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Coluna vertebral - Resumo (Sistema Locomotor)

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SISTEMA LOCOMOTOR 
 COLUNA VERTEBRAL 
 Ossificação das vértebras (endocondral) 
 - Estágio pré-cartilaginoso ou mesenquimal: 
 As células mesenquimais dos esclerótomos são encontradas em três 
 áreas principais: ao redor da notocorda, envolvendo o tubo neural e na 
 parede do corpo. 
 Em um corte frontal de um embrião de 4 semanas, os esclerótomos 
 aparecem como condensações de células mesenquimais pareadas ao 
 redor da notocorda. Cada esclerótomo é formado por células em arranjo 
 frouxo na região cranial e por células densamente agrupadas na região 
 caudal. Algumas das células densamente agrupadas movimentam-se 
 cranialmente, em frente ao centro do miótomo, onde formam o disco 
 intervertebral (IV). 
 As células densamente agrupadas remanescentes se fundem com as 
 células frouxamente agrupadas do esclerótomo imediatamente caudal 
 para formar o centrum mesenquimal, o primórdio do corpo de uma 
 vértebra. Assim, cada centrum se desenvolve a partir de dois 
 esclerótomos adjacentes e se torna uma estrutura intersegmentar. Os 
 nervos agora ficam em íntima relação com os discos intervertebrais, e 
 as artérias intersegmentares ficam em cada lado dos corpos vertebrais. 
 No tórax, as artérias intersegmentares dorsais tornam-se as artérias 
 intercostais. A notocorda degenera e desaparece onde é rodeada pelos 
 corpos vertebrais em desenvolvimento. Entre as vértebras, a notocorda 
 se expande para formar o centro gelatinoso do disco intervertebral - o 
 núcleo pulposo . Esse núcleo é posteriormente circundado por fibras 
 arranjadas circularmente que formam o anel fibroso . O núcleo pulposo e 
 o anel fibroso juntos formam o disco intervertebral . As células 
 mesenquimais, ao redor do tubo neural, formam o arco vertebral 
 (neural). As células mesenquimais na parede do corpo formam os 
 processos costais, que formam as costelas na região torácica. 
 - Estágio Cartilaginoso do Desenvolvimento das Vértebras: 
 Durante a 6ª semana, centros de formação de cartilagem aparecem em 
 cada vértebra mesenquimal. Os dois centros em cada centrum 
 fundem-se no final do período embrionário para formar um centrum 
 cartilaginoso. Concomitantemente, os centros nos arcos vertebrais se 
 fundem um com o outro e com o centrum. Os processos espinhoso e 
 transverso desenvolvem-se a partir de extensões dos centros de 
 formação de cartilagem no arco vertebral. A condrogênese se espalha 
 até que uma coluna vertebral cartilaginosa se forme. 
 - Estágio Ósseo do Desenvolvimento das Vértebras: 
 A ossificação de uma vértebra típica se inicia durante o período 
 embrionário e geralmente termina aos 25 anos. Há dois centros de 
 ossificação primários, ventral e dorsal, para o centrum. Esses centros 
 primários de ossificação logo se fundem para formar um centro. Três 
 centros primários estão presentes ao final do período embrionário: um 
 no centrum e um em cada metade do arco vertebral. A ossificação 
 torna-se evidente nos arcos neurais durante a oitava semana. Ao 
 nascimento, cada vértebra consiste em três partes ósseas conectadas 
 por cartilagem. As metades ósseas dos arcos vertebrais geralmente se 
 fundem durante os primeiros 3 a 5 anos. Os arcos primeiro se unem na 
 região lombar, e a união progride cranialmente. Os arcos vertebrais 
 articulam-se com o centrum nas articulações neurocentrais 
 cartilaginosas. Essas articulações permitem que os arcos vertebrais 
 cresçam à medida que a medula espinhal aumenta. Essas articulações 
 desaparecem quando o arco vertebral se funde com o centrum, do 
 terceiro ao sexto ano. 
 Quatro centros secundários de ossificação aparecem nas vértebras 
 após a puberdade: 
 - Um para a ponta do processo espinhoso. 
 - Um para a ponta de cada processo transverso. 
 - Duas epífises anulares, uma na borda superior e uma na borda 
 inferior do corpo vertebral. 
 O corpo vertebral é composto das epífises anulares e da massa óssea 
 entre elas. O corpo vertebral inclui o centrum, partes do arco vertebral e 
 as facetas para as cabeças das costelas. Todos os centros secundários 
 se unem ao restante da vértebra em torno dos 25 anos de idade. 
