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SISTEMA DE ENSINO
CÓDIGO DE 
DEFESA DO 
CONSUMIDOR
CDC – Arts. 40, 42, 43, 46 ao 54-G
Livro Eletrônico
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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Cristiano Sobral
Sumário
Código de Defesa do Consumidor – Artigos 40, 42, 43, 46 a 54-G ....................................... 3
Introdução ........................................................................................................................................ 3
Artigo 40 ........................................................................................................................................... 4
Artigo 42 ........................................................................................................................................... 5
Artigo 43 ......................................................................................................................................... 10
Artigo 46 .......................................................................................................................................... 17
Artigo 47 .......................................................................................................................................... 18
Artigo 48 ..........................................................................................................................................21
Artigo 49 ..........................................................................................................................................21
Artigo 50.......................................................................................................................................... 23
Artigo 51 .......................................................................................................................................... 25
Artigo 52 .......................................................................................................................................... 37
Artigo 53 .......................................................................................................................................... 41
Artigo 54 .........................................................................................................................................44
Artigo 54-A .....................................................................................................................................49
Artigo 54-B ..................................................................................................................................... 54
Artigo 54-C ..................................................................................................................................... 56
Artigo 54-D ..................................................................................................................................... 57
Artigo 54-E .....................................................................................................................................60
Artigo 54-F ......................................................................................................................................61
Questões de Concurso ................................................................................................................. 65
Gabarito ........................................................................................................................................... 76
Gabarito Comentado .................................................................................................................... 77
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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Cristiano Sobral
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR – ARTIGOS 40, 
42, 43, 46 A 54-G
Introdução
O CDC, como dito, constitui um microssistema jurídico, apresentando os mais diversos con-
teúdos visando proporcionar a defesa dos consumidores da maneira mais completa e efetiva.
Na aula passada, vimos sobre propaganda e publicidade, como elas vinculam o fornecedor 
e como o Código proporciona maior segurança para que os vulneráveis não sejam iludidos e 
enganados por elas.
Veremos na presente aula mais mecanismos que o legislador impôs para a proteção do 
consumidor, estabelecendo expressamente ações que devem ser observadas e praticadas 
para garantir que as relações de consumo sejam efetuadas de acordo com os princípios que 
buscou respaldar.
Falaremos sobre algumas práticas consideradas abusivas, cadastro de consumidores, co-
brança de dívidas e proteção contratual. Trataremos mais esmiuçadamente dos artigos 40, 42, 
43, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 53 e 54-G.
O artigo 40 está inserido na Seção IV – Das Práticas Abusivas, composta dos artigos 39 
a 41. Sendo que o art. 39 traz um rol exemplificativo de práticas vedadas ao fornecedor por 
serem consideradas incorretas:
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:
I – condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou servi-
ço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;
II – recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilida-
des de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes;
III – enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qual-
quer serviço;
IV – prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, co-
nhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
V – exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
VI – executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumi-
dor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes;
VII – repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de 
seus direitos;
VIII – colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas 
expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Asso-
ciação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de 
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);
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IX – recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a ad-
quiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis 
especiais;
X – elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços;
XI – Dispositivo incluído pela MPV n. 1.890-67, de 22-10-1999, transformado em inciso XIII, quando 
da conversão na Lei n. 9.870, de 23-11-1999;
XII – deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu ter-
mo inicial a seu exclusivo critério
XIII – aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido.
Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor, na hi-
pótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento.
Tais práticas são apenas demonstrativas de atitudes que não devem ser realizadaspelos 
fornecedores, porém, a depender da situação, outras podem também ser taxadas de abusivas.
Dentre as elencadas no art. 39, uma bem conhecida é a venda casada (inciso I), onde o 
fornecedor exige que para que se compre um produto tenha que adquirir outro em conjunto.
Além dessa, outra que com frequência é observada é o envio ou entrega ao consumidor 
de produto, sem solicitação prévia (inciso III); quando cartões de supermercados, lojas ou até 
mesmo bancos são enviados sem que seja requerido, para que assim, o consumidor procure o 
estabelecimento e seja “seduzido” a comprar lá.
O inciso VI trata de “executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização 
expressa do consumidor”. Iniciaremos nossa aula com o artigo 40 que trata sobre o orçamento.
ArtIgo 40
Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio discrimi-
nando o valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de 
pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços.
§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo de dez dias, contado de 
seu recebimento pelo consumidor.
§ 2º Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes e somente pode ser 
alterado mediante livre negociação das partes.
§ 3º O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos decorrentes da contratação de 
serviços de terceiros não previstos no orçamento prévio.
O fornecedor deverá, obrigatoriamente, entregar o orçamento prévio ao consumidor con-
tendo as informações sobre: 1) preço da mão de obra, dos materiais e equipamentos empre-
gados, 2) as condições de pagamento e 3) a data do início e do final do serviço, tudo em con-
formidade com o princípio da transparência.1
1 Código de Defesa do Consumidor Comentado: artigo por artigo. Leonardo de Medeiros Garcia – 13. ed. rev. ampl. e atuaL– 
Salvador: JusPODIVM, 2016.
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Ao confeccionar um orçamento ao consumidor, sem estipulação especial, este terá valida-
de de 10 (dez) dias, contado do seu recebimento (§1º). Assim, se o consumidor consentir em 
executar aquele serviço orçado pagará o que foi ali acordado, sem adição ou majoração de 
custos ou preço, salvo se alterado mediante livre negociação das partes (§§ 2º e 3º).)
Se for realizado o serviço sem a prévia autorização do consumidor, constituirá prática abu-
siva. Entretanto, poderá ser exonerado de sua responsabilidade o fornecedor que provar práti-
cas anteriores, ou seja, que eram realizados serviços sem a prévia autorização do consumidor. 
Caso o consumidor alegue a abusividade, o fornecedor poderá alegar o rompimento da boa-fé 
objetiva (confiança e lealdade) e enfatizar a presença da venire contra factum proprium (com-
portamento contraditório).
ArtIgo 42
A Seção V do CDC trata “Da Cobrança de Dívidas”:
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será 
submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por 
valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo 
hipótese de engano justificável.
Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de débitos apresentados ao consumidor, deverão 
constar o nome, o endereço e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no 
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do produto ou serviço correspondente.
É um direito do credor efetuar a cobrança para reaver o pagamento da dívida pelo devedor, 
após o seu vencimento e desde que tenha ele cumprido com sua parte na obrigação. Contudo, 
a cobrança não pode ultrapassar suas finalidades normais e costumeiras, especialmente se 
exercida de forma abusiva.2
Inclusive constitui prática criminosa contra as relações de consumo, punível com pena 
de detenção de três meses a um ano e multa, com base no art. 71 do CDC, a utilização na 
cobrança de dívidas de ameaça, coação, constrangimento físico ou moral, afirmações falsas, 
incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injus-
tificadamente, a ridículo ou interfira em seu trabalho, descanso ou lazer.3
Agora, são considerados atos de cobrança normais algumas ligações telefônicas em ho-
rário comercial informando ao consumidor valor da dívida e seu vencimento ou o envio de 
correspondência para o endereço fornecido por ele indicando mesmos dados. Sendo que esta 
comunicação deve ser feita diretamente ao consumidor.
2 Manual de direito do consumidor; Leonardo Roscoe Bessa e Walter José Faiad de Moura; coordenação de Juliana Pereira 
da Silva. 4. ed. Brasília: Escola Nacional de Defesa do Consumidor, 2014.
