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ATUALIZADA - ëtica e Deontologia na Educaúo Fsica (UniFatecie)

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Prévia do material em texto

Ética e Deontologia
na Educação Física
Professor Esp. Cleber Henrique Sanitá Kojo
Professor Esp. Guilherme França Fusco
EduFatecie
E D I T O R A
EQUIPE EXECUTIVA
Editora-Chefe
Profa. Dra. Denise Kloeckner 
Sbardeloto
Editor Adjunto
Prof. Dr. Flávio Ricardo
Guilherme
Assessoria Jurídica
Profa. Dra. Letícia Baptista
Rosa
Ficha Catalográfica
Tatiane Viturino de 
Oliveira 
Zineide Pereira dos
Santos
Revisão Ortográfica
e Gramatical
Profa. Esp. Bruna
Tavares Fernandes
Secretária
Geovana Agostinho
Daminelli
Setor Técnico
Fernando dos Santos
Barbosa
Projeto Gráfico, Design
e Diagramação
André Dudatt
www.unifatecie.edu.br/
editora-edufatecie
edufatecie@fatecie.edu.br
Reitor 
Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino
Prof. Ms. Daniel de Lima
Diretor Financeiro
Prof. Eduardo Luiz
Campano Santini
Diretor Administrativo
Prof. Ms. Renato Valença Correia
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Coord. de Ensino, Pesquisa e
Extensão - CONPEX
Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
Coordenação Adjunta de Ensino
Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman 
de Araújo
Coordenação Adjunta de Pesquisa
Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme
Coordenação Adjunta de Extensão
Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves
Coordenador NEAD - Núcleo de 
Educação à Distância
Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
Web Designer
Thiago Azenha
Revisão Textual
Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Geovane Vinícius da Broi Maciel
Kauê Berto
Projeto Gráfico, Design e
Diagramação
André Dudatt
2021 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2021 Os autores
Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade 
exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi-
tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem 
a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP 
 
K79e Kojo, Cleber Henrique Sanitá 
 Ética e deontologia na Educação Física / Cleber Henrique 
 Sanitá Kojo, Guilherme França Fusco. Paranavaí: EduFatecie, 
 2022. 
 91 p. : il. Color. 
 
 ISBN 978-65-80055-70-8 
 
1. Educação Física. 2. Ética profissional. I. Fusco, Guilherme 
 França. II. Centro Universitário UniFatecie. III. Núcleo de 
 Educação a Distância. III. Título. 
 
 CDD : 23 ed. 174.9 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 
 
 
EduFatecie
E D I T O R A
UNIFATECIE Unidade 1 
Rua Getúlio Vargas, 333
Centro, Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 2 
Rua Cândido Bertier 
Fortes, 2178, Centro, 
Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 3 
Rodovia BR - 376, KM 
102, nº 1000 - Chácara 
Jaraguá , Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
www.unifatecie.edu.br/site
As imagens utilizadas neste
livro foram obtidas a partir 
do site Shutterstock.
https://orcid.org/0000-0001-5409-4194
AUTORES
Professor Esp. Cleber Henrique Sanitá Kojo
●	 Especialista	em	História	e	Geografia	pela	Faculdade	Integrada	do	Vale	do	Ivaí;
●	 Especialista em Gestão Escolar, Supervisão e Orientação pela ESAP - Faculda-
des Integradas do Vale do Ivaí;
●	 Especialista em Educação de Jovens e Adultos pela ESAP – Faculdades Inte-
gradas do Vale do Ivaí;
●	 Licenciado em História pela UNESPAR – FAFIPA, Paranavaí;
●	 Licenciado em Sociologia pela UNAR - Centro Universitário de Araras “Dr. Ed-
mundo Ulson”;
●	 Docente da educação básica (Fundamental e Médio) da SEED, PR;
●	 Docente da educação básica (Médio) do Colégio Fatecie Premium;
●	 Docente do ensino superior nos cursos de Arquitetura, Administração e Ciências 
Contábeis na UniFatecie;
●	 Supervisor de tutoria e Tutor da EAD UniFatecie.
●	 Ampla experiência como docente da educação básica (ensinos fundamental e 
médio);
●	 Professor	de	cursinhos	pré-vestibulares	em	história	e	filosofia	e	prática	docente	
na educação à distância. 
Professor Esp. Guilherme França Fusco
●	 Especialista Personal Trainer pela UNESPAR - FAFIPA;
●	 Licenciatura Plena pela UNESPAR - FAFIPA;
●	 Mestrando de didática e metodologias – UNESPAR – FAFIPA;
●	 Docente da educação básica (Fundamental e Médio) da instituição privada.
●	 Docente e orientador da Educação Tecnológica da Rede Federal de Ensino no 
IFPR – Campus Paranavaí.
●	 Ampla experiência como docente na educação básica (fundamental e médio);
●	 Professor de ensino médio integrado da Rede Federal de Ensino.
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo(a)!
É uma enorme satisfação recebê-lo em nosso curso de Ética e Deontologia na 
Educação Física. A partir de agora, iniciaremos uma viagem ao tempo para esmiuçar, nas 
experiências	 filosóficas,	 algumas	 explicações	 para	 a	 formação	 moral	 pessoal,	 social	 e	
profissional,	buscando,	é	claro,	entender	nossa	 formação	profissional,	ou	seja,	um	olhar	
para um horizonte futurístico, depositando nele nossa aprendizagem como uma forma de 
expectativa.
Em	nossa	viagem	filosófica,	a	procura	desses	espaços	de	experiências	da	forma-
ção ética e moral, iremos iniciar, logo na unidade I, a busca do entendimento sobre o que é 
ser ético, pois na nossa sociedade muito se fala sobre ter uma conduta ética, mas não se 
tem	uma	formação	correta	desse	conceito:	muitos	se	dizem	éticos	profissionalmente,	mas	
sequer sabem o que é ser ético. Assim, você conhecerá os conceitos de ética e moral. 
Em seguida, você entenderá que o ser humano é feito de desejos e vontades e que 
isso compreende a uma responsabilidade humana, pois sabemos que temos um dever a 
cumprir e, por muitas vezes, exigimos nossa liberdade sem saber o que ela é de fato.
Já	na	unidade	 II	desta	apostila,	conheceremos	alguns	filósofos	 importantes	com	
suas	ideias	para	formação	do	indivíduo.	Apresentaremos	os	conceitos	básicos	da	filosofia	
moral de Sócrates e de Aristóteles, além da compreensão da ideia de dever e de intenção 
do cristianismo na moral humana. 
Apresentaremos, ainda nessa unidade, o conceito de natureza humana proposta 
por Rousseau e a moral da razão prática de Immanuel Kant. Vale ressaltar que você irá 
conhecer perspectiva hegeliana e de Bérgson de cultura e de dever humano, além da visão 
ética e liberdade proposta por Espinosa. 
Nas unidades III e IV, retomaremos o fascínio sobre o assunto desta disciplina, 
observando,	lendo	ou	estudando	as	unidades	I	e	II,	pois	é	o	início	de	um	grande	desafio	
que vamos triunfar juntos. Proponho uma construção conjunta sobre a ética, os esportes e 
a	educação	física.	Vale	ressaltar	que	iremos	verificar	os	Valores	Éticos	e	Morais	no	Sistema	
CONFEF/CREFs (Conselho Federal e Regional de Educação Física), além do código de 
ética	profissional,	exercício	profissional	e	vida	profissional	do	indivíduo,	identificando,	as-
sim, os valores para o estudo do esporte para o indivíduo e para sociedade. Conheceremos 
também a ética e a docência, além de como o fair play e o “olimpismo” fazem parte de 
nossa	profissão.	Ressaltaremos	ainda	a	importância	do	docente	dentro	dos	conselhos	de	
classe	embasados	na	sua	profissão.
Ao	fim	dessa	apostila,	espero	que	seu	horizonte	de	expectativas	seja	modificado,	
uma	vez	que	 todos	nós,	seres	humanos	e	profissionais,	somos	 frutos	de	uma	 formação	
moral e ética de uma determinada sociedade e, dessa forma, devemos agir com responsa-
bilidade	dentro	da	profissão	e	da	sociedade	vigente.
Muito obrigado e bom estudo!
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 7
Os Valores e a Moral
UNIDADE II ................................................................................................... 24
Teorias Morais
UNIDADE III ..................................................................................................47
Ética, Esportes e Educação Física
UNIDADE IV .................................................................................................. 69
Conselhos de Classe e Participação
7
Plano de Estudo:
• Os Valores e a Moral
• O Caráter Histórico, Social e Pessoal
• A Espécie do Ato Moral
• A Estrutura do Ato Moral
• Desejo e Vontade
• Responsabilidade, Dever e Liberdade
Objetivos de Aprendizagem:
•	Conhecer	os	Conceitos	e	Definições	de	Moral	e	Ética;
• Entender a Valorização: Valores e diferenças culturais;
• Contextualizar todo o processo histórico, social e pessoal de Ética e Moral;
•	Estabelecer	os	pontos	do	ato	moral	e	suas	divisões;
• Compreender a diferença de desejo e vontade humana, além da responsabilidade, dever 
e liberdade.
UNIDADE I
Os Valores e a Moral
Professor Especialista Cleber Henrique Sanitá Kojo
8UNIDADE I Os Valores e a Moral
INTRODUÇÃO
Seja muito bem-vindo (a)!
Prezado (a) estudante, preste muita atenção, pois se em você ocorreu um despertar 
ou	um	fascínio	sobre	assunto	desta	disciplina,	observando	a	profissão	escolhida,	é	o	início	
de	um	grande	desafio	que	vamos	triunfar	juntos.	Proponho	uma	construção	conjunta	sobre	
a ideia de ética e moral, visto que em nossa sociedade se fala muito do ser ético, mas não 
se	tem	uma	formação	correta	desse	conceito,	muitos	se	dizem	éticos	profissionalmente,	
mas não sabem nem o que é ser ético. Vamos conhecer os conceitos de Moral e ética e 
suas	 subdivisões	 para	 interpretarmos	 os	 componentes	 que	 a	 constroem,	 uma	 vez	 que,	
em nosso dia a dia, indicamos valores as pessoas, e vamos entender em qual momento 
devemos	usar	e	identificar	esse	processo.
Dentro	desse	desafio,	iremos	conhecer	muito	além	da	ética	e	moral,	considerando	
que o ser humano é feito de desejos e vontades, o que nos faz perceber, através do senso 
comum, que isso compreende a responsabilidade humana, além de sabermos que temos 
um dever a cumprir e que, por muitas vezes, exigimos nossa liberdade sem saber o que é 
liberdade de fato.
Por	fim,	vamos	conhecer	o	processo	da	liberdade	humana	e	todo	seu	ato	moral.	
Assim, esperamos um docente com um posicionamento ético e social de maneira positiva 
e	construtiva	na	sociedade,	tornando-se	um	profissional	exemplar	e	que	some	no	desen-
volvimento social e humano.
Muito obrigado e bom estudo!
9UNIDADE I Os Valores e a Moral
1 OS VALORES E A MORAL
Em pleno século XXI, ainda confundimos ética, moral, valores, entre outras pala-
vras e/ou conceitos. Vale ressaltar que, constantemente, encontramos o uso ambíguo de 
palavras como “moral e ética”, “valores e ética” e “valores e normas”. Você consegue rapi-
damente	diferenciar	e	definir	cada	uma	delas?	Caso	você	conheça,	é	um	passo	gigantesco	
para estudo de nossa disciplina. No entanto, precisamos diferenciá-las para não causar 
confusão em nossa vida. Assim, você poderá melhorar sua comunicação e a elaboração 
do	pensamento.	Qual	o	código	de	ética	de	sua	profissão?	Esperamos	que	embarque	nessa	
viagem	filosófica	para	que	se	crie	um	profissional	reflexivo,	crítico,	responsável	com	a	so-
ciedade, com as normas legais e compreendendo melhor seu papel social.