 Ocorrem exceções ao padrão de ossificação típica das vértebras no 
 atlas (Cl), áxis (C2), C7, vértebras lombares, do sacro e do cóccix. 
 Anomalias menores do desenvolvimento das vértebras são comuns, 
 mas na maioria dos casos apresentam pouca relevância clínica. 
 Coluna vertebral: formada por 33 vértebras 
 - 7 cervicais (C1 a C7) 
 - 12 torácicas (T1 a T12) 
 - 5 lombares (L1 a L5) 
 - Sacro (5 fundidas) 
 - Cóccix (4 fundidas) 
 Vértebra típica: 
 − Corpo vertebral - resistência e sustentação. Seu tamanho 
 aumenta no sentido cranial-caudal. Formado por osso esponjoso, 
 revestido por uma camada de osso compacto. Possui M.O. 
 vermelha em seu interior. Possui canais basivertebais para as 
 veias de mesmo nome, que drenam a medula. 
 − Arco vertebral (lâminas (placas largas e planas) e pedículos - 
 cilíndricos e curtos) - proteção da medula 
 − Forame vertebral – passagem da medula. A sucessão de forames 
 vertebrais forma o canal vertebral. 
 - Forames intervertebrais : formados pelas incisuras superiores e 
 inferiores de vértebras adjacentes. Através deles os nervos 
 espinhais emergem da coluna. 
 − 1 processo espinhoso - mediano e posterior 
 − 2 processos transversos - posterolateralmente 
 − 2 processos articulares superiores e 2 inferiores - articulação entre 
 as vértebras e restrição do movimento; cada um com uma face 
 articular. 
 Obs: os discos intervertebrais (anel fibroso + núcleo pulposo) permitem 
 o movimento. 
 Obs: Os processos espinhosos e transversos são locais de fixação dos 
 músculos profundos do dorso e servem como alavancas, facilitando os 
 músculos que fixam ou mudam a posição das vértebras. 
 Características regionais das vértebras: 
 1. Cervicais (CI – CVII): há um forame transversário no processo 
 transverso das vértebras para passagem vascular (artéria 
 vertebral); os processos transversos terminam em tubérculos 
 anteriores e posteriores - fixação dos músculos levantador da 
 escápula e escalenos; há sulcos do nervo espinhal entre os 
 tubérculos. O processo espinhoso é curto e bífido; o forame 
 vertebral é grande e triangular; o corpo vertebral é pequeno e 
 oval. (CIII a CVII - típicas); muita mobilidade – maior amplitude e 
 variedade de movimento. As faces superior e inferior do corpo 
 vertebral são côncavas e convexas respectivamente. 
 Vértebras atípicas: 
 C1 (atlas): um osso anular e reniforme que não tem processo espinhoso 
 nem corpo e consiste em duas massas laterais unidas por arcos anterior 
 e posterior. Suas faces articulares superiores côncavas recebem os 
 côndilos occipitais. Mais larga das vértebras cervicais. 
 C2 (áxis): possui um dente, que se projeta do seu corpo para cima, 
 articulando com o atlas. É a vértebra mais forte entre as cervicais. 
 C7 (vértebra proeminente): assim denominada por causa do processo 
 espinhoso longo, que não é bífido. Os processos transversos são 
 grandes, mas os forames transversários são pequenos. (palpável) 
 2. Torácicas: Presença de fóveas costais nos processos transversos 
 e no corpo vertebral para articulação com as costelas; corpomédio em formato de coração e forame vertebral arredondado e 
 menor; possuem processos espinhosos longos e inclinados 
 posteroinferiormente. Possuem menos mobilidade. (Típicas: TV – 
 TVIII). Faces articulares quase verticais. 
 Obs: a vértebra TXII só possui uma fóvea costal, seu processo 
 espinhoso é mais curto, e é a vértebra que se encontra mais sujeita à 
 pressão e suscetível a fraturas. 
 3. Lombares: O corpo vertebral é maior devido à necessidade de 
 maior sustentação de peso; o forame vertebral é médio e tem 
 formato triangular; o processo espinhoso é menor e em direção 
 horizontal; não há a presença de fóveas, visto que não há costelas 
 para articular. A face articular dos processos articulares é voltada 
 para dentro para conferir maior mobilidade. Nos processos 
 articulares há a presença dos processos mamilares (na face 
 posterior de cada processo articular superior). Na face posterior 
 da base de cada processo transverso há um pequeno processo 
 acessório, que permite a fixação dos músculos intertransversários. 
