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O	primeiro	registro	que	há	do	fundamento	da	necropsia,	é	de	300	A/C,	quando	
dois	médicos	alexandrinos,	se	você	associou	isso	a	Alexandria	–	lá	do	“alexandre,	
o	grande”	tá	certíssimo,	 	então	esses	caras	se	chamavam	Herófilo	e	Erasístrato,	
esses	caras	começaram	a	associar	a	reclamação	das	pessoas	no	pré-óbito	com	a	
morte	 ..	 Então	 o	 cara	 tava	 lá,	 sentia	 um	 mal	 estar	 na	 barriga	 e	 morria:	 Eles	
começaram	 a	 explorar	 isso	 abrindo	 a	 pessoa	 e	 fazendo	 a	 análise	 dos	 órgãos	
locais	que	a	pessoa	falou	que	doía	em	vida	..	Isso	é	um	resumo	beeem	por	cima,	
tá?	Então	isso	com	o	tempo	foi	sendo	mais	explorado,	depois	um	cara	chamado	
Giovanni	 Morgagni	 láaaa	 em	 1761	 –	 que	 é	 o	 pai	 da	 patologia	 moderna,	 se	
aprofundou	 mais	 nesse	 estudo,	 e	 aí	 se	 você	 quiser	 saber	 mais	 procura	 lá	 no	
google.	
	
Pessoal,	 existem	várias	 técnicas	de	necropsia.	Cada	 técnica	 leva	o	nome	de	um	
cara	que	começou	a	aplicar	ela.	
	
Bom,	 existem	 MUITAS	 técnicas	 de	 Necropsia,	 mas	 vou	 falar	 só	 das	 mais	
tradicionais.	As	mais	utilizadas	são	as	de	Virchow,	Ghon,	Rokitansky	e	Letulle.	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Na	técnica	Virshow,	os	órgãos	são	retirados	1	por	1,	colocados	em	um	recipiente,	
e	só	depois	são	analisados.	É	uma	forma	que	tem	seu	lado	positivo	e	negativo:		
	
Quando	 você	 retira	 órgão	 por	 órgão,	 consegue	 ver	 com	 clareza	 todas	 as	
alterações	patológicas	 (doenças,	anomalias,	etc)	Porém	essa	 técnica	"estraga"	a	
relação	 anatômica	 dos	 órgãos.	 Por	 exemplo:	 Existem	 doenças	 que	 dão	
sinais/afetam	outros	órgãos	antes	de	 levar	ao	óbito.	Se	você	 tira	1	por	1	acaba	
perdendo	essa	propriedade	de	ligar	uma	coisa	na	outra.	
	
Na	técnica	de	Ghon,	a	retirada	dos	órgãos	é	feitas	em	"blocos".	E	sim,	da	pra	fazer	
isso,	pois	nosso	corpo	é	dividido	por	"sistemas"	O	Sistema	Digestório	abrange	a	
faringe,	esôfago,	estômago,	intestinos	e	alguns	outros.	Já	o	Sistema	Respiratório	
pega	a	traqueia,		brônquios,	alvéolos	..	deu	pra	entender,	né?	A	técnica	de	Ghon	é	
bem	mais	rápida,	e	já	da	pra	imaginar	o	porque	(:	
	
Um	exemplo,	aqui	vocês	podem	ver	a	divisão	dos	"blocos"	do	nosso	corpo	
de	uma	forma	bem	nítida:	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
O	método	de	Letulle	é	bem	parecida	com	a	de	Ghon,	 com	a	diferença	de	que	a	
técnica	consiste	em	retirar	tudo	como	se	fosse	um	único	bloco	
	
Já	na	técnica	de	Rokitansky,	os	órgãos	são	analisados	"in	situ".	Simplificando,	os	
órgãos	 permanecem	 no	 seu	 lugar	 habitual	 sem	 retiradas.	 Agora	 saiba	 que	 nos	
Institutos	Médicos	 Legais	 (IMLs)	 a	 técnica	 de	 virchow	 é	 a	mais	 comum	de	 ser	
escolhida	
	