Antes de começar diretamente os debates sobre valores, moral e ética, tema 
este muito discutido e pouco conhecido verdadeiramente pelas pessoas, empresas e, 
até	mesmo,	por	profissionais	em	plena	atuação	de	suas	funções,	quero	compartilhar	um	
pensamento	adquirido	no	decorrer	do	tempo,	do	senso	comum,	do	conhecimento	científico,	
entre outros, ou seja, destaco que vivemos numa sociedade na qual os valores morais são 
levados em consideração em vários setores da sociedade, principalmente em uma época 
onde as redes sociais são repletas de pessoas que acreditam ter conhecimento de tudo, 
seja em relação à posição política, religiosa, entre outros. Porém, a maioria não sabe ou 
não	compreende	o	verdadeiro	significado	de	valores,	moral	e	ética.	
10UNIDADE I Os Valores e a Moral
Diante disso, precisamos compreender Moral e Ética, pois vale ressaltar que am-
bas se completam e, assim, podemos debater como, por exemplo, os valores. No dicionário 
Aurélio	online	(2014),	a	definição	das	palavras	Ética	e	Moral	são	as	seguintes:
(ÉTICA,	2020):	substantivo	feminino:	Segmento	da	filosofia	que	se	dedica	à	
análise	das	razões	que	ocasionam,	alteram	ou	orientam	a	maneira	de	agir	do	
ser humano, geralmente tendo em conta seus valores morais. [Por Extensão] 
Reunião das normas de valor moral presentes numa pessoa, sociedade ou 
grupo social: ética parlamentar; ética médica. 
(MORAL, 2020): Preceitos e regras que, estabelecidos e admitidos por uma 
sociedade, regulam o comportamento de quem dela faz parte. Leis da ho-
nestidade	e	do	pudor;	moralidade.	[Filosofia]	Parte	da	filosofia	que	trata	dos	
costumes,	dos	deveres	e	do	modo	de	proceder	dos	homens	nas	 relações	
com seus semelhantes. 
Já etimologicamente, o termo “moral” vem de More	 (latim)	 e	 significa	 costume,	
enquanto “ética” é Ethos	(Grego),	também	significando	costume.
Você	sabe	dizer	o	significado	da	palavra	costume?	De	onde	vêm	os	costumes?	
Os costumes de cada sociedade originam-se dos valores instituídos por ela e orientam o 
agir das pessoas, promovendo, assim, uma convivência saudável entre os indivíduos, ou 
seja, os valores são características morais que todos os seres humanos possuem. Servem 
ao	indivíduo	para	orientar	seus	comportamentos	e	ações,	na	satisfação	de	determinadas	
necessidades. 
Após compreendermos os costumes, temos que dar um passo à frente em nosso 
estudo	e	adentrarmos	nas	características	morais,	complementando	filosoficamente	nosso	
futuro conceito de ética e moral. 
Observe a imagem abaixo:
Figura 1 - Características Morais 
Fonte: o autor.
11UNIDADE I Os Valores e a Moral
Podemos	afirmar,	portanto,	que	valores	como	os	citados	acima	norteiam	o	homem	
e seu agir em sociedade, tornando-a uma sociedade onde a convivência é totalmente pos-
sível e norteando até mesmo suas leis.
Um ponto de extrema importância para a compreensão dos valores é entender 
que eles podem variar de acordo com a sociedade, ou até mesmo entre grupos sociais 
diferentes. Por exemplo, se perguntar a uma brasileira o que ela acharia da ideia caso seu 
marido	lhe	fizesse	a	proposta	de	ter	várias	mulheres,	provavelmente,	ela	teria	a	atitude	de	
se separar, ao passo que em países muçulmanos é normal o homem ter várias esposas. 
Da mesma forma, é normal, nos países muçulmanos, o uso da burca e, para nós, o uso 
de biquínis, ou seja, em uma sociedade, o cobrir o corpo ou não depende de cada cultura 
adquirida através de sua moral formando os valores de um grupo de indivíduos. Portanto, 
o que é moral para mim pode ser imoral para outros. 
Diante	 disso,	 podemos	 afirmar	 que	 os	 valores	morais	 são	 baseados	 em	 vários	
fatores, como cultura, tradição, religião, convivência diária, entre outros de um determinado 
grupo ou de um povo. Vale ressaltar que a manutenção dos valores morais de uma socie-
dade vem determinar comportamentos e a orientação de como agir do grupo em questão, 
garantindo, assim, a ordem e a existência de uma sociedade.
12UNIDADE I Os Valores e a Moral
2 CARÁTER HISTÓRICO, SOCIAL E PESSOAL
Num	primeiro	momento,	podemos	afirmar	que	os	valores	morais	citados	acima	são	
herdados, pois, quando nascemos, já existe uma cultura determinada na sociedade e, com 
isso, aprendemos desde cedo as suas regras, seguindo-as e absorvendo-as sem perceber 
e	identificando	como	agir	moralmente	ou	imoralmente.
Nesse determinado ponto, devemos diferenciar a Ética da moral, pois, segundo 
Comte-Sponville (1998. Pg 14), “A Moral ordena; a Ética aconselha. A Moral responde à 
pergunta:	“o	que	devo	fazer?”;	a	Ética,	à	pergunta:	“como	devo	viver?”.	Assim,	podemos	
afirmar	que	a	moral	não	é	algo	definido	cientificamente,	mas	objeto	desse	algo	científico	e	
a ética estuda os atos humanos, atos estes que devem ser “Conscientes, Livres e Voluntá-
rios”,	pois,	assim,	podemos	confirmara	afirmação	de	Comte-Sponville	acima.
No	cotidiano	ouvimos	a	afirmação	de	que	alguém	foi	imoral,	porém	você	já	parou	
para	pensar	sobre	o	conceito	de	imoral?	Já	ouviu	falar	em	amoral?	E	no	não	moral?	Qual	
a	diferença	de	imoral,	amoral	e	não	moral?	Talvez	você	já	deva	estar	pensando	que	agora	
começamos com a “chatice” e complicação. No entanto, estas dúvidas são de fácil entendi-
mento	e	compreensão,	como	nas	definições	abaixo:
●	 A Moral é o ato que está de acordo com uma norma ética ou indicação de 
conduta social; 
●	 Já o Imoral é o ato que fere uma norma ética ou uma conduta estabelecida pela 
moral social ou individual. É o ato pelo qual se dão os anti valores: da injustiça, 
do mal, etc. (vai contra a introjeção da norma);
● Amoral é o ato que não pode ser avaliado do ponto da ética ou da moral, 
pois	nele	não	se	dão	as	condições	transcendentais	para	a	moralidade	(não	há	
introjeção);
● Não-moral é o ato em que não estão envolvidos diretamente os valores morais, 
como, por exemplo, assistir a um jogo de futebol ou ir à praia.
Observe a imagem abaixo, criada no powerpoint para auxiliar na compreensão do 
tema:
13UNIDADE I Os Valores e a Moral
Figura 2 - Diferença entre ética e moral 
Fonte: o autor.
Com o texto e a imagem acima, podemos compreender melhor os atos morais e 
entender	que	eles	são	uma	espécie	de	ponto	final.	Assim,	para	facilitar	esse	processo	de	
se agir moralmente, também chamado de “atos morais”, e analisá-los enquanto fenômenos, 
vamos dividi-los em duas categorias: as espécies e a estrutura e agir moralmente ou atos 
morais.
I. Espécies de atos morais: divididas em três categorias que estudamos acima, 
os chamados de atos morais (positivos), atos imorais (negativos) e atos amorais 
(não sabe qual a moral da sociedade vigente);
II. Estrutura dos atos morais: é formada pela soma de três elementos – a forma-
ção, a motivação e a situação.
Podemos acrescentar ainda que, dentro do caráter histórico da moral, temos sua 
formação em vários períodos históricos, seja no período feudal na Idade Média, da moral 
burguesa	na	Idade	Moderna,	entre	outros.	Assim,	afirmo	que	a	moral	pode	ser	considerada	
um	fato	histórico	que,	para	o	momento,	é	instituído,	mas	pode	ser	modificada	com	o	tempo	
sem cometer anacronismos, considerando cada moral em cada período. Segundo Adolfo 
Sanchez	Velasquez	(2017,	p.	80),	esse	historicismo	moral	no	campo	da	reflexão	ética	tem	
três	direções	fundamentais	a	ser	respeitada.	
14UNIDADE I Os Valores e a Moral
a) DEUS COMO ORIGEM OU FONTE MORAL: No caso as normas morais deri-
vam de um poder sobre-humano [...]. Logo, as raízes morais não estariam no 
próprio homem, mas fora e acima dele.
b) A NATUREZA COMO ORIGEM OU FONTE MORAL: A conduta moral do ho-
mem não seria senão um aspecto da conduta natural, biológica. [...] Teriam 
origem nos instintos, e, por isso, poderiam ser encontradas não só naquilo que 
o homem é como ser natural, biológico, mas inclusive nos animais, pois Darwin 
chega	a	afirmar	que	os	animais	experimentam	sentimentos	humanos	como	o	
amor, a felicidade, a lealdade entre outros.
c) O HOMEM COMO ORIGEM OU FONTE MORAL: O homem é dotado de uma 
essência eterna e imutável inerente a todos os indivíduos [...]. A moral cons-
tituiria um aspecto dessa maneira de ser, que permanece e dura através das 
mudanças históricas e sociais. 
Essas	três	concepções	históricas	têm	origem	fora	do	homem	como	um	ser	histórico,	
pois, na primeira, presenciamos um ser superior, onipotente, onipresente e onisciente, que 
não precisa do homem, já o segundo, no mundo natural, seguido do terceiro, baseia-se no 
homem	abstrato,	fora	da	sociedade	e	da	história.	Assim,	todas	afirmam	que	a	moral	inde-
pende do homem, mesmo que constituída desde sua origem, pois as sociedades instituem 
sua moral independentemente do indivíduo e do tempo. Você talvez compreendeu com 
facilidade, pois na história temos o surgimento da propriedade privada que elimina a moral 
comunal existente anteriormente. Você pode compreender que, na atualidade, as morais 
que seus avós possuíam já mudaram com o tempo e você sente todos os dias no seu 
cotidiano. Assim é na história, com a moral aplicada na divisão do trabalho, na sociedade 
escravista,	entre	outras.	Para	exemplificar,	podemos	afirmar	que	era	normal	descartar	o	ne-
gro como um ser humano simplesmente pela sua cor, pois acreditavam ser superiores pela 
cor da pele, o Darwinismo social aplicado e aceito em um determinado período histórico.
Será que você aceitaria a moral inserida na sociedade medieval, onde reinava o 
Teocentrismo, no qual Deus era o centro do universo e o homem era desprezado até o 
aparecimento	do	antropocentrismo	e	da	ascensão	da	sociedade	burguesa?
Historicamente, a moral vai sendo construída com a evolução da sociedade, pois 
tínhamos a divisão do trabalho e o desprezo humano na revolução industrial com explora-
ção desacerbada do trabalho infantil, feminino, chegando ao ponto de incendiar uma fábrica 
com as mulheres dentro, dando origem ao dia das mulheres e à valorização feminina. 
