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Guia Básico de Orientação Profissional 
Vinicius Oliveira 
 
 
 
 
Este livro digital foi produzido no ano de 2019 e revisado no ano de 2020 por 
Vinicius dos Santos Oliveira, portanto todos os direitos da obra estão 
reservados ao autor. 
 
 
 
Se utilize, aproveite deste material. Caso goste, me conte. Entre em contato 
pelas redes sociais ou pelo e-mail. Será uma enorme satisfação receber 
seus comentários e críticas construtivas. 
 
Sobre o Professor 
 
Psicólogo formado pela Universidade do Oeste Paulista – Unoeste, 
Vinicius dos Santos Oliveira é Mestre em Educação pela Unesp e 
Doutorando 
em Psicologia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Pesquisa e 
orienta pesquisas no campo da orientação profissional e de carreira. 
Hoje atua como Professor Universitário em diversos cursos de 
graduação e pós-graduação ministrando disciplinas relacionadas a 
Psicologia, Educação, Desenvolvimento Humano e de Carreira. 
Tem experiência no ramo da orientação profissional como orientador 
clínico, escolar, professor e supervisor de estágio na área. 
É escritor do livro “Qual é a chave para o mundo adulto: um bate 
papo sobre responsabilidades, estudos, trabalho e carreira” publicado 
pela editora autografia no ano de 2019. 
 
Receba mais conteúdos do professor Vinícius pelas Redes Sociais 
 
@viniciusoliveiraprof 
 
youtube.com/violiveirapp 
 
 Partilhar a Psicologia 
 
 
 
 
 
https://www.instagram.com/viniciusoliveiraprof/
https://www.youtube.com/user/violiveirapp/videos
https://t.me/partilharapsicologia
SUMÁRIO 
PARTE UM - DEFINIÇÕES ............................................................ 9 
O que é Orientação Profissional? ......................................................... 9 
O que é escolha profissional? ............................................................ 11 
Qual o papel do orientador? ............................................................... 12 
Qual o papel do orientando? ............................................................... 14 
O processo de orientação profissional é mais amplo que parece ... 14 
QUAIS AS TAREFAS A SEREM CUMPRIDAS DURANTE O PROCESSO? 15 
PARTE DOIS - A ESTRUTURA DO PROCESSO ..........................24 
COMO DEVE SER A ESTRUTURA DAS SESSÕES? ...................24 
Como estruturar o processo de orientação profissional? ............... 25 
Relação entre as tarefas ...................................................................... 26 
Modelo de preparação e síntese ..................................................... 32 
A importância da primeira sessão .................................................. 33 
PARTE TRÊS – INSTRUMENTOS E TÉCNICAS ..........................38 
Quais instrumentos de avaliação psicológica eu posso usar em processos de 
orientação profissional?..............................................................38 
Quais técnicas e dinâmicas eu posso utilizar durante o processo de orientação 
profissional? ................................................................................45 
Orientação profissional sem uso de testes funciona?...............46 
Advertência sobre o uso dos testes ................................................... 48 
Meus últimos processos de orientação profissional .................52 
Organização das atividades ................................................................ 53 
REFLEXÕES FINAIS: EM BUSCA DE AMPLIAÇÃO ....................56 
BÔNUS .........................................................................................60 
GUIA PARA REFLETIR SOBRE A ESCOLHA PROFISSIONAL ...60 
 
PREFÁCIO 
 
Orientação profissional e de carreira está longe de ser um processo 
linear baseado em uma escolha definitiva para a vida, mas compreende o 
movimento dialético da existência humana em uma sociedade que faz do 
trabalho assalariado sua atividade proeminente. Diferentemente da 
psicoterapia, a orientação profissional e de carreira não tem como alvo o 
sofrimento psicológico, mas também não o pretere, visto que, tomar uma 
decisão acerca da vida envolve dúvidas, crises existenciais e 
autoconhecimento. 
 O estudante e o profissional de psicologia entram em contato com 
essa disciplina pouco tempo para realmente se habituar a um processo de 
escolha profissional, e muitas vezes ainda fica atido a carreira e profissão 
como vocação, ou algo para “vida inteira”. O professor Vinícius traz aqui 
neste livro um subsídio teórico-prático baseado em sua atuação e docência 
de grande importância para que possa orientar você em seus atendimentos. 
 Este livro traz à tona o conceito de orientação profissional e de 
carreira e busca a partir das acepções da psicologia histórico-cultural, propor 
uma concepção generalista de atendimentos, já que essa era a proposta 
inicial dos percursores da abordagem acima referida: conceber uma 
psicologia geral, com um método específico, contudo, este é conteúdo que 
se adequa a você, independentemente de sua abordagem teórica. Fica 
muito evidente o papel do orientador e do orientando neste livro e traz 
subsídios práticos para que sua atuação seja eficiente. 
 O livro é de um rico conteúdo e agrega muito àquilo que você se 
propõe enquanto profissional da psicologia, e pode facilmente ser aquele 
livro de cabeceira da sua clínica, aquele manual que não pode faltar no seu 
planejamento de um atendimento de orientação profissional e de carreira, 
para ser lido, relido e voltar-se a ele quantas vezes forem necessárias. 
Vinícius Branquinho 
Uma breve apresentação 
 
Gostaria de iniciar este trabalho alertando os leitores de que meu 
objetivo principal não é explanar e aprofundar nos conceitos teóricos que 
serão apresentados. Tal aprofundamento será feito em uma próxima 
oportunidade. 
Aqui eu gostaria de apresentar a vocês minha forma de trabalho em 
orientação profissional, que ajudará, os orientadores iniciantes na área, pois 
é uma estrutura que dá base para que o próprio orientador elabore seu plano 
de trabalho. 
Neste livro o maior foco está na orientação para a primeira escolha 
ou reorientação profissional. Ou seja, auxílio a pessoas que estão em vias 
de escolher ou mudar de profissão/curso. Por isso, seja você um profissional 
formado ou em processo de formação, mas que deseja empreender na área 
ou se atualizar, acredito que poderei te ajudar a dar os primeiros passos, ou 
te oferecer novos subsídios. 
Minha história com a orientação profissional começou por volta do 
terceiro ano da faculdade de psicologia por meio de um estágio curricular. 
Logo em seguida, no mesmo ano de 2013, iniciei um projeto de extensão 
com objetivo de realizar informação e orientação profissional para alunos de 
escola pública por meio de workshops de orientação e informação 
profissional. 
Atualmente sou professor da disciplina de orientação profissional e 
supervisor de estágio na mesma área. Também oriento pesquisas com 
temas afins, quais sejam: orientação profissional na escola, imaginação e 
escolha profissional, desenvolvimento de carreira de psicólogos. 
Quanto à minha prática clínica em orientação profissional e de 
carreira, atendo na clínica desde o ano de 2015. Iniciei meus atendimentos 
com base em um modelo desenvolvimentista apresentado no estágio da 
faculdade. Com o tempo, eu fui percebendo que ainda faltavam coisas e 
comecei a buscar nas teorias, aportes para minha prática. 
Durante o início de minha prática clínica me vi muitas vezes buscando 
e não encontrando, modelos ou formatos de atendimento ou pelo menos 
referenciais que apontassem um caminho para, pelo menos no início da 
carreira, seguir em minha prática clínica em orientação profissional e de 
carreira. Por isso, diversas vezes me deparei atendendo sem teorizar ou 
buscar suporte teóricos em uma abordagem psicológica. Simplesmente 
suprindo a necessidade da demanda. Isso também é reflexo da faltade 
consenso teórico conceitual da própria área de atuação. 
Poucos profissionais conseguem se aprofundar na orientação 
profissional fora do meio acadêmico, de pesquisa ou de clínica-escola. Por 
isso, tenho recebido algumas solicitações de supervisão e algumas vezes 
os profissionais, por inocência me contatam dizendo assim: “você tem 
algum teste vocacional para me emprestar?”; ou “o que eu faço com 
um paciente que está em dúvida sobre a vocação?”; ou “me manda 
alguma técnica de orientação vocacional?”. 
Por esses e muitos outros motivos, eu me propus a escrever esse 
livro com foco em profissionais que estão iniciando a carreira em orientação 
profissional, que atuam em outras áreas, mas gostam de orientação 
profissional ou ainda que queiram rever o trabalho que estão fazendo. 
 
PARTE UM - DEFINIÇÕES 
O que é Orientação Profissional? 
Para conceituar a prática em Orientação Profissional e de Carreira é 
necessário, antes, alertar o leitor que as teorias e abordagens que discutem 
o processo de escolha profissional devem ser tidas como base da atuação, 
porque a prática do orientador deve estar fundamentada em uma teoria da 
escolha profissional. 
Vale ressaltar que o que deve guiar a prática profissional em 
orientação profissional e de carreira é a aderência teórica em relação à 
abordagem e visão de mundo adotada pelo orientador em relação ao 
processo de escolha – assunto que será tratado no próximo tópico deste 
livro. 
A proposta de definição, aqui defendida é uma proposta generalista, 
aplicável a todas as práticas em orientação profissional e de carreira. 
Generalista não significa eclética e que aceita tudo. Generalista significa um 
modelo básico, que aponta caminhos estruturais para o processo. Não tem 
a ver com abordagem ou coisa assim. Tal proposta surge a exemplo da 
definição de aconselhamento feita por Patterson no livro “O Processo de 
Aconselhamento” em que ele define o aconselhamento como generalista. 
É importante, ainda, esclarecer o motivo e a necessidade de se definir 
um conceito de Orientação Profissional e de Carreira. Conceito significa uma 
síntese de conhecimentos sobre determinado objeto ou fenômeno. Conceito 
é concebido ainda, como imagem ou reflexo da realidade objetiva no 
pensamento. Por isso, os conceitos abstratos são os mediadores do 
processo de apropriação pelo pensamento, da realidade concreta e 
multideterminada. Os conceitos científicos são frutos do que a ciência 
validou, eles correspondem às leis práticas e objetivas descobertas ao longo 
do processo histórico e social construído pela humanidade (Martins, 2013; 
Anjos, 2013). 
Por isso, um conceito carrega consigo as sistematizações feitas pela 
ciência. No caso deste estudo, o conceito de Orientação Profissional e de 
Carreira deve sistematizar uma síntese de conhecimentos sobre a atuação 
na área, visando guiar as práticas futuras. 
Os conceitos se estruturam no processo de desenvolvimento histórico 
da humanidade e das diferentes sociedades. Podem ser assimilados 
durante o processo de desenvolvimento humano e tal assimilação se institui 
pela aquisição da experiência acumulada por gerações anteriores. Portanto, 
os conhecimentos historicamente produzidos e são disponibilizados por 
meio de produções cientificas as quais possibilitam que as demais gerações 
se apropriem das objetivações humanas (Anjos, 2013). 
Desta feita, pode-se afirmar então que o termo Orientação 
Profissional e de Carreira apresenta-se como o mais amplo conceito visto 
até os dias de hoje na literatura da área. Neste conceito podemos englobar 
todos os outros acima citados, como por exemplo, Orientação 
Vocacional, Orientação Profissional, Aconselhamento de Carreira, 
Educação para a Carreira. 
Além, disso possibilita a atuação com base nos demais construtos de 
Plano de Ação, Projeto de Vida, Carreira, Desenvolvimento de Carreira, 
Construção de Carreira, entre outros. Além de expressar uma necessidade 
de compreensão de todo o processo de desenvolvimento da Escolha 
Profissional. Fatos estes que abrem muitos campos para pesquisa a partir 
deste estudo. 
“Orientação Profissional e de Carreira como uma a grande área que 
contempla todos os demais campos de atuação” 
A Orientação Profissional e de Carreira pode ser definida como um 
processo que auxilia as pessoas na escolha, planejamento, 
desenvolvimento, manutenção, mudanças e aposentadoria dos contextos 
profissionais e de carreira, levando em conta todas as áreas da vida do 
orientando, podendo ser realizada de maneira individual ou grupal, nos mais 
variados campos de atuação profissional, possibilitando ao orientando 
instrumentos para reflexões e ações efetivas no mundo do trabalho. 
A tentativa deste item foi unificar as diversas possibilidades de 
atuação supramencionadas, visando apenas iniciar uma busca de consenso 
no que se refere ao uso do termo Orientação Profissional de Carreira. 
É preciso ressaltar que, cabe num segundo momento, a 
problematização e conceituação de escolha, planejamento, 
desenvolvimento, manutenção, mudanças, aposentadoria. Além de mundo 
do trabalho e campos de atuação em Orientação Profissional e de Carreira. 
 