 4. Sacro: Formado pela fusão das 5 vértebras sacrais. Possui: Canal 
 sacral (continuação do canal medular); uma crista mediana (fusão 
 dos processos espinhosos das vértebras); duas cristas laterais 
 (formados pela fusão dos processos transversos). Há forames 
 sacrais posteriores e anteriores para saída dos nervos. A fusão é 
 completa entre os 20 e 25 anos. Garante resistência e 
 estabilidade à pelve e transmite o peso do corpo ao cíngulo do 
 membro inferior. 
 Obs: a medula vertebral acaba em L2 
 Obs: Promontório em S1: importante ponto anatômico, principalmente 
 em exames ginecológicos. 
 5. Cóccix: fusão de 4 vértebras coccígeas, que se completa após os 
 30 anos em média. “Cauda vestigial” 
 Articulações: 
 - Discos intervertebrais (entre os corpos vertebrais): Núcleo pulposo 
 (massa central gelatinosa), anel fibroso (parte fibrosa externa, 
 composta de lamelas concêntricas de fibrocartilagem), placa 
 terminal (cartilagem hialina). Tipo: Sínfise (cartilaginosa 
 secundária). Função: movimento e amortecimento. 
 - Entre os processos articulares (zigapofisárias): sinoviais planas 
 - Craniovertebrais : sinoviais 
 Atlantooccipitais: entre o Atlas (vértebra CI) e o occipital no crânio 
 (côndilos). Tipo: sinovial elipsoidea. Também são unidos por 
 membranas atlantoccipitais anteriores e posteriores. 
 Atlantoaxiais : medial (dente do áxis): sinoviais trocoideas, e laterais: 
 sinoviais planas 
 - Costovertebrais: 
 - Sacroilíacas: 
 Ligamentos: Fortalecem e protegem as articulações. Ajudam a 
 proteger a medula; 
 Vertebrais: 
 - Amarelo : Entre as lâminas; ajuda a preservar as curvaturas 
 fisiológicas e auxilia na extensão da coluna; faixas largas e 
 amarelo-claras de tecido elástico. 
 - Longitudinal anterior : faixa fibrosa forte e larga que cobre e une as 
 faces anterolaterais dos corpos vertebrais e discos intervertebrais. 
 - Longitudinal posterior : é uma faixa muito mais estreita, um pouco 
 mais fraca, do que o ligamento longitudinal anterior. Segue dentro 
 do canal vertebral ao longo da face posterior dos corpos 
 vertebrais. Está fixado principalmente aos discos intervertebrais e 
 menos às faces posteriores dos corpos vertebrais de C II ao 
 sacro. 
 - Interespinhal : entre os processos espinhosos adjacentes 
 - Supraespinhal : C7 ao sacro – posterior às extremidades dos 
 processos espinhosos 
 - Nucal : Crânio à C7 - continuação do ligamento supraespinhal; 
 forte e largo, é constituído de tecido fibroelástico espesso, que se 
 estende como uma faixa mediana desde a protuberância occipital 
 externa e a margem posterior do forame magno até os processos 
 espinhosos das vértebras cervicais. 
 - Ligamentos intratransversários : unem processos transversos 
 adjacentes, consistem em fibras dispersas na região cervical e 
 cordões fibrosos na região torácica. Na região lombar esses 
 ligamentos são finos e membranáceos 
 Craniovertebrais: 
 - Ligamento cruciforme : fortalece a articulação 
 - Ligamentos alares 
 Movimentos: 
 - Flexão e extensão; 
 - Flexão lateral e extensão lateral; 
 - Rotação da cabeça e pescoço; 
 - Rotação da cabeça, pescoço e tórax. 
 Obs: Os movimentos são limitados pelos discos intervertebrais e 
 processos articulares 
 Curvaturas: 
 Primárias: Presentes no feto 
 - Cifose torácica 
 - Cifose sacral 
 Secundárias: 
 - Lordose cervical: adquirida pelo bebê ao conseguir suportar o 
 peso de sua cabeça. 
 - Lordose lombar: adquirida ao assumir a postura ereta 
 Inervação e vascularização: 
 Com exceção das articulações dos processos articulares e dos 
 elementos externos do arco vertebral, as estruturas osteofibrosas da 
 coluna vertebral (e as meninges) são supridas pelos ramos recorrentes 
 meníngeos dos nervos espinais . Embora geralmente sejam omitidos de 
 diagramas e ilustrações dos nervos espinais, esses nervos finos são os 
 primeiros ramos originados de todos os 31 pares de nervos espinais e 
 são os nervos que inicialmente conduzem a sensação de dor do dorso 
 causada pela herniação aguda de um disco intervertebral ou por 
 entorses, contusões, fraturas ou tumores da própria coluna vertebral.

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