15UNIDADE I Os Valores e a Moral
Também temos o movimento feminino, que busca a igualdade moral até hoje. Para exem-
plificar,	podemos	citar	as	tribos	dos	pigmeus,	onde	o	sexo	e	o	casamento	são	liberados	aos	
10 anos de idade, ou em tribos africanas, onde as mulheres têm seu órgão genital mutilado, 
pois o prazer é exclusivo ao sexo masculino.
Vale ressaltar que esse processo histórico da moral vem sendo construído e consti-
tuído dependendo dos atos morais implantados em diferentes sociedades. Por isso, iremos 
falar agora das espécies de atos morais. 
2.1 Espécies de Atos Morais
Para se entender melhor os atos morais, vamos apresentar a você a divisão destes 
nas três vertentes citadas acima, ou seja, os chamados atos morais, imorais e amorais.
Iremos começar pelos chamados atos morais, que	consistem	em	quando	afirmamos	
que são os atos nos quais o indivíduo possui conhecimento e entendimento, ou seja, ele 
tem “ciência” das regras da sociedade e das normas para convivência coletiva, escolhendo 
livremente segui-las, reconhecendo e compreendendo a importância das regras sociais 
impostas.
Já os chamados de atos imorais são parecidos com os atos morais. No entanto, o 
indivíduo faz a opção de não aceitá-las ou obedecê-las, ou seja, os atos imorais são aque-
les em que o indivíduo sabe que existem regras de convivência coletiva e toma a decisão 
individual de não segui-las, pois ele não aceita que essas regras impostas têm validade ou 
importância social.
O mais simples dos três são os atos amorais, pois o indivíduo não possui ciência 
alguma da existência de normas e regras vigentes da sociedade. Por exemplo, um de-
terminado indivíduo chega a um novo país e tem comportamentos proibidos para aquele 
determinado território sem ter compreensão disso.
2.2 Estrutura do Ato Moral
Para iniciarmos e implantarmos o mundo moral, precisamos ter uma consciência 
crítica, também chamada de consciência moral, que avalia todas as normas e regras vi-
gentes na sociedade, orientando assim o agir humano. Vale ressaltar que a escolha é a 
consciência humana chamada para que ocorra o discernimento entre o valor moral e atos 
morais.
Podemos	 analisar	 e	 entender	 que	 a	 filosofia	 em	 si	 estuda	 toda	 a	 ética	 e	moral	
humana, indicando se você é um sujeito moral, imoral ou amoral de uma determinada 
sociedade.	Assim,	podemos	afirmar	que,	para	complementar	essa	teoria	filosófica,	temos	
16UNIDADE I Os Valores e a Moral
o chamado ato moral, que apresenta dois aspectos: o chamado de normativo e o fatual, 
ou seja, o normativo consiste em todas as regras que devem ser seguidas, já o fatual 
apresenta a decisão humana de segui-las ou não. Destacando ainda que o normativo são 
as normas ou regras de ação, o que explica o “dever ser”, Já o fatual são os atos humanos 
enquanto se realizam efetivamente.
Segundo Adolfo Sanchez Velásquez (2017,p. 80), o ato moral é ligado a um sujeito 
real que pertence a uma determinada comunidade humana historicamente determinada 
com normas ou regras, como a citação abaixo:
O ato moral como ato de um sujeito real que pertence a uma comunidade 
humana,	 historicamente	 determinada,	 não	 pode	 ser	 qualificado	 senão	 em	
relação com o código moral que nela vigora. Mas seja, qual for o contexto 
normativo e histórico-social no qual o situamos, o ato moral se apresenta 
como	uma	totalidade	de	elementos	–	motivo,	intenção	ou	fim,	decisão	pes-
soal, emprego de meios adequados, resultados e consequências – numa 
unidade indissolúvel. 
Assim, podemos dizer que o ato será moral quando estiver de acordo com as regras 
estabelecidas pela sociedade vigente.
17UNIDADE I Os Valores e a Moral
3 DESEJO E VONTADE
Após compreender que a Moral é um conjunto de regras que norteiam e orientam as 
pessoas, devemos acrescentar que isso só funciona se ocorrer a aceitação dessas normas, 
mesmo elas sendo exteriores ao indivíduo. Vale ressaltar que o ser humano evolui com o 
tempo, cresce em “graça” e estatura, pois a palavra graça, aqui, quer dizer a maturidade. 
Quando o homem abandona a infantilidade e passa a ter uma maior consciência de seus 
atos,	passa	a	tomar	decisões	que	fazem	parte	de	seu	ser,	como	os	desejos	e	vontades.
Você	já	parou	para	pensar	na	diferença	entre	desejos	e	vontades?	Como	saber	agir	
contra	os	desejos?
Você	precisa	saber	distinguir	a	diferença	entre	desejo	e	vontade,	pois	afirmo	que	
será	impossível	dominar	nosso	corpo	de	emoções	implícitas	ou	explícitas	e	ter	um	ótimo	
controle	sobre	nossa	vida.	Vale	ressaltar	que	a	definição	de	desejo	consiste	nas	necessida-
des do corpo, o chamado “tesão” sem controle, um instinto humano. Já a vontade consiste 
em quando você decide algo, uma ação pela qual você deixou a mente vencer corpo, as 
situações	que	a	mente	domina,	como,	por	exemplo,	a	vontade	de	comer	chocolate,	ou	seja,	
ela é mais calma e tranquila, enquanto o desejo envolve compulsão. Importante salientar 
ainda que o desejo pode estar atrelado a sonhos e fantasias, enquanto a vontade está 
ligada	à	ânsia.	Desejo	são	 relacionados	 também	a	sentimentos	e	emoções,	enquanto	a	
vontade está ligada à lógica e à razão.
Para agir contra os desejos, precisamos nos lembrar de tudo que foi estudado 
sobre a moral e praticá-la rotineiramente. Será que conseguimos entender a relação entre 
desejos	e	 vontades	e	 suas	diferenças?	Para	exemplificar	melhor	 a	diferença	observe	o	
quadro abaixo:
Quadro 1 - Diferenças Entre Desejo E Vontade 
DESEJO VONTADE
* Provêm de estímulos dos sentidos * Provêm do pensamento e da razão.
* Precisa se consumir. * Precisa se realizar.
* Satisfaz caprichos e fantasias. * Satisfaz necessidades na luta pela vida.
* Prevalecem as forças do instinto. * Prevalecem as forças da razão e da lógica.
* É tênue e indireto. *	É	firme	e	direta.
* De regra, depende do consentimento. * Só depende da própria criatura e do seu 
de outras criaturas. “Querer”.
* Utiliza artifícios e artimanhas. * Vai direta ao alvo.
* Leva aos vícios da conduta. * Não contamina nem leva aos vícios.
* É impulsivo e de difícil controle. * É racional, controlada pelo pensamento.
18UNIDADE I Os Valores e a Moral
*	Não	fortifica	o	caráter. * Realça e fortalece o caráter.
* Coloca pouca força na consumação. * Exige força e luta para vencer.
* É aleatório, inconstante, variável. * Ajusta-se às circunstâncias e objetivos.
* É quase sempre imediatista. * É persistente e exige paciência.
Fonte: Samel (2010).
3.1 Responsabilidades, Dever e Liberdade
Após estudarmos toda consciência moral, imoral e amoral acima, podemos 
considerar	aparentemente	confusa	a	 ideia	de	relacioná-las	com	liberdade,	não	é?	Como	
ser	livre	e	ser	moral	ao	mesmo	tempo?	Parece	confuso.	Entretanto,	podemos	construir	a	
compreensão	juntos,	pois	o	conflito	ou	da	retórica	utilizada	acima	ou	a	consciência	humana	
é uma das principais	razões	que	nos	separa	dos	animais,	nos	permitindo	a	racionalidade	
e o desenvolvimento do saber, além da separação do verdadeiro ou falso. Essa “graça” 
é transformada em consciência moral, que nos permite a observação de nossa própria 
conduta e, assim, formular juízos sobre nossos atos, tanto no passado quanto no presente 
e	no	futuro.	Logo,	ao	analisarmos	e	julgarmos	nossas	ações,	podemos	fazer	escolhas	que	
nortearão a vida. Essa possibilidade de escolher sua vida, podemos chamar de liberdade. 
A liberdade vem atrelada às nossas escolhas, que nem sempre são as ideais, pois, 
através	da	coerção,	podemos	determinar	ações	que	às	vezes	não	são	 livres,	como,	por	
exemplo, quando bandidos sequestram um membro da família e exigem que tomemos 
atitudes não éticas, tirando-nos a liberdade e fazendo com que, nesse período de sequestro, 
nos esqueçamos da consciência moral.
Claro que, quando somos livres para decidir e fazer nossas escolhas, nos tornamos 
responsáveis	por	nossas	ações,	ou	seja,	assumimos	as	ações	dos	atos	conscientemente,	
respondendo pelas consequências praticadas. Vale ressaltar que o comportamento moral é 
livre e responsável, além de obrigatório dentro da sociedade vigente, criando em você, em 
mim e em nós o que chamamos de dever.
Desse modo, quando somos responsáveis e cumprimos nosso dever, somos livres, 
cumprindo nosso dever moral. É importante destacar que, assim, o dever moral não vem de 
uma	causa	externa,	mas,	sim,	através	da	norma	livremente	assumida.	Ainda	podemos	afir-
mar que essa responsabilidade não deve ser interpretada como defesa de um relativismo, 
onde todas as formas de conduta podem ser aceitas livremente.
Os direitos do homem, tais como em geral têm sido enunciados a partir 
do	século	XVIII,	estipulam	condições	mínimas	do	exercício	da	moralidade.	
Por certo cada um não deixará de aferrar-se à sua moral; deve, entretanto, 
aprender a conviver com outras, reconhecer a unilateralidade de seu ponto 
de vista. E com isso está obedecendo à sua própria moral de uma maneira 
19UNIDADE I Os Valores e a Moral
especialíssima, tomando os imperativos categóricos dela como um momento 
particular do exercício humano de julgar moralmente. Desse modo, a mo-
ral do bandido e a do ladrão tornam-se repreensíveis d ponto de vista da 
moralidade pública, pois violam o princípio da tolerância e atingem direitos 
humanos fundamentais (GIANOTTI, 1992, p. 245).
A responsabilidade vai criar um dever comportamental moral, pois o compromisso 
humano é a obediência da decisão tomada por cada ser humano.
SAIBA MAIS
“Vontade distingue-se de desejo. O desejo não depende de escolha, surge involunta-
riamente	em	nós.	Já	a	vontade	supõe	a	disposição	consciente	para	agir	e	depende	do	
poder	de	reflexão	para	satisfazer	ou	não	o	desejo.	Seguir	o	impulso	do	desejo	sempre	
que ele se manifesta é negar e moral e a possibilidade de qualquer vida em comum”. 
Fonte: Aranha (2003).
REFLITA 
Na sua obra a República, Platão relata a lenda sobre um anel que tornaria invisível 
quem conseguisse virar o engaste para dentro. Foi o que teria acontecido ao pastor Gi-
ges, que vivia a serviço do rei da Lídia. Após ter se salvado de um terremoto, ele retirou 
de	um	cadáver	o	referido	anel.	Ao	perceber	que	podia	ficar	invisível	sempre	que	quises-
se, entrou no castelo, seduziu a rainha, tramou com ela a morte do rei e obteve o poder.
Esse mito nos faz pensar sobre os motivos que estimulam ou coíbem uma ação. Se pu-
desse	ficar	invisível	em	uma	loja,	você	roubaria	um	celular,	por	exemplo?	Ou	o	que	seria	
determinante	para	que,	mesmo	invisível,	você	roubasse?