O que é escolha profissional? 
 
A Escolha Profissional é definida pela teoria desenvolvimentista em 
orientação profissional e de carreira como um processo que se inicia no final 
da infância e dura até o final da vida adulta. Ao longo da nossa vida 
passamos por situações às quais atribuímos sentidos às atividades 
profissionais e podemos ou não querer exercê-las ou não. 
Com a necessidade de se inserir no mundo do trabalho, o orientando 
começa um processo de busca de informações e de outros aspectos da 
profissão logo tornam-se parte de seus interesses pessoais levando-o a 
atribuir um sentido à dada profissão. Tal sentido pode, ou não, levá-lo a 
escolher. 
Esse é apenas um aspecto relevante para se discutir escolha 
profissional abrindo caminho para estudos e comprovações científicas de 
tais proposições. Quem sabe assunto para um novo livro. Outros variados 
conceitos delimitados pela teoria em questão devem entrar em cena. 
Como o foco deste livro está em auxiliar os orientadores profissionais 
e de carreira na organização e estruturação de seus processos de trabalho, 
na próxima parte focarei em aspectos práticos, levantados a partir de minha 
prática como orientador na clínica, na docência, supervisões e em 
pesquisas. 
 
Qual o papel do orientador? 
 
Este livro traz um ponto de partida, para que você, como um novo 
orientador ou em processo de atualização de sua prática, possa automatizar 
os procedimentos, bem como a técnica e a prática em orientação 
profissional. Basear-se em um modelo para aprender como fazer e depois 
adquirir liberdade em suas ações. 
Assim como na música, o músico precisa automatizar alguns 
movimentos e precisa de uma base teórica que são as escalas e as notas 
musicais, nós orientadores precisamos de uma teoria, de um repertório de 
materiais, métodos, técnicas e teorias que nos possibilitem o improviso, que 
nos possibilitem olhar um passo à frente da necessidade apresentada na 
fala dos nossos orientandos. 
Assim como maestro dá o tom para a banda para a orquestra 
improvisar, cada fala do orientando é uma nova possibilidade de atuação, 
de aplicação de técnicas e procedimentos diferentes. Quando uma banda 
vai improvisar ela precisa ter claro de onde ela saiu e onde ela quer chegar. 
Neste caso, a primeira fala do orientando é que vai dar o tom para os nossos 
próximos passos. Está aí a importância da primeira entrevista e do rapport 
em cada sessão. Um repertório, uma pasta com técnicas variadas é de 
extrema importância. 
Não é possível alcançar tal espontaneidade e liberdade sem antes 
apropriação mínima dos conceitos teóricos e práticos das teorias 
psicológicas e de orientação profissional. Saviani (2015, p. 290) afirma que 
o “automatismoé condição da liberdade e que não é possível ser criativo 
sem dominar determinados mecanismos”. 
Outros exemplos de necessidade de automatização para a liberdade 
de ação, podemos utilizar os atos de dirigir e cozinhar, que nós precisamos 
automatizar alguns movimentos, conceitos, técnicas para que a criatividade 
ou imaginação possa fluir. 
Eu quero muito que esta estrutura seja somente um guia para seus 
primeiros atendimentos e que depois, motivado pela prática, busque na 
teoria novidades e conceitos que possam auxiliar, de fato, as pessoas com 
seu próprio jeito de trabalhar focado na pessoa que você está atendendo, 
montando novas estruturas a cada orientando. 
Essa estrutura que eu apresento não é uma forma única de trabalho, 
reitero que é simplesmente o ponto de partida para que você consiga iniciar 
o seu trabalho, pois, cada orientando vai requerer um modelo novo, único e 
intransferível de atuação. 
Vale ressaltar a importância da criatividade ou imaginação do 
orientador no processo de trabalho em orientação profissional e de carreira. 
A imaginação ou criatividade é desenvolvida por meio da apropriação de 
conhecimentos transmitidos historicamente, que para serem adquiridos é 
necessário a mediação dos indivíduos que são mais desenvolvidos. 
A imaginação criativa não surge em nossa cabeça “do nada”, ela é 
resultado das apropriações culturais. Vigotski considera a imaginação a 
função mais desenvolvida e complexa do ser humano e que necessita da 
mediação do conhecimento para ser desenvolvida. Em nosso caso, precisa 
da mediação dos conhecimentos sobre orientação profissional. 
Portanto, os processos criativos do orientador, assim como do 
orientando se darão por meio da reflexão, busca por referências, por meio 
de um modo de pensamento que chamamos de conceitual. Para isso, é 
preciso apropriação de conceitos, modelos, referenciais, ou seja, de estudo 
e muito trabalho. Isso porque cada orientando nos exigirá novidade, 
criatividade, imaginação e novos e inéditas estruturas de atendimento. 
 
Qual o papel do orientando? 
 
O orientando, numa perspectiva desenvolvimentista de carreira deve 
ter um papel ativo. A escolha deve ser feita por ele. Neste caso, não cabe a 
nós orientadores definirmos a escolha ou qualquer decisão durante o 
processo. Podemos e devemos guiar o processo de escolha dele. Portanto, 
o papel do orientando é o de escolher, tomar decisões e implementar a 
escolha. Fazer parte ativa do processo de orientação profissional. Vale 
ressaltar que ele deve ser avisado disso, pois quem tem tal conhecimento é 
o profissional e não o cliente. 
 