3 Código de Defesa do Consumidor Comentado: artigo por artigo. Leonardo de Medeiros Garcia. 13. ed. rev. ampl. e atual. 
Salvador: JusPODIVM, 2016.
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Destaca-se que toda cobrança realizada pelo fornecedor, segundo a Lei n. 12.039/2009, 
que introduziu o art. 42-A, deverá possuir as seguintes informações:
Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de débitos apresentados ao consumidor, deverão 
constar o nome, o endereço e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no 
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do produto ou serviço correspondente.
Esta inovação facilita ao consumidor o acesso ao cobrador para que possa questionar 
eventuais erros na cobrança e até mesmo quitar a dívida, evitando maiores transtornos, como 
a inscrição nos órgãos de proteção ao crédito.
Com relação ao Parágrafo Único do art. 42, o consumidor que for cobrado em quantia inde-
vida e realizar o pagamento em excesso terá direito à devolução em dobro, salvo se o fornece-
dor apresentar engano justificável:
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por 
valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo 
hipótese de engano justificável.
A questão referente à interpretação da necessidade de má-fé do fornecedor para que en-
sejasse a repetição do indébito era tema de controvérsia nos órgãos julgadores do STJ que 
entendiam que, tratando-se de contratos públicos, era desnecessária a comprovação de má-fé 
por parte do fornecedor para ensejar a devolução em dobro desde que presente a culpa. Não 
sendo pacífico o entendimento para os demais casos do Direito Privado.
Assim, com o intuito de pacificar a orientação jurisprudencial quanto à necessidade ou 
não da má-fé, a Corte Especial do STJ, em julgamento conjunto de seis processos (EAREsp 
n. 676.608 – paradigma; EAREsp n. 664.888; EAREsp n. 664888; EAREsp n. 600.663; EREsp 
n. 1.413.54; e EREsp n. 1413542), entendeu que, para ensejar a devolução em dobro do valor 
cobrado indevidamente do consumidor independe da comprovação da má-fé do fornecedor, 
bastando para tanto a configuração de conduta atentatória à boa-fé objetiva.
Outro ponto de divergência dizia respeito ao prazo prescricional da repetição do indébito 
que ora se decidia pelaaplicação do art. 206, § 3º e inc. V, do Código Civil, indicando o prazo 
de três (3) anos por tratar-se de pretensão de reparação civil, ora o prazo de prescricional geral 
de dez (10) anos, previsto no art. 205 da lei civil. Sobre isto, a Corte Especial decidiu pela apli-
cação deste último prazo prescricional.
Foram aprovadas as seguintes teses:
• A restituição em dobro do indébito (parágrafo único do art. 42 do CDC) independe da 
natureza do elemento volitivo do fornecedor que cobrou valor indevido, revelando-se 
cabível quando a cobrança indevida consubstanciar conduta contrária à boa-fé objetiva;
• A repetição de indébito por cobrança indevida de valores referentes a serviços não con-
tratados promovida por empresa de telefonia deve seguir a norma geral do lapso pres-
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cricional (10 anos, art. 205 do Código Civil) a exemplo do que decidido e sumulado (Sú-
mula n. 412/STJ) no que diz respeito ao lapso prescricional para repetição de medida de 
tarifas de água e esgoto;
• Modular os efeitos da presente decisão para que o entendimento aqui fixado seja aplica-
do aos indébitos não decorrentes da prestação de serviço público a partir da publicação 
do acórdão.
Súmula 322, do STJ: “Para a repetição de indébito, nos contratos de abertura de crédito em 
conta-corrente, não se exige a prova do erro”.
Súmula 412, STJ: “A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao 
prazo prescricional estabelecido no Código Civil.”
Observe a jurisprudência sobre o tema onde ainda se exigia a comprovação da má-fé do 
fornecedor para ensejar a repetição do indébito em dobro:
JURISPRUDÊNCIA
Recurso especial – Ação declaratória de nulidade de negócio jurídico c/c inexistência de 
débito e indenização por danos materiais e morais – Transações bancárias realizadas 
por preposto da empresa mediante falsificação da assinatura da representante legal – 
Responsabilidade objetiva da financeira reconhecida na sentença com a condenação do 
banco em dano material – Ausência de recurso da casa bancária – Tribunal local que, 
relativamente ao dano moral, afirmou a existência de excludente de responsabilidade por 
fato de terceiro – Irresignação da autora.
Hipótese: Cinge-se a controvérsia a três pontos específicos: a) ocorrência de dano moral 
à pessoa jurídica por suposta falha na prestação do serviço bancário decorrente de fraude 
perpetrada por funcionário/contratado/preposto da empresa; b) aplicabilidade da repeti-
ção do indébito em dobro e c) termo inicial dos juros moratórios.
1. É inviável rever/revisitar, nessa oportunidade, a responsabilidade objetiva da casa ban-
cária pelos danos materiais causados à empresa demandante, face a ausência de recurso 
da financeira para discutir o quanto estabelecido na sentença que, além de declarar nulo 
o negócio jurídico entabulado, condenou o banco ao ressarcimento de valores despendi-
dos com o pagamento de cheques e perícia grafotécnica.
2. O Superior Tribunal de Justiça, na ocasião do julgamento, nos moldes do art. 543-C 
do CPC/73, dos Recursos Especiais n.s 1.197.929/PR e 1.199.782/PR, de relatoria do e. 
Ministro Luis Felipe Salomão, consolidou posicionamento no sentido de que “as institui-
ções bancárias respondem objetivamente pelos danos causados por fraudes ou delitos 
praticados por terceiros”.
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2.1 No caso, imprescindível promover uma distinção (distinguishing) para com o entendi-
mento sedimentado nos repetitivos, pois na hipótese ora em foco, o procedimento escuso 
fora empreendido por funcionário/preposto/contratado da pessoa jurídica que não per-
mitiu aos gestores da casa bancária sequer desconfiar acerca da ocorrência de fraude, 
pois além da falsificação das assinaturas ser primorosa, vez que a distinção para com as 
legítimas somente fora constatada por perícia grafotécnica, a fraudadora possuía inegá-
vel laço de parentesco ante o corpo dirigente da empresa que atribuíra à falsária diversas 
funções atinentes à gestão dos negócios quando do afastamento da representante legal 
da entidade.
3. O dano moral à pessoa jurídica não é presumível, motivo pelo qual deve estar demons-
trado nos autos o prejuízo ou abalo à imagem comercial, coisa não verificada na hipótese.
4. Conforme entendimento consolidado no âmbito deste Superior Tribunal de Justiça, a 
repetição em dobro do indébito requer a demonstração de má-fé na cobrança, o que não 
foi comprovado na hipótese. Precedentes.
5. É inviável o acolhimento da tese de incidência dos juros moratórios a partir da data 
do evento danoso nos termos da súmula 54/STJ, haja vista que, no caso, a relação esta-
belecida entre as partes é contratual, pois a fraude somente se perfectibilizou mediante 
contrato de refinanciamento de dívida em virtude da empresa previamente manter com a 
financeira uma relação jurídica vinculada a operações bancárias.
6. Recurso especial desprovido.
(REsp 1463777/MG, Rel. Ministro Marco Buzzi, Quarta Turma, julgado em 13/10/2020, 
DJe 16/10/2020).
JURISPRUDÊNCIA
Relação de consumo. Cobrança judicial indevida. Má-fé demonstrada. Art. 42 do Código 
de Defesa do Consumidor. Inexistência dos pressupostos. Art. 940 do Código Civil. Norma 
complementar. Incidência. A cobrança judicial indevida de dívida oriunda de relação de 
consumo admite a aplicação da sanção prevista no art. 940 do Código Civil.
