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ETICA NA EDUCACAO - IPEMIG

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ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................ 3 
2. ÉTICA: DEFINIÇÃO ........................................................................................................ 4 
3. ÉTICA NA ANTIGUIDADE ............................................................................................ 10 
4. ETICA RELIGIOSA ....................................................................................................... 13 
5. ÉTICA NA ESCOLA ...................................................................................................... 19 
6. AS DIFERENÇAS ENTRE ÉTICA E MORAL E SEU SIGNIFICADO SOCIAL .............. 20 
7. A ESCOLA E A FORMAÇÃO MORAL E ÉTICA DOS EDUCANDOS ........................... 21 
8. ÉTICA DO EDUCADOR ............................................................................................... 28 
9. ÉTICA PROFISSIONAL ................................................................................................ 31 
10. ÉTICA E OS DIREITOS HUMANOS: UM DIÁLOGO REFLEXIVO ............................ 34 
11. CONSTRUÇÃO ÉTICA – REFLEXÃO....................................................................... 38 
12. REFLEXÃO SOBRE OS PRINCÍPIOS DA CONDUTA .............................................. 44 
13. REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
3 
 
1. INTRODUÇÃO 
Sejam bem-vindos ao módulo de Ética! 
Nos esforçamos para oferecer um material condizente com a graduação 
daqueles que se candidataram a esta especialização, procurando referências 
atualizadas, embora saibamos que os clássicos são indispensáveis ao curso. 
As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras, 
afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos 
educacionais. Mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou 
aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e 
provado pelos pesquisadores. 
Não obstante, o curso tenha objetivos claros, positivos e específicos, nos 
colocamos abertos para críticas e para opiniões, pois temos consciência que nada 
está pronto e acabado e com certeza críticas e opiniões só irão acrescentar e melhorar 
nosso trabalho. 
Como os cursos baseados na metodologia da educação a distância, vocês são 
livres para estudar da melhor forma que possa organizar-se, lembrando que: aprender 
sempre, refletir sobre a própria experiência se somam e que a educação é demasiada 
importante para nossa formação e, por conseguinte, para a formação dos nossos/ 
seus alunos. 
Desse modo, a apostila em questão traz os seguintes conteúdos: 
 Ética que neste módulo tem como objetivo geral levar o profissional a 
perceber que a ética permeia toda a vida do sujeito, quer seja no 
ambiente pessoal quanto profissional. 
 Trata-se de uma reunião do pensamento de vários autores que 
entendemos serem os mais importantes para a disciplina. 
 Para maior interação com o aluno deixamos de lado algumas regras de 
redação científica, mas nem por isso o trabalho deixa de ser científico. 
Desejamos a todos uma boa leitura e caso surjam algumas lacunas, ao final da apostila 
encontrarão nas referências consultadas e utilizadas aporte para sanar dúvidas. Criamos, 
também, uma pasta de leituras complementares sobre o assunto para enriquecer seus 
conhecimentos. 
 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
4 
 
2. ÉTICA: DEFINIÇÃO 
Ética é uma palavra de origem grega, com duas origens possíveis. A primeira 
é a palavra grega éthos, com e curto, que pode ser traduzida por costume, a segunda 
também se escreve éthos, porém com e longo, que significa propriedade do caráter. 
A primeira é a que serviu de base para a tradução latina Moral, enquanto a segunda 
é a que, de alguma forma, orienta a utilização atual que damos à palavra Ética 
(GOLDIM, 2000). 
 
Fonte https://bitlybr.com/b2Ne6Aw 
Desde suas origens entre os filósofos da Grécia antiga, a Ética é um tipo de 
saber normativo, isto é, um saber que pretende orientar as ações dos seres humanos. 
A moral também é um saber que oferece orientações para a ação, mas enquanto ela 
propõe ações concretas em casos concretos, a Ética – como Filosofia moral – remonta 
à reflexão sobre as diferentes morais e às diferentes maneiras de justificar 
racionalmente a vida moral, de modo que sua maneira de orientar a ação é indireta: 
no máximo, pode indicar qual concepção moral é mais razoável para que, a partir dela, 
possamos orientar nossos comportamentos (CORTINA; MARTÍNEZ, 2009). 
 Os filósofos estavam preocupados com os problemas dos homens juntamente 
com suas condutas morais. E assim, sucessivas formas de pensamento nasceram e 
segundo Valls (1993), muitas ideias foram surgindo. 
No entanto, esse esclarecimento, certamente pode servir de modo indireto 
como orientação moral para os que pretendem agir racionalmente no conjunto da sua 
vida. 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
5 
 
Ao discorrer no estudo sobre Ética iremos perceber uma abordagem muito 
significativa para os cidadãos quando indagamos as pessoas e perguntamos: o que é 
ética? Todos se arriscam em logo dar uma resposta, mas nem sempre a explicação é 
clara e precisa. 
Nos dias atuais podemos constatar que o discurso sobre a ética não é uma 
abordagem recente, assim, a possibilidade de dialogarmos sobre esse assunto, faz 
com que tenhamos uma atitude diferenciada frente à sociedade atual. 
 
Fonte https://bitlybr.com/L3QJedU 
Nesse sentido, podemos fazer alguns estudos e refletir que em diversos 
momentos de nossa vida e em vários setores da sociedade aética estará presente e 
é nesta acepção que alguns estudiosos nos farão entender ainda mais sobre seu 
significado. Álvaro (1994) por exemplo ressalta que: 
A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são 
fáceis de explicar, quando alguém pergunta. Tradicionalmente ela é 
entendida como um estudo ou uma reflexão, científica ou filosófica, e 
eventualmente a teleológica, sobre os costumes ou sobre as ações humanas. 
Mas também chamamos de ética a própria vida, quando conforme aos 
costumes considerados corretos. A ética pode ser o estudo das ações ou dos 
costumes, e pode ser a própria realização de um tipo de comportamento, 
(Álvaro, 1994, p.7) 
Assim podemos dizer que a ética não é uma ciência intelectual, é uma prática 
vivenciada em todos os setores da sociedade e em todos os tempos. Pode-se 
considerar que o seu estudo nos remete a um eterno pensar em que a reflexão e o 
construir caminham juntos em prol de uma verdade. Neste contexto a ética é a teoria 
ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade (SÁNCHES 
VÁZQUEZ, 1970, p.12). 
 Entretanto a ética tem sua particularidade específica a toda ação humana, e 
por esta razão é uma ciência antiga imprescindível na produção da realidade social, 
que permeia até hoje em nosso contexto geral e específico de cada cidadão. 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
6 
 
Assim, é importante incentivar o estudo sobre a ética em seus diferentes 
aspectos. Após uma definição, somos capazes de dizer que a ética pode ser trazida 
como o estudo da verdade; não existe uma ética da mentira, nem a meio éticas e 
ambas, éticas e verdade são a essência da sapiência humana. 
 
Fonte: https://bit.ly/2EG5Oxd 
E dentro de uma visão tradicional pode-se dizer que a ética é entendida como 
um estudo ou uma reflexão cientifica ou filosófica, podendo ser até teológica, em que 
os costumes e ações humanas estão intrínsecas por toda vida. Podemos chamar de 
éticaa nossa própria vida, quando a direcionamos de forma correta. 
A ética dentro do de uma perspectiva tradicional era vista como uma atitude de 
grande valia, entendiam que era uma “conduta” que todo o cidadão deveria ter do que 
é certo e errado. 
Sabemos que cada cidadão tem a sua própria ética sempre contida em regras 
impostas por um determinado grupo e se partirmos do princípio que estamos inseridos 
em um desses grupos, podemos pensar que nossas ações se fundamentam na cultura 
transmitida de geração a geração e que nos diz o que é ”certo ou errado". 
Ética é a investigação geral sobre aquilo que é bom. Podemos dizer que é o 
estudo do que é bom ou mau. Um dos objetivos da Ética é a busca de justificativas 
para as regras propostas pela Moral e pelo Direito. Ela é diferente de ambos - Moral 
e Direito - pois não estabelece regras. 
Assim, segundo alguns autores o estudo da ética também pode ter um cunho 
totalmente histórico, pois ela é o fundamento da sociedade. 
A ética é o que marca a fronteira da nossa convivência. [...] é aquela 
perspectiva para olharmos os nossos princípios e os nossos valores para 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
7 
 
existirmos juntos [...] é o conjunto de seus princípios e valores que orientam 
a minha conduta. (Cortella, 2009, p. 102) 
Na medida em que entendemos a importância da ética para a sobrevivência 
humana com qualidade e integridade, compreendemos também a complexidade 
envolvida em suas relações com outros campos do saber e da prática, fundamentais 
à vida humana em sociedade. 
A ética discute os valores que se traduzem em existências humanas mais 
felizes, mais realizadas, com mais bem-estar e qualidade de vida. Além disso, busca 
os valores que signifiquem dignidade, liberdade, autonomia e cidadania. 
Ética significa modo de ser, caráter, comportamento. É o ramo da Filosofia que 
busca estudar e indicar o melhor modo de viver no cotidiano e na sociedade. 
Diferencia-se da moral, pois enquanto está se fundamenta na obediência a normas, 
tabus, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos recebidos, a 
ética, ao contrário, busca fundamentar o bom modo de viver pelo pensamento 
humano. 
Na Filosofia clássica, a ética não se resume ao estudo da moral (entendida 
como “costume”, do latim mos, mores), mas a todo o campo do conhecimento que não 
é abrangido na física, metafísica, estética, na lógica e nem na retórica. Veja o 
quadrinho abaixo que expressa um pouco sobre a evolução moral e ética e reflita. 
 