Agora	que	 já	dei	 a	 introdução	do	que	é	 cada	 coisa,	 tem	outro	detalhe	bastante	
particular	 também:	 Os	 "eixos	 e	 cortes".	 Cada	 profissão	 tem	 afinidade	 com	 um	
método	de	abertura	desse	corpo.	Alguns	utilizam	um	padrão	de	incisão	em	"T",	
outros	 em	 "I"	 e	 também	em	 "Y",	 o	 fato	 é	 que	não	 existe	 nada	 certo	 ou	 errado,	
apenas	preferências	bem	particulares	
	
Por	 exemplo,	 neste	 vídeo	 o	 profissional	 responsável	 optou	pelo	 uso	da	 incisão	
em	"T"	
	
[CLIQUE	AQUI	PARA	VER	O	VÍDEO	DA	INCISÃO	EM	T]	
	
	
Já	 aqui	 da	 pra	 perceber	 que	 a	 incisão	 foi	 feita	 em	 "Y".	 Sobre	 na	 sutura	 (termo	
técnico	pra	falar	costura	da	pele),	fica	bem	claro	como	a	pele	humana	é	elástica.	
A	maioria	das	pessoas	não	sabem	até	verem	uma	sutura	na	prática,	mas	a	pele	é	
BRUTALMENTE	resistente.	
[CLIQUE	AQUI	PARA	VER	O	VÍDEO	DA	INCISÃO	EM	Y]		
	
Por	isso,	as	linhas	pra	sutura	nas	necropsias	ou	tanatopraxias	são	revestidas	de	
um	 tipo	 de	 cera,	 daí	 vem	 o	 termo	 "linha	 encerada".	 Pensa	 num	 negócio	
resistente!!	
	
Então	calouros,	voltando	ao	 foco	–	a	necropsia	 tem	essa	ênfase	em	descobrir	a	
causa	da	morte.	
	
Só	que	o	corpo	em	si,	 só	vai	pra	necropsia	quando	há	alguma	dúvida	do	que	a	
pessoa	morreu	..	
	
Por	 exemplo:	 aqui	 nós	 temos	 um	 pulmão	 de	 um	 fumante	 [praticou	 MUITO	
tabagismo	e	provavelmente	por	muitas	décadas].	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Já	é	nítido	que	além	da	coloração,	ele	também	perde	a	eficiência	na	reciclagem	do	
ar	 e	 elasticidade.	 Fica	 ressecado	 (parece	 um	 carvão,	 né?),	 e	 esse	 é	 um	 dos	
motivos	do	qual	o	usuário	de	tabaco	acaba	perdendo	algumas	..	habilidades	-	se	
posso	dizer	assim	-	como	correr,	subir	escadas,	fazer	exercícios	físicos,	gerando	
cansaço	extremo	e	fadiga.	
Bom,	 nesse	 vídeo	 que	 eu	 vou	 colocar,	 a	 gente	 tem	 um	 pulmãozinho	 que	
aparentemente	parece	saudável,	só	que	na	hora	de	dissecar	a	gente	vê	o	estrago..	
	
[CLIQUE	AQUI	PARA	ASSISTIR	AO	VÍDEO	DO	PULMÃO]	
	
Agora,	 ainda	 falando	 sobre	 necropsia	 pessoal,	 a	 gente	 tem	 aqueles	 casos	
um	pouco	mais	atípicos,	né?	Por	exemplo	..	Asfixia.	
	
Talvez	você	saiba,	talvez	não	-	mas	existem	vários	tipos	de	asfixia,	e	nem	sempre	
há	 participação	 humana	 nisso.	 Esse	 ramo	 de	 estudo	 se	 chama	 "traumatologia	
forense"	As	lesões	corporais	são	separadas	por	tipos.	Por	exemplo:	Existe	lesões	
onde	 o	 tipo	 de	 energia	 é	 por	 ordem	mecânica.	 Ou	 seja,	 lesões	 por	 revólveres,	
machados,	 veículos	 e	 até	 mesmo	 nossos	 próprios	 punhos.	 Explosões	 também	
entram	em	ordem	mecânica.	Existe	também	as	lesões	por	ordem	física,	que	são	
causadas	 por	 eletricidade	 ou	 radiação	 Temos	 as	 físico-químicas,	 que	 sao	 as	
asfixias,	 sejam	 elas	 por	 confinamento,	 enforcamento,	 estrangulamento,	
soterramento	..	e	afins	
	
