maxila; e) Posicionamento passível de reabilitação protética. PLANEJAMENTO EM IMPLANTODONTIA 1. Anamnese: existem poucas contraindicações médicas absolutas para os implantes. As contraindicações absolutas para os riscos anestésicos e cirúrgicos estão limitadas principalmente aos pacientes seriamente doentes, com doença metabólica não controlada e condições médicas que afetam o metabolismo ósseo e cicatrização. 2. Exames laboratoriais: hemograma. 3. Exames de imagem: periapical, panorâmica, tomografia cone bean. 4. Planejamento reverso. 5. Expectativas do paciente. 6. Previsão de custos. COMPONENTES DO IMPLANTE a) Fixação ou corpo: componente colocado dentro do osso. b) Parafuso de cicatrização ou de cobertura: após colocar o corpo do implante em uma abordagem cirúrgica de dois estágios, antes de suturar, o corpo do implante é selado em sua plataforma com um parafuso de cobertura intra- implantes, de perfil baixo. O parafuso de cobertura deve estar posicionado na plataforma do implante antes de suturar o retalho, para evitar o crescimento ósseo, mucoso e alimentos entre o parafuso e o implante. No procedimento de exposição ou reabertura do segundo estágio, o parafuso de cobertura é removido e recolocado com um pilar de cicatrização. Cada tipo de implante e sua plataforma vai ter um parafuso de cobertura específico. Em alguns casos, após o tempo de cicatrização, o parafuso pode estar para “fora” ou ainda abaixo da mucosa suturada. 3 @odontotro7ao - Jonathan Melo – Odontologia c) Pilar provisório ou de cicatrização: são parafusos curvos, que proporcionam acesso transmucoso para a plataforma do implante. Os pilares de cicatrização são colocados na conclusão da cirurgia de colocação do implante em uma abordagem cirúrgica de um estágio ou após a reabertura em uma abordagem de dois estágios. Esses pilares são feitos de titânio ou de liga de titânio. Os pilares podem ser de paredes paralelas ou cônicos e variam em uma altura de 2 a 10 mm. O pilar deve projetar-se 1 a 2 mm superior à altura do tecido gengival. d) Componentes de transferência de moldagem: facilitam a transferência do posicionamento intraoral do implante para a mesma posição do molde de laboratório. Os copings de impressão podem ser parafusados no corpo do implante ou parafusados ou encaixados em um pilar de implante. MEDIDAS BIOLÓGICAS: a) Distância entre dente e implante = 1,5mm. b) Distância entre implante e implante = 3mm. c) Distância da margem gengival/ plataforma = 3mm (anteriores). d) Ao menos 1 mm inferior ao assoalho dos seios nasais e maxilares. e) Canal incisivo (colocação do implante na linha média do maxilar) deve ser evitado. f) 5 mm anterior ao forame mentual. g) A partir de 2mm a partir do canal mandibular/NAI. • Ex.: se um implante de 4 mm de diâmetro for planejado para substituir um dente ausente, o espaço edêntulo mínimo necessário seria de 7 mm (1,5 mm + 4 mm + 1,5 mm = 7 mm). Se dois implantes adjacentes de 4 mm forem planejados entre dentes naturais, o espaço edêntulo deveria ter ao menos 14 mm (1,5 mm + 4 mm + 3 mm + 4 mm + 1,5 mm = 14 mm). GUIAS EM IMPLANTODONTIA a) Guia de diagnóstico; b) Guia estético; c) Guia radiográfico; d) Guia cirúrgico; e) Guia funcional. Além dos guias, os modelos de estudo também são essenciais, uma vez que a partir deles pode ser feito o enceramento diagnóstico, o guia cirúrgico, pode-se ter uma visão espacial do tratamento a ser realizado, projetar opções terapêuticas, ajudar na compreensão do pacientee etc. GUIA CIRÚRGICO a) Deve ser estável e rígido; b) Permitir posicionamento ideal do implante; c) Permitir visualizar o ângulo ideal de inserção do implante durante a cirurgia; d) Menos volumoso possível e fácil manipulação; e) Permitir que a fresagem seja bem refrigerada. TRATAMENTO DA SUPERFÍCIE DOS IMPLANTES Visa aprimorar a qualidade da interface osso implante e diminuir o período não funcional do implante. • Tratamentos: jateamento de partículas; duplo ataque ácido, anodização e usinagem (fresagem). • Objetivos: aumento da superfície do implante, melhora na adesão, diminuir o tempo de osseointegração. PLANEJAMENTO REVERSO Planejamento protético previamente a colocação do implante. O posicionamento final da coroa protética determina o posicionamento do implante. 