Fonte https://bit.ly/2V2Idv2 
Assim, a ética abrangia os campos que atualmente são denominados 
antropologia, psicologia, sociologia, economia, pedagogia, educação física e até 
mesmo política, em suma, campos direta ou indiretamente ligados às maneiras de 
viver. 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
8 
 
Porém, com a crescente profissionalização e especialização do conhecimento 
que se seguiu à Revolução Industrial, a maioria dos campos que eram objeto de 
estudo da Filosofia, particularmente da ética, foram estabelecidos como disciplinas da 
ética, foram estabelecidos como disciplinas científicas independentes. Deste modo, é 
comum que atualmente a ética seja definida como “a área da Filosofia que se ocupa 
do estudo das normas morais nas sociedades humanas” e busca explicar e justificar 
os costumes de um determinado agrupamento humano, bem como fornecer subsídios 
para a solução de seus dilemas mais comuns. Neste sentido, ética pode ser definida 
como a ciência que estuda a conduta humana e a moral é a qualidade desta conduta, 
quando julga- se do ponto de vista do bem e do mal. 
A ética não deve ser confundida com a lei, embora com certa frequência, a lei 
tenha como base princípios éticos. Ao contrário do que ocorre com a lei, nenhum 
indivíduo pode ser compelido, pelo Estado ou por outros indivíduos, a cumprir as 
normas éticas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a estas; por outro 
lado, a lei pode ser omissa quanto a questões abrangidas no escopo da ética. 
Modernamente, a maioria das profissões tem o seu próprio código de ética 
profissional, que é um conjunto de normas de cumprimento obrigatório, derivadas da 
ética, frequentemente incorporados à lei pública. Nesses casos, os princípios éticos 
passam a ter força de lei; note-se que, mesmo nos casos em que esses códigos não 
estão incorporados à lei, seu estudo tem alta probabilidade de exercer influência, por 
exemplo, em julgamentos nos quais se discutam fatos relativos à conduta profissional. 
Ademais, o seu não cumprimento pode resultar em sanções executadas pela 
sociedade profissional, como censura pública e suspensão temporária ou definitiva do 
direito de exercer a profissão. 
A Ética tem por objetivo facilitar a realização das pessoas. Que o ser humano 
chegue a realizar-se a si mesmo como tal, isto é, como pessoa. (...) A Ética se ocupa 
e pretende a perfeição do ser humano. 
Ética existe em todas as sociedades humanas, e, talvez, mesmo entre nossos 
parentes não humanos mais próximos. Podemos abandonar o pressuposto de que a 
Ética é unicamente humana. 
A Ética pode ser um conjunto de regras, princípios ou maneiras de pensar que 
guiam, ou chamam a si a autoridade de guiar, as ações de um grupo em particular 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
9 
 
(moralidade), ou é o estudo sistemático da argumentação sobre como nós devemos 
agir (filosofia moral). 
É extremamente importante saber diferenciar a Ética da Moral e do Direito. 
Estas três áreas de conhecimento se distinguem, porém, têm grandes vínculos e até 
mesmo sobreposições (GOLDIM, 2003). 
Tanto a Moral como o Direito baseiam-se em regras que visam estabelecer 
uma certa previsibilidade para as ações humanas. Ambas, porém, se diferenciam. 
Segundo Cortella não existe individuo sem ética sendo assim: 
Ético (ethos): disciplina filosófica que estuda o valor das condutas humanas, seus 
motivos e finalidades. Reflexão sobre os valores e justificativas morais, aquilo que se 
considera o bem. 
Análise da capacidade humana de escolher, ser livre e responsável por sua conduta 
entre os demais. Para alguns autores, o mesmo que moral (MARTINS, 2002). 
Antiético: contra uma ética estabelecida ou contra a ideia (da ética) que estabelecer 
o que devemos fazer ou quem queremos ser, levando os outros em consideração. Muitas 
vezes, o antiético tem ideias éticas próprias. 
Aético: sem ética, mas não contra uma ou outra ética. 
A ética e a moral não devem ser confundidas. Segundo os estudiosos do assunto, a 
ética não cria a moral (MARTINS, 2002). 
O Professor de ético Mário Alencastro (2000) assevera que toda moral supõe 
determinados princípios, normas ou regras de comportamento, não é a ética que os 
estabelece numa determinada comunidade. A ética depara com uma experiência histórico 
social no terreno da moral, ou seja, com uma série de práticas morais já em vigor e, partindo 
delas, procura determinar a essência da moral, sua origem, as condições objetivas e 
subjetivas do ato moral, as fontes da avaliação moral, a natureza e a função dos juízos morais, 
os critérios de justificação destes juízos e o princípio que rege a mudança e a sucessão de 
diferentes sistemas morais. 
Os problemas éticos, ao contrário dos práticos-morais são caracterizados pela sua 
generalidade. Por exemplo, se um indivíduo está diante de uma determinada situação, deverá 
resolvê-la por si mesmo, com a ajuda de uma norma que reconhece e aceita intimamente, 
pois o problema do que fazer numa dada situação é um problema prático moral e não teórico 
ético. Mas, quando estamos diante de uma situação, como, por exemplo, definir o conceito de 
Bem, já ultrapassamos os limites dos problemas morais e estamos num problema geral de 
caráter teórico, no campo de investigação da ética. 
Tanto assim, que diversas teorias éticas se organizaram em torno da definição do que 
é bem. Muitos filósofos acreditaramque, uma vez entendido o que é bem, descobriríamos o 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
10 
 
que fazer diante das situações apresentadas pela vida. As respostas encontradas não são 
unânimes e as definições de bem variam muito de um filósofo para outro. Para uns, bem é o 
prazer, para outros é o útil e assim por diante. (ALENCASTRO, 2000). 
 
 
Fonte https://bit.ly/37eZZAK 
3. ÉTICA NA ANTIGUIDADE 
O pensamento grego no período 500 a.C., foi um período relevante para os 
antigos e gregos porque surgiram muitas ideias, indagações e muitas teorias que até 
hoje são discutidas. 
Os grandes pensadores daquela época foram: Platão, Sócrates e Aristóteles 
os que deram a base da construção do saber sobre reflexão e análise sobre as 
atitudes do homem, por isto, é importante perpassar sobre algumas ideias e como os 
problemas éticos eram naqueles tempos. 
Os gregos refletem sobre a natureza do bem moral de uma base absoluta da 
conduta. Estas reflexões procedem do campo religioso que a abordam as ideias éticas 
“Conhece-a ti mesmo”, “nada em excesso” estas foram as formulações que originaram 
do conceito de “Delfos” Deus de Apolo. 
Platão, discípulo de Sócrates (427-347 a.C.), nos escritos Diálogos, explicitava 
que a busca do homem era a felicidade. As maiores partes das doutrinas objetivavam, 
realmente, a busca da felicidade como centro da preocupação ética. Nas literaturas, 
Platão pregava sobre as noções do prazer, sabedoria prática e virtude, em que 
indagava: onde está o sumo do bem? 
Platão parecia negar os desejos físicos e terrenos e acreditava numa vida 
depois da morte. Na literatura A República ele condenava a vida que era voltada aos 
prazeres. Já no diálogo Fédon, a imortalidade da alma era como uma espera da 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
11 
 
felicidade depois da morte. Para ele, os homens deveriam buscar durante a vida, a 
apreciação das ideias, primordialmente, a ideia do bem. Onde ele afirma no escrito de 
“Eros Filosóficos” que chama atenção do homem para a prática da contemplação. 
É relevante apontar que os filósofos buscam a arte da dialética do Bem e do 
Ser como os astrônomos buscam os astros. Para eles o Ser é permanente, o Bem 
também. Para eles o homem deve descobrir um percurso que o leve até o Bem 
superior absoluto. 
Os filósofos encaram os sábios não como cientistas, mas como homens cheios 
de virtudes na busca de equilíbrio, ordem e harmonia em sua vida. Para eles, o sábio 
busca subjetivamente a harmonia, o que faz submeter-se à sua própria razão. A 
virtude e a dialética estão ligadas uma à outra, desta forma a dialética é o caminho da 
apropriação das ideias e a virtude está associada à vida pessoal. 
A virtude está ligada à purificação, onde o homem desprende-se a tudo que é 
sensível e terreno, e desprendendo de tudo do mundo pode contemplar uma vida 
ideal, eterno e imutável, o que explicita o Sumo Bem, segundo Platão. A prática da 
virtude trata-se da harmonia (Arete), que reflete a coisa mais preciosa para o homem. 
Reflete na medida (métron), já a harmonia social e individual é uma imitação da ordem 
cósmica. (Cosmos retrata a ordem, o inverso do Caos). 
Para os filósofos, o ideal desejado pelo homem virtuoso é a assimilação de 
Deus: aceitação do divino. As plebes encaravam os filósofos como loucos. 
Na pesquisa sobre as diferentes virtudes, Platão aponta as principais delas: 
 Prudência (frônesis ou Sofia) é a virtude da alma racional, ou seja, o 
homem deve ser guiado para os bens; 
 Justiça (dike), a virtude que harmoniza e ordena, o que faz pensar na 
semelhança ao imortal, sábio e divino; 
 Valor (andréia) a virtude que o prazer fica subordinado ao dever; 
 Temperança (sofrosine) trata-se da virtude da serenidade, da harmonia 
singular e autodomínio; 
Com isto, o que contempla a ética platônica é o Sumo Bem, da ligação da 
virtude com a contemplação filosófica da virtude da ordem em harmonia universal. No 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
12 
 
entanto, as virtudes morais e intelectuais são restritas, segundo os filósofos a vida 
prática se aproxima muito da prática teórica. 
Já Aristóteles possuía uma visão muito mais séria que Platão, com isto ele 
colecionava depoimentos sobre a vida cotidiana das pessoas, o que o tornou no 
grande empirista, nas literaturas afirmava seu esforço comparativo e analítico, quando 
comprava várias constituições políticas gregas apontadas nos livros sobre Ética a 
Nicômaco e a Ética a Eudemo, Magna Moral e um tratado voltado aos vícios e 
virtudes. 
 