Os artigos 940 do Código Civil e 42, parágrafo único, do Código de Defesa do Consumidor 
possuem pressupostos de aplicação diferentes e incidem em hipóteses distintas.
A aplicação da pena prevista no parágrafo único do art. 42 do CDC apenas é possível 
diante da presença de engano justificável do credor em proceder com a cobrança, da 
cobrança extrajudicial de dívida de consumo e de pagamento de quantia indevida pelo 
consumidor.
No que se refere ao artigo 940 do CC, este somente pode ser aplicado quando a cobrança 
se dá por meio judicial e fica comprovada a má-fé do demandante, independentemente 
de prova do prejuízo.
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Dessa forma, mesmo diante de uma relação de consumo, se inexistentes os pressupos-
tos de aplicação do art. 42, parágrafo único, do CDC, deve ser aplicado o sistema geral do 
Código Civil, no que couber.
Destaca-se que o art. 940 do CC é norma complementar ao art. 42, parágrafo único, do 
CDC e, no caso, sua aplicação está alinhada ao cumprimento do mandamento consti-
tucional de proteção do consumidor. REsp 1.645.589-MS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas 
Cueva, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 04/02/2020, DJe 06/02/2020. (Inf. 
n. 664).
Obs.: � Em caso de falecimento do beneficiário de plano de saúde é necessária a comunica-
ção do fato à operadora, pois até a comunicação não é demonstradaofensa à boa-fé 
objetiva por parte dela. Deste modo, depois de avisada, se continuar as cobranças, 
ensejará a repetição.
JURISPRUDÊNCIA
Contrato de plano de saúde. Falecimento do beneficiário. Comunicação do fato à opera-
dora nos autos de ação judicial. Possibilidade. Cobranças posteriores indevidas. A eficá-
cia do contrato de plano de saúde se protrai no tempo até que a operadora seja comu-
nicada do falecimento da beneficiária, descabendo cobranças efetuadas em relação ao 
período posterior à comunicação e sendo viável que a notificação ocorra nos autos de 
processo cujo objeto seja o referido contrato.
A morte é fato jurídico superveniente que implica o rompimento do vínculo entre o benefi-
ciário e a operadora do plano de saúde, mas esse efeito só se produzirá para a operadora 
depois de tomar conhecimento de sua ocorrência; ou seja, a eficácia do contrato se pro-
trai no tempo até que a operadora seja comunicada do falecimento do beneficiário.
Ressalta-se que nos contratos personalíssimos (intuitu personae), como o é o de plano 
de saúde, porque neles não se admite a substituição do sujeito, a morte, evidentemente, 
é causa de extinção do contrato.
Nessas circunstâncias, defende a doutrina, que “a extinção do contrato pela morte se dá 
de pleno direito, em caráter ex nunc, preservadas as situações patrimoniais consolidadas 
tais quais as prestações já vencidas nos contratos de duração”.
A Resolução ANS n. 412/2016, que versa sobre a solicitação de cancelamento do contrato 
do plano de saúde individual ou familiar pelo beneficiário titular, estabelece o efeito ime-
diato do requerimento, a partir da ciência da operadora ou administradora de benefícios, 
e dispõe, por conseguinte, que só serão devidas, a partir de então, as contraprestações 
pecuniárias vencidas e/ou eventuais coparticipações devidas, nos planos em pré-paga-
mento ou em pós-pagamento, pela utilização de serviços realizados antes da solicitação 
(art. 15, II e III).
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Embora o ato normativo indique as formas apropriadas ao pedido de cancelamento – 
presencial, por telefone ou pela internet (art. 4º – para os fins a que se destina, certo é que 
a notificação nos autos do processo cujo objeto é o próprio contrato de plano de saúde 
atinge a mesma finalidade, de tal modo que, constatada a ciência inequívoca da opera-
dora sobre o falecimento da beneficiária, cessa, imediatamente, a obrigação assumida 
pelas partes.
Assim, reputam-se indevidas todas as cobranças efetuadas em relação ao período poste-
rior à notificação da operadora do falecimento do beneficiário ao plano de saúde.
REsp 1.879.005-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, julgado 
em 18/08/2020, DJe 26/08/2020. (Inf. n. 679)
ArtIgo 43
O mercado de consumo atual possui particularidades que nos primórdios não existiam, 
como a produção em série e a massificação das relações. Com isso antes “todos” se conhe-
ciam, o vendedor sabia da índole do comprador e vice versa, agora não necessariamente o 
fornecedor sabe caráter do consumidor.
Assim, como a realização de qualquer negócio pressupõe certo grau de confiança entre 
as partes e como a confiança pressupõe conhecimento da pessoa, o mercado criou mecanis-
mos para que os fornecedores tenham informações sobre os consumidores, principalmente 
quando envolve compra com concessão de crédito. E ainda, com essas informações sobre o 
perfil e hábitos do consumidor, são elaborados arquivos para aumento das vendas de produtos 
e serviços. São justamente os cadastros e bancos de dados de consumo dispostos no art. 
43 do CDC.C
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações existentes 
em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como 
sobre as suas respectivas fontes.
§ 1º Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em lingua-
gem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas referentes a período supe-
rior a cinco anos.
§ 2º A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser comunicada 
por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele.
§ 3º O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua 
imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos 
eventuais destinatários das informações incorretas.
§ 4º Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção ao crédito 
e congêneres são considerados entidades de caráter público.
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CDC – Arts. 40, 42, 43, 46 ao 54-G
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Cristiano Sobral
§ 5º Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão fornecidas, 
pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou 
dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.
§ 6º Todas as informações de que trata o caput deste artigo devem ser disponibilizadas em forma-
tos acessíveis, inclusive para a pessoa com deficiência, mediante solicitação do consumidor.
A coleta de dados sobre o consumidor, no início, era demorada e extremamente onerosa 
para os fornecedores. As empresas, muitas vezes, de forma a realizarem um crediário mais se-
guro, possuíam setores específicos com a única função de pesquisar e coletar as informações 
sobre o futuro contratante. Depois, percebeu-se que seria melhor e mais barato o levantamento 
de informações sobre os consumidores fosse feito por empresa com a finalidade específica. 
E assim que surgiram na década de 1950, diante do grande aumento das vendas a crédito no 
Brasil, os primeiros bancos de dados.4
Embora em linguagem do dia a dia as expressões “banco de dados” e “cadastro” tenham 
o mesmo sentido, isto é, reunião organizada de informações sobre determinado objeto ou 
pessoas, o CDC diferencia as duas espécies de arquivos. Na verdade, a doutrina delimitou as 
diferenças e traços comuns entre as duas categorias.
Os arquivos de consumo se dividem em bancos de dados e cadastros de consumo. Os ban-
cos de dados são arquivos organizados por uma empresa que é alimentada de informações 
pelos fornecedores no geral; já os cadastros de consumidores são arquivos organizados por 
cada fornecedor para a sua própria verificação, isto é, tais informações não são compartilha-
das com os outros.
Basicamente o CDC garante quatro direitos aos consumidores em relação aos arquivos 
de consumo: 1) direito de acesso; 2) direito de informação; 3) direito de retificação; 4) direito 
de exclusão.