4 @odontotro7ao - Jonathan Melo – Odontologia PREPARO PARA CIRURGIA 1. Preparação do campo cirúrgico; 2. Anestesia; 3. Incisão do retalho; 4. Fresagem; 5. Analise de posicionamento e paralelismo; 6. Instalação do implante. SEQUÊNCIA CIRÚGICA 1. Lança (broca de marcação); 2. 2.0 (profundidade do implante); 3. Pino de paralelismo; 4. 2/3 (piloto); 5. 3.0; 6. 3.5. PÓS-OPERATÓRIO I. Radiografia. II. Administração de fármacos para analgesia (isso pode ser feito no pré-operatório também) e clorexidina para higiene oral. III. Avaliação do paciente até a cicatrização completa. Se o paciente usar uma dentadura (ou prótese dentária) apoiada em tecidos moles sobre a área de colocação do implante, a prótese pode ser revestida com um revestimento maciço após uma semana. As próteses parciais provisórias ou os retentores ortodônticos com um pôntico conectado podem ser usadas imediatamente, porém devem ser contornadas para evitar a carga de tecidos moles sobre o local do implante. IV. O período de cicatrização ou a extensão do tempo necessário para alcançar a osseointegração varia de local para local e de paciente para paciente. Esse período varia de 4 a 6 meses. Na cirurgia de estágio único, não é necessário reabertura ou exposição. O implante permanece exposto através do pilar de cicatrização após a cirurgia e durante toda a fase de cicatrização. Após um período adequado de integração, a restauração do implante pode prosseguir. Em um sistema de dois estágios, o implante deve ser exposto cirurgicamente e um pilar de cicatrização deve ser colocado. Os objetivos da exposição cirúrgica são conectar o pilar de cicatrização ao implante, preservar o tecido queratinizado e modificar a forma ou a espessura do tecido. Um período de cicatrização do tecido mole após a reabertura cirúrgica deve ser permitido antes de ser realizada a restauração do implante, especificamente um período de 2 a 4 semanas. O método mais simples de reabertura cirúrgica é a “punção do tecido”. COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS a) Dor, sangramento, inchaço ou infecção; b) Erro de posicionamento do implante; c) Complicações da técnica cirúrgica: laceração do retalho, fechamento insatisfatório; d) Invasão das estruturas anatômicas críticas; e) Complicações mecânicas do implante: fratura da plataforma; f) Abertura da sutura; g) Complicações estéticas. OPÇÕES PROTÉTICAS DE IMPLANTE a) Paciente edêntulo: 1. Sobredentadura implantossuportada e mantida por tecidos moles: pode ser usada em maxila ou mandíbula. O princípio é 2 a 4 implantes, de preferência 4 na maxila, para auxiliar a reter e sustentar a sobredentadura em conjunto com o tecido mole do bordo edêntulo. Para uma sobredentadura maxilar, é possível eliminar a porção palatina da prótese, quando existe a presença de ao menos quatro implantes em boa qualidade óssea, e quando há uma profundidade razoável tanto para o vestíbulo bucal como para a abóbada palatina 5 @odontotro7ao - Jonathan Melo – Odontologia 2. Sobredentadura implantossuportada: quantidade mínima de quatro implantes é necessária para a mandíbula, e seis implantes são recomendados para a maxila a fim de sustentar a carga completa. O projeto característico é um molde ou uma barra fresada, com pilares retentores fixados na barra em locais estratégicos que envolvem a sobredentadura. Na maxila com seis implantes, o projeto pode ser uma barra contínua, ou duas barras individuais, cada uma sustentada por três implantes. 3. Prótese fixa completa implantossuportada: I. Prótese parcial fixa, retida por parafuso ou cimento a seis ou oito pilares de implante: este projeto é semelhante àquele da coroa convencional e da ponte. Esta opção geralmente é mais adequada para o paciente que perdeu pouca quantidade óssea, e apenas está substituindo dentes ausentes. II. Prótese híbrida: uma prótese híbrida utiliza uma moldagem ou estrutura fresada, que recebe acrílico, resina, ou porcelana para produzir a substituição da perda óssea evidenciada, o tecido gengival e os dentes. Tais estruturas geralmente são fabricadas utilizando a tecnologia CAD-CAM para usinagem em titânio ou zircônio. Depois que o material for usinado, pode ser realizada a escolha para a substituição de dente e de tecido mole b) Paciente parcialmente edêntulo: I. Único dente: coroa