 
Fonte https://bit.ly/3fKmtOc 
 
Aristóteles (384-322 a.C.) faz uma comparação entre o Ser e o Bem, onde faz 
uma correlação sobre as variedades das pessoas, para ele cada um possui um bem, 
segundo sua essência do que concerne a cada pessoa. Podemos dizer que a ética 
aristotélica é eudemonistas, ou seja, seus fins são elencados para que o homem 
chegue à felicidade. O filósofo aponta o homem como ser complexo e necessita do 
melhor dos bens, dos mais variados tipos deles como: saúde, amizade, riqueza etc. 
Para ele os bens são apontados como: força, poder, beleza, virtudes. O homem 
tem o seu viver, no sentir e na razão. Para ele a razão precisa da vida virtuosa. Para 
o bem próprio do homem deve ser ligada à vida de inteligência ou dedicada ao estudo. 
Imagem Filosofia antiga (clássica) Aristóteles- Virtudes: 
. 
https://bit.ly/3fKmtOc
https://bit.ly/3fKmtOc
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
13 
 
Fonte https://bit.ly/378Hy0N 
De acordo com Aristóteles, a justiça é a mais importante das virtudes. Contudo, 
em excesso ou escassez, quando mal aplicada ou aplicada cegamente, a justiça 
poderia gerar injustiça. 
Na visão aristotélica, o pensar é o bem divino e precioso no homem. E a 
felicidade é conquistada pela virtude. 
Veja o quadro abaixo representando- Felicidade em Aristóteles. 
 
Fonte https://bit.ly/39ox3JD 
Esta parte dos nossos estudos aponta Platão e Aristóteles como grandes 
teóricos das teorias morais, apontando como uma pequena amostra da reflexão ética. 
 
 
Fonte https://bit.ly/2JbQpqy 
4. ETICA RELIGIOSA 
Sabemos que a religião grega era naturalista, pois apontavam seus deuses voltados 
das forças naturais, como: a força, a inteligência, o amor, o raio e, até mesmo a guerra. Já a 
religião judaica está acima de tudo que é natural, sendo o Deus de Abraão, Jacó e Isaac. 
Bom, nos termos voltados ao ético e/ou morais, indagamos ao pensamento de como 
o homem deve ter suas ações de acordo com a natureza e agir frente à vontade de Deus. 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
14 
 
Para melhor viabilidade é primordial conhecer a vontade deste Deus pessoal, já a 
filosofa parte um caminho fora dela: os homens visam a revelação de Deus que não é teórica, 
mas centrada na educação do homem. O homem busca a semelhança de Deus, ou seja, ser 
santo como Deus. 
 
Fonte https://bitlybr.com/fl6fXtZN 
Na religião judaica descrita nos livros do Antigo Testamento, Jesus Cristo 
ensina certo aperfeiçoamento. Ele não impede os ensinamentos da Lei antiga, mas 
otimiza um mandamento renovado, centrado no amor. 
É importante ressaltar que a religião trouxe um grande avanço no progresso 
moral da humanidade. A moral neste caso foi colocada nas várias faces do amor 
perfeito, numa santidade. 
Não podemos esquecer que o fanatismo religioso obscureceu a ética da 
liberdade, da fraternidade universal, do amor. Com isto, a religião favoreceu os 
filósofos possibilitando novos questionamentos sobre a natureza e a liberdade. 
O pensamento ético na Idade Média estava todo ligado à religião, à 
interpretação da bíblia. Já na Idade Moderna apresentou duas versões: a procura de 
uma ética laica, racional com base na lei natural, ou seja, subjetividade do homem e 
por outro lado o pensamento ético-filosófico. 
Por outro lado, novos pensamentos surgiram para formular outras teorias éticas 
como a pura razão de Kant e Sartre. Outros filósofos apontaramapenas a maneira de 
relacionar a filosofia com as doutrinas religiosas, entre eles: Hegel, Schelling, Gabriel 
Marcel, entre outros. 
O filósofo Ludwig Feuerbach (1804-1872), explana sobre a verdade da religião 
utilizando antropologia filosófica, publicou as obras “Abelardo e Heloísa” (1834), “Piere 
Bayle” (1838) e “Sobre Filosofia e Cristianismo” (1839). A última citada, influenciou o 
pensamento de Karl Marx. 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
15 
 
Na metade do século XIX, Marx apresenta uma nova visão do mundo e 
concomitantemente, da história humana. Ele inseriu em suas escritas um sentido 
inferido da substituição da religião. Marx aponta a moral revolucionária com base no 
pensamento cristão, conversão, martírio, sacrifício e redenção à espera do Reino que 
está sendo construído. 
No século XX o marxismo é apontado como uma das preocupações éticas. Em 
seguida, surge uma tendência moderna centrada em unir uma reflexão filosófica em 
uma ética religiosa. Consequentemente desenvolveram na modernidade teorias e 
práticas que ignoram os ensinamentos religiosos. 
 A concepção determinista que aponta a liberdade humana uma ilusão. E a 
concepção racionalista que descreve a natureza humana numa perspectiva 
transcendental kantiana e coloca a natureza humana como liberdade, a condição da 
consciência humana como as formas assertivas da ação moral. A linha de 
pensamento Kantiana explicita a universalização dos procedimentos práticos, ou seja, 
uma ação moral boa é aquela universalizada, de modo que seja os princípios que 
pudessem ser seguidos por todos. 
Vale ressaltar que o formalismo Kantiano tem seus encantos, ele tem como a 
base exclusiva dos pensamentos e a vontade. Neste sentido, há algumas lacunas 
neste pensamento, por exemplo, tortura. Será viável pensar na tortura de modo 
universalizado? 
No entanto, surgiram outras tendências reveladas como: utilitarismo. O que faz 
pensar nas vantagens que podem oferecer para muitas pessoas. Este pensamento 
aparece em muitas formulações como pragmatismo, isto é, que deixa à parte as 
formulações teóricas e tendem para os resultados práticos mais rápidos. 
Neste pragmatismo, há dois segmentos atuais e relevantes para o estudo da 
ética que estão interligados. Esta prática está vinculada para a vantagem particular, 
ou seja, o meu sucesso está ligado ao meu progresso pessoal, principalmente 
econômico. Bem próximo ao pensamento grego do hedonismo, mediada pelo 
progresso técnico que advém do mundo atual. 
Outra linha de pensamento atual, o positivismo lógico que deixa de lado as 
questões fundamentais metafísicas, que direciona apenas para pesquisar a 
linguagem moral, formulações éticas e assim por diante. Este estudo é apontado como 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
16 
 
admirável porque o indivíduo não pode viver a vida estudando a ética e sim vivenciá-
la. 
 
 
QUAIS SÃO OS IDEIAIS ÉTICOS? 
 
Fonte https://bitlybr.com/bQFST 
Com base nos nossos estudos, para os gregos o ideal ético está ligado na 
busca teórica e prática da ideia do Bem, ou uma desejada felicidade, que era 
entendida como uma vida de ordem, virtuosa, com grandes capacidades superiores e 
as outras capacidades não fosse desprezada, ao ponto que o homem seja composto 
e sintético que necessitasse de muitas coisas, na visão de Aristóteles. 
Já na visão de outros filósofos gregos, o ideal ético está interligado com a 
natureza e na harmonia cósmica. Em seguida, os teólogos cristãos adotaram o viver 
conforme a natureza, viver segundo as leis que Deus proporcionou por meio da 
natureza. Os epicuristas acreditavam que a vida deveria estar direcionada para o 
prazer, já os estóicos na vida bem natural. 
Na visão do cristianismo, as ideias éticas se espelham com os religiosos. O 
homem deveria viver para conhecer, servir e amar a Deus. Por isto, o lema de 
Sócrates “conhece-te a ti mesmo” retoma em Santo Agostinho que aborda o seguinte 
ensinamento: “Deus nos é mais íntimo que o nosso próprio íntimo”. O ideal ético de 
uma vida espiritualista está ligado a uma vida fraternal e de amor. 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
17 
 