Direito do Consumidor Dispositivo
Direito de Acesso Art. 43, caput
Direito de Informação Art. 43, §2º
Direito de Retificação Art. 43, §3º
Direito de Exclusão Art. 43, §1º e §5º
O caput expressamente obriga os órgãos de armazenamento a fornecer aos consumido-
res, quando solicitadas, todas as informações arquivadas, bem como a fonte. O acesso deve 
ser imediato, devendo ser fornecido logo após o requerimento.
Esse direito é salvaguardado pelo habeas data, com fundamento no art. 5º, LXXII, da CF/88:
4 Código de Defesa do Consumidor Comentado: artigo por artigo. Leonardo de Medeiros Garcia. 13. ed.rev. ampl. e atual. 
Salvador: JusPODIVM, 2016.
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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-
leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualda-
de, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...)
LXXII – conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de 
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou admi-
nistrativo;
O § 1º estabelece que as informações registradas devem ser objetivas, claras, verdadeiras 
e em linguagem de fácil compreensão e sempre limitadas ao período de cinco anos. Ou seja, 
após este período, o consumidor tem direito a ter seu nome excluído do banco de dados.
Súmula 323 do STJ: “A inscrição de inadimplente pode ser mantida nos serviços de prote-
ção ao crédito por, no máximo, cinco anos.”
E ainda, segundo o § 5º, quando estiver consumada a prescrição relativa à cobrança de 
débitos do consumidor, não serão fornecidas informações que possam impedir ou dificultar 
novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.
O § 2º do art. 43 determina que a inscrição do nome do consumidor deve ser precedida de 
comunicação por escrito. Mesmo que a informação contida na lista seja verdadeira, o registro 
também é irregular quando não foi observado o dever de comunicação prévia.
Súmula 359 do STJ: “Cabe ao órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito a 
notificação do devedor antes de proceder à inscrição.”
O desatendimento de qualquer requisito do art. 43 – não apenas o da veracidade da infor-
mação – configura a ilicitude do ato e permite a aplicação de sanções.
Caso haja inexatidões acerca das informações contidas no registro, o consumidor poderá 
exigir a imediata retificação, tendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alte-
ração aos eventuais destinatários das informações incorretas (§ 3º).
Segundo a recente Súmula 548 do STJ:
JURISPRUDÊNCIA
Incumbe ao credor a exclusão do registro da dívida em nome do devedor no cadastro de 
inadimplentes no prazo de cinco dias úteis, a partir do integral e efetivo pagamento do 
débito.
Sobre o tema, seguem os julgados:
JURISPRUDÊNCIA
Direito do consumidor e processual civil. Interesse de agir em ação de cancelamento de 
diversas inscrições em cadastro negativo de proteção ao crédito.
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Há interesse de agir na ação em que o consumidor postula o cancelamento de múlti-
plas inscrições de seu nome em cadastro negativo de proteção ao crédito, mesmo que 
somente uma ou algumas delas ultrapassem os prazos de manutenção dos registros 
previstos no art. 43, §§ 1º e 5º, do CDC. Salienta-se, inicialmente, que nem toda dívida 
inscrita em cadastro negativo de proteção ao crédito (a exemplo do SPC e Serasa) é 
igual, pois cada uma delas apresenta características próprias que as diferem das demais, 
tais como as partes contratantes, o valor da obrigação, a data de vencimento, as garan-
tias contratuais e até eventual foro para dirimir as questões decorrentes do negócio. 
Assim, como cada dívida pode gerar uma inscrição distinta, vislumbra-se ser possível 
que o devedor inadimplente, sob os mais variados fundamentos, questione individual-
mente cada registro. Ademais, quando o art. 43 do CDC utiliza as expressões “cadastros”, 
“dados”, “fichas” e “informações”, todas no plural, infere-se a ideia de multiplicidade de 
registros a respeito do consumidor inadimplente. Em decorrência disso, o próprio § 3º do 
referido dispositivo explicita que: “O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos 
seus dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no 
prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários das informa-
ções incorretas”. Nessa linha de ideias, do ponto de vista do direito material, é plausível 
concluir que, no âmbito do cadastro de inadimplentes, não há falar em unicidade, pois é 
possível a existência de múltiplas anotações autônomas, porquanto cada inscrição pos-
suirá origem em diferentes obrigações vencidas e não pagas. De outra banda, sob a ótica 
do direito processual civil, observa-se que cada dívida enseja uma causa de pedir e um 
pedido, podendo ser impugnadas, conforme o caso, nos autos de um mesmo processo 
ou em demanda autônoma, sem que, neste último caso, possa caracterizar eventual litis-
pendência. No ponto, ressalta-se que mesmo quando a petição inicial impugnar variadas 
anotações, estar-se-á diante de diversas causas de pedir, fundadas em fatos possivel-
mente diferentes, na medida em que, como dito acima, cada registro corresponde a uma 
dívida não paga. Por tal razão, se a parte alega que as inscrições deverão ser cancela-
das em virtude de estar prescrita a pretensão de cobrança das dívidas ou por fluência 
do prazo quinquenal, e, ao analisar o caso, o magistrado ou Tribunal verificar que uma 
ou algumas ainda estão dentro do lapso legal de permanência do registro, deverá julgar 
parcialmente procedente o pedido, com base no art. 269, I, do CPC.46 Outrossim, mesmo 
na situação em que todos os registros questionados ainda se encontrarem dentro do 
prazo de permanência das anotações, o magistrado julgará improcedentes os pedidos, 
podendo a ação declaratória de cancelamento de registro ser novamente proposta em 
razão da fluência de novo lapso temporal. Desse modo, não parece possível a aplica-
ção do princípio da “unicidade dos cadastros de inadimplentes” para reconhecer suposta 
falta de interesse de agir, tendo em vista que os registros são derivados de débitos dis-
tintos, impugnáveis de maneira individual ou conjunta. Ressalta-se, aliás, que entender o 
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contrário poderia criar uma esdrúxula hipótese de perpetuidade dos registros negativos, 
caso o nome do devedor fosse inscrito no cadastro de proteção ao crédito em momentos 
diversos, ampliando-se, com isso, o período máximo de permanência da inscrição nega-
tiva, em evidente afronta aos comandos insertos nos §§ 1º e 5º do art. 43 do CDC. Além 
disso, não se pode olvidar que os bancos de dados e os cadastros negativos de proteção 
ao crédito atingem importante direito da personalidade, qual seja, o nome (art. 16 do CC). 
Por tal razão, eventuais restrições ao nome devem ser realizadas com temperamentos e 
em estrita observância à ordem jurídica, principalmente diante da tutela constitucional da 
dignidade da pessoa humana, imagem e privacidade. Nessa linha de intelecção, há vozes 
doutrinárias que ensinamque: “A semieternidade dos sistemas de proteção ao crédito – 
são conhecidos os exemplos de mortos que integravam os bancos de dados de consumo 
– não instiga o funcionamento do mercado. Em vez de acelerar as transações comerciais, 
a temporalidade aberta de registros privados (ou mesmo públicos) amarra a estrutura 
mercadológica, conquanto cristaliza ad eternum situações excepcionais que podem não 
mais representar a realidade do comportamento normal do indivíduo. Um caso isolado 
não pode ser usado para macular uma vida inteira, passada e futura, de correção como 
contratante e consumidor”. A par disso, nota-se que o enunciado da Súmula 385 do STJ, 
a despeito de impossibilitar a obtenção de indenização por danos morais em virtude da 
existência de diversas inscrições em nome do devedor inadimplente, assegura o cance-
lamento de anotação considerada irregular, permitindo inferir que este Tribunal Superior 
já reconhece a existência de interesse de agir em caso de multiplicidade de registros em 
nome de um único devedor. REsp 1.196.699-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 
22-9-2015, DJe 20-10-2015. (ver Informativo n. 571)
Cadastro de inadimplentes. Baixa da inscrição. Responsabilidade. Prazo.