cimento-retida em um pilar ou uma coroa retida por parafusos, posicionada e parafusada diretamente na plataforma do implante. II. Dois ou mais dentes adjacentes: coroas individuais retidas por parafusos ou por cimento ou por coroas ferulizadas. Em pacientes apresentando a ausência de mais do que dois dentes adjacentes, os implantes podem servir como pilares para uma dentadura (ou prótese) parcial fixa (p.ex., dois implantes para sustentar uma dentadura parcial fixa de três unidades); novamente, este processo pode ser retido por parafuso ou cimento. Tanto o titânio como o zircônio podem ser usados para a estrutura da prótese parcial fixa. COMPLICAÇÕES PROTÉTICAS A causa da maioria dessas complicações pode ser atribuída a uma sobrecarga mecânica do complexo protético-implante ou em resposta a um dano biológico nocivo. a) Complicações peri-implante: se a capacidade de sustentação de carga do complexo osso- implante for excedida pela carga aplicada, então resultará uma complicação mecânica ou, uma resposta biológica insatisfatória. Se as forças não forem controladas, o estresse pode ser transferido através do complexo protético- implante, e causar perda óssea ao redor do corpo do implante. Se não houver supervisão, este processo pode continuar até o implante finalmente falhar. A seguir, se a interface do tecido mole for violada (p. ex., retenção de cimento, falta de higiene), a mesma consequência poderia ocorrer. b) Complicações dos componentes: estão quase sempre associadas à sobrecarga mecânica excessiva. Na maioria dos casos, a sobrecarga é muito grande, e transferida para um ângulo destrutivo para o complexo protético- implante. As complicações podem ser simples quanto um componente soltar-se, ou pior quanto à fratura do componente. Em raras ocasiões, um erro de fabricação pode resultar no comprometimento mecânico de um componente. c) Complicações estruturais: geralmente incluem danos ao metal, à porcelana, ao acrílico, à resina, ou aos dentes da dentadura (ou prótese). A complicação pode ser simples e facilmente ajustada e reparada. d) Preocupações complexas: frequentemente, os pacientes apresentam falhas nos esforços para a reabilitação dentária, e agora estão procurando soluções restauradoras que são muito mais complexas. Muitos pacientes se apresentam no consultório dentário após permanecerem edêntulos durante muitos anos, possuindo uma profunda perda óssea que pode impossibilitar o uso funcional das dentaduras ou próteses convencionais. Pacientes com trauma e pacientes com anomalias de desenvolvimento e craniofacial apresentam também necessidades protéticas complexas.6 @odontotro7ao - Jonathan Melo – Odontologia COLOCAÇÃO IMEDIATA DE IMPLANTES PÓS-EXTRAÇÃO O implante pode ser colocado imediatamente (p. ex., no momento da extração), precocemente (p.ex., 2 meses após a extração), ou tardiamente (p.ex., mais de 6 meses após a extração). • Vantagem: permite o menor tempo de cicatrização e combina a extração dentária com a colocação do implante. Colocar uma prótese provisória no mesmo procedimento pode gerar a melhor oportunidade para manutenção da anatomia do tecido mole e os melhores resultados estéticos imediatos e em longo prazo. • Desvantagem: diferença na anatomia da raiz ou das raízes do dente extraído comparado com a forma e o tamanho do implante. Outra desvantagem é que se o implante for exposto à forças oclusais excessivas, a estabilidade imediata e em longo prazo do implante pode ser prejudicada. • Considerações: a) A colocação imediata deve ser considerada, se o dente extraído não estiver infectado e puder ser removido sem a perda de osso alveolar. b) Extração do dente com mínima remoção de osso e sem distorcer ou enfraquecer o osso de suporte. Uma técnica de extração atraumática usando periótomos irá ajudar a minimizar o prejuízo ao osso e a facilitar a colocação do implante. c) A estabilidade inicial do implante na hora da colocação é crítica para sucesso em longo prazo. Quando o implante é colocado, pelo menos 4 mm do ápice do implante deve ser precisamente colocado em osso firme para gerar esta estabilidade inicial. d) Guias cirúrgicos são extremamente úteis. e) O implante deve ser colocado levemente abaixo da altura da crista óssea para permitir a reabsorção de osso resultante da