Porque	eu	estou	tocando	nesse	assunto?	Olha	só:	Imagine	que	um	corpo	chega	no	
IML,	e	você	junto	com	o	médico	legista	ao	investigar	encontra	exatamente	isso:	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Ao	investigar,	descobre-se	que	o	indivíduo	acabou	indo	a	óbito	por	um	bagaço	de	
laranja.	Mas	 vamos	 aos	 termos	 técnicos:	 Existe	 uma	diferença	 entre	 engasgo	 e	
asfixia.	 Podemos	 considerar	 que	 no	 engasgo,	 há	 a	 obstrução	 [temporária]	 da	
passagem	 de	 ar	 -	 impedindo	 a	 troca	 gasosa	 feita	 pelos	 pulmões.	 No	 caso	 da	
imagem,	o	objeto	 ficou	bem	na	 laringe,	 porém	a	 traqueia	não	 estava	obstruída	
[alguém	poderia	 ter	 feito	uma	 traqueostomia	pra	 tentar	salvá-lo,	mas	é	apenas	
uma	hipótese]	
	
O	engasgo	não	entra	como	causa	mortis,	e	vou	te	explicar	o	motivo:	Engasgar	é	
apenas	uma	condição.	O	que	acontece	depois	é	a	bendita	asfixia,	que	na	verdade	
deveríamos	 chamar	 de	 Anóxia	 [ausência	 de	 oxigênio	 no	 sangue	 levando	 ao	
óbito].	
	
Agora,	no	caso	de	asfixia,	existem	3	características	dessa	ordem	de	lesão:	
	
-	Primitiva	
-	Bloqueio	Mecânico	
-	Violenta	
	
Na	 primitiva,	 quer	 dizer	 que	 aquela	 foi	 a	 causa	 primária	 da	 morte,	 e	 não	
consequência	 de	 algum	 fenômeno	 prévio.	 No	 bloqueio	 mecânico,	 acontece	 a	
parada	 aí	 da	 imagem.	 E	 no	 violento,	 acho	 que	 nem	 preciso	 comentar,	 né?	 O	
próprio	nome	fala	por	si	só	..	
	
Quando	o	 legista	 junto	 com	o	 técnico	ou	auxiliar	de	necropsia	 analisa	o	 corpo,	
tem	 algumas	 coisas	 que	 devem	 ser	 muito	 bem	 exploradas,	 que	 é	 o	 caso	 das	
lesões	corporais.	
	
O	 nome	 dessa	 ramificação	 é	 traumatologia	 forense:	 É	 o	 campo	 que	 desvenda	
todo	 e	 qualquer	 tipo	 de	 lesão	 corporal.	 Importante	 saber	 esse	 campo	 estuda	
lesões	corporais	de	mortos	e	de	vivos,	viu?	
	
Hoje,	75%	dos	atendimentos	do	IML	são	de	pessoas	vivas.	A	galera	associa	que	o	
IML	só	cuida	de	mortos,	porém	não	é.	Um	exemplo	disso	é	os	famosos	"exames	
de	 corpo	 de	 delito",	 que	 são	 feitos	 nas	 vítimas	 de	 algum	 crime	 ou	 em	
investigados	por	algum	motivo.	
	
Agora	eu	vou	colocar	uma	imagem	aqui	pra	vocês	observarem,	ok?	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Coisas	que	a	gente	consegue	analisar	nessa	imagem	1	-	Uma	perfuração	na	pele	
em	 formato	 cilíndrico,	 fruto	 da	 entrada	 de	 um	 projétil	 (resumindo,	 tomou	 um	
tiro)	 2	 -	 Um	 tipo	 de	 "carimbo"	 na	 pele	 (também	 chamado	 de	 zona	 de	
chamuscamento),	 uma	 zona	 escurecida	 que	 lembrauma	 queimadura	 3	 -	 Pela	
espessura	da	lesão,	o	municiamento	(bala)	utilizado	no	ato	foi	de	calibre	médio	
(38-)	
Essa	 área	 da	 pele	 que	 está	 chamuscada	 nos	 mostra	 que	 o	 tiro	 foi	 dado	
praticamente	encostado	na	vítima,	gerando	esse	aspecto.	Agora	o	que	não	falam,	
é	o	porquê	essa	parada	acontece.	
	