O credor é responsável pelo pedido de baixa da inscrição do devedor em cadastro de 
inadimplentes no prazo de cinco dias úteis, contados da efetiva quitação do débito, sob 
pena de incorrer em negligência e consequente responsabilização por danos morais. Isso 
porque o credor tem o dever de manter os cadastros dos serviços de proteção ao crédito 
atualizados. Quanto ao prazo, a Min. Relatora definiu-o pela aplicação analógica do art. 
43, § 3º, do CDC, segundo o qual o consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos 
seus dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no 
prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários das informa-
ções incorretas. O termo inicial para a contagem do prazo para baixa no registro deverá 
ser do efetivo pagamento da dívida. Assim, as quitações realizadas mediante cheque, 
boleto bancário, transferência interbancária ou outro meio sujeito a confirmação, depen-
derão do efetivo ingresso do numerário na esfera de disponibilidade do credor. A Min. 
Relatora ressalvou a possibilidade de estipulação de outro prazo entre as partes, desde 
que não seja abusivo, especialmente por tratar-se de contratos de adesão (Precedentes 
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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
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citados: REsp 255.269/PR, DJ de 16-4-2001; REsp 437.234/PB, DJ de 29-9-2003; AgRg no 
Ag 1.094.459/SP, DJe de 1º-6-2009, e AgRg no REsp 957.880/SP, DJe de 14-3-2012. REsp 
1.149.998/RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 7-8-2012, ver Informativo n. 501).
Sobre o cadastro indevido do consumidor, veja o Enunciado n. 553 da VI Jornada de Direito 
Civil, que dispõe que:
Nas ações de responsabilidade civil por cadastramento indevido nos registros de devedores inadim-
plentes realizados por instituições financeiras, a responsabilidade civil é objetiva.
Além disso, o registro irregular gera a responsabilidade civil pelos danos morais e materiais 
sofridos pelo consumidor. A jurisprudência é pacífica quanto à indenização por danos morais, 
independentemente de demonstração de que o consumidor tenha sofrido constrangimento ou 
qualquer espécie de sentimento negativo em razão do fato, pois os danos morais se justificam 
pela ofensa ao direito à privacidade e honra do consumidor. De outro lado, os danos materiais 
(danos emergentes e lucros cessantes) precisam ser demonstrados.
Porém, é importante salientar a Súmula 385 do STJ:
JURISPRUDÊNCIA
Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano 
moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento.
JURISPRUDÊNCIA
Compensação por danos morais. Inscrição indevida em órgão de proteção ao crédito. 
Anotações pretéritas discutidas judicialmente. Verossimilhança das alegações. Flexibili-
zação da Súmula 385/STJ. Dano moral configurado. Admite-se a flexibilização da orien-
tação contida na súmula 385/STJ para reconhecer o dano moral decorrente da inscrição 
indevida do nome do consumidor em cadastro restritivo, ainda que não tenha havido o 
trânsito em julgado das outras demandas em que se apontava a irregularidade das ano-
tações preexistentes, desde que haja nos autos elementos aptos a demonstrar a verossi-
milhança das alegações.
Cinge-se a controvérsia a decidir se a anotação indevida do nome do consumidor em 
órgão de restrição ao crédito, quando preexistentes outras inscrições cuja regularidade é 
questionada judicialmente, configura dano moral a ser compensado.
Consoante a jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça, não cabe inde-
nização por dano moral por inscrição irregular em órgãos de proteção ao crédito quando 
preexistem anotações legítimas, nos termos da Súmula 385/STJ, aplicável também às 
instituições credoras. Nesse sentido, veja-se o REsp 1.386.424/MG, julgado pela Segunda 
Seção sob o rito dos recursos especiais repetitivos (Tema 922).
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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
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Igualmente, mostra-se acertado o entendimento do Tribunal de origem no sentido de que, 
até o reconhecimento judicial definitivo acerca da inexigibilidade do débito, deve ser pre-
sumida como legítima a anotação realizada pelo credor junto aos cadastros restritivos. E 
essa presunção, via de regra, não é ilidida pela simples juntada de extratos comprovando 
o ajuizamento de ações com a finalidade de contestar as demais anotações.
Nada obstante, tal raciocínio, em determinadas hipóteses, pode colocar o consumidor em 
situação excessivamente desfavorável e de complexa solução, especialmente quando as 
ações forem ajuizadas concomitantemente – como na espécie – ou em curto espaço de 
tempo, na medida em que ele se vê numa espécie de “círculo vicioso”, porquanto o reco-
nhecimento do dano moral em cada um dos processos ajuizados estaria, em tese, condi-
cionado ao trânsito em julgado dos demais, nos quais, por sua vez, não se concederia a 
respectiva indenização devido à pendência das outras demandas em que a regularidade 
dos mesmos registros está sendo discutida.
Certo é que não se pode admitir que seja dificultada a defesa dos direitos do consumidor 
em juízo, exigindo-se, como regra absoluta, o trânsito em julgado de todas as sentenças 
que declararam a inexigibilidade de todos os débitos e, consequentemente, a irregula-
ridade de todas as anotações anteriores em cadastro de inadimplentes para, só então, 
reconhecer o dano moral.
Atenta a esse aspecto, a Terceira Turma, ao julgar o REsp 1.647.795/RO admitiu a flexibi-
lização da orientação contida na Súmula 385/STJ para reconhecer o dano moral decor-
rente da inscrição indevida do nome da consumidora em cadastro restritivo, ainda que 
não tenha havido o trânsito em julgado das outras demandas em que se apontava a irre-
gularidade das anotações preexistentes (julgado em 05/10/2017, DJe 13/10/2017).
Portanto,a fim de que se possa flexibilizar a aplicação da Súmula 385/STJ há de haver nos 
autos elementos aptos a demonstrar a verossimilhança das alegações do consumidor 
quanto à irregularidade das anotações preexistentes. REsp 1.704.002-SP, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 11/02/2020, DJe 13/02/2020. (Inf. 
n. 665).
Interessante frisar que os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, serviços 
de proteção ao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público, conforme 
a previsão do § 4º.
Por fim, o § 6º, recentemente incluído pela Lei n. 13.146/2015, impõe que todas as infor-
mações de que trata o caput devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, mediante 
solicitação do consumidor, inclusive para a pessoa com deficiência.
DICA
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Súmula 404 do STJ. É dispensável o aviso de recebimento (AR) 
na carta de comunicação ao consumidor sobre a negativação 
de seu nome em bancos de dados e cadastros.
Súmula 572 do STJ. O Banco do Brasil, na condição de ges-
tor do Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF), 
não tem a responsabilidade de notificar previamente o devedor 
acerca da sua inscrição no aludido cadastro, tampouco legiti-
midade passiva para as ações de reparação de danos funda-
das na ausência de prévia comunicação.
O Capítulo VI do CDC trata “Da Proteção Contratual”, os artigos 46 a 50 versa sobre as 
disposições legais; do 51 ao 53 das cláusulas abusivas; e o 54 sobre os contratos de adesão. 
Veremos tais artigos a seguir.
ArtIgo 46
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não 
lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos 
instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.