extração. f) Na área estética (maxilar anterior), a plataforma do implante é colocada idealmente 3 mm abaixo da margem gengival livre. Isso permite o desenvolvimento de um ótimo contorno de emergência da restauração final e da manutenção do tecido mole. g) Em geral, o implante é também posicionado 1 mm para palatina do centro do dente extraído. Isso vale para antecipação do remodelamento de osso facial e tecido mole que diminui o volume da crista óssea vestibular. h) Em casos isolados, uma prótese provisória pode ser considerada na hora da colocação do implante. É extremamente importante se assegurar que a prótese provisória tenha um contato firme ideal com os dentes adjacentes, o que irá ajudar a reduzir carga desfavorável do implante até que ele esteja osseointegrado. CARGA IMEDIATA 1. Carga imediata: coroa ou próteses instaladas e em função até duas semanas após a instalação. 2. Carga tardia: coroa instalada em função após 4 meses de instalação. 3. Provisória imediata: coroa ou prótese instalada fora de oclusão • Indicaçõess: a) Implantes com torque maior de 32N (32 A 60N); b) Implantes zigomáticos; c) Implantes múltiplos; d) Coroas com envolvimento estético; e) Pacientes que não aceitam usar próteses provisórias. • Contraindicações: a) Áreas de enxerto; b) Áreas com osso de baixa qualidade; c) Pacientes com comprometimento sistêmico; d) Procedimento demorado; e) Custo mais alto; f) Envolvimento de diversos profissionais em uma consulta. 7 @odontotro7ao - Jonathan Melo – Odontologia CRITÉRIOS PARA O SUCESSO DO IMPLANTE a) Leito ósseo hospedeiro saudável; b) Fixação primária; c) Profundidade do sulco menor ou igual a 4mm; d) Ausência de inflamação ou supuração; e) Zona adequada de gengiva inserida. OSSEOINTEGRAÇÃO X FIBROSE a) Osseointegração: micro-movimentos entre 20 e 30 nanômetros. b) Pseudoartrose (fibrose): micro-movimentos acima 30 nanômetros. PROTOCOLO BRANEMARK a) Mandíbula: instalação de 4 a 6 implantes entre forames e confecção de prótese imediata. b) Maxila: instalação de 6 a 8 implantes entre os seios maxilares e confecção de prótese imediata. REABERTURA a) Procedimento realizado antes de iniciar a etapa protética. b) Necessário esperar o período de osseointegração. c) Carga imediata. d) Cicatrizador. CICATRIZADORES Indicado para cicatrizar a gengiva ao redor do implante, mantendo-o visível para a manipulação da prótese em cima do implante. • Funções: a) Dar acesso ao implante. b) Desenvolver o espaço peri-implantar. c) Formar o perfil para colocação dos componentes. • Seleção de cicatrizadores: a) Dentes estreitos: Cicatrizador e pilar regular. b) Dentes largos: Cicatrizadores e pilares estéticos. • Tipo de encaixe: 8 @odontotro7ao - Jonathan Melo – Odontologia TÉCNICAS DE MOLDAGEM 1. Moldagem aberta: realizada para casos de próteses múltiplas. Baixo riso de deformação, distorção, movimentação e insucesso. Os componentes vêm presos a moldagem. Usa-se um coping de impressão específico desenhado para emergir através da moldeira de impressão. Quando a impressão estiver pronta para ser removida da boca, o coping de impressão é desparafusado e retirado. Antes de fazer a transferência, realiza-se uma radiografia para confirmar que o coping de impressão está ajustado corretamente na plataforma do implante. Se o coping de impressão não estiver posicionado adequadamente, a exatidão do local transferido do implante não estará correta. Para finalizar a impressão de transferência, um análogo de implante é parafusado no coping de impressão a fim de permitir a fabricação de um molde de laboratório. 2. Moldagem fechada: realizada para próteses unitárias (na mesma arcada). Os componentes ficam em boca e depois são colocados na moldagem com um análogo de implante. (após a moldagem ser removida da boca, o coping de impressão é desparafusado do implante e colocado juntamente com um análogo de implante de volta na impressão). 3. Análogo de implante ou réplica: são fabricados para reproduzir exatamente a parte superior do corpo do implante (análogo do corpo do implante) ou pilar (análogo de pilar) no molde de laboratório. Ambos são parafusados diretamente no coping de impressão. O coping de impressão ou componente análogo são colocados de volta na impressão (transferência de moldeira fechada) ou são mantidos na impressão (transferência de moldeira aberta), e a impressão está pronta para ser realizada. 