O processo de orientação profissional é mais amplo que parece 
 
Cada vez mais eu tenho percebido que a Orientação Profissional e de 
Carreira é um processo muito mais amplo do que parece. O trabalho de 
orientação não pode se resumir a aplicação de técnicas e instrumentos. Não 
pode se resumir a ajudar o orientando a escolher uma profissão e ponto final. 
É preciso ir além. É necessário, junto com o orientando, problematizar a 
escolha. Possibilitar momentos de reflexão e insights. 
Nosso trabalho diz respeito a vidas e não simplesmente à escolha de 
uma profissão. Nosso trabalho diz respeito à família atual e àquela a ser 
constituída pelo orientando. Diz respeito à felicidade, satisfação, alegria e 
qualidade de vida. 
Nosso trabalho é muito sério. Quando nós sonhamos em mudar o 
mundo e ajudamos uma pessoa a ser mais consciente e feliz em suas 
escolhas, os efeitos disso podem gerar melhorias na vida de muito mais 
pessoas do que só na vida do nosso orientando. É possível promover saúde 
quando se previne o adoecimento pela insatisfação no trabalho. 
Nós temos um papel muito importante. Precisamos estudar, 
precisamos entender que a orientação profissional e de carreira é muito mais 
que ajudar a escolher entre uma ou outra opção. Vejamos muitas de nossas 
histórias pessoais. Por vezes passamos por momentos em nossas vidas em 
que precisamos exercer alguma atividade profissional em que não a 
exercemos com muito apreço. Eu mesmo passei por algumas situações 
como bancário, secretário, auxiliar e até mesmo como psicólogo em que eu 
não me via muito bem. Me sentia insatisfeito com a profissão. A insatisfação 
sempre respinga nas pessoas mais próximas e na saúde. 
Temos que ter essa clareza, antes de qualquer coisa. Somos 
profissionais que ajudamos as pessoas a escolherem, se estabelecerem e 
se manterem nas profissões de maneira saudável, o que irá influir muito e 
em muitas vidas. 
QUAIS AS TAREFAS A SEREM CUMPRIDAS DURANTE O 
PROCESSO? 
A escolha de uma profissão é uma necessidade social. Essa 
necessidade é suprida por meio de algumas atividades ou tarefas. Tais 
atividades são resolvidas por meio de ações, que por sua vez é composta 
de operações. Vamos a um exemplo mais claro. 
Os orientandos chegam a clínica com a necessidade de escolher uma 
profissão, mas não têm consciência de como conseguir suprir tal 
necessidade. Nós, como orientadores temos o papel de promover e 
oportunizar atividades e ações que possam ajudá-los nesse processo. 
Tenho defendido que são pelo menos seis as tarefas a serem cumpridas 
num processo de orientação profissional. 
As tarefas são de Compreensão e Problematização; 
Instrumentalização e Informação; Decisão e Implementação. Tratarei 
tarefa e atividade como sinônimos a partir deste momento, pois, elas 
expressam os objetivos a serem atingidos pelo processo de orientação. 
O processo é dialético porque não tem uma norma (padrão). Durante 
a tarefa de compreensão há problematização, que por sua vez dá suporte 
para a entrada na informação que, também, precisa ser problematizada e 
assim por diante. Já no início podem ser tomadas pequenas decisões, como, 
por exemplo, decidir por uma área de interesse em detrimento de outras. 
Também a implementação de um plano de ação para a busca de 
informações, sejam de cunho pessoal ou social. 
Percebam que cada atividade citada acima e que será descrita 
abaixo, estão interligadas e são interdependentes. Vejamos a seguir uma 
descrição de cada uma delas. A separação é meramente didática e prática, 
pois, você verá mais adiante, que olhar o todo, por meio de sínteses, te 
ajudará a avaliar com seu orientando o que foi atingido e o que precisa ser 
desenvolvido ainda. 
Vale ressaltar que as atividades mencionadas seguem a estrutura da 
atividade citada no item anterior, ou seja, cada atividade ou tarefa é 
composta por ações e operações visando alcançar um objetivo, satisfazer 
uma necessidade. Vejamos a seguir, na prática, o que eu estou querendo 
dizer. 
Compreensão e Problematização 
O momento do autoconhecimento é destinado para o orientando se 
conhecer e que o orientador conheça o orientando, por isso as técnicas 
utilizadas mantêm o foco do trabalho sempre nas tarefas de compreensão e 
problematização. Em geral, a entrevista inicial pode durar mais de uma 
sessão e visa compreender o máximo possível sobre a história de vida da 
pessoa. A entrevista pode transcorrer durante toda a primeira etapa. Esta 
etapa pode ser mediada por técnicas e instrumentos de avaliação 
psicológica. 
Frente a isso, alguns pontos a serem trabalhados na etapa inicial são: 
- Histórico de vida pessoal; - Histórico de vida familiar e de pessoas que 
moram na mesma casa; - Profissão dos familiares; - Profissão dos amigos e 
amigos da família; - Profissões que acha importante na sociedade (pedir 
para citar o motivo); - Todas as profissões que já pensou em escolher desde 
a infância; - Influência e Interferência dos pais e familiares; - Influência e 
interferência dos amigos; - Vida escolar: professores importantes e 
influenciadores; - Acha que alguma matéria escolar tem relação com a 
possibilidade de escolha profissional?; - Como se imagina daqui a 5 ou 10 
anos; - Medos, ansiedades e angustias relacionadas a escolha profissional;- O que conhece sobre a profissão ou profissões que já pensou em escolher; 
- Em qual ou quais faculdades, universidades ou instituições pensou em 
estudar; - Se a profissão de interesse não exige curso superior, como 
pensou em se formar e se especializar. 
Preciso alertar que em alguns casos, somente pela entrevista inicial, 
nós conseguimos delimitar junto com o orientando, a área de preferência e 
resolver com ele qual ou quais possibilidades de escolha. Por isso, alguns 
dos meus processos tiveram apenas duração de três encontros enquanto 
outros passaram de dez. 
Os tópicos da entrevista não necessariamente precisam ser feitos em 
forma de questionário, pode ser desenvolvido por meio de diálogo e de 
maneira desestruturada, e não precisa seguir ponto a ponto quando se 
consegue chegar a tais respostas somente por meio de um diálogo. É 
importante ao final, quando for elaborar o relatório da sessão, que o 
orientador confira se atingiu todos os itens. 
Talvez você esteja se perguntando se com essa quantidade de 
tópicos é possível realizar a entrevista inicial em uma ou duas sessões. Em 
minha experiência, tenho percebido que muitos adolescentes têm 
dificuldade de falar sobre tudo isso. Cada atividade é seguida de reflexão e 
diálogo sobre os resultados. Numa tarefa dessas, uma orientanda teve muita 
dificuldade em definir coisas que gosta e faz em seu dia a dia, dando 
abertura para uma conversa mais aprofundada sobre autoconhecimento e a 
relação das tarefas do dia com a vida profissional. 
Muitas vezes os orientandos sabem dizer o que gostam, sabem 
definir metas e objetivos, mas não conseguem articular com a vida 
profissional, não conseguem ir além das aparências. O que eu faço é 
questionar e conversar sobre coisas que eles sabem mais a fundo como, por 
exemplo: jogos, internet, seriados e ir conduzindo a conversa para o campo 
da escolha profissional. 
Cabe a nós, como profissionais, perceber o quanto os orientandos 
precisam de atividades, ações e operações no sentido de compreender para 
problematizar a escolha profissional. Alguns casos, pessoas com 
determinadas experiências tem mais facilidade de se descrever, articular 
sua história de vida com a escolha profissional enquanto outras possuem 
grandes dificuldades. Deve-se a isso o fato de alguns processos durarem 
três, seis ou dez sessões. 
Em síntese, as tarefas de compreensão e problematização ocorrem 
o tempo todo durante o processo. Para alcançar a resolução delas, sempre 
é preciso um conjunto de ações e operações. Como ações podemos 
classificar as técnicas, procedimentos e instrumentos como entrevista, teste 
psicológico e dinâmicas. As ações são cumpridas por meio de operações, 
ou seja, respostas, textos, pesquisas etc. 
Instrumentalização e Informação 
Neste momento de informação profissional, eu trabalho com alguns 
requisitos importantes. Junto com o orientando avalio o quanto ele sabe das 
áreas pretendidas quanto ao mercado de trabalho, perfil dos profissionais, 
salário, instituições que oferecem curso, grade curricular, pessoas que 
conhece da área e demais conhecimentos necessários. 
Esse é o momento de instrumentalizar o orientando por meio de 
informações. Não devemos simplesmente pedir para que ele faça uma 
pesquisa na internet contendo tais itens e traga resultados. É preciso que 
esta pesquisa seja feita, tanto pelo orientando quanto pelo orientador. E 
muitas vezes que se chequem as informações em conjunto na sala de 
atendimento. Tem se mostrado mais eficiente o processo de busca conjunta, 
ou seja, orientando e orientador buscam informações e reúnem tais 
informações para um diálogo. 
As informações não podem ser de qualquer lugar, por isso, insisto na 
ideia de que o orientador precisa sempre verificar e indicar as fontes de 
busca do orientando. Por exemplo, as grades curriculares variam de uma 
instituição para a outra, então quando o orientando traz para a sessão a 
grade específica da universidade a qual ele se interessa, o orientador poderá 
apresentar mais uma ou duas diferentes para comparação. 
Quando a profissão pretendida não exige curso de graduação ou 
técnico podemos trabalhar a respeito de uma formação complementar, 
estágio na área. Tive uma orientanda que depois de dez anos trabalhando 
em determinada área, com formação acadêmica, gostaria de se mudar de 
área e se tornar confeiteira. Para tanto, ela já estava matriculada em um 
curso de confeitaria, mas em conversa, achamos interessante que ela 
buscasse um estágio a área. 
Da mesma maneira, reitero que tais atividades de instrumentalização 
e informação ocorrem durante todo o processo, pois, a cada momento, em 
conjunto com o orientando, estamos adquirindo instrumentos para lidar com 
as situações de escolha, com reflexões por meio das informações sobre o 
mundo do trabalho e sobre a vida do orientando. 
Decisão e Implementação 
Neste momento trabalho a respeito de projeto de vida e planejamento 
de futuro. Quando já foi tomada a decisão em relação à área ou profissão a 
ser escolhida, temos que fortalecer tal decisão e preparar a implementação 
desta decisão. Muitas vezes eu proponho ao orientando a elaboração de um 
cronograma contendo “o que”, “como”, “quando”, “onde” e “por que”, realizar 
tais ações para se chegar ao objetivo inicial. 
Um dos casos atendidos por mim, com duração de cinco sessões, a 
orientanda estava muito certa do que queria, mas não tinha muito claro o 
que fazer para implementar sua decisão. Então, a partir das questões 
citadas, nós escrevemos numa tabelia construída manualmente na sessão, 
o que ela poderia fazer a partir daquele momento. Por exemplo, o que fazer? 
Estudar para o vestibular. Como estudar? A partir das apostilas e matérias 
encontradas e tidas como essenciais para a prova. Quando e como estudar? 
Durante quatro horas por dia, iniciando pelas matérias mais importantes com 
pausas de 10 minutos de descanso e pausa de duas horas para o almoço. 
Onde estudar? A partir do material disponibilizado por um cursinho pré-
vestibular online. Por quê? Para alcançar o objetivo de ingressar na 
faculdade no ano seguinte. 
Vale ressaltar que a partir das questões acima descritas, você poderá 
montar um plano para qualquer ação a ser desenvolvida pelo orientando 
após adesão ou mesmo durante o processo. As questões não são fixas e 
nem fechadas. Devemos instrumentalizar o orientando para revisar suas 
ações e reeditá-las periodicamente. 
Muitas vezes a decisão foi tomada, mas a incerteza ainda permanece. 
Devemos analisar as condições objetivas tais como: prazos, apoio familiar e 
de amigos, saúde mental e física etc. Por vezes, essa tarefa pode durar mais 
que as outras duas, dependendo da capacidade para tomada de decisão do 
orientando. Isso porque muitos orientandos sabem o que querem, se 
imaginam no futuro profissional, mas não tem capacidade emocional de 
empreender na decisão tomada. 
A decisão e a implementação também ocorrem durante todo o 
processo. A cada atividade, a cada ação e operação, orientando e orientador 
precisam tomar pequenas decisões e realizar pequenas implementações. 
Neste caso, decidir se vai buscar informações mais aprofundadas de uma 
ou de outra profissão e implementar tal decisão. 
Em resumo... 
Até aqui pudemos observar que, as seis tarefas têm, a princípio uma 
ordem, mas que não se sustenta na maioria dos casos, organizada desta 
forma. Como eu disse o processo é dialético e ocorre contraditoriamente e 
em movimento. O que nós precisamos ter em mente é que nossos 
orientandos vêm de uma prática social, ou seja, de uma realidade concreta 
e precisam voltar para ela com maior consciência e clareza de suas 
escolhas. 
Ele deve chegar de um jeito e sair de outro. Ele chega, em geral, 
incapaz de refletir, escolher, decidir ou implementar alguma decisão e o 
nosso papel é, por meio das ditas tarefas, ajudá-los a retornarem à práticasocial, à realidade objetiva de maneira mais consciente, compreendendo um 
pouco mais a respeito de si mesmo e da vida real, do sistema social, do 
mundo do trabalho. Devem voltar para a realidade minimamente com 
capacidade reflexão sobre a escolha profissional. 
Em síntese, pode-se afirmar que todas as tarefas podem ocorrer, ao 
mesmo tempo, numa mesma sessão. Ou seja, ao mesmo tempo, em que 
estamos realizando a entrevista inicial, estamos problematizando-a, 
discutindo sobre informações, sobre a vida e o trabalho, possibilitando a 
instrumentalização, que por sua vez gera necessidades de decisão e 
implementação. 
A primeira decisão, por exemplo, que gera necessidade de 
implementação é sobre quais profissões, orientador e orientando vão buscar 
informações. Há também a implementação, ou seja, a busca, de fato, das 
informações. 
Lembro-me de uma sessão inicial em que discuti com minha 
orientanda sobre quais eram as possibilidades de escolha e ela me apontou 
cinco profissões. Como tarefa de casa, pedi para ela pesquisar sobre cada 
uma delas e ela me trouxe, na sessão seguinte, informações detalhadas de 
cada uma e ainda aumentou para sete o número de possibilidades. 
Então, ao mesmo tempo, que tomamos uma pequena decisão, 
implementamos algumas ações. Na sessão, problematizamos e 
compreendemos uma por uma das possibilidades e novas decisões foram 
sendo tomadas, como, por exemplo, descartar quatro das sete 
possibilidades. Ou seja, em duas sessões, ainda durante o processo, 
ocorreram todas as seis tarefas, com ações e operações. 
Pudemos ver com isso que o processo é dialético, mas que pelo 
menos essas seis tarefas foram necessárias para algumas escolhas. Como 
orientador, precisamos sempre olhar o todo, por isso apresentarei mais 
adiante uma tabela que te ajudará nessa visão. 
Mais adiante veremos a articulação e prática de cada tarefa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARTE DOIS - A ESTRUTURA DO PROCESSO 
COMO DEVE SER A ESTRUTURA DAS SESSÕES? 
Existe uma estrutura utilizada em orientação profissional e de carreira 
há muitos anos. Essa estrutura está organizada desde os primórdios da 
orientação profissional em três módulos ou momentos, com objetivos 
específicos a cada etapa: 
1. Momento do autoconhecimento e levantamento de interesses 
Esse momento em como objetivo auxiliar o orientando a se conhecer 
e compreender melhor seus interesses profissionais. Nesse momento é 
importante que se utilize de instrumentos e técnicas com as seguintes 
finalidades para avaliar e compreender: 
Interesses profissionais; autoeficácia para a escolha profissional; 
maturidade para a escolha profissional; personalidades vocacionais; 
autoconhecimento e conhecimento da realidade; bem como todas as 
informações sobre o orientando e seus interesses pessoais e 
profissionais. 
2. Momento da informação profissional 
Esse momento tem como objetivo buscar as informações relativas ao 
mundo do trabalho necessárias ao processo de escolha da profissão. Nesse 
momento, o essencial é que se levante as seguintes informações sobre as 
profissões possíveis de serem escolhidas: 
O que é e o que faz a profissão e os profissionais; áreas de atuação; 
mercado de trabalho; grade curricular; instituições que oferecem 
curso; salário; perfil do profissional; profissionais da área; campo de 
trabalho na região; demais informações relevantes. 
3. Momento da escolha e tomada de decisão 
Esse momento tem como objetivo auxiliar o orientando a realizar uma 
tomada de decisão consciente. Nesse momento é muito importante que se 
tenha clareza sobre os próximos passos a serem dados, por isso são 
necessárias atividades com as seguintes finalidades: 
Planejamento do futuro; reavaliação da maturidade ou autoeficácia 
adquiridas durante o processo; organização de tarefas; e retomada do 
processo relacionado com a escolha. 
Sabemos que esse modelo funciona, pois está há muitos anos em 
funcionamento e ajudando a nós profissionais. Agora, basta saber: como 
estruturar as sessões dentro de cada momento? Há um número de sessões 
para cada momento? Existem técnicas ou testes específicos? 
Essas e outras questões começarão a ser respondida no item a seguir 
deste livro. Começarei pela mais importante. 
Como estruturar o processo de orientação profissional? 
Eu preciso alertar que não há um modelo único de atendimento. Este 
que eu estou ensinando é o mais utilizado entre os orientadores atualmente, 
seja nas clínicas, escolas ou instituições. A entrevista inicial irá ditar as 
necessidades do orientando. Por vezes, nos próximos encontros temos que 
mudar a estratégia, pois surgem novas necessidades dos orientandos. Por 
isso, posteriormente a cada sessão, a cada atividade e a cada fala do 
orientando o processo isso pode se reestruturar. Repito: processo deve ser 
personalizado a cada orientando! 
Com o tempo você verá que cada orientando necessitará de uma 
nova estrutura de atendimento. O que ocorre é que o orientador precisa ter 
um repertório de atividades que podem ser utilizadas com qualquer 
orientando em qualquer situação. É nisso que esse livro poderá te ajudar. 
O repertório de atividades, técnicas e procedimentos se desenvolvem 
ao longo das nossas vivências e estudos. Porém, precisamos ter uma pasta 
contendo todos os materiais possíveis de serem aplicados e utilizados nos 
processos. 
Como articular na prática as tarefas do orientador e do orientando 
durante o processo? 
Descreverei a seguir as tarefas que devem ser cumpridas por nós 
orientadores juntamente com os nossos orientandos. São as seis tarefas 
básicas que foram descritas mais acima: compreensão, problematização, 
informação, instrumentalização, decisão e implementação. 
1. Compreensão do caso individual, das técnicas e da situação social. 
2. Problematização da escolha específica do nosso orientando e do 
contexto atual. 
3. Informações sobre o orientando e sobre as profissões. 
4. Instrumentalização sobre as profissões e autoconhecimento por parte 
do orientando. 
5. Decisões diversas ao longo o processo, inclusive a decisão pela 
profissão e a decisão pelas técnicas e instrumentos a serem utilizados. 
6. Implementação da escolha e das decisões de todos os tipos que forem 
feitas ao longo do processo. 
Relação entre as tarefas 
“Compreensão e Problematização na entrevista inicial e na história de 
vida”. Neste momento inicial do processo é importante estabelecer um 
contrato pautando questões éticas enfatizando a questão do sigilo e do 
setting, assim como em qualquer processo clínico em psicologia e 
aconselhamento. É preciso estabelecer um vínculo. 
É possível e necessária a utilização de técnicas e formas para 
estimular a comunicação por parte do orientando. A comunicação inicial 
deve ser a fala, mas para aprofundamento da demanda pode-se utilizar de 
técnicas escritas também. É de extrema importância atingir os pontos da 
entrevista, citados anteriormente. 
“Compreensão e Problematização por meio de uma linha do tempo 
dos interesses profissionais”. Neste momento, o orientando deverá apontar 
todas as profissões que pensou em exercer e dizer o motivo. É preciso 
checar a fundo os motivos, pessoas de referência em cada profissão, o que 
admira nela e o porquê. Por exemplo, se citou um tio, os pais, um amigo ou 
um desconhecido como referência em dada profissão, vale a pena averiguar 
o que ele acha de interessante na personalidade, vida pessoal e profissional 
da pessoa. 
Você pode descrever detalhadamente em seu diário de campo, o que 
o orientando sabe sobre as profissões de maior interesse, contendo: o que 
é; o que faz; como se formar; onde se formar; mercado de trabalho; perfil do 
profissional; salário; outras informações relevantes. 
Pode ser interessante dividir as profissões por categorias, por 
exemplo, agrupar todas das ciências humanas, exatas, da saúde, 
tecnologias etc. e questionaro que uma tem a ver com a outra e traçar um 
tipo de interesse comum entre todas ou a maioria. Colocar sempre em 
questão, entre duas ou mais opções, por exemplo, “entre essa e aquela qual 
você escolheria hoje? Por quê? E você se imagina fazendo isso por longos 
anos?” 
“Compreensão e Problematização por meio de instrumentos de 
avaliação psicológica”. É importante fazer uma síntese detalhada dos 
resultados dos testes e das discussões com o orientando. Neste tópico, você 
poderá citar e descrever pontos importantes do que foi discutido com o 
orientando a partir dos resultados dos testes. Considerando o construto 
avaliado e o histórico de vida do orientando, ver se o resultado era ou não 
esperado pelo orientando e os motivos. 
Também é possível realizar uma análise qualitativa dos resultados. 
Uma coisa que tenho feito é retomar os itens assinalados com maior 
pontuação e discutido um por um, pedindo para que o orientando especifique 
melhor o motivo da pontuação atribuída. 
É importante que aqui se utilize diversas atividades que promovam 
maior compreensão e dê base para a compreensão do histórico de vida, dos 
interesses e dos conhecimentos sobre a realidade. Lembrando que neste 
momento, busca-se realizar reflexões iniciais sobre a escolha profissional e 
seus motivos. 
É interessante realizar uma breve síntese, avaliando o que foi 
alcançado até o momento para se ter ideia do que precisa ainda ser feito 
para poder preparar os próximos passos. A partir de uma visão geral deste 
primeiro momento é importante analisar o processo até o momento. 
Perguntar-se a respeito das atividades e suas ações e operações. Se atingiu 
o objetivo geral de Compreender e Problematizar os interesses e o histórico 
de vida do orientando visando uma escolha coerente. 
“Instrumentalização e por meio de informações sobre a realidade 
profissional”. 
Este é o momento de buscar conhecimento sobre a realidade 
profissional. Acredito que as relações entre as informações sobre o mundo 
do trabalho e as informações sobre os interesses profissionais 
instrumentalizam e clareiam as ideias do orientado para a escolha 
profissional. 
É importante reunir o máximo de informações possíveis a partir de 
fontes fidedignas e seguras. As informações necessárias aqui são 
informações que sempre se remeterão à compreensão e problematização 
realizadas. As informações necessárias são as mesmas já questionadas 
antes, quais sejam: o que é a profissão; o que faz; como se formar; onde se 
formar; mercado de trabalho; perfil do profissional; salário; outras 
informações relevantes. É possível se utilizar de técnicas de informação 
profissional para cumprir as atividades aqui propostas. 
Posteriormente a isso, deve-se questionar e avaliar o que falta de 
informações para melhor compreensão, problematização, 
instrumentalização e reflexão sobre o mundo do trabalho e a escolha 
profissional. Pode-se utilizar de técnicas visando avaliar se o orientando 
realmente tem conhecimento suficiente para empreender em uma ou em 
outra escolha. 
É importante levar o orientando para conhecer um ambiente 
profissional e/ou acadêmico da área pretendida. Se não for possível, levam-
se, então, vídeos, entrevistas de profissionais ou alguma outra forma que 
possibilite aproximação com a profissão. 
De todas as profissões pesquisadas, realiza-se um levantamento de 
qual têm mais atividades ou características de interesse do cliente. É muito 
importante lembrar que não há nenhum tipo de obrigatoriedade de uma 
escolha final. Tudo depende do momento de vida em que se encontra o 
orientando. Vale a pena fazer uma síntese das características que agradam 
e mais interessam de cada opção profissional. 
“Decisão e Implementação por meio de um plano de ação”. 
Este momento deve ser cuidadosamente pensado e refletido tanto 
pelo profissional como pelo cliente. A decisão não precisa ser para a vida 
toda e nem uma decisão especificamente por uma profissão. Sabemos que 
o processo de orientação para a escolha profissional ajuda, também, 
aqueles que conseguem apenas se autoconhecer ou apenas conhecer a 
realidade profissional. 
É essencial que o orientando consiga se imaginar no futuro, 
exercendo uma profissão ou agindo de acordo com sua decisão. Como o 
processo todo é dialético, esse plano pode ser sempre revisto, porém, de 
maneira cuidadosa e analítica. 
Porém, qualquer que seja a decisão tomada faz parte do processo 
iniciar o seu processo de implementação, ou seja, a elaboração de um plano 
de ação, uma preparação para a ação. Para desenvolver o plano de ação 
deve-se utilizar as perguntas acima citadas, quais sejam, “O que? Como? 
Onde? Quando? Por quê?”. 
 