É imprescindível para a validade dos contratos de consumo e para obrigar os consumido-
res ao cumprimento que os fornecedores ofereçam a oportunidade de tomar conhecimento 
efetivo de todos os direitos e deveres, principalmente ao que se refere às cláusulas restritivas 
em contratos de adesão, que deverão ser redigidas com destaque, permitindo a imediata e fácil 
compreensão, com base no art. 54, § 4º.
Com relação a este direito, decorre a obrigação do fornecedor de entregar uma via do 
contrato ao consumidor, pois frequentemente o fornecedor se compromete a enviar poste-
riormente uma via do contrato, após o consumidor ter assinado, e não cumpre o prometido. 
Nessa hipótese, como o consumidor não teve acesso ao contrato, não ficará obrigado pelos 
seus termos.
Outra imposição é a necessidade das cláusulas contratuais serem redigidas de forma a 
facilitar a compreensão do seu alcance pelos consumidores. Caso não sejam confeccionadas 
assim, o contrato não vinculará.
Vejamos os seguintes julgados:
JURISPRUDÊNCIA
É ineficaz, no contrato de adesão, cláusula inserida em documento que-embora regis-
trado em cartório – não foi exibido ao consumidor, no momento da adesão (CDC, arts. 46 
e segs.). (STJ, REsp 897148/MT, Rel Min. Humberto Gomes de Barros, DJ 08/10/2007)
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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Cristiano Sobral
Deve ser remetida cópia da apólice contratada ao segurado, ainda que a celebração do 
contrato tenha se dado por via telefônica. Conforme determina o art. 6º, III, do CDC, o 
fornecedor ou prestador de serviços tem o dever de informar devidamente o consumidor 
sobre os termos do contrato oferecido, prestando os esclarecimentos necessários para 
a perfeita compreensão quanto aos direitos e obrigações deles oriundas, especialmente 
quando a contratação é feita por telefone. (STJ, Resp 1176628/RS, Rel Min. Nancy Andri-
ghi, DJe 04/10/2010)
Ademais, não obrigará o consumidor cláusulas inseridas ou alteradas unilateralmente pelo 
fornecedor, sem que o consumidor tenha conhecimento prévio e efetivo das mesmas.
COVID-19
Dever de informar durante a pandemia. Cabe aos fornecedores informar com clareza os consu-
midores acerca das consequências e possibilidades de cancelamento de serviços contratados 
ou impossibilidade de entrega de produtos adquiridos.
Lei 14.046/2020 dispunha sobre o adiamento e cancelamento de serviços, reservas e eventos, 
em razão do estado de calamidade pública, provocado pela pandemia do COVID-19. Atualizada 
em março de 2021, dispõe sobre medidas emergenciais para atenuar os efeitos da crise decor-
rente da pandemia da Covid-19 nos setores de turismo e de cultura.
Por se tratar de uma situação atípica, que não poderia ter sido prevista e que gerou diversas 
restrições inesperadas, o legislador estabeleceu medidas extraordinárias para esta realidade 
momentânea de modo a conciliar os interesses dos consumidores e fornecedores sem que 
houvesse prejuízo desproporcional de alguma das partes.
ArtIgo 47
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.
Quando as cláusulas contratuais não redigidas de forma clara, facilitando a compreensão, 
além de o contrato não vincular o consumidor ou serem inválidas as cláusulas ambíguas, obs-
curas ou em linguagem técnica. Havendo dúvida sobre a obscuridade ou ambiguidade, aplica-
-se o art. 47 do CDC, ou seja, serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.
O Código Civil também se encontra em conformidade com este raciocínio: “Art. 423. Quan-
do houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a 
interpretação mais favorável ao aderente.”
De acordo com o STJ:
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Plano de saúde. Tratamento quimioterápico. Prognóstico de falência ovarina como 
sequela. Criopreservação dos óvulos. Necessidade de minimização dos efeitos cola-
terais do tratamento. Princípio médico “Primum, non nocere” (primeiro, não prejudicar). 
Obrigação de cobertura do procedimento até a alta da quimioterapia. Possibilidade. É 
devida a cobertura, pela operadora de plano de saúde, do procedimento de criopreserva-
ção de óvulos de paciente fértil, até a alta do tratamento quimioterápico, como medida 
preventiva à infertilidade.
Cinge-se a controvérsia sobre a obrigação de a operadora de plano de saúde custear 
o procedimento de criopreservação de óvulos de paciente oncológica jovem sujeita a 
quimioterapia, com prognóstico de falência ovariana, como medida preventiva à infertili-
dade.
Nos termos do art. 10, inciso III, da Lei n. 9.656/1998, não se inclui entre os procedimen-
tos de cobertura obrigatória a “inseminação artificial”, compreendida nesta a manipula-
ção laboratorial de óvulos, dentre outras técnicas de reprodução assistida (cf. RN ANS 
387/2016).Nessa linha, segundo a jurisprudência do STJ, não caberia a condenação da operadora de 
plano de saúde a custear criopreservação como procedimento inserido num contexto de 
mera reprodução assistida.
O caso concreto, porém, revela a necessidade de atenuação dos efeitos colaterais, pre-
visíveis e evitáveis, da quimioterapia, dentre os quais a falência ovariana, em atenção 
ao princípio médico “primum, non nocere” e à norma que emana do art. 35-F da Lei n. 
9.656/1998, segundo a qual a cobertura dos planos de saúde abrange também a preven-
ção de doenças, no caso, a infertilidade.
Nessa hipótese, é possível a manutenção da condenação da operadora à cobertura de 
parte do procedimento pleiteado, como medida de prevenção para a possível infertilidade 
da paciente, cabendo à beneficiária arcar com os eventuais custos do procedimento a 
partir da alta do tratamento quimioterápico.
Ressalte-se a distinção entre o caso dos autos, em que a paciente é fértil e busca a crio-
preservação como forma de prevenir a infertilidade, daqueles em que a paciente já é infér-
til, e pleiteia a criopreservação como meio para a reprodução assistida, casos para os 
quais não há obrigatoriedade de cobertura. REsp 1.815.796-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso 
Sanseverino, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 26/05/2020, DJe 09/06/2020. 
(Inf. n. 673).
JURISPRUDÊNCIA
Direito civil. Plano de saúde. Cláusula limitativa. Cirurgia bariátrica. Obesidade mórbida.
É abusiva a negativa do plano de saúde em cobrir as despesas de intervenção cirúrgica 
de gastroplastia necessária à garantia da sobrevivência do segurado. A gastroplastia, 
indicada para o tratamento da obesidade mórbida, bem como de outras doenças dela 
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derivadas, constitui cirurgia essencial à preservação da vida e da saúde do paciente segu-
rado, não se confundindo com simples tratamento para emagrecimento. Os contratos de 
seguro-saúde são contratos de consumo submetidos a cláusulas contratuais gerais, ocor-
rendo a sua aceitação por simples adesão pelo segurado. Nesses contratos, as cláusulas 
seguem as regras de interpretação dos negócios jurídicos estandardizados, ou seja, exis-
tindo cláusulas ambíguas ou contraditórias, deve ser aplicada a interpretação mais favo-
rável ao aderente, conforme o art. 47 do CDC. Assim, a cláusula contratual de exclusão 
da cobertura securitária para casos de tratamento estético de emagrecimento prevista no 
contrato de seguro-saúde não abrange a cirurgia para tratamento de obesidade mórbida 
(Precedentes citados: REsp 1.175.616/MT, DJe de 4-3-2011; AgRg no AREsp 52.420/MG, 
DJe de 12-12-2011; REsp 311.509/SP, DJ de 25-6-2001, e REsp 735.750/SP, DJe 16-2-
2012. REsp 1.249.701/SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 4-12-2012, 
ver Informativo n. 511).