Fonte: Aranha (2003).
20UNIDADE I Os Valores e a Moral
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro	acadêmico	(a),	chegamos	ao	final	dessa	unidade	e,	no	decorrer	dela,	con-
templamos diversas temáticas sobre a relação entre ética e moral e suas vertentes. Você 
consegue	se	lembrar?	Espero	que	nesse	momento	do	processo	de	ensino/aprendizagem	
você esteja encantado ou fascinado, sabendo diferenciar ética de moral, valorese moral, 
desejo	de	vontade,	além	de	identificar	a	responsabilidade,	dever	e	liberdade.			
Você aprendeu que, em nosso cotidiano, valorizamos as pessoas sem entender a 
ideia	de	valores.	Agora,	sabendo	o	que	são	valores,	você	poderá	identificar	melhor	essa	di-
ferença,	afirmando	que	uma	pessoa	corajosa,	respeitosa	e	humilde	é	uma	pessoa	virtuosa.
Demonstramos o caráter histórico, social e pessoal da moral e, com isso, apren-
demos desde cedo que as regras da sociedade são impostas. Com isso, passamos a agir 
moralmente ou imoralmente, conhecendo até mesmo o ser amoral.
Acredito que ler trechos sobre a espécie da moral e a estrutura da moral tenha 
acarretado em você um entendimento da formação moral do indivíduo, fazendo com que 
você se reconheça nesse processo.
Além disso, conhecemos as diferenças de desejos e vontades com exemplos de 
comparações	para	que	o	indivíduo	se	torne	um	ser	moral	em	todos	os	aspectos,	entenden-
do que a liberdade tem em sua composição a responsabilidade e o dever.
Por	fim,	quero	agradecer	a	você	por	esse	tempo	de	estudos	que	passamos	juntos,	
com a certeza de que o conhecimento adquirido acerca dos valores e da moral vão promo-
ver em você uma corrente de expansão desse conhecimento, pois, durante o processo, foi 
descortinada toda beleza e riqueza desse processo de formação humana.
Enfim,	sucesso	e	nos	vemos	no	próximo	capítulo.
Obrigado!
21UNIDADE I Os Valores e a Moral
WEB COMPLEMENTAR
Leia também:
FIGUEIREDO, A. M. Ética: origens e distinção da moral. Saúde, Ética & Justiça. 
2008. Disponível em: http://www2.fm.usp.br/gdc/docs/iof_83_1-9_etica_e_moral.pdf
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
• Título:	Moral	e	Ética:	Dimensões	Intelectuais	e	Afetivas	(Portu-
guês)
• Autor: Yves de la Taille 
• Editora: Artmed - 1ª edição
• Sinopse:	a	obra	reúne	as	leituras,	pesquisas	e	reflexões	de	Yves	
de la Taille, professor no Instituto de Psicologia da USP, ampla-
mente reconhecido por seus estudos sobre a chamada Psicologia 
Moral – ciência preocupada em desvendar por quais processos 
mentais uma pessoa chega a intimamente legitimar, ou não, re-
gras, princípios e valores morais. Neste texto, são apresentados 
conceitos de moral e ética; saber fazer, a dimensão intelectual; 
querer fazer, a dimensão afetiva, o despertar do senso moral e a 
personalidade ética.
LIVRO
• Título: Ética e Moral - A Busca dos Fundamentos.
• Autor:	Leonardo	Boff	
• Editora: Vozes - 9ª edição
• Sinopse: contra a apatia dominante acerca do que é bom ou 
mau,	certo	ou	errado	em	 termos	éticos	e	morais,	Leonardo	Boff	
apresenta	reflexões	que	visam	criar	clareza	e	motivações	para	um	
comportamento	ético	e	moral	responsável	e	à	altura	dos	desafios	
contemporâneos.
22UNIDADE I Os Valores e a Moral
LIVRO
• Título: Moral - Uma Introdução À Ética.
• Autor: Bernard Williams 
• Editora: Wmf Martins Fontes - 1ª edição 
• Sinopse: este ensaio notável sobre a moral, escrito por Bernard 
Williams,	 trata	do	problema	de	se	escrever	sobre	filosofia	moral	
e oferece uma alternativa animadora àquelas abordagens mais 
sistemáticas que, não obstante, parecem deixar de lado todas as 
questões	 importantes.	Williams	distingue,	 analisa	 e	 explica	 uma	
série	de	posições	morais	significativas,	desde	o	puro	amoralismo	
até	 as	 noções	 de	moralidade	 a	 coerência	 de	 cada	 uma	 elas	 e	
somente depois começa então a tratar da natureza do «bem» e 
de	sua	relação	com	as	responsabilidades	e	decisões,	os	papéis,	
os	critérios	e	a	natureza	humana.	Os	capítulos	finais	constituem	
uma fascinante investigação sobre a natureza da moral, levando 
em conta não só a felicidade, mas também outras metas e ideais 
humanos.
FILME/VÍDEO
• Título: O	Mundo	de	Sofia
• Ano: 1999
• Diretor: Erik Gustavson 
• Sinopse:	 adaptação	 cinematográfica	 do	 romance	 homônimo	
escrito por Jostein Gaarder, publicado em 1991. O livro foi escrito 
originalmente em norueguês, mas já foi traduzido para mais de 50 
línguas, tendo sua 1ª edição em português em 1995.
Sofia,	 quando	 está	 prestes	 a	 completar	 15	 anos,	 recebe	 duas	
mensagens	anônimas	em	sua	caixa	de	correio	(Quem	é	você?	De	
onde	vem	o	mundo?),	bem	como	um	cartão	postal	dirigido	a	‘Hilde	
Moller	Knag,	a/c	Sofia’.	Pouco	depois,	também	recebe	um	curso	
de	filosofia.
Com	essas	comunicações	misteriosas,	Sofia	se	torna	uma	aluna	
do	misterioso	filósofo	Alberto	Knox.	Ele	começa	totalmente	anôni-
mo, mas, conforme a história continua, ele revela cada vez mais 
sobre si mesmo. Os papéis acabam de fato sendo dele, mas o 
cartão postal não: ele vem de uma outra pessoa chamada Albert 
Knag, um major das forças de paz da ONU no Líbano.
Juntos, enredam em diversas aulas e aventuras pela história, 
passando pela Grécia de Sócrates, a Idade Média, o Iluminismo, a 
Revolução Francesa e a Revolução Russa. Enquanto viajam pelo 
Mundo	da	Filosofia,	História	e	das	Artes,	investigam	quem	é	Hilde	
Moller	Knag,	que	tem	a	mesma	idade	de	Sofia.
23UNIDADE I Os Valores e a Moral
FILME/VÍDEO
• Título: O Jardineiro Fiel
• Ano: 2005
• Diretor: Fernando Meirelles 
• Sinopse: uma ativista (Rachel Weisz) é encontrada assassinada 
em uma área remota do Quênia. O principal suspeito do crime é 
seu sócio, um médico que encontra-se atualmente foragido. Pertur-
bado	pelas	infidelidades	da	esposa,	Justin	Quayle	(Ralph	Fiennes)	
decide partir para descobrir o que realmente aconteceu com sua 
esposa, iniciando uma viagem que o levará por três continentes.
FILME/VÍDEO
• Título: Laranja Mecânica
• Ano: 1971
• Diretor:	Stanley	Kubrick	
• Sinopse: no futuro, o violento Alex (Malcolm McDowell), líder de 
uma gangue de delinquentes que matam, roubam e estupram, cai 
nas mãos da polícia. Preso, ele recebe a opção de participar em 
um programa que pode reduzir o seu tempo na cadeia. Alex vira 
cobaia de experimentos destinados a refrear os impulsos destru-
tivos do ser humano, mas acaba se tornando impotente para lidar 
com a violência que o cerca.
24
Plano de Estudo: 
•	A	Filosofia	moral	de	Sócrates	e	de	Aristóteles;
 • A ideia de dever e de intenção do cristianismo; 
• A Natureza humana de Rousseau;
• As leis da razão Kantiana; 
• A Perspectiva hegeliana e de Bérgson de cultura e de dever;
• A Ética de Espinosa; 
• A Concepção contemporânea de virtude e Racionalismo ético. 
Objetivos de Aprendizagem:
•	Conhecer	a	Filosofia	moral	de	Sócrates	e	de	Aristóteles;
• Entender a ideia de dever e de intenção do cristianismo; 
• Compreender a Natureza humana de Rousseau; 
• Conhecer a moral da razão prática proposta por Kant;
• Entender Perspectiva hegeliana e de Bérgson de cultura e de dever; 
• Conhecer a Ética de Espinosa;
• Conhecer e comparar a concepção contemporânea de virtude e o Racionalismo ético.
UNIDADE II
Teorias Morais
Professor Especialista: Cleber Henrique Sanitá Kojo
25UNIDADE II Teorias Morais
INTRODUÇÃO
Seja muito bem-vindo(a)!
Olá,	caro(a)	amigo(a)!	Vamos	continuar	nossa	viagem	filosófica	sobre	ética	e	Moral.	
Espero que tenha ocorrido em você um despertar sobre o tema com a unidade anterior, te 
deixando ansioso pelo nosso próximo encontro e/ou nosso próximo capítulo. Acredito que 
o fascínio apresentado no início da unidade anterior tenha sido atingido com excelência 
e despertado uma nova forma de se pensar. Venho, então, propor uma continuidade do 
assunto desta disciplina, sugerindo uma viagem ainda maior, pois, a partir de agora, co-
nheceremos	as	 teorias	de	alguns	filósofos	que	permearam	a	 formação	moral	e	ética	de	
muitas sociedades, tanto no passado quanto no presente, passando, ainda, a transportar 
conhecimentos discutidos por grandes pensadores atuais em todos os ambientes sociais, 
seja	nas	instituições	de	ensino	superior,	até	nas	rodas	cotidianas,	sem	falar	do	meio	virtual,	
como em canais de vídeos, debates e até mesmo em redes sociais, fazendo com que suas 
teorias sejam entendidas e absorvidas por várias sociedades..
Proponho	a	você	o	entendimento	de	conceitos	básicos	da	filosofia	moral	de	Sócra-
tes e de Aristóteles, além da compreensão da ideiade dever e de intenção do cristianismo 
na moral humana. 
Devemos, então, continuar essa viagem pelo conceito de natureza humana proposta 
por Rousseau e a moral da razão prática de Immanuel Kant. Vale ressaltar que passaremos 
também pela perspectiva hegeliana e de Bérgson de cultura e de dever humano. Também 
é válido destacar que essa viagem passará, ainda, pela visão ética e liberdade proposta 
por Espinosa. 
Dentro	desse	desafio	da	viagem,	conheceremos	muito	além	de	conceitos	de	ética	
e moral, pois passaremos pela concepção contemporânea de virtude e do racionalismo 
ético,	finalizando	o	trajeto	na	contribuição	da	psicanálise	à	ética	humana.	Espero	que	esteja	
preparado. Assim partiremos agora!
Muito obrigado e bom estudo!
26UNIDADE II Teorias Morais
1 A FILOSOFIA MORAL DE SÓCRATES E ARISTÓTELES
Por	que	estudar	as	diferentes	correntes	teóricas	sobre	a	Ética?	Por	que	começar-
mos	por	Sócrates	e	Aristóteles?	Talvez	você	se	pergunte:	o	que	pode	me	acrescentar	essas	
teorias?	