 
Fonte https://bit.ly/2HD5roq 
Historicamente, há duas formas que se separam radicalmente, o céu e a terra, 
o amor de Deus e o amor aos homens o que dificultou os ideais éticos cristãos. 
Já no Renascimento e no iluminismo, os aspectos éticos estavam ligados de 
uma hegemonia, que o ideal seria viver conforme a sua própria liberdade pessoal. Já 
os franceses abordaram o lema da Liberdade, Igualdade e Fraternidade conforme 
afirmaram na Revolução Francesa em termos socais. 
Kant identificou os termos éticos como a autonomia individual. Segundo o autor, 
o homem racional, autodeterminado e autônomo é aquele que tem suas ações 
voltadas à liberdade e à razão, apontando os critérios da moralidade. 
Já Hegel delineou uma vida livre dentro de um Estado livre, um estado de direito 
e deveres, onde a moral e as leis fossem interligadas, sem contradição. O que vemos 
é que Platão e Aristóteles se assemelham novamente, com Hegel. Porém, a história 
não acompanhou suas teorias, nos últimos anos estes assuntos se tornaram 
ideológicos. 
No século XX, os grandes pensadores deram prioridade sobre a liberdade 
como um ideal ético, privilegiando o aspecto personalista da ética: opção, cuidado, 
autenticidade etc. 
No entanto, temos o pensamento social e ético, como ideal ético uma vida 
social mais justa, sem desigualdades e injustiças econômicas, ou seja, um mundo 
mais humano. 
Hegel e Maquiavel infiltravam na reflexão ética como um elemento 
problematizador, com pensamento revolucionário de esquerda que surgem alguns 
fatos complicados. O que queremos apontar é que a relação dos meios e dos fins não 
possui conflitos resolvidos. Percebemos que as gerações atuais devam ser 
sacrificadas pelas gerações futuras, ou seja, não conseguimos entender que nossas 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
18 
 
ações hoje podem prejudicar as gerações futuras, há falas que as gerações futuras 
não compensarão a injustiça atual. Abaixo seguem imagens para reflexão e 
aprofundamento de estudos sobre a importância desses filósofos para a sociedade. 
 
Georg Wilhelm Friedrich Hegel foi um divisor de águas 
 
dentro 
do pensamento filósofico na Europa ocidental e 
 
também na Rússia do século XIX. Foi um grande admirador 
de Platão, Descartes e Kant, e o idealismo alemão adquiriu 
 
sua máxima expressão nesse pensador. O que é mais 
interessante é que ocorreu um grande avanço na teoria da 
 
evolução da consciência graças a ele. 
 
Fonte https://bit.ly/3l9Re03 
 
 
 
 
 
Maquiavel (1469-1527) é um dos mais originais pensadores 
do renascimento, uma figura brilhante, mas também algo 
trágica. Durante os séculos XVI e XVII, o seu nome foi 
sinônimo de crueldade, e na Inglaterra o seu nome tornou-
se ainda mais popular o diminutivo Nick para nomear o 
diabo, não havendo pensador mais odiado nem mais 
incompreendido do que Maquiavel. A fonte deste engano é 
o seu mais influente e lido tratado sobre o governo, O 
Príncipe, um pequeno livro que tentou criar um método de 
conquista e manutenção do poder político. 
Fonte https://bit.ly/3pYV7sp 
 
Cabe ressaltar que parte dos nossos estudos, visa criar uma reflexão ético-
social do século XX, que a sociedade hoje talvez não viva com ações éticas, vivem 
amoralmente. Pensem nos meios de comunicação de massa se possui a liberdade de 
expressão? Há ideologias? Há indivíduos realmente livres, cidadãos conscientes e 
atuantes das consciências com capacidade julgadora? 
Enfim, esta parte dos nossos estudos serve para uma breve reflexão. 
 
 
 
 
 
 
 
https://bit.ly/3l9Re03
https://bit.ly/3l9Re03
https://bit.ly/3l9Re03
https://bit.ly/3l9Re03
https://bit.ly/3l9Re03
https://bit.ly/3l9Re03
https://bit.ly/3l9Re03
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
19 
 
5. ÉTICA NA ESCOLA 
A ética na escola vem sendo o ponto primordialdos educadores. Atualmente, 
com o advento da tecnologia, a internet aborda vários sites que tratam deste assunto 
por ensaios, manifestos e leis. 
 
Fonte https://bit.ly/3q2qT7J 
Abordamos esta parte do nosso estudo o que propõe os educadores e a escola 
na responsabilidade da formação do caráter dos nossos educandos. Em seguida, 
explicitaremos mais à frente sobre os PCNs instituindo a ética e a importância de as 
escolas configurarem um espaço de reflexão sobre a moral e outras razões, segundo 
(PCN, 1998, p.24), “o cotidiano escolar está encharcado de valores que se traduzem 
em princípios, regras, ordens, proibições”. 
No entanto, no decorrer deste estudo abarcaremos alguns pontos relevantes 
que permeiam o assunto: 
 As diferenças entre ética e moral e seu significado social; 
 A postura da escola frente à formação ética do indivíduo. 
Decerto que estes apontamentos a serem discutidos aqui, não têm a pretensão 
de dar respostas imediatas pelas instituições e educadores. 
 
Fonte https://bitlybr.com/D1uF0 
 
https://bitlybr.com/D1uF0
https://bitlybr.com/D1uF0
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
20 
 
6. AS DIFERENÇAS ENTRE ÉTICA E MORAL E SEU SIGNIFICADO SOCIAL 
Durante o regime ditatorial, as escolas brasileiras discutiam pouco sobre a 
ética. No entanto, os termos mais utilizados na época eram: “exercício da reflexão 
crítica” e uma “educação para cidadania”. A formação dos educandos era na disciplina 
Moral e Cívica. As aulas eram voltadas para exortação anticomunista. 
Atualmente, as abordagens em torno da ética e moral se esforçam para a 
formação de um cidadão consciente dos deveres e direitos. Assim, indagamos: que 
tipo de educando gostaríamos de formar? 
No entanto, Freire aponta as escolas devam construir um currículo que abranja 
uma prática social e educativa, a fim de contextualizar as diferenças e acolhimento 
aos educandos. Segundo o autor, o campo das cidades educativas que os contextos 
que não acolhem a prática educativa, como prática social, mas também se constituem, 
através de suas múltiplas atividades, em contextos educativos em si mesmos. 
Não há crescimento democrático fora da tolerância que, significando, 
substantivamente, a convivência entre dessemelhantes, não lhes nega, 
contudo, o direito de brigar por seus sonhos. O importante é que a pura 
diferença não seja razão de ser decisiva para que se rompa ou nem sequer 
se inicie um diálogo através do qual pensar diversos, sonhos opostos não 
possam concorrer para o crescimento dos diferentes, para o 
acrescentamento de saberes. Saberes do corpo inteiro dos 
dessemelhantes, saberes resultantes da aproximação metódica, rigorosa, 
ao objeto da curiosidade epistemológica dos sujeitos. Saberes de suas 
experiências feitas, saberes “molhado” de sentimentos, de emoção, de 
medos, de desejos (Freire, 2001, p. 7). 
O autor acima explana sobre uma educação como prática permanente do ser 
humano, respeitando as diferenças das opiniões a aproximando os sujeitos das 
curiosidades epistemológicas. Segundo o autor é impossível pensar no ser 
programado para aprender. Para ele o ser deve um permanente indagador e com uma 
busca permanente do conhecimento, inacabado. 
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais aponta um sujeito ético, já a moral é 
algo independente à sua própria cultura, mas em todas as ocasiões da vida social 
(PCN, 1998, p. 23). Há um divisor de águas na nossa história, pois o que refere à 
moral e a multiplicidade das concepções que norteiam os comportamentos morais é 
apontado no PCN (1998), mas a ética é apontada como tema transversal e se propõe 
como “reflexão crítica sobre a moralidade”. 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
21 
 
Descartes, explana que a moral provisória teria que reger na conduta do meio, 
no Discurso do Método. Para ele, a provisoriedade se justificava pelo fato de que o 
método para bem dirigir a razão ainda não tinha condições de ser aplicado ao campo 
da moralidade, sendo então necessário adotar uma “casa” temporária, na qual fosse 
possível viver enquanto durassem os trabalhos de construção da moradia definitiva, 
isto é, da moral universal e verdadeira (Descartes, 1996, p. 27). 
Então, refletir, pensar, como medir seus próprios passos, isto é, ponderar o que 
vai fazer, reflete um bom moralista. 
Outra pessoa que buscou dar relevância ao caráter investigativo e reflexivo da 
moral foi John Dewey. Segundo o autor ele explana a necessidade de abandonar as 
concepções antigas e criar uma nova concepção de métodos que objetivam apontar 
a moral não como um conjunto de regras a serem aplicadas (Dewey, 1958, p. 170). 
Ele explica a moral como um estatuto de cientificidade das ciências naturais, 
estendendo que nem estes ou aqueles possuíam o compromisso com as verdades 
absolutas. Implicava que os homens são responsáveis pela legitimação dos saberes 
mais importantes para si mesmo. 
Já na visão de André Lalande (1993, p. 349), é à ética que se deve conferir o 
estatuto de cientificidade, na medida em que ela estabelece juízos de apreciação 
sobre as ações merecedoras dos qualificativos “bons e maus”. Para o autor, qualquer 
base de princípios ao campo da moral é designada ao conjunto de prescrições 
atingidas num período histórico e em específico contexto social e também como 
exortação e a consolidação a tais prescrições – é passível às valorações humanas, 
as quais se aplicam às ações relacionadas à conduta. 
Outra importante visão de Maffesoli (1994), explicita “morais” as regras ou 
modelos de ações ou conduta que têm a função de direcionar à universalidade. Nesse 
sentido, A Revolução Francesa foi um movimento que criou a separação de uma certa 
moral, a burguesa, para a sociedade ou humanidade. Com isto, Mafessoli define a 
ética a um caráter mais específico, levando em consideração os costumes e a conduta 
de grupos sociais. 
7. A ESCOLA E A FORMAÇÃO MORAL E ÉTICA DOS EDUCANDOS 
A escola nasceu no século XVII, com ensino voltado para tradição escolástica. 
E o advento da tipografia e de algumas técnicas de produção, a igreja Católica, o 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
22 
 
Bispo retrava a escola como uma “oficina para homens”, segundo (Comênio, 1997, p. 
104), promovendo uma educação de qualidade e de saberes sólidos, para 
apropriarem das mais superiores virtudes e concretizar uma fé sincera e cristã. 
 Segundo Comênio (1997), desejava moldar a educação desde seu início, 
como uma tábula rasa, ou seja, uma mente desprovida de ideais para a mente 
humana. Consequentemente, apontava a infância no início dos anos escolares e 
trabalhando, moldando aquele ser que era enrijecido pelos vícios, ao ponto de 
disponibilizar o ensino respaldado nos métodos adequados. Para ele, o educador 
pode criar intelectos desejáveis, como imprime letras no papel. 
 