 
O que devo questionar em cada momento? 
Algumas questões podem guiar nossos passos e ajudar em nossas 
sínteses do processo. É preciso responder sempre antes, durante e depois 
de cada sessão as seguintes questões. 
Momento do autoconhecimento e levantamento de interesses 
 “Quais meios eu usarei ou usei para compreender e problematizar a 
vida real e concreta do meu orientando?”; 
 “O que foi possível compreender sobre a vida real e concreta do meu 
orientando?” 
Momento da informação profissional 
 “Quais meios eu utilizei para possibilitar informações acerca das 
necessidades do meu Orientando? Onde eu busquei? O que ele 
buscou?” 
 “A que resultados chegamos? Quais foram as informações 
levantadas? Como avaliamos a veracidade delas?” 
Momento da escolha e tomada de decisão 
 “Quais meios nós utilizamos para dar os primeiros passos na decisão 
tomada?” 
 “A que resultados chegamos concretamente? Há um plano de ação?” 
 “Quais ações e tarefas ele precisa cumprir, em quanto tempo, onde, 
quando e por que?” 
Em cada etapa é válido revisar os passos dados. Só não podemos 
esquecer que às vezes julgamos ter conseguido toda a compreensão 
necessária, mas ao ler os dados coletados, vemos que não conseguimos. É 
importante voltar no processo quando necessário, visto que o processo é 
dialético e não linear. 
Cada etapa pode durar uma, duas, quatro ou várias sessões, a 
exemplo dos meus últimos atendimentos como relatarei mais adiante, por 
isso, prepare esses planejamentos e sínteses de maneira que possa ser 
refeito a cada semana. 
Esse tópico tentou trazer aos leitores um exemplo das minhas 
experiências como orientador profissional e de carreira clínico e supervisor 
de estágio na área. Acredito que a estrutura aqui apresentada poderá 
contribuir como uma sugestão relevante à prática profissional em orientação 
profissional e de carreira. As etapas e atividades respectivas servem para 
guiar orientador e orientando em um processo de escolha profissional e não 
para padronizar ou enrijecer o trabalho. 
Muitas vezes eu agi como se fosse necessário seguir um padrão, 
realizando as mesmas atividades com todos os orientandos. É uma coisa 
que acontece, pois, ficamos com medo de sair do protocolo e errar como 
profissionais. Isso, em minha opinião, pode ser uma armadilha. Os 
orientandos são únicos, são, cada um deles, sínteses de diferentes e 
múltiplas determinações. 
O medo de errar faz parte. Em geral, este medo é recorrente no início 
da carreira. Por isso, este livro vem ao encontro das necessidades de muitos 
orientadores em início de carreira. Vale ressaltar que o livro não substitui a 
necessidade de buscarmos por supervisão com outros profissionais. 
Geralmente eu imprimo uma tabela para preparar e realizar uma 
síntese do processo. Vale lembrar que muitas vezes eu faço uma atividade 
voltada para a atividade de informação que gera dado para a atividade de 
compreensão ou decisão. 
 