JURISPRUDÊNCIA
Direito Civil e do Consumidor. Necessidade de interpretação de cláusula de contrato de 
seguro de saúde da forma mais favorável à parte aderente.
No caso em que o contrato de seguro de saúde preveja automática cobertura para deter-
minadas lesões que acometam o filho de “segurada” nascido durante a vigência do pacto, 
deve ser garantida a referida cobertura, não apenas ao filho da “segurada titular”, mas 
também ao filho de “segurada dependente”. Tratando-se, nessa hipótese, de relação de 
consumo instrumentalizada por contrato de adesão, as cláusulas contratuais, redigi-
das pela própria seguradora, devem ser interpretadas da forma mais favorável à outra 
parte, que figura como consumidora aderente, de acordo com o que dispõe o art. 47 do 
CDC. Assim, deve-se entender que a expressão “segurada” abrange também a “segurada 
dependente”, não se restringindo à “segurada titular”. Com efeito, caso a seguradora pre-
tendesse restringir o campo de abrangência da cláusula contratual, haveria de especificar 
ser esta aplicável apenas à titular do seguro contratado (REsp 1.133.338/SP, Rel. Min. 
Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 2-4-2013, ver Informativo n. 520).
Súmula 530, STJ: “Nos contratos bancários, na impossibilidade de comprovar a taxa de juros 
efetivamente contratada – por ausência de pactuação ou pela falta de juntada do instrumento 
aos autos -, aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo Bacen, praticada nas operações 
da mesma espécie, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor.”
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ArtIgo 48
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos rela-
tivos às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica, nos 
termos do art. 84 e parágrafos.
Em decorrência do princípio da vinculação prevista pelo art. 30, toda proposta ou declara-
ção constante de escritos particulares, recibos ou pré-contratos faz com que o fornecedor seja 
compelido ao dever de prestá-los, já que essas estipulações integrarão o contrato. Podendo 
sofrer execução específica nos termos do art. 84 do CDC (obtenção da tutela específica da 
obrigação de fazer e não fazer, garantindo assim o resultado prático assegurado pelo direito).
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz 
concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado 
prático equivalente ao do adimplemento.
§ 1º A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas optar o autor 
ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.
§ 2º A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa.
§ 3º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provi-
mento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu.
§ 4º O juiz poderá, na hipótese do § 3º ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemen-
te de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para 
o cumprimento do preceito.
§ 5º Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz 
determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas, 
desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de requisição de força policial.
ArtIgo 49
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do 
ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos 
e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os 
valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de 
imediato, monetariamente atualizados.
O direito de arrependimento veio estampado no art. 49 e trata-se de um direito potestativo 
do consumidor. A lei apresenta um prazo de 7 dias para ele refletir se deseja ou não ficar com 
o produto ou serviço, independentemente de este mostrar vício ou não. Tal direito somente po-
derá ser exercido se a compra tiver sido realizadafora do estabelecimento empresarial. As ven-
das por telefone, reembolso postal, telemarketing ou Internet se enquadram nesse contexto.
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A ratio da norma advém de que quando o consumidor adquire o produto ou o serviço fora 
do estabelecimento comercial, fica ainda mais vulnerável na relação instituída com o fornece-
dor. Pois, quando o consumidor está dentro do estabelecimento, ele pode verificar o produto 
ou serviço (tamanho, largura, cores, condições de prestação do serviço etc.); comparar com 
outros de marcas ou modelos diferentes; tirar as dúvidas pessoalmente com o vendedor; con-
versar com outros consumidores que porventura estejam no estabelecimento e que já adquiri-
ram o produto e/ou serviço anteriormente; entre outros.
Além disso, o consumidor pode testar pessoalmente a qualidade e a eficiência, verificando 
se atende as suas expectativas, como, por exemplo, o test drive em veículo. Portanto, o consu-
midor atua de maneira mais consciente e protegida quando está dentro do estabelecimento, 
ficando mais salvaguardado de comprar algo que não é aquilo que ele espera.
Segundo Cláudia Lima Marques,
para exercitar o direito de arrependimento é importante que o produto a ser devolvido pos-
sa ser novamente utilizado pelo fornecedor em futura transação. Portanto, o consumidor deve 
ter o cuidado para não depreciar ou desvalorizar o produto com o uso.
Com fulcro no parágrafo único, uma vez exercido o arrependimento, o consumidor terá o 
direito de reaver imediatamente tudo o que pagou monetariamente atualizado.
JURISPRUDÊNCIA
Direito do consumidor. Aplicação de multa a fornecedor em razão do repasse aos consu-
midores dos valores decorrentes do exercício do direito de arrependimento.
O Procon pode aplicar multa a fornecedor em razão do repasse aos consumidores, efeti-
vado com base em cláusula contratual, do ônus de arcar com as despesas postais decor-
rentes do exercício do direito de arrependimento previsto no art. 49 do CDC. De acordo 
com o caput do referido dispositivo legal, o consumidor pode desistir do contrato, no 
prazo de sete dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou ser-
viço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do 
estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio. O parágrafo único 
do art. 49 do CDC, por sua vez, especifica que o consumidor, ao exercer o referido direito 
de arrependimento, terá de volta, imediatamente e monetariamente atualizados, todos os 
valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão – período de 
sete dias contido no caput do art. 49 do CDC –, entendendo-se incluídos nestes valores 
todas as despesas decorrentes da utilização do serviço postal para a devolução do pro-
duto, quantia esta que não pode ser repassada ao consumidor. Aceitar o contrário signi-
ficaria criar limitação ao direito de arrependimento legalmente não prevista, de modo a 
desestimular o comércio fora do estabelecimento, tão comum nos dias atuais. Deve-se 
considerar, ademais, o fato de que eventuais prejuízos enfrentados pelo fornecedor nesse 
tipo de contratação são inerentes à modalidade de venda agressiva fora do estabeleci-
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mento comercial (pela internet, por telefone ou a domicílio). REsp 1.340.604-RJ, Rel. Min. 
Mauro Campbell Marques, julgado em 15-8-2013. (ver Informativo n. 528)
(Grifos nossos.)
COVID-19: Foi elaborada e editada a Lei n. 14.010 de 10 de junho de 2020 que traz disposições 
acerca do Regime Jurídico Emergencial e Transitório das relações jurídicas de Direito Privado 
(RJET) no período da pandemia do coronavírus (Covid). Acerca das relações consumeristas, a 
lei dispõe:
CAPÍTULO V
DAS RELAÇÕES DE CONSUMO
Art. 8º Até 30 de outubro de 2020, fica suspensa a aplicação do art. 49 do Código de Defesa do Con-
sumidor na hipótese de entrega domiciliar (delivery) de produtos perecíveis ou de consumo imediato 
e de medicamentos.
Para dar segurança jurídica aos fornecedores neste período complexo de pandemia, o art. 
8º do RJET positivou uma interpretação extensiva do art. 49 do CDC especificamente para dois 
tipos de produtos essenciais: (1) os bens perecíveis ou de consumo imediato, como os casos 
de pedidos de pratos de comida por “delivery”; e (2) os de medicamentos.
Em síntese, até 30 de outubro de 2020, fica suspenso o direito potestativo conferido ao 
consumidor (do art. 49) no sentido de rejeitar imotivadamente a compra na hipótese de en-
trega domiciliar (“delivery”) de produtos perecíveis ou de consumo imediato e medicamentos. 