 
 
 
 
 
 
Esta metáfora diante dos saberes, mais tarde foi discutida como psique 
humana, que sofre readequação, com apontamentos comparativos da psique humana 
como uma folha em branco passa a se tornar uma folha suja, com conhecimentos 
errados. Com isto, cabe ao professor limpar e deixar apto os conhecimentos corretos, 
os conteúdos disciplinares escolares. (Mazzotti & Oliveira, 2000, p.13). 
Percebemos que este processo educativo é voltado para o modelo professor 
modelador. Segundo Comênio era muito relevante aumentar o número de escolas e 
acolher todos, como: pobres, ricos, meninos e meninas e até crianças deficientes. A 
Didática Magna desenvolve uma metodologia da escola com dever moral/ético e de 
incluir aqueles que possuíam a má sorte. 
Comênio (1997) acreditava que o objetivo era ter uma pedagogia voltada aos 
fundamentos mecanicistas, com integração religiosa e moral/ética. Ele dizia: “infeliz 
instrução a que não se converte em moralidade e piedade! (Idem, p. 100). 
Já Dewey defendia na centralidade aos alunos, ou seja, os papeis são 
invertidos. Ou seja, o foco dos educadores centrado nos seus educandoscomo 
O filosofo Comênio tcheco 
combateu o sistema medieval, 
defendeu o ensino de “tudo para 
todos” e foi o primeiro teórico a 
respeitar a inteligência e os 
sentimentos da criança 
 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
23 
 
trabalho pedagógico. Segundo o autor, nada adianta centrar seu trabalho em métodos 
tradicionais, pois os métodos devem ser centrados nos ativos, novos, que facilitam a 
aprendizagem, não sendo manipuladas pelos livros didáticos. Em outro viés, a 
disciplina não pode ser imposta, mas com uma conquista cotidiana no ambiente 
escolar e que seja aceita e discutida por todos. Segue abaixo a figura de Dewey para 
reflexão e estudo. 
 
Fonte https://bit.ly/3l8iYSJ 
Já a Escola Nova refere-se à liberdade do aluno, nos planejamentos de 
estudos, à cultura e costumes, ou seja, uma instituição ao entendimento de todos, 
com tolerância e respeito. Por outro lado, alguns críticos da educação disseram que 
este modelo camufla as relações de dominação da sociedade, oferecendo a ilusão de 
que iriam formar novos políticos, cientistas, educadores com nova mentalidade etc. 
Segundo nossos estudos, esta metodologia da escola nova segue 
concomitantemente com o modelo Comeniano, formando o homem do bem e a 
sociedade em harmonia. 
Para Dewey não tinha uma escola modelo, uma vez que ele não via uma 
educação escolar com desenvolvimento pedagógico para um amanhã tão sonhado e 
glorioso e sim um processo de desenvolvimento que vem sendo construído ao longo 
do tempo. Explana abaixo: 
Educar é extrair do presente a espécie e a potência de crescimento que este 
encerra dentro de si. Esta é uma função constante, independentemente da 
idade. A melhor coisa que se pode dizer a respeito de qualquer processo 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
24 
 
especial de educação, como o do período escolar formal, é que ele torna o 
indivíduo capacitado para receber posterior educação, torna-o mais sensível 
às condições de crescimento e mais capaz para delas tirar vantagens. 
Aquisição de habilidades, posse de conhecimentos, conquista de cultura, não 
são fins, são antes balizas de crescimento e meios para a sua continuação. 
(Dewey, op. cit., p. 183) 
 
A escola é encarada como um lugar em que seus educandos vivem uma 
expectativa de um futuro memorável. Para que isto aconteça, é necessária uma visão 
de educador homogeneizado, pois ele deve abafar as adversidades impostas pelos 
saberes e crenças que compõe nossa sociedade de padrões culturais diferentes. Os 
quais são vistos em grande parte pela omissão, ignorância, pelo atraso que devem 
ser minimizados ou erradicados. Assim, os professores devem encarar que seus 
educandos sejam não como uma folha em branco, mas um pedaço de diamante, que 
deve ser lapidado que os demais. 
A almejada homogeneização na face do padrão moral/ético objetivada para o 
aluno. A escola homogeneizadora deve admitir algumas regras hierárquicas de 
valores, mesmo que a realidade apresente o surgimento de algumas divergências, o 
que é comum e acerca de diferentes interpretações sobre o contexto discutido. Se não 
chegar a uma razão no processo argumentativo, é necessário apelar pela frieza das 
normas hierárquicas. 
Conforme Chauí (1998) a sociedade no Brasil possui princípios de uma 
estrutura hierárquica do espaço social, que impulsiona a forma de uma sociedade 
fortemente verticalizada, seja nas as relações sociais ou intersubjetivas. É uma 
relação sempre ligada ao superior e inferior, que manda e o outro obedece. As 
diferenças e assimetrias são sempre destinadas às desigualdades que reforçam 
essas relações de poder. 
Na figura abaixo é possível refletir sobre a ideologia da Filósofa Marilena Chauí 
e entender um pouco sobre a sua relevância. 
 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
25 
 
 
Fonte https://bit.ly/33ixCRf 
 
Fonte https://bit.ly/33ixCRf 
Segundo a autora tem como característica acabar com as divisões de classes 
e oferecer um lema de igualdade social. Pensar em um modelo de ensino didático 
para todos é o que propõe os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). 
Sendo assim para muitos a proposta nos PCNs tende buscar uma grande saída 
no que diz respeito à desigualdade e a diversidade cultural e na aceitação em relação 
ao outro. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) buscar a ética para o 
contexto escolar significa enfrentar o desafio de inferir no processo de ensino e 
aprendizagem que se realiza em cada uma das áreas de conhecimento, uma 
frequente atitude crítica, de reconhecimento dos limites e possibilidades dos sujeitos 
https://bit.ly/33ixCRf
https://bit.ly/33ixCRf
https://bit.ly/33ixCRf
https://bit.ly/33ixCRf
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
26 
 
e das circunstâncias de problematização das ações, dos valores e regras que os 
norteiam. 
Todavia, assim, a proposta da realização de uma educação moral/ética às 
crianças e adolescentes deve abordar as condições para o desenvolvimento da 
autonomia, compreendida como capacidade de posicionar-se diante da realidade, 
fazendo escolhas, estabelecendo critérios, participando da gestão de ações coletiva 
e democráticas. O desenvolvimento do ser autônomo é o foco de todas as áreas e 
temas transversais e, para alcançá-lo, é preciso que elas se articulem. A mediação 
representada pela Ética estimula e favorece essa articulação (BRASIL, 1998, p. 61). 
Esta articulação deve ser feita respeitando as diferentes bagagens culturais. Vale a 
pena ressaltar como a diversidade cultural que é explanada no PCN: 
O fato é que, inevitavelmente, os indivíduos se constituem como tais 
convivendo simultaneamente com sistemas de valores que podem ser 
convergentes, complementares ou conflitantes, dentro do tecido complexo 
que é o social. As influências que as instituições e os meios sociais exercem 
são fortes, mas não assumem o caráter de uma predeterminação. A 
constituição de identidades, a construção da singularidade de cada um, se dá 
na história pessoal, na relação com determinados meios sociais; configura-
se como uma interação entre as pressões sociais e os desejos, necessidades 
e possibilidades afetivo-cognitivas do sujeito vividas nos contextos 
socioeconômicos, culturais e políticos (BRASIL, 1998, p. 62). 
Para afirmar os princípios éticos e morais aponta na Lei 9394/96, no artigo 2º, 
instituísse nos princípios da liberdade e nos ideais de solidariedade humana, é 
finalidade da educação nacional o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo 
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
Afirma (SANTOS, 2001), a educação para a cidadania, e os programas 
educacionais voltados para esse fim, pressupõe a crença na tolerância, com princípios 
no bom senso, da razão e da civilidade, que dispõe aos indivíduos melhores relações 
entre si. No entanto, favorece na crença da possibilidade de formação do ser, 
encarando a aprendizagem da tolerância e da civilidade dentro do campo escolar. 
Historicamente, o ser humano ao nascer aprende sua cultura e se relaciona 
com regras e valores da sociedade em que está inserido. A família é o primeiro espaço 
de convivência da criança. Ao lado da família, outras instituições sociais veiculam 
valores e desempenham um papel na formação moral e no desenvolvimento de 
atitudes. As presenças constantes dos meios de comunicação de massa nos espaços 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
27 
 
públicos e privados conferem a eles um grande poder de influência e de veiculação 
de valores, de modelos de comportamento. A religião contribui da mesma forma. 
 As várias instituições sociais, motivadas por interesses diversos concorrem 
quando buscam desenvolver atitudes que expressam valores. Os indivíduos transitam 
por algumas dessas instituições durante toda a sua vida; em outras, por períodos 
determinados; e em outras, ainda, nunca transitarão (CAMARGO & FONSECA, 2006). 
 