4. Pilar de implante: é a parte do implante que sustenta ou retém uma prótese ou a superestrutura do implante. A superestrutura é definida como uma armação de zircônio ou metal ligada à plataforma do implante ou ao(s) pilar(es) do implante, e proporciona retenção para uma prótese removível (p. ex., um molde ou uma barra fresada retendo uma sobredentadura com acessórios) ou a armação para uma prótese fixa. Os pilares são descritos pelo método no qual a prótese ou a superestrutura é retida ao pilar. Os pilares podem ser divididos em três categorias principais: (1) parafuso de retenção, (2) cimentado, e (3) pilares de fixação pré- fabricados. 5. Parafuso para retenção de próteses: são destinados para fixar os pilares de próteses, coroas parafusadas ou armações para a instalação de implante ou para pilar para implante. Os parafusos geralmente são feitos de titânio, de liga de titânio, ou de liga de ouro, e são dimensionados especificamente para o tipo, tamanho, e desenho do implante ou do sistema de pilares. Os parafusos apresentam caracteristicamente um desenho quadrado ou sextavado para receber um tamanho específico e a forma de chave ou condutor. PRÓTESE PARAFUSADA X CIMENTADA a) Número de implantes e carregamento proposto. b) Forma e tratamento de superfície dos implantes. c) Angulação dos implantes. d) Qualidade do osso de suporte (espessura e densidade). e) Facilidade de higienização e necessidade de manutenção. f) Necessidade de remoção da prótese. 9 @odontotro7ao - Jonathan Melo – Odontologia NÚMERO DE IMPLANTESPRÓTESE UNITÁRIA Qualquer tipo de prótese que seja, é imprescindível que haja um dispositivo anti-rotacional, ou seja, um hexágono interno que impedirá a rotação quando combinado com o hexágono externo do implante. PRÓTESE UNITÁRIA PARAFUDADA • Abutment ucla com hexágono: disponível em plástico, liga de ouro/paládio e plástico com colarinho de ouro, colarinho de tilite, colarinho de níquel cromo. a) Indicados para realização da prótese diretamente sobre o implante. b) Produzido em poliacetál calcinável (plástico fundível). c) Por tratar-se de um componente versátil, é amplamente utilizado nas mais diversas situações clínicas. d) Baixo custo; deve ser fundida pelo laboratório; baixa precisão; maior risco de fratura do parafuso; aumenta o risco de perda óssea. PRÓTESE UNITÁRIA CIMENTADA • Abutmente cimentado reto: a) Indicado para prótese cimentada múltipla ou unitária, em caso de implante bem posicionado. b) Alta precisão; anodização amarela (estética); pode ser personalizado, se necessário; produzida em Ti grau 5. • Abutmente cimentado angulado: a) Indicado para prótese cimentada múltipla ou unitária, em caso de implante angulado (inclinado). b) Angulação disponível 17º. c) Alta precisão; anodização amarela (estética); pode ser personalizado, se necessário; produzida em Ti grau 5. 10 @odontotro7ao - Jonathan Melo – Odontologia CLASSIFICAÇÃO DAS PRÓTESES a) PF1: prótese fixa reconstituindo o contorno natural da coroa do elemento dentário. b) PF2: prótese fixa, substitui a coroa e uma porção da raiz, contorno alongado. c) PF3: fixa, substitui a coroa e parte da gengiva d) PR4: removível, sobredentadura completamente implantossuportada. e) PR5: removível, sobredentadura suportada por tecido mole e implantes. COMPLICAÇÕES SISTÊMICAS Doença cardiovascular; acidente vascular cerebral; prótese valvar; osteoporose; transtorno psiquiátricos; uso de medicamentos; diabetes; tabagismo e imunodeficiência. COMPLICAÇÕES CIRÚGICAS • Complicações transoperatórias: a) Tecidos moles: traumas em mucosa jugal, lábio e língua; dilaceração do retalho; lesão neurogênica; lesão vascular; perfuração da membrana de Schneider. b) Tecidos duros: fenestração vestibular; comunicação buco-sinusal; fraturas; densidade óssea insuficiente; lesão aos dentes adjacentes. • Complicações pós-operatórias: deiscência de sutura; hematoma; dor; infecção; falha na osseointegração do implante; exposição de enxertos, membranas e materiais auxiliares; mucosite; peri- implantite. COMPLICAÇÕES PROTÉTICAS Estéticas e funcionais. PERI-IMPLANTITE A peri-implantite é o processo inflamatório dos tecidos peri-implantares que afeta tecidos moles e