Podemos	começar	afirmando	que	essas	correntes	teóricas	poderão	construir	um	
profissional	ético	e	 responsável	na	sociedade	atual	e,	com	certeza,	essa	viagem	come-
çando pelo berço da civilização pode nos nortear a condução ética e moral de nossas 
vidas.	Vale	ressaltar	que,	quando	estudamos	a	história	da	filosofia,	percebemos	que	não	
existe uma ética existente, mas, sim, éticas, pois, com o passar do tempo, essas teorias 
são aproveitadas e debatidas por outros pensadores que formulam novas ideias éticas e 
morais que conduzem a sociedade e, assim, essas teorias podem constituir em nosso “ser” 
e	nossa	formação,	podendo	tornar	nossas	afirmações	éticas	e	consistentes	nos	diálogos	
cotidianos e em nossa formação e de várias outras pessoas dentro da sociedade. 
Podemos,	então,	começar	nossas	reflexões	sobre	o	mundo	grego,	que	é	conside-
rado o berço da civilização atual e onde podemos buscar a compreensão moral humana, 
pois,	se	fizermos	uma	viagem	além	do	proposto	no	título	do	capítulo,	podemos	começar	
afirmando	a	importância	de	Sócrates	para	filosofia,	pois	a	filosofia	é	dividida	no	momento	
histórico	como	antes	e	depois	de	Sócrates,	ou	seja,	temos	filósofos	pré-socráticos	e	pós-so-
cráticos.	Parece	confuso,	mas	não	é:	os	filósofos	pré-socráticos	embasaram	seus	estudos	
no princípio de tudo, a origem das coisas, a cosmologia, ou seja, Tales de Mileto, por 
exemplo,	dizia	que	o	princípio	de	tudo	era	a	água,	quanto	Anaximandro	nos	dá	a	definição	
27UNIDADE II Teorias Morais
Arché e Apeíron,	onde	o	princípio	de	 tudo	seria	o	 indeterminado;	 já	Anaxímenes	afirma	
que	o	princípio	de	tudo	era	o	ar,	ou	seja,	os	filósofos	pré-socráticos	não	se	preocuparam	
com o homem em si, mas com o princípio de tudo. Vale ressaltar que a partir de Sócrates 
passamos a ter a análise do ser, do homem e assim nascem os conceitos de ética e moral.
Vamos	começar	conhecendo	um	pouco	de	Sócrates,	que	era	filho	de	um	escultor	
e de uma parteira, herança essa que o leva a “esculpir”, ou seja, fazer uma representação 
autêntica	do	homem,	pois	uma	das	críticas	ferrenhas	de	Sócrates	seriam	os	sofistas	–	ter-
mo	traduzido	como	“sábios”.	É	importante	destacar	que	Sócrates	não	gostava	dos	Sofistas,	
afirmando	que	eles	não	se	interessavam	pela	autenticidade	humana,	ou	seja,	ele	intitulava	
os	sofistas	como	mercenários	do	saber,	defensores	apenas	do	que	lhes	interessava,	come-
çando, assim, a desvendar o que posteriormente seria intitulado de moral e ética. 
Um grande ponto a ser destacado é que Sócrates saía nas Ágoras, (praças públi-
cas)	conversando	com	as	pessoas	e	dando	demonstrações	de	que	era	preciso	unir	o	saber	
e o fazer, a consciência intelectual à consciência prática, ou seja, a moral em si. Assim, 
Sócrates entra em uma das principais críticas	aos	sofistas,	a	questão	da	consciência	moral,	
afirmando	que	o	autoconhecimento	é	o	ponto	necessário	para	a	ação	humana	e	a	moral,	
originando a célebre frase inscrita no oráculo de Delfos: “Conhece-te a ti mesmo”. Sócrates 
tendia, ainda, a um diálogo crítico, também chamado de dialética, criando, assim, duas 
ideias básicas que nortearam seus pensamentos, a chamada de Ironia e Maiêutica. 
Para	exemplificar	melhor,	podemos	apresentar	as	ideias	de	ética	e	moral	para	o	Só-
crates. Vamos começar então pelo conceito de moral de Sócrates, pois ele foi o fundador da 
ciência	moral	e	da	ideia	da	racionalidade	humana,	identificando	assim	a	ação	racional	que	
vai	nortear	a	moral	humana.	Já	a	Ética	socrática	afirmava	que	o	homem	deveria	obedecer	
às	leis	impostas,	pois	só	assim	ele	seria	identificado	como	ser	humano,	pois,	para	Sócrates,	
essa obediência era o divisor de águas entre o que chamamos de civilizatório e de barbárie. 
Para ele, devemos respeitar as leis, atingindo, assim, o ápice que é a coletividade. Vale 
ressaltar que Sócrates, para valorizar seu pensamento sobre moral e ética, não dava im-
portância à questão social, buscando o autoconhecimento, o que contrariava a sociedade 
na época e resultou em sua acusação por “corruptor da juventude”, sendo injusto com os 
deuses da cidade. Assim, Sócrates foi condenado pelos gregos a beber cicuta – veneno 
feito com a planta de mesmo nome. Entretanto, mesmo condenado, ele não negou suas 
ideias, apresentando uma força moral de quem não teme algo por ser ético.
Algum de vós poderia talvez altercar-me: “Sócrates, não te envergonhas de 
haveres	exercido	tal	atividade,	que	agora	coloca	em	risco	tua	vida?	Eu	res-
ponderia a este: “Não falas bem se pensa que alguém tendo capacidade de 
fazer algum bem, mesmo sendo pequeno, deva calcular os riscos de vida ou 
28UNIDADE II Teorias Morais
de	morte	e	não	deva	olhar	o	injusto	e	se	pratica	as	ações	de	homem	honesto	
e corajoso ou de infame e mau. Estás enganado, se pensas que um homem 
de	bem	deve	ficar	pesando,	ao	praticar	seus	atos,	sobre	as	possibilidades	
de vida ou de morte. O homem de valor moral deve considerar apenas, em 
seus atos, se eles são justos ou injustos, corajosos ou covardes.” (PLATÃO, 
2008, p. 80). 
Assim como Sócrates e seu discípulo Platão, temos Aristóteles, que sofreu tantos 
com	os	sofistas	quanto	por	não	ser	grego.	Talvez	você	se	pergunte:	Como	assim?	Aristóte-
les foi aluno de Platão, discípulo direto de Sócrates, não assumindo, por ser macedônico, 
a	academia	filosófica	no	 lugar	de	Platão,	 tendo	que	abandonar	a	Grécia,	 retornando	no	
período de dominação macedônica sobre os gregos. Aristóteles foi mentor direto de Ale-
xandre Magno (Alexandre o Grande), tornando-se respeitado e podendo fundar sua própria 
escola, o chamado “Liceu”. 
Podemos	afirmar	que	Aristóteles	 tem	grandes	obras	a	serem	estudadas.	No	en-
tanto,	 precisamos	 saber	 que	ele	 era	 filho	de	um	médico	 chamado	Nicômaco	e	 uma	de	
suas principais obras foi em homenagem a seu pai, ou seja, Ética a Nicômaco, através 
da	qual	Aristóteles	aprofunda	a	discussão	sobre	as	questões	éticas	do	mundo,	dizendo	
que	a	Ética	é	a	parte	do	estudo	filosófico	que	nos	ajuda	diretamente	a	 refletir	 sobre	as	
práticas	humanas,	afirmando	também	que	tudo	o	que	fazemos	deve	alcançar	o	bem	ou	o	
que	pareça	o	bem	naquele	momento,	ou	seja,	devemos	alcançar	a	filosofia	moral	chamada	
por ele de “Eudamonia”, termo grego de vida feliz, vida boa. Dessa forma, segundo ele, o 
homem	pode	atingir	a	“Felicidade	e	a	Virtude”,	isso	utilizando-se	da	razão.	Tais	afirmações	
também estão em sua obra intitulada de metafisica.
Para concluir a felicidade tão importante para ética de Aristóteles, iremos citar um 
pequeno trecho do Journal of Ancient Philosophy Vol. II 2008 Issue 2, que diz o seguinte 
sobre a virtude e a felicidade em Aristóteles: 
“Dado que a felicidade é certa atividade da alma segundo perfeita virtude, 
deve-se investigar a virtude, pois assim, presumivelmente, teremos também 
uma melhor visão da felicidade. (FRATESCH, 2008, p.05). Revista acadêmica 
da Unicamp (EN I 13 1102ª5-10)).
REFLITA
Aristóteles,	fiel	aos	princípios	de	sua	filosofia	especulativa,e	após	ter	feito	
uma	análise	e	um	estudo	da	psicologia	humana,	verifica	que	em	todos	os	
seus atos o homem se orienta necessariamente pela ideia de bem e de 
felicidade e que nenhum dos bens comumente procurados (a honra, a 
riqueza, o prazer) preenche esse ideal de felicidade. Daí a sua conclusão: 
primeiro, a felicidade humana deverá consistir numa atividade, pois o ato 
é superior a potência; segundo, deverá ser uma atividade relacionada 
com a faculdade humana mais perfeita que é a inteligência […]” (COS-
TA,1994, p. 67).
29UNIDADE II Teorias Morais
2 A IDEIA DE DEVER E INTENÇÃO DO CRISTIANISMO
Em nossa vida é comum encontrarmos seguidores da religião cristã em todos os 
setores	da	sociedade,	desde	a	pessoa	com	menos	recursos	financeiros	até	a	mais	rica.	
Temos	 também	 indivíduos	 com	 o	 mínimo	 de	 conhecimento	 científico	 até	 os	 intitulados	
intelectuais.	Mas	qual	é	o	fascínio	dessa	religião?	Por	que	tantos	seguidores?	Talvez	você	
e	eu	somos	cristãos	e	não	entendemos	seu	surgimento	e	até	a	sua	importância	filosófica.	
Devemos, então, abandonar qualquer tipo de preconceito religioso existente e analisar sua 
importância	para	a	construção	filosófica.	Você	analisará	essa	evolução	e	importância	neste	
tópico.	Vamos	lá?
Para	iniciar	esse	debate	filosófico,	vamos	resgatar	o	contexto	do	surgimento	dessa	
religião no mundo, pois, historicamente, o homem sempre teve sua vida ligada ao misticismo 
e,	na	maioria	das	vezes,	essas	religiões	tinham	um	caráter	político,	com	uma	dominação	
nacional e territorial. Vale ressaltar que o cristianismo nasce aproximadamente no século 
I,	digo	aproximadamente	porque	estudiosos	afirmam	que	o	calendário	gregoriano	cristão	
possui	um	erro	de	alguns	anos.	Enfim,	o	cristianismo	nasce	com	os	ensinamentos	deixados	
por	Jesus	Cristo	e	se	espalha	pelo	mundo	através	de	seus	seguidores	que	afirmavam	a	
existência	 de	 um	único	Deus,	 contrariando	 as	 religiões	 existentes	 até	 o	momento,	 com	
exceção do Judaísmo, que também acredita em um único Deus. Se, na antiguidade, a 
religião era ligada a um território ou a uma comunidade social, no cristianismo era ligada 
às	pessoas	que	possuem	“fé”,	nos	que	creem.	Isso	pode	ser	explicado	quando	afirmamos	
30UNIDADE II Teorias Morais
que	a	vida,	a	ética	e	a	moral	do	cristão	não	são	definidas	por	sua	relação	com	a	sociedade,	
mas, sim, na sua única e íntima relação com Deus. 