Após esta data, a doutrina e a jurisprudência poderão seguir nos debates acerca da adequa-
da interpretação, podendo optar por uma interpretação diversa da escolhida pelo art. 8º da 
Lei do RJET.
ArtIgo 50
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito.
Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira 
adequada em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode 
ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido 
pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso 
do produto em linguagem didática, com ilustrações.
De acordo com o dispositivo, a garantia contratual será complementar à garantia legal, ou 
seja, possui existência distinta. Deste modo, os prazos estipulados no art. 26 (chamados de 
prazo de garantia legal) só começarão a correr depois do prazo de garantia que o fornecedor 
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oferecer, de livre e espontânea vontade, ao consumidor (garantia contratual). O entendimento 
do STJ segue nesse sentido.
O art. 24 diz que a garantia legal de adequação do produto ou serviço independe de termo 
expresso, vedada a exoneração contratual do fornecedor e esta deverá respeitar os prazos 
do art. 26.
De acordo com o entendimento do STJ:
JURISPRUDÊNCIA
Indenização. Código de Defesa do Consumidor. Garantia contratual. O recorrente adqui-
riu um automóvel utilitário (zero-quilômetro), mas, quando da retirada, logo notou pontos 
de corrosão na carroceria. Reclamou 11 meses depois; contudo, apesar da realização de 
vários reparos pela concessionária, a corrosão alastrou-se por grande parte do veículo, o 
que levou ao ajuizamento da ação de indenização por danos morais e materiais em des-
favor da concessionária e da montadora. No caso, está-se diante de vício de inadequa-
ção (art. 12 do Código de Defesa do Consumidor), poisas imperfeições apresentadas no 
produto impediram que o recorrente o utilizasse da forma esperada, porém sem colocar 
em risco sua segurança ou a de terceiros; daí que, se tratando de bem durável e de vício 
de fácil percepção, impõe aplicar-se o prazo decadencial de 90 dias para deduzir a recla-
mação, contado, em regra, da entrega efetiva do bem (art. 26, § 1º, do mesmo Código). 
Sucede que existe a peculiaridade de que a montadora concedera ao veículo a garantia 
(contratual) de um ano, que é complementar à legal (art. 50 da citada legislação). Diferen-
temente da garantia legal, a lei não fixou prazo de reclamação para a garantia contratual, 
todavia a interpretação teleológica e sistemática do Código de Defesa do Consumidor 
permite estender à garantia contratual os mesmos prazos de reclamação referentes à 
garantia legal, a impor que, no caso, após o término da garantia contratual, o consumidor 
tinha 90 dias (bem durável) para reclamar do vício de inadequação, o que não foi extra-
polado. Destarte, a Turma, ao renovar o julgamento, aderiu, por maioria, a esse entendi-
mento. O voto vencido não conhecia do especial por falta de prequestionamento (Prece-
dentes citados: REsp 442.368/MT, DJ de 14-2-2005; REsp 575.469/RJ, DJ de 6-12-2004; 
e REsp 114.473/RJ, DJ de 5-5-1997. REsp 967.623/RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado 
em 16-4-2009, ver Informativo n. 390).
JURISPRUDÊNCIA
Direito do consumidor. Recurso especial. Art. 177 do Código Civil de 1916. Ausência de 
prequestionamento. Súmula 356 do STF. Indenização. Sementes de algodão de qualidade 
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inferior. Vício de qualidade de produto não durável. Prazo para o ajuizamento da ação 
indenizatória. Art. 26, I, da Lei n. 8.078/90. Início da contagem. Vício oculto. Momento em 
que evidenciado. Art. 26, § 3º, da Lei n. 8.078/90. Decadência mantida. Dissídio pretoriano 
não comprovado. [...] 2. Não enseja interposição de Recurso Especial matéria (art. 177 do 
Código Civil de 1916) não ventilada no v. julgado atacado e sobre a qual a parte não opôs 
os Embargos Declaratórios competentes, estando ausente o prequestionamento. Apli-
cação da Súmula 356 do STF. 3. Baseando-se o pedido de indenização na ocorrência de 
vício de qualidade de produto não durável (entrega de sementes de algodão de qualidade 
inferior à contratada), o prazo decadencial para o ajuizamento da ação é o previsto no art. 
26, I, da Lei n. 8.078/90. Tratando-se de vício oculto, porquanto na aquisição das semen-
tes, ele não era detectável, a contagem do prazo iniciou-se no momento em que aquele se 
tornou evidente para o consumidor, nos termos do art. 26, § 3º, da Lei n. 8.078/90. Logo, 
o prazo já havia se escoado, há nove meses, quando da propositura da presente ação. 
Ademais, o prazo prescricional estabelecido no art. 27 do mesmo diploma legal somente 
se refere à responsabilidade pelo fato do produto (defeito relativo à falha na segurança), 
em caso de pretensão à reparação de danos. 4. Precedentes (REsp 114.473/RJ, 258.643/
RR). 5. Recurso não conhecido (REsp 442.368/MT, Rel. Min. Jorge Scartezzini, Quarta 
Turma, julgado em 5-10-2004, DJ de 14-2-2005, p. 208).
ArtIgo 51
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento 
de produtos e serviços que:
I – impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer 
natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de 
consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em 
situações justificáveis;
II – subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste 
código;
III – transfiram responsabilidades a terceiros;
IV – estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em des-
vantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade;
V – (Vetado);
VI – estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;
VII – determinem a utilização compulsória de arbitragem;
VIII – imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consumidor;
IX – deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor;
X – permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral;
XI – autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja confe-
rido ao consumidor;
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XII – obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual 
direito lhe seja conferido contra o fornecedor;
XIII – autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, 
após sua celebração;
XIV – infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;
XV – estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;
XVI – possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias.
XVII – condicionem ou limitem de qualquer forma o acesso aos órgãos do Poder Judiciário;
XVIII – estabeleçam prazos de carência em caso de impontualidade das prestações men-
sais ou impeçam o restabelecimento integral dos direitos do consumidor e de seus meios de 
pagamento a partir da purgação da mora ou do acordo com os credores;
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
I – ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence;
II – restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a 
ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;
III – se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo 
do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.
§ 2º A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua 
ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.
§ 3º (Vetado).
§ 4º É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente requerer ao Ministério Público 
que ajuíze a competente ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que contrarie o 
disposto neste código ou de qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre direitos e obriga-
ções das partes.
O rol do art. 51 do CDC é exemplificativo, ou seja, numerus apertus. Serão declaradas nulas 
de pleno direito as cláusulas que contrariem as normas estabelecidas na lei de proteção ao 
consumidor. Nesse sentido, por tratar o CDC de norma de ordem pública, qualquer cláusula 
que contrariá-lo poderia ser decretada de ofício pelo magistrado, porém não é mais esse o 
entendimento do STJ.
ORIENTAÇÃO 5 – DISPOSIÇÕES DE OFÍCIO
É vedado aos juízes de primeiro e segundo graus de jurisdição julgar, com fundamento no art. 51 do 
CDC, sem pedido expresso, a abusividade de cláusulas nos contratos bancários.
Em relação a tal posicionamento, foram vencidos a Minª. Nancy Andrighi (relatora do pro-
cesso) e o Min. Luís Felipe Salomão. Esta orientação acabou se transformando na Súmula no 
381, com o seguinte teor: “Nos contratos bancários, é vedado ao julgador

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