 
 
 
 
Modelo de preparação e síntese 
MOMENTO PROCEDIMENTOS RESULTADOS 
AUTOCONHECIMENTO 
E LEVANTAMENTO DE 
INTERESSES 
 
 
 
INFORMAÇÃO 
PROFISSIONAL 
 
ESCOLHA E TOMADA 
DE DECISÃO 
 
OBSERVAÇÕES: 
 
 
 
Eu tenho utilizado essemodelinho de tabela e outros materiais 
estruturados para me organizar em meus processos, visto que me dão uma 
visão mais ampla do que estou fazendo. Obviamente que faço os devidos 
relatos e sínteses de cada sessão de maneira mais ampla, mas com essa 
tabela eu consigo ver o todo, como se fosse um mapa que localiza onde 
estamos e para onde devemos ir. 
Vale ressalvar que a tabela não deve ser seguida de forma rígida, 
pode ocorrer de você estar numa sessão mais adiantada do processo, o 
orientando quase tomando uma decisão e você perceber que ele precisa, 
ainda de informações, ou autoconhecimento. Sempre que necessário for, 
volte à etapa anterior, reveja, refaça. 
Lembre-se sempre: cada momento, seja de autoconhecimento, seja 
de informação ou da escolha, necessita de todas as tarefas, todas as 
atividades por parte de você orientador, ou seja, de compreensão, 
problematização, instrumentalização, informação, decisão e 
implementação. 
A IMPORTÂNCIA DA PRIMEIRA SESSÃO 
Na primeira sessão, como em qualquer tipo de atendimento, sugiro 
que comece coletando dados gerais sobre a vida do orientando. Porém, sem 
esquecer do objetivo da orientação profissional. Um rapport sempre é bem-
vindo. 
Estabelece-se um contrato, que pode ser no início ou no final. Se 
você for iniciante, pode realizar o contrato no início para ir se ambientando 
e se adaptando ao novo cliente. Porém é indicado que o contrato seja feito 
ao final da sessão. 
Uma das primeiras perguntas e talvez a mais óbvia é: Qual ou quais 
profissões pensa em escolher? Por quê? 
Após essa resposta sugiro que você siga adiante dizendo que irá 
ajudá-lo na tomada de tal decisão e para isso precisa, antes coletar algumas 
informações importantes para o processo. 
Depois disso, uma boa opção é realizar uma atividade de 
autoconhecimento como por exemplo a técnica gosto e faço desenvolvida 
por (Lucchiari, 1993). Essa técnica auxilia no processo de autoconhecimento 
por parte do orientando, bem como você a conhecê-lo melhor. 
Outras técnicas de autoconhecimento podem ser aplicadas. Eu citarei 
algumas mais adiante. Como sabemos a estrutura não precisa ser rígida. 
Uma técnica iniciada na primeira sessão pode e deve ter desdobramentos 
nas próximas. Portanto, caso comece uma atividade em uma sessão, pode 
continuar em outra. Exceto em caso de testes psicológicos ou outros 
instrumentos de avaliação que forem padronizados. 
O que eu devo levantar de informações na primeira sessão? 
Alguns pontos importantes: 
 Histórico de vida pessoal 
o O que lembra em relação a jogos e brincadeiras; 
o O que lembra da entrada na escola 
o Relacionamento dom os pais 
 Histórico de vida familiar e de pessoas que moram na mesma casa 
o Como se relacionam entre si 
o Algum acontecimento ou conflito que acha relevante para a 
escolha profissional 
 Profissão dos familiares 
o Pais, irmãos, avós e parentes próximos 
 Profissão dos amigos e amigos da família 
 Profissões que acha importante na sociedade (pedir para citar o 
motivo) 
o Das profissões importantes, quais conhece mais de perto? 
o Tem alguém próximo que exerce? 
 Todas as profissões que já pensou em escolher desde a infância (ver 
atividade linha do tempo) 
 Influência e Interferência dos pais e familiares 
o Apoiam ou não a escolha? 
o Exerceria ou não a profissão dos pais? 
 Influência e interferência dos amigos 
o Exerceria alguma profissão de algum amigo? 
 Vida escolar 
o Como vai em relação a escola? 
o Gosta ou não de estudar? 
o Disciplinas que mais gosta e que menos gosta 
o Desempenho em tais disciplinas 
 Professores importantes e influenciadores 
 Acha que alguma matéria escolar tem relação com a possibilidade de 
escolha profissional? 
 Como se imagina daqui há 5 ou 10 anos 
o Pensando num projeto de vida global e não só profissional 
 Medos, ansiedades e angústias relacionadas a escolha profissional 
 Atividades e tarefas do dia a dia que: 
o Faz e gosta, faz e não gosta, não faz mas gostaria de fazer; e 
não faz e não gosta 
 O que conhece sobre a profissão ou profissões que já pensou em 
escolher 
o Grade curricular – matérias que irá aprender no curso 
o Faculdades ou instituições que oferecem o curso 
o Áreas de atuação 
o Como está o mercado de trabalho 
o Perfil do profissional – que habilidades o profissional deve ter, 
que preferências, que características pessoais 
o Algum profissional que trabalha nessa área 
 Em qual ou quais faculdades, universidades ou instituições pensou 
em estudar 
 Se a profissão de interesse não exige curso superior, como pensou 
em se formar e se especializar 
Finalizar perguntando quais expectativas o orientando tem quanto a 
Orientação Profissional e se gostaria de falar sobre alguma ajuda especial 
que esteja precisando. 
 
 
 
 
 
 
 
Atividade - Linha do Tempo dos Interesses Profissionais 
Esta é uma atividade muito simples e rápida de ser feita, que pode ajudar 
muito na primeira sessão. Ela serve para verificar todas as profissões que o 
orientando já pensou em exercer. Além disso nos mostra a dinâmica e 
estabilidade do tipo de interesses do nosso orientando. 
Solicita-se que ele desenhe uma linha do tempo separada por suas 
idades e as profissões desejadas em cada idade e o motivo. Por exemplo: 
aos 10 anos, bombeiro porque meu tio é bombeiro; aos 13 anos médico, 
pois percebi que gostaria de cuidar das pessoas; aos 14 anos, policial para 
poder ajudar a sociedade a se proteger. E assim sucessivamente. 
Ao final, nós podemos discutir com o orientando o significado de cada 
profissão, o motivo do interesse e do desinteresse. E tentar entender o tipo 
de interesse, se é por ciências exatas, biológicas, da saúde, humanas ou 
sociais por exemplo. 
 
 
PARTE TRÊS – INSTRUMENTOS E TÉCNICAS 
Nessa etapa do livro, vamos conversar um pouco sobre os 
instrumentos e técnicas que podemos utilizar em nossos atendimentos. É 
claro que não conseguirei contemplar ou explicar todos com detalhes, mas 
os que estão aqui são suficientes para um bom e eficaz processo de 
orientação profissional. 
Quais instrumentos de avaliação psicológica eu posso usar em 
processos de orientação profissional? 
Existem diversas formas de se utilizar instrumentos de medida 
psicométrica em Orientação Profissional e de Carreira. Antes de tudo, 
devemos entender que o Conselho Federal de Psicologia junto aos 
Conselhos Regionais, orienta os profissionais da psicologia no tocante ao 
uso da Avaliação psicológica. 
A Cartilha de Avaliação Psicológica alerta que avaliação psicológica 
é uma prática muito mais ampla que a mera aplicação de testes. Esta prática 
envolve todos os tipos de meios pelos quais o profissional consegue obter 
informações e dados para realização de diagnóstico, prognóstico, orientação 
e tratamento psicológico. Portanto, toda e qualquer atividade do psicólogo, 
não só a aplicação de teste, tem a ver com avaliação psicológica. 
Vamos refletir um pouco sobre isso. Quando um psicólogo inicia um 
trabalho em uma organização, escola, instituição, clínica ou outra área, ele 
se organiza no intento de realizar um diagnóstico, a conhecer seu local de 
trabalho, seu público, a cultura, o clima do local. Quando o profissional 
observa, dialoga, entrevista, faz anotações etc. a meu ver, ele está 
realizando avaliação. 
Há um tempo realizei um trabalho com grupos de orientação para 
elaboração de projeto de vida em uma escola de ballet. Nessa escola eu 
conversei com as proprietárias, falei com as alunas, com as professoras, fiz 
entrevista inicial em grupo, conversei individualmente com algumas delas. 
Tudo isso antes de preparar as próximas sessões. Considero uma avaliação 
psicológica, pois meus próximos passos, minhas atividades posteriores 
foram programadas e planejadas com base nas ditas ações de 
compreensão e problematização da situação. 
Da mesma forma, quandonós atendemos em nossas clínicas, 
precisamos avaliar o caso antes de planejar as próximas sessões. Temos 
que reavaliar, refletir, problematizar. Tudo o que fazemos com intenção de 
psicodiagnóstico e de compreender um pouco mais sobre a realidade dos 
nossos orientandos, clientes ou pacientes, nós fazemos com intenção de 
avaliar. Por isso, avaliação psicológica envolve todas as áreas e formas de 
atuação do psicólogo. 
Em orientação profissional e de carreira, há diversos meios de se 
avaliar um orientando: por meio de instrumentos de avaliação psicológica 
como os testes padronizados, escalas, questionários, dinâmicas, atividades 
escritas ou faladas, entre muitas outras. A seguir vou descrever quatro 
instrumentos de avaliação que considero importantes e muito úteis em 
processos de orientação profissional e de carreira. 
Os dois primeiros são testes que nos possibilitam duas avaliações, 
sendo a primeira no início do trabalho para dar um rumo aos nossos passos 
e após a realização de todo o trabalho para avaliar a eficácia ou não do 
trabalho realizado. Os outros dois são testes de interesses profissionais, que 
ajudam nos momentos de autoconhecimento, problematização, 
compreensão, informação e instrumentalização tanto do orientando como do 
orientador. E por último uma ferramenta de interesses profissionais que é 
muito interessante para levantamento de interesses e habilidades 
profissionais. 
Os testes para avaliação pré e pós-orientação são Escala de 
Autoeficácia para escolha profissional (EAE-EP) e Escala de Maturidade 
para a Escolha Profissional (EMEP). Os testes de interesses são a Escala 
de Aconselhamento Profissional (EAP) e a Avaliação dos Tipos Profissionais 
de Holland (ATPH). Por fim o instrumento Matriz de Habilidades e Interesses 
Profissionais. 
 
Avaliação dos Tipos Profissionais de Holland (ATPH) 
Camélia Murgo Mansão, Maiana Farias Oliveira Nunes, Ana Paula Porto 
Noronha & Monalisa Muniz (2019) 
 O ATPH – Avaliação dos Tipos Profissionais de Holland é um teste 
de interesses profissionais que avalia os seis tipos de personalidade 
combinado com os seis tipos de ambientes profissionais de Holland. 
Segundo Mansão et al. (2019) Holland definiu que os seis tipos 
básicos de personalidades vocacionais e ambientes profissionais são: 
Realista, Investigativo, Artístico, Social, Empreendedor e Convencional. Os 
seis tipos se relacionam entre si numa estrutura hexagonal. 
O presente teste pode ser aplicado de maneira individual e coletiva. 
A correção e interpretação dos resultados são feitas a partir dos resultados 
brutos somados por tipos (Mansão, et al., 2019) 
Este teste está disponível para ser utilizado no livro “Técnicas e 
medidas em orientação profissional e de carreira” organizado por Andrade, 
Nunes, Oliveira e Ambiel (2019) que foi publicado pela editora vetor. 
 