E	 eu	 gravei	 um	 vídeo	 mostrando	 o	 porquê	 isso	 acontece,	 vou	 rodar	 aqui	 pra	
vocês.	
	
[CLIQUE	AQUI	PARA	VER	O	VÍDEO	DA	EXPLICAÇÃO	DE	UMA	ARMA]	
Então	 continuando:	 Aquela	 zona	 queimada	 de	 pele	 tem	 um	 termo	 técnico.	 Se	
chama	 Sinal	 de	 Puppe-Werkgaertner	 (nome	 difícil,	 por	 isso	 falam	 "zona	 de	
tatuagem",	e	afins	-	pela	facilidade)	
	
Agora	 vamos	 pro	 que	 interessa:	 Os	 Peritos,	 Legistas	 ou	 até	 os	 auxiliares	 de	
necropsia	 ao	 lidarem	com	um	caso	desse	 tipo,	 não	 falam	 "ferimento	por	bala".	
Eles	usam	a	sigla	PAF	-	que	significa	Projétil	de	Arma	de	Fogo.	
	
Um	 corpo	 que	 foi	 baleado	 trás	 evidências	 muito	 concretas	 do	 que	 aconteceu,	
muito	mais	do	que	uma	pessoa	que	não	possui	 ferimentos	externos	desse	 tipo.	
Todo	projétil	que	entra,	sai	(ou	pelo	menos	tenta,	rs),	então	um	bom	profissional	
da	 área	 do	 de	 olhar	 já	 vai	 poder	 definir	 muita	 coisa	 sobre	 o	 obito	 daquele	
indivíduo.	
	
Na	 imagem	 que	 eu	 vou	 colocar,	 podemos	 ver	 a	 entrada	 é	 saída	 do	 projétil.	
Percebam	que	ele	possui	a	tal	da	"zona	de	tatuagem",	então	da	pra	saber	que	foi	
um	tiro	bem	próximo	do	rosto,	e	não	um	disparo	feito	a	longa	distância	
	
	
	
	
Outro	 detalhe:	 Pelo	 tamanho	 do	 orifício,	 dá	 pra	 ter	 uma	 noção	 do	 calibre	
utilizado	no	disparo.	Maaaaaas,	não	é	sempre	que	dá	pra	ter	certeza.	As	vezes,	o	
atirador	 acaba	não	 acertando	nenhuma	zona	 rígida	 (Como	ossos),	 e	 a	 lesão	da	
entrada	e	saída	do	projétil	acaba	sendo	muito	sutil,	aí	é	melhor	abrir	o	corpo	pra	
entender	 qual	 foi	 a	 extensão	 da	 lesão	 interna	 (ou	 seja,	 qual	 foi	 o	 estrago	 por	
dentro)	
	
Por	exemplo,	nessa	imagem,	não	dá	pra	ter	noção	do	calibre	utilizado,	olha	só:	
	
	
	
Agora	nessa	outra	imagem,	com	o	corpo	já	dissecado	dá	pra	ter	uma	idéia	mais	
ampla	da	lesão	interna,	olhem	só:	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Num	caso	de	perfuração	por	PAF,	sempre	é	necessário	ver	o	que	aconteceu	por	
dentro.	 Cada	 calibre	 de	 projétil	 (bala)	 sai	 da	 arma	 com	 uma	 determinada	
velocidade,	e	tem	um	determinado	Joule	(o	tal	do	Joule	é	uma	unidade	de	medida	
de	 energia	mecânica,	 é	 tipo	uma	 forma	de	medir	 a	 potência	 de	um	 tiro	de	um	
determinado	 calibre),	 e	 aí	 pelo	 estrago	 de	 dentro	 dá	 pra	 saber	 qual	
municiamento	foi	usado	(isso	caso	não	fique	alojada	a	bala	dentro	da	vítima)	
	
Aqui,	a	gente	tem	mais	algumas	imagens	de	traumas	por	TAF	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
“Rodrigo,	e	as	pessoas	que	se	suicidam.	Por	exemplo,	com	veneno.	O	legista	com	
o	cara	da	necropsia	consegue	ver	só	de	necropsiar,	de	cortar	os	órgãos	..?	
	