A religião cristã se espalha pelo mundo através dos discípulos de Jesus, que pas-
sam	a	contar	seus	legados	para	o	mundo,	dentre	eles	Paulo	e	João.	Paulo	era	filho	de	um	
tecelão e de alta posição no império romano, pois adquiriu sua cidadania romana e passou 
a ter uma visão cruel em relação aos cristãos, ou seja, perseguia os seus seguidores. Após 
sua conversão, Paulo andou por vários e vastos territórios espalhando os conceitos básicos 
do cristianismo, até sua morte. 
Com	base	nessas	afirmações,	vamos	abordar	aqui	o	que	chamamos	de	“Filosofia	
Patrística”,	ou	seja,	trabalharemos	uma	corrente	filosófica	cristã	que	resultou	do	esforço	fei-
to pelos dois apóstolos intelectuais (Paulo e João) e pelos primeiros Padres da Igreja, pois 
essa	filosofia	recebeu	tal	nome	devido	aos	primeiros	teólogos	do	cristianismo,	os	Padres	da	
igreja,	que	traduzido	significa	“Pais da Igreja” (Padre = Pai).
O	cristianismo	com	a	filosofia	patrística	ganhou	uma	forma	de	conciliação	entre	o	
pensamento	filosófico	dos	gregos	e	romanos	e,	com	essa	conciliação,	ocorreu	uma	ade-
são	dos	pagãos	e	essa	religião.	A	filosofia	patrística	liga-se,	portanto,	à	tarefa	religiosa	da	
evangelização e à defesa da religião cristã contra os ataques teóricos e morais que recebia 
dos antigos.
Nos primeiros séculos da era cristã, os escritos de Aristóteles e Platão haviam 
desaparecidos e, com isso, o cristianismo absorveu ideias das escolas helenísticas e 
greco-romanas, como o estoicismo e do neoplatonismo apresentando a ideia do uno, do 
qual emanariam todas as realidades, começando pelo Logos. O cristianismo, por sua vez, 
baseia-se na fé, na bíblia, criada no concílio de Niceia, pois a bíblia vem da palavra grega 
biblion,	que	significa	conjunto	de	livros	–	como	a	palavra	biblioteca,	que	remete	a	um	local	
de	muios	livros	–,	ou	seja,	a	bíblia	é	um	conjunto	de	livros	unificados	a	um	único	livro.	É	de	
importante destaque que a bíblia foi dividida entre antigo testamento, que é a Torá (o livro 
sagrado dos judeus), e nos livros sagrados deixados pelos seguidores diretos de Jesus. 
Assim,	podemos	afirmar	que	a	origem	do	cristianismo	está	em	acreditar	nos	ensinamentos	
da palavra revelada, pois para os cristãos a verdade vem direto do Espírito Santo, ou seja, 
os	filósofos	não	precisam	mais	se	dedicar	na	busca	da	verdade,	pois	ela	já	foi	revelada.		
Enfim,	começamos	então	o	maior	desafio	filosófico	que	é	conciliar	a	fé	e	a	razão.	
A	partir	desse	desafio,	nos	é	proposto	que	a	ética	cristã	vai	tomar	um	lugar	impor-
tante na sociedade, pois vamos encontrar o lado espiritual através da fé e o lado humano 
através da caridade cristã. É importante salientar que a obediência à palavra revelada vai 
31UNIDADE II Teorias Morais
formar, no campo da moral, a ideia de dever, uma norma de conduta moral e ética. Você 
consegue	reconhecer	um	cristão	através	de	sua	conduta	ética?	Talvez	nessa	sociedade	
atual	com	tantas	manipulações	seja	um	pouco	difícil,	mas	não	deveria,	pois	o	verdadeiro	
cristão	segue	essa	ideia	filosófica	e	deveria	ser	fácil	reconhecer,	pois	o	seu	seguidor	tem	
um dever a cumprir. Já quando se fala do interior humano, da interioridade falamos de in-
tenção, que deve ser julgada eticamente, pois Deus é onipotente, onipresente e onisciente 
e conhece sua intenção ética e moral. 
Dessa	forma,	podemos	verificar	na	fala	de	Marilena	Chauí	abaixo	que	o	primeiro	
contato ético se estabelece através dessa relação com Deus 
A primeira relação ética, portanto, se estabelece entre o coração do indivíduo 
e Deus, entre a alma invisível e a divindade. Como consequência, passou-se 
a considerar como submetido ao julgamento ético tudo quanto, invisível aos 
olhos humanos, é visível ao espírito de Deus, portanto, tudo quanto acontece 
em	 nosso	 interior.	 O	 dever	 não	 se	 refere	 apenas	 às	 ações	 visíveis,	 mas	
também	às	intenções	invisíveis,	que	passam	a	ser	julgadas	eticamente.	Eis	
por que um cristão, quando se confessa, obriga-se a confessar pecados co-
metidos	por	atos,	palavras	e	intenções.	Sua	alma,	invisível,	tem	o	testemunho	
do olhar de Deus, que a julga (CHAUÍ, 2003, p. 37).
Assim, podemos demonstrar a formação ética absorvida pela relação com Deus, 
apontando toda questão do sobrenatural que forma a origem de nossas atitudes e práticas 
na sociedade, ou seja, tudo que nos torna um ser ético na sociedade.
SAIBA MAIS
Você	já	ouviu	falar	em	Santo	Agostinho?	Junto	com	São	Tomás	de	Aquino,	é	considera-
do	um	dos	mais	célebres	doutores	da	igreja,	sendo	valorizado	em	várias	religiões,	com	
frases que norteiam a vida cotidiana até os dias atuais. Vale ressaltar que suas obras 
guiaram	o	pensamento	cristão	medieval	e	suas	obras	como	as	Confissões	são	conside-
radas	trabalhos	a	serem	seguidas	por	filósofos,	historiadores,	entre	outros	autores	de	
diversas áreas.
Você	conhece	alguma	de	suas	frases?	Que	tal	essa:	“A medida do amor é amar sem 
medidas”? Santo Agostinho.
Fonte: Santo Agostinho (2002). 
32UNIDADE II Teorias Morais
3 A NATUREZA HUMANA DE ROUSSEAU
Rousseau	é	um	filósofo	nascido	na	cidade	Genebra	que,	em	seus	estudos,	tentou	
analisar	o	homem	e	apontou	alguns	problemas	na	relação	sociedade	e	indivíduos,	afirmando	
que a sociedade é perversa e corrompe o homem. Sendo assim, ele propunha ao indivíduo 
uma busca ao sentimento para resgatar sua natureza que seria boa. Ele acredita que a 
natureza é um estado primitivo que tem origem na sociedade, ou seja, que ela é espon-
tânea,	liberta	de	toda	escravidão,	pois,	de	acordo	com	ele,	a	sociedade	impõe	ao	homem	
uma forma fútil de agir e de se relacionar,promovendo nele um estado de inércia no qual 
os deveres humanos são esquecidos, o que torna o homem um ser orgulhoso e cheio de 
vaidades. Vale destacar que, para ele, o homem primitivo vive de acordo com as necessida-
des, atingindo a tão importante felicidade, sem angústias e sem desespero, evitando fazer 
o mal para outros indivíduos.
Um ponto importante em relação ao homem destacado por Rousseau é que ele deve 
valorizar a liberdade, pois ela não é só um direito adquirido, mas, sim, um dever da natureza 
humana que deve promover a convivência harmoniosa da sociedade, pois a natureza do 
homem, quando pura e sem interferência da sociedade, pode promover uma sociedade 
comum	e	sem	individualismos.	Você	já	parou	para	pensar	nas	pessoas	que	ficam	paradas	
em	 sinais	 de	 trânsito	 pedindo	 alguma	ajuda?	Pensou	 em	pessoas	 que	 passam	 fome	e	
matam,	roubam,	sequestram,	entre	outros?	Vale	apontar	que,	se	você	e	eu	voltássemos	à	
33UNIDADE II Teorias Morais
natureza humana, ao primeiro amor, ao estado natural primitivo, resgataríamos a essência 
natural humana.
Nós estamos presos a uma sociedade egoísta e individualista que nos exclui uns 
dos	outros.	Você	conseguiu	entender	a	ideia	proposta	por	Rousseau?	Esse	pensador	acre-
dita na bondade humana e que a sociedade afasta o homem de sua verdade, promovendo 
sentimentos que os destroem, uma vez que, com o processo de socialização, o homem cria 
o senso moral, desnecessário no mundo natural. Rousseau acredita, ainda, que a razão 
leva	o	homem	para	fora	de	si,	de	sua	natureza,	por	isso	ele	propõe	um	contrato	social	para	
que ocorra uma vontade geral da sociedade, apresentando todos as falhas do homem que 
foge de sua natureza. Assim, a proposta é que tudo seja harmonioso.
A comunhão com a natureza é a única forma de preservação da verdadeira 
essência do homem. Um retorno ao arquétipo, as origens. Uma transposição 
da ordem social para a ordem natural que tem como consequência a recon-
quista da verdadeira liberdade e felicidade. Mas as leis eternas da natureza 
e da ordem existem [...]. Elas estão escritas no fundo de seu coração pela 
consciência e pela razão; é a estas que ele deve sujeitar-se para ser livre […]. 
A liberdade não está em nenhuma forma de governo, ela está no coração do 
homem livre, ele a carrega por toda parte com ele […] (BARROS, 2018, p. 
199).
Sendo assim, podemos entender a base do seu pensamento através do contrato 
social, tornando a relação e a convivência em sociedade algo viável e harmonioso.
34UNIDADE II Teorias Morais
4 A MORAL DA RAZÃO PRÁTICA DE KANT
Você	já	se	desafiou	em	sua	vida?	Já	criticou	o	que	pensa	ou	pensou?	Já	parou	para	
tentar	superar	algo	que	está	em	duas	frentes?	Que	tal	tentar	responder	a	essas	perguntas	
ou	a	perguntas	como	“o	que	posso	saber?	O	que	posso	esperar?	O	que	devo	fazer?”.
Tais dúvidas são constantes na vida de algumas pessoas, ao passo que são total-
mente	desnecessárias	para	outras.	Porém,	existiu	um	filósofo	que	se	preocupou	em	buscar	
soluções	para	dúvidas	parecidas	com	essas:	esse	filósofo	era	chamado	de	Emanuel	Kant,	
um	filósofo	alemão,	professor	universitário,	considerado	por	vários	pensadores	como	um	
dos	filósofos	mais	influentes	dos	tempos	modernos.	Sua	filosofia	tem	uma	grande	crítica	na	
relação entre racionalismo e empirismo e, com suas propostas, procura superar esse tema 
destacando a Razão através da crítica pura para saber seus limites. Superando a ideia na 
capacidade	plena	da	razão,	sem	analisá-la	ou	criticá-la,	podemos	afirmar	ainda	que	Kant	
faz a crítica ao chamado dogmatismo, que é quando a razão acredita em algo sem discutir, 
sem debater, acreditando e pronto, como, por exemplo, alguns dogmas da igreja católica, 
nos quais aquilo não se discute, ou seja, o dogmatismo pode ser considerado um limite 
para razão pura, um conhecimento conveniente.
Kant escreveu duas obras importantes: a chamada “Crítica da Razão Pura e Crítica 
a Razão Prática”, na qual ele nos aponta uma razão teórica e uma prática que se comple-
mentam	como	diz	Höffe	(2005,	p.	187):
35UNIDADE II Teorias Morais
[...] a razão prática não é nenhuma outra que a razão teórica; só há uma 
razão, que é exercida ou prática ou teoricamente. De modo geral a razão 
significa	a	 faculdade	de	ultrapassar	o	âmbito	dos	sentidos,	da	natureza.	A	
ultrapassagem dos sentidos pelo conhecimento é o uso teórico da razão, na 
ação é o uso prático da razão. 