Escala de Autoeficácia para escolha profissional (EAE-EP) 
Rodolfo A. M. Ambiel & Ana Paula Porto Noronha (2012) 
A Ficha Síntese descrita no manual do EAE-EP apresenta como 
objetivo do presente instrumento, avaliar as crenças das pessoas na própria 
capacidade de envolver-se em tarefas relativas à escolha profissional. Tal 
avaliação se da por meio de quatro fatores: autoeficacia para autoavaliação, 
autoeficacia para coleta de iformaçoes ocupacionais, autoeficacia para 
busca de informações profissionais práticas e autoeficacia para 
planejamento de futuro (Ambiel & Noronha, 2012). 
O teste pode ser aplicado tanto na modalidade individual como na 
grupal em adolescentes escolares. Os materiais necessários para a 
aplicação são o manual técnico caderno de aplicação e a folha de apuração 
dos resultados (Ambiel & Noronha, 2012). 
 O capítulo 6 do manual técnico é destinado a normatização, em que 
são apresentadas as normas para a interpretação dos resultados. Os 
resultados são avaliados com base em três tabelas: 1. normas gerais; 2. 
Normas por sexo; 3. Normas por tipo de escola. Em seguida são 
apresentados os tipos de perfis encontrados (Ambiel & Noronha, 2012). 
Os autores apresentam no capítulo 7 a forma de interpretação dos 
resultados. Em seguida são feitas as devidas definições de cada um dos 
quatro fatores, bem do escore geral e do perfil. Farei a seguir um breve 
resumo de cada fator para contribuir com sua aprendizagem. 
Ambiel & Noronha (2012) definem que o fator Autoeficácia para 
Autoavaliação avalia as crenças de uma pessoa em sua capacidade de 
escolher uma profissão com base em seu autoconhecimento. Este fator é 
composto por itens que visam avaliar se o jovem se sente capaz de se 
descrever ou convencer as pessoas sobre suas escolhas, por exemplo. 
Quanto ao fator de Autoeficácia para Coleta de Informaçoes 
Ocupacionais, os autores reiteram que este visa avaliar a crença do jovem 
em sua própria capacidade de escolher uma profissão com base em busca 
de informações buscadas por ele mesmo em reportagens, internet ou 
cursos. 
O fator de autoeficácia para a busca de informações profissionais 
práticas avalia a crença do jovem em sua própria capacidade de escolher 
uma profissão a partir da obtenção de informações importantes sobre o 
mundo do trabalho. Informações estas obtidas por meio de informações 
diretamente observadas pelo jovem (Ambiel & Noronha, 2012). 
Os autores reiteram que o fator de autoeficácia para planejamento de 
futuro avalia quanto o jovem acredita que pode considerar, imaginar e 
entender questões referentes à sua formação e atuação no campo da futura 
profissão. 
 
Escala de maturidade para a escolha profissional (EMEP) 
Kathia Maria Costa Neiva (1999) 
O objetivo da EMEP é avaliar o nível de maturidade para a escolha 
profissional. Ela é composta por 45 itens que são divididos em 23 positivos 
e 22 negativos. Os positivos indicam maturidade e os negativos indicam 
imaturidade. Ou seja, quando o adolescente obtém pontuação alta para os 
itens positivos ele apresenta maturidade. Pelo contrário, quando pontua alto 
nos itens negativos apresenta imaturidade (Neiva, 1999). 
Este teste tem como base o modelo de maturidade para a escolha 
profissional proposto por Super (ANO). O dito modelo é composto por duas 
dimensões, quais sejam, atitudes e conhecimentos. A primeira dimensão é 
composta por três sub-dimensões que são: Determinação para a escolha 
profissional; Responsabilidade para a Escolha Profissional; e Independência 
para a Escolha Profissional. E a segunda é composta por outras duas sub-
dimensões, que são Autoconheciemnto; e Conhecimento da Realidade 
educacional e sócio profissional (Neiva, 1999). 
A autora define que a Determinação apresenta o quanto o indivíduo 
está definido e seguro de sua escolha. A Responsabilidade mostra o quanto 
o indivíduo está preocupado e ativo em relação a sua escolha. 
Independência determina o quanto o jovem está definido sobre sua escolha 
de maneira independente, sem influências de outrem. O Autoconhecimento 
mede o quanto o jovem se conhece e sabe sobre seus próprios aspectos e 
suas características de interesses, habilidades e personalidade. E o 
Conhecimento da Realidade apresenta o quanto o jovem conhece diferentes 
aspectos da realidade social e profissional. 
 
 
Escala de Aconselhamento Profissional (EAP) 
Ana Paula Porto Noronha, Acácia Aparecida Angeli dos Santos e Firmino 
Fernandes Sisto 
Noronha, Santos & Sisto (2007) apresentam na ficha síntese do teste 
que o objetivo dele é avaliar as preferências por atividades profissionais. 
Isso se dá por meio de uma classificação feita pelo orientando, de atividades 
profissionais através de atribuição de notas de intensidade de 1 a 5. 
Os materiais para aplicação, correção e interpretação são: manual 
técnico, folha de resposta, ficha de perfil e crivos de correção. O teste foi 
desenvolvido para jovens e adultos a partir dos 17 anos de idade (Noronha, 
Santos & Sisto, 2007). 
O teste é composto por questões relativas a setedimensões, sendo 
cada uma delas referente à uma área do conhecimento e de atuação 
profissional. As dimensões são: 1. Ciências exatas, 2. Artes e Comunicação, 
3. Ciências Biológicas e da Saúde, 4. Ciências Agrárias e Ambientais, 5. 
Atividades Burocráticas, 6. Ciencias Humanas e Sociais e 7. Entretenimento 
(Noronha, Santos & Sisto, 2007). 
 
Matriz de Habilidades e Interesses Profissionais 
Mauro de Oliveira Magalhães 
A Matriz de Habilidades e Interesses Profissionais tem como objetivo auxiliar 
pessoas a escolher ou planejar sua carreira profissional. Ela ajuda na 
compreensão de interesses e habilidades por meio de 72 cartões de 
habilidades relacionadas às tarefas profissionais (Magalhães, 2011). 
Os 72 cartões coloridos contemplam as seis tipologias do código de 
Holland, quais sejam, Realista, Investigativo, Artístico, Social, 
Empreendedor e Convencional. O orientador entrega os cartões para que o 
orientando classifique conforme suas habilidades e interesses em um 
tabuleiro. Ao final, o orientador confere a quantidade de cartões de cada tipo 
nos quadros que contemplam habilidades alta e média combinando com os 
interesses “adoro” e “gosto muito de usar (Magalhães, 2011). 
 
Em síntese: 
Os instrumentos de avaliação psicológica supramencionados não são 
os únicos e exclusivos para orientação profissional e de carreira. Existem 
muitos outros que são tão importantes e eficazes quanto esses. Porém, nos 
limites deste trabalho eu selecionei aqueles que tenho mais conhecimento 
para poder contribuir com sua formação. 
Para quem preferir seguir o caminho da avaliação psicológica e do 
processo de orientação profissional baseado em testes e instrumentos 
padronizados, o melhor caminho a ser trilhado é o estudo aprofundado de 
cada instrumento, pois um instrumento aplicado sem uma base teórico-
metodológica bem compreendida pelo aplicado pode ser mais prejudicial ao 
orientando do que parece. 
Sempre reitero que os profissionais da psicologia devem fazer uma 
mea-culpa quando, no senso comum as pessoas esperam que o “teste 
vocacional” resolva suas dúvidas. Somente por meio do estudo aprofundado 
desta prática nós conseguiremos mudar a situação. 
Sobre os testes de pré e pós orientação é importante saber que 
quando se inicia um trabalho com um dos testes, o mesmo deve ser aplicado 
ao final para verificar a eficácia e a evolução alcançada pelo processo. 
Portanto, quando você optar pela EAE-EP deve seguir com ela até o final. 
Quando você optar pela EMEP deve mantê-la até o final. 
Ressalto que não estou dizendo que os testes não devem ser usados 
num mesmo processo, só estou alertando que os dois partem de métodos, 
teorias e fundamentações diferentes. 
 
Quais técnicas e dinâmicas eu posso utilizar durante o processo de 
orientação profissional? 
No contexto da orientação profissional existem diversas técnicas e 
dinâmicas espalhadas pelo país sem que estas estejam publicadas em 
livros, porém, irei aqui me ater a técnicas que eu possa indicar a fonte para 
que você busque aprofundamento. 
Recentemente foi publicado um livro, um dos mais importantes para 
a área, que contém 7 testes e 4 técnicas de orientação profissional e de 
carreira. Eu o recomendo para quem tem interesse na área. O livro é 
“Técnicas e medidas em orientação profissional e de carreira” organizado 
por Andrade, Nunes, Oliveira e Ambiel (2019) publicado pela editora Vetor. 
Recomendo este livro por vários motivos e um dos principais é pelo fato 
dele apresentar as técnicas e testes em suas formas de correção e 
interpretação no próprio livro. 
Neste livro você encontrará as seguintes técnicas: técnicas do 
currículo futuro; o mapa das oportunidades no planejamento de 
carreira; e o projeto de carreira: o mapa do gerenciamento de carreira 
Encontrará os seguintes instrumentos de medida: Escala de 
engajamento com a carreira (EEC); Avaliação dos tipos profissionais 
de Holland (ATPH); Escala de interesses por áreas da Psicologia 
(EIApsi); Escala de suporte parental para o desenvolvimento de 
carreira; Escala de autoeficácia para atividades ocupacionais (EAAOc); 
Escala de Apego adulto em relações de trabalho; Escala de parâmetros 
da carreira caleidoscópica; e Questionário de educação para a carreira 
(QEC). 
Outro livro bastante conhecido e utilizado no meio da orientação 
profissional e de carreira é um que foi organizado por Dulce Helena Penna 
Soares Lucchiari intitulado “Pensando e Vivendo a Orientação Profissional” 
da editora Summus. A edição que eu utilizo é de 1993, porém existem mais 
atuais, revisadas e ampliadas. 
O livro apresenta diversas técnicas que podem ser utilizadas em 
grupo ou individualmente em processos de orientação profissional. As 
técnicas são desde aquecimento, triagem, apresentação, 
autoconhecimento, escolha profissional propriamente dita e informação 
profissional. 
Dentre as dezenas apresentadas pela autora, você encontrará 
algumas como essas: Técnica do Cartaz de expectativas; Gosto e Faço; 
bola de cristal; viagem ao passado, presente e futuro; passeio dirigido; 
frases para completar; viagem a um dia no futuro; um dia ideal; técnica 
das atividades profissionais; mímica das profissões; congresso das 
profissões. Além de muitas outras. 
ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL SEM USO DE TESTES FUNCIONA? 
Muitas vezes, grupos de orientação profissional, a tarefas sobre 
projeto de vida quando realizadas em escolas ou instituições são conduzidas 
por professores ou instrutores. Neste caso, os profissionais não podem ter 
acesso aos testes psicológicos. Eu mesmo, muitas vezes realizei trabalhos 
totalmente pautados em tarefas, atividades e dinâmicas sem o uso dos 
instrumentos de avaliação psicológica privativos aos psicólogos. Se esse for 
o seu caso existem diversas soluções. 
No momento destinado ao autoconhecimento e levantamento de 
interesses é interessante que sejam feitas atividades em que os orientandos 
precisem refletir sobre sua história de vida. Neste caso podem ser feitas 
tarefas como autobiografia, linha do tempo de vida, linha do tempo dos 
interesses profissionais, tarefas do dia a dia que faz e gosta, que faz e não 
gosta, que não faz e não gosta. 
O objetivo deste momento é o de compreender e problematizar os 
interesses dos participantes. Então vamos a um exemplo. Um jovem com 
interesses bem enraizados em ciências humanas e sociais, em um teste 
provavelmente daria este resultado. Já em atividades sem testes, nós 
podemos fazer um levantamento, com o jovem, das profissões que este já 
pensou e então tentar identificar qual o perfil de interesses. Um jovem que 
pensa em fazer psicologia e antes quis serviço social, filosofia ou teologia, 
que quando pensa em atividades que faz bem, acredita que faz bem ajudar 
as pessoas está demonstrando um perfil de interesses bem demarcado por 
áreas humanas. 
Outro caso, por exemplo, de jovens que querem medicina e realmente 
tem interesses nas áreas da saúde. Geralmente, se perguntarmos e 
aprofundarmos nos interesses vamos perceber que desde a escola este 
gostava das matérias de ciências e biologia. Antes poderia ter se interessado 
por medicina veterinária ou enfermagem. 
Depois de juntar várias atividades profissionais que, porventura o 
orientando tenha interesse, é possível delimitar seus interesses. Mais um 
exemplo para clarear: eu atendi uma jovem que escolheu a profissão de 
arquiteta. Antes disso ela queria engenharia civil, antes queria design de 
interiores e antes queria alguma profissão relacionada a desenhos. 
Retomando o histórico de vida da jovem, juntos tivemos um insight. Ela 
sempre brincou de fazer desenhos de casas, desenhava seu próprio quarto, 
arrumava os móveis de maneiras diferentes periodicamente. 
Para fortalecer esta ideia é preciso ir muito além disso. É preciso 
combinar muitas informações sobre a profissão a ser escolhida. Por isso é 
interessante fazer uma vasta pesquisasobre áreas de atuação, atividades 
de trabalho, objetos de trabalho, rotina de trabalho e grade curricular. 
Se por um acaso um jovem diz assim: “não sei o que eu quero fazer, 
mas sei que tem a ver com ajudar pessoas” ou por outro lado diz ”não sei o 
que quero fazer, mas não quero lidar com pessoas” são ótimos indicadores 
de quais profissões podemos procurar informações junto com o orientando. 
Saber o que se quer ou o que não se quer é muito importante, pois indica o 
primeiro passo a ser dado. 
É possível, por exemplo, pedir que o orientando reúna três ou cinco 
atividades, objetos ou situações com as quais imagina que gostaria de 
trabalhar. Por exemplo: computador, operações matemáticas e leis. A partir 
daí, podemos sair em busca de uma profissão que contemple três ou duas 
destas atividades. 
São inúmeras as formas de se trabalhar sem testes. Todas elas terão 
que envolver buscas de informação e uma coisa muito importante: a 
Imaginação. Imaginar é um processo vivo que possibilita que os jovens 
consigam perceber emoções e sensações quase reais sobre a atuação. A 
título de exemplo, feche seus olhos por um tempinho e se imagine 
trabalhando numa coisa que acha muito chata ou difícil. Logo você percebe 
que é possível antecipar mentalmente algumas sensações e emoções 
ligadas a este trabalho. 
 