Eu	 também	não	vou	muito	profundo	nesse	 assunto	gente,	 por	uma	questão	de	
ser	bem	extenso.	Mas,	eu	vou	usar	um	estudo	de	caso	pra	vocês	entenderem	
	
Suicídio	por	veneno	de	rato:	Olhem	só	essa	imagem:	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Neste	caso	em	específico	que	eu	vou	tratar,	foi	um	suicídio	utilizando	veneno	de	
rato.	 Nessa	 1a	 imagem,	 é	 possível	 identificar	 as	 extremidades	 roxas	
[característica	chamada	de	cianose],	que	acontece	devido	a	 falta	de	oxigenação	
dos	tecidos	
	
A	morte	por	envenenamento	é	MUITO	comum	em	suicídios.	Claro	que,	quando	a	
gente	 fala	 da	 área	 forense,	 nenhuma	 possibilidade	 é	 descartada,	 mas	 pensa	
comigo:	 Existem	 maneiras	 muito	 mais	 rápidas	 de	 matar	 alguém.	 Por	 isso,	 o	
homicídio	por	envenenamento	é	bem	incomum	[mas	não	impossível].	
	
Trazendo	um	dado	interessante	pra	vocês:	segundo	a	Scielo,	entre	1986	e	2006	
foram	 registrados	 pela	 SINITOX	 (Sistema	 Nacional	 de	 Informações	 Tóxico-
Farmacológicas)	no	Brasil,	1	milhão,	220	mil	casos	de	intoxicação.	E	adivinha?	Só	
7.597	morreram.	Isso	dá	uma	taxa	de	0.6%.	Entendeu	como	é	algo	bem	pontual?	
Claro	 que	 estamos	 falando	 de	muitas	 possibilidades,	 de	 pessoas	 que	 tomaram	
"uma	dose	a	mais"	de	um	remédio	e	entraram	nesse	índice	aí.	Mas	vamos	pro	que	
interessa:	Olhem	essa	segunda	imagem:	
	
	
	
Nessa	2a	imagem,	temos	os	pulmões	expostos	do	corpo	em	questão.	E	você	deve	
estar	 se	 perguntando:	 Rodrigo,	 o	 que	 os	 pulmões	 tem	 haver	 com	
envenenamento?	 Quando	 o	 veneno	 é	 ingerido,	 o	 estômago	 absorve	 toda	 a	
química	ativa	do	raticida,	e	leva	todo	esse	composto	para	a	corrente	sanguínea.	E	
vocês	calouros,	sabem	que	tudo	isso	tá	diretamente	ligado	com	o	fígado,	certo?		
	
	
	
	
	
	
Olha	só	como	o	fígado	fica:	
	
	
	
Prosseguindo:	O	órgão	oficial	que	 filtra	o	sangue	é	o	rim,	mas	o	 fígado	purifica	
[em	uma	 escala	 BEM	menor]	 alguns	microrganismos.	 Agora	 pensa	 num	 fígado	
tentando	trabalhar	com	um	monte	de	química	 tóxica	no	 teu	sistema:	Claro	que	
vai	dar	ruim!	Com	o	fígado	ficando	frenético	tentando	resolver	o	problema,	 	ele	
acaba	não	dando	conta	dessa	limpeza	e	as	substâncias	tóxicas	chegam	no	pulmão	
[sabia	que	o	fígado	e	o	pulmão	fazem	fronteiras,	né?	Existem	muitas	doenças	que	
afetam	ambos	por	essa	proximidade]	Nesta	imagem	que	eu	mostrei	a	gente	pode		
ver	bem	nítido	a	composição	química	do	veneno	no	órgão.	
	
Pra	descobrir	esse	envenenamento	[nome	técnico	é	intoxicação	aguda]	não	é	tão	
impossível,	basta	fazer	uma	análise	do	suco	gástrico	no	estômago.	Ao	analisar,	o	
analista	 laboratorial	 vai	 identificar	 todas	 os	 componentes	 químicos	 que	 são	
atípicos	pra	um	ser	vivo,	e	apontará	nos	laudos	
	Aqui	é	uma	foto	com	um	exemplo	dessa	análise:	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Mas	as	vezes	o	óbvio	acontece	..	O	legista	com	o	auxiliar/técnico	de	necropsia	ao	
abrir	o	corpo,	acaba	encontrando	vestígios	direto	no	órgão	-	como	é	possível	ver	
nesta	imagem

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