Fonte https://bitlybr.com/mUyRAsy 
É relevante apontar que existem duas formasde tratar a questão da diversidade 
cultural, sendo: a primeira, é designada de aceitação, faz com que o contato com o 
outro se dê pela via da observação e da curiosidade. Exemplificando, nos eventos de 
feiras culturais, nas quais os educandos apropriam da existência de crenças, valores 
e hábitos culturais diferentes daqueles de sua origem oficial. Embora esse tipo de 
abordagem possa contribuir para combater preconceitos, é limitada, pois não avança 
na discussão acerca da marginalidade social em que se encontram tais identidades, 
segundo (Canen ,1997 p. 4483). No entanto, faz-se necessário uma discussão 
posterior para refletir a aceitação das diversidades culturais no tópico adiante. 
 
Fonte https://bit.ly/3liLBwJ 
 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
28 
 
8. ÉTICA DO EDUCADOR 
A ética do educador pode ser trazida como uma mola de transformação social. 
A atuação do docente nas instituições requer uma visão e uma conduta pautada na 
diversidade humana. 
A figura abaixo retrata um pouco das características docentes frente a um 
trabalho educacional ético. 
 
Fonte https://bit.ly/3pXMG0p 
É possível ser eficaz, cada um ao seu modo, é possível ser coerente frente às 
adversidades que deparamos no campo educacional. Mas, sabemos que é 
imprescindível reconhecer que há alguns educadores progressistas que exigem que 
seus discentes tenham uma eticidade que falta na atualidade. Não é utopia! Segundo 
Freire (2001): 
É que a ética ou a qualidade ética da prática 
educativa libertadora vem das entranhas mesmas 
do fenômeno humano, da natureza humana 
constituindo-se na História, como vocação para o 
ser mais. Trabalhar contra esta vocação é trair a 
razão de ser de nossa presença no mundo, que 
terminamos por alongar em presença com o 
mundo. A exploração e a dominação dos seres humanos, como indivíduos e como 
classes, negados no seu direito de estar sendo, é imoralidade das mais gritantes, 
segundo (Freire, 2001, p. 45). 
Para o autor é como explicar a miséria, a fome, a dor, a ignorância, dizendo 
que o mundo é assim mesmo. No entanto, uns trabalham mais e têm mais, 
Fonte: https://bit.ly/2V4PZ7R 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
29 
 
logicamente, porém chegam outros e falam: é preciso ser paciente, um dia as coisas 
irão mudar. 
O autor acima explana sobre uma educação para a libertação, de uma 
educação que seja a face da radicalidade do ser humano. Ser ético e político! O 
educador para ser progressista não pode aceitar uma determinada explicação da 
história. É preciso ser rigoroso e inflexível frente às situações do amanhã. Para ele a 
libertação se dá na história e se concretiza como um processo de consciência das 
mulheres e dos homens é sine qua, conforme (Freire, 2001, p. 45). 
Neste sentido, o processo de consciência desta luta política tem grande 
relevância e não pode ser desprezada. Os indivíduos são demasiadamente especiais 
e superiores aos condicionamentos. No entanto, são imunes às ideologias, possuem 
a tarefa de conduzir a massa popular no caminho certo. 
Para Freire (2001), o educador progressista é leal ao homem para desenvolver 
a autonomia e se entregar ao ser aberto e crítico e ser criticado. Desenvolver um ser 
que dê importância na sua posição de classe, de raça e de sexo para a luta da 
libertação. 
 
Em resposta a este pensamento freiriano um educador progressista entende 
que não pode reduzir uma posição de classe, nem a cor da pele numa luta. Se caso 
isto acontecer, ele sabe que distorce o sentido da luta. 
Propõe-nos a pensar da seguinte forma: a educação pública ou educação 
popular? Cada uma possui uma relação com a outra. Para o autor a educação popular 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“ Nós podemos reinventar o mundo” 
 Paulo Freire 
 
Fonte: https://bitlybr.com/a19XDQ 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
30 
 
pode ser ministrada não somente no espaço da formalidade, ou seja, escola. Mas, em 
todos os lugares, inclusive, dentro dos movimentos sociais. É necessário a superação 
de uma educação mecanicista e perceber a dialética das relações e do mundo. 
O autor aponta a relevância do desprendimento do ensino tradicional para o 
ensino novo, que sejamos críticos ao ministrar um ensinamento, em seu aprender-
ensinar. No entanto, os educadores devem se preparar para os desafios que tem por 
vir, pensar, repensar e aprender novas formas de comportamento. 
 
Fonte https://bitlybr.com/EQXd 
Na visão de Masetto (2012) o educador “sabe, sabe ensinar”, porém não é um 
ato mecânico e todos os profissionais da área sabem disto. O que o autor quer dizer 
que os profissionais da educação não podem ficar presos aos materiais didáticos, 
engessados, mas na formação do seu alunado de forma crítica. 
Outro ponto importante, os professores devem sempre buscar um feedback de 
seus conteúdos e de suas ações durante todo o processo de ensino, segundo 
Cavalcante e Cohen (2012). Não esquecer que todos os dias possuem desafios e que 
devemos nos colocar todos como aprendiz. Quando ensinamos, aprendemos. 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
31 
 
Enfim, os educadores são importantes modelos 
e possuem um papel de emitir pensamentos críticos 
no ambiente social de cada sujeito. 
O educador deve se preocupar com a formação 
efetiva dos seus educandos, o ensinar e o aprender 
deles, a partir dos princípios dos valores, com saberes 
objetivando na autonomia de pensamentos, segundo 
(TADÊUS; CUNHA, 2009). 
É necessário que os educadores repensem 
sempre suas atitudes educativas no viés de formar cidadãos de uma cultura com ética 
e cidadania, beneficiando o outro a favor da dignidade humana. 
 
Fonte https://bit.ly/3nUgF7u 
 
9. ÉTICA PROFISSIONAL 
Primeiramente, é necessário definir o 
que é profissão? O “exercício habitual de uma 
tarefa, a serviço de outras pessoas” é o 
conceito que Sá (2009, p. 155), designa à 
profissão. Não podemos deixar de descrever 
que segundo o autor há benefícios, tanto para 
quem realiza esta atividade como para quem 
for beneficiado por sua realização. 
Já a ética profissional é o exercício da profissão na medida em que as ações 
do profissional condizem com a moral e a regulação feita pela lei que garante 
benefícios para os profissionais e à classe à qual está inserida na sociedade, (Sá, 
2009). 
Fonte https://bitlybr.com/5DjrFE 
 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
32 
 
É importante explicitar que a conduta ética universal independe das culturas 
cujos costumes possuem adversidades, ou seja, o cuidado, a honestidade, e a 
competência são virtudes almejadas em qualquer meio profissional independente do 
campo de atuação ou cultura em que for realizado o trabalho. 
Conforme Sá (2009, p. 164) “a profissão não deve ser um meio apenas de 
ganhar a vida, mas de ganhar pela vida que ela proporciona, representando um 
propósito de fé”. 
Para ser um bom profissional é necessário 
possuir várias qualificações, o mercado de trabalho 
exige muitas habilidades e outras especificidades 
de cada sujeito. Com o avanço tecnológico o 
mercado trabalhista fica vez mais exigente. Com 
isto, faz-se necessário ter algumas 
especializações, pois atribuem um grande 
diferencial na carreira profissional. 
No entanto, é relevante possuir algumas virtudes exigidas na 
contemporaneidade, de modo geral, todas as profissões são necessárias a ética e a 
moral. 
Sabemos que a moral e a ética são virtudes do meio social conforme já 
estudamos anteriormente. Desde a infância aprendemos a conviver com o outro com 
respeito ao próximo e as regras da comunidade em que vivemos. 
Normalmente, expressamos estes valores na sociedade em que vivemos, no 
entanto, oferecer estas virtudes no meio profissional cria uma relação de confiança e 
respeito mútuo. 
Independente da profissão, seja um médico, advogado, engenheiro ou 
professor, por exemplo, cada um deles precisa ser qualificado e precisa dar soluções 
sobre qualquer adversidade quehouver no seu setor de trabalho. 
Fonte: https://bit.ly/2V2irab 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
33 
 
 
Fonte https://bitlybr.com/WDajyviZ 
Vamos destacar algumas virtudes: 
 Zelo: refere-se ao comprometimento do profissional para as funções 
trabalhistas que lhe são atribuídas e, claro, responsabilidade na 
execução das tarefas que lhe foram atribuídas; 
 Honestidade: é uma virtual primordial de cada profissional. Ela 
assegura a confiança no seu trabalho e sem ela a vida profissional da 
pessoa torna-se mal vista pela sociedade; 
 Sigilo: a virtude do sigilo reflete o respeito profissional com as 
informações que lhe são atribuídas e que lhe cabem aos seus clientes, 
pacientes, alunos etc. 
Vale ressaltar que o sigilo nem sempre é solicitado pelo seu chefe, mas cada 
pessoa profissional deve atribuir-se a esta prática. 
Enfim, a competência reflete a experiência com a bagagem de conhecimento 
que a pessoa adquiriu ao longo dos anos, que favorece no potencial do cargo que 
esteja ocupando para realização das atividades propostas. 
As virtudes são básicas para os profissionais para exercerem um papel na 
sociedade. 
Com isto, as grades curriculares na graduação oferecem as disciplinas que 
incluem a ética e a moral a fim de promover a postura na profissão e o código de ética. 
Neste contexto, um dos estudiosos na área, Chiavenato (2005) estabelece: 
agregar, recompensar, desenvolver, manter e monitorar a promoção da socialização 
do funcionário ou colaborador. Todavia, agrega valor às inter-relações no campo de 
trabalho, ou seja, as empresas precisam promover a socialização dos novos 
funcionários, o que pode acontecer através de vários programas de integração, quer 
https://bitlybr.com/WDajyviZ
https://bitlybr.com/WDajyviZ
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
34 
 
sejam do tipo formal ou informal; individual ou coletivo; uniforme ou variável, dentre 
outros. 
Um ambiente saudável, rico, tranquilo e ao mesmo tempo desafiador, que leve 
o indivíduo a buscar novas conquistas, a satisfazer novas necessidades favorece não 
só as relações pessoais, mas o bom desenvolvimento, a fruição dos trabalhos e o 
atendimento dos objetivos da administração quer seja ela pública ou privada. 
 