Advertência sobre o uso dos testes 
 
“Teste vocacional não existe” 
 
Precisamos desmistificar a ideia de “Teste Vocacional”, urgente. 
Teste Vocacional não existe na ciência Psicológica. O que existe é Processo 
de Orientação Profissional. Este processo, algumas vezes se utiliza de teste 
de interesses profissionais, personalidade, habilidades, maturidade e 
autoeficácia para a escolha profissional. 
Os interesses profissionais, o mundo do trabalho, a escolha e a vida 
humana, em geral é muito complexa para ser definida por um teste como se 
fosse uma radiografia, uma ressonância magnética ou um exame de 
sangue. O teste de interesses mostra para nós os interesses já cristalizados 
no indivíduo e esses interesses precisam ser discutidos, aprofundados, 
fortalecidos, problematizados. Isso deve ocorrer por meio de um processo e 
não por um “Teste Vocacional”. 
Quando alguém pergunta “por que você gosta de tal coisa?” Às vezes 
nem você, que é a pessoa interessada, sabe responder, quem dirá um único 
teste com algumas questões. O teste é um dos instrumentos que eu e os 
demais psicólogos usamos. Ele é parte do processo e não o fim. Ele é 
extremamente importante dentro de um processo, mas inválido quando feito 
fora de contexto. 
Pais e mães falando isso, chamando a orientação profissional de 
teste vocacional ou orientação vocacional é aceitável, mas psicólogos 
falando e fazendo isso, não é aceitável. Mudemos a nossa forma de fazer e 
falar para clarear para o público. 
A Psicologia é uma ciência e vocação não é coisa de ciência. Por isso, 
para que não caiamos na inocente ideia de que podemos ajudar uma pessoa 
com um único instrumento ou de continuar a usar termos obsoletos é 
importante ler pelo menos um artigo científico por ano. Existem revistas 
científicas que você encontra numa busca rápida na internet. 
O termo vocacional e o termo vocação vão aparecer muitas vezes 
ainda neste livro, mas como contextualização histórica e diferenciação 
conceitual e não como um termo apropriado para os dias atuais. O termo 
vocação vem do latim e quer dizer “chamado”. No contexto religioso ele 
significa “o chamado de Deus”, o que é muito adequado de ser utilizado. Mas 
na Psicologia, na orientação profissional os estudos comprovam que o ser 
humano não tem uma vocação profissional. Não nascemos para uma coisa 
só, podemos aprender muitas coisas, inclusive a gostar de uma profissão. 
Os interesses, as habilidades, a personalidade, a autoeficácia, a 
consciência se desenvolvem e não nascem feitos. Tudo irá depender das 
relações históricas e dialéticas estabelecidas com a realidade objetiva, ou 
seja, vai depender de como nós significamos internamente nossas 
vivências. 
A realidade existente e influencia ou interfere frontalmente em nossos 
interesses, habilidades enfim. As influências podem ser diretas ou indiretas. 
Por exemplo, os nossos pais influenciam ou não em nossas escolhas 
profissionais? Os nossos amigos? O sistema econômico, as políticas, a 
educação etc. A resposta é sim, mas para cada um, influenciará de uma 
forma. Meus pais podem nunca terem falado de profissão comigo, mas só 
de eu ver a vivência deles com suas profissões, já é uma influência. 
 
 
 
 
Meus últimos processos de orientação profissional 
Irei descrever brevemente os últimos oito processos de orientação 
profissional de carreira realizados por mim. Foram selecionados os últimos 
oito atendimentos individuais e um em grupo. 
É importante dizer que não foram feitas todas as atividades, técnicas 
ou testes em todos os atendimentos, mas sim nos que precisaram e 
demandaram cada uma delas. Estão assim apresentados para o leitor 
entender o que eu já utilizei como meios para alcançar os objetivos do 
trabalho em orientação. 
Vale ressaltar que os meus atendimentos tiveram durações 
diferentes, entre três e dez sessões, sendo que dois processos tiveram três 
sessões, um processo teve quatro sessões; dois processos tiveram cinco 
sessões; um processo teve seis sessões, um processo teve oito sessões e 
um processo teve dez sessões. Quanto ao atendimento em grupo foi uma 
sessão para uma conversa geral e mais seis de atendimentos. 
Isso demonstra que não há regularidade ou linearidade, nem mesmo 
dicotomia entre as tarefas e atividades propostas, mas sim, que ocorrem de 
maneira personalizada conforme a necessidade de cada orientando. 
As descrições aqui feitas estão divididas para ficar mais didático e 
claro, porém, não podem, jamais serem consideradas lineares. Ou seja, em 
todos os momentos todas as atividades ocorrem dialeticamente. Isso será 
mais claramente visualizado mais adiante. 
As atividades a serem apresentadas, foram sendo percebidas em 
minha prática, como fundamentais de serem realizadas ao longo do 
processo, após avanço nos estudos teóricos e vivência, na prática, 
profissional. As atividades de compreensão, problematização, informação, 
instrumentalização, decisão e implementação são as seis que foram 
definidas como essenciais no processo de orientação para a escolha como 
visto anteriormente. 
Atividades e procedimentos que utilizei nos ditos atendimentos 
visando Compreensão e Problematização foram: Entrevista inicial; Gosto e 
faço; Autobiografia; Autorretrato; Curtigrama; Frases incompletas; Tarefa 
para casa; Loja das Profissões; Passado, Presente e Futuro; EAP; EAE-EP; 
EMEP Matriz de Habilidades e Interesses Profissionais. 
Quanto aos procedimentos utilizados para Instrumentalização e 
Informação foram: Shopping das Profissões (com vídeo, buscas na internet, 
conversas com profissionais); Descrição verbal e escrita das Profissões; 
Questões Sobre as Profissões. 
Quanto a Decisão e Implementação, os procedimentos foram: Capa 
de Revista; Critérios de Escolha; Carta do Futuro; EAE-EP; EMEP; 
entrevista Devolutiva; Questões Sobre as Profissões; tabela de prós e 
contras; Shopping das Profissões comparados; Tabela de Critérios. 
Vale frisar que as técnicas e testes não tem momento ou etapa fixa. 
Foram utilizadas em cada um desses momentos devido às 
necessidades apresentadas. 
 