duros, associada à reabsorção óssea que pode levar a perda do implante. A condição inflamatória se desenvolve em resposta ao acúmulo de biofilme no sulco peri-implantar e, se não tratada, tende a evoluir afetando tecidos moles (mucosite peri-implantar) e duros (peri-implantite) com a formação de bolsa peri-implantar. • Alguns fatores que têm sido positivamente associados à peri-implantite são: fumo, diabetes, traços genéticos, consumo de álcool e precária higiene oral. • Características: sangramento a sondagem; ausência de sintomatologia dolorosa; eventual supuração; hiperplasia dos tecidos gengivais; destruição vertical da crista óssea; bolsa peri-implantar (> 5mm). • Diagnóstico: o diagnóstico é realizado observando sinais e sintomas de inflamação, com recurso a exames visuais, radiológicos e bacterianos. Para um correto diagnóstico, devem ser realizados uma radiografia peri-implantar (se o implante já apresenta perda óssea ou não), sondagem peri-implantar (analisar a presença de bolsas, de sangramento e de supuração), mobilidade, uma coleta de fluido e análise microbiológica. 11 @odontotro7ao - Jonathan Melo – Odontologia • Alguns sinais clínicos da peri-implantite são: sangramento, dor, profundidade da bolsa aumentada, mobilidade, supuração, radiolucidez radiográfica (preda óssea ao redor do implante). • Tratamento: O tratamento para peri-implatite pode ser dividido em cirúrgico e não cirúrgico. a) Tratamento não cirúrgico: irrigação da bolsa com clorexidina 0,12%, bochecho com clorexidina 0,12%, antibioticoterapia (metronidazol, macrolídeos e tetraciclinas), fibra de tetraciclina na bolsa peri-implantar. b) Tratamento cirúrgico: instrumentação mecânica com curetas de plástico, cirurgias para correção tecidual, regeneração óssea (osso autógeno melhores resultados). • Medidas preventivas: instrução de higiene oral e motivação do paciente; realizar adequado controle de biofilme; irrigação sub gengival com clorexidina 0,2%; somada à orientação de higiene bucal normal. • Medidas terapêuticas: raspagem sub e supra gengival (remoção do biofilme); clorexidina 0,12% para bochechos; irrigação profissional de clorexidina 0,5% são altamente indicados, juntamente com antibióticoterapia com metronidazol 250mg associado à amoxicilina 375mg, três vezes ao dia, durante 10 dias. • Medidas antimicrobiana: a mucosite peri- implantar deve ser tratada com polimento e bochechos com uso de clorexidina 0,12% por 3 semanas. • Cirurgia regenerativa ROG (regeneração óssea guiada): a reorganização e osseointegração de uma superfície de implante previamente contaminado não foi ainda demonstrada histologicamente em humanos; o fato de que novo osso preenche o defeito ósseo, representa um processo de cicatrização, resultando, provavelmente, em uma melhor estabilidade do implante por meio do tempo. a) Nos casos em que a raspagem e a descontaminação altamente eficazes: uso de osso desmineralizado. b) Na terapia inicial não tão favorável: uso de hidroxiapatita não reabsorvível. c) Nos defeitos ósseos: uso de enxertos ósseos; utilização de membranas ou a combinação das duas técnicas traz resultados positivos. • Terapia oclusal: nos contatos prematuros; na suspeita de atividade parafuncional. • Fatores relacionados ao insucesso dos implantes: condição sistêmica do paciente; tabagismo; qualidade óssea; experiência do profissional; trauma cirúrgico; procedimentos cirúrgicos inadequados; utilização inadequada de antibióticos no pré e pós operatório; pressão da prótese durante a cicatrização; infecção bacteriana durante ou após a cicatrização; carregamento inicial impróprio; planejamento incorreto da prótese; sobrecarga oclusal; atividade parafuncional. ENXERTO EM IMPLANTODONTIA • Quanto à origem: a) Autógeno e autólogo: obtido de áreas doadoras do próprio indivíduo; b) Alógeno ou homógeno ou homólogo: obtido de indivíduos de espécies semelhante ao receptor; c) Heterógeno ou xenógeno (substituto ósseo): obtido de indivíduos de espécies diferentes do receptor, especialmente à matriz bovina; d) Aloplástico ou sintético (substituto ósseo): enxertos sintetizados em laboratório, podem ser metálicos, cerâmicos ou plásticos. • Obs.: os ossos podem ser liofilizado desmineralizado ou em bloco.
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