A	razão	pura	também	é	chamada	por	Kant	de	filosofia	transcendental,	aquela	que	
ocorre	 quando	 temos	 conceitos,	 definições	 puras	 que	atingimos	através	 de	 análises	 da	
própria razão. Já a razão prática procura nos apontar um princípio para a moralidade, pois, 
para ele, a moral não vem da experiência, o que tornaria a moral fraca e sem sentido. 
Segundo	Andrade	(2011),	a	filosofia	prática	de	Kant	busca	a	implantação	de	uma	lei	
moral	que	seja	um	princípio	prático	universal	a	ser	seguido.	Essa	parte	da	filosofia	kantiana	
traz o que podemos chamar de uma fundamentação da moralidade, encontrando uma lei 
central para determinar o agir com moralidade entre os homens, respeitando a vontade, o 
dever e a liberdade, temas esses abordados em outros momentos de nossa disciplina. 
Para prosseguir o raciocínio, responda a pergunta a seguir para você mesmo: você 
se	acha	 livre?	Você	pode	ser	 livre	e	ético	ao	mesmo	 tempo?	Assim	que	 responder	a	si	
mesmo, poderemos prosseguir com a ideia de Kant, pois, para ele, a razão prática diz que 
somos livres e essa razão que tomamos e utilizamos nos dá o conceito real para decidirmos 
entre ser moral ou imoral. Vale ressaltar que a razão prática nos dá autonomia em relação 
à	liberdade,	ao	agir,	determinando	nossas	ações	concretas.
A	moral	proposta	por	Kant	nos	leva	a	definir	o	chamado	dever,	que,	por	sua	vez,	
não diz respeito a um indivíduo ou a outro, mas, sim, a todos os seres humanos, pois temos 
a partir daí uma razão moral com princípios racionais, uma vez que o próprio Kant (2008) 
dizia que a “virtude é a força da máxima do homem em sua obediência ao dever”.
4.1 As Leis da Razão Kantiana
Você	respeita	as	regras	sociais?	Sempre	agiu	dentro	das	leis	da	sociedade?	Como	
seres racionais que você e eu somos, agimos dentro das regras e leis sociais, pois, segundo 
Kant,	temos	razão	e,	por	isso,	respeitamos	o	que	nos	é	imposto.	Mas	que	leis	são	essas?	
Como	analisá-las?	Kant	diz	a	você	que	essas	leis	podem	ser	categóricas	ou	hipotéticas.	
Observe o quadro a seguir para melhor compreensão:
36UNIDADE II Teorias Morais
Quadro 1 - Imperativo Hipotético E Categórico
IMPERATIVO HIPOTÉTICO IMPERATIVO CATEGÓRICO
Faz isso, mas na verdade quer fazer aqui-
lo.
Faz isso e pronto.
Cumpra	tudo	o	afirma,	ou	o	que	prometeu,	
isso se você quer receber olhares de apro-
vação na sociedade.
Cumpra	tudo	o	afirma,	ou	o	que	prometeu.
Você pode ser acostumado, condicionado 
se....
Você pode ser desacostumado, incondicio-
nado se....
O comando é o meio de se atingir o obje-
tivo.
O comando é o objetivo em si.
A vontade vem de algo exterior a você. A vontade tem autonomia, ou seja, vem de 
si, de você.
Independente da Razão Dependente da Razão.
Fonte: O Autor.
Para	explicar	melhor	a	proposta	kantiana	e	a	tabela	acima,	devemos	afirmar	que	o	
imperativo	hipotético	visa	um	fim	direto,	te	condiciona	a	esse	fim.	Já	o	chamado	de	impera-
tivo categórico é uma imposição, um dever imposto pela razão. 
Assim,	podemos	ter	noções	morais	utilizando	a	razão	e	abandonando	o	que	está	
pronto	e	acabado,	ou	seja,	não	acreditamos	em	tudo.	Um	exemplo	clássico	dessa	afirmação	
seria utilizarmos a razão e, assim, jamais compartilhar as chamadas “fake news” nas redes 
sociais, uma vez que procuraremos analisá-las racionalmente, não acreditaremos no pronto 
e acabado.
37UNIDADE II Teorias Morais
5 A PERSPECTIVA HEGELIANA E DE BÉRGSON DE CULTURA E DE DEVER
Nos	itens	anteriores,	estudamos	a	filosofia	kantiana	e	também	as	ideias	de	Rous-
seau, que, por sua vez, buscarama conciliação sobre o dever humano e a natureza humana, 
isso relacionado à moral. No entanto, não deixam claro a relação de ética, cultura e dever. 
Hegel	vem	investigando	essa	problemática	e	afirma	que	temos	que	superar	as	propostas	
de Rousseau e Kant, pois ambos analisaram somente o homem e a natureza humana, se 
esquecendo	de	olhar	com	calma	para	 relação	homem	e	cultura,	sem	 falar	das	 relações	
pessoais entre os indivíduos, como entre as famílias, por exemplo. É importante frisar que 
essas	relações	pessoais	entre	os	indivíduos	determinam	a	moral	e	a	ética	dessas	pessoas:	
imagine você que, desde pequeno, ouviu de seus pais “devolva esse lápis. Não é seu.”, 
ou seja, ouviu seus responsáveis ensinando-o o certo e o errado, o correto e o incorreto, o 
justo	e	o	injusto.	Como	desprezar	essa	relação	familiar	e	pessoal	no	exercício	da	vida	ética?	
Apesar de conhecer a importância dos estudos kantianos e de Rousseau, Hegel 
afirma	que	somos	sujeitos	históricos	e	culturais,	ou	seja,	construímos	nossa	moral	e,	nesse	
processo	de	construção,	todas	as	instituições	que	compõem	nossa	sociedade	são	importan-
tes, pois é através delas que formamos o que estudamos no primeiro capítulo: os valores. 
A	formação	ética	vai	além	de	nossas	vontades,	ou	seja,	essas	instituições	apontam	
para além de nossa vontade individual, criando a ideia que chamamos de dever. Outro 
ponto a ser destacado é que não devemos cometer anacronismos, pois apesar de for-
marmos nossa moralidade na cultura de uma sociedade, essa sociedade pode ter novas 
38UNIDADE II Teorias Morais
partes culturais com o passar do tempo, ou seja, as normas morais da época dos seus avós 
podem não ser as mesmas propostas a você. Por isso, Hegel considerava que, cumprindo 
o dever imposto pela sociedade em que vivemos, podemos ser livres e seguir as normas 
morais	da	sociedade,	respeitando	toda	sua	influência.	
Outra	afirmação	importante	destacada	por	Hegel	é	que,	utilizando	a	razão,	pode-
mos perceber essa mudança de uma sociedade para outra e até mesmo dentro de uma 
sociedade. Isso ocorre quando começamos a transgredir as regras morais vigentes. 
Você já deve ter ouvido seus avós ou seus pais dizendo “na minha época, só de 
meu pai olhar, eu já sabia que depois tinha uma surra”. Talvez ouviu também “ai de mim se 
passasse pelo meio da conversa de pai e a visita sem pedir licença”. Diante disso, perce-
bemos que, sendo verdade ou uma fantasia do seu responsável, essas falas nos ensinam 
a compreender que a sociedade muda culturalmente e nos molda moralmente.
No	século	XX,	Bergson,	complementa	a	filosofia	hegeliana	da	relação	do	dever	e	o	
tempo/cultura, apontando o que ele chama de moral aberta e moral fechada.
A moral fechada é o acordo entre os valores e os costumes de uma so-
ciedade	e	 os	 sentimentos	e	 as	 ações	dos	 indivíduos	que	nela	 vivem.	É	a	
moral repetitiva, habitual, respeitada quase automaticamente por nós. Em 
contrapartida, a moral aberta é uma criação de novos valores e de novas 
condutas que rompem a moral fechada, instaurando uma ética nova. Os 
criadores éticos são, para Bergson, indivíduos excepcionais – heróis, santos, 
profetas, artistas -, que colocam suas vidas a serviço de um tempo novo, 
inaugurado	 por	 eles,	 graças	 a	 ações	 exemplares,	 que	 contrariam	 a	moral	
fechada vigente. (CHAUÍ, 2000, p. 40).
Já Hegel,
diria que a moral aberta bergsoniana só pode acontecer quando a moralidade 
vigente está em crise, prestes a terminar, porque um novo período histórico-
-cultural está para começar. A moral fechada quando sentida como repressora 
e opressora, e a totalidade ética, quando percebida como contrária à subje-
tividade individual, indicam aquele momento em que as normas e os valores 
morais são experimentados como violência e não mais como realização ética 
(CHAUÍ, 2000, p. 41).
Assim,	podemos	afirmar	que	 tanto	Hegel	quanto	Bergson	nos	aproximam	ainda	
mais do ser moral com suas críticas e seus complementos.
39UNIDADE II Teorias Morais
6 A ÉTICA DE ESPINOSA
O	 filósofo	 holandês	 Baruch	 Espinosa	 viveu	 no	 século	 XVII	 e	 deixou	 uma	 ideia	
destacada por vários estudiosos, sendo considerado por muitos um dos grandes nomes 
do debate sobre ética e liberdade. Espinosa (2017) considera que Deus não é um ser 
transcendente separado daquilo que criou, ou seja, é uma substância que criou o universo 
inteiro e não se separa da matéria, por isso do termo “Deus sive Natura”: Deus ou Natureza.
Para Espinosa, todos os seres têm uma ligação com o ser divino e ele dá a essa 
ligação o nome de Conatus, ou seja, uma força vital que expressa o corpo e a alma juntos. 
Parece	 loucura	esse	 início	de	 conteúdo,	mas	não	é.	Para	ele,	 há	as	paixões	alegres	e	
paixões	tristes,	que	não	se	separam	e	que	crescem	de	acordo	com	cada	uma,	como,	por	
exemplo, os desejos e vontades, que surgem mais das alegres do que das tristes. Se você 
ainda não entendeu, vamos começar explicando como elas nascem.
Desejos nascidos da tristeza: “[...] (inveja, ódio, medo, orgulho, ciúme, vingança) 
são	mais	fracos	por	que	 impedem	o	crescimento,	corrompem	as	relações	e	as	orientam	
para as formas de exploração e destruição” (ARANHA, 2013, p. 194). 
Desejos nascidos da alegria:
[...] (amor, amizade, generosidade, benevolência, gratidão) são mais fortes 
porque aumentam nossa capacidade de agir e de pensar, permitem o de-
senvolvimento humano, facilitam o encontro de pessoas (ARANHA, 2013, p. 
194).
40UNIDADE II Teorias Morais
Enfim,	 podemos	 afirmar,	 em	 outras	 palavras,	 que	 a	 alegria	 faz	 o	 corpo	 e	 alma	
expandirem seus talentos, fazendo com que o ser humano se afaste das coisas tristes. 
Vale	destacar	seu	pensamento	diferente	dos	outros	filósofos	estudados	que	classificam	a	
razão superior aos sentimentos, não cabendo a ela o controle dos afetos humanos. Para 
Espinosa (2017), os desejos jamais serão dominados por uma ideia ou uma vontade, mas 
somente	por	outro	sentimento	mais	 forte.	Mas	onde	entra	a	 liberdade	nisso?	De	acordo	
com	ele,	a	liberdade	não	pode	ser	corrompida	por	nada	se	houver	as	paixões	tristes	que	
reservam o ser humano e não os torna escravos.