Organização das atividades 
Agora vejam, as questões e estruturas de preparação e síntese de 
cada sessão por etapas e atividades. Lembrando que essa é só uma 
proposta para guiar o trabalho do orientador, podendo ser revisada e 
recriada a partir da criatividade e necessidade de cada orientador. Devo 
alertar que a opção pelo uso de tabelas neste livro, foi para ajudar o leitor a 
se organizar de maneira mais clara e visual. 
A questão a ser feita por você como orientador é ”Comoorganizar e 
panejar o processo de orientação profissional?”. Buscando Compreensão e 
Problematização você que é orientador, poderá escolher as melhores 
técnicas, lembrando sempre de focar nas duas atividades citadas buscando 
sempre responder “O que? Como? Onde? Quando? Por que?”. 
Por exemplo: por que eu devo utilizar tais procedimentos e técnicas? 
Onde eles me levarão? Para que serve tal atividade? Quando devo usar? 
Será que é nesse momento? Eu sempre me pergunto, por exemplo, qual o 
motivo de usar o gosto e faço” no início do processo e não no meio ou no 
fim. As vezes a resposta que eu obtenho é que o gosto e faço não cabe para 
aquela situação, pois o orientando já tem autoconhecimento o suficiente por 
passar por terapia há anos ou ter vindo de um tratamento que o fez se 
conhecer. 
Quando às tarefas de Instrumentalização e Informação, o foco é 
instrumentalizar o orientando com informações para desenvolver maior 
consciência das escolhas. A pergunta a ser feita é “O que eu posso fazer 
para que a instrumentalização e a coleta de informações ocorram? 
Recorrendo sempre à questões de “O que? Como? Onde? Quando? Por 
que?” 
Essa etapa é muito ativa para as duas partes. Tanto nós como 
orientadores quanto o orientando precisamos estar prontos para pesquisar 
e estudar sobre as profissões que o orientando tiver interesse. Portanto, nós 
precisamos guiar o processo e conhecer minimamente as profissões. 
Responder o que é a profissão, como se forma nela, onde se forma, quando 
e quanto tempo leva é importante e fundamental. Por fim responder o porquê 
de aprofundar naquela ou naquelas profissões e não em outras. Buscar 
entender os motivos e as necessidades relacionadas às primeiras decisões 
e implementações. 
Em relação à Implementação e Decisão, nosso papel é ajudar o 
orientando a refletir sobre a decisão e planejar a implementação da escolha. 
Novamente focando nas questões de “O que? Onde? Como? Quando? Por 
que?” 
Nesse momento é importante avaliar se é preciso de mais alguma 
técnica ou teste ou se a conversa e o diálogo já bastam. Talvez aplicar 
novamente um teste como o EAE-EP ou EMEP, dependendo, claro de qual 
desses testes foi utilizado no início do processo. 
Caso queira, você pode construir uma tabela (como vimos 
anteriormente) e/ou um diário a parte para planejar cada sessão buscando 
especificar mais claramente as atividades que devem ser realizadas por 
você e pelo orientando. Lembre-se de definir sempre quais são as ações e 
operações necessárias para o comprimento de cada objetivo das atividades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFLEXÕES FINAIS: EM BUSCA DE AMPLIAÇÃO 
Em março de 2015, fui procurado pelo meu primeiro orientando. Meu 
primeiro cliente de orientação profissional. Eu não tinha uma sala para 
atendimento, por isso eu subloquei uma. Eu pagava por hora de 
atendimento. Pois bem, fizemos a primeira sessão com entrevista inicial, 
técnica do curtigrama, etc. 
Na segunda sessão eu apliquei o teste EAP, fiz mais alguns 
questionamentos visando complementar a entrevista. Tudo parecia muito 
legal. Mas na terceira sessão, já com a sala sublocada para a dita sessão e 
eu pronto, aguardando com a devolutiva do teste fiquei esperando por quase 
uma hora e ele não compareceu. 
Confesso que neste dia eu me senti muito mal, chateado. Conversei 
com minha esposa (na época noiva) e com minha família dizendo que ia 
abandonar esse trabalho de orientador e procurar outro rumo. Iria esperar a 
finalização do mestrado para “ver no que dava” a minha carreira. 
Na noite deste mesmo dia recebi um convite muito especial. Fui 
convidado para ajudar uma professora como estagiário de docência, em 
duas coisas. A primeira coisa era auxiliar nas aulas de metodologia de 
pesquisa e a segunda era para realizar os workshops de orientação e 
informação profissional antes mencionado. 
O que eu quero dizer é que muitas vezes na vida, nós só precisamos 
de uma oportunidade para retomar os nossos sonhos. Minha carreira, meus 
estudos sobre orientação, meus interesses voltaram a partir daquele convite. 
Em um mesmo dia as coisas foram de “oito para oitenta”. Logo as coisas 
foram se ajeitando e hoje e atendo com regularidade, além de ser docente 
da disciplina de orientação profissional e supervisor de estágio. 
A vida é dialética, contraditória e movimento. A vida é histórica e 
social. Devemos plantar hoje o que queremos colher amanhã e saber que 
estamos colhendo hoje o que plantamos ontem. É um processo muito difícil 
e longo em nossa área de atuação. Assumir posições, arriscar, perseverar 
é muito dolorido. Nem todos nós temos boas oportunidades sempre. Mas 
precisamos estar sempre prontos para assumi-las. 
A universidade não pode parecer tão distante de nosso cotidiano 
profissional e prático. Eis o meu mais sincero desejo: ser a ponte entre 
universidade, ensino, pesquisa e extensão e a vida profissional prática dos 
meus leitores. Tudo o que eu fiz neste livro foi tentar traduzir minhas 
compreensões teóricas em prática. 
Muitas coisas ainda devem ser refletidas, discutidas e até mesmo 
pesquisadas, visto que este livro traz um relato das minhas experiências 
pessoais e que não foram submetidas a pesquisa para validação, mas 
somente à uma prática que deu certo até o momento para mim. 
Muitas vezes tenho parado para refletir sobre meu futuro e minha 
carreira de orientador profissional e de carreira e tenho percebido cada vez 
mais que a vida de profissional acadêmico em conjunto com a vida 
profissional de clínica de OPC, sempre me gerará muito mais inquietações 
do que respostas. Algumas respostas que eu chegar, eu pretendo 
transformar publicações científicas ou relatos como este para ajudar a vocês 
que são meus companheiros de trabalho. Por isso, não parem por aqui, 
vejam minhas referências, busquem aprofundamento teórico. 
No Brasil temos muitos campos possíveis de trabalho, mas poucas 
realidades. A maioria de nossos projetos ficam engavetados muitas vezes 
pela falta de compreensão das pessoas acerca da importância do processo 
de orientação profissional e de carreira. Ou simplesmente pelo fato de não 
termos coragem ou sentimento de capacidade de empreender em nossos 
projetos. 
O primeiro passo para que possamos sair das mesmices, sair do 
anonimato e sair da prática pela prática é o domínio dos conceitos 
relacionados a orientação profissional e de carreira. O segundo é começar 
a trabalhar para que nossos projetos de trabalho sejam implementados. Em 
cidades menores, como a cidade em que eu resido, o trabalho torna-se mais 
árduo pela nossa falta de acesso a materiais clássicos e essenciais da área, 
bem como pela falta de profissionais e contratantes que confiem na 
importância da OPC. 
Precisamos assumir uma posição de profissional da área. Precisamos 
de supervisão e de práticas profissionais e de pesquisa. Sempre fui 
sonhador, mas contei com pessoas que me ajudaram a pôr os pés o chão, 
pessoas da universidade, da minha família e minha esposa. Precisamos 
muito de objetivos, de diálogo com pessoas que pesam igual e que pensam 
diferente da gente. 
Nosso papel é fortalecer e conscientizar as pessoas a respeito dos 
processos de Orientação Profissional e de Carreira. Mostrar o valor de um 
trabalho desses, pois, muitas pessoas ainda não têm consciência de tal 
importância. Como disse mais acima, a orientação profissional e de carreira 
não é aplicação de testes vocacionais, mas muitas pessoas ainda pensam 
que é só isso. Nosso papel e conscientizar, mostrar o valor e a seriedade 
deste trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BÔNUS 
GUIA PARA REFLETIR SOBRE A ESCOLHA PROFISSIONAL 
Prof. Vinicius dos Santos Oliveira 
www.formacaoecarreira.com.br 
contato@formacaoecarriera.com.br 
Apresentação 
 
Este material tem como objetivo ajudar a você que está em processo 
de escolha profissionale de carreira. Levando em conta as dificuldades 
encontradas na hora de se organizar para refletir sobre a escolha, este 
material tem como objetivo mostrar um caminho simples e objetivo que te 
auxiliará no processo de escolha profissional. 
Este material vem ao encontro das primeiras necessidades 
referentes à escolha profissional. Por isso, é preciso ressaltar que a ajuda 
de um profissional da psicologia e orientação profissional é de extrema 
importância no momento de tomar a decisão final sobre a profissão a ser 
escolhida, pois este profissional tem meios diversos para te ajudar nos 
momentos mais complicados da escolha. 
O material está organizado da seguinte forma: (1) momento do 
autoconhecimento; (2) momento da informação profissional; e (3) momento 
da escolha. Esses momentos estão divididos, porém se for preciso ir e voltar 
várias vezes, faça isso. O importante é buscar clareza e consciência 
referente a escolha. 
 
 
 
 
 
 
http://www.formacaoecarreira.com.br/
mailto:contato@formacaoecarriera.com.br
MOMENTO DO AUTOCONHECIMENTO 
 
Linha do tempo das profissões de interesse desde a infância: 
 
Reflita sobre todas as profissões que você já pensou em exercer. Todas 
mesmo, até aquelas que você pensava quando era criança. 
1ª_________________2ª_________________3ª__________________ 
4ª_________________5ª_________________6ª__________________ 
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 
 
Sobre cada profissão, descreva brevemente os motivos e porquê se 
interessava por ela e, também por que deixou de querer exercê-la, quando 
for o caso: 
____________________________________________________________ 
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 
 
Neste momento, pense um pouco sobre o tanto que você se conhece. 
Você sabe elencar pelo menos algumas coisas, tarefas e atividades do seu 
dia a dia que você gosta de fazer; que você não gosta de fazer, mas tem 
que fazer na maioria dos dias; e coisas que você gostaria de fazer, mas não 
faz?? 
 
Tente citar pelos menos três de cada. Três coisas que você gosta de fazer 
e faz, três e que você não gosta de fazer, mas faz; e três coisas que você 
não faz, mas gostaria muito de poder fazer:
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
______________________________ 
Adaptada da técnica “gosto e faria” do Livro “Pensando e Vivendo a 
Orientação Profissional” 
É preciso saber que o autoconhecimento é a chave para escolher 
uma profissão. É preciso se conhecer muito bem para escolher uma 
carreira e não se frustrar depois. Somente por meio do autoconhecimento 
nós podemos imaginar e compreender como nós nos sentiríamos fazendo 
algumas atividades profissionais. 
 
Agora é hora de selecionar as profissões para conhecer melhor. Eleja 
algumas profissões para aprofundar os conhecimentos sobre elas: 
1ª_________________2ª________________3ª______________ 
4ª_________________5ª________________6ª______________ 
 
MOMENTO DA INFORMAÇÃO PROFISSIONAL 
 
Esse é o momento de buscar o máximo de informações possíveis sobre 
cada uma das profissões de interesse. 
Os itens para pesquisa foram adaptados do “Shopping das Profissões”. 
o Grade curricular 
o Faculdades ou instituições que oferecem o curso 
o Áreas de atuação 
o Situação mercado de trabalho 
o Salário 
Para cada profissão buscar todos esses 
itens. É importante utilizar, além de buscas textuais, vídeos de 
profissionais da área, procurar conversar com pessoas da área. 
 
Síntese das informações para cada profissão: 
1.________________________________________________________ 
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________ 
2.________________________________________________________ 
__________________________________________________________
__________________________________________________________
_________________________________________________________ 
3.________________________________________________________ 
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________ 
 
Qual profissão tem mais a ver com os interesses do(a) orientando(a)? 
Tente definir critérios e, também, atribuir notas de 0 a 5 para cada item 
pesquisado anteriormente. Colocar a nota no espaço deixado antes de 
cada critério. 
 
Profissão 1 
_____ Grade curricular 
_____ Faculdades ou instituições que oferecem o curso 
_____ Áreas de atuação 
_____ Situação mercado de trabalho 
_____ Salário 
_____ Outros_______________________________________________ 
 
 
 
Profissão 2 
_____ Grade curricular 
_____ Faculdades ou instituições que oferecem o curso 
_____ Áreas de atuação 
_____ Situação mercado de trabalho 
_____ Salário 
_____ Outros_______________________________________________ 
 
MOMENTO DA ESCOLHA 
 
Com base nas informações colhidas coloque o nome da profissão 
que mais combina com o seu interesse: 
______________________________________ 
 
Reveja todos os pontos acima, retorne para este item, feche os olhos por 
alguns minutos e tente se imaginar exercendo a profissão escolhida por 
um bom tempo em sua vida. Imagine como se sente, como é visto pela 
sociedade, qual seu papel na sociedade, sua importância como 
profissional. 
Tente imaginar como seria uma semana cheia de trabalho e escreva 
sobre isso. Escreva como se você já fosse profissional. Escreva como foi 
sua semana, seu mês e seu ano de trabalho: 
__________________________________________________________ 
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________ 
__________________________________________________________
__________________________________________________________ 
 
E ai, como se sente trabalhando na profissão que escolheu?? 
 
Primeiros planos: começando por planejar os próximos dias, o que, 
como, porque, onde e quando você deve realizar tarefas e atividades em 
busca de implementar sua escolha. Repita esse quadro, para cada 
atividade e ações necessárias. 
Se você precisar fazer três coisas para implementar sua escolha de 
carreira faça três quadros diferentes. Por exemplo: 1 - estudar para o 
vestibular, 2 - buscar informações sobre bolsa de estudo e 3 - entrar num 
cursinho. Para cada tarefa, faça um quadro. 
 
O que? 
 
Por que? 
 
 
Como? 
 
 
Onde? 
 
Quando? 
 
 
O que? 
 
Por que? 
 
 
Como? 
 
 
Onde? 
 
Quando? 
 
 
Te desejo muitas alegrias, felicidades, amor e sucesso na carreira. Que 
você tenha a paciência e a tranquilidade necessárias para aprender e se 
desenvolver profissionalmente. Sempre que precisar conte comigo e 
procure bons profissionais da psicologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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