Fonte https://bitlybr.com/WDajyviZ 
10. ÉTICA E OS DIREITOS HUMANOS: UM DIÁLOGO REFLEXIVO 
O movimento pós-positivista representa uma grande significação da 
reaproximação da Moral com o Direito. O positivismo, por ter separado da moral, não 
fazia qualquer diálogo com a legitimidade do Direito e da Justiça, pois este movimento 
aparentava indiferente a qualquer valor ético. Já o movimento pós-positivista, parte 
com base estrita na legalidade, mas restringindo às normas atribuídas somente ao 
juiz, ou seja, nas ações do legislador. 
 
Fonte https://bit.ly/3fCz4mc 
Os princípios embasados na lógica da situação que atenda e acolhe os valores 
constitucionais se concretizaram no ordenamento jurídico, a Carta Magna; atende as 
cautelas dos interesses. Os princípios mais relevantes são: primeiro o princípio da 
razoabilidade que designa como “um mecanismo para controlar a discricionariedade 
legislativa e administrativa” e o segundo é o princípio da dignidade da pessoa humana, 
ou seja, “um espaço de integridade moral a ser assegurado a todas as pessoas por 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
35 
 
sua existência no mundo” (...) “Ele representa a superação da intolerância, da 
discriminação, da exclusão social, da violência, da incapacidade de aceitar o outro, o 
diferente, na plenitude de sua liberdade de ser, pensar e criar”, segundo (Barroso, 
2001, p. 30-31). 
Diante disso, é possível compreender a efetivação da origem e concretização 
dos direitos humanos. Conforme Bobbio (1992) “o problema fundamental em relação 
aos direitos do homem, hoje, não é tanto o de justificá-los, mas o de protegê-los”. 
Percebemos que há uma complexidade na concretização. 
Atualmente, percebemos que não há uma concretização, pois de um lado está 
a regulamentação dos direitos humanos, instituídos em vários documentos 
constitucionais. Por outro lado, vemos o desrespeito na sociedade. Em seguida, 
deparamos com a Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
“Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os 
membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é 
o fundamento da liberdade, da justiça, e da paz no mundo, 
 Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos 
resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da 
Humanidade e que o advento de um mundo em que os homens gozem 
de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo 
do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração 
do homem comum, 
 A Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos 
Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os 
povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada 
órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se 
esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a 
esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas 
de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu 
reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre 
os povos dos próprios Estados-Membros quanto entre os povos dos 
territórios sob sua jurisdição” (Declaração Universal dos Direitos 
Humanos,1998). 
 
A partir desta declaração percebemos a responsabilidade e comprometimento 
com base na dignidade humana, com paz social, a posse da liberdade e da 
concretização dos direitos humanos. 
No entanto, se analisarmos o documento percebemos que existem alguns 
pontos contraditórios: 
No artigo I: “todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos”; 
já no artigo XV “toda pessoa tem direito a uma nacionalidade”. 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
36 
 
No cenário atual em que o mundo está vivendo, o que podemos dizer dos 
refugiados? Dos imigrantes? Podemos constatar que os direitos do ser humano 
estão longe dos direitos do cidadão. 
No Artigo IV: “ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão 
e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas”. 
Segundo o Correio Brasiliense1( 2019), em todo mundo, o trabalho infantil 
atinge mais de 152 milhões de crianças e adolescentes, dos quais 120 milhões têm 
entre 5 e 14 anos. A escravidão ainda é realidade para cerca de 10 milhões de 
meninos e meninas. Os dados são da Organização Internacional do Trabalho (OIT), 
da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e da Fundação Walk Free. No 
Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calcula que existam 1,8 
milhão de crianças e adolescentes trabalhando. Gana, país da África ocidental, com 
população mais de sete vezes menor e território 35 vezes inferior, têm mais pessoas 
até 14 anos nessa situação do que o Brasil: um total de 2 milhões, atuando 
especialmente com pesca e exploração de cacau. O UNICEF (Fundo das Nações 
Unidas para a Infância) avalia que 200 mil menores ganenses atuam nas piores 
formas de trabalho infantil. 
No Artigo V: “ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo 
cruel, desumano ou degradante”. 
Na noite de quinta-feira (19) de Novembro de 2020 2 , véspera do Dia da 
Consciência Negra, João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, 
morreu após ser agredido em uma unidade do supermercado Carrefour em Porto 
Alegre (RS). 
Segundo relatos, depois um desentendimento com a caixa do estabelecimento, 
a vítima foi levada para o estacionamento do hipermercado, onde a agressão o levou 
à morte. As cenas do espancamento foram gravadas. Os agressores, um segurança 
 
1 Ver mais detalhes em Trabalho e escravidão infantil são grandes problemas em Gana - 
Blog da Primeira Infância (correiobraziliense.com.br) 
2 Ver mais detalhes em:https://congressoemfoco.uol.com.br/video/a-integra-do-video-daagressao-contra-joao-alberto-silveira-freitas-no-carrefour/ 
 
https://congressoemfoco.uol.com.br/seguranca-publica/assassinato-de-homem-negro-por-segurancas-do-carrefour-choca-politicos/
https://congressoemfoco.uol.com.br/seguranca-publica/assassinato-de-homem-negro-por-segurancas-do-carrefour-choca-politicos/
https://congressoemfoco.uol.com.br/seguranca-publica/assassinato-de-homem-negro-por-segurancas-do-carrefour-choca-politicos/
https://congressoemfoco.uol.com.br/seguranca-publica/assassinato-de-homem-negro-por-segurancas-do-carrefour-choca-politicos/
https://blogs.correiobraziliense.com.br/primeirainfancia/2019/03/17/trabalho-e-escravidao-infantil-sao-grandes-problemas-em
https://blogs.correiobraziliense.com.br/primeirainfancia/2019/03/17/trabalho-e-escravidao-infantil-sao-grandes-problemas-em
https://blogs.correiobraziliense.com.br/primeirainfancia/2019/03/17/trabalho-e-escravidao-infantil-sao-grandes-problemas-em
https://blogs.correiobraziliense.com.br/primeirainfancia/2019/03/17/trabalho-e-escravidao-infantil-sao-grandes-problemas-em
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https://congressoemfoco.uol.com.br/video/a-integra-do-video-da-agressao-contra-joao-alberto-silveira-freitas-no-carrefour/
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ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
37 
 
e um policial militar temporário, foram levados à delegacia e, lá, permaneceram em 
silêncio. O Carrefour decidiu romper o contrato com a empresa de segurança. 
No Artigo XI: “toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser 
presumidamente inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo 
com a lei, em julgamento público, no qual lhe tenham sido asseguradas todas as 
garantias necessárias à sua defesa; já esta parte refere-se às pessoas que são 
julgadas a pena de morte. 
 
Vale salientar que o comportamento humano evolui a passos lentos para a 
verdadeira concretização dos Direitos Humanos. 
• Direitos Humanos 
Muitos estudiosos acreditam que os direitos humanos são originados do Direito 
Natural. Eles justificam a origem por compreenderem que as normas são associadas 
ao sistema jurídico. O jus naturalismo é estabelecido por dois princípios, sendo: os 
primeiros estabelecem as virtudes pessoais são absolutamente válidas pelos 
princípios que constatam a justiça das Instituições. O segundo princípio, o sistema 
normativo não será qualificado como direito se não estabelecer o respeito pelo 
anterior. Já alguns positivistas não aceitam estas opiniões, acreditando que não 
existem princípios ideais e absolutamente válidos; segundo eles são relativos à 
circunstância e à época. 
Na tese de Nino (1996), a definição de 
direitos humanos está ligada à concepção de 
moralidade. E os princípios morais têm sua 
concretização condicionada à aceitação dos 
princípios em que afloram a moral crítica. Segundo 
o autor, os indivíduos devem valorizar a conduta. A 
relevância dos direitos humanos são as ações e 
decisões frentes às questões a serem decididas 
que precisam de moralidade social e de justiça. 
Nino (1996) entende que alguns casos não podem ser legitimados positivados. 
Pois, o autor aponta o reconhecimento consensual perante a ordem jurídica, com 
princípios em valores morais para realmente almejar o respeito aos direitos humanos. 
Fonte https://bit.ly/37dckWe 
 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
38 
 
 
 
11. CONSTRUÇÃO ÉTICA – REFLEXÃO 
Para Nino (1996), um dos fatores que provocam o conceito moral abstrato do 
conceito moral é a desconfiguração da diferença entre moral positiva (moral social) e 
moral ideal (moral crítica). A moral positiva, na designação do autor é “o produto da 
formulação e da aceitação de juízos com os quais se pretende alcançar princípios de 
uma moral ideal”. 
 