Devemos, pois, nos dedicar, sobretudo, à tarefa de conhecer, tanto quanto 
possível, clara e distintamente, cada afeto, para que a mente seja, assim, 
determinada, em virtude do afeto, a pensar aquelas coisas que percebe clara 
e distintamente e nas quais encontra a máxima satisfação (ESPINOSA, 2017, 
p. 217).
Espinosa foi excomungado de sua religião e, a partir daí, começou a desenvolver 
suas teses, nas quais ele valoriza a felicidade humana, descartando a tradição cristã que, 
para	ele,	faz	com	que	o	homem	se	torne	fraco	e	sem	valor.	O	autor	afirma	que	ninguém	é	
totalmente livre e sempre é ligado a algo na vida, não podendo agir como quer ou como 
bem	entender,	pois	sua	ética	afirma	que	o	homem	acaba	tornando-se	escravo	das	paixões.
Para Espinosa (2017), Deus é uma força, um ser, grande e poderoso que não 
tem	tempo	para	voltar	o	olhar	aos	insignificantes	humanos,	ou	seja,	Deus,	para	ele,	não	é	
responsável pelo que acontece com você, pois você é fruto das suas próprias escolhas. 
Absorvendo a Ética de Espinosa, o homem tem paz, pois passa acreditar que sua salvação 
nasce do conhecimento próprio.
SAIBA MAIS
A liberdade é, provavelmente, a maior conquista humana e, com isso, temos diversos 
filósofos	que	passaram	a	estudar	e	publicaram	várias	obras	abordando	a	liberdade	em	
si. Entre eles, podemos citar Marx, Sartre, Descartes, Kant e outros. Por exemplo, Des-
cartes	afirmou	que	a	liberdade	é	motivada	pela	decisão	humana	e,	muitas	vezes,	essa	
vontade depende de outros fatores, como dinheiro ou bens materiais.
Fonte: Santos (2017).
41UNIDADE II Teorias Morais
7 A CONCEPÇÃO CONTEMPORÂNEA DE VIRTUDE E O RACIONALISMO ÉTICO
A concepção contemporânea de virtudes é repleta de fatores sociais e lógicos, uma 
vez que devemos considerar e focar na virtude e no caráter humano, o que nos possibilitaentender	melhor	as	profissões	e	suas	características	básicas.
Adaptando	o	que	diz	Solomon	(2006),	a	vida	corporativa	para	profissão,	e,	por	fim	
seu	sucesso,	vai	depender	do	caráter	e	da	personalidade	do	profissional.	Vale	 ressaltar	
que	as	virtudes	profissionais	vão	depender	do	local	e	da	cultura	onde	se	aplicam,	pois	os	
valores	adquiridos	pelo	profissional	vão	nortear	toda	a	instituição	representada	por	ele.
Ainda de acordo com Solomon (2006), Aristóteles considera que as virtudes são 
definidas	com	a	prática	humana	na	sociedade	e	do	próprio	ser	humano	em	questão.	Assim,	
a	 soma	das	virtudes	do	 indivíduo	e	da	 instituição	que	ele	exerce	sua	profissão	satisfaz	
as	necessidades	da	sociedade,	pois	contempla	todos	os	desejos	humanos	e	as	relações	
interpessoais.
Podemos	afirmar	que,	até	o	momento,	conhecemos	diversas	teorias	sobre	ética,	
nas quais algumas se completam e outras se diferem, mas podemos chegar à conclusão de 
que ela, bem como suas virtudes, é extremamente necessária para que ocorra uma ótima 
convivência em sociedade. 
Toda	profissão	e	instituição	precisam	de	indivíduos	com	virtudes	capazes	de	somar,	
contemplando a missão proposta por ambas. Pergunto, então, a você: quais as virtudes 
você	tem	ou	pode	adquirir	para	se	somar	a	sua	profissão	e/ou	para	instituição	em	que	vai	
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oferecer	e/ou	exercer	seu	trabalho?	Pense	e	reflita	na	importância	da	sua	virtude,	pois,	na	
contemporaneidade,	temos	muitos	desafios	para	sua	virtude	–	desde	o	consumo	do	álcool	
até mesmo as redes sociais podem demonstrar a virtude humana desenfreada. A partir 
daí você pode utilizar a Razão, ou o racionalismo ético, isso em todas suas vertentes, pois 
temos	definições	diferentes	de	razão	também,	que	se	completam.	
Observe	abaixo	algumas	explicações	para	as	diferentes	formas	de	racionalismo:
I. No sentido metafísico, doutrina segundo a qual nada existe que não 
tenha sua razão de ser, de tal maneira que por direito, senão de fato, não 
há nada que não seja inteligível.
II. Doutrina segundo a qual todo conhecimento certo provém de princípios 
irrecusáveis, a priori, evidentes, de que ela é consequência necessária, 
e por si sós, os sentidos não podem fornecer senão uma ideia confusa e 
provisória da verdade. (Descartes, Espinoza, Hegel)
III. Doutrina	 segundo	 a	 qual	 só	 nos	 devemos	 fiar	 na	 razão	 (sistemas	 de	
princípios universais e necessários) e não admitir nos dogmas religiosos 
senão o que ela reconhece como lógico e satisfatório segundo a luz 
natural.	(Teólogos,	definição	dominante	até	século	XIX).
IV. A experiência só é possível para um espírito que tenha disciplina intelec-
tual:	fé	na	razão,	na	evidência	e	na	demonstração;	crença	na	eficácia	da	
luz natural. (Kant). 
GOMES,	W.	B.	Relações	entre	Psicologia	e	Filosofia:	A	psicologia	filosófica.	
Psicologia/Filosofia,	Porto	Alegre,	[S.I.], 2003. Disponível em: http://www.
ufrgs.br/museupsi/dicotomia.htm. Acesso em 20/01/2019.
Mesmo	 com	 tantas	 definições	 acima,	 você	 pode	 entender	 o	 racionalismo	 ético,	
mesmo	que	superficialmente,	associando-se	à	virtude	contemporânea	debatida	em	vários	
momentos e compreender que você precisa se encontrar na sociedade, fazendo suas es-
colhas	para	ser	um	profissional	de	excelência.
http://www.ufrgs.br/museupsi/dicotomia.htm
http://www.ufrgs.br/museupsi/dicotomia.htm
43UNIDADE II Teorias Morais
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro	acadêmico	(a),	chegamos	ao	final	de	mais	uma	unidade	e,	no	decorrer	dos	
estudos, contemplamos diversas temáticas sobre ética e moral, englobando vários pensa-
dores.	Você	consegue	se	lembrar?	Lembra-se	da	Filosofia	moral	de	Sócrates	e	Aristóteles?	
Espero que nesse momento do processo de ensino/aprendizagem você se reconheça 
inserido	 na	 sociedade,	 contemplando	 a	 filosofia	 moral	 estudada.	 Espero	 que	 tenha	 se	
encantado com a formação da moral cristã durante a história. 
Continuamos nossa viagem pelo conceito de natureza humana proposta por Rous-
seau e a moral da razão prática de Immanuel Kant. Você conheceu também a perspectiva 
hegeliana e de Bérgson de cultura e de dever humano. Além disso, essa viagem apresentou 
a visão ética e liberdade proposta por Espinosa. Será que agora depois de tudo você se 
sente	livre?	
O	desafio	proposto	a	você	durante	nossos	estudos	foi	o	de	conhecer	muito	além	
de conceitos de ética e moral, analisando e se conectando a concepção contemporânea de 
virtude e do racionalismo ético. Espero que esteja preparado para o conhecimento de sua 
profissão	nos	próximos	capítulos.	Enfim,	sucesso	e	nos	vemos	no	capítulo	seguinte!
Obrigado!
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MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
• Título: “Crítica da razão prática”
• Autor: Immanuel Kant
• Editora: Vozes - 4ª edição
• Sinopse: crítica da razão pura, principal obra de Immanuel Kant, 
divide	a	história	da	filosofia	em	duas:	antes	e	depois	da	Crítica.	
Num	momento	em	que	a	filosofia	dividia-se	em	racionalistas	de	um	
lado e empiristas de outro, procurou Kant demonstrar que o nosso 
conhecimento é, necessariamente, tanto empírico como racional, 
inaugurando,	com	isso,	uma	posição	singular	no	debate	filosófico,	
criando as bases para a Teoria do Conhecimento como disciplina 
filosófica.	Entrar	no	universo	da	Crítica	da	razão	pura	é	aceitar	o	
desafio,	colocado	pelo	próprio	Kant,	de	evitar	o	dogmatismo	sem	
cair no relativismo; evitar o absoluto sem cair no nada.
LIVRO
• Título: “Ética” 
• Autor: Spinoza
• Tradutor: Tomaz Tadeu
• Editora: Vozes – 2ª edição 
• Sinopse:	a	publicação	da	Ética,	do	filósofo	holandês	Benedictus	
de Spinoza, em nova tradução, constitui-se em um marco para a 
Autêntica Editora, que completa, neste ano de 2007, uma década 
de	existência.	Ela	consolida	o	nosso	projeto	de	publicar	traduções	
de obras, antigas ou modernas, consideradas clássicas, iniciativa 
que	teve	início	com	O	Panóptico,	de	Jeremy	Bentham.	A	importân-
cia que lhe concedemos é assinalada não apenas pela decisão de 
publicá-la em edição bilíngue, mas também pela especial preocu-
pação	com	os	aspectos	gráficos.	Dada	a	constante	remissão	de	
Spinoza	a	passagens	anteriores	do	texto	(proposições,	definições,	
axiomas, etc.), buscou-se dar-lhe um formato que facilitasse o 
movimento de ir e vir da leitura. É, entretanto, o cuidado com o 
trabalho de tradução que deve, acima de tudo, ser ressaltado. O 
princípio normativo foi o da produção de um texto que, sem deixar 
de	 ser	 fiel	 à	 expressão	 de	 Spinoza,	 estivesse	mais	 próximo	 do	
léxico e da sintaxe da língua presentemente utilizada do Brasil. O 
que podemos assegurar é que a tradução que ora entregamos aos 
leitores é o resultado de um trabalho demorado e meticuloso, que 
se	beneficiou	da	confrontação	com	traduções	para	outras	línguas,	
da	consulta	a	comentaristas	de	variadas	orientações	filosóficas	e	
dos indispensáveis recursos fornecidos pela informática.
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LIVRO
• Título: “Ética a Nicômaco” 
• Autor: Aristóteles – Edson Bini 
• Editora: Vozes – 4ª edição 
• Sinopse: uma das mais expressivas e fecundas obras do pen-
samento	grego	e	uma	das	que	mais	influenciaram	a	posteridade	
do mundo ocidental. Ética a Nicômaco revela o mais produtivo e 
laborioso	filósofo	da	antiguidade	às	voltas	com	a	conceituação	e	
a investigação dos elementos fundamentais da ciência do caráter 
e dos costumes. Trata-se de texto de referência indispensável e 
obrigatório	a	todos	os	estudantes	e	cultivadores	da	filosofia,	das	
artes e das ciências humanas, destacadamente o direito, a psico-
logia, a antropologia, a sociologia e a política.
FILME/VÍDEO
• Título: Feitiço do Tempo
Título original:	Groundhog	Day
• Ano: 1993
• Diretor: Harold Ramis 
• Roteirista:	Harold	Ramis	e	Danny	Rubin
• Sinopse:	este	filme	apresenta	as	duas	pontas	da	ética	kantiana.	
Phil Connors, um homem egoísta, começa a experimentar o mesmo 
dia	uma	e	outra	vez	na	aldeia	Punxsutawney	no	dia	de	Groundhog.	
A resposta inicial de Connors às novas circunstâncias é repleto de 
hedonismo. Ele

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