Fonte https://bit.ly/36aXroh 
No entanto, as regras da moral positiva abrangem os discursos que estão 
ligados ao juízo, ou seja, são os princípios que regem a moral ideal, e não a moral 
social. Quando referimos ao juízo, trata-se da discriminação dos fatos de uma moral 
positiva, que não conseguem expressar as devidas razões para justificar uma 
determinada ação. 
No entendimento do autor, a moral ideal justifica os fatos e as decisões que 
foram tomadas. A distinção da moral positiva e da moral ideal é a concretização e 
aceitação social. 
Percebemos que é errôneo a ideia de distorcer a separação da moral ideal e 
da moral social. Neste sentido, a apropriação adequada da moral na sociedade pode 
elencar positivamente as condições que as teorias devem prevalecer para serem 
consideradas concretas. 
Para facilitar e evitar os conflitos que acontecem, a moral utiliza-se de dois 
pontos: o primeiro seria das sanções informais, isto é, é instituída diante do não 
cumprimento das regras não aceitas, atua muito parecida com o direito, ao invés de 
impor algumas condutas. Já o segundoponto é o discurso moral, pois se trata de uma 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
39 
 
técnica argumentativa objetivando a mudança de algumas condutas. Para Nino (1996) 
o discurso moral é regido por regras e se não for submisso a elas, a crença seria uma 
grande aliada para a convergência de condutas, assim, o final seria aleatório. É 
importante ressaltar que o discurso da moral se desliga da autonomia da vontade. 
“No discurso moral estão excluídos argumentos, formas de persuasão ou 
técnicas de motivação baseados na obediência dogmática a certas 
autoridades – humanas ou divinas – recurso a ameaças de danos ou a ofertas 
de benefícios, o engano, o condicionamento através da propaganda” (Nino, 
1996, p.109.). 
 
O discurso é um meio diferente de atingir um objetivo da aceitação das bases 
da conduta. Nino explana os pareceres propondo uma definição breve de um juízo 
formulado vinculada da prática e de um discurso moral: 
“Um juízo que expresse o fazer X, como moral, pode ser analisado como um 
juízo que aconselha a ação X, que ela é exigida, em certas circunstâncias 
definidas por propriedades fáticas de índole genérica, por um princípio público 
que seria aceito como justificativa última e universal de ações por qualquer 
pessoa que for plenamente racional, um juízo absolutamente imparcial e 
conhecedor de todos os fatos relevantes” (Nino 1996, p. 117). 
 
O autor aponta as condições que devem ser seguidas para que o juízo seja 
verdadeiro. Desta forma, evidenciamos o construtivismo ético que apresenta a moral 
como uma manufatura do ser humano, algo especificamente ligado às ações do 
homem. Percebemos, assim, que a prática do discurso moral possui uma relevância 
epistemológica. 
 • Os Princípios Da Conduta 
As bases da conduta afloram sob uma parte do grupo de direitos singulares 
humanos. Por sua vez, apontaremos três bases importantes: o princípio da dignidade 
humana, o princípio da inviolabilidade, o princípio da autonomia. Tais princípios 
consideramos assim, as bases de uma concepção liberal. 
Para justificar esta fundamentação Rawls, (1971) apud Nino (1996) aponta o 
equilíbrio reflexivo amplo. No campo da Filosofia tenta encontrar um equilíbrio entre 
os princípios gerais e convicções intuitivas, pois não satisfazem as convicções mais 
firmes e esquece aquelas que não podem ser efetivas por bases plausíveis. Segue 
abaixo um mapa conceitual sobre a esta fundamentação de Raws. 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
40 
 
 
Fonte https://bit.ly/2HDQlPw 
Os direitos são importantes para efetivação dos planos de vida que o sujeito 
possa vir almejar. Portanto, os princípios podem ser considerados imprecisos, a fim 
de inferir nos direitos individuais básicos. Desta forma, trata-se da inviolabilidade da 
pessoa, no sentido dos bens, a fim de prejudicar o benefício de outra pessoa ou de 
uma sociedade. Faz-se necessário citar alguns bens para melhor entendimento: 
 Manutenção da vida consciente, ou seja, concretização dos projetos de 
vida; 
 Integridade e proteção corporal e psíquica; 
 Desenvolvimento das capacidades intelectuais através da educação. 
https://bit.ly/2HDQlPw
https://bit.ly/2HDQlPw
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
41 
 
O princípio da autonomia objetiva na amplitude da liberdade de expressão das 
ideias científicas, religiosas e políticas, concretizando como um bem, a liberdade do 
ser humano projetar o desenvolvimento da sua própria vida. Outro ponto importante é 
associar a liberdade para trabalhar e alguns períodos para descansar e por seguinte, 
a autorrealização. 
Em seguida, vamos delimitar alguns princípios: 
• O Princípio Da Inviolabilidade Do Indivíduo 
O que assegura este princípio é relacionado ao titular de direito, no entanto, às 
pessoas que relacionam com o titular de direito impede alguma ação do titular de 
direito. Ao que se referem aos direitos neste caso, são atos lesivos e noviços de 
terceiros. 
Para entendermos este princípio, trata-se do princípio da inviolabilidade da 
pessoa. Nino (1996, p. 239) aponta como uma restrição: “impor aos homens, contra 
sua vontade, sacrifícios e privações que não conduzem ao seu próprio benefício”. 
No entanto, percebemos que existe uma imparcialidade dos fatos relacionados 
dos princípios da inviolabilidade, no campo da moral. 
O princípio da inviolabilidade da pessoa, portanto, tem a função de qualificar e 
delimitar o princípio da autossuficiência, principalmente quando a ação for prejudicar 
outrem. 
• Princípios Da Autonomia Do Indivíduo 
Segundo nossos estudos de direitos humanos, sua concretização leva ao 
liberalismo. Para isto, há uma grande diversidade na lista de liberdades para 
realização destas ações. Este princípio da autonomia impede a interferência de 
qualquer atividade que prejudique a esfera de outra pessoa. 
Para melhor entendimento faz-se necessário definir o princípio da autonomia 
do sujeito: 
Prescreve que sendo valiosa a livre eleição individual dos planos de vida e 
a adoção de ideais de excelência humana, o Estado (e os demais 
indivíduos) não deve interferir nessa eleição ou adoção, limitando-se a 
planejar instituições que facilitem a consecução individual dos planos de 
vida e a satisfação dos ideais de virtude que cada um sustenta e a impedir 
a interferência mútua no curso de tal consecução”, conforme (Nino, 1996, 
pág. 205). 
 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
42 
 
Este princípio baseia-se na imprevisibilidade, o mesmo permite compreender 
que alguns destes direitos são delimitados pelo princípio da inviolabilidade da pessoa, 
a ponto de defender os bens à medida que pode vir a impedir o benefício de outrem. 
Vale ressaltar que este bem refere-se à aquisição dos planos de vida que o 
sujeito possa vir a almejar. 
O bem mais comum é no campo da autonomia é “a liberdade de realizar 
qualquer conduta que não prejudique a terceiros”. Já os outros bens são como 
instrumentos deste bem. Um primeiro desses instrumentos seria a manutenção da 
vida consciente segundo Nino (1996, p. 223). 
O princípio da autonomia define-se a uma amplitude de expressão de ideias e 
de atitudes, políticas, científicas, artísticas, religiosas etc. 
 
 • O Princípio Da Dignidade Do Indivíduo 
Segundo Nino (1996, p. 287) a base 
deste princípio “prescreve que os homens 
devam ser tratados segundo suas decisões, 
intenções ou manifestações de 
consentimento”. Segundo o autor, as 
instituições devem respeitar qualquer 
decisão dos homens, independente de etnia, classe social ou cor da pele e afirma a 
ilegitimidade das medidas que querem diferenciar uns homens dos outros. 
O autor afirma que o ser humano deve agir de forma que assuma suas decisões 
ao ponto de assumir também as consequências de suas ações. Faz parte do ciclo da 
vida. Assim, o homem deve ser integrante do seu plano de vida, o mesmo deve 
manter-se nas consequências de sua própria vontade, sem prejudicar os princípios 
dos outros. Com isto, percebemos que as dignidades das pessoas são inferidas a 
partir das regras descritas da moral. 
Este princípio que estudamos serve para admitirmos que a vontade do ser 
humano é muito importante, independente dos fatores ou consequências que podem 
causar para o sujeito ao planejar seu curso de vida. 
Fonte https://bit.ly/33muKme 
ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
 
43 
 
Já na visão de Pereira (2002), a respeito do princípio da dignidade do indivíduo, 
não possui nenhuma correlação com o conceito de dignidade da pessoa segundo 
nosso Direito Constitucional. 
Segundo a Constituição Federal Brasileira de1998, institui: 
Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de 
Direito e tem como fundamentos: 
- a soberania; 
- a cidadania; 
- a dignidade da pessoa humana; 
- os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
- o pluralismo político (CF/88) (Grifos Nossos).

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